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Perguntas tipo: 1º mini teste

Procedimento Tributário
19 de Abril 2023

I. Grupo
Defina
Princípio do inquisitório/Princípio da participação
O princípio do inquisitório encontra se presente no artigo 58ºLGT, juntamente com o artigo
266ºCRP. Este princípio, no procedimento tributário, visa a que a AT (Autoridade
Tributária) deva realizar todas as diligencias necessárias a satisfação do interesse público
e a descoberta da verdade material, ou seja, não estando subordinada à iniciativa do autor
do pedido.

Em contrapartida, o princípio da participação encontra se presente no artigo 60ºLGT, e


visa a que os contribuintes como partes interessadas de um procedimento são chamados
a exercer o seu direito à audição, direito este que não é um dever mas sim uma obrigação.
Existem ainda cinco situações em que o contribuinte pode ser chamado para exercer o seu
direito: a primeira é uma audição antes da liquidação. Apesar de não ser necessária
quando tenha sido o próprio contribuinte a declarar os elementos para o apuramento do
valor do imposto. A segunda situação é o direito de audição antes do indeferimento total
ou parcial dos pedidos de reclamações, recursos ou petições. A terceira situação é a
audição antes da revogação de qualquer benefício ou ato em matéria fiscal. Por último,
poderá ocorrer a audição antes da decisão de aplicação de métodos indiretos, quando não
haja lugar a relatório de inspeção.
A AT notifica o contribuinte para o fundamento da sua decisão, de forma que o mesmo
possa contrapor a audição num prazo de 15 a 25 dias geralmente. Contudo, se existir uma
situação em que a AT decida encerrar o procedimento sem ter ocorrido a audição do
sujeito isto pode levar a impugnação judicial ou se as finanças realizarem a audição, mas
não tiverem em conta os factos e provas trazidos ao processo como novos também poderá
ser motivo de impugnação judicial (art.99ºCPPT).

Fase da instrução/fase integrativa da eficácia


A fase de instrução encontra se prevista nos artigos 71º a 76º da LGT. Nesta fase, os
diversos intervenientes procurarão levar para o procedimento os elementos de prova
necessários e fixar os interesses a valorar em ordem de uma adequada situação. Ainda
nesta questão encontramos a competência instrutória presente no artigo 71ºnº1, que diz
respeito aos requerimentos dirigidos a AT, ou seja, é a mesma que trata da competência
instrutória. Os meios de prova também estão previstos no artigo 72º e visam a que todas
as provas são validas para serem usadas. As presunções encontram se previstas no artigo
73ºLGT e dizem respeito a incidência dos factos e pessoas sujeitas a imposto; temos
como exemplo de uma presunção o artigo 6ºCIRS. A distribuição do ónus probatório
encontra se no artigo 74ºLGT e afirma que quem invoca um facto tem de o provar. Quando
os acontecimentos estejam nas mãos da administração tributária, a AT faz as presunções.
Por ultimo temos a veracidade das declarações e dados contabilísticos dos contribuintes
presentes no artigo 75º, ou seja, se a contabilidade vai ser importante o legislador que que
as declarações e a contabilidade fossem verdadeiras. Assim se a AT quiser afastar a
contabilidade e as declarações tem de as presumir.

A fase integrativa da eficácia encontra se presente no artigo 77ºnº6 da LGT juntamente


com o artigo 36ºnº1 CPPT. Nesta fase, existe a obrigatoriedade de publicitar o ato. As
vezes os fundamento ocorrem primeiro e só posteriormente vem a decisão. O que não
pode acontecer é a decisão sem fundamentação. No caso de orientações genéricas têm
de estar publicitadas no site das finanças.

II.Grupo:
A sociedade CRISE, LDA foi objeto de uma inspeção tributária ao ano de 2017. A
Administração Tributária detetou as seguintes situações: - Vendas de bens abaixo
do valor de mercado. - Correções aritméticas de 20.000 euros em IVA por faturas que
a AT não aceita como gastos O relatório de inspeção consta de carta registada com
registo de ONTEM, e chegou hoje, 11/04. O relatório foi recebido pelo sócio da
empresa, Arnaldo, que se encontrava em sua casa. Ontem a AT enviou o mesmo
relatório através da caixa postal da sociedade. Segundo Arnaldo o relatório não foi
precedido de direito de audição e quantifica em excesso os impostos a pagar.

1. Defina notificação e analise a sua validade.


As notificações são atos pelo qual se leva um facto ao conhecimento de uma pessoa ou se
chama alguém a juízo (art.35ºnº1CPPT).
As notificações podem efetuar se pessoalmente no local em que o notificado for
encontrado, por via postal simples, por carta registada ou por carta registada com aviso de
receção, ou por transmissão de dados através do serviço publico de notificações
eletrónicas associadas à morada única digital.
A validade de uma notificação depende de vários fatores, como a forma que foi enviada, o
conteúdo e os procedimentos legais seguidos. No caso apresentado, a notificação foi
enviada por carta registada com o registo de ONTEM, ou seja, foi enviada no dia anterior à
data que foi recebida pelo sócio da empresa.
No caso em concreto temos duas notificações, uma pelo socio e outra na caixa postal. A
notificação por caixa postal é valida de acordo com o artigo 41ºnº1, em que as sociedades
ou pessoas coletivas são citadas ou notificadas na sua caixa postal eletrónica ou na área
reservada no Portal das finanças. Relativamente a notificação feita ao socio, se fosse um
gerente ou administrador poderia ser em qualquer local onde ele se encontre. Como é um
socio os sócios só podem receber notificações da sociedade na sua residência (art.41ºnº2
CPPT), ou seja, esta situação de notificação não é valida porque não está presente na lei
e viola o que está presente no artigo.
Relativamente há data, nas cartas registadas simples, só se consideram efetuadas as
notificações no terceiro dia posterior ao registo (art.39ºnº1). Assim sendo, a notificação só
seria feita 14 de abril. Sob a data feita da notificação por caixa postal, a lei afirma que só
se se contabiliza no decimo quinta dia.

2. A AT pode utilizar métodos indiretos?

Os métodos indiretos só podem ser utilizados em casos muito excecionais,


nomeadamente os presentes no artigo 87ºLGT. No caso em concreto, temos um caso que
fala da venda de bens abaixo do preço (art.88ºLGT).

II. Grupo
A sociedade UPSET, lda recebeu hoje, 12/04, uma carta contendo um relatório
definitivo de inspeção tributária. A carta veio por correio registado simples, sendo a
data do registo da passada quinta-feira, e foi entregue pelo carteiro a um sócio que
era conhecido do carteiro e se encontrava fora da sede da empresa. Na mesma data
seguiu notificação através da caixa postal eletrónica da empresa.
1. Defina notificação, analise a validade desta notificação e diga em que data se considera
efetuada (3 valores).
As notificações são atos pelo qual se leva um facto ao conhecimento de uma pessoa ou se
chama alguém a juízo (art.35ºnº1CPPT).
As notificações podem efetuar se pessoalmente no local em que o notificado for
encontrado, por via postal simples, por carta registada ou por carta registada com aviso de
receção, ou por transmissão de dados através do serviço publico de notificações
eletrónicas associadas à morada única digital.
As notificações são atos pelo qual se leva um facto ao conhecimento de uma pessoa ou se
chama alguém a juízo (art.35ºnº1CPPT).
As notificações podem efetuar se pessoalmente no local em que o notificado for
encontrado, por via postal simples, por carta registada ou por carta registada com aviso de
receção, ou por transmissão de dados através do serviço publico de notificações
eletrónicas associadas à morada única digital.
Neste caso em concreto, dispomos de dois tipos de notificação: uma notificação feita ao
sócio e uma notificação feita a sociedade pela sua caixa postal. Assim sendo, a notificação
feita ao socio, não é valida logo não produz efeitos, dado que, apenas gerentes ou
administradores de acordo com o artigo 41ºnº2 é que podem receber notificações na sua
residência. Por outro lado, a notificação feita a sociedade pela sua caixa postal é sim
valida, de acordo com o artigo 41ºnº1, em que as sociedades ou pessoas coletivas são
citadas ou notificadas na sua caixa postal eletrónica ou na área reservada no Portal das
finanças. Relativamente à data, se a carta com registo simples produzisse legalmente
efeitos, esta iria ocorrer ao terceiro dia de notificação de acordo com a lei, ou seja, seria no
dia 10 de abril. Sob a notificação da caixa postal, segundo a legislação só se contabiliza no
décimo quinto dia de notificação.

2. Diga em que local e horário devem decorrer as inspeções tributárias (2 valores).


Relativamente ao local, podem ser internas ou externas. Externas são as que funcionam
fora da AT nas instalações do contribuinte (art.13ºRCPITA). O artigo 34º fala que podem
ter lugar no local onde se encontra a contabilidade, nas instalações da empresa, ou fora
das instalações por acordo, mas em casos específicos.
Sob o horário deve ser no horário de funcionamento da empresa de acordo com o artigo
35º.

III. Grupo 1.
A sociedade IMPLICATED, lda, Lda recebeu hoje, dia 16/11, um relatório de
inspeção com uso de métodos indiretos em IRC. Segundo a Autoridade Tributária a
empresa tem dupla contabilidade e apresenta prejuízos consecutivos desde 2012. A
AT não enviou o relatório para a empresa para efeitos de direito de audição e fixou
valores de IRC desconsiderando uma série de custos. Quem recebeu a carta foi um
trabalhador que encontrou o carteiro na rua. A data do registo é da passada sexta-
feira (registo simples). Na mesma data foi enviado correio eletrónico para a caixa
postal eletrónica da sociedade, que ninguém irá abrir.

1. Pode a AT utilizar os métodos indiretos?

A contabilidade encontra se no artigo 88º e os prejuízos encontram se previstos no artigo


87º. Por estas razoes a AT pode utilizar sim os métodos indiretos.
2. Em que local e horário devem ocorrer as inspeções tributárias?
Relativamente ao local, podem ser internas ou externas. Externas são as que funcionam
fora da AT nas instalações do contribuinte (art.13ºRCPITA). O artigo 34º fala que podem
ter lugar no local onde se encontra a contabilidade, nas instalações da empresa, ou fora
das instalações por acordo, mas em casos específicos.
Sob o horário deve ser no horário de funcionamento da empresa de acordo com o artigo
35º.

André é 1 solicitador de Barcelos e foi notificado por carta-aviso, informando-o que


será objeto de uma inspeção ao IRS de 2019. André pretende saber:

1. se a inspeção decorrerá em sua casa ou se, em vez disso, ocorrerá no seu escritório –
as inspeções não devem decorrer no domicílio das pessoas (art.63ºLGT). A regra é no
escritório a não ser se por acordo ocorra noutro sítio ou no domicílio da contabilidade
(art.34º)

2.º se é possível ao inspetor ter acesso às suas contas bancárias e a informação sobre
uma empresa de que é gerente. É legitimo o contribuinte não dar acesso às contas
bancárias, ao domicílio, informação coberta pelo sigilo profissional. O artigo 63ºB da LGT,
fala que em certas circunstâncias poderá ser analisada.

3.º se a inspeção poderá decorrer ao final da tarde, fora do horário de abertura do


escritório, para não condicionar o atendimento de clientes – Poderá ser fora do horário de
estabelecimento, contudo só por acordo; normalmente ocorre sempre dentro do horário de
funcionamento do escritório.

4.º se a inspeção poderá ser feita por B, funcionário que há uns anos atrás dividiu
apartamento com A. Não. De acordo com o artigo 20ºnº1 alínea a) do RCPIT fala que não
se pode realizar inspeções tributária, a cônjuges, parentes em linha reta ou colateral ou em
3ºgrau, ou com pessoas que fossem divididas economias comuns.

5.º Se a inspeção poderá abranger outros anos e impostos


Os âmbitos podem ser alterados, mas tem que ser feito um despacho e o contribuinte tem
de ser notificado. Quanto ao âmbito pode ser só um ou vários, quando extensão tinha que
ser nos termos do artigo 15º.

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