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DIREITO ECONÔMICO

Princípios Gerais de Direito


Econômico

Livro Eletrônico
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CÓDIGO:
230411155242

NATALIA RICHE

Procuradora da Fazenda Nacional. Chefe da Divisão de Defesa da Primeira Instância


da PRFN da Primeira Região. Possui especialização em Direito Público. Tem experiência
na área de Direito, com ênfase em
DireitoTributário, Financeiro e Econômico. Atuou como membro do Núcleo de
Estudos Constitucionais (UniCeub) e do Grupo de Pesquisa Direito e Democracia no
Pensamento de Peter Häberle (IDP). Trabalhou como voluntária no United Nations
Women´s Guild, em Viena (tradutora de projetos).

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Direito Econômico
Princípios Gerais de Direito Econômico
Natalia Riche

SUMÁRIO
Princípios Gerais de Direito Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Análise das Constituições Brasileiras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1. A Constituição de 1824 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2. A Constituição de 1891 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3. A Constituição de 1934 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4. A Constituição de 1937 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.5. A Constituição de 1946 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.6. A Constituição de 1967 e a EC I/1969 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3. A Ordem Econômica na Constituição de 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1. Breve Contextualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4. Os Fundamentos e os Objetivos da Ordem Econômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.1. A Livre Iniciativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.2. A Valorização do Trabalho Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.3. A Existência Digna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.4. A Justiça Social. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5. Princípios Gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5.1. Princípios Explícitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5.2. Princípios Implícitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6. A Lei n. 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134

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PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO ECONÔMICO

1. INTRODUÇÃO
O ponto de partida da aula de hoje é a compreensão do conceito de ordem econômica.
Trata-se de uma representação estrutural com o intuito de organizar a atividade econômica
em determinada sociedade.
Um conceito bastante elucidativo é dado por Leonardo Vizeu Figueiredo:

Tratamento jurídico disciplinado pela Constituição para a condução da vida econômica da


Nação, limitado e delineado pelas formas estabelecidas pela própria Lei Maior para legitimar a
intervenção do Estado no domínio privado econômico1.

Vale lembrar a classificação dada por Eros Roberto Grau que já foi cobrada em diversas
provas. O autor divide a ordem econômica em duas vertentes conceituais:
• ampla: parcela da ordem de fato, inerente ao mundo do ser.
Essa vertente trata da disciplina das relações jurídicas decorrentes do exercício de
atividades econômicas.

• estrita: parcela da ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser.


Essa vertente trata da disciplina do comportamento dos agentes econômicos no mercado.
Em nossa primeira aula estudamos a evolução histórica do Direito econômico, com
destaque para a liberdade de atuação dos agentes privados e a reduzida intervenção do
estado na economia (principais características do liberalismo clássico).
O modelo liberal mostrou-se falho (principalmente após a Revolução Industrial e a Primeira
Guerra Mundial) dando espaço a um Estado Intervencionista. Nesse contexto, relembro as
ideias de Keynes, que buscou definir e limitar a atuação dos agentes econômicos.
Com o intervencionismo em destaque, a livre iniciativa e a propriedade privada
(considerados os dois pressupostos básicos do capitalismo) passam a sofrer uma maior
ingerência estatal, para cumprir fins sociais e corrigir as falhas de mercado.
Nessa parte introdutória também merece ser mencionada a situação peculiar ocorrida
na antiga União Soviética: as deficiências do modelo liberal fizeram surgir um modelo de
economia planificada caracterizado pela presença do poder público como único agente
econômico. Dentro desse modelo, os valores de propriedade são substituídos por uma ideia
de coletivização dos fatores de produção.

1
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense.

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Após uma breve síntese da ordem econômica mundial, vamos passar a analisar o caso
específico da ordem econômica brasileira.

Ordem Econômica

Conceito: representação estrutural com o intuito de organizar a


atividade econômica em determinada sociedade

Ampla Estrita
ordem de fato, inerente ao ordem de direito, inerente ao
mundo do ser mundo do dever-ser.

2. ANÁLISE DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

2.1. A CONSTITUIÇÃO DE 1824


Caracterizada por seu viés liberal, essa Constituição buscava garantir a liberdade de
mercado e o direito absoluto à propriedade individual.
Ainda não existia uma sistematização de regras econômicas e as normas tinham um
sentido negativo, exigindo um “não fazer” do Estado.

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base
a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio,
pela maneira seguinte.
XXII – E’garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem publico legalmente
verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do Cidadão, será elle préviamente indemnisado
do valor della. A Lei marcará os casos, em que terá logar esta unica excepção, e dará as regras
para se determinar a indemnisação.
XXIII – Tambem fica garantida a Divida Publica.
XXIV – Nenhum genero de trabalho, de cultura, industria, ou commercio póde ser prohibido, uma
vez que não se opponha aos costumes publicos, á segurança, e saude dos Cidadãos.

2.2. A CONSTITUIÇÃO DE 1891


O viés liberal permanece e surge lugar também para a liberdade de associação. O Estado
permanece garantindo as liberdades individuais.

Art. 72
(...)
§ 17. O direito de propriedade mantem-se em toda a sua plenitude, salvo a desapropriação por
necessidade, ou utilidade pública, mediante indemnização prévia.
§ 27. A lei assegurará a propriedade das marcas de fabrica.

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2.3. A CONSTITUIÇÃO DE 1934


Essa Constituição foi a pioneira em dedicar um capítulo à ordem econômica e social,
com inspiração na Constituição mexicana e na Constituição de Weimar.
O período foi marcado pelo fracasso das ideias liberais e pela preocupação com o
interesse coletivo, de modo que a propriedade estaria garantida, desde que não ferisse o
interesse social.

EXEMPLO
Criação da Justiça do trabalho e previsão de férias etc.

TÍTULO IV
Da Ordem Econômica e Social

Art. 115 - A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da Justiça e as
necessidades da vida nacional, de modo que possibilite a todos existência digna. Dentro desses
limites, é garantida a liberdade econômica.
Parágrafo único. Os Poderes Públicos verificarão, periodicamente, o padrão de vida nas várias
regiões da País.

2.4. A CONSTITUIÇÃO DE 1937


A Constituição de 1937 foi a primeira a se referir de modo expresso à intervenção do
estado no domínio econômico.
Caracterizada por seu viés autoritário e nacionalista, a Carta conferiu inúmeros poderes
ao Presidente e acabou não se vinculando à realidade política do Brasil (por essa razão, foi
denominada “polaca”, fazendo referência à constituição polonesa).

2.5. A CONSTITUIÇÃO DE 1946


Essa Constituição foi marcada pela retomada da democracia e pelo fim do totalitarismo
imposto pelo Estado Novo. Assim, buscou-se unir a intervenção do estado no domínio
econômico com ideais sociais advindas do novo liberalismo, bem como a subordinação do
exercício dos direitos individuais ao interesse da coletividade.

Da Ordem Econômica e Social


Art. 145 - A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça social,
conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano.
Parágrafo único. A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é
obrigação social.

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Art. 146 - A União poderá, mediante lei especial, intervir no domínio econômico e monopolizar
determinada indústria ou atividade. A intervenção terá por base o interesse público e por limite
os direitos fundamentais assegurados nesta Constituição.
Art. 147 - O uso da propriedade será condicionado ao bem-estar social. A lei poderá, com
observância do disposto no art. 141, § 16, promover a justa distribuição da propriedade, com
igual oportunidade para todos.

2.6. A CONSTITUIÇÃO DE 1967 E A EC I/1969


A partir dessas Constituições nota-se uma grande preocupação com o desenvolvimento
econômico, mantendo uma linha intervencionista. (apesar de não haver adoção clara de
um único sistema econômico).
Vale lembrar que a ditadura militar contribuiu para a formação da ideia de que a segurança
é o principal fator a ser considerado para o desenvolvimento econômico, social e político.
Nesse contexto, João Bosco Leopoldino da Fonseca ensina que:

A Constituição de 1967 colocou a intervenção do Estado no domínio econômico sob a inspiração de


um tema propulsor novo: o desenvolvimento econômico. De fato, o art. 157 daquela Constituição
colocou como um dos princípios ideológicos da ordem econômica, ao lado dos da liberdade de
iniciativa e de valorização do trabalho, o do desenvolvimento econômico (...). De fato, a partir
do contexto revolucionário de 1964, adotou-se uma forma de fazer com que o Estado tomasse
ao seu cargo o desenvolvimento econômico. Assim, o Estado passa a figurar, não mais como
regulador da atividade econômica a ser desenvolvida pelos particulares, mas como um ator, como
empresa a competir com a iniciativa privada. A Emenda 1, de 17.10.1969, que deu praticamente
nova redação ao texto constitucional de 1967, no título relativo à Ordem Econômica e Social
transformou o desenvolvimento econômico em desenvolvimento nacional (...). O Estado passava
a atuar cada vez mais no domínio econômico.2

Ordem Econômica nas Constituições brasileiras

• viés liberal
• liberdade de mercado
Constituição de 1824
• direito absoluto à propriedade individual.
• normas com sentido negativo

• viés liberal
Constituição de 1891
• liberdade de associação.

• Capítulo dedicado à ordem econômica e social


Constituição de 1934 • preocupação com o interesse coletivo
• interesse social.

2
FONSECA, João Bosco Leopoldino.Direito Econômico. 9 ed.Forense.

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Ordem Econômica nas Constituições brasileiras


• primeira referência expressa à intervenção do
Constituição de 1937 estado no domínio econômico.
• viés autoritário e nacionalista
• retomada da democracia
• intervenção do estado no domínio econômico e
Constituição de 1946 ideais sociais advindos do novo liberalismo
• subordinação do exercício dos direitos individuais
ao interesse da coletividade.
• preocupação com o desenvolvimento econômico
Constituição de 1967 e a EC I/69
• linha intervencionista.

3. A ORDEM ECONÔMICA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

3.1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO


Antes da CF/88 a Ordem Econômica era localizada no título da Ordem Social (título VIII).
Posteriormente foi inserida dentro do título VII, que cuida da Ordem Financeira e contém
quatro capítulos:

I – Dos princípios gerais da atividade econômica


II – Da política urbana
III – Da política agrícola e fundiária e de reforma agrária
IV – Do sistema financeiro nacional

Pela análise da CF/88 podemos concluir que ela se traz um sistema econômico capitalista,
com garantia da liberdade de iniciativa e da propriedade privada (com possibilidade de
limitação estatal em ambos os casos).
Apesar da clara adoção das ideias capitalistas, é importante ressaltar que não se pode
falar em um capitalismo puro. Isso porque embora os fatores de produção pertençam aos
agentes privados, a intervenção estatal é prevista em determinados casos.
A situação delineada acima é explicada de forma clara na obra de José Afonso da Silva:

A Constituição é capitalista, mas a liberdade é admitida enquanto exercida no interesse da justiça


social e confere prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais valores da
economia de mercado3.

A regra geral é que a intervenção do Estado na Ordem Econômica ocorra de forma indireta
(por meio de regulação e/ou normatização). Excepcionalmente, existe a possibilidade de
intervenção direta, nas hipóteses taxativas do art. 173 ( já mencionadas na aula 1).

3
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.

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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Pela leitura das normas constitucionais podemos verificar as seguintes funções que
são exercidas pelo Estado:
• fiscalizar, incentivar e planejar (art 174)

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.

• explorar a atividade econômica:


− monopólio constitucional

Art. 177. Constituem monopólio da União:


I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de
petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as
alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

• prestar serviços públicos (art. 175)

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos

• explorar em concorrência com o particular (art. 173)

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)

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II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação
de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Todos os artigos acima serão analisados nas aulas específicas, por enquanto basta que
você visualize todas as formas de atuação do Estado na economia.

Ordem Econômica na CF/88

sistema econômico capitalista, com garantia da


Principais características liberdade de iniciativa e da propriedade privada
possibilidade de intervenção estatal

intervenção indireta do Estado na Ordem


Regra geral
Econômica

intervenção direta: imperativos da segurança


Exceções
nacional ou a relevante interesse coletivo,

• fiscalizar, incentivar e planejar


• explorar a atividade econômica (monopólio)
Funções exercidas pelo Estado
• prestar serviços públicos
• explorar em concorrência com o particular

Em consonância com as normas citadas acima, destaco interessante julgado do STF


acerca da legitimidade de atuação do Poder Público na ordem econômica:

JURISPRUDÊNCIA
RECONHECIMENTO, PELA CORTE JUDICIÁRIA LOCAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL DE
LEI DISTRITAL QUE VEDA A INSTALAÇÃO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM DETERMINADAS
ÁREAS, COMO ESTACIONAMENTOS DE SUPERMERCADOS – REGULAÇÃO ESTATAL DA
ATIVIDADE ECONÔMICA EXCEPCIONALMENTE MOTIVADA POR RAZÕES DE ELEVADO
INTERESSE SOCIAL E DE SEGURANÇA DA COLETIVIDADE – CIRCUNSTÂNCIA QUE
LEGITIMA, EM FACE DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE RISCO, A ATUAÇÃO NORMATIVA
DO PODER PÚBLICO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – DOUTRINA – PRECEDENTES

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A regulação estatal no domínio econômico, por isso mesmo, seja no plano normativo,
seja no âmbito administrativo, traduz competência constitucionalmente assegurada
ao Poder Público, cuja atuação – destinada a fazer prevalecer os vetores condicionantes
da atividade econômica (CF,art. 170) – é justificada e ditada por razões de interesse
público, especialmente aquelas que visam a preservar a segurança da coletividade.
A obrigação do Estado, impregnada de qualificação constitucional, de proteger a
integridade de valores fundados na preponderância do interesse social e na necessidade
de defesa da incolumidade pública legitima medidas governamentais, no domínio
econômico, decorrentes do exercício do poder de polícia, a significar que os princípios
que regem a atividade empresarial autorizam, por efeito das diretrizes referidas no
art. 170 da Carta Política, a incidência das limitações jurídicas que resultam do modelo
constitucional que conforma a própria estruturação da ordem econômica em nosso
sistema institucional. (STF-RE597165 AgR DF, DJ em 19/12/14)

001. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO - DIREITO ECONÔMICO E REGULAÇÃO,


EMPRESARIAL E DO CONSUMIDOR/2022) Consideram-se incompatíveis com os princípios da
ordem econômica previstos na Constituição Federal de 1988, as decisões governamentais que
a) dificultem o crescimento econômico para proteger o meio ambiente.
b) estatizem atividades privadas consideradas estratégicas.
c) restrinjam a remessa de lucros pelo investimento estrangeiro.
d) tributem progressivamente a propriedade privada improdutiva.
e) confiram tratamento privilegiado a empresas nacionais de pequeno porte.

O item B traz a única hipótese contrária aos princípios da ordem econômica. Veja que o
art. 173 dispõe que a intervenção direta só ocorrerá em casos excepcionais de imperativos
da segurança nacional ou relevante interesse coletivo, não existindo qualquer menção às
atividades estratégicas.
a) Certa. O item está de acordo com o art. 170, VI.
c) Certa. O item está de acordo com o art. 172.
d) Certa. O item está de acordo com o art. 170, IX.
e) Certa. O item está de acordo com o art. 153, VI, e § 4º, I.
Letra b.

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001. (TRF 4 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA) Consoante o texto constitucional, a ordem


econômica se edificará sob o fundamento da livre-iniciativa, de cunho predominantemente
capitalista, conferindo a todos o direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por
sua conta e risco, não competindo ao Estado brasileiro a regularização e a normalização
das atividades econômicas.

O item está incorreto, pois o art. 174 prevê o Estado como agente normativo e regulador
das atividades econômicas.
Errado.

4. OS FUNDAMENTOS E OS OBJETIVOS DA ORDEM


ECONÔMICA
O art 170, caput, da CF estabelece que:

A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social (...)

Esse artigo traz normas dirigentes (prevendo uma programação para a realização de
determinado objetivo).
Veja que a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa são apontadas como
fundamento da ordem econômica e que a existência digna, conforme os ditames da justiça
social é descrita como objetivo.
Os nove incisos que constam no artigo trazem, por sua vez, os princípios constitucionais
da ordem econômica.
É muito comum que os examinadores tentem confundir o candidato e identifiquem
incorretamente os fundamentos, objetivos e princípios.

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Vamos estudá-los separadamente:

4.1. A LIVRE INICIATIVA


Trata-se de umas das principais características do capitalismo, positivada no ordenamento
jurídico brasileiro por meio do alvará de 1 de abril de 1808, expedido por D. João VI, que
concedeu liberdade de indústria às colônias portuguesas. Embora no início, tenha sido
considerada um direito individual absoluto, atualmente deve se conformar à função social.
A livre iniciativa pode ser definida como a liberdade de empreender ou exercer qualquer
forma de atividade econômica. O conceito abarca outras formas de organização econômica,
como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Todavia, é permitida
a restrição estatal do exercício da atividade econômica com fundamento na defesa da
coletividade, com imposição de requisitos mínimos necessários para tal exercício.
A livre iniciativa deve ser analisada em suas duas facetas:
• Positiva: assegura a liberdade econômica a qualquer cidadão.
• Negativa: proíbe que o Estado intervenha restringindo a livre iniciativa, salvo se
houver previsão legal.
Como ressaltei no início do tópico, não se trata de uma liberdade absoluta, na medida
em que é limitada por outros princípios, como o da justiça social (buscando dar uma melhor

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condição de vida aos trabalhadores), da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais
do trabalho, bem como pelo próprio Estado.
Conforme definido pelo ministro Roberto Barroso4:

O princípio da livre iniciativa, inserido no caput do art. 170 da Constituição nada mais é do que
uma cláusula geral cujo conteúdo é preenchido pelos incisos do mesmo artigo. Esses princípios
claramente definem a liberdade de iniciativa não como uma liberdade anárquica, mas social, e
que pode, consequentemente, ser limitada.

Da mesma forma, a atuação direta e a intervenção do estado na economia devem


obedecer aos padrões estabelecidos constitucionalmente, portanto, só haverá limitação
à livre iniciativa se a CF assim autorizar.

EXEMPLO
Intervenção direta na produção e comercialização de bens e serviços quando houver relevante
interesse coletivo (art. 173, caput, da CF).

Em consonância com a livre iniciativa, o parágrafo único do art. 170 dispõe que é
assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente
de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Isso significa que a
escolha do trabalho fica ao arbítrio do indivíduo (pessoa natural ou jurídica), sendo indevida
a interferência estatal.
Confira os principais julgados sobre o tema:
• a terceirização das atividades-meio ou das atividades-fim de uma empresa tem
amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência,
que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de decidir como estruturarão
seu negócio (art. 170, caput e inc. IV, CF). Do mesmo modo, a decisão sobre quanto
pagar ao empregado é tomada por cada empresa, de acordo com suas capacidades
econômicas, e protegida pelos mesmos princípios constitucionais. (...) A equiparação
de remuneração entre empregados da empresa tomadora de serviços e empregados
da empresa contratada (terceirizada) fere o princípio da livre iniciativa, por se tratar de
agentes econômicos distintos, que não podem estar sujeitos a decisões empresariais
que não são suas.(STF-RE 635.546, DJE em 19/05/21)
• Constitucionalidade dos artigos 23 e 27 da Instrução 308/1999, da Comissão
de Valores Mobiliários, ao estabelecerem restrições razoáveis, proporcionais e
adequadas ao exercício da atividade de auditoria independente, prestada às
companhias sujeitas à sua fiscalização à luz dos arts. 5º, incs. II e XIII, 84, incs. II

4
STF-ARE 1.104.226 AgR-DJ em 27/04/18

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e VI, 87, parágrafo único e inc. II, 88, 170 e 174 da Constituição Federal de 1988
(STF-RE902261-DJ em 09/10/20-Repercussão geral tema 969)
• Constitucionalidade da vedação à venda varejista ou ao oferecimento de bebidas
alcoólicas para consumo no local, destinada a empreendimentos comerciais
localizados em terrenos com acesso direto à rodovia (STF-ADI 4017 e ADI 4103-
DJ em 23/09/22)
• É inconstitucional a proibição ou restrição da atividade de transporte privado
individual por motorista cadastrado em aplicativo, por violação aos princípios da livre
iniciativa e da livre concorrência (...)”.(STF-RE 1054.110-DJ em 09/05/19-Repercussão
geral-tema 967)
• Inconstitucionalidade da proibição ou restrição da atividade de transporte
privado individual por motorista cadastrado em aplicativo (STF-ADPF 449, DJ
em 02/09/19).
• Inconstitucionalidade das leis que obrigam supermercados ou similares à prestação
de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras, por violação ao
princípio da livre iniciativa (STF-RE 839.950-DJ em 24/10/18)
• Inconstitucionalidade da lei que exige que a empresa em débito com a Fazenda
Pública tenha que oferecer garantia para que possa emitir notas fiscais (STF- STF.
RE 565048/RS, julgado em 29/5/14.)
• Constitucionalidade de lei que concede passe livre às pessoas portadoras de
deficiência: não há ofensa à livre iniciativa (STF- ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).
• Constitucionalidade da lei que concede meia entrada para acesso a locais públicos
de cultura e lazer aos doadores regulares de sangue: não há ofensa à livre iniciativa
(STF-ADI 3512/ES, DJ em 23/06/06).
• Inconstitucionalidade da fixação de preços em valores abaixo da realidade e em
desconformidade com a legislação aplicável ao setor: ofensa ao livre exercício da
atividade econômica e ao princípio da livre iniciativa (STF- RE 422941-2/DF-DJ em
24/03/06).
• Inconstitucionalidade da lei que estabelece confusão entre os patrimônios das
pessoas física e jurídica: inibe a iniciativa privada (STF RE 562276/PR,DJ em 09/12/11)
• Inconstitucionalidade da fixação pelo Poder Executivo de preços de produtos
derivados de cana de açúcar abaixo do preço de custo (STF- RE 648622 AGr/DF-
DJ em 21/02/13)

Para finalizar esse tópico, lembre-se que também existe previsão da livre iniciativa no
art.1, IV, como fundamento da República Federativa do Brasil e que esse princípio não se
confunde com a livre concorrência (falaremos desse ponto mais adiante).

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002. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2014/ADAPTADA) O exercício ou não de atividade


econômica diretamente pelo Estado fica a critério do poder público, quando o interesse
estatal o exigir.

O item está incorreto e também se baseia no parágrafo único do art. 170 e no art. 173.
Errado.

4.2. A VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO


Esse fundamento é direcionado ao indivíduo e à sociedade, já que em um sistema
econômico capitalista, a produção de rendas e riquezas baseia-se no trabalho.
A valorização do trabalho humano significa que o Poder Público deve possibilitar ao
indivíduo uma existência digna, com o produto da remuneração de seu labor. Dessa forma,
o Estado buscará tutelar os direitos dos trabalhadores, garantindo uma renda mínima,
repouso semanal remunerado, gozo de férias anuais etc. Ex: art 6 e 7 da CF. Também se
baseia nesse fundamento, a garantia do Estado de que todos tenham acesso ao mercado
de trabalho. Isso muitas vezes é garantido por meio de políticas de investimento em
capacitação de mão de obra.
Vale lembrar, ainda, que o valor social do trabalho é um dos fundamentos da República,
nos termos do art. 1, IV da CF.
Ao julgar o RE 958.252 (tema 725), o STF analisou a Súmula 331 do TST que proíbe
a terceirização de atividades-fim e responsabilização do contratante pelas obrigações
trabalhistas referentes aos empregados da empresa terceirizada, concluindo pela sua
inconstitucionalidade.
Na oportunidade, a Corte destacou que:

JURISPRUDÊNCIA
(...) Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV),
são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada
determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja vista
ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de organização
produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório para

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evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da


proporcionalidade e da razoabilidade.
(...)
A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de ‘precarizar’, ‘reificar’
ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos trabalhadores em
geral, como a redução do desemprego, diminuição do turnover, crescimento econômico
e aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos constitucionais
como ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais’, ‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a ‘busca do pleno
emprego’ (arts. 3º, III, e 170 CRFB).

4.3. A EXISTÊNCIA DIGNA


Quando falamos nesse objetivo, estamos tratando de oportunizar a todos condições
mínimas de sobrevivência. Assim o Estado irá direcionar a atividade econômica para a
erradicação da pobreza e para o fim das desigualdades sociais, utilizando-se de políticas
públicas que efetivem esses direitos.
Destaco que, esse princípio também está previsto como fundamento da República, nos
termos do art. 1, III da CF.

4.4. A JUSTIÇA SOCIAL


Esse objetivo busca garantir que todos tenham acesso indiscriminado aos bens necessários
à satisfação de suas necessidades básicas (educação, saúde, etc)
Trata-se de um princípio de justiça distributiva, possibilitando a repartição de bens e
encargos entre todos os membros da sociedade, promovida pelo Estado (compartilhamento
dos riscos e riquezas da nação).

5. PRINCÍPIOS GERAIS
Antes de iniciarmos, é importante que você entenda que apesar de o legislador diferenciar
os objetivos e fundamentos, ambos possuem caráter principiológico.
Além do caput, o art. 170 da CF traz nove incisos com princípios relevantes aplicáveis à
ordem econômica, que podem ser divididos em
• princípios de caráter liberalizante: limitam a intervenção do Estado (incisos II e
IV:propriedade privada e livre concorrência)

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• princípios de caráter intervencionista: determinam uma atuação positiva do Estado,


a fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).
Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios
integrativos, já que buscam reduzir a marginalização social.

EXEMPLO
Erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.

Por fim, também existem princípios implícitos na Constituição que deverão ser observados
pelos agentes econômicos.

5.1. PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

5.1.1. SOBERANIA NACIONAL


Previsto no art. 170 como princípio da ordem econômica e no art. 1 como princípio
fundamental da República, o termo remonta a Jean Bodin, que definiu soberania como o
poder do monarca de não se sujeitar à qualquer condição imposta pelo povo.
Posteriormente, com Rousseau, a soberania foi transferida do monarca para todo o
povo. Lembre-se, ainda, do Tratado de Westfalia, que encerrou a guerra dos 30 anos e
reconheceu que existem diversos estados soberanos e iguais.

Em que consiste a soberania atualmente?

A soberania é vista como um elemento do Estado, enquanto sujeito na ordem internacional


e significa que as decisões tomadas representam a vontade do Estado Nacional, entretanto,
essa vontade não é absoluta, mas constitui um certo grau de liberdade que o Estado possui
para decidir diante de determinado cenário.
Por meio da política econômica o Estado estabelece sua posição de soberania
interdependente com os outros estados.
Além disso, a soberania deve buscar o desenvolvimento econômico e se concretiza por
meio do desenvolvimento de políticas públicas que possibilitem que a sociedade nacional
participe nas mesmas condições que as sociedades internacionais.
Por fim, ressalto que uma nação somente será dotada de soberania nacional quando
houver um padrão de desenvolvimento econômico e social que lhe garanta independência
em suas decisões políticas.

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5.1.2. PROPRIEDADE PRIVADA


Esse princípio assegura aos agentes a liberdade de explorar e organizar e permite a
apropriação privada dos meios de produção. Também pode ser encontrado na Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948.
Ao mesmo tempo, estabelece que Estado atuará na propriedade privada quando
necessário, conforme os casos previstos na Constituição.

EXEMPLO
Desapropriação, mediante prévia e justa indenização (art. 182, §3), ocupação temporária,
cobrança de tributos.

Vale lembrar que em nossa atual configuração (capitalismo com viés social) a propriedade
não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma vez que deve obedecer a sua
função social.

5.1.3. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE


Trata-se de princípio estruturante que limita o exercício da autonomia privada sobre os
bens de modo que os interesses particulares encontram limites nos direitos da sociedade.
Em outras palavras, o interesse individual é relativizado em busca do interesse coletivo.
Veja a previsão contida no art. 5 da CF 88:

Art. 5 (...)
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social

Conforme afirma Leonardo Vizeu Figueiredo:

Consiste no condicionamento racional do uso da propriedade privada imposto por força de lei,
sob pena de expropriação, no qual o Poder Público interfere na manifestação volitiva do titular
da propriedade, garantindo que a fruição desta atinja fins sociais mais amplos de interesse da
coletividade, tais como o bem-estar social e a justiça distributiva5.

EXEMPLO
O direito de edificar, que é condicionado à função social da propriedade. Assim, eventual
restrição ao direito de construir decorrente de uma limitação administrativa irá afetar o
direito de propriedade, sendo garantido o direito à indenização desde que as restrições não
sejam preexistentes à aquisição do terreno (STF RE 140436, DJ em 6/8/99)

5 5
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense.

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Várias normas constitucionais demonstram que a garantia do direito de propriedade


somente estará presente se houver o cumprimento de sua função social. Confira:

Art. 182
(...)
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

5.1.4. LIVRE CONCORRÊNCIA


O princípio permite a coexistência de grandes grupos e pequenas empresas no mercado,
ou seja, faz com que o Estado abrigue uma ordem econômica fundada na competitividade
entre os entes e no equilíbrio (garantindo que todos possam concorrer e explorar o mercado).
A livre concorrência_ que teve como um de seus marcos jurídicos o Sherman Act de
1890_ está ligada à proteção às empresas de pequeno porte, bem como à proteção ao
consumidor, já que a competitividade induz a diminuição de preços e o investimento na
melhora dos produtos.
Por sua vez, a competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos
meios de produção.
Fique atento nessa dica:

DICA
Somente haverá livre concorrência se houver livre iniciativa,
mas a recíproca não é verdadeira.
Os dois princípios não se confundem, já que muitas vezes
é necessária a intervenção do estado (restringindo a livre
iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.

Seguem os principais julgados sobre o tema:

JURISPRUDÊNCIA
Discussão sobre a exclusividade da propriedade industrial em razão da demora
na concessão do registro de marca pelo INPI concomitante ao surgimento de uso

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mundialmente consagrado da mesma marca por concorrente (ARE 1.266.095 RG, rel.
min. Dias Toffoli, j. 17-3-2022, P, DJE de 25-4-2022, Tema 1.205, com mérito pendente)

Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva


de mercado a prestadores domiciliados em determinado Estado-membro como
requisito para a fruição de regime tributário favorecido e de acesso a investimentos
públicos. (...) Há desequilíbrio concorrencial no mercado interno, quando ato legislativo
incentiva a concentração de mercados e eventual cartelização das cadeias produtivas.
No caso, atentam contra a livre concorrência os requisitos para fruição dos subsídios
financeiros e econômicos criados por ente federativo às sociedades empresárias do
ramo automobilístico sediadas em seu território. (STF- ADI 5.472, DJ em 14/08/18)

Decreto distrital 30.008/2009. Estabelecimento de norma para a consignação em folha


de pagamento de empregados pertencentes ao quadro de pessoal das empresas públicas
e sociedades de economia mista do Distrito Federal. Exclusividade de concessão de
empréstimo consignado pactuado entre determinada instituição financeira e o ente
federado. (...) os contratos de exclusividade pactuados entre instituição financeira
e ente federado violam os princípios da livre concorrência e da livre escolha do
consumidor. (STF- ARE 884.000 AgR-segundo DJ em 26/06/18)

Recurso Extraordinário. Efeito suspensivo. Inadmissibilidade. Estabelecimento industrial.


Interdição pela Secretaria da Receita Federal. Fabricação de cigarros. Cancelamento do
registro especial para produção. Legalidade aparente. Inadimplemento sistemático
e isolado da obrigação de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.
Comportamento ofensivo à livre concorrência. Singularidade do mercado e do caso.
Liminar indeferida em ação cautelar. Inexistência de razoabilidade jurídica da pretensão.
Votos vencidos. Carece de razoabilidade jurídica, para efeito de emprestar efeito
suspensivo a recurso extraordinário, a pretensão de indústria de cigarros que, deixando
sistemática e isoladamente de recolher o Imposto sobre Produtos Industrializados, com
conseqüente redução do preço de venda da mercadoria e ofensa à livre concorrência,
viu cancelado o registro especial e interditados os estabelecimentos. (STF-AC 1657-
MC-DJ e 31/08/07).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FARMÁCIA. FIXAÇÃO DE HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO.


ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. A fixação de horário de funcionamento para o comércio
dentro da área municipal pode ser feita por lei local, visando o interesse do consumidor

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e evitando a dominação do mercado por oligopólio. Precedentes. Recurso extraordinário


não conhecido. (STF-RE 189.170-SP- DJ em 8/8/03)
Serviços de Telecomunicações. Exploração. Edição de Listas ou Catálogos Telefônicos e
Livre Concorrência. Se, por um lado, a publicação e distribuição de listas ou catalogos
telefônicos constituia um ônus das concessionárias de serviço de telefonia - que
podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade - não se pode dizer que
estas tinham exclusividade para fazê-lo. O artigo 2º da L. 6.874/80 (“A edição ou
divulgação das listas referidas no § 2º do art. 1º desta Lei, sob qualquer forma ou
denominação, e a comercialização da publicidade nelas inserta são de competência
exclusiva da empresa exploradora do respectivo serviço de telecomunicações, que
deverá contratá-las com terceiros, sendo obrigatória, em tal caso, a realização de
licitação”) era inconstitucional - tendo em vista a Carta de 1969 - na medida em que
institui reserva de mercado para a comercialização das listas telefônicas em favor das
empresas concessionárias. RE desprovido. (STF- RE 158.676-DJ em 5/10/07)

Por fim, lembre-se que embora o Estado deva garantir a livre concorrência, isso não
significa que sua atuação será ilimitada.
Nesse sentido dispõe a Súmula Vinculante 49 que já vimos na aula passada:

JURISPRUDÊNCIA
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

5.1.5. DEFESA DO CONSUMIDOR


A defesa do consumidor norteia toda a atividade econômica e não pode ser violada com
o fim de se atingir o desenvolvimento econômico.
Existem vários agentes que atuam na defesa do consumidor: Ministério Público, Defensoria
Pública, Procon. Todos eles atuam para buscar equilibrar a relação desigual de poder entre
o fornecedor e o destinatário final.
A livre concorrência também beneficia o consumidor, já que a competitividade induz a
diminuição de preços e o investimento na melhora dos produtos.
Nesse contexto, destaco os seguintes julgados:

JURISPRUDÊNCIA
Resolução 4.765, de 27 de novembro de 2019, do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Cobrança de tarifa de cheque especial. (...) Tarifa bancária com características de
taxa. Possível violação ao princípio da legalidade tributária. Cobrança que coloca o

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consumidor em situação de vulnerabilidade econômico-jurídica. Desproporcionalidade


da medida adotada pelo CMN para correção de falha de mercado.(STF- ADI 6407- DJ
em 03/05/21)

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados


internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência
em relação ao Código de Defesa do Consumidor. (STF-RE 636.331, DJ em 13/11/17-
Tema 210)

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ADI CONTRA LEI PARANAENSE 13.519, DE


8 DE ABRIL DE 2002, QUE ESTABELECE OBRIGATORIEDADE DE INFORMAÇÃO, CONFORME
ESPECIFICA, NOS RÓTULOS DE EMBALAGENS DE CAFÉ COMERCIALIZADO NO PARANÁ.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 22, I e VIII, 170, CAPUT, IV, E PARÁGRAFO ÚNICO, E
174 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR. OFENSA INDIRETA. AÇÃO
JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I - Não há usurpação de competência da
União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque o ato
normativo impugnado buscou, tão-somente, assegurar a proteção ao consumidor.
II - Precedente deste Tribunal (ADI 1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de
que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais,
lei paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre
produtos combustíveis. III - Afronta ao texto constitucional indireta na medida em que
se mostra indispensável o exame de conteúdo de outras normas infraconstitucionais,
no caso, o Código do Consumidor. IV - Inocorre delegação de poder de fiscalização a
particulares quando se verifica que a norma impugnada estabelece que os selos de
qualidade serão emitidos por entidades vinculadas à Administração Pública estadual.
V - Ação julgada parcialmente procedente apenas no ponto em que a lei impugnada
estende os seus efeitos a outras unidades da Federação. (STF-ADI 2832/PR, DJ em
20/6/08).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM


VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do consumidor
se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afastam-se as
normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia
quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo
Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária,

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sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência,


no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial
sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República.
4. Recurso não conhecido. (STF-RE 351.750, DJ em 02/09/09).

5.1.6. DEFESA DO MEIO AMBIENTE


O princípio determina que o Estado regule as atividades econômicas e, ao mesmo tempo,
proteja o meio ambiente, principalmente em relação aos recursos naturais sustentáveis.
A redação da CF 88 evoluiu para proteger ainda mais o esse princípio constitucional. Após
a edição da EC 42/03 o inciso VI que antes previa somente a defesa do meio ambiente, passou
a estabelecer “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração
e prestação.”
O capítulo VI da CF/88 trata especificamente do tema. Confira abaixo suas principais
disposições:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
(...)
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente
(...)
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais
(...)

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§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.

O arcabouço constitucional e legal acerca do tema é bastante vasto. Nesse contexto,


destacam-se:
• art. 129, III da CF: prevê a responsabilidade do Ministério Público para promover
inquérito civil e ação civil pública visando a proteção do meio ambiente.
• art 2 da Lei 6.938/81: determina que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana(...)
• art 4 da Lei 6.938/81: determina que a Política Nacional do Meio Ambiente visará
à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, bem como a definição de áreas
prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico,
atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
e dos Municípios.
Em síntese, o desenvolvimento econômico deve pautar-se na defesa do meio ambiente.
Por todo o exposto, podemos dizer que o princípio da defesa do meio ambiente visa a
utilização racional dos bens e fatores de produção naturais, garantindo-se sua contínua e
permanente exploração pelas gerações futuras.
Veja dois emblemáticos julgado do STF sobre o tema:

JURISPRUDÊNCIA
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO.
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS
PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS:
AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO
AMBIENTE EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO
MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO
EXECUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM
CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO
JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da
arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito
à saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da
Constituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios

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constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados em


harmonia com o do desenvolvimento social saudável. (...)2. Argüição de descumprimento
dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judiciais
nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que não compõem o
Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a partir
de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente
aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus
novos e, consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do
seu desgaste. Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados
para submissão dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes.
Ausência de eliminação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com
malefícios ao meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais
(art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade
intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a
geração atual e para as gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento
econômico com garantia paralela e superiormente respeitada da saúde da população,
cujos direitos devem ser observados em face das necessidades atuais e daquelas
previsíveis e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras. (...)
(STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um


típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o
gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a
especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras
gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ
164/158-161). O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa
a garantia de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos
intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos
se impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum das pessoas em geral.
Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM
OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE.
(...) A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE
DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO
EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. - O princípio
do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente

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constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais


assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio
entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação
desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais
relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie
o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à
preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das
pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações(...) (STF-ADI
3540-MC- DJ em 3/2/06)

5.1.7. REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS E SOCIAIS

O princípio, que também é considerado um dos objetivos fundamentais da República


(art. 3 da CF), busca reduzir as diferenças entre regiões mais subdesenvolvidas e alcançar
melhorias na área social.
Esses fins podem ser alcançados por meio de diferentes formas de atuação na ordem
econômica como implementação de políticas públicas, estabelecimento de salários mínimos,
incentivos fiscais etc.
Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
É constitucional — por não ofender o direito de propriedade e os princípios da ordem
econômica e do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos — lei
federal que determina a reserva, por veículo, de duas vagas gratuitas e, após estas
esgotarem, de duas vagas com tarifa reduzida em, no mínimo, 50%, para serem
utilizadas por jovens de baixa renda no sistema de transporte coletivo interestadual
de passageiros (STF-ADI 5.657, DJ em 17/11/22)

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei complementar estadual que fixa piso salarial
para certas categorias. Pertinência temática. Conhecimento integral da ação. Direito
do trabalho. Competência legislativa privativa da União delegada aos Estados e ao
Distrito Federal. Lei Complementar federal n. 103/2000. Alegada violação ao art. 5º,
caput (princípio da isonomia), art. 7º, V, e art. 114, § 2º, da Constituição. Inexistência.
Atualização do piso salarial mediante negociação coletiva com a participação do
“Governo do Estado de Santa Catarina”. Violação ao princípio da autonomia sindical.
Inconstitucionalidade formal. Procedência parcial. (...) 3. A lei questionada não
viola o princípio do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial

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regional visa, exatamente, reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção


aos trabalhadores e assegurando a eles melhores condições salariais. (...) 5. A lei
impugnada realiza materialmente o princípio constitucional da isonomia, uma vez que
o tratamento diferenciado aos trabalhadores agraciados com a instituição do piso
salarial regional visa reduzir as desigualdades sociais. A Lei Complementar federal n.
103/2000 teve por objetivo maior assegurar àquelas classes de trabalhadores menos
mobilizadas e, portanto, com menor capacidade de organização sindical, um patamar
mínimo de salário. (STF-ADI 4364-DJ em 16/5/11).

Além disso, com fundamento na solidariedade e no federalismo cooperativo, adota-


se políticas efetivas de distribuição de rendas para favorecer as regiões hipossuficientes.
Em consonância com esse princípio, veja o que dispõe o art 43 da CF:

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais,
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente
com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade
do Poder Público;
II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas
físicas ou jurídicas

Com fundamento na redução da desigualdades regionais, o STF julgou com repercussão


geral a possibilidade de creditamento na aquisição direta de insumos provenientes
da Zona Franca de Manaus, ressaltando que “o tratamento constitucional conferido aos
incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é especialíssimo”. Confira:

JURISPRUDÊNCIA
Imposto sobre produtos industrializados – IPI. Creditamento na aquisição direta de
insumos provenientes da Zona Franca de Manaus. (...) Inaplicabilidade da regra contida
no artigo 153, § 3º, II da constituição federal à espécie. (...) O fato de os produtos
serem oriundos da Zona Franca de Manaus reveste-se de particularidade suficiente
a distinguir o presente feito dos anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal
sobre o creditamento do IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento
constitucional conferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus

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é especialíssimo. A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de interesse


da federação como um todo, pois este desenvolvimento é, na verdade, da nação
brasileira. A peculiaridade desta sistemática reclama exegese teleológica, de modo a
assegurar a concretização da finalidade pretendida. À luz do postulado da razoabilidade,
a regra da não cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se
compreendida como uma exigência de crédito presumido para creditamento diante
de toda e qualquer isenção, cede espaço para a realização da igualdade, do pacto
federativo, dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e da soberania
nacional (STF- RE 592.891-DJ em 20/09/19- Tema 322)

5.1.8. BUSCA DO PLENO EMPREGO


A busca do pleno emprego consagra a valorização do trabalho humano, na medida em que
o Estado deve buscar intervir e criar medidas (fomento, incentivos fiscais, financiamentos)
com o intuito de proporcionar o aumento da taxa de empregos, possibilitando a concretização
do princípio da dignidade da pessoa humana e da justiça social.
Assim, a população economicamente ativa poderá gerar renda para si e para o país,
movimentando a economia.

5.1.9. TRATAMENTO FAVORECIDO ÀS EMPRESAS NACIONAIS DE PEQUENO PORTE


O princípio prevê o tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
Desse modo, o Estado busca garantir condições mínimas para que o pequeno
estabelecimento empresarial possa competir com grandes empresas no mercado, promovendo
a livre concorrência.
Em consonância com tema, o art. 179 da CF traz a seguinte previsão:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e


às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando
a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Por sua vez, o artigo 146, III, d, exige que o tratamento diferenciado para as microempresas
e empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso de
determinados impostos e contribuições, seja feito por meio de lei complementar. Veja:

E quais são esses impostos e contribuições mencionados no artigo?

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• operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior (art. 155, II)
• contribuições sociais (art 195):

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)§ 12. A lei definirá os setores de
atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do
caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)

• arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social e para


o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (financiam o programa
do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º do art. 239)
A LC 123/06 atendeu esses comandos e regulamentou o tratamento diferenciado e
favorecido das empresas de pequeno porte, com destaque para as seguintes disposições:
• apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive
obrigações acessórias;
• cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações
acessórias;
• acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e
serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único


do art. 146, in fine, da Constituição Federal.
Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. ISENÇÃO CONCEDIDA ÀS MICROEMPRESAS
E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES NACIONAL (“SUPERSIMPLES”). LEI
COMPLEMENTAR 123/2006, ART. 13, § 3º. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 3º, III, 5º, CAPUT,
8º, IV, 146, III, D, E 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO. 1. Ação direta de inconstitucionalidade

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ajuizada contra o art. 13, § 3º da LC 123/2006, que isentou as microempresas e


empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação
de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
– Simples Nacional (“Supersimples”). 2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de
lei específica para dispor sobre isenção (art. 150, § 6º da Constituição), uma vez que
há pertinência temática entre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado
de tributação. Ademais, ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a
existência da norma de isenção durante o processo legislativo. 3. A isenção concedida
não viola o art. 146, III, d, da Constituição, pois a lista de tributos prevista no texto
legal que define o campo de reserva da lei complementar é exemplificativa e não
taxativa. Leitura do art. 146, III, d, juntamente com o art. 170, IX da Constituição.
3.1. O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de princípio
constitucional, de modo a orientar todos os entes federados a conferir tratamento
favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos para fazer frente
à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa legislação tributária deve
ceder à interpretação mais adequada e harmônica com a finalidade de assegurar
equivalência de condições para as empresas de menor porte. 4. Risco à autonomia
sindical afastado, na medida em que o benefício em exame poderá tanto elevar o número
de empresas a patamar superior ao da faixa de isenção quanto fomentar a atividade
econômica e o consumo para as empresas de médio ou de grande porte, ao incentivar
a regularização de empreendimentos. 5. Não há violação da isonomia ou da igualdade,
uma vez que não ficou demonstrada a inexistência de diferenciação relevante entre
os sindicatos patronais e os sindicatos de representação de trabalhadores, no que
se refere ao potencial das fontes de custeio. 6. Ação direta de inconstitucionalidade
conhecida, mas julgada improcedente.( STF-ADI 4033/DF-DJ em 7/2/01)

003. (CESPE - CEBRASPE/TCE-RJ/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2023) Em relação à


ordem econômica estabelecida na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A finalidade precípua da ordem econômica é a manutenção da soberania nacional.

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O item está incorreto. A soberania nacional é princípio da ordem econômica, nos termos
do art. 170 I da CF.
Por sua vez, o caput dispõe que a finalidade é assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
I - soberania nacional;

Errado.

004. (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) A ordem econômica observará


os princípios da soberania nacional, propriedade privada e defesa do consumidor. Todavia,
está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto não pode obrigar as empresas a
dar oportunidade a todos.

O item está incorreto, pois a busca do pleno emprego é um dos princípios da ordem econômica.
Errado.

005. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Princípio da livre


concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes, entendidos como
fundamento político garantidor da liberdade econômica.

O item está incorreto. Vimos que os dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é
necessária a intervenção do estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir
a livre concorrência. (Vide ADI STF-AC 1657-MC-DJ em 31/08/07).
Errado.

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5.2. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS


Trataremos agora dos princípios implícitos na Constituição Federal. Alguns deles acabaram
sendo explicitados na Lei de Liberdade Econômica, que será estudada no próximo tópico:

5.2.1. LIBERDADE ECONÔMICA


Trata da liberdade da empresa para atuar e para concorrer no mercado.

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Nesse contexto, o artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que:

É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de


autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Vale lembrar que a regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da
coletividade, o Estado poderá restringir o exercício da atividade econômica, impondo os
requisitos mínimos necessários para o exercício da atividade econômica.
Assim, a autorização é um ato jurídico negocial aplicável àquelas atividades econômicas
que estejam sujeitas ao poder de polícia estatal.
Para ilustrar o tema, confira o entendimento do STF abaixo:

JURISPRUDÊNCIA
TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIEDADE.
Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar a expedição
de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do contribuinte.
Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do Estado
do Rio Grande do Sul.
(...)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o
contribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado,
como condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de,
consoante discurso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros
cuja existência e valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou
profissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo
único do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir
a segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização
para impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de
fiança, garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do
parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do
Rio Grande do Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

5.2.2. SUBSIDIARIEDADE
O art. 174 determina que o principal papel do Estado é atuar como agente regulador da
economia. Por sua vez, o art. 173 dispõe que a intervenção só ocorrerá em casos excepcionais.

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As duas previsões acima demonstram o caráter subsidiário de atuação do Estado e que


o princípio da subsidiariedade pode ser caracterizado por dois aspectos:
• Negativo: não cabe ao Estado realizar atividades que podem ser realizadas pelos
indivíduos.
• Positivo: necessidade de o Estado suprir as deficiências dos grupos menores, prestando
assistência, fomentando etc.

5.2.3. IGUALDADE ECONÔMICA


A igualdade econômica é formal e busca nivelar os agentes que atuam na ordem econômica
e possibilitar o acesso daqueles que não detém parcela significativa do mercado.
Para atingir essa igualdade, são implementadas diferentes políticas, a exemplo das
políticas que favoreçam as microempresas e empresas de pequeno porte (art. 179).
A CF também trata da igualdade formal entre o particular e o Estado no exercício da
atividade econômica. (art 173, §1, II e §2).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
(...)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

5.2.4. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


O princípio está relacionado à busca da redução das desigualdades regionais e sociais,
visando uma igualdade real.
É nesse contexto que caberá a verificação da constitucionalidade de políticas públicas
que concedam tratamento diferenciado a determinado agente.

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5.2.5. DEMOCRACIA ECONÔMICA


Esse princípio também está relacionado às políticas públicas, que deverão garantir
liberdade de iniciativa e emprego e possibilitar chances iguais de acesso a todos que se
encontrem na mesma situação fática e jurídica.
Deve ser pautado pela valorização do trabalho humano, pela defesa do consumidor e
pela busca do pleno emprego.

5.2.6. BOA-FÉ ECONÔMICA


Os princípios da publicidade e da transparência também se aplicam às relações entre
os sujeitos econômicos, possibilitando que os consumidores tenham uma informação clara
e precisa sobre os produtos.
Portanto, a boa fé econômica tem íntima relação com o princípio da defesa do consumidor,
garantindo simetria de informação e evitando as falhas de mercado.
Do mesmo modo, cabe ao agente divulgar as informações relevantes à atividade
empresarial, salvo nos casos de segredo industrial.

006. (CESPE - CEBRASPE/TCE-RJ/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2023) Quanto aos


princípios da ordem econômica, julgue o próximo item.
O princípio da igualdade econômica é considerado princípio implícito do direito econômico.

Vimos que o princípio da igualdade econômica é considerado implícito, na medida em que


busca nivelar os agentes que atuam na ordem econômica e possibilitar o acesso daqueles
que não detém parcela significativa do mercado.
Certo.

6. A LEI N. 13.874/2019 (LEI DA LIBERDADE ECONÔMICA)

ASPECTOS GERAIS
A Lei da Liberdade Econômica buscou dar ainda mais liberdade aos agentes econômicos,
primando pela livre iniciativa, determinação de critérios de regulação e incentivo ao
crescimento da economia.
A lei tem como um de seus principais pontos a exigência de que as alterações de atos
normativos sejam precedidas de uma análise de impacto regulatório. Nota-se, claramente,

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que a atuação de poder público como agente normativo e regulador fica limitada à observância
desse critério antes de editar qualquer ato que impacte no exercício da livre iniciativa.
Vamos conferir?

Art. 1º Fica instituída a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, que estabelece normas
de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica e disposições sobre
a atuação do Estado como agente normativo e regulador, nos termos do inciso IV do caput do
art. 1º, do parágrafo único do art. 170 e do caput do art. 174 da Constituição Federal.
§ 1º O disposto nesta Lei será observado na aplicação e na interpretação do direito civil, empresarial,
econômico, urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito
de aplicação e na ordenação pública, inclusive sobre exercício das profissões, comércio, juntas
comerciais, registros públicos, trânsito, transporte e proteção ao meio ambiente.
§ 2º Interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos contratos,
aos investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação pública sobre atividades
econômicas privadas.
§ 3º O disposto neste Capítulo e nos Capítulos II e III desta Lei não se aplica ao direito tributário
e ao direito financeiro, ressalvado o disposto no inciso X do caput do art. 3º desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 14.195, de 2021)
§ 4º O disposto nos arts. 1º, 2º, 3º e 4º desta Lei constitui norma geral de direito econômico,
conforme o disposto no inciso I do caput e nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 24 da Constituição Federal,
e será observado para todos os atos públicos de liberação da atividade econômica executados
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, nos termos do § 2º deste artigo.
(...)
§ 6º Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se atos públicos de liberação a licença, a
autorização, a concessão, a inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o
estudo, o plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou
entidade da administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício
de atividade econômica, inclusive o início, a continuação e o fim para a instalação, a construção,
a operação, a produção, o funcionamento, o uso, o exercício ou a realização, no âmbito público
ou privado, de atividade, serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto,
equipamento, veículo, edificação e outros.
(...)
Art. 5º As propostas de edição e de alteração de atos normativos de interesse geral de
agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados, editadas por órgão ou entidade da
administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, serão precedidas
da realização de análise de impacto regulatório, que conterá informações e dados sobre os
possíveis efeitos do ato normativo para verificar a razoabilidade do seu impacto econômico.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a data de início da exigência de que trata o caput
deste artigo e sobre o conteúdo, a metodologia da análise de impacto regulatório, os quesitos
mínimos a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória sua realização e as
hipóteses em que poderá ser dispensada.

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Vale lembrar que a lei foi editada em conformidade com a competência legislativa
constitucional conferida à União para estabelecer normas gerais de Direito Econômico, conforme
vimos na primeira aula. Trata-se, portanto, de lei nacional (abrangendo todos os entes).
• Princípios: agora vamos aos princípios previstos no art. 2º:
− liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas;
− boa-fé do particular perante o poder público;
− intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades
econômicas; e
− reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.
◦ A lei estabelece que regulamento disporá sobre os critérios de aferição para
afastamento desse princípio, limitados a questões de má-fé, hipersuficiência
ou reincidência.

007. (CESPE – CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Constitui direito de liberdade econômica ter a garantia de que o silêncio da autoridade
tributária competente importará aprovação tácita, para todos os efeitos, das solicitações
de atos públicos de liberação da atividade econômica.

Nos termos do art.3º,IX da lei 13.874/19, apresentados todos os elementos necessários à


instrução do processo, o particular será cientificado expressa e imediatamente do prazo
máximo estipulado para a análise de seu pedido e de que, somente após transcorrido o
prazo fixado, o silêncio da autoridade competente importará aprovação tácita para todos
os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei.
Errado.

DIREITOS
Com fundamento no art. 170 da Constituição Federal, a lei destaca os seguintes direitos
essenciais, de toda pessoa natura ou jurídica, para o desenvolvimento e crescimento
econômicos do país (art. 3º):
• desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente
de propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de
quaisquer atos públicos de liberação da atividade econômica;

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− A fiscalização do exercício desse direito será realizada posteriormente, de ofício


ou como consequência de denúncia encaminhada à autoridade competente.
− A classificação de atividades de baixo risco será realizada por ato do Poder Execu-
tivo federal, na ausência de legislação estadual, distrital ou municipal específica;
◦ hipótese de ausência de ato do Poder Executivo federal: será aplicada resolução
do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM), independentemente da aderência
do ente federativo à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Lega-
lização de Empresas e Negócios (Redesim); e
◦ hipótese de existência de legislação estadual, distrital ou municipal sobre a
classificação de atividades de baixo risco: o ente federativo que editar ou tiver
editado norma específica encaminhará notificação ao Ministério da Economia
sobre a edição de sua norma.
• Desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da semana, inclusive
feriados, sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais,
observadas:
◦ as normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição
sonora e à perturbação do sossego público;
◦ as restrições advindas de contrato, de regulamento condominial ou de outro
negócio jurídico, bem como as decorrentes das normas de direito real, incluídas
as de direito de vizinhança; e
◦ a legislação trabalhista;
• Definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços
como consequência de alterações da oferta e da demanda;
− Essa disposição não se aplica:
◦ às situações em que o preço de produtos e de serviços seja utilizado com a fi-
nalidade de reduzir o valor do tributo, de postergar a sua arrecadação ou de
remeter lucros em forma de custos ao exterior; e
◦ à legislação de defesa da concorrência, aos direitos do consumidor e às demais
disposições protegidas por lei federal.
• Receber tratamento isonômico de órgãos e de entidades da administração pública
quanto ao exercício de atos de liberação da atividade econômica, hipótese em que o
ato de liberação estará vinculado aos mesmos critérios de interpretação adotados em
decisões administrativas análogas anteriores, observado o disposto em regulamento;
• Gozar de presunção de boa-fé nos atos praticados no exercício da atividade econômica,
para os quais as dúvidas de interpretação do direito civil, empresarial, econômico e

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urbanístico serão resolvidas de forma a preservar a autonomia privada, exceto se


houver expressa disposição legal em contrário;
• Desenvolver, executar, operar ou comercializar novas modalidades de produtos e
de serviços quando as normas infralegais se tornarem desatualizadas por força
de desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente, nos termos
estabelecidos em regulamento, que disciplinará os requisitos para aferição da situação
concreta, os procedimentos, o momento e as condições dos efeitos;
• Tter a garantia de que os negócios jurídicos empresariais paritários serão objeto
de livre estipulação das partes pactuantes, de forma a aplicar todas as regras de
direito empresarial apenas de maneira subsidiária ao avençado, exceto normas de
ordem pública;
− Essa disposição não se aplica à empresa pública e à sociedade de economia mista
definidas nos arts. 3º e 4º da Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016.
• Ter a garantia de que, nas solicitações de atos públicos de liberação da atividade
econômica que se sujeitam ao disposto nesta Lei, apresentados todos os elementos
necessários à instrução do processo, o particular será cientificado expressa e
imediatamente do prazo máximo estipulado para a análise de seu pedido e de que,
transcorrido o prazo fixado, o silêncio da autoridade competente importará aprovação
tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei;
− Essa disposição não se aplica quando:
◦ versar sobre questões tributárias de qualquer espécie ou de concessão de re-
gistro de marcas;
◦ a decisão importar em compromisso financeiro da administração pública; e
◦ houver objeção expressa em tratado em vigor no País.

Somente após transcorrido o prazo fixado para análise do pedido é que o silêncio da
autoridade competente importará aprovação tácita.

◦ a aprovação tácita não se aplica quando a titularidade da solicitação for de


agente público ou de seu cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou
colateral, por consanguinidade ou afinidade, até o 3º (terceiro) grau, dirigida a
autoridade administrativa ou política do próprio órgão ou entidade da admi-
nistração pública em que desenvolva suas atividades funcionais.

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◦ o prazo será definido pelo órgão ou pela entidade da administração pública so-
licitada, observados os princípios da impessoalidade e da eficiência e os limites
máximos estabelecidos em regulamento.
• Arquivar qualquer documento por meio de microfilme ou por meio digital, conforme
técnica e requisitos estabelecidos em regulamento, hipótese em que se equiparará
a documento físico para todos os efeitos legais e para a comprovação de qualquer
ato de direito público;
• Não ser exigida medida ou prestação compensatória ou mitigatória abusiva, em sede
de estudos de impacto ou outras liberações de atividade econômica no direito
urbanístico, entendida como aquela que:
− requeira medida que já era planejada para execução antes da solicitação pelo
particular, sem que a atividade econômica altere a demanda para execução da
referida medida;
− utilize-se do particular para realizar execuções que compensem impactos que
existiriam independentemente do empreendimento ou da atividade econômica
solicitada;
− requeira a execução ou prestação de qualquer tipo para áreas ou situação além
daquelas diretamente impactadas pela atividade econômica; ou
− mostre-se sem razoabilidade ou desproporcional, inclusive utilizada como meio
de coação ou intimidação;

Essa disposição não se aplica às situações de acordo resultantes de ilicitude.

• Não ser exigida pela administração pública direta ou indireta certidão sem previsão
expressa em lei.
− É ilegal delimitar prazo de validade de certidão emitida sobre fato imutável, in-
clusive sobre óbito.

008. (CESPE – CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.

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As normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à


perturbação do sossego público, são um dos princípios norteadores fundamentais previstos
na DDLE.

O item está incorreto, pois não se trata de princípio, mas sim de direito previsto na lei.
Confira:

Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o
crescimento econômicos do País,
(...)II - desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da semana, inclusive feriados,
sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais, observadas:
a) as normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à
perturbação do sossego público;

Errado.

GARANTIAS DE LIVRE INICIATIVA


O art. 4º prevê como dever da administração pública e das demais entidades vinculadas
à Lei, no exercício de regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre a
qual esta Lei versa, exceto se em estrito cumprimento a previsão explícita em lei, evitar o
abuso do poder regulatório de maneira a, indevidamente:
• criar reserva de mercado ao favorecer, na regulação, grupo econômico, ou profissional,
em prejuízo dos demais concorrentes;
• redigir enunciados que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou
estrangeiros no mercado;
• exigir especificação técnica que não seja necessária para atingir o fim desejado;
• redigir enunciados que impeçam ou retardem a inovação e a adoção de novas
tecnologias, processos ou modelos de negócios, ressalvadas as situações consideradas
em regulamento como de alto risco;
• aumentar os custos de transação sem demonstração de benefícios;
• criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional,
inclusive de uso de cartórios, registros ou cadastros;
• introduzir limites à livre formação de sociedades empresariais ou de atividades
econômicas;
• restringir o uso e o exercício da publicidade e propaganda sobre um setor econômico,
ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei federal; e
• exigir, sob o pretexto de inscrição tributária, requerimentos de outra natureza de
maneira a mitigar os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei.

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Por sua vez, o art. 4º-A dispõe que é dever da administração pública e das demais
entidades que se sujeitam à Lei, na aplicação da ordenação pública sobre atividades
econômicas privadas:
• dispensar tratamento justo, previsível e isonômico entre os agentes econômicos;
• proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em termos
subjetivos ou abstratos somente quando estes forem propriamente regulamentados
por meio de critérios claros, objetivos e previsíveis;
• os órgãos e as entidades competentes editarão atos normativos para definir a
aplicação e a incidência de conceitos subjetivos ou abstratos por meio de critérios
claros, objetivos e previsíveis, observado que:
− nos casos de imprescindibilidade de juízo subjetivo para a aplicação da sanção, o
ato normativo determinará o procedimento para sua aferição, de forma a garantir
a maior previsibilidade e impessoalidade possível;
− a competência da edição dos atos normativos infralegais equivalentes poderá ser
delegada pelo Poder competente conforme sua autonomia, bem como pelo órgão
ou pela entidade responsável pela lavratura do auto de infração.
− para os fins administrativos, controladores e judiciais, consideram-se plenamente
atendidos pela administração pública os requisitos, quando a advocacia pública,
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos limites
da respectiva competência, tiver previamente analisado o ato normativo referido.
− os órgãos e as entidades deverão editar os atos normativos previstos no prazo de
4 anos, podendo o Poder Executivo estabelecer prazo inferior em regulamento.

Nos termos do art. 4º-A, §4º, esse item aplica-se exclusivamente ao ato de lavratura decorrente
de infrações referentes a matérias nas quais a atividade foi considerada de baixo ou médio
risco, não se aplicando a órgãos e a entidades da administração pública que não a tenham
assim classificado, de forma direta ou indireta, de acordo com os seguintes critérios:
• direta, quando realizada pelo próprio órgão ou entidade da administração pública
que procede à lavratura; e
• indireta, quando o nível de risco aplicável decorre de norma hierarquicamente superior
ou subsidiária, por força de lei, desde que a classificação refira-se explicitamente à
matéria sobre a qual se procederá a lavratura.

• observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração decorrentes


do exercício de atividade considerada de baixo ou médio risco.

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Lei 13.874/19

• estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao


Principais características livre exercício de atividade econômica e disposições sobre
a atuação do Estado como agente normativo e regulador

• interpretam-se em favor da liberdade econômica, da


boa-fé e do respeito aos contratos, aos investimentos
e à propriedade todas as normas de ordenação pública
Dispositivos em destaque
sobre atividades econômicas privadas.
• as alterações de atos normativos devem ser precedidas
de uma análise de impacto regulatório.

• será observado na aplicação e na interpretação do


direito civil, empresarial, econômico, urbanístico e do
trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu
âmbito de aplicação e na ordenação pública
• não se aplica ao direito tributário e ao direito financeiro,
salvo exceções legais
• será observado para todos os atos públicos de liberação
Abrangência da atividade econômica executados pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios
• consideram-se atos públicos de liberação a licença,
a autorização, a concessão, a inscrição, a permissão,
o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o
plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer
denominação, por órgão ou entidade da administração
pública na aplicação de legislação, como condição para
o exercício de atividade econômica
• liberdade como garantia no exercício de atividades
econômicas;
• boa-fé do particular perante o poder público;
Princípios • intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre
o exercício de atividades econômicas; e
• reconhecimento da vulnerabilidade do particular
perante o Estado.

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RESUMO
Essa seção é destinada à revisão dos principais pontos tratados em aula.
A primeira parte traz a revisão por meio de perguntas e palavras-chave, na segunda
parte temos tabelas e desenhos esquemáticos.
Escolha qual a sua melhor maneira de fixar a matéria e mãos à obra!

Qual o conceito de Ordem Econômica?

• representação estrutural com o intuito de organizar a atividade econômica em


determinada sociedade.
− Ampla: ordem de fato, inerente ao mundo do ser
− Estrita: ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser.

Como se deu a evolução da Ordem Econômica nas Constituições brasileiras?

• Constituição de 1824:
− viés liberal
− liberdade de mercado
− direito absoluto à propriedade individual.
− normas com sentido negativo
• Constituição de 1891
− viés liberal
− liberdade de associação.
• Constituição de 1934
− capítulo dedicado à ordem econômica e social
− preocupação com o interesse coletivo
− interesse social.
• Constituição de 1937
− primeira referência expressa à intervenção do estado no domínio econômico.
− viés autoritário e nacionalista
• Constituição de 1946
− retomada da democracia
− intervenção do estado no domínio econômico e ideais sociais advindos do novo
liberalismo
− subordinação do exercício dos direitos individuais ao interesse da coletividade.

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• Constituição de 1967 e a EC I/69


− preocupação com o desenvolvimento econômico
− linha intervencionista.

Como se caracteriza a Ordem Econômica na CF/88?

• Principais características:
− sistema econômico capitalista, com garantia da liberdade de iniciativa e da pro-
priedade privada
− possibilidade de intervenção estatal
• Regra geral
− intervenção indireta do Estado na Ordem Econômica
• Exceções
− intervenção direta: imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo
• Funções exercidas pelo Estado
− fiscalizar, incentivar e planejar
− explorar a atividade econômica (monopólio)
− prestar serviços públicos
− explorar em concorrência com o particular

Quais são os fundamentos, objetivos e princípios da Ordem Econômica?

• Fundamentos:
− Livre iniciativa
− Valorização do trabalho humano
• Objetivos
− Existência digna
− Justiça social
• Princípios
− soberania nacional;
− propriedade privada;
− função social da propriedade;
− livre concorrência;
− defesa do consumidor;
− defesa do meio ambiente,
− redução das desigualdades regionais e sociais;
− busca do pleno emprego;
− tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

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Quais são os princípios implícitos?

• Liberdade econômica
• Subsidiariedade
• Igualdade econômica
• Desenvolvimento econômico
• Democracia econômica
• Boa -fé econômica

Quais são as principais disposições da Lei 13.874/19?

• estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade


econômica e disposições sobre a atuação do Estado como agente normativo e regulador.
• interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa-fé e do respeito aos
contratos, aos investimentos e à propriedade todas as normas de ordenação pública
sobre atividades econômicas privadas.
• as alterações de atos normativos devem ser precedidas de uma análise de impacto
regulatório.
• será observado na aplicação e na interpretação do direito civil, empresarial, econômico,
urbanístico e do trabalho nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito de
aplicação e na ordenação pública
• não se aplica ao direito tributário e ao direito financeiro, salvo exceções legais
• será observado para todos os atos públicos de liberação da atividade econômica
executados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios
• consideram-se atos públicos de liberação a licença, a autorização, a concessão, a
inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o plano, o
registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade
da administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício
de atividade econômica

Quais são os princípios da Lei 13.874/19?

• liberdade como garantia no exercício de atividades econômicas;


• boa-fé do particular perante o poder público;
• intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades
econômicas; e
• reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.

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JURISPRUDÊNCIA
RECONHECIMENTO, PELA CORTE JUDICIÁRIA LOCAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL DE
LEI DISTRITAL QUE VEDA A INSTALAÇÃO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS EM DETERMINADAS
ÁREAS, COMO ESTACIONAMENTOS DE SUPERMERCADOS – REGULAÇÃO ESTATAL DA
ATIVIDADE ECONÔMICA EXCEPCIONALMENTE MOTIVADA POR RAZÕES DE ELEVADO
INTERESSE SOCIAL E DE SEGURANÇA DA COLETIVIDADE – CIRCUNSTÂNCIA QUE
LEGITIMA, EM FACE DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE RISCO, A ATUAÇÃO NORMATIVA
DO PODER PÚBLICO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – DOUTRINA – PRECEDENTES
A regulação estatal no domínio econômico, por isso mesmo, seja no plano normativo,
seja no âmbito administrativo, traduz competência constitucionalmente assegurada
ao Poder Público, cuja atuação – destinada a fazer prevalecer os vetores condicionantes
da atividade econômica (CF,art. 170) – é justificada e ditada por razões de interesse
público, especialmente aquelas que visam a preservar a segurança da coletividade.
A obrigação do Estado, impregnada de qualificação constitucional, de proteger a
integridade de valores fundados na preponderância do interesse social e na necessidade
de defesa da incolumidade pública legitima medidas governamentais, no domínio
econômico, decorrentes do exercício do poder de polícia, a significar que os princípios
que regem a atividade empresarial autorizam, por efeito das diretrizes referidas no

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art. 170 da Carta Política, a incidência das limitações jurídicas que resultam do modelo
constitucional que conforma a própria estruturação da ordem econômica em nosso
sistema institucional. (STF-RE597165 AgR DF, DJ em 19/12/14)

A questão constitucional suscitada no recurso diz respeito à licitude da atuação de


motoristas privados cadastrados em plataformas de transporte compartilhado em
mercado até então explorado por taxistas. As normas que proíbam ou restrinjam de forma
desproporcional o transporte privado individual de passageiros são inconstitucionais
porque: (i) não há regra nem princípio constitucional que prescreva a exclusividade do
modelo de táxi no mercado de transporte individual de passageiros; (ii) é contrário ao
regime de livre iniciativa e de livre concorrência a criação de reservas de mercado em
favor de atores econômicos já estabelecidos, com o propósito de afastar o impacto
gerado pela inovação no setor; (iii) a possibilidade de intervenção do Estado na ordem
econômica para preservar o mercado concorrencial e proteger o consumidor não pode
contrariar ou esvaziar a livre iniciativa, a ponto de afetar seus elementos essenciais. Em
um regime constitucional fundado na livre iniciativa, o legislador ordinário não tem ampla
discricionariedade para suprimir espaços relevantes da iniciativa privada. A admissão
de uma modalidade de transporte individual submetida a uma menor intensidade
de regulação, mas complementar ao serviço de táxi afirma-se como uma estratégia
constitucionalmente adequada para acomodação da atividade inovadora no setor.
Trata-se, afinal, de uma opção que: (i) privilegia a livre iniciativa e a livre concorrência;
(ii) incentiva a inovação; (iii) tem impacto positivo sobre a mobilidade urbana e o meio
ambiente; (iv) protege o consumidor; e (v) é apta a corrigir as ineficiências de um
setor submetido historicamente a um monopólio ‘de fato’. (...) Recurso extraordinário
desprovido, com a fixação das seguintes teses de julgamento: “1. A proibição ou
restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em
aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre
concorrência; (...)”.(STF-RE 1054.110-DJ em 09/05/19-Repercussão geral-tema 697)

São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de


serviços de acondicionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da
livre iniciativa (arts. 1º, IV, e 170 da Constituição). Essa foi a tese fixada pelo Plenário
ao negar provimento, por maioria, a recurso extraordinário, com repercussão geral
reconhecida (Tema 525), e manter acórdão que declarou a inconstitucionalidade da Lei
5.690/2010 do município de Pelotas. A norma estabelece a obrigatoriedade de prestação
de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras por supermercados
ou similares e prevê a contratação de um funcionário específico para esse fim (...).

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O Colegiado asseverou que o princípio da livre iniciativa, descrito no art. 1º, IV, da CF
como fundamento da República e reiterado no art. 170 do texto constitucional, veda
a adoção de medidas que se destinem direta ou indiretamente à manutenção artificial
de postos de trabalho, em detrimento das reconfigurações de mercado necessárias
à inovação e ao desenvolvimento. Isso porque essa providência não é capaz de gerar
riqueza para trabalhadores ou consumidores. (STF-RE 839.950-DJ em 24/10/18)

O motorista particular, em sua atividade laboral, é protegido pela liberdade


fundamental insculpida no art. 5º, XIII, da Carta Magna, submetendo-se apenas
à regulação proporcionalmente definida em lei federal, pelo que o art. 3º, VIII,
da Lei Federal 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) e a Lei Federal 12.587/2012,
alterada pela Lei 13.640 de 26 de março de 2018, garantem a operação de serviços
remunerados de transporte de passageiros por aplicativos. A liberdade de iniciativa
garantida pelos artigos 1º, IV, e 170 da Constituição brasileira consubstancia cláusula
de proteção destacada no ordenamento pátrio como fundamento da República e é
característica de seleto grupo das Constituições ao redor do mundo, por isso que não
pode ser amesquinhada para afastar ou restringir injustificadamente o controle judicial
de atos normativos que afrontem liberdades econômicas básicas. (...) O exercício de
atividades econômicas e profissionais por particulares deve ser protegido da coerção
arbitrária por parte do Estado, competindo ao Judiciário, à luz do sistema de freios e
contrapesos estabelecidos na Constituição brasileira, invalidar atos normativos que
estabeleçam restrições desproporcionais à livre iniciativa e à liberdade profissional.
(...) A captura regulatória, uma vez evidenciada, legitima o Judiciário a rever a medida
suspeita, como instituição estruturada para decidir com independência em relação a
pressões políticas, a fim de evitar que a democracia se torne um regime serviente a
privilégios de grupos organizados, restando incólume a Separação dos Poderes ante
a atuação dos freios e contrapesos para anular atos arbitrários do Executivo e do
Legislativo. A Constituição impõe ao regulador, mesmo na tarefa de ordenação das
cidades, a opção pela medida que não exerça restrições injustificáveis às liberdades
fundamentais de iniciativa e de exercício profissional (art. 1º, IV, e 170; art. 5º, XIII,
CRFB), sendo inequívoco que a necessidade de aperfeiçoar o uso das vias públicas
não autoriza a criação de um oligopólio prejudicial a consumidores e potenciais
prestadores de serviço no setor, notadamente quando há alternativas conhecidas
para o atingimento da mesma finalidade e à vista de evidências empíricas sobre os
benefícios gerados à fluidez do trânsito por aplicativos de transporte, tornando patente
que a norma proibitiva nega ‘ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente’, em

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contrariedade ao mandamento contido no art. 144, § 10, I, da Constituição, incluído


pela Emenda Constitucional 82/2014 (STF-ADPF 449, DJ em 02/09/19)

Tributário. Norma local que condiciona a concessão de regime especial de tributação


à apresentação de CND. Meio indireto de cobrança de tributo. Ofensa ao princípio da
livre atividade econômica. (STF-AI 798.210-AgR,DJ em 24/05/12).
É INCONSTITUCIONAL a lei que exija que a empresa em débito com a Fazenda Pública
tenha que oferecer uma garantia (ex: fiança) para que possa emitir notas fiscais. Tal
previsão configura “sanção política” (cobrança do tributo por vias oblíquas), o que
viola as garantias do livre exercício do trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII), da
atividade econômica (art. 170, parágrafo único) e do devido processo legal (art. 5º,
LIV). (STF. RE 565048/RS,, julgado em 29/5/14.)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS


DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL
DE PASSAGEIROS - ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE JUNHO
DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA.
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA, DA
LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO
DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1(...) 3. Em 30.3.2007, o Brasil assinou, na sede das
Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, comprometendo-se a implementar
medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei n. 8.899/94 é parte das
políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais na sociedade
e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das relações sociais, em
cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dignidade da pessoa
humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles sejam alcançados.
5. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF- ADI 26496/DF,
DJ em 16/10/08).

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 7.737/2004, DO ESTADO DO ESPÍRITO


SANTO. GARANTIA DE MEIA ENTRADA AOS DOADORES REGULARES DE SANGUE. ACESSO
A LOCAIS PÚBLICOS DE CULTURA ESPORTE E LAZER. COMPETÊNCIA CONCORRENTE
ENTRE A UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E O DISTRITO FEDERAL PARA LEGISLAR SOBRE
DIREITO ECONÔMICO. CONTROLE DAS DOAÇÕES DE SANGUE E COMPROVANTE DA
REGULARIDADE. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. CONSTITUCIONALIDADE. LIVRE

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INICIATIVA E ORDEM ECONÔMICA. MERCADO. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA.


ARTIGOS 1º, 3º, 170 E 199, § 4º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. É certo que a ordem
econômica na Constituição de 1.988 define opção por um sistema no qual joga um
papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a
assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Muito ao
contrário. 2. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia
diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula
um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos
preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. 3. A livre iniciativa é expressão
de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por
isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da “iniciativa do Estado”; não
a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. 4. A Constituição do
Brasil em seu artigo 199, § 4º, veda todo tipo de comercialização de sangue, entretanto
estabelece que a lei infraconstitucional disporá sobre as condições e requisitos que
facilitem a coleta de sangue. 5. O ato normativo estadual não determina recompensa
financeira à doação ou estimula a comercialização de sangue. 6. Na composição entre
o princípio da livre iniciativa e o direito à vida há de ser preservado o interesse
da coletividade, interesse público primário. 7. Ação direta de inconstitucionalidade
julgada improcedente. (STF-ADI 3512/ES, DJ em 23/06/06).

CONSTITUCIONAL. ECONÔMICO. INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA:


REGULAMENTAÇÃO E REGULAÇÃO DE SETORES ECONÔMICOS: NORMAS DE INTERVENÇÃO.
LIBERDADE DE INICIATIVA. CF, art. 1º, IV; art. 170. CF, art. 37, § 6º. I. - A intervenção
estatal na economia, mediante regulamentação e regulação de setores econômicos,
faz-se com respeito aos princípios e fundamentos da Ordem Econômica. CF, art. 170.
O princípio da livre iniciativa é fundamento da República e da Ordem econômica: CF,
art. 1º, IV; art. 170. II. - Fixação de preços em valores abaixo da realidade e em
desconformidade com a legislação aplicável ao setor: empecilho ao livre exercício da
atividade econômica, com desrespeito ao princípio da livre iniciativa. III. - Contrato
celebrado com instituição privada para o estabelecimento de levantamentos que
serviriam de embasamento para a fixação dos preços, nos termos da lei. Todavia, a
fixação dos preços acabou realizada em valores inferiores. Essa conduta gerou danos
patrimoniais ao agente econômico, vale dizer, à recorrente: obrigação de indenizar por
parte do poder público. CF, art. 37, § 6º. IV. - Prejuízos apurados na instância ordinária,
inclusive mediante perícia técnica. V. - RE conhecido e provido. (STF- RE 422941-2/
DF-Dj em 24/03/06).

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DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. NORMAS GERAIS DE DIREITO


TRIBUTÁRIO. ART 146, III, DA CF. ART. 135, III, DO CTN. SÓCIOS DE SOCIEDADE LIMITADA.
ART. 13 DA LEI 8.620/93. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAL E MATERIAL. REPERCUSSÃO
GERAL. APLICAÇÃO DA DECISÃO PELOS DEMAIS TRIBUNAIS. (...)6. O art. 13 da Lei
8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a regra de responsabilidade constante
do art. 135 do CTN, tampouco cuidou de uma nova hipótese específica e distinta. Ao
vincular à simples condição de sócio a obrigação de responder solidariamente pelos
débitos da sociedade limitada perante a Seguridade Social, tratou a mesma situação
genérica regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em
inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da CF. 7. O art. 13 da Lei 8.620/93
também se reveste de inconstitucionalidade material, porquanto não é dado ao
legislador estabelecer confusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica,
o que, além de impor desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica,
descaracterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa
privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição. 8.
Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.620/93 na parte em que
determinou que os sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada
responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade
Social. 9. Recurso extraordinário da União desprovido. 10. Aos recursos sobrestados,
que aguardavam a análise da matéria por este STF, aplica-se o art. 543-B, § 3º, do
CPC. (STF RE 562276/PR,DJ em 09/12/11)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. INTERVENÇÃO


DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO.
FIXAÇÃO PELO PODER EXECUTIVO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS DERIVADOS DA
CANA-DE-AÇÚCAR ABAIXO DO PREÇO DE CUSTO. DANO MATERIAL. INDENIZAÇÃO
CABÍVEL. 1. A intervenção estatal na economia como instrumento de regulação dos
setores econômicos é consagrada pela Carta Magna de 1988. 2. Deveras, a intervenção
deve ser exercida com respeito aos princípios e fundamentos da ordem econômica,
cuja previsão resta plasmada no art. 170 da Constituição Federal, de modo a não
malferir o princípio da livre iniciativa, um dos pilares da república (art. 1º da
CF/1988). Nesse sentido, confira-se abalizada doutrina: As atividades econômicas
surgem e se desenvolvem por força de suas próprias leis, decorrentes da livre empresa,
da livre concorrência e do livre jogo dos mercados. Essa ordem, no entanto, pode ser
quebrada ou distorcida em razão de monopólios, oligopólios, cartéis, trustes e outras
deformações que caracterizam a concentração do poder econômico nas mãos de um ou
de poucos. Essas deformações da ordem econômica acabam, de um lado, por aniquilar

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qualquer iniciativa, sufocar toda a concorrência e por dominar, em conseqüência, os


mercados e, de outro, por desestimular a produção, a pesquisa e o aperfeiçoamento. Em
suma, desafiam o próprio Estado, que se vê obrigado a intervir para proteger aqueles
valores, consubstanciados nos regimes da livre empresa, da livre concorrência e do livre
embate dos mercados, e para manter constante a compatibilização, característica da
economia atual, da liberdade de iniciativa e do ganho ou lucro com o interesse social. A
intervenção está, substancialmente, consagrada na Constituição Federal nos arts. 173
e 174. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal firmou a orientação no sentido de que “a
desobediência aos próprios termos da política econômica estadual desenvolvida,
gerando danos patrimoniais aos agentes econômicos envolvidos, são fatores que
acarretam insegurança e instabilidade, desfavoráveis à coletividade e, em última
análise, ao próprio consumidor.” (RE 422.941, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ de
24/03/2006). 4. In casu, o acórdão recorrido assentou: ADMINISTRATIVO. LEI 4.870/1965.
SETOR SUCROALCOOLEIRO. FIXAÇÃO DE PREÇOS PELO INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO
ÁLCOOL – IAA. LEVANTAMENTO DE CUSTOS, CONSIDERANDO-SE A PRODUTIVIDADE
MÍNIMA. PARECER DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV. DIFERENÇA ENTRE PREÇOS E
CUSTOS. 1. Ressalvado o entendimento deste Relator sobre a matéria, a jurisprudência
do STJ se firmou no sentido de ser devida a indenização, pelo Estado, decorrente de
intervenção nos preços praticados pelas empresas do setor sucroalcooleiro. 2. Recurso
Especial provido. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF- RE 648622
AGr/DF-DJ em 21/02/13)
Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida para examinar a
constitucionalidade da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, no que concerne
à proibição da terceirização de atividades-fim e responsabilização do contratante
pelas obrigações trabalhistas referentes aos empregados da empresa terceirizada.
(...) Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV),
são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada
determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja
vista ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de
organização produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder
regulatório para evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os
postulados da proporcionalidade e da razoabilidade. O direito geral de liberdade, sob
pena de tornar-se estéril, somente pode ser restringido por medidas informadas por
parâmetro constitucionalmente legítimo e adequadas ao teste da proporcionalidade.
(...)(...) As leis trabalhistas devem ser observadas por cada uma das empresas envolvidas
na cadeia de valor com relação aos empregados que contratarem, tutelando-se,
nos termos constitucionalmente assegurados, o interesse dos trabalhadores. (...) A

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terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de ‘precarizar’, ‘reificar’ ou


prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos trabalhadores em geral,
como a redução do desemprego, diminuição do turnover, crescimento econômico e
aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos constitucionais como
‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais’,
‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a ‘busca do pleno emprego’ (arts.
3º, III, e 170 CRFB). (...) O escrutínio rigoroso das premissas empíricas assumidas pela
Corte de origem revela insubsistentes as afirmações de fraude e precarização, não
sendo suficiente para embasar a medida restritiva o recurso meramente retórico
a interpretações de cláusulas constitucionais genéricas, motivo pelo qual deve ser
afastada a proibição, em homenagem às liberdades fundamentais consagradas na Carta
Magna (art. 1º, IV, art. 5º, II, e art. 170). Em conclusão, a prática da terceirização já era
válida no direito brasileiro mesmo no período anterior à edição das Leis 13.429/2017
e 13.467/2017, independentemente dos setores em que adotada ou da natureza das
atividades contratadas com terceira pessoa, reputando-se inconstitucional a Súmula
331 do TST, por violação aos princípios da livre iniciativa (artigos 1º, IV, e 170 da
CRFB) e da liberdade contratual (art. 5º, II, da CRFB). As contratações de serviços por
interposta pessoa são hígidas, na forma determinada pelo negócio jurídico entre as
partes, até o advento das Leis 13.429/2017 e 13.467/2017, marco temporal após o
qual incide o regramento determinado na nova redação da Lei 6.019/1974, inclusive
quanto às obrigações e formalidades exigidas das empresas tomadoras e prestadoras
de serviço.(...). Recurso Extraordinário a que se dá provimento para reformar o acórdão
recorrido e fixar a seguinte tese: ‘É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de
divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto
social das empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante’. (RE-958.252 DJ em 30/08/18-Tema 725)

O princípio da livre iniciativa, inserido no caput do art. 170 da Constituição nada mais
é do que uma cláusula geral cujo conteúdo é preenchido pelos incisos do mesmo
artigo. Esses princípios claramente definem a liberdade de iniciativa não como uma
liberdade anárquica, mas social, e que pode, consequentemente, ser limitada (STF-
ARE 1.104.226 AgR-DJ em 27/04/18)

(...) Os valores do trabalho e da livre iniciativa, insculpidos na Constituição (art. 1º, IV),
são intrinsecamente conectados, em uma relação dialógica que impede seja rotulada
determinada providência como maximizadora de apenas um desses princípios, haja vista
ser essencial para o progresso dos trabalhadores brasileiros a liberdade de organização

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produtiva dos cidadãos, entendida esta como balizamento do poder regulatório para
evitar intervenções na dinâmica da economia incompatíveis com os postulados da
proporcionalidade e da razoabilidade.
(...)
A terceirização, segundo estudos empíricos criteriosos, longe de ‘precarizar’, ‘reificar’
ou prejudicar os empregados, resulta em inegáveis benefícios aos trabalhadores em
geral, como a redução do desemprego, diminuição do turnover, crescimento econômico
e aumento de salários, permitindo a concretização de mandamentos constitucionais
como ‘erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais’, ‘redução das desigualdades regionais e sociais’ e a ‘busca do pleno
emprego’ (arts. 3º, III, e 170 CRFB).

Recurso Extraordinário. Efeito suspensivo. Inadmissibilidade. Estabelecimento industrial.


Interdição pela Secretaria da Receita Federal. Fabricação de cigarros. Cancelamento do
registro especial para produção. Legalidade aparente. Inadimplemento sistemático
e isolado da obrigação de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.
Comportamento ofensivo à livre concorrência. Singularidade do mercado e do caso.
Liminar indeferida em ação cautelar. Inexistência de razoabilidade jurídica da pretensão.
Votos vencidos. Carece de razoabilidade jurídica, para efeito de emprestar efeito
suspensivo a recurso extraordinário, a pretensão de indústria de cigarros que, deixando
sistemática e isoladamente de recolher o Imposto sobre Produtos Industrializados, com
conseqüente redução do preço de venda da mercadoria e ofensa à livre concorrência,
viu cancelado o registro especial e interditados os estabelecimentos. (STF-AC 1657-
MC-DJ e 31/08/07).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FARMÁCIA. FIXAÇÃO DE HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO.


ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. A fixação de horário de funcionamento para o comércio
dentro da área municipal pode ser feita por lei local, visando o interesse do consumidor
e evitando a dominação do mercado por oligopólio. Precedentes. Recurso extraordinário
não conhecido. (STF-RE 189.170-SP- DJ em 8/8/03)

Serviços de Telecomunicações. Exploração. Edição de Listas ou Catálogos Telefônicos e


Livre Concorrência. Se, por um lado, a publicação e distribuição de listas ou catalogos
telefônicos constituia um ônus das concessionárias de serviço de telefonia - que
podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade - não se pode dizer que
estas tinham exclusividade para fazê-lo. O artigo 2º da L. 6.874/80 (“A edição ou
divulgação das listas referidas no § 2º do art. 1º desta Lei, sob qualquer forma ou

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denominação, e a comercialização da publicidade nelas inserta são de competência


exclusiva da empresa exploradora do respectivo serviço de telecomunicações, que
deverá contratá-las com terceiros, sendo obrigatória, em tal caso, a realização de
licitação”) era inconstitucional - tendo em vista a Carta de 1969 - na medida em que
institui reserva de mercado para a comercialização das listas telefônicas em favor das
empresas concessionárias. RE desprovido. (STF- RE 158.676-DJ em 5/10/07)

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ADI CONTRA LEI PARANAENSE 13.519, DE


8 DE ABRIL DE 2002, QUE ESTABELECE OBRIGATORIEDADE DE INFORMAÇÃO, CONFORME
ESPECIFICA, NOS RÓTULOS DE EMBALAGENS DE CAFÉ COMERCIALIZADO NO PARANÁ.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 22, I e VIII, 170, CAPUT, IV, E PARÁGRAFO ÚNICO, E
174 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR. OFENSA INDIRETA. AÇÃO
JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I - Não há usurpação de competência da
União para legislar sobre direito comercial e comércio interestadual porque o ato
normativo impugnado buscou, tão-somente, assegurar a proteção ao consumidor.
II - Precedente deste Tribunal (ADI 1.980, Rel. Min. Sydney Sanches) no sentido de
que não invade esfera de competência da União, para legislar sobre normas gerais,
lei paranaense que assegura ao consumidor o direito de obter informações sobre
produtos combustíveis. III - Afronta ao texto constitucional indireta na medida em que
se mostra indispensável o exame de conteúdo de outras normas infraconstitucionais,
no caso, o Código do Consumidor. IV - Inocorre delegação de poder de fiscalização a
particulares quando se verifica que a norma impugnada estabelece que os selos de
qualidade serão emitidos por entidades vinculadas à Administração Pública estadual.
V - Ação julgada parcialmente procedente apenas no ponto em que a lei impugnada
estende os seus efeitos a outras unidades da Federação. (STF-ADI 2832/PR, DJ em
20/6/08).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM


VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do consumidor
se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afastam-se as
normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia
quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo
Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária,
sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência,
no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial

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sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República.


4. Recurso não conhecido. (STF-RE 351.750, DJ em 02/09/09).

ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO.


OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS
PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS:
AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO
AMBIENTE EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO
MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO
EXECUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM
CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO
JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da
arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito
à saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da
Constituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios
constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados e aplicados em
harmonia com o do desenvolvimento social saudável. (...)2. Argüição de descumprimento
dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judiciais
nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que não compõem o
Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio – OMC, a partir
de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente
aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus
novos e, consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do
seu desgaste. Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados
para submissão dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes.
Ausência de eliminação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com
malefícios ao meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais
(art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade
intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a
geração atual e para as gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento
econômico com garantia paralela e superiormente respeitada da saúde da população,
cujos direitos devem ser observados em face das necessidades atuais e daquelas
previsíveis e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras. (...)
(STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).

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MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) -


PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO
DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO
DA SOLIDARIEDADE - NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A ESSE DIREITO
FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS -
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO
E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE - MEDIDAS SUJEITAS AO
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI - SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,
CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS E/
OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA,
QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTIFICADORES DO REGIME DE
PROTEÇÃO ESPECIAL - RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART. 170,
VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) - COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS DE
SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES
- OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES (FASES OU
DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) - A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA
DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL
EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 170, VI) - DECISÃO NÃO REFERENDADA -
CONSEQÜENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO
DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM DIREITO
FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE DAS PESSOAS. - Todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de
terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano
(RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação
de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse
direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O
adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não se
instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados
pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse bem
essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO
PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR
EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. (...) A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO
NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO
MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA
ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. - O princípio do desenvolvimento sustentável, além de

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impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador


em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator
de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia,
subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação
de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável,
cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais
significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que
traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor
das presentes e futuras gerações(...) (STF-ADI 3540-MC- DJ em 3/2/06)

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei complementar estadual que fixa piso salarial
para certas categorias. Pertinência temática. Conhecimento integral da ação. Direito
do trabalho. Competência legislativa privativa da União delegada aos Estados e ao
Distrito Federal. Lei Complementar federal n. 103/2000. Alegada violação ao art. 5º,
caput (princípio da isonomia), art. 7º, V, e art. 114, § 2º, da Constituição. Inexistência.
Atualização do piso salarial mediante negociação coletiva com a participação do
“Governo do Estado de Santa Catarina”. Violação ao princípio da autonomia sindical.
Inconstitucionalidade formal. Procedência parcial. (...) 3. A lei questionada não
viola o princípio do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial
regional visa, exatamente, reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção
aos trabalhadores e assegurando a eles melhores condições salariais. (...) 5. A lei
impugnada realiza materialmente o princípio constitucional da isonomia, uma vez que
o tratamento diferenciado aos trabalhadores agraciados com a instituição do piso
salarial regional visa reduzir as desigualdades sociais. A Lei Complementar federal n.
103/2000 teve por objetivo maior assegurar àquelas classes de trabalhadores menos
mobilizadas e, portanto, com menor capacidade de organização sindical, um patamar
mínimo de salário. (STF-ADI 4364-DJ em 16/5/11).

Imposto sobre produtos industrializados – IPI. Creditamento na aquisição direta de


insumos provenientes da Zona Franca de Manaus. (...) Inaplicabilidade da regra contida
no artigo 153, § 3º, II da constituição federal à espécie. (...) O fato de os produtos
serem oriundos da Zona Franca de Manaus reveste-se de particularidade suficiente
a distinguir o presente feito dos anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal
sobre o creditamento do IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento
constitucional conferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus
é especialíssimo. A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de interesse
da federação como um todo, pois este desenvolvimento é, na verdade, da nação

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brasileira. A peculiaridade desta sistemática reclama exegese teleológica, de modo a


assegurar a concretização da finalidade pretendida. À luz do postulado da razoabilidade,
a regra da não cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se
compreendida como uma exigência de crédito presumido para creditamento diante
de toda e qualquer isenção, cede espaço para a realização da igualdade, do pacto
federativo, dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e da soberania
nacional (STF- RE 592.891-DJ em 20/09/19- Tema 322)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.


CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. ISENÇÃO CONCEDIDA ÀS MICROEMPRESAS
E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES NACIONAL (“SUPERSIMPLES”). LEI
COMPLEMENTAR 123/2006, ART. 13, § 3º. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 3º, III, 5º, CAPUT,
8º, IV, 146, III, D, E 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO. 1. Ação direta de inconstitucionalidade
ajuizada contra o art. 13, § 3º da LC 123/2006, que isentou as microempresas e
empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação
de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
– Simples Nacional (“Supersimples”). 2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de
lei específica para dispor sobre isenção (art. 150, § 6º da Constituição), uma vez que
há pertinência temática entre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado
de tributação. Ademais, ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a
existência da norma de isenção durante o processo legislativo. 3. A isenção concedida
não viola o art. 146, III, d, da Constituição, pois a lista de tributos prevista no texto
legal que define o campo de reserva da lei complementar é exemplificativa e não
taxativa. Leitura do art. 146, III, d, juntamente com o art. 170, IX da Constituição.
3.1. O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de princípio
constitucional, de modo a orientar todos os entes federados a conferir tratamento
favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos para fazer frente
à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa legislação tributária deve
ceder à interpretação mais adequada e harmônica com a finalidade de assegurar
equivalência de condições para as empresas de menor porte. 4. Risco à autonomia
sindical afastado, na medida em que o benefício em exame poderá tanto elevar o número
de empresas a patamar superior ao da faixa de isenção quanto fomentar a atividade
econômica e o consumo para as empresas de médio ou de grande porte, ao incentivar
a regularização de empreendimentos. 5. Não há violação da isonomia ou da igualdade,
uma vez que não ficou demonstrada a inexistência de diferenciação relevante entre
os sindicatos patronais e os sindicatos de representação de trabalhadores, no que

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se refere ao potencial das fontes de custeio. 6. Ação direta de inconstitucionalidade


conhecida, mas julgada improcedente.( STF-ADI 4033/DF-DJ em 7/2/01)

TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIEDADE.


Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar a expedição
de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do contribuinte.
Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do Estado
do Rio Grande do Sul.
(...)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o
contribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado,
como condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de,
consoante discurso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros
cuja existência e valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou
profissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo
único do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir
a segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização
para impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de
fiança, garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do
parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do
Rio Grande do Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

• A terceirização das atividades-meio ou das atividades-fim de uma empresa tem


amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência,
que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de decidir como estruturarão
seu negócio (art. 170, caput e inc. IV, CF). Do mesmo modo, a decisão sobre quanto
pagar ao empregado é tomada por cada empresa, de acordo com suas capacidades
econômicas, e protegida pelos mesmos princípios constitucionais. (...) A equiparação
de remuneração entre empregados da empresa tomadora de serviços e empregados
da empresa contratada (terceirizada) fere o princípio da livre iniciativa, por se tratar de
agentes econômicos distintos, que não podem estar sujeitos a decisões empresariais
que não são suas.(STF-RE 635.546, DJE em 19/05/21)
• Constitucionalidade dos artigos 23 e 27 da Instrução 308/1999, da Comissão
de Valores Mobiliários, ao estabelecerem restrições razoáveis, proporcionais e
adequadas ao exercício da atividade de auditoria independente, prestada às
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companhias sujeitas à sua fiscalização à luz dos arts. 5º, incs. II e XIII, 84, incs. II
e VI, 87, parágrafo único e inc. II, 88, 170 e 174 da Constituição Federal de 1988
(STF-RE902261-DJ em 09/10/20-Repercussão geral tema 969)
• Constitucionalidade da vedação à venda varejista ou ao oferecimento de bebidas
alcoólicas para consumo no local, destinada a empreendimentos comerciais
localizados em terrenos com acesso direto à rodovia (STF-ADI 4017 e ADI 4103-
DJ em 23/09/22)

JURISPRUDÊNCIA
Discussão sobre a exclusividade da propriedade industrial em razão da demora
na concessão do registro de marca pelo INPI concomitante ao surgimento de uso
mundialmente consagrado da mesma marca por concorrente (ARE 1.266.095 RG, rel.
min. Dias Toffoli, j. 17-3-2022, P, DJE de 25-4-2022, Tema 1.205, com mérito pendente)

Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva


de mercado a prestadores domiciliados em determinado Estado-membro como
requisito para a fruição de regime tributário favorecido e de acesso a investimentos
públicos. (...) Há desequilíbrio concorrencial no mercado interno, quando ato legislativo
incentiva a concentração de mercados e eventual cartelização das cadeias produtivas.
No caso, atentam contra a livre concorrência os requisitos para fruição dos subsídios
financeiros e econômicos criados por ente federativo às sociedades empresárias do
ramo automobilístico sediadas em seu território. (STF- ADI 5.472, DJ em 14/08/18)

Decreto distrital 30.008/2009. Estabelecimento de norma para a consignação em folha


de pagamento de empregados pertencentes ao quadro de pessoal das empresas públicas
e sociedades de economia mista do Distrito Federal. Exclusividade de concessão de
empréstimo consignado pactuado entre determinada instituição financeira e o ente
federado. (...) os contratos de exclusividade pactuados entre instituição financeira
e ente federado violam os princípios da livre concorrência e da livre escolha do
consumidor. (STF- ARE 884.000 AgR-segundo DJ em 26/06/18)

Resolução 4.765, de 27 de novembro de 2019, do Conselho Monetário Nacional (CMN).


Cobrança de tarifa de cheque especial. (...) Tarifa bancária com características de
taxa. Possível violação ao princípio da legalidade tributária. Cobrança que coloca o
consumidor em situação de vulnerabilidade econômico-jurídica. Desproporcionalidade
da medida adotada pelo CMN para correção de falha de mercado.(STF- ADI 6407- DJ
em 03/05/21)

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Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais


limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente
as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa
do Consumidor. (STF-RE 636.331, DJ em 13/11/17- Tema 210)

É constitucional — por não ofender o direito de propriedade e os princípios da ordem


econômica e do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos — lei
federal que determina a reserva, por veículo, de duas vagas gratuitas e, após estas
esgotarem, de duas vagas com tarifa reduzida em, no mínimo, 50%, para serem
utilizadas por jovens de baixa renda no sistema de transporte coletivo interestadual
de passageiros (STF-ADI 5.657, DJ em 17/11/22)

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
É facultado a toda pessoa definir livremente, em mercados não regulados, o preço de
produtos e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda.

002. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
A intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de fiscalização e regulação
afigura-se como um dos princípios norteadores da DDLE.

003. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Toda pessoa pode desenvolver atividade de extração de petróleo do subsolo, para a qual
se valha exclusivamente de propriedade privada própria, sem a necessidade de quaisquer
atos públicos de liberação da atividade econômica.

004. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Toda pessoa tem o direito de que não lhe seja exigida certidão sem previsão expressa em
lei pela administração pública direta ou indireta.

005. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Constitui direito de liberdade econômica ter a garantia de que o silêncio da autoridade
tributária competente importará aprovação tácita, para todos os efeitos, das solicitações
de atos públicos de liberação da atividade econômica.

006. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.

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Tem tratamento isonômico o ato de liberação do exercício da atividade econômica por


órgão ou entidade da administração pública, estando vinculado aos mesmos critérios de
interpretação adotados em decisões administrativas análogas anteriores.

007. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
Entre os princípios norteadores da DDLE se inclui o reconhecimento da vulnerabilidade do
particular perante o Estado.

008. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
As normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à
perturbação do sossego público, são um dos princípios norteadores fundamentais previstos
na DDLE.

009. (IBFC/PREFEITURA DE DOURADOS-MS/2022) A Lei n. 13.874/2019 instituiu a Declaração


de Direitos de Liberdade Econômica. Acerca da mencionada lei, também conhecida como
Lei da Liberdade Econômica, assinale a alternativa que apresenta incorretamente um
princípio que a norteia.
a) Boa-fé do particular perante o poder público
b) Liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas
c) Intervenção estatal direta nas atividades econômicas
d) Reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado

010. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2022) Nos termos da Lei n. 13.874/2019


(Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e garantias de livre mercado), é dever da
administração pública e das demais entidades que se sujeitam a esta Lei, na aplicação da
ordenação pública sobre atividades econômicas privadas
a) proceder à aplicação de sanções com base em termos objetivos, sendo vedada a lavratura
de auto de infração em termos subjetivos.
b) observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração decorrentes do
exercício de atividade considerada de alto risco.
c) dispensar tratamento justo, previsível e isonômico entre todos os agentes que atuam
na administração pública.

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d) observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração decorrentes do


exercício de atividade considerada de baixo ou médio risco.
e) proceder à lavratura de autos de infração com base em termos objetivos, sendo vedada
a lavratura de auto de infração em termos subjetivos.

011. (OBJETIVA/PREFEITURA DE NOVA HARTZ-RS/ADVOGADO/2022) A Lei de Liberdade


Econômica estabeleceu a extinção de alvarás para as atividades econômicas:
a) Do primeiro setor.
b) De produção.
c) De pequeno porte.
d) De baixo risco.

012. (FGV/MPE-GO/2022) A Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, instituída pela


Lei n. 13.874/2019, estabelece ser direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para
o desenvolvimento e o crescimento econômicos do país, a garantia de que, nas solicitações
de atos públicos de liberação da atividade econômica que se sujeitam ao disposto na referida
lei, apresentados todos os elementos necessários à instrução do processo, o particular será
cientificado expressa e imediatamente do prazo máximo estipulado para a análise de seu
pedido e de que, transcorrido o prazo fixado, o silêncio da autoridade competente importará
aprovação tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei.
A respeito dessa garantia, é correto afirmar que:
a) o decurso dos prazos de licenciamento ambiental, sem a emissão da licença ambiental,
implica emissão tácita;
b) o decurso dos prazos para os atos públicos de liberação de registro de agrotóxicos e
afins, sem a resposta ao requerimento, implica aprovação tácita;
c) o decurso do prazo de autorização da importação de medicamento considerado essencial
para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus, sem registro na Anvisa, mas com
registro na Food and Drug Administration (FDA), implica autorização tácita;
d) é aplicável ao licenciamento urbanístico de competência dos Municípios, independentemente
da existência de ato normativo municipal nesse sentido;
e) tratando-se de licenciamento ambiental de projeto minerário habilitado em política do
Comitê Interministerial de Análise de Projetos de Minerais Estratégicos, o decurso do prazo
sem a emissão da licença ambiental implica emissão tácita.

013. (VUNESP/TJ-GO/2021) É direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para o


desenvolvimento e o crescimento econômicos do País
a) ter a garantia de que os negócios jurídicos empresariais paritários serão objeto de livre
estipulação das partes pactuantes, de forma a aplicar todas as regras de direito empresarial

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apenas de maneira subsidiária ao avençado, inclusive no que diz respeito às empresas


públicas e sociedades de economia mista.
b) definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços como
consequência de alterações da oferta e da demanda, não se aplicando à legislação de
defesa da concorrência, aos direitos do consumidor e às demais disposições protegidas
por lei federal.
c) ser exigida medida compensatória, em sede de estudos de impacto ou outras liberações
de atividade econômica no direito urbanístico, não se aplicando às situações de acordo
resultantes de ilicitude.
d) desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de
propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer
atos públicos de liberação da atividade econômica, sendo que a fiscalização do exercício
desse direito será realizada previamente pela autoridade competente.

014. (FCC/PGE-GO/2021/ADAPTADA) Nos últimos anos, percebe-se o surgimento de


diplomas normativos federais voltados a desburocratizar e simplificar a atuação do aparato
estatal e reduzir o impacto da regulação estatal nas atividades econômicas, destacando-
se especialmente a Lei Federal n. 13.726/2018 – que racionaliza atos e procedimentos
administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – e
a Lei Federal n. 13.874/2019 – que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica
e dá outras disposições correlatas. Deste conjunto normativo destaca-se a seguinte regra,
relativa à relação entre os órgãos e entidades da Administração pública e os cidadãos:
a) É dispensada a apresentação, pelo cidadão, de título de eleitor, exceto para votar, para
registrar candidatura ou para exercer o direito de petição.
b) É assegurado a toda pessoa, natural ou jurídica, desenvolver atividade econômica de baixo
risco, para a qual se valha exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros
consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade
econômica, dispensado o pagamento de quaisquer taxas relativas à fiscalização da atividade.
c) É direito de toda pessoa, natural ou jurídica, arquivar qualquer documento por meio de
microfilme ou por meio digital, conforme técnica e requisitos estabelecidos em regulamento,
hipótese em que se equiparará a documento físico para todos os efeitos legais e para a
comprovação de qualquer ato de direito público.

015. (CESPE-CEBRASPE/PGE-PA/PROCURADOR DO ESTADO/2022) Em conformidade com


a Lei n. 13.874/2019, a livre definição, em mercados não regulados, do preço de produtos
e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda
a) viola o princípio do reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.

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b) é prática abusiva e infração aos preceitos da ordem econômica.


c) é direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para o desenvolvimento e crescimento
econômicos do país, observados os princípios constitucionais que regem a ordem econômica.
d) será regulamentada em ato normativo infralegal, que estipulará os limites mínimos e
máximos dos preços, conforme pesquisa mercadológica.
e) somente é admitida nas atividades de baixo risco que prescindam de qualquer ato público
de liberação.

016. (TRF/TRF - 4ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2022) Dadas as assertivas abaixo,


assinale a alternativa CORRETA.
I – Os princípios gerais da atividade econômica são: soberania nacional; propriedade privada;
função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa do meio
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e dos serviços e de seus processos de elaboração e de prestação; redução das
desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para
as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede
e administração no país.
II – É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente
de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei, decretos e portarias
emanados das autoridades competentes.
III – A Lei n. 13.874/2019 que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica é
aplicável à interpretação do direito civil, empresarial, econômico, urbanístico e do trabalho
nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito de aplicação e na ordenação pública,
inclusive sobre exercício das profissões, comércio, juntas comerciais, registros públicos,
trânsito, transporte e proteção ao meio ambiente.
IV – É dever da administração pública e das demais entidades que se sujeitam à Lei n.
13.874/2019, na aplicação da ordenação pública sobre atividades econômicas privadas,
proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em termos subjetivos
ou abstratos somente quando estes forem propriamente regulamentados por meio de
critérios claros, objetivos e previsíveis, devendo ser observado o critério da dupla visita
para qualquer atividade.
V – De acordo com a Lei n. 13.874/2019, as propostas de edição e de alteração de atos
normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados,
elaboradas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias
e as fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório,
que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo para verificar
a razoabilidade do seu impacto econômico.

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a) Estão corretas apenas as assertivas III e V.


b) Estão corretas apenas as assertivas IV e V.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
e) Estão corretas apenas as assertivas I, III e V.

017. (CESPE-CEBRASPE/ANP/REGULADOR DE NOVAS ATRIBUIÇÕES/2022) No tocante aos


princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional econômica, julgue os itens
a seguir.No tocante aos princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
O princípio da livre concorrência não é absoluto, devendo pautar-se pela boa-fé e pela
lealdade nas relações empresariais.

018. (CESPE-CEBRASPE/ANP/REGULADOR DE NOVAS ATRIBUIÇÕES/2022) No tocante aos


princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional econômica, julgue os itens
a seguir. No tocante aos princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
O princípio da função social da propriedade visa a assegurar que o direito de propriedade
seja exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais.

019. (CESPE-CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL JURÍDICO DA RECEITA ESTADUAL/2021)


Com relação a aspectos do direito econômico, julgue o item a seguir.
O controle da inflação é inserido como princípio explícito da ordem econômica na Constituição
Federal de 1988.

020. (CESPE-CEBRASPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO-DIREITO/2021) Considerando as


normas e os princípios de direito econômico, julgue o item a seguir.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a concessão de benefícios tributários a uma
sociedade de economia mista não monopolista os quais não sejam extensivos às demais
empresas do setor privado é inconstitucional, independentemente do objeto empresarial
da referida empresa estatal.

021. (FGV/SENADO FEDERAL/2022) Consideram-se incompatíveis com os princípios da ordem


econômica previstos na Constituição Federal de 1988, as decisões governamentais que
a) dificultem o crescimento econômico para proteger o meio ambiente.
b) estatizem atividades privadas consideradas estratégicas.
c) restrinjam a remessa de lucros pelo investimento estrangeiro.
d) tributem progressivamente a propriedade privada improdutiva.
e) confiram tratamento privilegiado a empresas nacionais de pequeno porte.

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022. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/2023) Em relação à ordem econômica estabelecida na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A finalidade precípua da ordem econômica é a manutenção da soberania nacional.

023. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/2023) Quanto aos princípios da ordem econômica, julgue


o próximo item.
O princípio da subsidiariedade da atuação estatal é considerado princípio implícito do
direito econômico.

024. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2023) Quanto aos


princípios da ordem econômica, julgue o próximo item.
O princípio da igualdade econômica é considerado princípio implícito do direito econômico.

025. (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Assinale a alternativa correta,


de acordo com o texto constitucional vigente.
a) A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade, mas não
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação
da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
b) A ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social. Embora esteja fundada na valorização do trabalho humano, não defende
a livre iniciativa, pois veda a concorrência.
c) Ressalvados os casos previstos no atual texto constitucional, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
d) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor privado e indicativo para o setor público.
e) A ordem econômica observará os princípios da soberania nacional, propriedade privada e
defesa do consumidor. Todavia, está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto
não pode obrigar as empresas a dar oportunidade a todos.

026. (TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da Ordem
Econômica e Financeira), a Constituição dispõe que:
a) a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia
mista que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, as

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quais se sujeitarão ao regime próprio das empresas privadas e gozarão de privilégios fiscais
adequados às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado,
entre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
relevante interesse coletivo.
c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas
estatais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei.
d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa
brasileira de capital nacional.

027. (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Sobre a Ordem Econômica e Financeira, de


acordo com a Constituição Federal/1988 e suas alterações, é correto afirmar que
a) os princípios da ordem econômica brasileira permitem instituir, no que se refere à defesa
do meio ambiente, normatização diferenciada, em conformidade com o impacto ambiental
dos produtos e serviços.
b) o estatuto jurídico da empresa pública, estabelecido por lei, disporá sobre sua função
social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, assim como sobre os eventuais
privilégios fiscais que não abranjam as empresas do setor privado.
c) é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos
minerais, no valor estabelecido em ato específico do Poder Executivo.
d) a autorização para o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade
reduzida será concedida pelo Poder Executivo Federal, ouvidos os órgãos ambientais locais.

028. (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue o item a


seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É inconstitucional, por atentar contra o livre exercício de atividade econômica ou profissional,
a conduta do Fisco de condicionar emissão de documentos fiscais à prestação de caução
pelo contribuinte como garantia tributária das operações futuras.

029. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Considerando que liberdade econômica


consiste na possibilidade de o cidadão poder exercer um papel como agente econômico e
escolher como usar a sua propriedade, julgue os itens a seguir:

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I – A melhora social e econômica do Brasil nas últimas décadas não se reflete plenamente
na moradia e no saneamento básico: milhões de brasileiros ainda vivem em aglomerados
subnormais e sem acesso a saneamento.
II – O rompimento do ciclo intergeracional da pobreza pode ser atingido por meio de
políticas públicas que promovam a autonomia e a liberdade econômica e financeira da
mulher, como o acesso igualitário ao mercado de trabalho, a provisão de creches e o apoio
aos familiares idosos.
III – A ordem econômica determina que se observe a função social da propriedade e que,
ao mesmo tempo, se respeite o bem-estar da sociedade, porém não garante o direito do
indivíduo sobre a propriedade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos

030. (TRF 4 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA)


I – A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica, dependendo,
em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.
II – Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país, a
Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham sua sede
e sua administração.

031. (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com a edição da


norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES Nacional, concretizou-se a diretriz
do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento favorecido para as
microempresas e empresas de pequeno porte.

032. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) O princípio da


função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.

033. (MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA ADJUNTO/MPDFT/2015/ADAPTADA) Julgue os


itens a seguir:

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I – Afronta o princípio da livre concorrência, lei distrital que impeça a instalação de


estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
II – As disposições constitucionais que disciplinam a forma de exploração do monopólio da
União sobre a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo não permitem a edição de um marco
legal que confira tratamento privilegiado a empresas estatais na execução dessas atividades.

034. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) Em relação à ordem constitucional


econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e
específicos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade.
b) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.
c) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes,
entendidos como fundamento político garantidor da liberdade econômica.

035. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) A intervenção do Estado no


domínio econômico é regulada por princípios próprios e específicos da ordem econômica, motivo
pelo qual independe da obediência aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

036. (ESAF/PGFN-PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2015/ADAPTADA) Sobre as


disposições normativas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção
que retrata a jurisprudência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.

037. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/21 CONCURSO/ADAPTADA) O estado brasileiro, na


nova ordem jurídico-econômica, inaugurada com a constituição de 1988: teve redirecionada
a sua posição estratégica, transferindo à iniciativa privada atividades econômicas exploradas
pelo setor público.

038. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/22 CONCURSO) A constituição da república,


relativamente à ordem econômica: Dispõe que ela deve observar, dentre outros princípios,
a propriedade privada e sua função social, a livre concorrência, a defesa do consumidor e
do meio ambiente e a redução das desigualdades regionais e sociais.

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039. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/24 CONCURSO/ADAPTADA) Do sistema ou modelo


econômico adotado pela constituição federal, ressai um estado no qual as relações de
produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de
produção, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência.

040. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2013/ADAPTADA) Observando o artigo 170 da


Constituição Federal que trata da ordem econômica, o supremo tribunal federal entende que:
I – Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica
a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito;
II – Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucro-alcooleiros
em valores abaixo da realidade.

041. (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2009/ADAPTADA) O fato de a ordem econômica


na Constituição Federal de 1988 ser informada pelos princípios da livre iniciativa e da livre
concorrência significa que:
a) existe ampla liberdade de empreendimento em todos os setores da economia, inclusive
por parte do Estado, cuja atuação empresarial não sofre restrições.
b) não se admite a regulação da atividade econômica privada com o fito de implementar
políticas públicas redistributivas.
c) o planejamento centralizado da atividade econômica não pode substituir os estímulos
de mercado como principal indutor das decisões dos agentes econômicos.
d) a política industrial baseada em instrumentos de fomento não pode promover setores
específicos da economia.

042. (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Analise as afirmativas abaixo:


I – A ordem econômica é calcada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa e
em relação a ela devem ser observados vários princípios, como, entre outros, a busca do
pleno emprego, a seguridade social, a saúde, o meio ambiente e a livre concorrência.
II – No regime econômico adotado no direito pátrio vigora o princípio da livre iniciativa, segundo
o qual a todos é assegurado o exercício de atividades econômicas independentemente de
consentimento do Poder Público, com as ressalvas constantes de lei; ao Estado, porém, é
permitida, em algumas situações, a exploração direta da atividade econômica, inclusive
com o afastamento da iniciativa privada.
III – A lei deve reprimir o abuso do poder econômico consubstanciado pelo domínio dos
mercados, pela eliminação da concorrência e pelo aumento arbitrário dos lucros. Nos
atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular, a lei,

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embora isentando a pessoa jurídica em si, deve estabelecer a responsabilidade individual


de seus dirigentes.
Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

043. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante à ordem


econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
É necessária a prévia autorização do órgão público competente para o desenvolvimento de
atividade econômica no país.

044. (CESPE/PGM-RR/PROCURADOR/2010) O exame da ordem econômica e financeira


instituída pela CF permite afirmar que a exploração direta da atividade econômica pelo
Estado, além dos casos constitucionalmente expressos, tais como a prestação de serviços
públicos e a exploração de jazidas minerais ou de potenciais de energia hidráulica, constitui
exceção justificada somente por imperativos de segurança nacional e relevante interesse
coletivo, na forma da lei.

045. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS-ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante à ordem


econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
A CF prevê a permissão de exploração direta de atividade econômica pelo Estado quando
essa for necessária aos imperativos da segurança nacional.

046. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2014/ADAPTADA) Assinale a opção que, além de


condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
b) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

047. (CESPE/TRF-3 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) O STF, na ADI n.º 1.950/SP,


analisou a constitucionalidade da medida que concedeu o direito a pagamento de meia
entrada para o ingresso em estabelecimentos de entretenimento e assemelhados em favor
dos estudantes matriculados regularmente nos estabelecimentos de ensino de São Paulo.
Acerca do princípio da livre iniciativa, discutido no caso, assinale a opção correta.

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a) A liberdade de comércio e de indústria representa um dos corolários do princípio da livre


iniciativa, marco no decreto d’Allarde.
b) De acordo com a posição vencedora, o Estado só intervirá na economia em circunstâncias
restritas, devendo estar os outros princípios da ordem econômica e constitucional
subordinados à livre iniciativa.
c) A livre iniciativa não tem vínculos com o princípio da legalidade e significa, em verdade,
um limite para a ação pública, em termos de estado de direito.
d) A livre iniciativa é implicitamente fundamento da República e um dos desdobramentos
do princípio da liberdade.
e) A interferência do Estado na decisão de formação de preços deve estar embasada no
princípio da livre iniciativa, prescindindo-se de outros princípios de índole social.

048. (CESPE/TRF-5 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da intervenção do


Estado na economia, assinale a opção correta.
I – A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da intervenção na
atividade econômica compreende as funções de fiscalização, participação e incentivo.
II – Sempre que entender cabível, e independentemente de previsão na CF, o Estado pode
intervir na economia, utilizando-se do monopólio de exploração direta da atividade econômica.

049. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue os itens subsequentes.
Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para exercer
qualquer atividade econômica, independentemente de autorização concedida por órgãos
públicos.

050. (CESPE/BACEN/PROCURADOR/2013) O município X instituiu, mediante lei municipal, a


proibição de instalação de mais de uma agência bancária, ainda que de diferentes instituições
financeiras, na mesma localização, delimitando distâncias mínimas entre as agências, a fim de
que todos os bairros fossem devidamente atendidos por serviços bancários. Como justificativa
para a proibição, o município considerou a existência de regiões fartamente atendidas por
agências bancárias e outras, sobretudo carentes, desassistidas de serviços bancários.
Nessa situação hipotética, a lei municipal é:
a) inconstitucional, por violação ao princípio da livre concorrência.
b) constitucional, pois incumbe ao poder público reduzir as desigualdades sociais, em
consideração ao princípio da dignidade humana.
c) constitucional, pois compete ao município delimitar a zona urbana e disciplinar o uso
do solo urbano.
d) constitucional, pois se trata de serviço de âmbito local, de competência dos municípios.

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e) inconstitucional, pois se trata de serviço de âmbito regional, de competência dos estados


federados.

051. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2013) Observando o artigo 170 da Constituição


Federal que trata da ordem econômica, o Supremo Tribunal Federal entende que:
a) Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica
a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito;
b) Viola o princípio da livre concorrência a lei municipal que estabelece o horário de
funcionamento de farmácias;
c) Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucro-alcooleiros
em valores abaixo da realidade.

052. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2014) Assinale a opção que, além de condizente


com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das idéias da livre
concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de capital
nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

053. (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Sobre as disposições normativas


pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção que retrata a jurisprudência
corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
d) A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança para a impressão de notas fiscais
de contribuintes em débito com o Fisco não ofende o primado da livre atividade econômica.

054. (CESPE/TRF 5 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011) Em relação aos princípios da constituição


econômica, assinale a opção correta.

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a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção


da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica denominados
integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de desenvolvimento
da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua realização pessoal e a obtenção
de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam resolver
os problemas da marginalização regional e(ou) social.

055. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Assinale a opção correta com


referência aos princípios implícitos na atividade econômica.
a) A boa-fé econômica implica a aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas
relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado, não se traduzindo,
no entanto, em instituto jurídico garantidor da simetria informativa, necessária para evitar
falhas de mercado, pois tal papel é reservado ao princípio da defesa do consumidor.
b) O poder público atua subsidiariamente à iniciativa privada na ordem econômica, em um
sistema constitucional em que o principal papel reservado ao Estado é o de agente regulador.
c) A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada,
regulando-se pelo interesse essencialmente privado.
d) De acordo com o princípio da democracia econômica, as políticas públicas devem ampliar
a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os
que se encontrem na mesma situação fática e jurídica.

056. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) Acerca dos princípios gerais da


atividade econômica, assinale a opção correta.
a) O princípio da propriedade privada traduz-se no poder de gozar e dispor de um bem,
sendo direito de exercício absoluto e irrestrito.
b) O princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio
de integração e defesa de mercado.
c) A CF foi a primeira a prever a função social da propriedade como princípio da ordem
econômica.
d) A livre concorrência é garantida independentemente de o Estado promover a livre iniciativa.

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057. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2010) A livre concorrência, princípio geral da


atividade econômica, defende que o próprio mercado deve estabelecer quais são os agentes
aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econômicos o estabelecimento das regras
de competição.

058. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2012/ADAPTADA) A atual Constituição Federal elegeu


como preceitos fundamentais da ordem econômica a valorização do trabalho humano, a
livre concorrência, a existência digna e a justiça social. Com base nos citados preceitos, e nos
princípios elencados nos incisos I a IX do artigo 170 da Carta Magna, é correto afirmar que:
a) É inconstitucional lei que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiências, por
afronta aos princípios da ordem econômica, da livre iniciativa e do direito de propriedade;
b) É inconstitucional o conjunto de normas de comércio exterior que proíbe a importação
de pneumáticos usados por afronta ao principio do livre exercício da atividade econômica.
c) É inconstitucional Lei Municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, por afronta ao principio da livre concorrência.

059. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institutos de


direito econômico, julgue:
O princípio econômico da defesa do consumidor não é violado por resolução de autoridade
estadual que, no livre exercício do poder de polícia, discipline horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e matérias específicas de consumo do interesse da unidade
da Federação.

060. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da ordem


constitucional econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem econômica,
não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformidade
com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa, mas ao da defesa do
consumidor.
b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade,
e, ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistam à aquisição
do terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm estes, com base nelas, direito
à indenização do poder público.
c) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa privada,
norma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade
limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa
jurídica para com a seguridade social.

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061. (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013/ADAPTADA) Julgue os próximos


itens, relativos à intervenção do Estado no domínio econômico.
Só será legítima a intervenção direta do Estado em atividade econômica quando ela for
necessária aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo,
conforme previsão constitucional.

062. (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016) Conforme disposto expressamente,


no texto Constitucional da Constituição Federal, a ordem econômica observa princípios
específicos, exceto:
a) livre concorrência.
b) redução das desigualdades regionais e sociais.
c) busca do pleno emprego.
d) função social da propriedade.
e) dignidade da pessoa humana.

063. (CESPE/TCDF/PROCURADOR/2013) Uma lei que conceda proteção especial temporária


para que uma empresa brasileira desenvolva atividades consideradas estratégicas para a
defesa nacional somente estará de acordo com as atuais regras constitucionais caso essa
empresa seja classificada como de capital nacional.

064. (FGV/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/ADVOGADO/2016) A fim de garantir a observância


de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de forma legítima,
no domínio econômico. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de empresas
públicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será permitida quando
necessário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante e
impositivo para os setores público e privado.
d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
obedecerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico e
da redução das desigualdades regionais e sociais.
e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por via
legislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento econômico.

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065. (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016/ADAPTADA) Em relação à intervenção


do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitucional, julgue:
Independentemente de o Estado promover a livre iniciativa, a livre concorrência é garantida.

066. (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Acerca dos princípios da atividade


econômica inscritos na Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem.
I – O direito de propriedade individual é absoluto e irrestrito.
II – O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno
porte constitui um dos princípios da atividade econômica.
III – A liberdade de iniciativa não pode ser invocada por alguém com o intuito de se eximir
do cumprimento das regulações estatais ou normas de defesa do consumidor.

067. (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) A previsão constitucional de


tratamento favorecido às empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras,
e que tenham a sua sede e administração no país, visa permitir que os empreendedores
que contam com menos recursos façam frente à concorrência.

068. (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) É assegurado a todos o livre exercício


de qualquer atividade econômica, mediante prévia autorização dos órgãos públicos.

069. (CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Em relação à ordem econômica


estabelecida na Constituição e à intervenção do Estado no domínio econômico, julgue os
itens que se seguem.
Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas
privadas, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de
concorrência, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.

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GABARITO
1. C 36. c
2. E 37. C
3. E 38. C
4. C 39. C
5. E 40. E, C
6. C 41. c
7. C 42. d
8. E 43. E
9. c 44. C
10. d 45. C
11. d 46. a
12. c 47. a
13. b 48. E, E
14. c 49. C
15. c 50. a
16. e 51. c
17. C 52. b
18. C 53. c
19. E 54. e
20. C 55. d
21. b 56. b
22. E 57. E
23. C 58. c
24. C 59. E
25. c 60. c
26. c 61. C
27. a 62. e
28. C 63. E
29. d 64. e
30. E, E 65. E
31. C 66. E, E, C
32. C 67. C
33. C, E 68. E
34. b 69. E
35. E

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GABARITO COMENTADO

001. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
É facultado a toda pessoa definir livremente, em mercados não regulados, o preço de
produtos e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda.

O item está correto, nos termos do art. 3º, III da lei 13.874/19.
Certo.

002. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
A intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de fiscalização e regulação
afigura-se como um dos princípios norteadores da DDLE.

Nos termos do art. 2º, III da lei 13.874/19, um dos princípios norteadores é a intervenção
subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades econômicas e não sobre
o exercício de fiscalização e regulação.
Errado.

003. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Toda pessoa pode desenvolver atividade de extração de petróleo do subsolo, para a qual
se valha exclusivamente de propriedade privada própria, sem a necessidade de quaisquer
atos públicos de liberação da atividade econômica.

O item está incorreto.


O art. 3º, I da lei dispõe que é direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o
desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo
único do art. 170 da Constituição Federal:

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I – desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de


propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos
públicos de liberação da atividade econômica.

Ocorre que a extração de petróleo não se enquadra nessa previsão, pois o art. 17 da CF dispõe
que a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos.
Vale lembrar que o §1 do art. 170 prevê que a União poderá contratar com empresas estatais
ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas
as condições estabelecidas em lei
Errado.

004. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Toda pessoa tem o direito de que não lhe seja exigida certidão sem previsão expressa em
lei pela administração pública direta ou indireta.

O item está correto, nos termos do art 3º, XII da lei 13.874/19.
Certo.

005. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Constitui direito de liberdade econômica ter a garantia de que o silêncio da autoridade
tributária competente importará aprovação tácita, para todos os efeitos, das solicitações
de atos públicos de liberação da atividade econômica.

O item está incorreto.


Nos termos do art.3º, IX da lei 13.874/19, apresentados todos os elementos necessários
à instrução do processo, o particular será cientificado expressa e imediatamente do prazo
máximo estipulado para a análise de seu pedido e de que, transcorrido o prazo fixado,
o silêncio da autoridade competente importará aprovação tácita para todos os efeitos,
ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas em lei.
Errado.

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006. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Conforme a DDLE, julgue


o item seguinte, quanto aos direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais ao
desenvolvimento e ao crescimento econômico do país.
Tem tratamento isonômico o ato de liberação do exercício da atividade econômica por
órgão ou entidade da administração pública, estando vinculado aos mesmos critérios de
interpretação adotados em decisões administrativas análogas anteriores.

O item está correto, nos termos do art. 3º IV da lei 13.874/19.


Certo.

007. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
Entre os princípios norteadores da DDLE se inclui o reconhecimento da vulnerabilidade do
particular perante o Estado.

O item está correto, nos termos do art. 2º IV da lei 13.874/19.


Certo.

008. (CESPE-CEBRASPE/ANP/FISCAL DE ABASTECIMENTO/2022) Com referência aos princípios


que norteiam o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (DDLE), julgue
o item subsecutivo.
As normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à
perturbação do sossego público, são um dos princípios norteadores fundamentais previstos
na DDLE.

O item está incorreto, pois não se trata de princípio, mas sim de direito previsto na lei.
Confira:

Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o
crescimento econômicos do País,
(...)II - desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da semana, inclusive feriados,
sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais, observadas:
a) as normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à
perturbação do sossego público;

Errado.

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009. (IBFC/PREFEITURA DE DOURADOS-MS/2022) A Lei n. 13.874/2019 instituiu a Declaração


de Direitos de Liberdade Econômica. Acerca da mencionada lei, também conhecida como
Lei da Liberdade Econômica, assinale a alternativa que apresenta incorretamente um
princípio que a norteia.
a) Boa-fé do particular perante o poder público
b) Liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas
c) Intervenção estatal direta nas atividades econômicas
d) Reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado

O gabarito da questão é a letra C.


Os demais itens são princípios previstos no art. 2º, I,II e IV da lei 13.874/19.
Letra c.

010. (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2022) Nos termos da Lei n. 13.874/2019


(Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e garantias de livre mercado), é dever da
administração pública e das demais entidades que se sujeitam a esta Lei, na aplicação da
ordenação pública sobre atividades econômicas privadas
a) proceder à aplicação de sanções com base em termos objetivos, sendo vedada a lavratura
de auto de infração em termos subjetivos.
b) observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração decorrentes do
exercício de atividade considerada de alto risco.
c) dispensar tratamento justo, previsível e isonômico entre todos os agentes que atuam
na administração pública.
d) observar o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração decorrentes do
exercício de atividade considerada de baixo ou médio risco.
e) proceder à lavratura de autos de infração com base em termos objetivos, sendo vedada
a lavratura de auto de infração em termos subjetivos.

O item correto é a letra D.


O critério de dupla vista deve ser observado para lavratura de autos de infração decorrentes
do exercício de atividade considerada de baixo ou médio risco. (art. 4º-A, III).
Letra d.

011. (OBJETIVA/PREFEITURA DE NOVA HARTZ-RS/ADVOGADO/2022) A Lei de Liberdade


Econômica estabeleceu a extinção de alvarás para as atividades econômicas:
a) Do primeiro setor.
b) De produção.
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c) De pequeno porte.
d) De baixo risco.

O item correto é a letra D, nos termos do art. 3º,I.


Letra d.

012. (FGV/MPE-GO/2022) A Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, instituída pela


Lei n. 13.874/2019, estabelece ser direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para
o desenvolvimento e o crescimento econômicos do país, a garantia de que, nas solicitações
de atos públicos de liberação da atividade econômica que se sujeitam ao disposto na referida
lei, apresentados todos os elementos necessários à instrução do processo, o particular
será cientificado expressa e imediatamente do prazo máximo estipulado para a análise
de seu pedido e de que, transcorrido o prazo fixado, o silêncio da autoridade competente
importará aprovação tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente
vedadas em lei.
A respeito dessa garantia, é correto afirmar que:
a) o decurso dos prazos de licenciamento ambiental, sem a emissão da licença ambiental,
implica emissão tácita;
b) o decurso dos prazos para os atos públicos de liberação de registro de agrotóxicos e
afins, sem a resposta ao requerimento, implica aprovação tácita;
c) o decurso do prazo de autorização da importação de medicamento considerado essencial
para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus, sem registro na Anvisa, mas com
registro na Food and Drug Administration (FDA), implica autorização tácita;
d) é aplicável ao licenciamento urbanístico de competência dos Municípios, independentemente
da existência de ato normativo municipal nesse sentido;
e) tratando-se de licenciamento ambiental de projeto minerário habilitado em política do
Comitê Interministerial de Análise de Projetos de Minerais Estratégicos, o decurso do prazo
sem a emissão da licença ambiental implica emissão tácita.

a) Errada. A alternativa contraria o art. 14, §3 da LC 140/2011.

Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos
processos de licenciamento.
(...)
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica
emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a
competência supletiva referida no art. 15.

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b) Errada. O item B vai de encontro ao decidido em sede liminar pelo STF na ADPF 656 MC.
Na ocasião, a Corte entendeu que a aprovação tácita dessas substâncias, por decurso de
prazo previsto no ato combatido viola o princípio da proibição de retrocesso socioambiental.
c) Certa. O item C está nos termos do art. 3, VIII, a,1 da lei 13.979/20.
d) Errada. A lei 13.874/19 dispõe expressamente que a aprovação tácita não se aplica ao
Distrito Federal e Municípios (art. 3º, IX).
e) Errada. O fundamento é o mesmo da letra A.
Letra c.

013. (VUNESP/TJ-GO/2021) É direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para o


desenvolvimento e o crescimento econômicos do País
a) ter a garantia de que os negócios jurídicos empresariais paritários serão objeto de livre
estipulação das partes pactuantes, de forma a aplicar todas as regras de direito empresarial
apenas de maneira subsidiária ao avençado, inclusive no que diz respeito às empresas
públicas e sociedades de economia mista.
b) definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços como
consequência de alterações da oferta e da demanda, não se aplicando à legislação de
defesa da concorrência, aos direitos do consumidor e às demais disposições protegidas
por lei federal.
c) ser exigida medida compensatória, em sede de estudos de impacto ou outras liberações
de atividade econômica no direito urbanístico, não se aplicando às situações de acordo
resultantes de ilicitude.
d) desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de
propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer
atos públicos de liberação da atividade econômica, sendo que a fiscalização do exercício
desse direito será realizada previamente pela autoridade competente.

a) Errada. O item A está incorreto pois vai de encontro ao art. 3º. (...) §5º:

O disposto no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica à empresa pública e à sociedade
de economia mista definidas nos arts. 3º e 4º da Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016.

b) Certa. Está nos termos do art.3º, III e art. 3º,§3º,II.


c) Errada. O item vai de encontro art. 3º, XI:

Art. 3⁰:
(...) XI - não ser exigida medida ou prestação compensatória ou mitigatória abusiva, em sede
de estudos de impacto ou outras liberações de atividade econômica no direito urbanístico,
entendida como aquela que:

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d) Errada. O item vai de encontro art. 3º, §2:

Art. 3º
(...) §2º. A fiscalização do exercício do direito de que trata o inciso I do caput deste artigo
será realizada posteriormente, de ofício ou como consequência de denúncia encaminhada à
autoridade competente

Letra b.

014. (FCC/PGE-GO/2021/ADAPTADA) Nos últimos anos, percebe-se o surgimento de


diplomas normativos federais voltados a desburocratizar e simplificar a atuação do aparato
estatal e reduzir o impacto da regulação estatal nas atividades econômicas, destacando-
se especialmente a Lei Federal n. 13.726/2018 – que racionaliza atos e procedimentos
administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – e
a Lei Federal n. 13.874/2019 – que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica
e dá outras disposições correlatas. Deste conjunto normativo destaca-se a seguinte regra,
relativa à relação entre os órgãos e entidades da Administração pública e os cidadãos:
a) É dispensada a apresentação, pelo cidadão, de título de eleitor, exceto para votar, para
registrar candidatura ou para exercer o direito de petição.
b) É assegurado a toda pessoa, natural ou jurídica, desenvolver atividade econômica de baixo
risco, para a qual se valha exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros
consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade
econômica, dispensado o pagamento de quaisquer taxas relativas à fiscalização da atividade.
c) É direito de toda pessoa, natural ou jurídica, arquivar qualquer documento por meio de
microfilme ou por meio digital, conforme técnica e requisitos estabelecidos em regulamento,
hipótese em que se equiparará a documento físico para todos os efeitos legais e para a
comprovação de qualquer ato de direito público.

a) Errada. O art. 3º, V não inclui o direito de petição.


“(...) V - apresentação de título de eleitor, exceto para votar ou para registrar candidatura;”
b) Errada. Confira:

Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o
crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo único do:
I – desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de
propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos
públicos de liberação da atividade econômica;

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O item C está correto, nos termos do art. 3º X.


Letra c.

015. (CESPE-CEBRASPE/PGE-PA/PROCURADOR DO ESTADO/2022) Em conformidade com


a Lei n. 13.874/2019, a livre definição, em mercados não regulados, do preço de produtos
e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda
a) viola o princípio do reconhecimento da vulnerabilidade do particular perante o Estado.
b) é prática abusiva e infração aos preceitos da ordem econômica.
c) é direito de toda pessoa, natural ou jurídica, essencial para o desenvolvimento e crescimento
econômicos do país, observados os princípios constitucionais que regem a ordem econômica.
d) será regulamentada em ato normativo infralegal, que estipulará os limites mínimos e
máximos dos preços, conforme pesquisa mercadológica.
e) somente é admitida nas atividades de baixo risco que prescindam de qualquer ato público
de liberação.

O item correto é a letra C.

Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e
o crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo único do art. 170 da
Constituição Federal: [...]
III – definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços como
consequência de alterações da oferta e da demanda;

a) e b) Erradas. Os itens A e B tratam da prática como se fosse incorreta e abusiva e por


isso estão errados.
d) Errada. A lei busca justamente favorecer a liberdade econômica, reduzindo a intervenção
do Estado na atividade.
Não há que se falar, portanto, em regulamentação de preços em detrimento da liberdade
econômica.
e) Errada. Não existe essa limitação.
Letra c.

016. (TRF/TRF - 4ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2022) Dadas as assertivas abaixo,


assinale a alternativa CORRETA.
I – Os princípios gerais da atividade econômica são: soberania nacional; propriedade privada;
função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa do meio
ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos

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produtos e dos serviços e de seus processos de elaboração e de prestação; redução das


desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para
as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede
e administração no país.
II – É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente
de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei, decretos e portarias
emanados das autoridades competentes.
III – A Lei n. 13.874/2019 que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica é
aplicável à interpretação do direito civil, empresarial, econômico, urbanístico e do trabalho
nas relações jurídicas que se encontrem no seu âmbito de aplicação e na ordenação pública,
inclusive sobre exercício das profissões, comércio, juntas comerciais, registros públicos,
trânsito, transporte e proteção ao meio ambiente.
IV – É dever da administração pública e das demais entidades que se sujeitam à Lei n.
13.874/2019, na aplicação da ordenação pública sobre atividades econômicas privadas,
proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em termos subjetivos
ou abstratos somente quando estes forem propriamente regulamentados por meio de
critérios claros, objetivos e previsíveis, devendo ser observado o critério da dupla visita
para qualquer atividade.
V – De acordo com a Lei n. 13.874/2019, as propostas de edição e de alteração de atos
normativos de interesse geral de agentes econômicos ou de usuários dos serviços prestados,
elaboradas por órgão ou entidade da administração pública federal, incluídas as autarquias
e as fundações públicas, serão precedidas da realização de análise de impacto regulatório,
que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo para verificar
a razoabilidade do seu impacto econômico.
a) Estão corretas apenas as assertivas III e V.
b) Estão corretas apenas as assertivas IV e V.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
e) Estão corretas apenas as assertivas I, III e V.

O item I está correto, nos termos do art. 170 e incisos da CF.


O item II está incorreto. O parágrafo único do art. 170 da CF menciona apenas os casos
previstos em lei, mas não abarca decretos e portarias.
O item III está correto, nos termos do art. 1º, §1º da Lei 13.874/19.
O item IV está incorreto, pois o critério de dupla visita deve ser observado nos casos de
lavratura de autos de infração decorrentes de exercício de atividade considerada de baixo
ou médio risco (art. 4º A, III da Lei 13.874/19).

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O item V está correto, nos termos do art. 5º da lei 13.874/19.


Letra e.

017. (CESPE-CEBRASPE/ANP/REGULADOR DE NOVAS ATRIBUIÇÕES/2022) No tocante aos


princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional econômica, julgue os itens
a seguir.No tocante aos princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
O princípio da livre concorrência não é absoluto, devendo pautar-se pela boa-fé e pela
lealdade nas relações empresariais.

O item está correto, conforme vimos exaustivamente na aula de hoje.


Basta lembrar que o princípio da livre concorrência encontra limite e deve ser pautado por
diversos princípios constitucionais, dentre eles o da boa fé e o da lealdade.
Certo.

018. (CESPE-CEBRASPE/ANP/REGULADOR DE NOVAS ATRIBUIÇÕES/2022) No tocante aos


princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional econômica, julgue os itens
a seguir. No tocante aos princípios gerais e ao regime político da ordem constitucional
econômica, julgue o item a seguir.
O princípio da função social da propriedade visa a assegurar que o direito de propriedade
seja exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais.

O item está certo.


O princípio está previsto no art. 170.
Vale lembrar que o art. 182 trata de como a propriedade urbana cumpre sua função social:

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Por sua vez, o art. 186 dispõe acerca do cumprimento da função social pela propriedade rural:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Certo.

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019. (CESPE-CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL JURÍDICO DA RECEITA ESTADUAL/2021)


Com relação a aspectos do direito econômico, julgue o item a seguir.
O controle da inflação é inserido como princípio explícito da ordem econômica na Constituição
Federal de 1988.

O item está incorreto, pois não existe essa previsão.


Lembre-se que os princípios explícitos estão previstos no art. 170.

I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras
e que tenham sua sede e administração no País.

Errado.

020. (CESPE-CEBRASPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO-DIREITO/2021) Considerando as


normas e os princípios de direito econômico, julgue o item a seguir.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a concessão de benefícios tributários a uma
sociedade de economia mista não monopolista os quais não sejam extensivos às demais
empresas do setor privado é inconstitucional, independentemente do objeto empresarial
da referida empresa estatal.

Repare que o item quer a resposta de acordo com a literalidade da Constituição.


Ora, a literalidade do art. 173, §2 não faz qualquer diferenciação acerca do objeto empresarial
da sociedade de economia mista.Veja:

Art. 173.
(...)§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Certo.

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021. (FGV/SENADO FEDERAL/2022) Consideram-se incompatíveis com os princípios da ordem


econômica previstos na Constituição Federal de 1988, as decisões governamentais que
a) dificultem o crescimento econômico para proteger o meio ambiente.
b) estatizem atividades privadas consideradas estratégicas.
c) restrinjam a remessa de lucros pelo investimento estrangeiro.
d) tributem progressivamente a propriedade privada improdutiva.
e) confiram tratamento privilegiado a empresas nacionais de pequeno porte.

O item B traz a única hipótese contrária aos princípios da ordem econômica. Veja que o
art. 173 dispõe que a intervenção direta só ocorrerá em casos excepcionais e não menciona
atividades estratégicas.
a) Errada. Está de acordo com o art. 170, VI.
c) Errada. Está de acordo com o art.172.
d) Errada. Está de acordo com o art.170, IX.
e) Errada. Está de acordo com o art.153, VI e §4º, I.
Letra b.

022. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/2023) Em relação à ordem econômica estabelecida na


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
A finalidade precípua da ordem econômica é a manutenção da soberania nacional.

O item está incorreto. A soberania nacional é princípio da ordem econômica, nos termos
do art. 170 I da CF.
Por sua vez, o caput dispõe que a finalidade é assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
I – soberania nacional;

Errado.

023. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/2023) Quanto aos princípios da ordem econômica, julgue


o próximo item.
O princípio da subsidiariedade da atuação estatal é considerado princípio implícito do
direito econômico.

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O princípio da subsidiariedade é um princípio implícito na ordem econômica.


O art. 174 determina que o principal papel do Estado é atuar como agente regulador da
economia. Por sua vez, o art. 173 dispõe que a intervenção só ocorrerá em casos excepcionais.
As duas previsões acima demonstram o caráter subsidiário de atuação do Estado e que o
princípio da subsidiariedade pode ser caracterizado por dois aspectos:
• Negativo: não cabe ao Estado realizar atividades que podem ser realizadas pelos
indivíduos.
• Positivo: necessidade de o Estado suprir as deficiências dos grupos menores, prestando
assistência, fomentando etc.
Certo.

024. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RJ/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2023) Quanto aos


princípios da ordem econômica, julgue o próximo item.
O princípio da igualdade econômica é considerado princípio implícito do direito econômico.

O princípio da igualdade econômica é considerado implícito, na medida em que busca nivelar


os agentes que atuam na ordem econômica e possibilitar o acesso daqueles que não detém
parcela significativa do mercado.
Para atingir essa igualdade, são implementadas diferentes políticas, a exemplo das políticas
que favoreçam as microempresas e empresas de pequeno porte (art. 179).
A CF também trata da igualdade formal entre o particular e o Estado no exercício da
atividade econômica. (art 173, §1, II e §2).

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
(...)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Certo.

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025. (PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Assinale a alternativa correta,


de acordo com o texto constitucional vigente.
a) A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade, mas não
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação
da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
b) A ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social. Embora esteja fundada na valorização do trabalho humano, não defende
a livre iniciativa, pois veda a concorrência.
c) Ressalvados os casos previstos no atual texto constitucional, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
d) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor privado e indicativo para o setor público.
e) A ordem econômica observará os princípios da soberania nacional, propriedade privada e
defesa do consumidor. Todavia, está dispensada da busca pelo pleno emprego, porquanto
não pode obrigar as empresas a dar oportunidade a todos.

a) Errada. O item contraria o art.173, §4 da CF:

Art. 173. § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados,
à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

b) Errada. Art.170 da CF dispõe que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa. Além disso, o inciso IV dispõe que a livre concorrência é um de
seus princípios.
O item C está correto. Trata-se da literalidade do art 173 da CF:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

d) Errada. O planejamento é determinante para o setor público e apenas indicativo para o


setor privado.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.

Letra c.

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026. (TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2018) É correto afirmar que, em seu Título VII (Da Ordem
Econômica e Financeira), a Constituição dispõe que:
a) a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da sociedade de economia
mista que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, as
quais se sujeitarão ao regime próprio das empresas privadas e gozarão de privilégios fiscais
adequados às finalidades estatutárias.
b) é permitida, nos termos da lei, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado,
entre outras hipóteses, quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
relevante interesse coletivo.
c) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
constituem monopólio da União, que poderá contratar a sua realização com empresas
estatais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei.
d) a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa
brasileira de capital nacional.

a) Errada. Contraria o art 173 da CF:

Art. 173.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

b) Errada. O ar.t 173, caput da CF não prevê outras hipóteses, tratando apenas dos imperativos
da segurança nacional ou do relevante interesse coletivo.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

c) Certa. Conforme art. 177, I e §1 da CF:

Art. 177. Constituem monopólio da União:


I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
[,,,]
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.

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d) Errada. Confiram a redação do art. 176, §1 da CF:

Art. 176
(...)
§1º, CF. A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se
refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão
da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei (...)

Letra c.

027. (MPE-BA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2018) Sobre a Ordem Econômica e Financeira, de


acordo com a Constituição Federal/1988 e suas alterações, é correto afirmar que
a) os princípios da ordem econômica brasileira permitem instituir, no que se refere à defesa
do meio ambiente, normatização diferenciada, em conformidade com o impacto ambiental
dos produtos e serviços.
b) o estatuto jurídico da empresa pública, estabelecido por lei, disporá sobre sua função
social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, assim como sobre os eventuais
privilégios fiscais que não abranjam as empresas do setor privado.
c) é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos
minerais, no valor estabelecido em ato específico do Poder Executivo.
d) a autorização para o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade
reduzida será concedida pelo Poder Executivo Federal, ouvidos os órgãos ambientais locais.

a) Certa. Nos termos do art. 170, VI da CF.

170
(...)
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

b) Errada. As sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos as empresas privadas. (art 173, §2 da CF).
c) Errada. O valor não é estabelecido por ato específico do executivo, mas sim por lei,
conforme art. 176, §2 da CF:

Art. 176
(...)
§2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no
valor que dispuser a lei.

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O item D está incorreto, pois contraria o disposto no art. 179 da CF (que também inclui as
obrigações previdenciárias
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e
às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando
a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

d) Errada. O aproveitamento de potencial de energia renovável de capacidade reduzida


dispensa autorização e concessão. Vejam:

Art. 176
(...)
§4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia
renovável de capacidade reduzida.

Letra a.

028. (CRA-PR/ADVOGADO/2019) Conforme a CF e a jurisprudência do STF, julgue o item a


seguir acerca dos princípios gerais da atividade econômica.
É inconstitucional, por atentar contra o livre exercício de atividade econômica ou profissional,
a conduta do Fisco de condicionar emissão de documentos fiscais à prestação de caução
pelo contribuinte como garantia tributária das operações futuras.

O item está de acordo com o julgado do STF exarado no RE 565.048:

JURISPRUDÊNCIA
É inconstitucional o uso de meio indireto coercitivo para pagamento de tributo –
“sanção política” –, tal qual ocorre com a exigência, pela Administração Tributária, de
fiança, garantia real ou fidejussória como condição para impressão de notas fiscais
de contribuintes com débitos tributários.

Certo.

029. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Considerando que liberdade econômica


consiste na possibilidade de o cidadão poder exercer um papel como agente econômico e
escolher como usar a sua propriedade, julgue os itens a seguir:
I – A melhora social e econômica do Brasil nas últimas décadas não se reflete plenamente
na moradia e no saneamento básico: milhões de brasileiros ainda vivem em aglomerados
subnormais e sem acesso a saneamento.

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II – O rompimento do ciclo intergeracional da pobreza pode ser atingido por meio de


políticas públicas que promovam a autonomia e a liberdade econômica e financeira da
mulher, como o acesso igualitário ao mercado de trabalho, a provisão de creches e o apoio
aos familiares idosos.
III – A ordem econômica determina que se observe a função social da propriedade e que,
ao mesmo tempo, se respeite o bem-estar da sociedade, porém não garante o direito do
indivíduo sobre a propriedade.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos

Os itens I e II estão corretos.


O item III está incorreto. Confiram:

CF
art. 5º
XXII: é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;

Letra d.

030. (TRF 4 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2016/ADAPTADA)


I – A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil,
permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica, dependendo,
em qualquer hipótese, de prévia autorização de órgãos públicos.
II – Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país, a
Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham sua sede
e sua administração.

O item I está incorreto. A livre iniciativa está prevista tanto no art. 1 quanto no art. 170 da
CF e estabelece que a autorização de órgãos públicos sera excepcional.

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O item II está incorreto. O art. 170 estabelece que haverá tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.
Errado. Errado

031. (CESPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com a edição da


norma jurídica que instaurou o regime do SIMPLES Nacional, concretizou-se a diretriz
do texto constitucional que institui a obrigatoriedade de tratamento favorecido para as
microempresas e empresas de pequeno porte.

O item está correto. Conforme vimos, a LC 123/06 atendeu os comandos constitucionais


e regulamentou o tratamento diferenciado e favorecido das empresas de pequeno porte.
Certo.

032. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) O princípio da


função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.

O item está correto. Trata-se de um princípio geral que norteia toda a atividade econômica.
Certo.

033. (MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA ADJUNTO/MPDFT/2015/ADAPTADA) Julgue os itens


a seguir:
I – Afronta o princípio da livre concorrência, lei distrital que impeça a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
II – As disposições constitucionais que disciplinam a forma de exploração do monopólio da
União sobre a pesquisa e lavra das jazidas de petróleo não permitem a edição de um marco
legal que confira tratamento privilegiado a empresas estatais na execução dessas atividades.

O item I está correto, conforme Súmula Vinculante n 49 (estudada na aula 01).


O tem II está incorreto, pois contraria o disposto no art 177, V:

Art. 177
(...)
V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,

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comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as


alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

Certo. Errado.

034. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) Em relação à ordem constitucional


econômica e aos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção do Estado no domínio econômico é regulada por princípios próprios e
específicos da ordem econômica, motivo pelo qual independe da obediência aos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade.
b) O princípio da função social da propriedade é aplicado, inclusive, aos bens de produção.
c) Princípio da livre concorrência e princípio da livre iniciativa são conceitos coincidentes,
entendidos como fundamento político garantidor da liberdade econômica.

a) Errada. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora sejam implícitos,


devem pautar toda a atividade do estado, inclusive a atividade econômica.
b) Certa. O princípio da função social está previsto no art. 170, inciso III da CF e deve pautar
toda a atividade econômica.
Lembre-se que a função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os
interesses particulares são limitados pelos direitos da sociedade.
c) Errada. Os princípios não são coincidentes, sendo possível que até mesmo colidam em
alguns casos. Haverá livre concorrência se houver livre iniciativa, mas a recíproca não é
verdadeira, já que muitas vezes é necessária a intervenção do estado (restringindo a livre
iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.
Letra b.

035. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2015/ADAPTADA) A intervenção do Estado no


domínio econômico é regulada por princípios próprios e específicos da ordem econômica, motivo
pelo qual independe da obediência aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

O item está incorreto. Embora existam princípios próprios a serem aplicados à ordem
econômica, a razoabilidade e a proporcionalidade são princípios gerais que devem ser
aplicados também nesse caso.

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Lembre-se que os princípios são caracterizados pela sua generalidade e abstração e sua
aplicação se dará em cada caso concreto, por meio da ponderação.
Errado.

036. (ESAF/PGFN-PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL/2015/ADAPTADA) Sobre as


disposições normativas pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção
que retrata a jurisprudência corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c)Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.

a) Errada. O item A está incorreto (Súmula vinculante n 49)


b) Errada. Trata-se de assunto que também já foi abordado na aula 01 ao tratarmos da
competência legislativa em matéria econômica (Súmula vinculante n 38)
c) Certa. Já vimos que a concessão de passe livre no sistema de transporte coletivo
interestadual às pessoas carentes portadoras de necessidades especiais, foi declarada
constitucional pelo STF (STF- ADI 26496/DF, DJ em 16/10/08).
Letra c.

037. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/21 CONCURSO/ADAPTADA) O estado brasileiro, na


nova ordem jurídico-econômica, inaugurada com a constituição de 1988: teve redirecionada
a sua posição estratégica, transferindo à iniciativa privada atividades econômicas exploradas
pelo setor público.

O item está correto. De fato, na CF/88, a exploração da atividade econômica pelo estado
é feita excepcionalmente, nos termos do art. 173, caput.
Certo.

038. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/22 CONCURSO) A constituição da república,


relativamente à ordem econômica: Dispõe que ela deve observar, dentre outros princípios,
a propriedade privada e sua função social, a livre concorrência, a defesa do consumidor e
do meio ambiente e a redução das desigualdades regionais e sociais.

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O item está correto. Trata-se da literalidade do art. 170 da CF.


Certo.

039. (PGR-PROCURADOR DA REPÚBLICA/24 CONCURSO/ADAPTADA) Do sistema ou modelo


econômico adotado pela constituição federal, ressai um estado no qual as relações de
produção estão assentadas na propriedade privada dos bens em geral, dos fatores de
produção, na ampla liberdade de iniciativa e de concorrência.

O item está correto. Como vimos, a CF/88 traz um sistema econômico capitalista, garantindo
a liberdade de iniciativa e a propriedade privada, ambas podendo ser delineadas pelo Estado.
Os fatores de produção pertencem aos agentes privados, sendo possível a intervenção
estatal por meio de atos normativos ou atos de gestão, por essa razão não se pode falar
em um capitalismo puro.
Certo.

040. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2013/ADAPTADA) Observando o artigo 170 da


Constituição Federal que trata da ordem econômica, o supremo tribunal federal entende que:
I – Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica
a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito;
II – Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucro-alcooleiros
em valores abaixo da realidade.

O item I está incorreto.


A livre iniciativa pode ser entendida como a liberdade de empreender, de exercer qualquer
forma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na defesa da coletividade, o
estado pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos
necessários para tal exercício, com fundamento no art. 170.
O item II está correto, pois vai ao encontro à jurisprudência do STF sobre o tema (STF- RE
648622 AGr/DF-DJ em 21/02/13)
No mesmo sentido:

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JURISPRUDÊNCIA
A fixação de preços em valores abaixo da realidade é obstáculo ao livre exercício da
atividade econômica, com desrespeito à livre iniciativa (STF-AgR-AI 683.098)

Errado. Certo.

041. (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2009/ADAPTADA) O fato de a ordem econômica


na Constituição Federal de 1988 ser informada pelos princípios da livre iniciativa e da livre
concorrência significa que:
a) existe ampla liberdade de empreendimento em todos os setores da economia, inclusive
por parte do Estado, cuja atuação empresarial não sofre restrições.
b) não se admite a regulação da atividade econômica privada com o fito de implementar
políticas públicas redistributivas.
c) o planejamento centralizado da atividade econômica não pode substituir os estímulos
de mercado como principal indutor das decisões dos agentes econômicos.
d) a política industrial baseada em instrumentos de fomento não pode promover setores
específicos da economia.

a) Errada. O art. 173 prevê exploração direta de atividade econômica pelo Estado somente
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
Vale lembrar ainda que a ordem econômica brasileira deve buscar a justiça social, utilizando-
se de políticas públicas para esse fim.
b) Errada. Já vimos que o art. 174 prevê que o Estado atue como agente normativo e regulador
da atividade econômica, exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
c) Certa. O Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado. Obviamente os estímulos de mercado como principal indutor das decisões dos
agentes econômicos continua sendo um dos principais fatores determinantes para atuação
dos agentes.
d) Errada. Os fundamentos também podem ser retirados do art. 174 da CF, de modo
que é perfeitamente possível que o Estado fomente as atividades econômicas de um
determinado setor, desde que obedeça a outros princípios constitucionais como a igualdade
e a impessoalidade.
Letra c.

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042. (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Analise as afirmativas abaixo:


I – A ordem econômica é calcada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa e
em relação a ela devem ser observados vários princípios, como, entre outros, a busca do
pleno emprego, a seguridade social, a saúde, o meio ambiente e a livre concorrência.
II – No regime econômico adotado no direito pátrio vigora o princípio da livre iniciativa, segundo
o qual a todos é assegurado o exercício de atividades econômicas independentemente de
consentimento do Poder Público, com as ressalvas constantes de lei; ao Estado, porém, é
permitida, em algumas situações, a exploração direta da atividade econômica, inclusive
com o afastamento da iniciativa privada.
III – A lei deve reprimir o abuso do poder econômico consubstanciado pelo domínio dos
mercados, pela eliminação da concorrência e pelo aumento arbitrário dos lucros. Nos
atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular, a lei,
embora isentando a pessoa jurídica em si, deve estabelecer a responsabilidade individual
de seus dirigentes.
Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

O item I está incorreto.


O princípio da seguridade social e da saúde não pertencem à ordem econômica. Recorde
que os princípios da ordem econômica são os seguintes: soberania nacional; propriedade
privada; função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa
do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; redução
das desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para
as empresas de pequeno porte - EPP constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País.
O item II está correto, nos termos do art 170 da CF.
O item III está incorreto, pois contraria o art. 173, § 5º:

A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Letra d.

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043. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante à ordem


econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
É necessária a prévia autorização do órgão público competente para o desenvolvimento de
atividade econômica no país.

O item está incorreto, pois o parágrafo único do art. 170 dispõee que é assegurado a todos
o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Errado.

044. (CESPE/PGM-RR/PROCURADOR/2010) O exame da ordem econômica e financeira


instituída pela CF permite afirmar que a exploração direta da atividade econômica pelo
Estado, além dos casos constitucionalmente expressos, tais como a prestação de serviços
públicos e a exploração de jazidas minerais ou de potenciais de energia hidráulica, constitui
exceção justificada somente por imperativos de segurança nacional e relevante interesse
coletivo, na forma da lei.

O item está correto. As hipóteses de intervenção do estado na economia serão estudadas mais
profundamente em outras aulas, entretanto, já vimos que, conforme art. 173, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Certo.

045. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS-ANALISTA LEGISLATIVO/2014) No tocante à ordem


econômica e financeira do Estado brasileiro, julgue o próximo item.
A CF prevê a permissão de exploração direta de atividade econômica pelo Estado quando
essa for necessária aos imperativos da segurança nacional.

O item está correto. Trata-se do art. 173 da CF.


Certo.

046. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2014/ADAPTADA) Assinale a opção que, além de


condizente com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das
idéias da livre concorrência e da liberdade de iniciativa:

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a) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.


b) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

O item A está correto. Nos termos do art. 173, caput, da CF, a prestação direta de atividade
econômica pelo Estado é excepcional: nos casos previstos na Constituição, ou quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
O item B está incorreto. O final do item afirma que os imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo serão definidos em atos do Poder Executivo, quando, na
verdade, serão definidos em lei (art 173)
Letra a.

047. (CESPE/TRF-3 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) O STF, na ADI n.º 1.950/SP,


analisou a constitucionalidade da medida que concedeu o direito a pagamento de meia
entrada para o ingresso em estabelecimentos de entretenimento e assemelhados em favor
dos estudantes matriculados regularmente nos estabelecimentos de ensino de São Paulo.
Acerca do princípio da livre iniciativa, discutido no caso, assinale a opção correta.
a) A liberdade de comércio e de indústria representa um dos corolários do princípio da livre
iniciativa, marco no decreto d’Allarde.
b) De acordo com a posição vencedora, o Estado só intervirá na economia em circunstâncias
restritas, devendo estar os outros princípios da ordem econômica e constitucional
subordinados à livre iniciativa.
c) A livre iniciativa não tem vínculos com o princípio da legalidade e significa, em verdade,
um limite para a ação pública, em termos de estado de direito.
d) A livre iniciativa é implicitamente fundamento da República e um dos desdobramentos
do princípio da liberdade.
e) A interferência do Estado na decisão de formação de preços deve estar embasada no
princípio da livre iniciativa, prescindindo-se de outros princípios de índole social.

a) Certa. De fato, um dos marcos da livre iniciativa foi o decreto D’Allarde, de 1791, que
determinou que a partir de 1 de abril deste ano, seria livre a qualquer pessoa a realização
de qualquer negócio ou exercícios de qualquer profissão, arte ou ofício que lhe aprouvesse
(desde que fossem pagos os impostos e taxas e observados os regulamentos aplicáveis).

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Além disso, podemos definir a livre iniciativa como a liberdade de empreender, de exercer
qualquer forma de atividade econômica. O conceito vai além, abarcando também outras
formas de organização econômica, como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual
e comercial.
b) Errada. A livre iniciativa não está à frente de outros princípios, podendo ser limitada pela
justiça social, por exemplo.
c) Errada. A livre iniciativa está ligada ao princípio da legalidade, na medida em que constitui
um direito exercido na forma da lei, podendo, inclusive, ser limitada por ela (art. 170,
parágrafo único).
d) Errada. A livre iniciativa é prevista expressamente na CF, como já vimos exaustivamente.
(art. 170, IV- CF).
e) Errada. Ao atuar na intervenção de preços, o estado não se baseia apenas no princípio
da livre iniciativa, mas também nos demais princípios e fundamentos da ordem econômica
(ex: função social da propriedade)
Letra a.

048. (CESPE/TRF-5 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da intervenção do


Estado na economia, assinale a opção correta.
I – A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da intervenção na
atividade econômica compreende as funções de fiscalização, participação e incentivo.
II – Sempre que entender cabível, e independentemente de previsão na CF, o Estado pode
intervir na economia, utilizando-se do monopólio de exploração direta da atividade econômica.

O item I está incorreto. Nos termos do art 174 da CF, o Estado, como agente normativo
e regulador da atividade econômica, exercerá as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento.
O item II está incorreto, confiram o art. 173:

Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica


pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Errado. Errado.

049. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Com base na ordem constitucional econômica,


julgue os itens subsequentes.

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Com exceção dos casos especificados em lei, toda pessoa dispõe de liberdade para exercer
qualquer atividade econômica, independentemente de autorização concedida por órgãos
públicos.

O item está correto.


Como vimos, a livre iniciativa compreende a liberdade de empreender, de exercer qualquer
forma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na defesa da coletividade, o
estado pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos
necessários para tal exercício.
Portanto, a regra é a liberdade no exercício da atividade econômica, sendo possível a
limitação dessa liberdade nos casos previstos na CF.
Certo.

050. (CESPE/BACEN/PROCURADOR/2013) O município X instituiu, mediante lei municipal,


a proibição de instalação de mais de uma agência bancária, ainda que de diferentes
instituições financeiras, na mesma localização, delimitando distâncias mínimas entre
as agências, a fim de que todos os bairros fossem devidamente atendidos por serviços
bancários. Como justificativa para a proibição, o município considerou a existência de
regiões fartamente atendidas por agências bancárias e outras, sobretudo carentes,
desassistidas de serviços bancários.
Nessa situação hipotética, a lei municipal é:
a) inconstitucional, por violação ao princípio da livre concorrência.
b) constitucional, pois incumbe ao poder público reduzir as desigualdades sociais, em
consideração ao princípio da dignidade humana.
c) constitucional, pois compete ao município delimitar a zona urbana e disciplinar o uso
do solo urbano.
d) constitucional, pois se trata de serviço de âmbito local, de competência dos municípios.
e) inconstitucional, pois se trata de serviço de âmbito regional, de competência dos estados
federados.

A questão exige o conhecimento da Súmula Vinculante 49 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Letra a.

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051. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/PGR/2013) Observando o artigo 170 da Constituição


Federal que trata da ordem econômica, o Supremo Tribunal Federal entende que:
a) Viola os princípios da busca do pleno emprego e do livre exercício de atividade econômica
a exigência de admissão no exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil
para o exercício da advocacia pelo bacharel em Direito;
b) Viola o princípio da livre concorrência a lei municipal que estabelece o horário de
funcionamento de farmácias;
c) Viola o princípio da livre iniciativa e se caracteriza como empecilho ao livre exercício da
atividade econômica a fixação pelo Poder Público de preços de produtos sucro-alcooleiros
em valores abaixo da realidade.

a) Errada. O livre exercício da atividade econômica consagra a liberdade de empresa para


atuar no mercado, bem como a liberdade de concorrência.
O artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que:

É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de


autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

A regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da coletividade, o estado pode
restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessários.

JURISPRUDÊNCIA
TRABALHO – OFÍCIO OU PROFISSÃO – EXERCÍCIO. Consoante disposto no inciso XIII do
artigo 5º da Constituição Federal, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. BACHARÉIS
EM DIREITO – QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito
mediante conclusão do curso respectivo e colação de grau. ADVOGADO – EXERCÍCIO
PROFISSIONAL – EXAME DE ORDEM. O Exame de Ordem, inicialmente previsto no artigo
48, inciso III, da Lei n. 4.215/63 e hoje no artigo 84 da Lei n. 8.906/94, no que a atuação
profissional repercute no campo de interesse de terceiros, mostra-se consentâneo com
a Constituição Federal, que remete às qualificações previstas em lei. Considerações.
(STF- RE 603583/RS- DJ em 26/10/11)

b) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante 38:

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JURISPRUDÊNCIA
É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.

c) Certa.

JURISPRUDÊNCIA
A fixação de preços em valores abaixo da realidade é obstáculo ao livre exercício da
atividade econômica, com desrespeito à livre iniciativa (STF-AgR-AI 683.098)

Letra c.

052. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2014) Assinale a opção que, além de condizente


com o sistema legal pátrio, melhor expressa, entre as cinco, consectário das idéias da livre
concorrência e da liberdade de iniciativa:
a) A lei poderá conceder proteção e benefícios temporários a empresas brasileiras de capital
nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.
b) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado há de ser limitada.
c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natureza.
d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, definidos em atos do
Poder Executivo.

O único item que cumpre os requisitos do enunciado é o B.


Nos termos do art. 173, caput, da CF a prestação direta de atividade econômica pelo Estado
é excepcional (somente ocorrerá nos casos ressalvados na CF ou quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei).
Lembre-se que a livre iniciativa constitui uma das bases do sistema capitalista, estando
prevista tanto no caput do art. 170 quanto no art.1, IV (como fundamento da República
Federativa do Brasil).
Além disso, o parágrafo único do art. 170 dispõe que é assegurado a todos o livre exercício
de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos,
salvo nos casos previstos em lei. Em outras palavras, a escolha do trabalho fica ao arbítrio
do indivíduo (pessoa natural ou jurídica), não podendo o Estado interferir nessa seara.

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Diante do explicitado acima, podemos definir a livre iniciativa como a liberdade de empreender,
de exercer qualquer forma de atividade econômica. Entretanto, com fundamento na defesa
da coletividade, o estado pode restringir o exercício da atividade econômica, impondo os
requisitos mínimos necessários para tal exercício
a) Errada. O item A de do artigo 171 da CF, que foi totalmente revogado.
c) Errada. Existe o princípio do tratamento favorecido às empresas nacionais de pequeno
porte.
d) Errada. Por sua vez, o item D está incorreto pois exige-se lei nesses casos, não bastando
decreto do poder executivo (art. 170)
Letra b.

053. (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015/ADAPTADA) Sobre as disposições normativas


pertinentes à livre iniciativa e à livre concorrência, assinale a opção que retrata a jurisprudência
corrente sobre a matéria.
a) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Lei municipal não pode fixar horário de funcionamento para o comércio.
c) Não há inconstitucionalidade em norma legal federal que conceda passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
d) A exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança para a impressão de notas fiscais
de contribuintes em débito com o Fisco não ofende o primado da livre atividade econômica.

a) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante 49 do STF.


b) Errada. Nos termos da Súmula Vinculante 38 do STF.
c) Certa. O STF entende que essa lei é constitucional.

JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS
DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL
DE PASSAGEIROS - ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE JUNHO
DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA.
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA, DA
LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO
DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1. A Autora, associação de associação de classe, teve sua
legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade reconhecida a partir do

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julgamento do Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.153,


Rel. Min. Celso de Mello, DJ 9.9.2005. 2. Pertinência temática entre as finalidades da
Autora e a matéria veiculada na lei questionada reconhecida. 3. Em 30.3.2007, o Brasil
assinou, na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, comprometendo-se
a implementar medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei n. 8.899/94
é parte das políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais
na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das relações
sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dignidade
da pessoa humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles sejam
alcançados. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF- ADI
26496/DF, DJ em 16/10/08).

d) Errada. No julgamento do caso, o STF entendeu pela inconstitucionalidade dessa exigência.

JURISPRUDÊNCIA
TRIBUTO – DÉBITO – NOTAS FISCAIS – CAUÇÃO – SANÇÃO POLÍTICA – IMPROPRIEDADE.
Consubstancia sanção política visando o recolhimento de tributo condicionar a expedição
de notas fiscais a fiança, garantia real ou fidejussória por parte do contribuinte.
Inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820/89, do Estado
do Rio Grande do Sul.
(...)
Configura afronta à Carta da República e ao sistema de liberdades fundamentais o
contribuinte devedor, para exercer profissão ou atividade econômica, ser obrigado,
como condição de emissão de notas fiscais, a oferecer garantia com o fim de,
consoante discurso falacioso do legislador, prevenir ou acautelar débitos futuros
cuja existência e valor são presumidos.
Ante o exposto, não há dúvida de que o preceito impugnado contraria os dispositivos
constitucionais evocados, ou seja, a garantia do livre exercício do trabalho, ofício ou
profissão – inciso XIII do artigo 5º – e de qualquer atividade econômica – parágrafo
único do artigo 170 – assim como o devido processo legal – artigo 5º, inciso LIV. Conheço
e provejo o recurso para, restabelecido o entendimento sufragado pelo Juízo, deferir
a segurança pleiteada, assegurado o direito do recorrente à obtenção de autorização
para impressão de talonários de notas fiscais independentemente de prestação de
fiança, garantia real ou outra fidejussória, declarando a inconstitucionalidade do

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parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.820, de 27 de janeiro de 1989, do Estado do


Rio Grande do Sul (STF-RE 565048/RS-DJ em 9/10/14)

Letra c.

054. (CESPE/TRF 5 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011) Em relação aos princípios da constituição


econômica, assinale a opção correta.
a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção
da força de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da pessoa humana.
b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada constituição
econômica formal.
c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômica denominados
integração.
d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o legislador buscou proteger a liberdade de desenvolvimento
da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua realização pessoal e a obtenção
de lucro.
e) Os princípios gerais da atividade econômica denominados integração objetivam resolver
os problemas da marginalização regional e(ou) social.

a) Errada. Esse princípio consagra a valorização do trabalho humano, na medida em que o


estado deve buscar intervir e criar medidas (fomento, incentivos fiscais, financiamentos) com
o intuito de proporcionar o aumento da taxa de empregos, possibilitando a concretização
do princípio da dignidade da pessoa humana.
Assim, a população economicamente ativa poderá gerar renda para si e para o país,
movimentando a economia.
b) Errada. O termo Constituição Econômica Formal pode ser entendido adotando-se,
por analogia, a teoria de classificação das constituições quanto ao seu conteúdo. Assim,
a Constituição Econômica formal constitui títulos ou capítulos específicos, dedicados
exclusivamente à Ordem Econômica.
Por outro lado, a material cuida de matéria econômica, independente de estar formalmente
prevista na CF.
O art. 170 está dentro do título VII “Da Ordem Econômica e Financeira”, e prevê o princípio
da defesa do consumidor em um de seus incisos.
c) Errada. Como vimos, o art. 170 da CF traz nove incisos, contendo princípios aplicáveis à
ordem econômica.
Alguns deles, possuem caráter liberalizante, limitando a intervenção do estado, como é o
caso da livre iniciativa.

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Outros possuem caráter intervencionista, pois determinam uma atuação positiva do estado,
a fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).
Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios integrativos,
já que buscam reduzir a marginalização social.
Ex.: erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.
d) Errada. A livre iniciativa é a liberdade de empreender, de exercer qualquer forma de
atividade econômica. O conceito vai além, abarcando também outras formas de organização
econômica, como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Entretanto,
com fundamento na defesa da coletividade, o estado pode restringir o exercício da atividade
econômica, impondo os requisitos mínimos necessários para tal exercício.
Registrem que o intuito da livre iniciativa não é garantir o lucro e o sucesso individual do
empresário, mas sim a liberdade dos agentes econômicos, observados os fins sociais.
e) Certa. Como vimos no item C, alguns princípios possuem caráter intervencionista, pois
determinam uma atuação positiva do estado, a fim de cumprir fins sociais (incisos V a VIII).
Esses princípios também são chamados por alguns doutrinadores de princípios integrativos,
já que buscam reduzir a marginalização social.
Ex.: erradicação da pobreza e combate às desigualdades regionais.
Letra e.

055. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Assinale a opção correta com


referência aos princípios implícitos na atividade econômica.
a) A boa-fé econômica implica a aplicação do princípio da transparência e da publicidade nas
relações de trocas comerciais dentro do ciclo econômico de cada mercado, não se traduzindo,
no entanto, em instituto jurídico garantidor da simetria informativa, necessária para evitar
falhas de mercado, pois tal papel é reservado ao princípio da defesa do consumidor.
b) O poder público atua subsidiariamente à iniciativa privada na ordem econômica, em um
sistema constitucional em que o principal papel reservado ao Estado é o de agente regulador.
c) A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada,
regulando-se pelo interesse essencialmente privado.
d) De acordo com o princípio da democracia econômica, as políticas públicas devem ampliar
a oferta de oportunidades de iniciativa e de emprego, com chances iguais para todos os
que se encontrem na mesma situação fática e jurídica.

A questão original foi anulada, entretanto, fiz uma adaptação e optei por colocá-la na lista,
já que aborda os princípios implícitos da ordem econômica.

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a) Errada. Como vimos, o princípio da boa-fé aplica os princípios da publicidade e da


transparência nas relações entre os sujeitos econômicos, possibilitando que os consumidores
tenham uma informação clara e precisa sobre os produtos.
Portanto, tem íntima relação com o princípio da defesa do consumidor, possibilitando
simetria de informação e evitando as falhas de mercado.
Da mesma forma, o agente deve divulgar as informações relevantes à atividade empresarial,
salvo nos casos de segredo industrial.
b) Errada. Nos termos do art. 174, o principal papel do estado é atuar como agente regulador
da economia.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.

Lembre-se, ainda, que a intervenção só ocorrerá nos casos previstos no art. 173, ou seja,
nos casos autorizados pela própria Constituição.
c) Errada. Esse princípio abarca a liberdade de empresa para atuar no mercado, bem como
a liberdade de concorrência.
O artigo 170 da CF prevê em seu parágrafo único que:

É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de


autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

A regra é a livre iniciativa, mas, com fundamento na defesa da coletividade, o estado pode
restringir o exercício da atividade econômica, impondo os requisitos mínimos necessários
para o exercício da atividade econômica.
d) Certa. A democracia econômica guarda relação com as políticas públicas, que deverão
garantir liberdade de iniciativa e emprego, dando chances iguais de acesso à todos que se
encontrem na mesma situação fática e jurídica.
Deve ser pautado pela valorização do trabalho humano, pela defesa do consumidor e pela
busca do pleno emprego.
Letra d.

056. (CESPE/TRF 1 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009/ADAPTADA) Acerca dos princípios gerais da


atividade econômica, assinale a opção correta.
a) O princípio da propriedade privada traduz-se no poder de gozar e dispor de um bem,
sendo direito de exercício absoluto e irrestrito.
b) O princípio da defesa do consumidor é corolário da livre concorrência, sendo princípio
de integração e defesa de mercado.

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c) A CF foi a primeira a prever a função social da propriedade como princípio da ordem


econômica.
d) A livre concorrência é garantida independentemente de o Estado promover a livre iniciativa.

a) Errada. O princípio assegura aos agentes a liberdade de exploração e organização, bem


como a possibilidade de apropriação privada dos meios de produção, garantindo a livre
iniciativa de empreendimentos privados.
Ao mesmo tempo, estabelece que estado atuará na propriedade privada quando necessário,
conforme os casos previstos na Constituição.
Entretanto, a propriedade não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma
vez que deve obedecer a sua função social.
b) Certa. A Constituição estabelece a defesa do consumidor como princípio explícito (art. 170,
V) e ele possui relação com o princípio da livre concorrência, na medida em que esta
também beneficia o consumidor, já que a competitividade induz a diminuição de preços e
o investimento na melhora dos produtos.
Por fim, trata-se de um princípio integrador, pois determina uma atuação positiva do estado,
a fim de cumprir fins sociais e busca reduzir a marginalização social. Ademais, também tem
a função de defender o mercado.
c) Errada. A Constituição de 1934 já garantia o direito de propriedade, que não poderá ser
exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei determinar” (art. 113, XVII).
d) Errada. A livre concorrência faz com que o estado abrigue uma ordem econômica
fundada na competitividade entre os entes (garantindo que todos possam concorrer e
explorar o mercado).
Essa competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos meios de
produção. Nesse ponto, é importante registrar que somente haverá livre concorrência se
houver livre iniciativa, mas a recíproca não é verdadeira.
Esses dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é necessária a intervenção do
estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.
Letra b.

057. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2010) A livre concorrência, princípio geral da


atividade econômica, defende que o próprio mercado deve estabelecer quais são os agentes
aptos a se perpetuarem, deixando aos agentes econômicos o estabelecimento das regras
de competição.

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O item está incorreto. A livre concorrência permite que exista um equilíbrio no mercado, de
modo que possam coexistir os grandes grupos e as pequenas empresas, ou seja, faz com
que o Estado abrigue uma ordem econômica fundada na competitividade entre os entes
(garantindo que todos possam concorrer e explorar o mercado).
Errado.

058. (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/2012/ADAPTADA) A atual Constituição Federal elegeu


como preceitos fundamentais da ordem econômica a valorização do trabalho humano, a
livre concorrência, a existência digna e a justiça social. Com base nos citados preceitos, e nos
princípios elencados nos incisos I a IX do artigo 170 da Carta Magna, é correto afirmar que:
a) É inconstitucional lei que concede passe livre às pessoas portadoras de deficiências, por
afronta aos princípios da ordem econômica, da livre iniciativa e do direito de propriedade;
b) É inconstitucional o conjunto de normas de comércio exterior que proíbe a importação
de pneumáticos usados por afronta ao principio do livre exercício da atividade econômica.
c) É inconstitucional Lei Municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
do mesmo ramo em determinada área, por afronta ao principio da livre concorrência.

a) Errada. O entendimento do STF é pela constitucionalidade da norma:

JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS
DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL
DE PASSAGEIROS - ABRATI. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 8.899, DE 29 DE JUNHO
DE 1994, QUE CONCEDE PASSE LIVRE ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA.
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA ORDEM ECONÔMICA, DA ISONOMIA, DA
LIVRE INICIATIVA E DO DIREITO DE PROPRIEDADE, ALÉM DE AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO
DE FONTE DE CUSTEIO (ARTS. 1º, INC. IV, 5º, INC. XXII, E 170 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA): IMPROCEDÊNCIA. 1. A Autora, associação de associação de classe, teve sua
legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade reconhecida a partir do
julgamento do Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.153,
Rel. Min. Celso de Mello, DJ 9.9.2005. 2. Pertinência temática entre as finalidades da
Autora e a matéria veiculada na lei questionada reconhecida. 3. Em 30.3.2007, o Brasil
assinou, na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, bem como seu Protocolo Facultativo, comprometendo-se
a implementar medidas para dar efetividade ao que foi ajustado. 4. A Lei n. 8.899/94

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é parte das políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais


na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a humanização das relações
sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e dignidade
da pessoa humana, o que se concretiza pela definição de meios para que eles sejam
alcançados. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF- ADI
26496/DF, DJ em 16/10/08).

b) Errada. Conforme vimos em aula, a jurisprudência do STF é no seguinte sentido:

JURISPRUDÊNCIA
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO.
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS
PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS:
AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO
AMBIENTE EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO
MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO
EXECUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS
COM CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR
DO JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação
da arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o
direito à saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e
225 da Constituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável:
princípios constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio interpretados
e aplicados em harmonia com o do desenvolvimento social saudável. (...)2. Argüição
de descumprimento dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos:
decisões judiciais nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que
não compõem o Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio
– OMC, a partir de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil.
3. Crescente aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de
pneus novos e, consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do
seu desgaste. Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados para
submissão dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes. Ausência de
eliminação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com malefícios
ao meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225)
a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade intergeracional.
Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as

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gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia


paralela e superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser
observados em face das necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem prevenidas
para garantia e respeito às gerações futuras. (...)(STF-ADPF 101/DF, DJ em 1/6/12).

c) Certa. Nos termos da Súmula Vinculante 49.


Letra c.

059. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito de institutos de


direito econômico, julgue:
O princípio econômico da defesa do consumidor não é violado por resolução de autoridade
estadual que, no livre exercício do poder de polícia, discipline horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais e matérias específicas de consumo do interesse da unidade
da Federação.

O item está incorreto (Súmula Vinculante 38).


Errado.

060. (CESPE/TRF-2 REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) A respeito da ordem


constitucional econômica, assinale a opção correta.
a) A intervenção estatal na economia faz-se com respeito aos princípios da ordem econômica,
não representando a fixação de preços em valores abaixo da realidade e em desconformidade
com a legislação aplicável desrespeito ao princípio da livre iniciativa, mas ao da defesa do
consumidor.
b) O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade,
e, ainda que as restrições decorrentes da limitação administrativa preexistam à aquisição
do terreno e sejam do conhecimento dos adquirentes, têm estes, com base nelas, direito
à indenização do poder público.
c) É inconstitucional, por infringir o princípio da razoabilidade e inibir a iniciativa privada,
norma de lei ordinária que imponha aos sócios das empresas por cotas de responsabilidade
limitada a responsabilidade solidária, mediante seus bens pessoais, pelos débitos da pessoa
jurídica para com a seguridade social.

a) Errada. Confiram a jurisprudência do STF sobre o tema:

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JURISPRUDÊNCIA
Agravo regimental no agravo de instrumento. Responsabilidade civil do Estado. Setor
sucroalcooleiro. Fixação de preços. Princípio da livre iniciativa. Violação. Precedentes.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que fere o princípio da livre iniciativa
a fixação de preços em valores abaixo dos reais. 2. No exame do RE n. 632.644/
DF-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 10/5/12, reconheceu-se
a “responsabilidade objetiva da União em face do ato estatal que fixou os preços dos
produtos sucroalcooleiros em valores inferiores ao levantamento de custos realizados
pela Fundação Getúlio Vargas”. 3. Agravo regimental não provido. (STF- AI 777361
Agr-DJ em 26/6/12)

b) Errada. Vimos que o princípio da propriedade assegura aos agentes a liberdade de


exploração e organização, bem como a possibilidade de apropriação privada dos meios de
produção, garantindo a livre iniciativa de empreendimentos privados.
Entretanto, a função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os interesses
particulares são limitados pelos direitos da sociedade.
Um claro exemplo é o direito de edificar, que é condicionado à função social da propriedade.
Assim, eventual restrição ao direito de construir decorrente de uma limitação administrativa
irá afetar o direito de propriedade, sendo garantido o direito à indenização desde que as
restrições não sejam preexistentes à aquisição do terreno (STF RE 140436, DJ em 6/8/99)
c) Certa. nos termos do julgado do STF:

JURISPRUDÊNCIA
DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. NORMAS GERAIS DE DIREITO
TRIBUTÁRIO. ART 146, III, DA CF. ART. 135, III, DO CTN. SÓCIOS DE SOCIEDADE LIMITADA.
ART. 13 DA LEI 8.620/93. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAL E MATERIAL. REPERCUSSÃO
GERAL. APLICAÇÃO DA DECISÃO PELOS DEMAIS TRIBUNAIS.(...) 7. O art. 13 da Lei
8.620/93 também se reveste de inconstitucionalidade material, porquanto não é
dado ao legislador estabelecer confusão entre os patrimônios das pessoas física e
jurídica, o que, além de impor desconsideração ex lege e objetiva da personalidade
jurídica, descaracterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a
iniciativa privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição.
8. Reconhecida a INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 13 DA LEI 8.620/93 NA PARTE EM
QUE DETERMINOU QUE OS SÓCIOS DAS EMPRESAS POR COTAS DE RESPONSABILIDADE
LIMITADA RESPONDERIAM SOLIDARIAMENTE, COM SEUS BENS PESSOAIS, PELOS DÉBITOS
JUNTO À SEGURIDADE SOCIAL. 9. Recurso extraordinário da União desprovido. 10. Aos

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recursos sobrestados, que aguardavam a análise da matéria por este STF, aplica-se o
art. 543-B, § 3º, do CPC.( STF-RE 562276/PR- DJ 10/02/11)

Letra c.

061. (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013/ADAPTADA) Julgue os próximos


itens, relativos à intervenção do Estado no domínio econômico.
Só será legítima a intervenção direta do Estado em atividade econômica quando ela for
necessária aos imperativos da segurança nacional ou de relevante interesse coletivo,
conforme previsão constitucional.

O item está correto. Trata-se da literalidade do art.173.


Certo.

062. (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016) Conforme disposto expressamente,


no texto Constitucional da Constituição Federal, a ordem econômica observa princípios
específicos, exceto:
a) livre concorrência.
b) redução das desigualdades regionais e sociais.
c) busca do pleno emprego.
d) função social da propriedade.
e) dignidade da pessoa humana.

Trata-se de uma questão simples, que exige apenas o conhecimento da letra da lei. Como
vimos exaustivamente na aula de hoje, livre concorrência, redução das desigualdades
regionais e sociais, busca do pleno emprego e função social da propriedade são princípios
explícitos da ordem econômica.
Por sua vez, a dignidade da pessoa humana não se insere como princípio da ordem econômica.
Letra e.

063. (CESPE/TCDF/PROCURADOR/2013) Uma lei que conceda proteção especial temporária


para que uma empresa brasileira desenvolva atividades consideradas estratégicas para a
defesa nacional somente estará de acordo com as atuais regras constitucionais caso essa
empresa seja classificada como de capital nacional.

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O dispositivo constitucional (art. 171) que previa essa hipótese foi todo revogado pela EC
n. 6, de1995.

Art. 171. São consideradas: (Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)


I – empresa brasileira a constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração
no País;
II – empresa brasileira de capital nacional aquela cujo controle efetivo esteja em caráter permanente
sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de
entidades de direito público interno, entendendo-se por controle efetivo da empresa a titularidade
da maioria de seu capital votante e o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para gerir
suas atividades. Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 15/08/95
§ 1º - A lei poderá, em relação à empresa brasileira de capital nacional:
I – conceder proteção e benefícios especiais temporários para desenvolver atividades consideradas
estratégicas para a defesa nacional ou imprescindíveis ao desenvolvimento do País;
II – estabelecer, sempre que considerar um setor imprescindível ao desenvolvimento tecnológico
nacional, entre outras condições e requisitos:
a) a exigência de que o controle referido no inciso II do caput se estenda às atividades tecnológicas
da empresa, assim entendido o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para desenvolver
ou absorver tecnologia;
b) percentuais de participação, no capital, de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País
ou entidades de direito público interno.
§ 2º - Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público dará tratamento preferencial, nos termos
da lei, à empresa brasileira de capital nacional.(Revogado pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995)

Errado.

064. (FGV/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/ADVOGADO/2016) A fim de garantir a observância


de determinados valores e princípios norteadores, o Estado intervém, de forma legítima,
no domínio econômico. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A atuação do Estado no domínio econômico se dá, unicamente, por meio de empresas
públicas e sociedades de economia mista, cuja criação somente será permitida quando
necessário aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.
b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado quando necessário aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo.
c) O Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante e
impositivo para os setores público e privado.

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d) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,


obedecerá, dentre outros, aos princípios da soberania nacional, do dirigismo econômico e
da redução das desigualdades regionais e sociais.
e) O Estado, considerados os princípios gerais da ordem econômica, pode regular, por via
legislativa, a política de preços de bens e serviços de determinado segmento econômico.

a) Errada. Existem outras formas de atuação do Estado. Ex.: agências reguladoras. Além
disso, além das duas hipóteses mecionadas, o Estado também pode atuar diretamente na
economia nos casos previstos expressamente na CF.
b) Errada. O art. 173, §2 não prevê tais exceções.
c) Errada. A CF determina que o planejamento estatal será determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado.
d) Errada. O dirigismo econômico não está presente dentre os princípios do art. 170 da CF.
e) Certa. O item pode ser respondido pela interpretação dos artigos 170 e 174 e também
pelo seguinte julgado do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do
princípio da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das
desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justiça social, pode o
Estado, por via legislativa, regular a política de preços de bens e de serviços abusivo
que é o poder econômico que visa ao aumento arbitrário dos lucros. (ADI 319- DJ em
30/04/93).

Letra e.

065. (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2016/ADAPTADA) Em relação à intervenção


do Estado no domínio econômico, bem como ao disposto no texto constitucional, julgue:
Independentemente de o Estado promover a livre iniciativa, a livre concorrência é garantida.

O item está incorreto. A livre concorrência faz com que o estado abrigue uma ordem
econômica fundada na competitividade entre os entes (garantindo que todos possam
concorrer e explorar o mercado).
Essa competitividade pressupõe a livre iniciativa e a apropriação privada dos meios de
produção. Nesse ponto, é importante registrar que somente haverá livre concorrência se
houver livre iniciativa, mas a recíproca não é verdadeira.

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Esses dois princípios não se confundem, já que muitas vezes é necessária a intervenção do
estado (restringindo a livre iniciativa), justamente para garantir a livre concorrência.
Errado.

066. (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Acerca dos princípios da atividade


econômica inscritos na Constituição Federal de 1988, julgue os itens que se seguem.
I – O direito de propriedade individual é absoluto e irrestrito.
II – O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno
porte constitui um dos princípios da atividade econômica.
III – A liberdade de iniciativa não pode ser invocada por alguém com o intuito de se eximir
do cumprimento das regulações estatais ou normas de defesa do consumidor.

O item I está incorreto.


A propriedade não pode ser considerada um direito absoluto e restrito, uma vez que deve
obedecer a sua função social.
A função social limita a autonomia privada sobre os bens, ou seja, os interesses particulares
são limitados pelos direitos da sociedade.
Lembre-se do exemplo do direito de edificar (STF RE 140436, DJ em 6/8/99)
O item II está incorreto, pois busca confundir o candidato.
Na verdade, o princípio fala em tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
O item III está correto.
A livre iniciativa é a liberdade de empreender, de exercer qualquer forma de atividade
econômica. O conceito vai além, abarcando também outras formas de organização econômica,
como a cooperativa (art. 5, XVIII) e a liberdade contratual e comercial. Entretanto, com
fundamento na defesa da coletividade, o estado pode restringir o exercício da atividade
econômica, impondo os requisitos mínimos necessários para tal exercício.
Em sua faceta positiva, o princípio assegura a liberdade econômica a qualquer cidadão. Por
sua vez, a faceta negativa proíbe que o Estado intervenha restringindo a livre iniciativa se
não houver previsão legal.
Portanto, não se trata de uma liberdade absoluta, na medida em que é limitada por
outros princípios, como o da justiça social (buscando dar uma melhor condição de vida
aos trabalhadores), do direito do consumidor, da dignidade da pessoa humana, dos valores
sociais do trabalho, bem como pelo próprio estado.
Errado. Errado. Certo.

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067. (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) A previsão constitucional de


tratamento favorecido às empresas de pequeno porte, constituídas sob as leis brasileiras,
e que tenham a sua sede e administração no país, visa permitir que os empreendedores
que contam com menos recursos façam frente à concorrência.

O item está correto.


O inciso IX do art 173 traz o princípio do tratamento favorecido às empresas nacionais de
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração
no país.
Com isso, o estado busca garantir condições mínimas ao pequeno estabelecimento empresarial
de competir no mercado com grandes empresas, promovendo a livre concorrência.
Complementando esse princípio, o art. 179 da CF traz a seguinte previsão:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e


às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando
a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias
e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Certo.

068. (CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) É assegurado a todos o livre exercício


de qualquer atividade econômica, mediante prévia autorização dos órgãos públicos.

O item está incorreto. O artigo 170, parágrafo único, dispõe que a autorização prévia
constitui exceção e não regra.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Errado.

069. (CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Em relação à ordem econômica


estabelecida na Constituição e à intervenção do Estado no domínio econômico, julgue os
itens que se seguem.
Se uma empresa pública realiza atividade econômica em concorrência com empresas
privadas, a Constituição permite, com a finalidade de dar à estatal maior capacidade de
concorrência, que a lei lhe confira algumas vantagens tributárias.

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O item está incorreto. Como vimos, a CF prevê a igualdade formal entre o particular e o
estado no exercício da atividade econômica.

Art. 173
(...)
§ 2º, CF. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Errado.

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REFERÊNCIAS

BENSOUSSAN, Fábio Guimarães; GOUVEIA. Marcus de Freitas. Manual de Direito


Econômico.2 ed. Jus Podium.

DEL MASSO, Fabiano. Direito Econômico esquematizado. 3 ed. Método.

FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense.

FONSECA, João Bosco Leopoldino.Direito Econômico. 9 ed:Forense.

GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988: interpretação e


crítica. 14ª ed. São Paulo: Malheiros.

RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Nova Cultural.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros
Editores.

SOUZA, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo. Saraiva

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