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INTRODUÇÃO AO DIREITO

AULA 8 – JUSTIÇA DO
TRABALHO E DIREITO
TRIBUTÁRIO
Prof. Ms. Newton Torres dos Santos Cruz
 A Justiça do Trabalho concilia e julga as ações judiciais
entre trabalhadores e empregadores e outras
Justiça do controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem
Trabalho como as demandas que tenham origem no
cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive as
coletivas.
Órgãos da  Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal
Superior do Trabalho (TST), os Tribunais
Justiça do Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do
Trabalho Trabalho.
 Os Juízes do Trabalho atuam nas Varas do
Juízes do Trabalho e formam a 1ª instância da Justiça do
Trabalho Trabalho.
 Os vinte e quatro (24) Tribunais Regionais do
Trabalho são compostos por Desembargadores
e representam a 2ª Instância da Justiça do
TRTs Trabalho.

 O TRT da 8ª Região possui jurisdição nos


Estados do Pará e do Amapá.
 Qualquer um dos envolvidos na relação de
emprego – tanto patrão quanto empregado –
pode recorrer à Justiça do Trabalho, em busca
de reparação dos prejuízos que lhe foram
causados. Pode-se fazer a reclamação
trabalhista de duas formas:
Como Recorrer à  Reclamação escrita – com o auxílio de um
Justiça do advogado ou sindicato;
Trabalho  Reclamação verbal – dirigindo-se a uma Vara
do Trabalho, ao Setor de Atermação e
Reclamação, para relatar a situação e
apresentar, além de seus documentos pessoais,
outros que permitam a comprovação do que foi
alegado.
 1) A reclamação trabalhista é distribuída a uma Vara do
Trabalho.
 2) O Juiz, antes de analisar a demanda, propõe uma
conciliação entre as partes, conforme determina a lei.
 3) Frustrada a negociação, será analisada a questão e
prolatada a sentença.
Do andamento  4) Da sentença proferida pelo Juiz, cabe recurso para o
Tribunal Regional do Trabalho – TRT, 2ª instância, que o
processual em julgará em uma de suas Turmas. No TRT, a decisão (sentença)
dissídios passa a ser conhecida por acórdão.
 5) Do acórdão regional, cabe recurso para o TST. Trata-se de
individuais recurso técnico que depende de uma análise prévia, pela
Presidência do TRT, para ser encaminhado ao TST.
 6) Esgotados todos os recursos, a última decisão transita em
julgado, ou seja, torna-se definitiva e irrecorrível.
 7) Após, os autos do processo retornam à Vara de origem,
onde tem início uma nova fase: a execução. Nessa fase são
elaborados os cálculos, para que se pague o que é devido à
parte vencedora.
Varas do Trabalho  Em Macapá, a Justiça do Trabalho é composta
no Amapá por 8 Varas do Trabalho.
Prazo para a  Prescrição bienal.
abertura de
processo  Prescrição quinquenal
trabalhista
 Segundo Sérgio Pinto Martins, a prescrição
bienal refere-se ao prazo em que o empregado
pode ingressar com a reclamação trabalhista
Prescrição bienal após a rescisão do contrato de trabalho. Assim,
o empregado terá dois anos (bienal) para
ingressar com ação, a contar da cessação do
contrato de trabalho.
 Já a prescrição quinqüenal refere-se ao prazo
em que o empregado pode reclamar as verbas
trabalhistas que fizeram parte do seu contrato
de trabalho, a contar do ajuizamento da ação.
Prescrição Assim, o empregado poderá reclamar os
quinquenal últimos cinco anos trabalhados (quinquenal),
contados da propositura da demanda
trabalhista.
 O cômputo de dois anos para ingressar com a
Início do reclamação trabalhista terá início a partir da
rescisão do contrato de trabalho, e o prazo de
cômputo da cinco anos para reclamar as verbas trabalhistas
prescrição será computado a partir do ajuizamento da
bienal demanda.
 Direito tributário é a disciplina jurídica dos
tributos, compreendendo todo o conjunto de
Direito Tributário princípios e normas reguladores da criação,
fiscalização e arrecadação das prestações de
natureza tributária.
 Além das regras previstas no próprio Texto
Constitucional, as normas gerais sobre Direito
Tributário estão na Lei n. 5.172/66, o Código
Onde se Tributário Nacional.
encontram as
normas do  Obs.: Como regra, a lei ordinária é o veículo
Direito idôneo à criação ou instituição do tributo, e,
Tributário? por consequência, à sua eventual modificação
ou revogação. Entretanto, admite-se que o
Poder Público possa instituir tributo por meio
de medida provisória.
 O artigo 3º do Código Tribunal Nacional nos
apresenta o conceito mais completo de tributo,
definindo-o como “toda prestação pecuniária
Conceito de compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
tributo possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente
vinculada.”
 Competência tributária é a aptidão para criar
tributos. Todos os entes federativos – União,
Competência Estados, Distrito Federal e Municípios – têm,
dentro de certos limites, o poder de criar
tributária determinados tributos e definir seu alcance,
obedecidos os critérios de partilha de
competência estabelecidos pela Constituição.
 São espécies de tributos:
 1. os impostos;
Espécies de  2. as taxas;
tributos  3. os empréstimos compulsórios;
 4. as contribuições especiais;
 5. as contribuições de melhoria.
 Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de
qualquer atividade específica relativa ao
contribuinte.
Impostos  Nos termos do art. 145, §1º, da CF/88:
 “Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte...”.
 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
 I - importação de produtos estrangeiros;
 II - exportação, para o exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados;
 III - renda e proventos de qualquer natureza;
Impostos
 IV - produtos industrializados;
federais
 V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou
relativas a títulos ou valores mobiliários;
 VI - propriedade territorial rural;
 VII - grandes fortunas, nos termos de lei
complementar.
 Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito
Federal instituir impostos sobre:
 I - transmissão causa mortis e doação, de
quaisquer bens ou direitos;
Impostos  II - operações relativas à circulação de
estaduais mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
 III - propriedade de veículos automotores.
 Art. 156. Compete aos Municípios instituir
impostos sobre:
 I - propriedade predial e territorial urbana;
 II - transmissão "inter vivos", a qualquer título,
Impostos por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre
municipais imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;
 III - serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
Taxas  II - taxas, em razão do exercício do poder de
polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
 a) Taxa de polícia: é cobrada em razão da
atividade do Estado, que verifica o
cumprimento das exigências legais pertinentes
Taxa de polícia e concede a licença (ou o ato administrativo
correspondente); são instituídas pelo ente
político a que couber a atribuição.
 b) Taxa de serviço: tem por fato gerador uma
atuação estatal consistente na execução de um
serviço público, específico e divisível,
efetivamente prestado ou posto à disposição
Taxa de serviço do contribuinte. Serviços divisíveis são aqueles
suscetíveis de ser fruídos por cada usuário.
Serviços indivisíveis, portanto, não comportam
taxação.
 Serviço de coleta de lixo – o beneficiado é o
proprietário da residência em que se recolhem
os dejetos.
Exemplos de  Serviço de coleta de esgoto – o beneficiado é o
taxas proprietário do imóvel;
 Serviços notariais – o beneficiado é o
destinatário dos serviços notariais,
respectivamente.
 O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que
instituiu a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das
Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH).
A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao
O valor da taxa custo da atividade estatal relacionada (fiscalização das empresas que
exploram recursos hídricos). Logo, não há proporcionalidade entre o custo
deve ser da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela taxa.
Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo
proporcional princípio da retributividade e que possui caráter contraprestacional e
sinalagmático. Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores
ao custo da arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades relacionadas com
a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta única
atividade do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa.
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos
estatal hídricos, a referida taxa adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias,
dificultando, ou mesmo inviabilizando, o desenvolvimento da atividade
econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88,
que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco. STF.
Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info
962)
 Esse tributo, a exemplo das taxas, conecta-se com
determinada atuação estatal, qual seja, a realização
de uma obra pública de que decorra, para os
proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização
de suas propriedades.

Contribuição  ATENÇÃO: “A realização de pavimentação nova,


de melhoria suscetível de vir a caracterizar benefício direto a
imóvel determinado com incremento do seu valor
pode justificar a cobrança de contribuição de
melhoria, o que não acontece com o “mero
recapeamento de via pública já asfaltada”, que
constitui simples serviço de manutenção e
conservação.” RE 116.148, STF.
 Corresponde ao ingresso de recursos
temporários nos cofres do Estado, gerando, em
sequência, a obrigação do Estado de restituir a
Empréstimo importância auferida. Os recursos arrecadas
devem ser destinados ao atendimento das
compulsório despesas que fundamentaram a instituição do
empréstimo. A competência para instituição
dos empréstimos compulsórios é exclusiva da
União.
 A Constituição Federal prevê a instituição de
empréstimos compulsórios pela União em duas
Hipóteses de situações:
instituição dos  a) despesas extraordinárias, decorrentes de
empréstimos calamidade pública e de guerra externa efetiva
ou iminente;
compulsórios
 b) investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional.
 O art. 149 da Constituição Federal agrupa três
figuras indicadas como “contribuições”:
 - Contribuições sociais - contribuições para a
Contribuições seguridade social;
sociais,  - Contribuições de intervenção no domínio
econômico – contribuições ao sistema “S”
econômicas e (Sesc, Senac etc.);
corporativas  - Contribuições de interesse de categorias
profissionais ou econômicas – contribuição aos
Conselhos Regionais de Fiscalização, como o
CREA, CRM, CRC, CRE etc.
 As empresas prestadoras de serviços estão
Súmula 499- sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo
STJ: se integradas noutro serviço social.
 Admite-se a cobrança da Cosip na fatura da
energia elétrica (o valor do tributo pode ser
exigido junto com a conta de luz).

Contribuição  Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal


para poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação iluminação pública, observado o disposto no
pública art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 39, de 2002)
 Parágrafo único. É facultada a cobrança da
contribuição a que se refere o caput, na fatura
de consumo de energia elétrica.
FIM  Obrigado e boa noite a todas e todos!

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