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PRIMEIROS PASSOS

RAMONE APARECIDA PRZENYCZKA


PRIMEIROS PASSOS

RAMONE APARECIDA PRZENYCZKA

CURITIBA/PARANÁ
2021
Seja bem-vindo
Olá! Meu nome é Ramone Aparecida Przenyczka, sou advogada, pós-graduada em Direito
Médico, e enfermeira, Mestre em Enfermagem e com Residência em Enfermagem
Oncológica.

Atuei por oito anos no Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) na


Comissão de Instrução de Processo Ético-Disciplinar e outros três anos como Conselheira
(gestão 2018-2020). Nesse ínterim, aprendi muito sobre o Processo Ético e demais normas
relacionadas à Enfermagem, assuntos que não consigo me desvencilhar.

Recentemente, tenho acompanhado o crescimento da Enfermagem no empreendedorismo,


ainda incipiente, por meio da abertura de Clínicas e Consultórios. Para compreender
melhor essa nova possibilidade, iniciei meus estudos sobre o tema e redigi vários
apontamentos que decidi compartilhar aqui.

Organizei o conteúdo na sequência que entendi ser a mais didática, como um passo a passo,
mas alguns deles podem acontecer simultaneamente ou, até mesmo, de forma diferente.
Não entenda como uma sequência rígida.

Após a análise detalhada dos conceitos de Clínica e Consultório de Enfermagem, dispostos


na Resolução Cofen n.º 568/2018, foram abordados, entre outros temas, a sua constituição
jurídica, os aspectos relacionados ao espaço físico e à biossegurança, as licenças, registros e
cadastros necessários.

É um material destinado, especialmente, para o Enfermeiro que quer abrir uma Clínica ou
Consultório, mas não dispensa a consulta a profissionais de áreas afins. É útil para aqueles
que já estão empreendendo e desejam entender mais sobre o seu negócio e, também, para
os acadêmicos que queiram aprender sobre o assunto. Embora o foco seja o Enfermeiro,
outros profissionais da área da saúde podem aproveitar o conteúdo.

Boa leitura!

Ramone Aparecida Przenyczka

@adv.ramone
NOTAS
O conteúdo foi dividido em seis capítulos:
- Capítulo 1: Clínica e Consultório de Enfermagem
- Capítulo 2: Definição de área e estudo do mercado

1 - Capítulo 3: Constituição jurídica


- Capítulo 4: Área física
- Capítulo 5: Biossegurança
- Capítulo 6: Registro, cadastro, licença e manuais

2 Mapa do conteúdo é o resumo de alguns


dos assuntos.

As referências pesquisadas e citadas constam ao

3 final de cada página. Foi utilizado o sistema


numérico e grande parte das citações está na forma
de itens precedidos da indicação da fonte.

4 Este material foi atualizado até a data da


publicação.

5 É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer


forma ou por qualquer meio sem autorização da
autora.

@adv.ramone
Sumário
CAPÍTULO 1
CLÍNICA E CONSULTÓRIO DE ENFERMAGEM

CONCEITOS .................................................................................................... 11
HONORÁRIOS DE ENFERMAGEM ................................................................... 23

CAPÍTULO 2
DEFINIÇÃO DE ÁREA E ESTUDO DE MERCADO

EM QUAL ÁREA ATUAR? .................................................................................. 25


ESTUDO DE MERCADO E MODELO DE NEGÓCIO ........................................... 27

CAPÍTULO 3
CONSTITUIÇÃO JURÍDICA

LISTA DE ATIVIDADES E CNAE ....................................................................... 29


Listar as atividades .................................................................................. 29
CÓDIGOS CNAE .............................................................................................. 30
IDENTIFICAÇÃO DA CNAE .............................................................................. 31
PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA? ........................................................................ 32
PESSOA JURÍDICA ........................................................................................... 33
Pessoas jurídicas de direito privado ............................................................. 33
Empresário ............................................................................................ 33
TIPOS DE SOCIEDADE .................................................................................... 35
MAPA DO CONTEÚDO - PESSOA JURÍDICA ..................................................... 37
SOCIEDADE SIMPLES PURA ........................................................................... 38
SOCIEDADE LIMITADA ................................................................................... 40
SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA ............................................................. 41
CAPITAL SOCIAL E COTAS .............................................................................. 42
NOME EMPRESARIAL ..................................................................................... 43
MAPA DO CONTEÚDO - TIPOS SOCIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS ............... 45
ATO CONSTITUTIVO DA PESSOA JURÍDICA .................................................... 46
Contrato social ....................................................................................... 46

@adv.ramone
Sumário
PORTE DA EMPRESA ...................................................................................... 47
REGIME TRIBUTÁRIO ..................................................................................... 48
Simples Nacional .................................................................................... 49
Lucro Presumido ..................................................................................... 53
MAPA DO CONTEÚDO - REGIME TRIBUTÁRIO ............................................... 54
PESSOA FÍSICA ............................................................................................... 55
Profissional liberal ................................................................................... 55
Profissional autônomo ............................................................................. 56
Cadastro das Atividades Econômicas das Pessoas Físicas ................................. 56
Cadastro no Instituto Nacional de Seguridade Social ...................................... 57
Imposto de Renda Pessoa Física ................................................................. 58
Imposto Sobre Serviços ............................................................................ 59
Cadastro na Prefeitura ............................................................................. 60
Alvará Sanitário ...................................................................................... 60
Considerações finais sobre atuação como pessoa física ................................... 61
MAPA DO CONTEÚDO - PESSOA FÍSICA .......................................................... 62

CAPÍTULO 4
ÁREA FÍSICA

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE E DE INTERESSE À SAÚDE ......................... 64


Estabelecimento de saúde ......................................................................... 64
Estabelecimento de interesse à saúde .......................................................... 65
LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO ......................................................... 66
ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO ............................................................ 67
Ambientes ............................................................................................. 68
Portas ................................................................................................... 69
Lavatórios/pias ....................................................................................... 69
Acabamento de paredes, pisos, tetos e bancadas de áreas críticas e semicríticas ... 69
Instalações elétricas e iluminação ............................................................... 70
Ventilação .............................................................................................. 71
Depósito de Material de Limpeza ................................................................ 71
Sala de utilidades .................................................................................... 72

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Sumário
Sala de esterilização ................................................................................. 72
Aspectos gerais ....................................................................................... 73
MAPA DO CONTEÚDO - ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO ...................... 74

CAPÍTULO 5
BIOSSEGURANÇA

PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS PARA A SAÚDE ....................................... 76


Processamento de produto para a saúde ....................................................... 76
Classificação dos produtos para a saúde ....................................................... 76
MAPA DO CONTEÚDO - PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS PARA A SAÚDE . 78
AMBIENTES E RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO ................................. 79
Classificação dos ambientes quanto ao risco de transmissão de infecção ............. 79
LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES .................................................. 80
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 82
Classificação dos resíduos de serviços de saúde ............................................. 82
Classificação dos resíduos de serviços de saúde do Grupo A ............................. 83
Classificação dos resíduos de serviços de saúde dos Grupo B, C, D, E ................. 84
IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ............................ 86
ETAPAS DO MANEJO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ...................... 87
Segregação, acondicionamento e identificação .............................................. 87
Resíduos do grupo A .............................................................................. 87
Resíduos do grupo B .............................................................................. 87
Resíduos do grupo D .............................................................................. 87
Resíduos do grupo E .............................................................................. 87
Resíduos gerados pelos serviços de atenção domiciliar .................................. 88
Coleta e transporte interno ........................................................................ 88
Armazenamento interno, temporário e externo ............................................. 88
ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .................... 89
ABRIGO EXTERNO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........................... 89
MAPA DO CONTEÚDO - RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ....................... 90
SAÚDE DO PROFISSIONAL E SEGURANÇA NO TRABALHO ............................. 91
Fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores ............................ 91

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Sumário
Normas de Biossegurança para a prevenção da exposição a agentes patógenos de
transmissão sanguínea ............................................................................. 91
Recomendação de medidas a serem implementadas para a prevenção e o controle
da disseminação do novo coronavírus em serviços de saúde ............................. 92
Equipamento de Proteção Individual para processamento de produtos para a
saúde .................................................................................................... 94
Equipamentos de Proteção Individual para limpeza e desinfecção de superfícies e
ambiente ............................................................................................... 94
Norma Regulamentadora n.º 32 .................................................................. 95
Vacinação .............................................................................................. 96
Exposição a material biológico ................................................................... 97

CAPÍTULO 6
REGISTRO, CADASTRO, LICENÇA E MANUAIS

REGISTRO DO CONTRATO SOCIAL ................................................................. 99


REGISTRO NA RECEITA FEDERAL .................................................................. 100
REGISTRO NA RECEITA ESTADUAL ................................................................ 101
REGISTRO NA PREFEITURA ........................................................................... 102
Registro ................................................................................................ 102
Nota fiscal .............................................................................................. 103
LICENÇA DO CORPO DE BOMBEIROS ............................................................. 104
LIMPEZA DA CAIXA D'ÁGUA ........................................................................... 106
CERTIFICADO DE DEDETIZAÇÃO ................................................................... 107
RESPONSABILIDADE TÉCNICA ...................................................................... 108
MANUAL DE NORMAS E ROTINAS .................................................................. 110
MANUAL DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ................................ 111
LICENÇA SANITÁRIA ...................................................................................... 112
RELAÇÃO PARCIAL DE ATIVIDADES DA CNAE DE ALTO RISCO ..................... 113
RELAÇÃO PARCIAL DE ATIVIDADES DA CNAE DE MÉDIO RISCO .................. 114
RISCO DEPENDENTE DE INFORMAÇÃO ......................................................... 115
MAPA DO CONTEÚDO - NÍVEL DE RISCO DAS ATIVIDADES ........................... 117
INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................... 118

@adv.ramone
Sumário
REGISTRO NO CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM ............................. 124
MAPA DO CONTEÚDO - REGISTRO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS DE
ENFERMAGEM NO COREN CONFORME RESOLUÇÃO COFEN N.º 568/2018 ..... 125
CADASTRO NACIONAL DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE ...................... 126
CADASTRO EM EMPRESA DE COLETA DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE ............................................................................................................ 128
MAPA DO CONTEÚDO - CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS DE ENFERMAGEM:
PRIMEIROS PASSOS ....................................................................................... 129
ANOTAÇÕES ................................................................................................... 133

@adv.ramone
CAPÍTULO 1

CLÍNICA E CONSULTÓRIO
DE ENFERMAGEM

@adv.ramone 10
CONCEITOS

Considerando que o nosso objetivo, aqui, é aprender como se dá a abertura de


Clínicas e Consultórios de Enfermagem, a melhor forma de introduzir o tema é
diferenciando um do outro, o que não é tarefa fácil.

A Clínica e o Consultório de Enfermagem "Clínica de Enfermagem - estabelecimento


são objetos da Resolução Cofen n.º constituído por consultórios e ambientes
568/2018,1 que descreve ambos e impõe destinados ao atendimento de enfermagem
alguns requisitos para seu funcionamento. individual, coletivo e/ou domiciliar.
Consultório de Enfermagem - área física onde se
Essa Resolução foi alvo recente de uma realiza a consulta de enfermagem e outras
ação civil pública proposta pelos Conselho atividades privativas do enfermeiro, para
Federal de Medicina (CFM) e Conselho atendimento exclusivo da própria clientela."
Regional de Medicina de São Paulo
(Cremesp), que tentavam a sua anulação. A seguir, os conceitos foram separados em
alguns segmentos e dispostos no quadro
De forma acertada, a Justiça Federal abaixo.
negou esse pedido. Conforme a sentença,
a Lei n.º 7.498/86 prevê a consulta de Clínica Consultório
Enfermagem e "se o dispositivo legal permite estabelecimento área física
a prática de tais atos, obviamente, fica constituído por con-
permitida a execução de meios que possibilitem sultórios e ambientes
a sua execução, sob pena de se tornar ineficaz o para atendimento de onde se realiza con-
texto permissivo." 2 de enfermagem sulta de enfermagem
individual, coletivo e outras atividades
Superada essa questão, vamos aos e domiciliar privativas do enfer-
conceitos de Clínica e Consultório de meiro
Enfermagem dispostos na Resolução para atendimento
1
Cofen n.º 568/2018: exclusivo da própria
clientela

Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.
2 DISTRITO FEDERAL. Justiça Federal (Seção Judiciária do Distrito Federal, 7ª Vara Federal Cível da SJDF). Processo n.º 1003819-
15.2018.4.01.3400.

@adv.ramone 11
CONCEITOS

À primeira vista, parece que as definições Clínica de Consultório, ou seja, não é "área
apresentadas pela Resolução Cofen n.º física" (presente em Consultório) e nem
1
568/2018 são claras e, se quisermos saber o "estabelecimento" (em Clínica) que irá
que distingue Clínica de Consultório de identificar um ou outro.
Enfermagem, basta lê-las. Em que pese a
importância dessa norma para a categoria, O segundo significado de estabelecimento
ao lançarmos um olhar mais analítico, está relacionado à sua acepção jurídica.
sentimos certa dificuldade em encontrar a Pergunto-me se a Resolução, ao usar esse
1 2
real diferença entre eles. Para vocábulo, quis recorrer ao Código Civil,
entendermos melhor, vamos discutir segundo o qual:
individualmente cada um dos termos. E,
ainda que o leitor discorde, vale a reflexão "Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo
sobre o tema. complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade
a) Estabelecimento versus área física empresária."

Quando se coloca que o Consultório de Estabelecimento, de acordo com o Código


Enfermagem é uma área física, resta claro Civil, traz uma conotação diferente para as
que está se referindo ao seu espaço Clínicas de Enfermagem. Para
material. entendermos, vamos estudar o que é
empresário, empresa e sociedade
De outro lado, "estabelecimento" (Clínica de empresária, sob a ótica jurídica.
Enfermagem é um estabelecimento), pode
2
ter mais de um significado. Conforme o Código Civil:

O primeiro deles, também, pode ser área "Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
física. Cotidianamente, um determinado profissionalmente atividade econômica
local é chamado de estabelecimento e, se organizada para a produção ou a circulação de
esse é o sentido adotado pela Resolução bens ou de serviços.
Cofen n.º 568/2018, não estaremos diante Parágrafo único. Não se considera empresário
de uma característica que diferencia quem exerce profissão intelectual, de natureza
clinica
Referências
cie
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.
2 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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CONCEITOS

científica, literária ou artística, ainda com o (CNPJ).


concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se
o exercício da profissão constituir elemento de Existe uma exceção para que o profissional
empresa." [grifo meu] intelectual (e, consequentemente, o
Enfermeiro) seja considerado empresário,
Se o empresário é definido como o que é quando o exercício de sua profissão
profissional exercente de “atividade constituir elemento de empresa. Isso se dá
econômica organizada para a produção ou a quando ele tiver um empreendimento cuja
circulação de bens ou de serviços”, a empresa estrutura é mais complexa e a sua
somente pode ser a atividade com essas atividade profissional será apenas uma
1
mesmas características. parte do todo. O profissional estará mais
envolvido com a organização dos fatores
Atividade econômica tem o sentido de de produção do que com o exercício do seu
proporcionar lucro. E atividade organizada saber científico. Vamos a um exemplo
2
quer dizer articulação entre os quatro dado por Sylvio Marcondes (1977, citado
fatores de produção: capital, mão-de-obra, por Sztajn, 2006):
1
insumos e tecnologia.
"Parece um exemplo bem claro a posição do
Quando se lê o conceito de empresário no médico, o que quando opera ou faz diagnóstico,
caput do art. 966 do Código Civil, a ou dá a terapêutica, está prestando um serviço
conclusão é enquadrar o Enfermeiro como resultante de sua atividade intelectual, e por isso
tal. Todavia, veja a importância do seu não é empresário. Entretanto, se ele organiza
parágrafo único, que coloca que o fatores da produção, isto é, une capital, trabalho
profissional intelectual não é empresário e, de outros médicos, enfermeiros, ajudantes, etc., e
mesmo que tenha empregados, a lei não o se utiliza de imóvel e equipamentos para a
considera dessa forma. Portanto, o instalação de um hospital, então o hospital é
Enfermeiro não é empresário, o que não empresa e o dono ou titular desse hospital ...,
significa que não possa empreender e ter o será considerado empresário porque está,
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica realmente, organizando os fatores da produção,
(CNPJ) pa
Referências
1 COELHO, Fabio Ulhoa. Sociedade simples. Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil: 2003.
Disponível em: <http://www.irtdpjminas.com.br/rtds/sociedade_simples_fabio_ulhoa_coelho.pdf>. Acesso em: 21/10/2021.
2 MACHADO, Sylvio Marcondes. Direito mercantil e atividade negocial no projeto de código civil (in: MACHADO, Sylvio Marcondes.
Questões de direito mercantil. São Paulo: Saraiva, 1977). In: SZTAJN, Rachel. Notas sobre o conceito de empresário e empresa no
código civil brasileiro. Pensar, Fortaleza, v. 11, p. 192-202, fev. 2006. Disponível em: <file:///C:/Users/user/Downloads/791-5841-1-
PB.pdf>. Acesso em: 27/10/2021.

@adv.ramone 13
CONCEITOS

para produzir serviços.” Enfermeiro, ou pode ser um negócio mais


simples, mesmo que com sócio e
Deve-se levar em conta a forma como a empregado, e, então, não se enquadrar
atividade econômica é explorada. como empresa e o profissional não se
encaixar como empresário.
As atividades econômicas empresariais são
organizadas como empresas. Se, ao Para as sociedades são adotados os
produzir ou circular bens ou serviços, mesmos requisitos. Se a sociedade possuir
alguém combina os quatro fatores de como objeto o exercício de atividade
produção do capitalismo (mão-de-obra, própria de empresário, será uma sociedade
insumos, tecnologia e capital), confere à empresária; caso contrário, será uma
sua atividade uma organização específica, sociedade simples (art. 982 do Código
que é a empresa.1 Não mais importa a Civil).2
pessoa do profissional para a realização de
um serviço. Qual a relação de tudo isso com o termo
"estabelecimento" previsto na Resolução
Já as atividades econômicas não- Cofen n.º 568/2018?
empresariais, são aquelas exploradas
independentemente da articulação dos Vimos que o estabelecimento é para
fatores de produção. Quando quem produz exercício da empresa ou da sociedade
2
ou circula bens ou serviços contrata poucos empresária (art. 1.142 do Código Civil). E
empregados, não adquire e nem que uma Clínica de Enfermagem pode ou
desenvolve sofisticadas tecnologias, não não ser empresa e, quando não for, não se
faz circular insumos ou não tem relevante fala em estabelecimento.
capital, falta-lhe empresarialidade.1
Se a Resolução Cofen entende que a Clínica
Ao voltarmos o olhar para uma Clínica de de Enfermagem é um estabelecimento, nos
Enfermagem, o que podemos concluir? moldes do Código Civil, está a
Que a Clínica pode ou não ser uma desconsiderar que ela pode não ser
empresa, um empreendimento mais empresa.
complexo e heterogêneo, gerido pelo
Enfermeiro
Referências
1 COELHO, Fabio Ulhoa. Sociedade simples. Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil: 2003.
Disponível em: <http://www.irtdpjminas.com.br/rtds/sociedade_simples_fabio_ulhoa_coelho.pdf>. Acesso em: 21/10/2021.
2 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

@adv.ramone 14
CONCEITOS

Acredito não ter sido essa a intenção. um negócio, um empreendimento) é


Primeiro, porque o Conselho Federal de formado pelo consultório (sala, espaço
Enfermagem (Cofen) estaria limitando o físico, ambiente ou outro título).
empreendedorismo do Enfermeiro, já que
a maioria da Clínicas de Enfermagem não A Clínica, por sua vez, é constituída por
opera como empresa. Segundo, porque o "consultórios e ambientes". Parece-me que o
Cofen não determina quem é ou não Cofen quis considerar a Clínica como um
empresa e, sim, a organização dos fatores espaço maior que o Consultório. Mas, será
de produção é que dirá. que o que os diferencia é o tamanho? Não
gostaria de entrar numa celeuma para
Entendo que a denominação teorizar sobre esses dois termos, porém
"estabelecimento" na Resolução está mais alguns esclarecimentos são necessários.
relacionada ao espaço, pois na sequência
da definição consta que o estabelecimento Por que a Resolução separou consultório
é "constituído por consultórios e ambientes", de ambiente? O consultório é um ambiente
uma referência à formação física. e, além disso, não se pode afirmar que ele é
somente para a consulta e o ambiente para
Entrementes, o entendimento jurídico de as outras atividades. A consulta de
estabelecimento não pode ser afastado, Enfermagem ocorre em diversos espaços e
motivo pelo qual trouxe essas não somente numa sala denominada
considerações. Ademais, notem a consultório. Ora, a Resolução Cofen n.º
1
importância ao se adotar um determinado 358/2009 diz o seguinte:
vocábulo, pois, a depender do contexto,
podemos ter interpretações diferentes. "Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser
realizado, de modo deliberado e sistemático, em
b) Consultórios e ambientes todos os ambientes, públicos ou privados, em que
ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.
O Consultório não especifica o que tem na § 2º – quando realizado em instituições
sua área física, certamente possui um prestadoras de serviços ambulatoriais de
ambiente para atendimento; poderíamos saúde, domicílios, escolas, associações
dizer que o Consultório (entendido como comunitárias, entre outros, o Processo de
um
Referência
Enferm
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 358, de 15 de outubro de 2009 Dispõe sobre a Sistematização da
Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o
cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 23/10/2009.

@adv.ramone 15
CONCEITOS

Enfermagem corresponde ao usualmente que um dos objetivos do Consultório é a


denominado nesses ambientes como Consulta consulta de enfermagem e, da Clínica, é o
de Enfermagem." [grifo meu] atendimento de enfermagem.

Se a consulta de enfermagem corresponde


Pois bem, a consulta pode ser realizada
ao Processo de Enfermagem, com suas
pelo Enfermeiro numa Clínica (aliás,
diferentes etapas, significa que é mais do
que histórico/diagnóstico e inclui a entendo que sempre acontece) e, apesar de
implementação entendida, pela Resolução não ter sido mencionada no conceito de
Cofen n.º 358/2009,1 como a realização das Clínica, faz-se presente aí. Inclusive, a
2
ações ou intervenções. Essas etapas podem Resolução Cofen n.º 568/2018 colocou
acontecer em ambientes diferentes e, exatamente isso mais adiante:
portanto, um Consultório (um negócio)
pode ter consultório (espaço físico) e
"As Clínicas de Enfermagem que oferecem
outros ambientes da mesma forma que a
Serviços de Enfermagem e/ou Consultas de
Clínica.
Enfermagem [...]" [grifo meu]
Afirmar que uma Clínica tem "consultórios e
ambientes" não é o seu diferencial com E o atendimento de enfermagem? A norma
relação ao Consultório, já que este, é muito vaga, mas não resta dúvida que, no
também, pode tê-los. A propósito, a Consultório, ele acontece. Primeiro,
Resolução Cofen n.º 568/2018 não impõe o porque a própria norma afirma:
2
número de salas ou ambientes ou
consultórios para nenhum deles.
"Consultório de Enfermagem - área física onde
c) Atendimento de enfermagem versus se realiza a consulta de enfermagem e outras
consulta de enfermagem atividades privativas do enfermeiro, para
atendimento exclusivo da própria clientela."
2
A Resolução Cofen n.º 568/2018 estabelece [grifo meu]
consulta
Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 358, de 15 de outubro de 2009 Dispõe sobre a Sistematização da
Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o
cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 23/10/2009.
2 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.

@adv.ramone 16
CONCEITOS

Segundo, embora "atendimento" seja um Primeiramente, quando li esses termos,


termo com significado menos complexo do indaguei-me se "atendimento individual e
que "consulta", pode-se afirmar que o coletivo" se referia ao paciente ou ao
Enfermeiro, em suas consultas, atende, dá profissional. Será que a norma quis dizer
atenção, recepciona o paciente. O próprio
que a Clínica comporta o atendimento de
Cofen já usou ambos de forma
um único profissional (atendimento
indiscriminada como na Resolução Cofen
1
n.º 634/2020: individual) e de mais profissionais
(atendimento coletivo)? Ou será que
"CONSIDERANDO a importância da significa o atendimento de um cliente
participação dos enfermeiros no combate à (individual) ou de um grupo de clientes
pandemia mediante consultas, (coletivo)?
esclarecimentos, encaminhamentos e orientações
principalmente nesses momentos de isolamento
Pela inclusão, na mesma frase, de
social, em que as pessoas precisam de acesso a
"atendimento domiciliar", conclui que está a
informações seguras e com possibilidade de
atendimento sem deslocamentos às unidades de se referir ao cliente. Sim, na Clínica podem
saúde;" [grifo meu] ocorrer atendimentos individual, coletivo e
domiciliar do cliente. E, no Consultório,
Destarte, não é uso destas palavras, será que não podem?
atendimento e consulta, que distingue o
Consultório da Clínica. O atendimento individual, ficou claro no
item anterior, que é praticado no
d) Atendimento individual, coletivo e
Consultório.
domiciliar

2 E o coletivo e domiciliar?
A Resolução Cofen n.º 568/2018 acrescenta
que o atendimento realizado na Clínica
pode ser individual, coletivo e domiciliar. Não é possível o Consultório prestar um
Referências ate
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 634, de 26 de março de 2020. Autoriza e normatiza, “ad
referendum” do Plenário do Cofen, a teleconsulta de enfermagem como forma de combate à pandemia provocada pelo novo
coronavírus (Sars-Cov-2), mediante consultas, esclarecimentos, encaminhamentos e orientações com uso de meios tecnológicos, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, de 27/03/2020.
2 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.

@adv.ramone 17
CONCEITOS

serviço no seu próprio espaço e com e) Outras atividades privativas


extensão no domicílio do cliente? Realizar
um atendimento misto, com consultas no Dando seguimento, a Resolução Cofen n.º
consultório e no ambiente domiciliar? Por 1
568/2018 prevê mais um objetivo para os
que não? Não vislumbro empecilhos. Aliás,
Consultórios, além das consultas, que é
isso já acontece na prática, temos
realizar "outras atividades privativas". De
Consultórios de Enfermagem que atendem
no próprio espaço e na casa do cliente. certa forma, já analisamos esse ponto
quando mencionada a consulta de
Sobre o atendimento coletivo, por que não Enfermagem.
seria possível no Consultório? Atualmente,
há tantas possibilidades para o Enfermeiro O que se quis dizer quanto ao "privativa"?
que entendo ser praticável ele ter um Privativa no âmbito da Enfermagem ou
Consultório e, se a área física permitir,
privativa no âmbito das demais profissões
atender coletivamente. Há situações que
da área da saúde? Se for a primeira opção,
ele, após uma consulta, necessite realizar
um atendimento maior como, por parece-me óbvio e desnecessário, já que,
exemplo, uma orientação para diversos dentro da Enfermagem, apenas o
familiares sobre determinados cuidados. Enfermeiro possui atividades que lhe são
Acredito que, se objetivo é incentivar o privativas e, portanto, proibidas a
empreendedorismo, não se deve colocar auxiliares e técnicos de Enfermagem. Se
obstáculos para a sua execução. for a segunda opção, seria uma limitação
muito grande para a atuação do
Agora, se não é esse o significado de
Enfermeiro, afinal, o que é lhe exclusivo na
atendimento individual, coletivo e
domiciliar, a Resolução não ficou área da saúde?
compreensível.
Na prática, temos diferentes profissionais
Notem que, estamos quase no final, e não realizando curativos, administrando
foi identificada a característica que, medicamentos e vacinas, atuando na área
realmente, separa Clínica de Consultório. da estética, da ozonioterapia, entre outros.
a
Referência
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.

@adv.ramone 18
CONCEITOS

Quais atividades haveria para o da própria clientela".


Enfermeiro realizar em seu Consultório
que fossem unicamente suas em relação às Daí, temos duas possíveis interpretações:
outras profissões? clientela do Enfermeiro/enfermagem ou
clientela de um único Enfermeiro?
Outra observação, numa Clínica podem ser
realizadas atividades privativas de A primeira hipótese não parece ser a mais
Enfermagem, elas não são exclusividade certeira. Pois, se assim fosse, como no
de Consultórios. Embora a Resolução conceito de Clínica não consta "atendimento
Cofen não afirme isso, seria inconcebível a exclusivo da própria clientela", poder-se-ia
sua proibição em Clínicas. concluir que nela são atendidos os clientes
do Enfermeiro e os de outros profissionais
Entendo não estar aí a diferença entre da área da saúde, seria um ambiente
Clínicas e Consultórios de Enfermagem. E, multiprofissional.
ainda, não possuímos elementos
suficientemente convincentes para Contudo, ao relermos a definição de
diferenciar um do outro. Clínica de Enfermagem, vemos que ela é
destinada ao atendimento de enfermagem,
1
f) exclusivo da própria clientela individual, coletivo e/ou domiciliar:

Chegando ao final do conceito, aparente- "Clínica de Enfermagem - estabelecimento


mente, somos apresentados a uma constituído por consultórios e ambientes
diferença entre Clínica e Consultório de destinados ao atendimento de enfermagem
Enfermagem, sob o ponto de vista do individual, coletivo e/ou domiciliar." [grifo
Cofen. meu]

1
A Resolução Cofen n.º 568/2018 coloca que Sendo atendimento de enfermagem, não
o Consultório é para "atendimento exclusivo caberiam outros profissionais. Conside-
da ran
Referência
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.

@adv.ramone 19
CONCEITOS

rando que esse é o sentido da expressão, sob qualquer aspecto, a dos demais."
não encontramos particularidades que
separam Clínica de Consultório, uma vez Note que é possível o compartilhamento do
que ambos atendem clientes do Consultório por mais de um profissional,
Enfermeiro/da enfermagem. desde que atuem de forma independente.
O espaço físico é dividido entre
A segunda interpretação compreende que Enfermeiros, mas não o empreendimento,
"exclusivo da própria clientela" significa o ou o seu negócio.
atendimento da clientela de um único
Enfermeiro, ou seja, o Consultório de O imbróglio surge quando, mais adiante, a
1
Enfermagem é para a assistência de Resolução Cofen n.º 568/2018 traz um novo
clientes de um determinado Enfermeiro. termo, "consultório coletivo":

Se foi essa a intenção da Resolução, creio "4.5 O enfermeiro de consultório coletivo


que chegamos a uma diferença substancial responde solidariamente com os demais pela
entre Consultório e Clínica, pois nesta utilização indevida do local."
poderíamos ter vários Enfermeiros e
naquele somente um. O problema está no significado de
consultório coletivo e que responsabilidade
E, essa conclusão é corroborada por um é essa a que se refere a Resolução.
outro item da Resolução Cofen n.º
1
568/2018: Se o consultório coletivo trata-se de uma
sublocação, a responsabilidade pelo espaço
2
"4.2.1. É permitida a utilização do Consultório físico decorre da Lei do Inquilinato,
de Enfermagem por mais de um profissional, assunto que não é matéria do Conselho
desde que as atividades de cada um não estejam, Federal de Enfermagem (Cofen), data
necessariamente, vinculadas ou condicionadas, venia.
ne
Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.
2 BRASIL. Lei n.º 8.245, de 18 de outubro de 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 21/10/1991.

@adv.ramone 20
CONCEITOS

Contudo, se essa responsabilidade diz ou jurídica, cujo espaço pode ser


respeito à ético-profissional, esta sim constituído de ambientes diferentes, sob a
objeto do Conselho, muitas interrogações responsabilidade de um único Enfermeiro,
surgirão, pois cada profissional atua de sendo-lhe facultada a sublocação, para a
forma independente e com seus próprios realização de consultas e procedimentos
clientes, cada um sendo responsável por inerentes à sua categoria profissional e
suas ações ou omissões. Acredito que permitidos por lei, com a possibilidade de
deveria ser demonstrado em que consiste a extensão do serviço no domicílio do
utilização indevida do local e até onde se cliente.
estendem as obrigações dos profissionais.
Por outro lado, a Clínica de Enfermagem é
Como visto, os conceitos de Clínica e de uma pessoa jurídica constituída por um ou
Enfermagem, previstos na Resolução mais Enfermeiros, cujo espaço físico pode
1
Cofen n.º 568/2018, são carregados de certa ter vários ambientes, para a realização de
ambiguidade e, quando estudados de consultas e procedimentos inerentes à sua
forma minuciosa, torna-se difícil abstrair categoria profissional e permitidos por lei,
o seu fiel significado. Ao menos, suscitei incluindo o atendimento domiciliar.
algumas dúvidas no leitor.
Mas, veja, que esse é o meu entendimento
Muitas dessas arguições podem ser baseado, unicamente, na análise da
1
esclarecidas, discutidas e rebatidas por Resolução Cofen n.º 568/2018.
Enfermeiros que estudam o tema. O
importante é praticarmos essa reflexão Encerramos a análise dos conceitos de
conceitual, tão rara de ser realizada. Clínica e Consultório, porém há mais uma
observação a ser feita sobre a Resolução
1
Sobre a minha consideração final, o Cofen n.º 568/2018 que coloca:
Consultório de Enfermagem é um
empreendimento na forma de pessoa física "As Clínicas de Enfermagem que oferecem Servi-
s -
Referência
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568, de 9 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 34, 2018.

@adv.ramone 21
CONCEITOS

Anotações
ços de Enfermagem e/ou Consultas de
Enfermagem somente estarão aptas para
funcionamento quando devidamente registradas
como empresa nos Conselhos Regionais de
Enfermagem, após devidamente autorizadas
pelos órgãos sanitários competentes (estadual ou
municipal)."

Já discorremos sobre o significado jurídico


de "empresa" e que nem sempre a Clínica
será uma. Porém, fica a dúvida sobre o que
a norma entende por "empresa". Se tiver o
sentido do Código Civil, sabemos que não
seria o mais conveniente. Agora, se está
carregado de um significado mais
informal, o que entendo não ser adequado
a uma Resolução, seria melhor à categoria
profissional.

Por fim, o objetivo de toda essa exposição,


além de entender as diferenças entre
Clínica e Consultório de Enfermagem, foi
discutir, causar reflexão, estudar e, quiçá,
provocar novos questionamentos, análises
e contrapontos sobre um tema tão pouco
debatido.

@adv.ramone 22
HONORÁRIOS DE ENFERMAGEM

Ponderei pertinente o acréscimo deste tópico porque, além de termos uma


Resolução Cofen recente tratando do assunto, pode auxiliar alguns
profissionais na cobrança de seus honorários.

Em consonância com a Resolução Cofen ocorrer em horário noturno dos fins de


1
n.º 673/2021: semana e feriados;
Foi estabelecida a Unidade de Os honorários de Técnicos e Auxiliares
Referência de Trabalho de de Enfermagem não poderão ser
Enfermagem (URTE); inferiores a 40% da URTE.
Trata-se de uma referência para
cobrança de honorários por Exemplo
procedimentos executados;
01 URTE = R$ 10,00 (dez reais); Na Tabela Nacional de Procedimentos de
A URTE será reajustada anualmente Enfermagem consta que o banho no leito
pelo Índice Nacional de Preços ao equivale a 8 URTEs. Assim:
Consumidor (INPC);
Conselhos Regionais de Enfermagem - 8 URTEs X R$ 10,00 = R$ 80,00
poderão baixar decisões adaptando os
valores às realidades da economia e Horário noturno em dias úteis:
dos mercados de trabalho locais; - R$ 80,00 + 20% = R$ 96,00
Poderão ser acrescidos ao valor
mínimo da URTE: Fim de semana e feriado:
– 20% quando a prestação de serviços - R$ 80,00 + 30% = R$ 104,00
ocorrer em horário noturno dos dias úteis;
– 30% quando a prestação de serviços de Horário noturno e fim de semana e
ocorrer em fins de semana e feriados; feriado:
– 40% quando a prestação de serviços - R$ 80,00 + 40% = R$ 112,00
desssr
Referência
1 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 673/2021, de 30 de julho de 2021. Estabelece a Unidade de
Referência de Trabalho de Enfermagem (URTE) para indexar os valores mínimos dos seus Honorários e atualiza os valores mínimos
dos honorários da enfermagem em URTE. Diário Oficial da União, DF, de 05/08/2021, Seção 1, republicada em 06/09/2021.

@adv.ramone 23
CAPÍTULO 2

DEFINIÇÃO DE ÁREA E
ESTUDO DO MERCADO

@adv.ramone 24
EM QUAL ÁREA ATUAR?

O profissional Enfermeiro possui diferentes áreas para empreender por meio de


Clínicas e Consultórios de Enfermagem. A seguir, constam algumas
possibilidades com base na normatização do Conselho Federal de Enfermagem
(Cofen). Trata-se de um rol exemplificativo e não taxativo e, importante
acrescentar, deve-se estar atento às regras do Conselho Profissional.

1
O Cofen, em suas Resoluções e Pareceres, Enfermagem em Estomaterapia
reconhece diversas especialidades que, por Enfermagem em Práticas Integrativas
1
sua vez, podem ser subnichadas pelo e Complementares:
Enfermeiro. Seguem alguns exemplos. a) Fitoterapia
1
Enfermagem Dermatológica: b) Homeopatia
a) Feridas c) Ortomolecular
b) Queimados d) Terapia Floral
c) Podiatria e) Reflexologia Podal
1,2
Enfermagem em Estética: f) Reiki
a) Carboxiterapia g) Yoga
b) Cosméticos h) Toque Terapêutico
c) Cosmecêuticos i) Musicoterapia
d) Dermopigmentação j) Cromoterapia
e) Drenagem linfática l) Hipnose
f) Eletroterapia/Eletrotermofototerapia m) Acupuntura
1
g) Terapia Combinada de ultrassom e Saúde da Mulher
Microcorrentes a) Ginecologia
h) Micropigmentação b) Obstetrícia
3
i) Ultrassom Cavitacional Ozonioterapia
j) Vacuoterapia

Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 581/2018, de 11 de julho de 2018. Atualiza, no âmbito do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, os procedimentos para Registro de Títulos de Pós – Graduação Lato e Stricto Sensu
concedido a Enfermeiros e aprova a lista das especialidades. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 137, 2018.
2 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 626/2020, de 20 de fevereiro de 2020. Altera a Resolução Cofen n.º
529, de 9 de novembro de 2016, que trata da atuação do Enfermeiro na área da Estética, e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, n.º 38, 2020.
3 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Parecer Normativo Cofen n.° 001 de 2020. Regulamentação. Ozonioterapia como
prática do enfermeiro no Brasil.

@adv.ramone
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EM QUAL ÁREA ATUAR?

Ao se definir a esfera de atuação, existem algumas


questões a serem respondidas:

1) A área pretendida exige pós-graduação? Para


tanto, analise todas as normas sobre o nicho de
atuação intencionado. Verifique com o Cofen quais
são seus requisitos e empecilhos. Tome-se, como
exemplo, a Enfermagem Estética que, de acordo
1
com a Resolução Cofen n.º 529/2016, exige pós-
graduação lato sensu em estética com, no mínimo,
100 horas de aulas práticas.

2) O título de pós-graduação está registrado no


Conselho Regional de Enfermagem (Coren) de sua
jurisdição? Segundo a Resolução Cofen n.º
2
581/2018, o registro é obrigatório, sem o qual é
proibido divulgação de títulos de pós-graduação.

Atenção!
O sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem somente registra títulos de pós-
graduação lato sensu iniciada após a conclusão da
graduação, conforme inciso III do art. 44 da Lei n.º
2
9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEN. Resolução Cofen n.º 529, de 9 de novembro de 2016. Normatiza a
atuação do Enfermeiro na área da Estética. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 217, 2016.
2 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEN. Resolução Cofen n.º 581/2018, de 11 de julho de 2018. Atualiza, no
âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, os procedimentos para Registro de Títulos de Pós –
Graduação Lato e Stricto Sensu concedido a Enfermeiros e aprova a lista das especialidades. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, n.º 137, 2018.

@adv.ramone 26
ESTUDO DE MERCADO E
MODELO DE NEGÓCIO

Há quem coloque o estudo de mercado como o primeiro passo para empreender


a fim de minimizar os possíveis riscos. Entretanto, é essencial que o Enfermeiro
escolha uma área que goste, possua afinidade, conhecimento e habilitação,
motivo pelo qual foi pontuada como o passo inicial. É claro que não há problema
em começar por aqui, estudando as necessidades do mercado para, então,
decidir a área. Realizadas essas preliminares, é preciso definir o modelo do
negócio.

Definir seu público-alvo


Conhecer o perfil do cliente
Reconhecer o problema
Buscar resolução
Analisar a concorrência
Pesquisa Observar estratégia dos concorrentes
Analisar os fornecedores e as empresas que fornecem
de mercado1 produtos e serviços
Dimensionar o mercado
Definir a localização
Verificar as exigências legais

Consultório especializado

Modelo Consultório generalista


Clínica integrada

de negócio Clínica popular


Franquia

Referência
1 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Tudo o que você precisa saber sobre pesquisa
mercadológica. Atualizado em 25/11/2020. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/pesquisa-de-
mercado-o-que-e-e-para-que-serve,97589f857d545410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 08/11/2021.

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CAPÍTULO 3

CONSTITUIÇÃO JURÍDICA

@adv.ramone 28
LISTA DE ATIVIDADES E CNAE

É hora de listar todas as atividades que serão prestadas em seu espaço. São
todas e não, apenas, mencionar que é Enfermagem Estética ou Práticas
Integrativas e Complementares, exemplificadamente. Você deve colocar no
papel tudo o que irá realizar. Cada uma dessas atividades possui um código na
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e identificá-lo é
essencial.

Listar as atividades Sobre a CNAE:


Deve constar na Ficha Cadastral de
O Instituto Brasileiro de Geografia e Pessoa Jurídica da Receita Federal para
Estatística (IBGE) é o gestor da CNAE, se obter o Cadastro Nacional de Pessoa
uma classificação utilizada pelo sistema Jurídica (CNPJ);
estatístico nacional e pela Administração Estará disponível no CNPJ e nos
Pública na qual cada atividade econômica formulários da Vigilância Sanitária,
possui um código.1 que a utilizará para identificar o risco
do serviço prestado;
A Clínica ou o Consultório pode se O código pode influenciar no
enquadrar numa área e, dentro dessa, pagamento de tributos;
praticar várias atividades. Se você realiza É possível ter mais de um código
um serviço de Enfermagem, haverá um CNAE, mas só um será o principal;
código CNAE correspondente. Digamos Pessoas físicas que atuam de forma
que, no seu espaço, você pretenda realizar: autônoma, também, devem definir
carboxiterapia, curativo, limpeza de pele, sua CNAE;
ozonioterapia, micropigmentação, drena- Para saber quais os códigos na CNAE
gem linfática, terapia floral. Cada uma de sua Clínica ou Consultório, siga:
dessas atividades pode ter um código na 1. Acessar o site do IBGE no link
CNAE diferente e, considerando que todos https://concla.ibge.gov.br/;
devem ser mencionados, é importante 2. Clicar em busca online;
listá-las. Para entendermos essa 3. Clicar na aba Atividades para
relevância, vamos conhecer um pouco pesquisar por palavra-chave.
mais sobre o assunto.
Referência
1 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Introdução à Classificação Nacional de Atividades Econômicas - versão
2.0. Disponível em: <https://concla.ibge.gov.br/images/concla/documentacao/CNAE20_Introducao.pdf>. Acesso em: 08/11/2021.

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CÓDIGOS CNAE

1
Exemplos de códigos CNAE:

9602-5/02 - Atividades de alojamento 9609-2/06 - Serviços de


estética e outros serviços de - Tonificação de pele tatuagem e colocação de
cuidados com a beleza - Tratamento estético piercing
Descritores: - Tratamento facial Descritores:
- Bronzeamento artificial - Piercing
- Clínica de emagrecimento 8690-9/01 - Atividades de - Tatuagem
com uso de equipamentos práticas integrativas e
- Corrente russa complementares em saúde 9313-1/00 - Atividades de
- Depilação com cera humana condicionamento físico
- Depilação Descritores: Descritores:
- Design, depilação e - Aromoterapia - Academia de ginástica
limpeza de sobrancelhas - Cromoterapia - Academia de musculação e
- Endermoterapia - Do-in aeróbica
- Esteticista - Ecoterapia/Equoterapia -Aeróbica
- Estética corporal - Hipnoterapia - Alongamento corporal
- Hidratação de pele - Massoterapia - Anti-ginástica
- Higiene e beleza - Musicoterapia - Condicionamento físico
- Higiene e embelezamento - Reiki - Crossfit
- Higiene pessoal - Rolfing - Educação física
- Instituto de beleza - Shiatsu - Fitness
- Instituto de - Terapia floral -Ginástica e musculação
emagrecimento com uso de - Terapia indiana - Ginástica laboral
equipamentos - Terapia Reichiana - Hidroginástica
- Instituto de massagem - Terapias alternativas - Ioga/Yoga
estética - Terapias não tradicionais - Musculação
- Limpeza de pele - Personal trainers
- Limpeza facial 8650-0/01 - Atividades de -Pilates
- Maquiagem Enfermagem - Treinamento funcional
- Maquilagem Descritores:
- Massagem estética - Enfermagem 9609-2/99 - Outras
- Massagem facial - Enfermeiros atividades de serviços
- Massagem para pessoais não especificadas
emagrecimento 8690-9/03 - Atividades de anteriormente
- Micropigmentação de acupuntura Descritores:
sobrancelha Descritores: - Perfuração de lóbulo
- Peeling - Acupuntura auricular
- Revitalização de pele - Acupunturista - e outros
- Spa sem serviço de - Auriculoterapia

Referência
1 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <https://cnae.ibge.gov.br/> . Acesso em: 08/11/2021.

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IDENTIFICAÇÃO DA CNAE

Durante a escolha dos códigos na CNAE, deve-se


observar se a sua nomenclatura corresponde com a
atividade que será realizada. Isso porque uma
mesma atividade pode ter códigos diferentes como,
por exemplo, a ozonioterapia que pode ser
classificada como prática integrativa e
complementar (CNAE 8690-9/01) ou como serviço de
complementação diagnóstica e terapêutica (CNAE
8640-2/99). Dê atenção às notas explicativas que
estão em cada código disponibilizado no sistema de
busca do IBGE.

Pode ocorrer, também, que uma atividade se


desdobre em mais de um código na CNAE. Seguimos
no exemplo da ozonioterapia que, quando utilizada
pelo Enfermeiro no cuidado com feridas, está
associada com a realização de curativo e necessita o
acréscimo do código 8650-0/01 - atividades de
Enfermagem.

Embora estejamos tratando de Clínicas e


Consultórios de Enfermagem, os termos "clínica" e
"consultório", para fins de classificação de atividades
econômicas do IBGE, não deve ser utilizado porque
só cabe aos médicos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, psicólogos e odontólogos.

Elabore a descrição dos códigos com cautela, pois vai


impactar na documentação, registro, fiscalização e
tributação do empreendimento.

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PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA?

Você não precisa, necessariamente, abrir uma pessoa jurídica para empreender
como Enfermeiro. Isso mesmo, você pode iniciar como pessoa física, porém deve
analisar se é o mais adequado para o seu empreendimento e se, realmente, vale
a pena em termos de tributos. Vamos entender as diferenças concentuais entre
uma e outra?

A pessoa física é um ser humano que


possui direitos e deveres desde o
1
nascimento com vida. Seus principais
registros são a Certidão de Nascimento e o

Pessoa física Cadastro de Pessoa Física (CPF). No caso


do empreendimento ser pessoa física,
deverá ser registrado em seu nome e a
atividade realizada se dará por meio do
CPF, o que permite a fiscalização pela
Receita Federal.

A pessoa jurídica é um ente abstrato e,


1
igualmente, possui direitos e deveres. Se
optar por trabalhar dessa forma, deverá
Pessoa jurídica obter um Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica, o conhecido CNPJ. Seu registro,
necessariamente, deve ser feito em órgãos
competentes.

Referência
BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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PESSOA JURÍDICA

Pessoas jurídicas de direito privado será explanada uma questão conceitual da


legislação brasileira que diz respeito ao
Se, após análise e consulta, a escolha foi termo empresário, já abordada no
por pessoa jurídica, cabe definir qual o tipo primeiro capítulo.
de pessoa jurídica e o tipo de sociedade.
Empresário
As pessoas jurídicas de direito privado
1
estão listadas no Código Civil (art. 44): O conceito de empresário se encontra no
1
art. 966 do Código Civil:
- associações;
- fundações; "Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
- partidos políticos; profissionalmente atividade econômica
- organizações religiosas; organizada para a produção ou a circulação de
- sociedades; bens ou de serviços.
- empresas individuais de responsabilida- Parágrafo único. Não se considera empresário
de limitada - EIRELI. quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o
Dois tipos foram destacados, sociedades e concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo
EIRELI, pois são os que nos interessam. se o exercício da profissão constituir elemento de
Entretanto, recentemente, a Lei n.º empresa."
2
14.195/2021 estabeleceu que as EIRELI's
serão transformadas em sociedades Percebeu, no parágrafo único, que
limitadas unipessoais independentemente profissional intelectual não é empresário
de qualquer alteração em seu ato de acordo com a lei? Ou seja, o
constitutivo, motivo pelo qual não será Enfermeiro, como profissional intelectual
abordada aqui. Não fosse a sua extinção, que é, não é empresário, o que não
seria um tipo de pessoa jurídica compatível significa que não possa empreender e
com as Clínicas e Consultórios de abrir sua pessoa jurídica. Quando o
Enfermagem. Assim, restaram as Enfermeiro está atuando no seu
sociedades para nossa análise. Consultório ou Clínica, o que se sobressai
é sua atividade pessoal!
Antes de adentrar nos tipos de sociedades,
na
Referências
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.
2 BRASIL. Lei n.º 14.195, de 26 de agosto de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 27/08/2021, p. 4.

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PESSOA JURÍDICA

Atenção 1! legislador que quis que algumas pessoas,


Há uma exceção para que o profissional apesar de exercerem atividade econômica,
intelectual seja considerado empresário, não fossem consideradas empresárias. Só
que é quando o exercício da profissão para finalizar, vale a pena citar Sylvio
constituir elemento de empresa. Isso Marcondes3(1977, citado por Sztajn, 2006),
ocorre quando a organização dos fatores quem melhor esclarece essa questão:
de produção for mais importante do que a
atividade pessoal do profissional liberal "Parece um exemplo bem claro a posição do
que será, apenas, parte da estrutura médico, o qual, quando opera, ou faz
1
organizacional. diagnóstico, ou dá a terapêutica, está prestando
um serviço resultante da sua atividade
2 intelectual, e por isso não é empresário.
Caracterização do empresário:
a) o exercício de uma atividade; Entretanto, se ele organiza os fatores de
b) a natureza econômica da atividade produção, isto é, une capital, trabalho de outros
(obter lucro e assumir o risco); médicos, enfermeiros, ajudantes etc., e se utiliza
c) a organização da atividade (organizar de imóvel e equipamentos para a instalação de
os fatores de produção, quais sejam, um hospital, então o hospital é empresa e o dono
matéria-prima, capital, mão de obra e ou titular desse hospital, seja pessoa física, seja
tecnologia); pessoa jurídica, será considerado empresário,
d) a profissionalidade no exercício de tal porque está, realmente, organizando os fatores
atividade; da produção, para produzir serviços."
e) a finalidade da produção ou da
circulação de bens ou de serviços. Atenção 2!
No cotidiano, na linguagem informal, é
Sei que parece estranho ler essas comum o uso dos termos "empresário" e
caraterísticas e não enquadrar o "empresa" de forma mais abrangente,
Enfermeiro como empresário, afinal, ele incluindo os profissionais intelectuais e
possui todas. Porém, foi uma decisão do extrapolando o conceito do Código Civil.
lel
Referências
1 CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL. Enunciados 194 e 195 da III Jornada de Direito Civil. Disponível em:
<https://www.cjf.jus.br/enunciados/>. Acesso em: 08/11/2021.
2 TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática. 7 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
3 MACHADO, Sylvio Marcondes. Direito mercantil e atividade negocial no projeto de código civil (in: MACHADO, Sylvio Marcondes.
Questões de direito mercantil. São Paulo: Saraiva, 1977). In: SZTAJN, Rachel. Notas sobre o conceito de empresário e empresa no
código civil brasileiro. Pensar, Fortaleza, v. 11, p. 192-202, fev. 2006. Disponível em: <file:///C:/Users/user/Downloads/791-5841-1-
PB.pdf>. Acesso em: 27/10/2021.

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TIPOS DE SOCIEDADE

Sabemos que...
o Enfermeiro pode atuar como pessoa física ou jurídica;
o Enfermeiro não é considerado empresário (salvo exceção);
se pessoa jurídica, o Enfermeiro pode abrir uma sociedade.
Então, vamos entender quais os tipos possíveis de sociedade?

Tipos de sociedade rial.

As sociedades previstas no artigo 44 do Dentre essas classificações, vamos focar


Código Civil (art. 44), didaticamente, nas empresárias e simples. Veja o que diz
1 2
podem ser classificadas de várias formas: o art. 982 do Código Civil:
a) Personificadas e despersonificadas
- personificadas: possuem personalidade "Art. 982. Salvo as exceções expressas,
jurídica; considera-se empresária a sociedade que tem
- despersonificadas: não possuem perso- por objeto o exercício de atividade própria de
nalidade jurídica porque não registraram empresário sujeito a registro (art. 967); e,
seu ato constitutivo; simples, as demais.
b) Quanto à responsabilidade dos sócios Parágrafo único. Independentemente de seu
- ilimitada; objeto, considera-se empresária a sociedade por
- limitada; ações; e, simples, a cooperativa."
- mista;
c) Quanto à forma do capital O que define uma sociedade como
- capital fixo: o capital só pode ser alterado empresária ou simples é a atividade que é
com a mudança do contrato social; realizada, ou melhor, a organização dessa
- capital variável: o capital não está fixado atividade, que pode ou não ser de
no contrato social; empresário. Lembra-se de que o
d) Pela natureza da atividade exercida Enfermeiro, profissional intelectual, não é
- empresária: explora atividade empresari- considerado empresário? Dessa forma, a
al; sociedade empresária pode não ser a mais
- simples: explora atividade não empresa- adequada.
ri
Referências
1 TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário, v.1. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
2 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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TIPOS DE SOCIEDADE

A sociedade empresária e a sociedade simples possuem alguns subtipos, são diferentes


formas societárias ou maneiras para se organizarem.

Sociedade empresária Sociedade simples


1 1
Tipos: Tipos:
a) sociedade em nome coletivo a) sociedade simples pura ou sociedade
(arts. 1.039 a 1.044 do Código Civil); simples comum (sociedade simples que
b) sociedade em comandita simples não adota um tipo societário
(arts. 1.045 a 1.051 do Código Civil); específico);
c) sociedade limitada b) sociedade limitada;
(arts. 1.052 a 1.087 do Código Civil); c) sociedade em nome coletivo;
d) sociedade anônima (arts. 1.088 a d) sociedade em comandita simples;
1.089 do Código Civil c/c a Lei e) cooperativa;
6.404/1976); e f) atividade econômica rural.
e) sociedade em comandita por ações
(arts. 1.090 a 1.092 do Código Civil).

A essa altura, você já percebeu que alguns tipos de sociedade simples, também, estão entre
as sociedades empresárias. É que o legislador permitiu que a sociedade simples emprestasse
os tipos societários previstos para as sociedades empresárias, conforme art. 983 do Código
1
Civil:

"Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a
1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo,
subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à
cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades,
imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo."

Entre as categorias de sociedade simples, estudaremos duas, que são as que mais se
amoldam à Clínicas e Consultórios de Enfermagem: simples pura e limitada.

Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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Mapa do Conteúdo

PESSOA JURÍDICA

FUNDAÇÕES PARTIDO SOCIEDADE EIRELI ASSOCIAÇÃO ORGANIZAÇÃO


POLÍTICO RELIGIOSA

EMPRESÁRIA SIMPLES

- SOCIEDADE EM NOME COLETIVO - SOCIEDADE SIMPLES “PURA”


- SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES - SOCIEDADE LIMITADA
- SOCIEDADE LIMITADA - SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
- SOCIEDADE ANÔNIMA - SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
- SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES - COOPERATIVA
- ATIVIDADE ECONÔMICA RURAL

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SOCIEDADE SIMPLES PURA

Características da Sociedade Simples Pura envolver: nome, objeto, sede, prazo,


1
com base no Código Civil: capital, quota e prestações de cada
Arts. 997 a 1.038 do Código Civil; sócio, administrador e seus poderes,
Sociedade contratual; lucros e perdas, responsabilidade dos
Contrato social deve ser escrito; sócios pelas obrigações da sociedade;
Registro no Cartório de Registro Civil Demais alterações dependem de
das Pessoas Jurídicas; maioria absoluta de votos (mais da
No mínimo, dois sócios; metade do capital social), se o
Sócios podem ser pessoas físicas ou contrato não determinar a
jurídicas; unanimidade.
Pode utilizar denominação social;
Exerce atividade econômica e possui A responsabilidade dos sócios pelas
finalidade lucrativa, mas não pode obrigações sociais é discutível. Em
explorar atividade empresarial; conformidade com a interpretação da
Objeto social explorado é o exercício maioria dos estudiosos, a
de atividade intelectual, de natureza responsabilidade dos sócios pode ser
literária, científica ou artística; limitada ou ilimitada dependendo do que
O capital social pode ser dinheiro, estiver no contrato social; se o contrato
bens suscetíveis de avaliação nada mencionar, a responsabilidade será
pecuniária, prestação de serviços; ilimitada e subsidiária, ou seja, caso os
O capital é dividido em cotas; bens da sociedade não sejam suficientes
Os sócios têm o dever de adquirir para saldar o passivo, os credores poderão
1
quotas da sociedade e de pagar pelas executar o restante das dívidas no
mesmas; patrimônio pessoal dos sócios. Esse
Deve ser administrada por pessoa entendimento se dá em razão do art. 997,
1
física, que pode ou não ser um dos VIII, do Código Civil:
sócios;
Se não for designado um "Art. 997. A sociedade constitui-se mediante
administrador, a administração cabe contrato escrito, particular ou público, que,
a todos os sócios; além de cláusulas estipuladas pelas partes,
Alteração do contrato social mencionará:
dependerá de aprovação unânime se [...] VIII - se os sócios respondem, ou não,
en subsid
Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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SOCIEDADE SIMPLES PURA

subsidiariamente, pelas obrigações sociais."

Mas, há autores que entendem que os


sócios não podem colocar no contrato
social como se dará a sua responsabilidade
e que esta será ilimitada consoante com o
1
Código Civil:

"Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe


cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo
saldo, na proporção em que participem das per-
das perdas sociais, salvo cláusula de
responsabilidade solidária."

As próximas sociedades a serem estudadas


são mais claras quanto à responsabilidade
dos sócios.

Anotações

Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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SOCIEDADE LIMITADA

Características da Sociedade Limitada de contrato social depende de, no míni-


1
acordo com o Código Civil: mo, três quartos do capital social;
Arts. 1.052 a 1.087 do Código Civil; Os sócios são solidariamente
Aplicam-se subsidiariamente as responsáveis pela integralização do
normas da sociedade simples ou, se capital social, o que significa que o
estiver previsto no contrato social, a credor pode executar qualquer um dos
lei das sociedades anônimas; sócios quotistas, mesmo que ele tenha
Contrato social deve ser escrito; integralizado a parte que lhe cabe. Se
Registro no Cartório de Registro Civil o capital social estiver totalmente
das Pessoas Jurídicas; integralizado, os sócios não deverão
Sócios podem ser pessoas físicas ou responder com seu patrimônio
pessoas jurídicas; pessoal pelas dívidas da sociedade;
Pode usar tanto denominação social A responsabilidade de cada sócio é
quanto firma social integradas pela limitada, restrita ao valor de suas
palavra final "Limitada" ou Ltda; quotas;
O capital social divide-se em cotas, Os sócios não devem responder com
iguais ou desiguais; seu patrimônio pessoal. São poucos os
Não é possível a contribuição em casos em que o sócio pode ter seus
serviços (sócio de indústria); bens pessoais executados por dívida
Pode ser administrada por pessoa da sociedade: desconsideração da
jurídica, porém há autores que personalidade jurídica, distribuição
discordam; fictícia de lucros com prejuízo do
O contrato social pode ser alterado capital social, decisões que ferem a lei
conforme a vontade dos sócios, mas, a ou o contrato social, superestimação
depender da matéria discutida, o dos bens na hora de formar o capital
quórum é diferente. Exemplos: a social.
escolha de administrador não sócio
dependerá de aprovação da A sociedade limitada, unipessoal ou não, é
unanimidade dos sócios, enquanto o um dos melhores tipos societários para
capital não estiver integralizado, e de abertura de Clínicas ou Consultórios.
2/3 (dois terços), no mínimo, após a
integralização; a modificação do
contra
Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA

Resta um tipo de sociedade, a Sociedade Unipessoal Limitada, que é uma


espécie de sociedade limitada, porém possui apenas um sócio. É uma
sociedade bastante interessante para o Enfermeiro que trabalhará sozinho.

A Lei n.º 13.874/19 (Lei da Liberdade patrimônio da empresa e, assim, a


Econômica) trouxe a chamada "Sociedade responsabilidade do sócio está
Unipessoal Limitada". Conforme o art. 1.052 limitada às suas cotas;
1
do Código Civil, a Sociedade Limitada Se o capital social estiver totalmente
poderá ser constituída por um único sócio: integralizado, o sócio único não
responderá com seus bens pessoais;
"Art. 1.052. Na sociedade limitada, a Não é necessário um valor mínimo
responsabilidade de cada sócio é restrita ao para o capital social;
valor de suas quotas, mas todos respondem Uma pessoa pode ter mais de uma
solidariamente pela integralização do capital empresa nessa modalidade;
social. É necessário ter um contrato social;
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída O nome da sociedade poderá ser firma
por 1 (uma) ou mais pessoas. ou denominação, devendo em
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao qualquer dos casos inserir ao final a
documento de constituição do sócio único, no palavra "limitada", por extenso ou
que couber, as disposições sobre o contrato abreviada (LTDA);
social." Se existir nome empresarial idêntico
ou semelhante, pode ser adotado
Características da Sociedade Limitada designação mais precisa de sua pessoa
1
Unipessoal segundo o Código Civil: ou de sua atividade;
Aplicam-se as normas que regulam a Não pode ser abreviado o último
sociedade limitada; sobrenome, nem ser excluído
Apenas um sócio, ou seja, basta o qualquer dos componentes do nome.
próprio empreendedor;
O sócio pode ser pessoa física ou
jurídica;
O patrimônio pessoal é separado do
pa
Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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CAPITAL SOCIAL E COTAS

Não entendeu o que é capital social e cota? O capital social é a soma das
contribuições dos sócios para a sociedade, o total do que eles investiram.
Compreende dinheiro, prestação de serviços, qualquer bem que possa ser
avaliado em dinheiro (bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais). O
1
capital social pode ser dividido em cotas iguais ou desiguais.

Exemplo 1 Exemplo 2
Dois sócios decidiram abrir uma Clínica. Dois sócios decidiram abrir uma Clínica.
Contribuição de cada um: Contribuição de cada um:

Sócio A: R$ 40.000,00 Sócio A: R$ 40.000,00


Sócio B: R$ 60.000,00 Sócio B: carro no valor de R$
60.000,00
O capital social total é R$ 100.000,00.
O capital social total é R$ 100.000,00.
Mas, o capital social é dividido em cotas.
Digamos que foi decidido que o valor de O carro deverá transferido para a
cada cota será R$ 1,00. Ao todo, temos sociedade. Considerando que o valor de
uma sociedade com 100.000 cotas cada cota seja R$ 1,00, teremos uma
distribuídas desta forma: sociedade com 100.000 cotas distribuídas
desta forma:
Sócio A: 40.000 cotas
Sócio B: 60.000 cotas Sócio A: 40.000 cotas
Sócio B: 60.000 cotas

Quando todos os sócios contribuíram com o valor prometido para formar o


capital social, dizemos que ocorreu a integralização do capital social.
Mas, quando um dos sócios não contribuiu no ato da abertura,
comprometendo-se a colocar o valor prometido posteriormente, temos o
chamado capital a integralizar.

Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.

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NOME EMPRESARIAL

Na apresentação dos diferentes tipos societários, foi apontado o nome que a


sociedade pode assumir, se firma ou denominação. Não se pode escolher
qualquer nome, existem algumas normas a respeito do tema. Vamos entender
melhor esses conceitos?

Abaixo estão algumas definições e regras quando um sócio, pode ser aditado
quanto ao uso do nome empresarial designação mais precisa de sua pessoa ou
1
dispostas pelo Código Civil e pela de sua atividade.
2
Instrução Normativa n.º 81/2020:
Nome empresarial é o nome pelo qual Exemplos
se identifica uma empresa e pode se
ser firma ou denominação; para fins José Aparecido dos Santos e João Silva são
de proteção da lei, equipara-se ao sócios de uma sociedade limitada.
nome empresarial a denominação das
sociedades simples; Firma:
Firma é o nome da pessoa física, pode
ser composta pelo nome de um ou - J. A. dos Santos e J. Silva Limitada;
mais sócios e somente os prenomes - José Aparecido dos Santos e Cia.
podem ser abreviados; Limitada;
Denominação designa o objeto da - J. A. dos Santos e Cia. Limitada.
sociedade, pode incluir o nome de um
ou mais sócios; Denominação:
Sociedade limitada: firma ou
denominação, acrescidas pela palavra - Enfermagem Curativos Excelentes
final "limitada" ou a sua abreviatura LTDA.
LTDA; se utilizar firma, não pode ser
excluído qualquer dos componentes Atenção!
do nome; no caso de vários sócios, Nome empresarial é diferente de marca.
pode colocar o nome de um deles e Esta se constitui em sinais distintivos
acrescentar "companhia" ou "cia"; e visualmente perceptíveis (palavra, símbolo
quan
Referências
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.
2 MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Instrução Normativa n.º 81, de 10 de junho de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de
15/06/2020, p. 31.

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NOME EMPRESARIAL

ou emblema) usados para distinguir


produto ou serviço de outro de origem
diversa; pode ou não ser igual ao nome
empresarial; registrar no Instituto
Nacional da Propriedade Industrial
1
(INPI).

Anotações

Referência
1 BRASIL. Lei n.º 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, de 15/05/1996, p. 8353.

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Mapa do Conteúdo

TIPOS SOCIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS

Sociedade Sociedade Sociedade


Simples Pura Limitada Unipessoal

Capital social mínimo Não Não Não

Número de sócios Mínimo 2 Mínimo 2 Sócio único

Firma ou Firma ou
Nome empresarial Denominação denominação e denominação e
incluir LTDA incluir LTDA

Personalidade Personificada Personificada Personificada

Limitada, mas
Se não mencionar Até o limite da
solidária pelo que
no contrato social, integralização do
Responsabilidade dos sócios faltar para
será ilimitada e capital social
integralizar capital
subsidiária
social

Natureza Contratual Contratual Contratual

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ATO CONSTITUTIVO DA
PESSOA JURÍDICA
Contrato social

Contrato social é o documento que vai criar/constituir a


sua sociedade, contém todas as informações sobre ela
(nome, objetivos, regras, condições para funcionamento
e outras) e deverá ser registrado em órgão competente.

O contrato social deve conter, conforme o art. 997 do


1
Código Civil:
- nome, nacionalidade, estado civil, profissão e
residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a
denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se
jurídicas;
- denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
- capital da sociedade, expresso em moeda corrente,
podendo compreender qualquer espécie de bens,
suscetíveis de avaliação pecuniária;
- a quota de cada sócio no capital social, e o modo de
realizá-la;
- as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição
consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da
sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente,
pelas obrigações sociais.

Referência
1 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de
11/01/2002, p. 1.

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PORTE DA EMPRESA

Quando estudamos os tipos societários, vimos que o profissional intelectual


não é empresário e nem a sua sociedade é empresária (com algumas
ressalvas). Por que, então, examinar o porte da empresa? Para fins de
pagamento de tributos, para saber em qual regime tributário uma pessoa
jurídica se enquadra.

Existe uma lei, a Lei Complementar n.º Microempreendedor individual


1
123/2006, que definiu os tipos de porte da (MEI): faturamento até R$ 81 mil
empresa e quais os critérios de por ano. Não é permitido ao
enquadramento entre um ou outro. E essa
classificação engloba as sociedades
simples (não empresárias).
1 profissional liberal, portanto,
Enfermeiro não pode ser MEI. Ele
não está entre as ocupações
permitidas ao MEI pelo Comitê
1
O porte da empresa pode ser classificado Gestor do Simples Nacional.
de diferentes formas, dependendo do
órgão ou instituição que a realiza. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e o Banco Nacional de

2
Desenvolvimento (BNDES), por exemplo, Microempresas: receita bruta igual
possuem distintas classificações para o ou inferior a R$ 360.000,00 por
porte de empresa. 1
ano.

Para nós, interessa aquela adotada pela


Receita Federal, com base no faturamento
anual e disposta na lei supramencionada,
cuja divisão compreende: microempreen- Empresa de pequeno porte: receita

3
dedor individual, microempresa e bruta superior a R$ 360.000,00 e
empresa de pequeno porte. Cumpre igual ou inferior a R$
colocar que, também, temos as empresas 4.800.000,00.
1
de médio e grande porte, mas não serão
nosso objeto de estudo.
Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.

@adv.ramone 47
REGIME TRIBUTÁRIO

O regime tributário é um conjunto de normas que determinam os tributos que


deverão ser pagos ao Governo.
É importante fazer um planejamento tributário a fim de se pagar menos
tributos, mas dentro da legalidade, diferente de sonegação que se utiliza de
mecanismos para burlar a lei.
Para escolher o melhor regime, deve-se analisar cada caso individualmente.
Não pense que é só observar as tabelas e escolher aquele regime que, a priori,
parece ter a menor alíquota. São necessárias simulações.

1
A Lei Complementar n.º 123/2006, além de em cada ano-calendário, receita bruta superior
definir os critérios que enquadram uma a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)
pessoa jurídica como microempresa ou e igual ou inferior a R$4.800.000,00 (quatro
empresa de pequeno porte, diz quem pode milhões e oitocentos mil reais)."
se sujeitar a essa classificação:
Ou seja, a sociedade simples pode ser
"Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, considerada como microempresa ou
consideram-se microempresas ou empresas de empresa de pequeno porte para fins de
pequeno porte, a sociedade empresária, a tributação, o que é realizado com base na
1
sociedade simples, a empresa individual de receita bruta que significa:
responsabilidade limitada e o empresário a que
se refere o art. 966 da Lei n.º 10.406, de 10 de "o produto da venda de bens e serviços nas
janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente operações de conta própria, o preço dos serviços
registrados no Registro de Empresas Mercantis prestados e o resultado nas operações em conta
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, alheia, não incluídas as vendas canceladas e os
conforme o caso, desde que: descontos incondicionais concedidos."
I - no caso da microempresa, aufira, em cada
ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a Entre os tipos de regimes tributários,
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); vamos analisar, em linhas gerais, dois:
e a) Simples Nacional e
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, b) Lucro Presumido.

Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.

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REGIME TRIBUTÁRIO

Simples Nacional Seguridade Social (Cofins);


- Contribuição para o PIS/Pasep;
Características conforme a Lei - Contribuição Patronal Previdenciária
1
Complementar n.º 123/2006: (CPP) para a Seguridade Social;
Simples Nacional é o Regime Especial - Imposto sobre Operações Relativas à
Unificado de Arrecadação de Tributos Circulação de Mercadorias e Sobre
e Contribuições devidos pelas Prestações de Serviços de Transporte
Microempresas e Empresas de Interestadual e Intermunicipal e de
Pequeno Porte (EPP); Comunicação (ICMS);
A finalidade é simplificar o - Imposto sobre Serviços de Qualquer
pagamento de tributos; Natureza (ISS).
É facultativo;
Abrange a participação de todos os Certo. Mas, afinal, qual é o valor a ser
entes federados (União, Estados, recolhido se a opção for pelo Simples
Distrito Federal e Municípios); Nacional? A resposta é "depende", há
Recolhimento mensal mediante diferentes variáveis a serem analisadas.
documento único de arrecadação, o
DAS (Documento de Arrecadação do O Simples Nacional é dividido em anexos e
Simples Nacional); cada um deles corresponde a um grupo de
A opção pelo Simples Nacional é atividades econômicas:
irretratável para todo o ano- - Anexo 1: atividades de comércio;
calendário; - Anexo 2: atividades de indústria;
Compreende os seguintes impostos e - Anexos 3, 4 e 5: atividades de prestação
contribuições: de serviços.
- Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ); Nos casos de Clínicas e Consultórios de
- Imposto sobre Produtos Industrializados Enfermagem, podem ser utilizados os
(IPI); Anexos 3 ou 5. O Anexo 4,1 embora englobe
- Contribuição Social sobre o Lucro atividades de prestação de serviços, é
Líquido (CSLL); destinado para construção de imóveis e
- Contribuição para o Financiamento da obras, serviço de vigilância, limpeza ou
seg conservação, serviços advocatícios.
Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.

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REGIME TRIBUTÁRIO

E, agora, qual Anexo escolher, 3 ou 5? Isso


vai depender do Fator R. Exemplo
Fator R é a divisão da folha de pagamento Numa determinada Clínica, nos últimos 12
1
pelo faturamento nos últimos 12 meses. meses, houve:

1
Quando utilizar um ou outro: R$ 29.000,00 na soma das folhas de
- Anexo 3: quando a razão entre a folha de pagamento e
salários e a receita bruta for igual ou R$ 100.000,00 em faturamento
superior a 28%;
- Anexo 5: quando a relação entre a folha Fator R = R$ 29.000,00 dividido por R$
de salários e a receita bruta for inferior a 100.000,00
28% da empresa. Fator R = 29,00%

Anexo 3 Agora, devemos verificar qual o Anexo


maior ou igual a
adequado, se o 3 ou o 5. Se o Fator R é 29%,
folha de pagamento o enquadramento é no Anexo 3.
28%
(últimos 12 meses)
Fator R = =X
faturamento
menor que 28% Resta ir ao Anexo 3 para saber quais são as
(últimos 12 meses)
Anexo 5 alíquotas devidas. Os anexos estão nas
próximas páginas.
Por meio desses Anexos é que saberemos
qual alíquota de tributos a ser paga. Atenção!
Essa conta é dinâmica e pode se alterar a
Caso queira consultar, a Resolução CGSN cada mês com a atualização dos valores da
2 folha de pagamento e do faturamento da
n.º 140/2018 estabelece quais CNAE's não
podem ingressar no Simples Nacional. empresa. Ora o enquadramento pode se
dar no Anexo 3, ora no Anexo 5.
Muito complicado? Vamos a um exemplo!

Referências
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.
2 COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL. Resolução CGSN n.º 140/2018, de 22 de maio de 2018. Dispõe sobre o Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 24/05/2018, seção 1, p. 20.

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Anexo III da Lei Complementar n.º 123,1 de 14 de dezembro de 2006
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de locação de bens móveis e de
prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar

Anexo V da Lei Complementar n.º 123,1 de 14 de dezembro de 2006


Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas decorrentes da prestação de serviços
relacionados no § 5º-I do art. 18 desta Lei Complementar

Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.

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REGIME TRIBUTÁRIO

Já foi identificado o faturamento dos


últimos 12 meses e a soma da folha de Exemplo
pagamento; e realizado o cálculo para
saber qual o Anexo do Simples Nacional. Numa determinada Clínica, que se
Basta ir ao Anexo e verificar a faixa de encaixa no Anexo 3, houve:
enquadramento em que você se encontra e
aplicar a alíquota correspondente? R$ 300.000,00 em faturamento anual
R$ 25.000,00 em faturamento mensal
A resposta é não, há mais cálculo para se
realizar. Vejamos.
Alíquota
= ( 300.000,00300.000,00
X 11,2%
(
- 9.360,00
efetiva

Alíquota
Se o faturamento dos últimos 12 meses for = 8,08%
efetiva
até R$ 180.000,00, o enquadramento é na
1ª Faixa e, nesta, a alíquota é a mesma, é A alíquota efetiva de 8,08% será utilizada
fixa. No entanto, se o enquadramento se para calcular o Simples Nacional. Desse
der em outras faixas (faturamento modo, o valor que deverá constar no DAS
superior a R$ 180.000,00), a alíquota (Documento de Arrecadação do Simples
muda e será preciso novo cálculo para Nacional) será:
saber a alíquota efetiva.
DAS= faturamento mensal X alíquota
A alíquota que consta no Anexo é chamada efetiva
alíquota nominal; após o cálculo, teremos DAS= R$ 25.000,00 X 8,08%
1
a alíquota efetiva. DAS= R$ 2.020,00

Como visto, o Simples Nacional não é tão


(
faturamento
últimos X alíquota
( - parcela a
deduzir simples de ser calculado. Talvez, seja
Alíquota 12 meses nominal
efetiva = faturamento últimos 12 meses
importante a contratação de um
profissional da área contábil para cuidar
dessa questão. Assim, haverá mais tempo
*A alíquota nominal e a parcela a deduzir se
encontram nos Anexos 3 e 5.
para se dedicar ao serviço prestado.

Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei
Complementar n.º 139, de 10 de novembro de 2011). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/12/2006, p. 1.

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REGIME TRIBUTÁRIO

Lucro Presumido
Exemplo
1-4
Considerações sobre o lucro presumido:
Numa Clínica, o faturamento mensal nos 3
Faturamento anual igual ou inferior a
primeiros meses foi R$ 10.000,00.
R$ 78.000.000,00;
É presumido porque a lei define uma
Tributos mensais (sobre R$ 10.000,00):
porcentagem em cima do faturamento
PIS (0,65%) = R$ 65,00
e presume que tal valor será o lucro.
Cofins (3%) = R$ 300,00
Esse valor não é real, é presumido;
ISS (5%) = R$ 500,00
Se optar pelo recolhimento dos
tributos pelo lucro presumido, será
Tributos trimestrais (nesse caso, a base
definitivo em relação a todo o ano-
cálculo será 32% do faturamento do
calendário;
trimestre - lucro presumido):
No caso de prestação de serviços, a
Faturamento trimestre= R$ 30.000,00
alíquota é de 32% (a lei entende que,
Lucro presumido (32%) = R$ 9.600,00
de todo o faturamento, 32% é lucro);
Tributos a serem recolhidos:
Logo, será utilizado R$ 9.600,00 como
- mensalmente: ISS (2% a 5%, depende da
base de cálculo para estes tributos:
cidade), PIS (o,65%), Cofins (3%), INSS
IRPJ (15%) = R$ 1.440,00
(patronal 20% + riscos ambientais do
CSLL (9%) = R$ 864,00
trabalho X fator acidentário de prevenção,
empregado 11%);
Se o lucro foi maior, não incidirá impostos
- trimestralmente: CSLL (9%) e IRPJ (15% e,
sobre o valor que ultrapassou a
quando o lucro presumido for superior a
porcentagem estabelecida. Porém, se o
R$ 60.000,00, há uma alíquota adicional
lucro for menor, estar-se-á pagando um
de 10% ).
valor de tributos maior do que o
necessário.

Referências
1 BRASIL. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de
27/11/1998, p. 2.
2 BRASIL. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da
contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 27/12/1995, p. 22301.
3 BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade
social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 30/12/1996, p. 28805.
4 BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 25/07/1991, p. 14801.

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Mapa do Conteúdo

REGIME TRIBUTÁRIO

Simples Nacional Lucro Presumido

Limite de
R$ 4.800.000,00 R$ 78.000.000,00
faturamento anual

Apuração Mensal Mensal e trimestral

Faturamento mensal e
Base de cálculo Faturamento (receita bruta) anual 32% do faturamento trimestral
(lucro presumido)

Recolhimento trimestral: CSLL e


Recolhimento unificado (DAS):
Tributos IRPJ
PIS, Cofins, CSLL, IRPJ,
Recolhimento mensal: PIS,
ICMS, ISS, CPP
Cofins, ICMS, ISS, CPP

Bancos comerciais, de
Impeditivo Ter um sócio pessoa jurídica investimento, de
desenvolvimento, outros

DAS = Documento de Arrecadação do Simples Nacional; PIS = Programa de Integração Social; Cofins =
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social; CSLL = Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
IRPJ = Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); ICMS = Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços; ISS = Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza; CPP = Contribuição Patronal Previdenciária

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PESSOA FÍSICA

Há a possibilidade do Enfermeiro trabalhar como pessoa física, opção que não


o exime de pagar alguns tributos, tampouco de realizar o devido cadastro em
determinados órgãos e de seguir as normas sanitárias. Neste tópico, veremos
algumas obrigações do Enfermeiro quando decide por atuar como pessoa
física, mas, antes, vamos analisar os conceitos de profissional liberal e
autônomo que, por vezes, são entendidos erroneamente.

Profissional liberal "a) habitualidade: aquele modo de vida adotado


pelo profissional, que faz da sua profissão algo
De acordo com a Confederação Nacional inerente à sua maneira de viver;
1
das Profissões Liberais (CNPL - b) regulamentação: mais do que um simples
reconhecida pelo Decreto n.º 35.575, de 27 regulamento, exige-se a normatização da
de maio de 1.954), profissional liberal é: atividade;
c) habilitação: deve-se entender que o exercício
"aquele legalmente habilitado a prestar serviços profissional pressupõe uma habilitação prévia;
de natureza técnico-científica de cunho d) presunção de onerosidade: a presença da
profissional com a liberdade de execução que lhe remuneração na relação contratual ou de
é assegurada pelos princípios normativos de sua consumo é de fundamental importância para
profissão, independentemente de vínculo da definir o caráter oneroso do exercício
prestação de serviço” profissional;
e) autonomia técnica: mesmo assumindo a
Exemplos de profissionais liberais: obrigação de prestação de serviços, ou até de
enfermeiros, médicos, advogados, natureza laboral, o profissional só deve ter
arquitetos, entre outros. subordinação de ordem jurídica, nunca de
emprego ou de trabalho;
Vasconcelos2 (2003, citado por Pasquini, f) vinculação a alguma corporação ou sindicato:
2006) estabelece os seguintes critérios determinadas profissões exigem filiação
para definir um profissional liberal: obrigatória à entidade de classe ou sindicato,
out
Referências
1 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS. Estatuto Social. Disponível em: <https://www.cnpl.org.br/wp-
content/uploads/2020/05/ESTATUTO-SOCIAL-CNPL.pdf>. Acesso em: 11/10/2021.
2 VASCONCELOS, Fernando Antônio de. Responsabilidade do Profissional Liberal nas Relações de Consumo Curitiba: Juruá, 2003.
187 p. In: PASQUINI, Luís Fernando Barbosa. O profissional liberal e sua responsabilidade civil na prestação de serviços. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 11, n. 1095, 1 jul. 2006. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/8574>. Acesso em: 11 out.
2021.

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PESSOA FÍSICA

outras deixam ao livre arbítrio do profissional." trabalhar como autônomo, ou seja, com
ou sem vínculo empregatício. E, como
Profissional autônomo autônomo, tem competência para atuar
como pessoa física ou constituir uma
O profissional autônomo, por sua vez, é pessoa jurídica.
aquele que possui determinadas
habilidades técnicas, manuais ou Nas páginas anteriores, analisamos os
intelectuais e decide trabalhar por conta pormenores relacionados à pessoa
própria, sem vínculo empregatício, ou jurídica. Agora, veremos aspectos gerais
seja, a sua atuação não possui de como se dá o funcionamento de um
subordinação a um empregador; podem empreendimento como pessoa física.
ser prestadores de serviços de profissões
não regulamentadas (pintor, pedreiro e Cadastro das Atividades Econômicas das
outros) ou de profissões regulamentadas Pessoas Físicas
como, por exemplo, advogado,
1 2
contabilista. A Instrução Normativa RFB n.º 1.828/2018
estabelece algumas determinações:
Perceberam a diferença? O profissional Pessoa física que exerce atividade
liberal possui um conhecimento técnico- econômica como contribuinte
científico ímpar, habilitação para praticar individual e que possua segurado que
determinada atividade e pode ou não ser lhe preste serviço é obrigada a
empregado; note que, mesmo que seja inscrever-se no Cadastro das
empregado, não deixa de ser um Atividades Econômicas das Pessoas
profissional liberal. Já o autônomo não Físicas (CAEPF), administrado pela
está subordinado a um empregador e não Receita Federal. Isso significa que
necessita de uma formação especial para uma pessoa física que exerce atividade
prestar os seus serviços. econômica (um contribuinte
individual) e possui funcionário (um
Nesse contexto, o Enfermeiro é um segurado) deve se inscrever no CAEPF;
profissional liberal que pode ou não O objetivo do CAEPF é o cumprimento
trabalhar
Referências
1 OST, Stelamaris. Trabalho autônomo. 2008. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-51/trabalho-
autonomo/>. Acesso em: 11/10/2021.
2 RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB n.º 1.828, de 10 de setembro de 2018. Dispõe sobre o Cadastro de
Atividade Econômica da Pessoa Física (CAEPF). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/09/2018, Seção 1, p. 819.

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das obrigações previdenciárias que planos disponíveis ao contribuinte


garantem aos segurados os benefícios individual, há duas opções: plano
relativos à Previdência Social; simplificado e plano normal;
A inscrição no CAEPF pode ter mais Plano simplificado:
de um código da Classificação - contribuição de 11% do salário mínimo;
Nacional de Atividades Econômicas - aplica-se exclusivamente ao contribuinte
(CNAE) vinculado. individual, que trabalha por conta própria
e presta serviços para pessoa física (não
Cadastro no Instituto Nacional de pode prestá-los à empresa ou equiparada);
Seguridade Social - valor da aposentadoria: 1 salário mínimo;
- benefícios da Previdência Social:
Vejamos algumas deferências sobre o aposentadoria por idade, auxílio-doença,
Instituto Nacional de Seguridade Social aposentadoria por invalidez, salário-
1-2
(INSS): maternidade, pensão por morte, auxílio-
A Lei n.º 8.212/91 elenca quem são os reclusão;
contribuintes individuais e um deles é - não terá direito à aposentadoria por
a pessoa física que exerce, por conta tempo de contribuição e Certidão de
própria, atividade econômica de Tempo de Contribuição (emitida quando
natureza urbana, com fins lucrativos você se torna servidor público concursado
ou não; e efetivo, e quiser aproveitar o tempo de
Para o cadastro no (INSS), é contribuição para o Regime Próprio de
necessária a inscrição no Programa de Previdência Social);
Integração Social (PIS); Plano normal:
A contribuição do INSS é feita por - contribuição de 20% do salário de
meio da Guia da Previdência Social contribuição;
(GPS); - o mínimo é 20% do salário mínimo;
Existem planos de contribuição que se - o máximo é 20% do teto (atualmente, o
diferenciam pelo valor pago e pelos teto é R$ 6.433,57);
benefícios recebidos. Quanto aos - o valor da aposentadoria é de 1 salário
planos mín
Referências
1 BRASIL. Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 25/07/1991, p. 14801.
2 INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Tabela de contribuição mensal. Disponível em: <https://www.gov.br/inss/pt-
br/saiba-mais/seus-direitos-e-deveres/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-mensal/tabela-de-
contribuicao-mensal>. Acesso em: 15/10/2021.

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mínimo até o teto; obrigatório, pela pessoa física que


- benefícios da Previdência Social: receber rendimentos de outra pessoa
aposentadoria por tempo de contribuição física ou do exterior;
e por idade, auxílio-doença, Informar na declaração o CPF dos
aposentadoria por invalidez; salário- clientes;
maternidade; pensão por morte, auxílio- Despesas escrituradas em Livro Caixa
reclusão. podem ser deduzidas;
Livro Caixa: livro no qual são
Tabela para contribuinte individual relacionadas as receitas e despesas
1
e facultativo (2021) relativas à prestação de serviços sem
Salário de con- Alíquota Valor vínculo empregatício;
tribuição (R$) (%) (R$) Pagamentos escriturados em Livro
1.100,00 5 55,00 Caixa que podem ser deduzidos:
1.100,00 11 121,00 - remuneração de terceiros com vínculo
1.100,00 até 20 entre 220,00 empregatício e os respectivos encargos
6.433,57 (salário mín.) e trabalhistas e previdenciários;
1.286,71 (teto) - emolumentos pagos a terceiros;
Instituto Nacional de Previdência Social, 2021
- despesas de custeio como, por exemplo,
Imposto de Renda Pessoa Física aluguel de sala comercial, gastos com
água, luz, telefone, material de expediente
Sobre o Imposto de Renda Pessoa Física ou de consumo e contratação de pessoal;
2,3
(IRPF): O imposto é calculado mediante a
O autônomo deve recolher o imposto aplicação da tabela progressiva
mensalmente por meio do Carnê- mensal;
Leão; Se o total dos rendimentos do mês for
Carnê-Leão é a tributação do IRPF, menor ou igual a R$ 1.903,98, o
sob a forma do recolhimento mensal contribuinte está dispensado de
ob apuara
Referências
1 INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Tabela de contribuição mensal. Disponível em: <https://www.gov.br/inss/pt-
br/saiba-mais/seus-direitos-e-deveres/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/tabela-de-contribuicao-mensal/tabela-de-
contribuicao-mensal>. Acesso em: 15/10/2021.
2 MINISTÉRIO DA ECONOMIA - SECRETARIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL . Imposto sobre a renda - pessoa
física: perguntas e respostas. Exercício de 2021 Disponível em: <https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-
informacao/perguntas-frequentes/declaracoes/dirpf/pr-irpf-2021-v-1-0-2021-02-25.pdf>. Acesso em: 15/10/2021.
3 MINISTÉRIO DA ECONOMIA - RECEITA FEDERAL. Orientações Gerais Carnê-Leão: Carnê-Leão 2021. Disponível em:
<https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/dirpf/carne-
leao#Deducoes>. Acesso em: 15/10/2021.

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apuração do Carnê-Leão; ra, enfermagem, terapias de qualquer


A seguir, segue a tabela progressiva espécie destinadas ao tratamento
mensal. físico/orgânico/mental;
A base de cálculo do imposto é o preço
Tabela progressiva mensal
1 do serviço, sendo que a alíquota
(a partir do ano 2021)
máxima é de 5% e a mínima de 2%;
Base de cálculo Alíquota Parcela a
É o município que decide o valor da
mensal (R$) (%) deduzir (R$)
alíquota.
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 7,50 142,80
Além dessas considerações, há o ISS fixo
até 2.826,65
para os autônomos; veja o exemplo do
De 2.826,66 15,00 354,80
município de Curitiba/PR quanto ao ISS
até 3.751,05
devido pelos profissionais autônomos com
De 3.751,06 22,50 636,13 3
curso superior (Decreto n.º 1.723/2020):
até 4.664,68
- no exercício em que for efetivada sua
Acima de 27,50 869,36
inscrição original no cadastro fiscal:
4.664,68
isento;
Receita Federal, 2021
- no segundo e terceiro exercícios
Imposto Sobre Serviços
subsequentes à sua inscrição original: R$
2 785,59;
A Lei Complementar n.º 116/2003 trata do
- do quarto exercício subsequente à sua
Imposto Sobre Serviços (ISS):
inscrição original em diante: R$ 1.309,33;
O ISS é de competência dos
É importante entrar em contato com a
municípios e do Distrito Federal;
Prefeitura de seu município para
O fato gerador é a prestação de
saber valores e mais informações
serviços constantes no anexo da Lei,
quanto ao ISS.
Complementar n.º 116/2003, como são
exemplos: medicina, biomedicina,
instrumentação cirúrgica, acupuntu-
aa
Referências
1 MINISTÉRIO DA ECONOMIA - RECEITA FEDERAL. Orientações Gerais Carnê-Leão: Carnê-Leão 2021. Disponível em:
<https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/dirpf/carne-
leao#Deducoes>. Acesso em: 15/10/2021.
2 BRASIL. Lei Complementar n.º 116, de 31 de julho de 2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 01/08/2003, p. 3.
3 CURITIBA. Decreto n.º 1.723, de 18 de dezembro de 2020. Fixa valores do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS Fixo -
Autônomos e Sociedade de Profissionais. Disponível em: <http://mid.curitiba.pr.gov.br/2021/00307963.pdf>. Acesso: em 17/10/2021.

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PESSOA FÍSICA

Cadastro na Prefeitura ou não prestar o serviço naquele local) e a


cópia do registro de entidade de classe,
2
O autônomo deve se cadastrar como entre outros documentos.
profissional na prefeitura de sua cidade
para fins fiscais e expedição do Alvará de Alvará Sanitário
Funcionamento.
Profissionais autônomos, que exercem
O cadastro na Prefeitura e liberação do atividades de saúde ou de interesse à
Alvará de Funcionamento pode variar saúde, também, devem requerer o Alvará
conforme o município, portanto, trouxe o Sanitário.
exemplo de Curitiba/PR:
- para o exercício de atividade profissional Dependendo da atividade econômica que
de forma autônoma, são necessários: será realizada, a inspeção pela Vigilância
inscrição no Cadastro Fiscal de Sanitária pode ou não ser prévia (antes de
Contribuintes e o Alvará de Licença para iniciar a prestação de serviços).
1
Localização;
- de acordo com o Decreto Municipal n.º Mais uma vez, recorro ao exemplo de
1.641/2021,2 nenhum estabelecimento Curitiba/PR:
comercial, industrial, de prestação de - para licença sanitária em caso de pessoas
serviços, profissionais autônomos ou de físicas (como médicos, dentistas, outros
outra natureza poderá iniciar suas profissionais da saúde), o processo deverá
atividades no município, sem a prévia ser protocolado de modo presencial, com a
inscrição no Cadastro Fiscal; apresentação de requerimento, Alvará de
- para obtenção do Cadastro Fiscal de Localização e Funcionamento, taxa de
3
Contribuintes e o Alvará de Licença para Vigilância Sanitária.
Localização, são exigidas Consulta Prévia
de Viabilidade (que informa se é possível Veja que, para conseguir o Alvará Sanitá-
d rio
Referências
1 PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Alvará Comercial - Pessoa Física. Disponível em:
<https://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/alvara-comercial-pessoa-fisica/342>. Acesso em: 19/10/2021.
2 CURITIBA. Decreto Municipal n.º 1.641, de 04 de outubro de 2021. Dispõe sobre a inscrição, alteração e baixa no Cadastro Fiscal,
sobre as situações do cadastro e do alvará, sobre a expedição do Alvará de Licença para Localização de Pessoas Jurídicas, através do
Cadastro Sincronizado Nacional e da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios -
REDESIM, de profissionais autônomos e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Curitiba, PR, de 15/10/2021. Disponível
em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=421846>. Acesso em: 21/10/2021.
3 PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Licenciamento Sanitário Digital. Disponível em:
<https://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/licenciamento-sanitario-digital/144>. Acesso em: 19/10/2021.

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PESSOA FÍSICA

rio, é preciso protocolar o Alvará de


Funcionamento. Anotações
Em Curitiba, de acordo com a Resolução
1
SMS n.º 2/2018, os estabelecimentos de
baixo risco sanitário não exigem prévia
inspeção sanitária para emissão da
Licença Sanitária, os de alto risco sanitário
inspecionados pela Vigilância Sanitária
previamente para a emissão da licença, os
isentos comportam atividades econômicas
que não são de interesse à saúde.

Considerações finais sobre atuação como


pessoa física

Como visto, trabalhar como pessoa física,


de forma autônoma, não é tão simples.
Existem muitas obrigações, necessidade
de pagamento de tributos e de respeito às
normas sanitárias. Às vezes, o profissional
busca esse caminho por entender que terá
menos complicações, que é uma via fácil, o
que não corresponde à verdade.

Ao Enfermeiro que decidir trabalhar como


autônomo, também, é imprescindível
planejamento e cálculos para saber se essa
opção realmente vale a pena.

Referência
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE CURITIBA. Resolução SMS n.º 2, de 23 de julho de 2018. Dispõe sobre processo de licenciamento
sanitário inicial e de renovação para os estabelecimentos de interesse a saúde pela Vigilância Sanitária Municipal para instalação e
funcionamento no Município de Curitiba e dá outras providências. Disponível em:
<https://mid.curitiba.pr.gov.br/2020/00304696.pdf>. Acesso em: 17/10/2021.

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Mapa do Conteúdo

PESSOA FÍSICA
Profissional autônomo: não está subordinado a um empregador e não necessita de uma
formação especial para prestar os seus serviços. Pode ou não ser um profissional liberal.
Como autônomo, é possível constituir uma pessoa jurídica ou atuar como pessoa física.

REQUISITOS PARA ATUAÇÃO COMO PESSOA FÍSICA

Para pessoa física que exerce atividade


Cadastro das Atividades econômica como contribuinte
Econômicas das Pessoas Físicas individual e que possua segurado que
(CAEPF) lhe preste serviço (possui funcionário)

Plano simplificado: contribuição de 11%


Cadastro no Instituto Nacional do salário mínimo
de Seguridade Social (INSS) Plano normal: contribuição de 20% do
salário de contribuição

Imposto de Renda Pessoa Aplicação da tabela progressiva mensal:


Física (IRPF) de 7,5% a 27,5% dos rendimentos

ISS variável: 2 a 5% do preço do serviço


Imposto Sobre Serviços (ISS) ISS fixo: ver com o município

Cadastro na Prefeitura: Alvará


de Funcionamento

Vigilância Sanitária: Licença


Sanitária

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CAPÍTULO 4

ÁREA FÍSICA

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ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
E DE INTERESSE À SAÚDE

Antes de adentrarmos no assunto sobre a área física, vamos entender os


conceitos e diferenças entre os estabelecimentos de saúde e os de interesse à
saúde. Esclareço que esse "estabelecimento" não tem relação com o conceito
do Código Civil, é um termo utilizado de forma genérica.

Estabelecimento de saúde outros, que embora estejam no escopo de


atuação da vigilância sanitária, não devem ser
1
A Portaria n.º 2.022/2017, do Ministério da considerados como estabelecimentos de saúde."
Saúde, conceitua o estabelecimento de
saúde como: Ainda, existe uma classificação das
atividades de saúde em grupos como é
"o espaço físico delimitado e permanente onde exemplo o Grupo de Assistência à Saúde
são realizadas ações e serviços de saúde humana que engloba as seguintes atividades:
sob responsabilidade técnica." consulta ambulatorial; apoio diagnóstico;
terapias especiais; reabilitação; concessão,
Sobre as ações e serviços de saúde de manutenção e adaptação de órteses,
natureza humana, por sua vez, a mesma próteses; atenção domiciliar; assistência a
1
Portaria coloca: emergências; entrega/dispensação de
medicamentos; internação; assistência
"A necessidade de que o estabelecimento de intermediária; atenção psicossocial;
saúde realize 'ações e serviços de saúde humana' atenção básica; assistência obstétrica e
permite que a saúde seja entendida em seu neonatal; telessaúde; atenção
amplo espectro, possibilitando a identificação de hematológica; promoção da saúde,
estabelecimentos que realizam ações de prevenção de doenças e agravos e
1
vigilância, regulação ou gestão da saúde, e não produção do cuidado; imunização.
somente estabelecimentos de caráter
assistencial. Do mesmo modo, impede seu uso Assim, ao enquadrar seu estabelecimento
para outros estabelecimentos que não têm o foco como de saúde ou de interesse à saúde,
direto na saúde humana, como por exemplo os atente-se às atividades realizadas.
estabelecimentos que visam a saúde animal, os
salões de beleza, as clínicas de estética, dentre
out
Referência
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 2.022, de 7 de agosto de 2017. Altera o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES), no que se refere à metodologia de cadastramento e atualização cadastral, no quesito Tipo de Estabelecimentos de Saúde.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 15/08/2017, Seção 1, p. 42.

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ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
E DE INTERESSE À SAÚDE
Estabelecimento de interesse à saúde micas realizadas pelos estabelecimentos
3,4
em diferentes graus de risco.
1
Em consonância com a Anvisa:
Muitas das normas sanitárias aplicadas
"Serviços de Interesse à Saúde são aos estabelecimentos de saúde são
estabelecimentos que exercem atividades que, exigidas aos serviços de interesse à saúde.
direta ou indiretamente, podem provocar Verifique o que seu Estado e município
benefícios, danos ou agravos à saúde." exigem.

2
Para complementação: A título de exemplo, no Paraná, o Decreto
5
n.º 5.711/2002 classifica como serviços de
"Salões de beleza e centros de estética, estúdios interesse à saúde: farmácia, ótica, serviços
de tatuagem e estabelecimentos de educação de podologia, massagem, estética,
infantil, como as creches, são exemplos de cosmética, terapias holistas/naturalistas,
serviços que, em função dos riscos associados ou de tatuagem, colocação de piercings e
da vulnerabilidade do público atendido, podem congêneres. E todos estão sujeitos à
provocar danos ou agravos à saúde do cidadão, fiscalização quanto aos resíduos gerados,
direta ou indiretamente. [...]" estrutura física, instalações,
equipamentos e programa de manutenção
Os estabelecimentos de interesse à saúde, preventiva, roupas, procedimentos
estão sujeitos à fiscalização da Vigilância realizados, pessoal habilitado, condições
Sanitária. Esta, para fins de licenciamento de higiene, organização.
sanitário, classifica as atividades econô-
mi
Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Tecnologia da Organização dos Serviços de Saúde. Disponível em:
<https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/organiza/index.htm>. Acesso em: 23/09/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Gerência de Processos Regulatórios – GPROR. Biblioteca de Serviços de
Interesse para a Saúde. Atualizada em 05/07/2021. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/regulamentacao/legislacao/bibliotecas-tematicas/arquivos/servicos-de-interesse>. Acesso em: 23/09/2021.
3 BRASIL. Lei nº 11.598, de 3 de dezembro de 2007. Estabelece diretrizes e procedimentos para a simplificação e integração do
processo de registro e legalização de empresários e de pessoas jurídicas e outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
de 4/12/2007, p. 1.
4 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 153/2017, de 26 de abril de 2017.
Dispõe sobre a Classificação do Grau de Risco para as atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária, para fins de
licenciamento, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 27/04/2017, Seção 1, p. 67.
5 PARANÁ. Decreto n.º 5.711, de 23 de maio de 2002. Aprova o Regulamento da Organização e Funcionamento do Sistema Único de
Saúde no Estado do Paraná - SUS. Disponível em: <https://leisestaduais.com.br/pr/decreto-n-5711-2002-parana-aprovado-o-
regulamento-da-organizacao-e-funcionamento-do-sistema-unico-de-saude-no-estado-do-parana-sus>. Acesso em: 10/11/2021.

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LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

A decisão pela localização da Clínica ou Consultório é um passo que pode ser


realizado concomitantemente com os anteriores. Aliás, decidir o local faz
parte do estudo de mercado, uma das primeiras etapas.
Outrossim, para registrar a pessoa jurídica, é necessário ter o endereço do
estabelecimento, pois deve constar no contrato social e no CNPJ.
Não negligencie este passo. Já pensou se, após o espaço físico reformado e
montado, você fica sabendo que seu estabelecimento não pode funcionar ali?

Antes de decidir por algum imóvel (compra ou aluguel), é importante verificar os seguintes
itens que podem ser cobrados posteriormente:
- se a localização está em zonas próximas a depósitos de lixo, indústrias ruidosas e/ou
poluentes;
- se naquele endereço pode ocorrer a atividade que você deseja realizar (consulte a Prefeitura
de sua cidade);
- se o imóvel está registrado como comercial (consulte a Prefeitura);
- se o imóvel possui abrigo temporário para lixo infectante;
- se o local possui Alvará do Corpo de Bombeiros;
- se o local possui comprovante de limpeza da caixa d'água;
- se o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) está em dia.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Não basta determinar a localização da Clínica ou Consultório, a área física do


estabelecimento deve cumprir algumas normas, especialmente, para atender
as exigências da Vigilância Sanitária.

A RDC n.º 50/20021 dispõe sobre projetos forme a Resolução SMS n.º 1/2018,3 as
físicos de estabelecimentos assistenciais atividades econômicas de interesse à
de saúde e, quanto a estes, de acordo com saúde de alto risco estão sujeitas à análise
2
a RDC n.º 51/2011, o Projeto Arquitetônico sanitária de projeto arquitetônico, quando
Básico (PAB) é obrigatório para se tratar de obras novas, reformas de
construções novas, ampliações e reformas edificações com ampliação de área ou
que impliquem em alterações de fluxos, de alteração de uso.
ambientes e de leiaute.
Se for um imóvel já construído, pode ser
E nos casos de estabelecimentos de solicitada cópia do seu PAB. Quanto ao
interesse à saúde? A RDC n.º 50/2002, projeto do seu espaço nesse imóvel,
apesar de destinada a estabelecimentos de considerando as alterações necessárias,
saúde, tem sido utilizada como referência oportuno consultar a Prefeitura e a
nos serviços de interesse à saúde naquilo Vigilância Sanitária do município sobre a
que é compatível. A exigência do PAB sua obrigatoriedade. Independentemente
depende do município, da atividade que da exigência do projeto, a Vigilância
será realizada, das mudanças que serão Sanitária pode fazer algumas imposições
necessárias, se é construção ou reforma, quanto à área física e, por essa razão, pode
se o estabelecimento estará num prédio ser útil consultar um profissional
novo ou não e até do condomínio. Trago o habilitado, arquiteto ou engenheiro civil.
exemplo de Curitiba segundo o qual, con-
g
Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 51/2011, de 6 de outubro de 2011.
Dispõe sobre os requisitos mínimos para a análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 7/10/2011, Seção, p. 1.
3 SECRETARIA MUNICIPAL DE CURITIBA. Resolução SMS nº 1 , de 12 de julho de 2018. Relaciona as atividades econômicas de
interesse à saúde, segundo a Codificação Nacional de Atividades (CNAE), que necessitam análise e avaliação prévia pela Vigilância
Sanitária Municipal para instalação e início de funcionamento no município de Curitiba - PR e dá outras providências. Diário Oficial
do Município, Curitiba, PR, de 13/07/2018.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Feitas as devidas distinções sobre serviço de saúde e serviço de interesse à


saúde, cabe trazer algumas determinações sobre a área física do
estabelecimento. Aqui, trarei regras gerais, dispostas na RDC n.º 50/2002, que
podem ser úteis ao seu espaço e, muitas vezes, são observadas pelos órgãos
sanitários. Inclusive essa RDC é citada na Resolução Cofen que trata de
Clínicas e Consultórios de Enfermagem. Como dito, é importante consultar a
Vigilância Sanitária e a Prefeitura de seu município.

Ambientes

Conforme as atividades a serem desenvolvidas, os ambientes e suas proporções podem ter


uma diferença, motivo pelo qual é interessante descrevê-las. De maneira geral, seguem os
1,2
seguintes critérios:

Ambiente Área mínima

Sala de atendimento individualizado 9m2


Sala de demonstração e educação em saúde 1m2/ouvinte
Consultório indiferenciado 7,5 m2
Recepção 1,2m2/pessoa
Depósito de material de limpeza 2m2
Sala de utilidades (se houver guarda de resíduos aumentar 2m2) 4,00 a 6,00 m2
Sala de esterilização 3,2m2
Sala de lavagem e descontaminação (pode ser sala de utilidades) 4,8m2
Sanitário PCD 3,2 m2
Copa 2,6m2
Procedimentos de estética 10m2
Anvisa, 2002; Anvisa, 2009

Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Referência Técnica para o funcionamento dos serviços de estética e
embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, 2009.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Portas paciente, tem que ter);


Torneiras ou comandos que
1
Requisitos: dispensem o contato das mãos
Portas de acesso a pacientes devem quando do fechamento da água;
ter no mínimo: 0,80 (vão livre) x Junto deve existir sabão líquido
2,10m; degermante e recursos para secagem
Portas dos banheiros de pacientes das mãos;
devem abrir para fora do ambiente e Em ambientes que executem
possuir barra horizontal a 90 cm do procedimentos invasivos, cuidados a
piso; pacientes críticos e/ou que a equipe
Maçanetas das portas devem ser do de assistência tenha contato direto
tipo alavanca ou similares. com feridas e/ou dispositivos
invasivos deve existir, além do sabão,
Lavatórios/pias anti-séptico;
Tubulações não podem estar
1
Requisitos: aparentes;
Lavatório: exclusivo para a lavagem A cuba do lavatório pode ser de
das mãos, possui pouca sobrepor ou embutida, não tem
profundidade, formatos e dimensões profundidade mínima, mas não deve
variadas, pode estar inserido em causar respingos;
bancadas ou não; Pia portátil não pode e razão do
Pia de lavagem: destinada reservatório de água;
preferencialmente à lavagem de Fornecimento de água pela rede
utensílios podendo ser usada para a pública, com reservatório de água
lavagem das mãos, possui sem rachaduras, com tampa e fácil
profundidade variada, formato acesso limpeza.
retangular ou quadrado e dimensões
variadas, sempre está inserida em Acabamento de paredes, pisos, tetos e
bancadas; bancadas de áreas críticas e semicríticas
Todas as salas de atendimento devem
1
ter lavatório ou pia (se tocar no Requisitos:
pacient
Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Resistente à lavagem e ao uso de um material resistente a impactos, à


desinfetantes; lavagem e ao uso de desinfetantes;
Revestimento monolítico: liso, sem Junção entre o rodapé e o piso devem
emenda, sem ranhura, fresta; permitir a completa limpeza do canto
Materiais usados nas áreas críticas formado;
não podem possuir índice de absorção Piso antiderrapante, impermeável;
de água superior a 4%; Cuidado com parede 3D na sala de
Tintas a base de epoxi, PVC, atendimento em razão do acúmulo de
poliuretano ou outras destinadas a sujidade.
áreas molhadas, podem ser utilizadas
nas áreas críticas em paredes, tetos e Instalações elétricas e iluminação
pisos, desde que resistentes à
1, 2
lavagem, ao uso de desinfetantes e Requisitos:
não sejam aplicadas com pincel; Iluminação pode ser natural ou
Piso resistente à abrasão e impactos a artificial, deve possibilitar boa
que será submetido; visibilidade, segurança e conforto;
Não é permitido divisória removível Lustres e luminárias repletos de
em área crítica, mas é permitido detalhes não são adequados na sala de
parede pré-fabricada com atendimento, pois são de difícil
acabamento monolítico, resistente à higienização;
lavagem e ao uso de desinfetantes; Devem ser instalados pontos de força
Nas áreas semicríticas as divisórias só em quantidade suficiente para os
podem ser utilizadas se forem diversos equipamentos, não sendo
resistentes ao uso de desinfetantes e à admitida a utilização de um mesmo
lavagem com água e sabão; ponto para alimentação de diversos
Não deve haver tubulações aparentes equipamentos por meio de extensões,
nas paredes e tetos. Quando não tomadas múltiplas ou benjamins (tês).
forem embutidas, devem ser
protegidas em toda sua extensão por
ama
Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança no ambiente hospitalar. Disponível em:
<https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seguranca_hosp.pdf>. Acesso em: 27/09/2021.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Ventilação técnico habilitado. Nesse caso, deverá


haver um Plano de Manutenção,
1, 2
Requisitos: Operação e Controle (PMOC) com as
Natural ou artificial; seguintes informações:
Ventilador portátil e modelo de teto - identificação do estabelecimento;
são proibidos em ambientes críticos, - descrição das atividades a serem
pois proporcionam a dispersão de desenvolvidas e sua periodicidade;
microorganismos e não possibilitam a - recomendações em situações de falha do
renovação de ar; equipamento e de emergência.
Ambientes climatizados são
ambientes submetidos ao processo de Depósito de Material de Limpeza (DML)
climatização que, por sua vez, é um
3, 4
conjunto de processos para se obter, Requisitos:
por meio de equipamentos em Ambiente de apoio;
recintos fechados, condições de Destina-se à guarda de aparelhos,
conforto e boa qualidade do ar, utensílios e material de limpeza;
adequadas ao bem-estar; Deve ter um tanque;
A limpeza e manutenção de Em serviços de estética, o tanque
equipamentos de menor porte é deve ter profundidade superior a 35
efetuada conforme recomendado pelo cm;
fabricante dos equipamentos e devem Deve estar identificado.
constar no Manual de Rotinas;
A manutenção de equipamentos e/ou São possíveis certas adequações, pois
instalações de capacidade igual ou Clínicas e Consultórios, de maneira geral,
superior a 5 TRs (15.000 kcal/h = não necessitam ter a estrutura física de
60.000 BTU/h) deverá ser efetuada um hospital. Nesse sentido, a Vigilância
sob a supervisão de um responsável Sanitária adota algumas orientações des-
am
Referências ti
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota Técnica/ANVISA. Importância dos Projetos de Sistemas de Climatização
em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS). Disponível em:
<https://www.3rhsec.com/files/nota_tecnica_anvisa_2009_importancia_dos_projetos_1501846698905.pdf>. Acesso em: 27/09/2021.
2 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 31/08/1998.
3 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.
4 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços de Estética e
Embelezamento sem Responsabilidade Médica. Brasília, 2009. Disponível em: <https://repositorio.observatoriodocuidado.org/>.
Acesso em: 20/11/2021.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

tinadas a outros estabelecimentos. unidade onde se encontra sem afetar


ou interferir com outras áreas ou
Como exemplo, nos consultórios circulações;
odontológicos individuais, quando Possuir, no mínimo, uma pia de
instalados em edificações comerciais, o despejo e uma pia de lavagem comum;
Depósito de Material de Limpeza (DML) É possível a instalação de uma
pode ser substituído por um carrinho de autoclave, sempre obedecendo o fluxo
limpeza, desde que a edificação possua em que materiais contaminados não
área específica onde seja realizada a cruzem com os limpos.
higienização dos carrinhos e materiais
utilizados.1 Na prática, essa diretriz tem Sala de esterilização
sido estendida a outros consultórios. Para
2
saber as modificações e ajustes Requisitos:
permitidos, pode-se obter informações na Ambiente de apoio;
Vigilância Sanitária de seu município. A Central de Material Esterilizado
(CME) é destinada à recepção,
Sala de utilidades expurgo, limpeza, descontaminação,
preparo, esterilização, guarda e
2 distribuição dos materiais utilizados
Requisitos:
Ambiente de apoio; nas diversas unidades de um
Também denominada de expurgo; estabelecimento de saúde;
Pode substituir a sala de lavagem e Em estabelecimentos menores, a CME
descontaminação; é simplificada. Possui: 01 sala de
Destinada à limpeza, desinfecção e lavagem e descontaminação (que pode
guarda dos materiais; ser substituída pela sala de utilidades)
Abrigar roupas utilizadas na e 01 sala de esterilização;
assistência ao paciente; Consultórios isolados podem possuir
Guarda temporária de resíduos; somente equipamentos de
Receber material contaminado da esterilização dentro do mesmo, desde
ouuu
Referências
que
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos/Ministério da Saúde,
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:
<https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_odonto.pdf>. Acesso em: 20/11/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.

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ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

que estabelecidas rotinas de assepsia e Gavetas, portas e armários identifica-


manuseio de materiais a serem dos;
esterilizados, além de barreira Caixa de perfurocortantes fixada na
técnica. parede;
Cortinas laváveis, lisas;
Alguns estabelecimentos, que não Documentos disponíveis na recepção
possuem a complexidade hospitalar, (necessário consultar leis federais,
podem ter orientações diferentes, como é estaduais e municipais): Alvará de
o caso dos serviços de estética. Funcionamento, Licença Sanitária,
placa de proibido fumar, cartão CNPJ,
De acordo com a Referência Técnica para Laudo de Vistoria do Corpo de
o Funcionamento dos Serviços de Estética Bombeiros, Código de Defesa do
e Embelezamento, o ambiente destinado Consumidor, placa de uso obrigatório
ao processamento de artigos deverá dispor de máscara, Certidão de
de pia com bancada para limpeza de Responsabilidade Técnica;
materiais e bancada para o preparo, Consultório em casa: acesso
1
desinfecção ou esterilização de materiais. independente, não pode ter cômodo
nenhum compartilhado;
De maneira geral, em Clínicas e Produtos que devem ser refrigerados
Consultórios de Enfermagem, é permitido devem ter refrigeradores exclusivos,
que a sala de utilidades comporte a um termômetro e uma planilha para
esterilização de materiais. Como as registro diário de temperatura;
exigências podem ser diferentes, é sempre Proibido alimentos em refrigeradores
importante verificar as normas para uso de produtos da assistência;
municipais. Destinação do esgoto sanitário por
meio da rede pública e escoamento da
Aspectos gerais água de lavagem de pisos interligado
O estabelecimento não pode ser ao sistema de esgoto sanitário;
passagem para outro local; Respeito às normas de acessibilidade
Áreas críticas e semicríticas sem das pessoas portadoras de deficiência
cortinas de tecido e tapetes; ou com mobilidade reduzida.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços de Estética e
Embelezamento sem Responsabilidade médica. Brasília, 2009. Disponível em: <https://repositorio.observatoriodocuidado.org/>.
Acesso em: 20/11/2021.

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Mapa do Conteúdo

ÁREA FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Salas de atendimento com lavatório ou pia com torneira que dispense o


contato das mãos quando do fechamento da água.
Fornecimento de água pela rede pública.
Acabamento de paredes, pisos, tetos e bancadas de áreas críticas e
semicríticas resistente à lavagem e ao uso de desinfetantes, revestimento
monolítico.
Piso resistente à abrasão e impactos, antiderrapante.
Não é permitido divisória removível em área crítica.
Iluminação pode ser natural ou artificial.
Ventilação natural ou artificial.
Depósito de material de limpeza destina-se à guarda de material de
limpeza e deve ter um tanque.
Sala de utilidades se destina à limpeza, desinfecção e guarda dos
materiais e guarda temporária de resíduos.
Consultórios isolados podem possuir somente equipamentos de
esterilização dentro do mesmo, desde que estabelecidas rotinas de
assepsia e manuseio de materiais a serem esterilizados, além de barreira
técnica.
Gavetas, portas e armários identificados.
Proibido armazenar alimentos em refrigeradores para uso de produtos da
assistência.
Destinação do esgoto sanitário por meio da rede pública.
Escoamento da água de lavagem de pisos interligado ao sistema de
esgotamento sanitário.

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CAPÍTULO 5

BIOSSEGURANÇA

@adv.ramone 75
PROCESSAMENTO DOS
PRODUTOS PARA A SAÚDE
Processamento de produto para saúde - os produtos encaminhados devem ser
submetidos à pré-limpeza no serviço de
A RDC n.º 15/2012,1 que trata das boas saúde;
práticas para o processamento de - a empresa processadora deve realizar:
produtos para saúde, faz as seguintes limpeza, inspeção, preparo e
colocações: acondicionamento, esterilização, armaze-
Processamento de produto para saúde namento e devolução.
é um conjunto de ações relacionadas à
1
pré-limpeza, recepção, limpeza, Classificação dos produtos para a saúde
secagem, avaliação da integridade e
Utilizados em procedi-
da funcionalidade, preparo, mentos invasivos com pe-
desinfecção ou esterilização, netração de pele e mucosas
armazenamento e distribuição do adjacentes, tecidos sub-
produto; Críticos epteliais e sistema vas-
Produto para saúde crítico de cular, incluindo os produ-
conformação complexa: possui lúmem tos que estejam conectados
inferior a cinco milímetros ou com com esses sistemas; devem
fundo cego, espaços internos ser submetidos ao proces-
so de esterilização
inacessíveis para a fricção direta,
Entram em contato com
reentrâncias ou válvulas;
pele não íntegra ou
Produto para saúde de conformação
mucosas íntegras coloni-
não complexa: superfícies internas e Semicríticos
zadas; devem ser subme-
externas podem ser atingidas por tidos, no mínimo, ao pro-
escovação durante a limpeza e tem cesso de desinfecção de
diâmetros superiores a cinco alto nível
milímetros nas estruturas tubulares; Entram em contato com
É possível a terceirização do pele íntegra ou não entram
processamento de produto para Não críticos em contato com o
saúde, seguindo-se estas regras: paciente; devem ser
submetidos, no mínimo,
- empresa terceirizada deve estar
ao processo de limpeza
regularizada nos órgãos sanitários;
Anvisa, 2012

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução - RDC n.º 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de
boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de
19/03/2012.

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PROCESSAMENTO DOS
PRODUTOS PARA A SAÚDE
Limpeza é a remoção de sujidades e redução da carga da temperatura, tempo e vapor saturado. Exemplos:
microbiana, utilizando água, detergentes, produtos e fita zebrada colocada em todos os pacotes e teste
1
acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica, em Bowie-Dick realizado diariamente no 1º ciclo do dia;
superfícies internas (lúmen) e externas. Após, enxaguar - Biológico: realizado diariamente em pacote desafio
1
com bastante água e secar. que deve ser posicionado no ponto de maior desafio ao
processo de esterilização. São utilizadas preparações
1,2
Inspeção visual com o auxílio de lentes intensificado- pa padronizadas de esporos bacterianos.
ras de imagem de, no mínimo, oito vezes de au-
mento.1 Embalagens para esterilização: devem permitir
Limpeza a entrada e saída do ar e do agente esterili-
Desinfecção é a eliminação de micror- zante e impedir a entrada de microor-
ganismos, com exceção ganismos; devem estar
dos esporulados, de regularizadas junto à
materiais ou artigos Inspeção Anvisa; são proibidos:
Transporte
inanimados, atra- papel kraft, papel toa-
visual
vés de processo físi- lha, papel manilha, pa-
co ou químico e com o pel jornal, lâminas de alu-
uso de desinfetantes.1 mínio, embalagem não des-
1
- Classificação de acordo tinada à esterilização.
com o tipo de micro-
organismo destruí- Identificação da emba-
do: desinfecção de
Desinfecção lagem: nome do pro-
alto nível, de nível Acondicionar ou duto; n.º do lote; data
intermediário, de Esterilização da esterilização e limite
baixo nível.1 de uso; método de esteri-
- Utilizar solução e técnica lização; nome do responsável.1
adequadas para cada produto. Após, enxa- Documentação
guar abundantemente.1 Documentação: documentar todos os processos
com datas de realização, de validade, testes, produ-
Esterilização é a destruição de todos os micror- tos utilizados, manutenção e limpeza dos equipamen-
ganismos, até mesmo os esporulados, por meio de tos.
2 1
processo físico. Não é permitido estufa.
Acondicionar: em local limpo e seco, protegido da luz
1
Monitoramento da esterilização solar, submetidos à manipulação mínima.
- Físico: observação dos registros de tempo,
temperatura e pressão a cada ciclo;1, 2 Transporte: em recipientes fechados que garantam a
- Químico: uso de indicadores químicos que avaliam o integridade da identificação e da embalagem.1
ciclo de esterilização pela mudança de cor, na presença

Críticos Semicríticos Não críticos

Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 15, de 15 de março de 2012. Dispõe
sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, de 19/03/2012.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Protocolo de segurança do paciente. Unidade 4 - Processamento de produtos
para saúde. Disponível em: <https://www.enap.gov.br/pt/>. Acesso em: 01/10/2021.

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Mapa do Conteúdo

PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS PARA A SAÚDE

PRODUTO PRODUTO PRODUTO


CRÍTICO SEMICRÍTICO NÃO CRÍTICO

Procedimentos invasivos
com penetração de pele e Contato com pele não Contato com pele íntegra
mucosas adjacentes, íntegra ou mucosas ou não entram em
tecidos subepteliais e íntegras colonizadas contato com o paciente
sistema vascular

LIMPEZA LIMPEZA LIMPEZA

ESTERILIZAÇÃO DESINFECÇÃO
DE ALTO NÍVEL

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AMBIENTES E RISCO DE
TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO

No conteúdo anterior, em alguns tópicos, mencionei sobre as áreas críticas e


semicríticas de um estabelecimento. Existe uma classificação dos ambientes
de acordo com o risco de transmissão de infecção, apresentada a seguir.
1
Trata-se de uma classificação mais didática, pois, a Anvisa se pronunciou no
sentido de que o risco de infecção está relacionado aos procedimentos aos
quais o paciente é submetido, independentemente da área em que ele se
encontra.

2
Classificação dos ambientes quanto ao risco de transmissão de infecção

Áreas críticas Áreas semicríticas Áreas não críticas

Ambientes onde existe Compartimentos ocupa- Demais compartimentos


risco aumentado de dos por pacientes com dos estabelecimentos
transmissão de infecção, doenças infecciosas de assistenciais às saúde não
onde se realizam baixa transmissibilidade e ocupados por pacientes,
procedimentos de risco, doenças não infecciosas. onde não se realizam
com ou sem pacientes, ou procedimentos de risco.
onde se encontram Exemplos: enfermarias,
pacientes imunodeprimi- ambulatórios, banheiros, Exemplos: vestiário, copa,
dos. posto de enfermagem, áreas administrativas.
elevador e corredores.
Exemplos: Centro Cirúr-
gico, Unidade de Terapia
Intensiva, Unidades de
Isolamento, Central de
Material e Esterilização
Anvisa, 2002
Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies. Brasília: Anvisa, 2012.
2 Resolução - RDC n.º 50/2002, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 27/11/2021.

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LIMPEZA E DESINFECÇÃO
DE SUPERFÍCIES

A Clínica ou Consultório de Enfermagem está sujeita a regras quanto à


limpeza e desinfecção das superfícies a fim de evitar a transmissão de
microrganismos que possam colocar em risco a segurança das pessoas.

1, 2,3
Aspectos gerais: a varredura úmida com mops ou rodo
Limpeza: remoção de sujidades e panos de limpeza de pisos;
mediante aplicação de energias Limpeza de pisos: varredura úmida,
química, mecânica ou térmica; ensaboar, enxaguar e secar;
Desinfecção: remoção de agentes Todos os equipamentos devem ser
infecciosos, na forma vegetativa, de limpos ao fim da jornada de trabalho;
uma superfície inerte, aplicando-se Sinalizar os corredores, deixando um
agentes químicos ou físicos; lado livre para o trânsito de pessoal;
Produtos saneantes: devem estar A frequência de limpeza das
registrados na Anvisa e são destinados superfícies pode ser estabelecida para
à higienização, desinfecção ou cada serviço;
desinfestação domiciliar; Para lavagem e limpeza, utilizar
Detergente produto que contém sabão;
tensoativos que reduzem a tensão Para limpeza, utilizar detergente. Se
superficial da água, facilitando sua houver matéria orgânica, após a
penetração, dispersando e limpeza, utilizar desinfetantes;
emulsificando a sujidade; Produtos para desinfecção de
Desinfetante: produto químico que superfícies:
destroi microrganismos na forma - álcool 70%;
vegetativa, utilizado em superfícies - hipoclorito de sódio a 0,1% (concentração
que contenham matéria orgânica; recomendada pela OMS);
Não varrer superfícies a seco, utilizar - alvejantes contendo hipoclorito (de
a sódio, de cálcio) a 0,1%;
Referências
1 APECIH, 2004; HINRI- CHSEN, 2004; MOZACHI, 2005; TORRES & LISBOA, 2007; ASSAD & COSTA, 2010 citados por AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies.
Brasília: Anvisa, 2012.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies. Brasília: Anvisa, 2012.
3 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota Técnica n.º 47/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA.
Recomendações sobre produtos saneantes que possam substituir o álcool 70% e desinfecção de objetos e superfícies, durante a
pandemia de COVID-19. 24/06/2020.

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LIMPEZA E DESINFECÇÃO
DE SUPERFÍCIES
- dicloroisocianurato de sódio (concen- ção Individual adequados;
tração de 1,000 ppm de cloro ativo); Produtos utilizados etiquetados com
- iodopovidona (1%); nome, lote, data de diluição, hora e
- peróxido de hidrogênio 0,5%; validade, diluição de uso, responsável;
- ácido peracético 0,5%; Lavagem das mãos!
- quaternários de amônio, por exemplo, o
cloreto de benzalcônio 0,05%;
- compostos fenólicos; Anotações
- desinfetantes de uso geral aprovados
pela Anvisa;
Limpeza concorrente: realizada, dia-
riamente, em todas as unidades com a
finalidade de limpar e organizar o
ambiente, repor os materiais de
consumo diário (sabonete líquido,
papel higiênico, papel toalha e outros)
e recolher os resíduos;
Limpeza terminal: limpeza mais
completa, incluindo todas as
superfícies horizontais e verticais,
internas e externas;
A frequência de realização das
limpezas concorrente e terminal
devem estar descritas no Manual de
Rotinas, assim como, os produtos e
técnicas utilizados;
Utilização de Equipamentos de Prote-

Referências
1 APECIH, 2004; HINRI- CHSEN, 2004; MOZACHI, 2005; TORRES & LISBOA, 2007; ASSAD & COSTA, 2010 citados por AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies.
Brasília: Anvisa, 2012.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies. Brasília: Anvisa, 2012.
3 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota Técnica n.º 47/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA.
Recomendações sobre produtos saneantes que possam substituir o álcool 70% e desinfecção de objetos e superfícies, durante a
pandemia de COVID-19. 24/06/2020.

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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Outro ponto necessário é a elaboração do Programa de Gerenciamento dos


Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), um dos itens fiscalizados pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O PGRSS e o controle sobre esses
resíduos é muito importante para a saúde pública e para o meio ambiente,
motivo pelo qual você deve dar atenção ao tema durante o planejamento de
sua Clínica/Consultório.

1
Conceitos de acordo com a Anvisa:
Geradores de Resíduos de Serviços de Saúde: todos os serviços cujas atividades estejam
relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal.
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): todos os resíduos resultantes das atividades
exercidas pelos geradores de resíduos de serviços de saúde.

1
Classificação dos resíduos de serviços de saúde
resíduos com a possível presença de agentes biológicos que podem
Grupo A
apresentar risco de infecção.
resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características
Grupo B
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade.

Grupo C rejeitos radioativos.

resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à


Grupo D saúde ou ao meio ambiente, podem ser equiparados aos resíduos
domiciliares.
Grupo E materiais perfurocortantes ou escarificantes.
Anvisa, 2018

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
1
Classificação dos resíduos de serviços de saúde do Grupo A
- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os
medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou inativados;
meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas;
resíduos de laboratórios de manipulação genética. Devem ser tratados
- Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, antes da disposição
com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com
A1 relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne
final (antes da dis-
tribuição ordenada
epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. de rejeitos em ater-
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação, má ros)
conservação, prazo de validade vencido e oriundas de coleta incompleta.
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais
resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a


A2 processos de experimentação com inoculação de microrganismos.

- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso Destinados para
menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 sepultamento, cre-
A3 mação, incinera-
semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus
ção ou outra desti-
familiares.
nação licenciada
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes
de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem
apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença Não necessitam de
emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja tratamento prévio,
desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
A4 devem ser acondi-
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cionados em saco
cirurgia plástica. branco leitoso e
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou encaminhados pa-
líquidos corpóreos na forma livre. ra disposição final
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de
procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica.
- Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos.
- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
- Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou
confirmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais,
suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade Tratamento por in-
A5 para príons. cineração
*Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em documentos oficiais pelos
órgãos sanitários competentes.
Anvisa, 2018
Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
1
Classificação dos resíduos de serviços de saúde dos Grupos B, C, D, E
- Produtos farmacêuticos
- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes
para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.
Grupo B - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).
- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.
- Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos.

- Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa
especificados em norma da CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
- Enquadra-se neste grupo o rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na
Grupo C área da saúde, laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo
Resolução da CNEN e Plano de Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa.

- Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros e - Rejeitos sólidos devem
máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de ser dispostos conforme
venóclises, luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos, as normas ambientais
equipo de soro, abaixadores de língua, vestimentas e Equipamento de Proteção Individual (EPI), desde vigentes.
que não apresentem sinais ou suspeita de contaminação química, biológica ou radiológica, e outros - Efluentes líquidos
similares não classificados como A1. podem ser lançados em
- Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. rede coletora de
Grupo D - Resto alimentar de refeitório. esgotos.
- Resíduos provenientes das áreas administrativas.
- Resíduos de varrição, flores, podas e jardins.
- Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.
- Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado.
- Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada.
- Pelos de animais.

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, - Quando contamina-
ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos dos por agentes bioló-
capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro gicos, químicos e
quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. substâncias radioativas,
devem ter seu manejo
de acordo com cada
classe de risco associa-
da.
Grupo E - Seringas e agulhas e
os demais materiais
perfurocortantes que
não apresentem risco
químico, biológico ou
radiológico não neces-
sitam de trata-mento
prévio à disposição fi-
nal.

Anvisa, 2018

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
O Programa de Gerenciamento
1 dos ção desenvolvidos e implantados;
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é Apresentar documento comprobatório
1
regulamentado pela RDC n.º 222/2018, da capacitação dos funcionários
que estipula: envolvidos na prestação de serviço de
Estimar a quantidade dos RSS limpeza e conservação que atuem no
gerados por grupos; serviço, próprios ou terceiros;
Descrever os procedimentos Apresentar cópia do contrato de
relacionados ao gerenciamento dos prestação de serviços e da licença
RSS quanto à geração, à segregação, ambiental das empresas prestadoras
ao acondicionamento, à identificação, de serviços para a destinação dos RSS;
à coleta, ao armazenamento, ao
transporte, ao tratamento e à Manter cópia do PGRSS para consulta
disposição final; dos órgãos de vigilância sanitária ou
Estar em conformidade com as ações ambientais, dos funcionários, dos
de proteção à saúde pública, do pacientes ou do público em geral;
trabalhador e do meio ambiente, com Apresentar documento comprobatório
a regulamentação sanitária e de venda ou doação dos RSS
ambiental, com as normas de coleta e destinados à recuperação, à
transporte dos serviços locais de reciclagem, à compostagem e à
limpeza urbana, com as rotinas e logística reversa;
processos de higienização e limpeza; *Logística reversa: procedimentos para
Descrever as ações a serem adotadas viabilizar a coleta e a restituição dos
em situações de emergência e resíduos sólidos ao setor empresarial, para
1
acidentes decorrentes do reaproveitamento ou destinação final
gerenciamento dos RSS; ambientalmente adequada.
Descrever as medidas preventivas e
corretivas de controle integrado de Atenção!
vetores e pragas urbanas, incluindo a A elaboração, a implantação e o
tecnologia utilizada e a periodicidade monitoramento do PGRSS pode ser
de sua implantação; terceirizada. A seguir, veremos como os
Descrever os programas de capacita- RSS são identificados e como dever ser o
ca seu manejo.
Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
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União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
DE SERVIÇOS DE SAÚDE
1
A identificação dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) segue algumas normas:
Afixar nos carros de coleta, nos locais de armazenamento e nos sacos acondicionantes;
Os sacos que acondicionam os RSS do grupo D não precisam ser identificados;
A identificação dos sacos para acondicionamento deve estar impressa, sendo vedado o
uso de adesivo;
A identificação deve estar afixada em local de fácil visualização, de forma clara e legível,
utilizando-se dos símbolos e expressões abaixo, cores e frases:

RESÍDUO INFECTANTE RISCO QUÍMICO

RESÍDUO PERFUROCORTANTE OU PERFUROCORTANTE


OU PERFUROCORTANTE

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
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ETAPAS DO MANEJO DOS RESÍDUOS
DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Segregação, acondicionamento e Após sua substituição, o saco usado
identificação deve ser fechado e transferido para o
carro de coleta;
Os RSS devem ser segregados no Os RSS líquidos devem ser
1
momento de sua geração. acondicionados em recipientes de
material compatível com o líquido
1
Resíduos do grupo A: armazenado, resistentes, rígidos e
Os sacos devem ser substituídos ao estanques, com tampa que garanta
atingirem o limite de 2/3 de sua sua contenção.
capacidade ou a cada 48 horas,
1
independentemente do volume; Resíduos do grupo B:
Os sacos de fácil putrefação devem ser Os recipientes de acondicionamento
substituídos no máximo a cada 24 devem ser de material rígido,
horas, independentemente do volume; resistente, compatível com o resíduo.
Resíduos que não precisam ser
1
tratados e resíduos após o tratamento Resíduos do Grupo D:
devem ser acondicionados em saco Acondicionar conforme as orientações
branco leitoso; dos órgãos locais responsáveis pelo
Se houver a obrigação do tratamento serviço de limpeza urbana.
dos RSS do Grupo A, estes devem ser
1
acondicionados em sacos vermelhos Resíduos do Grupo E:
(branco leitoso se as regulamentações Descartar em recipientes
estaduais, municipais ou do DF identificados, rígidos, com tampa,
exigirem o tratamento de todos os resistentes à punctura, ruptura e
RSS do Grupo A, exceto para vazamento;
acondicionamento do subgrupo A5); Os recipientes devem ser substituídos
O coletor do saco deve ser de material de acordo com a demanda, quando o
liso, lavável, resistente à punctura, nível de preenchimento atingir 3/4 da
ruptura, vazamento e tombamento, capacidade ou de acordo com as
tampa com abertura sem contato instruções do fabricante.
manual, cantos arredondados;

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
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União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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ETAPAS DO MANEJO DOS RESÍDUOS
DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Resíduos gerados pelos serviços de Armazenamento interno, temporário e
1
atenção domiciliar: externo
Devem ser acondicionados e
1
recolhidos pelos profissionais ou por Conceitos e considerações:
pessoa treinada para a atividade e Armazenamento externo: guarda dos
encaminhados à destinação final; coletores de resíduos em ambiente
O transporte pode ser feito no próprio exclusivo;
veículo utilizado para o atendimento e Armazenamento interno: guarda do
deve ser realizado em coletores de resíduo contendo produto químico ou
material resistente, rígido, rejeito radioativo na área de trabalho;
identificados e com sistema de Armazenamento temporário: guarda
fechamento dotado de dispositivo de temporária dos coletores de resíduos
vedação, garantindo a estanqueidade de serviços de saúde, em ambiente
e o não tombamento. próximo aos pontos de geração;
No armazenamento temporário e
Coleta e transporte interno externo é obrigatório manter os sacos
acondicionados dentro de coletores
Para a coleta e transporte interno devem com a tampa fechada;
1
ser observados: A sala de utilidades ou expurgo pode
Transporte interno: traslado dos ser compartilhada para o
resíduos dos pontos de geração até o armazenamento temporário dos RSS
abrigo temporário ou abrigo externo; dos Grupos A, E e D, e deve conter
O transporte interno dos RSS deve também a identificação com a
atender rota e horários previamente inscrição “ABRIGO TEMPORÁRIO DE
definidos, em coletor identificado; RESÍDUOS”;
O coletor para transporte interno deve O armazenamento interno de RSS
ser de material liso, rígido, lavável, químico ou rejeito radioativo pode ser
impermeável, com tampa articulada feito no local de trabalho onde foram
ao corpo do equipamento, cantos e gerados.
bordas arredondados, estar
identificado. A seguir, mais características dos abrigos.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
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ABRIGO TEMPORÁRIO DE
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
1
Requisitos:
Pisos e paredes revestidos de material resistente, lavável e impermeável;
Ponto de iluminação artificial e de água, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa;
Se houver área de ventilação, esta deve ter tela de proteção contra roedores e vetores;
Porta de largura compatível com as dimensões dos coletores;
Identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS”.

ABRIGO EXTERNO DE
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
1
Requisitos:
Um ambiente para os coletores dos Grupos A e do Grupo E, e outro ambiente exclusivo
para os coletores de RSS do grupo D;
Permitir fácil acesso às operações do transporte interno e aos veículos de coleta externa;
Piso, paredes e teto de material resistente, lavável e de fácil higienização, com aberturas
para ventilação e com tela de proteção contra acesso de vetores;
Identificado conforme os Grupos de RSS armazenados e com ponto de iluminação;
Acesso restrito às pessoas envolvidas no manejo de RSS;
Porta com abertura para fora, com proteção inferior contra roedores e vetores;
Canaletas para o escoamento dos efluentes de lavagem, direcionadas para a rede de
esgoto, com ralo sifonado com tampa;
Área coberta para pesagem dos RSS, quando couber;
Área coberta, com ponto de saída de água, para higienização e limpeza dos coletores;
Abrigo do Grupo B: respeitar a segregação das categorias de RSS químicos e
incompatibilidade química; estar identificado com a simbologia de risco associado à
periculosidade; possuir caixa de retenção a montante das canaletas para o
armazenamento de RSS líquidos ou outra forma de contenção validada; possuir sistema
elétrico e de combate a incêndio;
É proibido o armazenamento dos coletores em uso fora de abrigos.
Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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Mapa do Conteúdo

RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

GRUPO GRUPO GRUPO GRUPO GRUPO


A B C D E

QUÍMICOS COMUNS
POTENCIALMENTE REJEITOS PERFUROCORTANTES
INFECTANTES RADIOATIVOS

EX.: PRODUTO EX.: PAPEL


FARMACÊUTICO HIGIÊNICO
EX.: GAZE COM EX.: SERVIÇO DE EX.: AGULHA
SANGUE RADIOTERAPIA

COLETOR RÍGIDO CONFORME


E RESISTENTE ÓRGÃO LOCAL
SACO BRANCO CONFORME COLETOR RÍGIDO
LEITOSO CARACTERÍSTICA E RESISTENTE
DO RESÍDUO
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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO

O Enfermeiro deve proteger a sua saúde e a de outro profissional que atue em


conjunto em razão do risco ocupacional a que estão sujeitos. Para tanto, deve
adotar algumas condutas que perpassam a utilização de Equipamentos de
Proteção Individual, os treinamentos, a vacinação, a emissão da Comunicação
de Acidente de Trabalho e um plano de contingência nos casos de acidente, o
que se verá doravante.

Fatores de risco para a saúde e segurança autoritárias, outros;


dos trabalhadores Mecânicos e de acidentes: ligados à
proteção das máquinas, arranjo físico,
Há diferentes elementos de risco para a ordem e limpeza do ambiente,
1
saúde dos profissionais: sinalização, rotulagem de produtos.
Físicos: ruído, vibração, radiação
ionizante e não-ionizante, Normas de Biossegurança para a
temperaturas extremas, pressão prevenção da exposição a agentes
atmosférica anormal, entre outros; patógenos de transmissão sanguínea
Químicos: agentes e substâncias
químicas, sob a forma líquida, gasosa Algumas normas para prevenir a
ou de partículas e poeiras minerais e exposição a agentes de transmissão
1
vegetais; sanguínea:
Biológicos: vírus, bactérias, parasitas; Evitar contato direto com fluidos
Ergonômicos e psicossociais: orgânicos como, por exemplo,
equipamentos, máquinas e mobiliário sangue, fluido cérebro-espinhal,
inadequados, levando a posturas e sêmen, secreções vaginais;
posições incorretas; más condições de Usar luva e aventais protetores;
iluminação, ventilação e de conforto; Usar máscara e óculos para proteção
trabalho em turnos e noturno; dos olhos;
monotonia ou ritmo de trabalho Não reencapar as agulhas;
excessivo, exigências de Lavar sempre as mãos com água e
produtividade, relações de trabalho sabão e secá-las após atendimento
au- aaoa
Referência
1 BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de
procedimentos para os serviços de saúde/Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil; organizado
por Elizabeth Costa Dias ; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
de cada paciente; riais, ou seja, serviços de saúde. Existem
Cuidar do lixo e seu destino; outras mais específicas conforme o
O responsável pela limpeza do município e a atividade realizada (se
ambiente e pela coleta do lixo deve estabelecimento de saúde ou de interesse à
estar devidamente paramentado; saúde). Por ser assunto de extrema
Cuidar da limpeza da unidade, dos relevância nos dias atuais, optei por
utensílios e das roupas. colocar essas instruções, ainda que
genéricas e direcionadas a serviços
Atenção! ambulatoriais. Certamente, irão auxiliar
Em razão da COVID-19, novos protocolos na organização do seu serviço.
foram estabelecidos.
Abaixo, seguem as recomendações a
serem adotadas por serviços ambulato-
ffaa
Recomendação de medidas a serem implementadas para a prevenção
1
e o controle da disseminação do novo coronavírus em serviços de saúde
SERVIÇOS AMBULATORIAIS
CENÁRIO PESSOAS ATIVIDADES TIPO DE EPI OU PROCEDIMENTO
ENVOLVIDAS

Realização de exame - higiene das mãos


físico em pacientes com - óculos de proteção ou protetor facial
- máscara cirúrgica
sintomas respiratórios - avental
Profissionais de - luvas de procedimento
saúde - higiene das mãos
Realização de exame
físico em pacientes sem - máscara cirúrgica (+ EPI de acordo com a precaução padrão
e, se necessário, precauções específicas)
sintomas respiratórios
- higiene das mãos
Consultórios Pacientes com - higiene respiratória/etiqueta da tosse
sintomas - mantenha uma distância de pelo menos 1 metro de outras
respiratórios Qualquer pessoas
- máscara cirúrgica
- higiene das mãos
Pacientes sem - mantenha uma distância de pelo menos 1 metro de outras
sintomas Qualquer
pessoas
respiratórios - máscaras de tecido

Após e entre as - higiene das mãos


Profissionais da - máscara cirúrgica
higiene e limpeza consultas de pacientes
com sintomas - outros EPIs conforme definido para o serviço de higiene e
limpeza
respiratórios
Anvisa, 2020

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA n.º 07/2020. Orientações para
prevenção e vigilância epidemiológica das infecções por SARS-CoV-2 (COVID-19) dentro dos serviços de saúde. Revisão 3: 23/07/2021.
Brasília, 2021. Acesso em: 05/10/2021.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
SERVIÇOS AMBULATORIAIS - continuação
1
CENÁRIO PESSOAS ATIVIDADES TIPO DE EPI OU PROCEDIMENTO
ENVOLVIDAS
- higiene das mãos
- higiene respiratória/etiqueta da tosse
Pacientes com - máscara cirúrgica
sintomas Qualquer - colocar o paciente imediatamente em uma sala de
respiratórios isolamento ou área separada, longe dos outros pacientes; se
Sala de espera isso não for possível, assegure distância mínima de 1 metro
dos outros pacientes
- manter o ambiente higienizado e ventilado

Pacientes sem - higiene das mãos


sintomas Qualquer - máscara de tecido
respiratórios - manter distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas

- higiene das mãos


Todos profissionais, Tarefas administrativas - manter distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas
incluindo e qualquer atividade que - máscaras de tecido
profissionais de não envolva contato a - se necessário e possível, instituir barreiras físicas, de forma
Áreas saúde que não menos de 1 metro com a favorecer o distanciamento maior que 1 metro (ex: placas de
administrativas atendem pacientes pacientes ou circulação acrílico, faixa no piso, etc)
e não circulam em em áreas de assistência - observação: se não for garantido o distanciamento de 1
áreas de assistência a pacientes metro do paciente deve ser utilizado máscara cirúrgica,
a pacientes durante as atividades

Profissional da - higiene das mãos


Recepção do recepção, - manter distância de pelo menos 1 metro
serviço/cadastro segurança, entre Qualquer - máscara cirúrgica
de pacientes outros - instituir barreiras físicas, de forma a favorecer o
distanciamento maior que 1 metro (ex: placas de acrílico,
faixa no piso, etc)

Profissionais de Triagem preliminar - higiene das mãos


saúde - manter distância de pelo menos 1 metro
- máscara cirúrgica
- higiene das mãos
Pacientes com Qualquer - higiene respiratória/etiqueta da tosse
Triagem sintomas - manter uma distância de pelo menos 1 metro de outras
respiratórios pessoas
- máscara cirúrgica

- higiene das mãos


Pacientes sem - manter uma distância de pelo menos 1 metro de outras
sintomas Qualquer pessoas
respiratórios - máscaras de tecido

Anvisa, 2020

Em Clínicas e Consultórios, como visto, Também, devem ser utilizados para o


existe a necessidade de uso de processamento de produtos destinados à
Equipamentos de Proteção Individual saúde e para a limpeza do local.
(EPI's). Esses EPI's não são impostos, Na página seguinte, constam informações
somente, para o atendimento de clientes. mais específicas.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA n.º 07/2020. Orientações para
prevenção e vigilância epidemiológica das infecções por SARS-CoV-2 (COVID-19) dentro dos serviços de saúde. Revisão 3: 23/07/2021.
Brasília, 2021. Acesso em: 05/10/2021.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
Equipamento de Proteção Individual para Processamento de Produtos para a Saúde
1

SALA/ÁREA ÓCULOS DE MÁSCARA LUVAS AVENTAL PROTETOR CALÇADO


PROTEÇÃO IMPERMEÁVEL AURICULAR FECHADO
MANGA LONGA

Recepção X X X X Impermeável
Antiderrapante

Limpeza X X Borracha, cano X X Impermeável


longo Antiderrapante

Preparo, Se
acondicionamento, X X necessário X
inspeção

Desinfecção Impermeável
X X Borracha, cano X Antiderrapante
química longo
Anvisa, 2012

Equipamento de Proteção Individual para limpeza e desinfecção de superfícies e ambiente1

Luvas de borracha Limpeza e desinfecção de superfícies. Confeccionadas com material resistente e possuir cano longo ou
curto para proteção das mãos e proteção parcial de antebraços. Após a utilização, as luvas devem ser
lavadas e desinfetadas.

Máscara Sempre que houver possibilidade de respingos de material biológico ou produtos químicos em mucosas do
nariz e boca.

Óculos de Durante o preparo de diluição não-automática; e limpeza de áreas localizadas acima do nível da cabeça, e
proteção que haja risco de respingos, poeira ou impacto de partículas. Devem ser lavados e desinfetados após o uso.

Botas Proteção dos pés e parte das pernas durante atividades com água e produtos químicos e, ainda, para evitar
quedas. Devem ser de material impermeável, com cano alto e de solado antiderrapante.

Sapatos Durante todo o período de trabalho, com exceção nos momentos de lavação de piso (utilizar botas).

Procedimentos que possam provocar contaminação da roupa com sangue e fluidos corpóreos e produtos
Avental químicos ou contaminados. Deve ser impermeável, podendo ser usado por cima do uniforme. Após o uso,
deve ser retirado sem ter contato com a parte externa e, em seguida, deve-se fazer a desinfecção.

Gorro Em área na qual é exigida a paramentação completa por parte dos profissionais da instituição.

Anvisa, 2012

Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 15, de 15 de março de 2012. Dispõe
sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, de 19/03/2012.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de
superfícies. Brasília: Anvisa, 2012.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
Norma Regulamentadora n.º 32 c) inventário de todos os produtos
químicos contendo:
No contexto da saúde e segurança no - as características e as formas de
trabalho, temos a observância da Norma utilização do produto;
1
Regulamentadora n.º 32 (NR 32): - os riscos à segurança e saúde do
A NR 32 dispõe as diretrizes básicas trabalhador e ao meio ambiente;
para proteção à segurança e à saúde - as medidas de proteção coletiva,
dos trabalhadores dos serviços de individual e controle médico da saúde dos
saúde; trabalhadores;
Deve-se elaborar o Programa de - condições e local de estocagem;
Prevenção de Riscos Ambientais - procedimentos em situações de
(PPRA), obrigatório aos empregado- emergência;
res; Elaborar o Programa de Controle
O PPRA deve conter: Médico de Saúde Ocupacional
a) identificação dos riscos biológicos, (PCMSO), obrigatório aos empregado-
considerando: res;
- fontes de exposição e reservatórios; O PCMSO deve contemplar:
- vias de transmissão e de entrada; - o reconhecimento e a avaliação dos riscos
- transmissibilidade, patogenicidade e biológicos;
virulência; - a localização das áreas de risco;
- persistência do agente biológico no - identificação nominal dos trabalhadores,
ambiente; sua função, o local em que desempenham
- estudos epidemiológicos ou dados suas atividades e o risco a que estão
estatísticos; expostos;
b) avaliação do local de trabalho e do - a vigilância médica dos trabalhadores
trabalhador, considerando: potencialmente expostos;
- a finalidade e descrição do local; - o programa de vacinação;
- a organização e procedimentos de - com relação à possibilidade de exposição
trabalho; acidental aos agentes biológicos, deve
- a possibilidade de exposição; constar: os procedimentos a serem
- a descrição das atividades de cada local; adotados para diagnóstico, acompanha-
- as medidas preventivas; mento e prevenção da soroconversão e das
Referência
1 MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria n.º 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32
(Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 16/11/2005.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
doenças; as medidas para A todo trabalhador dos serviços de
descontaminação do local; o tratamento saúde deve ser fornecido programa de
médico de emergência; a identificação dos imunização ativa contra tétano,
responsáveis pela aplicação das medidas difteria, hepatite, os estabelecidos no
pertinentes; os estabelecimentos que PCMSO;
podem prestar assistência; as formas de Quando houver vacinas eficazes
remoção para atendimento; os contra outros agentes biológicos a que
estabelecimentos depositários de os trabalhadores estão expostos, o
imunoglobulinas, vacinas, medica- empregador deve fornecê-las;
mentos, materiais e insumos especiais O empregador deve fazer o controle
necessários; da eficácia da vacinação e
Manter a rotulagem do fabricante na providenciar, se preciso, seu reforço.
embalagem original dos produtos
químicos utilizados; Atenção 1!
Todo recipiente contendo produto Mesmo que o seu espaço não tenha
químico manipulado ou fracionado empregados ou o porte de um hospital
deve ser identificado, de forma (casos em que o PPRA e o PCMSO são
legível, por etiqueta com o nome do obrigatórios), é imprescindível a adoção
produto, composição química, sua de protocolos para minimizar os riscos
concentração, data de envase e de biológicos, químicos e físicos e de um
validade, e nome do responsável pela plano de contingência na ocorrência de
manipulação ou fracionamento; algum acidente. A sua saúde é importante!
É vedado reutilização das embalagens
de produtos químicos. Atenção 2!
Recentemente, o Ministério do Trabalho
Vacinação editou a Portaria n.º 620/2021, proibindo o
empregador de exigir a vacinação contra a
Enfermeiros que irão atuar em suas COVID, mas o Supremo Tribunal Federal
2
Clínicas e Consultórios devem estar aten- suspendeu essa Portaria.
1
tos à situação vacinal:

Referências
1 MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria n.º 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora n.º 32
(Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 16/11/2005.
2 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Medida cautelar na arguição de descumprimento de preceito fundamental 898 Distrito Federal.
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF898Liminar.pdf>. Acesso em: 27/11/2021.

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SAÚDE DO PROFISSIONAL E
SEGURANÇA NO TRABALHO
Exposição a material biológico com solução de continuidade;
- conhecimento da fonte: comprovada-
Recomendações e considerações do mente infectada; ou exposta à situação de
Ministério da Saúde após exposição a risco; ou fonte com origem fora do
1
material biológico: ambiente de trabalho; ou fonte
Lavar o local exposto com água e desconhecida;
sabão se houver exposição percutânea Orientações e aconselhamento: sobre
ou cutânea; o risco do acidente; possível uso de
Lavar exaustivamente com água ou quimioprofilaxia; consentimento para
solução salina fisiológica se houver realização de exames sorológicos;
exposição de de mucosas; acompanhamento por seis meses;
Não realizar procedimentos que prevenção da transmissão secundária;
aumentem a área exposta, como suporte emocional; orientar o
cortes e injeções locais; acidentado a relatar de imediato os
Consoante as referências que estão no seguintes sintomas: linfoadenopatia,
protocolo do Ministério, não há rash, dor de garganta, sintomas de
evidência de que o uso de gripe; reforçar a prática de
antissépticos ou a expressão do local biossegurança e precauções básicas
do ferimento diminuam o risco de em serviço;
transmissão, porém, não há Registro do acidente em CAT
contraindicação para a utilização do (Comunicação de Acidente de
antisséptico; Trabalho).
Avaliar o acidente:
- identificar o material biológico
envolvido: sangue, fluidos orgânicos
potencialmente infectantes, fluidos
orgânicos potencialmente não infectantes
(exceto se estiver contaminado com
sangue);
- tipo de acidente: perfurocortante,
contato com mucosa, contato com pele
com
Referência
1 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Exposição a
materiais biológicos. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf>. Acesso em: 12/11/2021.

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CAPÍTULO 6

REGISTRO, CADASTRO,
LICENÇA E MANUAIS
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REGISTRO DO CONTRATO SOCIAL

O contrato social é o ato constitutivo de Portanto, para saber onde realizar o


uma sociedade, é o documento que irá registro do contrato social, é necessário
1
criá-la. identificar se sua Clínica ou Consultório
tem a característica de uma sociedade
Elaborado o contrato social, é necessário o simples ou empresarial, como já vimos
seu registro em 30 (trinta) dias após a anteriormente. Neste momento,
constituição da sociedade. Se houver identificamos, numa situação prática, a
alguma modificação do contrato, deverá relevância de saber distinguir se o negócio
ser averbada.2 é ou não empresa.

E onde realizar o registro? Conforme o art. Para corroborar e finalizar, trouxe as


2 3
1.150 do Código Civil: deferências de Fábio Ulhoa Coelho:

"Art. 1.150. O empresário e a sociedade "[...] os atos societários registrados em registro


empresária vinculam-se ao Registro Público de incompetente não são nulos, nem anuláveis,
Empresas Mercantis a cargo das Juntas nem inexistentes. [...] Uma sociedade
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro empresária registrada no Registro Civil das
Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá Pessoas Jurídicas ou uma sociedade simples
obedecer às normas fixadas para aquele registro, registrada na Junta Comercial estão, como
se a sociedade simples adotar um dos tipos de afirmado, na mesma situação de uma sociedade
sociedade empresária." sem registro; são, no linguajar do novo Código
Civil, uma sociedade em comum. Os seus atos
Em vista disso, temos: constitutivos, por não terem sido levados a
Sociedade empresária: registra-se na registro no órgão competente, não
Junta Comercial, regime jurídico produziram os efeitos que deles se esperava,
empresarial; isto é, os de gerar uma sociedade regular;
Sociedade simples: registra-se no apenas isto." [grifo meu]
Cartório de Registro Civil de Pessoas
Jurídicas. Eis aí a importância de se realizar o
correto registro do contrato social.

Referências
1 TEIXEIRA, Tarcisio Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
2 BRASIL. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 11/01/2002, p. 1.
3 COELHO, Fabio Ulhoa. Sociedade simples. Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil: 2003.
Disponível em: <http://www.irtdpjminas.com.br/rtds/sociedade_simples_fabio_ulhoa_coelho.pdf>. Acesso em: 21/10/2021.

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REGISTRO NA RECEITA FEDERAL

A Receita Federal é um órgão subordinado passo a passo se encontra nos sites:


ao Ministro da Economia. Entre as - https://www.gov.br/receitafederal/pt-
diversas atividades que realiza, br/servicos/cadastro/cnpj
encontram-se a administração e a - https://www.gov.br/empresas-e-
fiscalização dos tributos.1 negocios/pt-br/redesim

O Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas Embora nesses endereços eletrônicos


(CNPJ), administrado pela Receita Federal, constem os procedimentos e documentos
armazena as informações cadastrais das necessários, além de manuais
entidades de interesse das administrações explicativos, o profissional contador pode
tributárias da União, dos Estados, do lhe orientar adequadamente nesta fase de
Distrito Federal e dos Municípios. É por abertura da Clínica ou Consultório de
meio do registro na Receita Federal que se Enfermagem.
2
obtém o CNPJ.

A solicitação de inscrição de pessoa


jurídica no CNPJ é realizada, regra geral, a
Anotações
partir da análise do Documento Básico de
Entrada (DBE). Para gerar o DBE, deve-se
realizar a Consulta Prévia de Viabilidade e
2
prestar as informações na Redesim.

Sei que são muitas informações e novos


nomes, mas tudo é bem explicado pelo site
da Receita Federal.

Atualmente, é possível fazer a inscrição no


CNPJ de forma online. Existe uma
integração entre os diferentes órgãos
responsáveis, o que facilita o processo. O
pas
Referências
1 MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Portaria n.° 284, de 27 de julho de 2020. Aprova o Regimento Interno da Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 27/07/2020, Seção 1, p. 1.
2 GOVERNO DO BRASIL. Inscrever ou atualizar CNPJ. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/servicos/inscrever-ou-atualizar-
cadastro-nacional-de-pessoas-juridicas>. Acesso em: 19/10/2021.

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REGISTRO NA RECEITA ESTADUAL

A inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda será


necessária se houver venda de produtos para fins de
recolhimento do ICMS (Imposto sobre Operações
relativas à Circulação de Mercadorias).

1
A Lei Complementar n.º 87/1996 dispõe quando há
incidência do ICMS:
- operações relativas à circulação de mercadorias;
- prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens,
mercadorias ou valores;
- prestações onerosas de serviços de comunicação, por
qualquer meio;
- fornecimento de mercadorias com prestação de
serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios;
- fornecimento de mercadorias com prestação de
serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de
competência dos Municípios, quando a lei
complementar aplicável expressamente o sujeitar à
incidência do imposto estadual.

Referência
1 BRASIL. Lei Complementar n.º 87/1996, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos Estados e do
Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências (LEI KANDIR). Diário Oficial da União,
Brasília, DF, de 16/09/1996, p. 18261.

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REGISTRO NA PREFEITURA

Registro A inscrição no Cadastro Fiscal gera


um número identificador, que é a
Considerações sobre o registro na Inscrição Municipal;
Prefeitura Municipal: O número da Inscrição Municipal no
Compreende a inscrição no cadastro Cadastro Fiscal é diferente do número
fiscal de contribuintes para do Alvará de Licença para Localização
recolhimento do ISS (Imposto sobre (Alvará de Funcionamento);
Serviços), cujo percentual é diferente Todo estabelecimento de prestação de
em cada cidade, e a obtenção do Alvará serviços deve fazer a inscrição no
de Funcionamento; Cadastro Fiscal;
Deve ser feito na cidade onde a O registro é realizado através da Rede
prestação de serviços irá acontecer; Nacional para a Simplificação do
É fornecido um número de inscrição Registro e da Legalização de Empresas
municipal por meio do qual é possível: e Negócios - REDESIM e deverá ser
- emissão de nota fiscal; requerido no endereço
- enquadramento no Simples Nacional; www.redesim.gov.br;
- solicitação de Alvará de Funcionamento; São necessários os seguintes
Para a liberação do Alvará de documentos: Consulta Prévia de
Funcionamento, da Vigilância Viabilidade (CPV), contrato social,
Sanitária e do Corpo de Bombeiros, é Documento Básico de Entrada (DBE)
necessário o número da inscrição ou protocolo de transmissão da Ficha
municipal. Cadastral de Pessoa Jurídica (FCPJ)
quando transmitido através de
Os procedimentos para o registro na certificação digital.
Prefeitura podem ser diferentes em cada
município. A esse respeito, trouxe o Após essas etapas, é possível fazer o
exemplo de Curitiba que trata do assunto cadastro para emissão de nota fiscal,
1 2
no Decreto Municipal n.º 1.641/2021: obrigatória para quem presta serviços.

Referências
1 CURITIBA. Decreto Municipal n.º 1.641, de 04 de outubro de 2021. Dispõe sobre a inscrição, alteração e baixa no Cadastro Fiscal,
sobre as situações do cadastro e do alvará, sobre a expedição do Alvará de Licença para Localização de Pessoas Jurídicas, através do
Cadastro Sincronizado Nacional e da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios -
REDESIM, de profissionais autônomos e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Curitiba, PR, de 15/10/2021. Disponível
em: <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=421846>. Acesso em: 21/10/2021.
2 CURITIBA. ISS Curitiba - Acesso ao Sistema. Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/iss-curitiba-acesso-ao-
sistema/621>. Acesso em: 21/10/2021.

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REGISTRO NA PREFEITURA

Adiante, acrescentei algumas deferências Importante 1!


sobre a nota fiscal. Entre em contato com a Prefeitura de seu
município para obter mais informações.
Nota fiscal
Importante 2!
1
Sobre a nota fiscal: No decorrer deste estudo, foi visto que
A Nota Fiscal de Serviços eletrônica uma Clínica ou Consultório de
(NFS-e) é um documento digital que Enfermagem tem diversas obrigações com
objetiva registrar as operações de relação a impostos federais, estaduais e
prestação de serviços; municipais. Existem particularidades em
É gerada e armazenada relação a eles e, para que não ocorram
eletronicamente pela Receita Federal, recolhimentos a mais ou a menos, o
por prefeituras ou por outra entidade auxílio de um profissional contador pode
conveniada. ser fundamental.

Anotações
Em Curitiba, há o Programa Nota
Curitibana que estimula as pessoas a
pedirem nota fiscal quando adquirem um
serviço relacionado ao Imposto Sobre
Serviços (ISS). O Nota Curitibana
possibilita a participação dos
consumidores em sorteios mensais de
prêmios, permite abater até 50% do valor
anual do Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU) e possibilita a indicação de
entidades sociais sem fins lucrativos para
serem beneficiadas com prêmios em
2
dinheiro.

Referências
1 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL. NFS-e. Disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/488>. Acesso em:
22/10/2021.
2 CURITIBA. ISS Curitiba - Acesso ao Sistema. Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/iss-curitiba-acesso-ao-
sistema/621>. Acesso em: 21/10/2021.

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LICENÇA DO CORPO DE BOMBEIROS

A Licença dos Bombeiros é outro documento que sua Clínica ou Consultório


precisa ter para funcionar regularmente. A seguir, foram destacadas as
orientações do Corpo de Bombeiros do Paraná, que são similares nos diversos
Estados. Para saber mais, entre em contato com a Corporação da sua
localidade.

1
Sobre a Licença do Corpo de Bombeiros: - o licenciamento é emitido após
É uma autorização para o uso das verificação das normas do Corpo de
edificações e para o funcionamento Bombeiros;
dos estabelecimentos; Para saber se é caso de licenciamento
Há duas formas para se obter a simplificado ou de vistoria, verifique
licença: processo de licenciamento com o Corpo de Bombeiros da sua
simplificado ou de vistoria; localidade;
Processo de licenciamento No Paraná, o processo de
simplificado: licenciamento simplificado cabe para
- para edificação ou estabelecimento edificações e estabelecimentos com as
classificado como médio risco; seguintes características:
- não necessita da vistoria do Corpo de - não possuir área superior a 1.000 m²;
Bombeiros; - não possuir mais de 2 pavimentos;
- o licenciamento é emitido automatica- - não possuir mais de 1 subsolo e, caso
mente após a confirmação do pagamento possua, que seja destinado a
da taxa; estacionamento;
- o responsável deverá declarar que a - não possuir capacidade de público
edificação ou estabelecimento está em superior a 100 pessoas;
conformidade com as normas do Corpo de - não utilizar mais de 250 litros de líquido
Bombeiros; inflamável ou combustível;
Processo de vistoria: - não utilizar mais de 3 recipientes de 13 kg
- para edificação ou estabelecimento de GLP (P-13) ou central de GLP com mais
classificado como alto risco; de 190 kg de GLP, vedada a utilização de
- necessita da vistoria do Corpo de recipientes com capacidade inferior a 45
Bombeiros; kg de GLP (P-45);

Referência
1 CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ. Disponível em: <https://www.bombeiros.pr.gov.br>. Acesso em: 25/10/2021.

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LICENÇA DO CORPO DE BOMBEIROS

- não utilizar, comercializar, manipular ou Exemplos de medidas de prevenção e


armazenar produtos perigosos à saúde combate a incêndios: extintores,
humana, ao meio ambiente ou ao iluminação, sinalização e saídas de
patrimônio; emergência, hidrantes, detecção e
- não ter atividade econômica (CNAE) alarme de incêndio, brigada etc.
classificada como alto risco, conforme
anexo da Portaria n.º 067; Atenção!
- estabelecimentos localizados no interior Se o seu espaço estiver localizado em um
de uma edificação licenciada (por prédio comercial, solicite à administração
exemplo, uma loja dentro de um centro cópia da Licença e confirme com o Corpo
comercial) também serão submetidos ao de Bombeiros se é necessária uma licença
processo de licenciamento simplificado; específica para sua Clínica ou Consultório.
Os estabelecimentos e edificações que
não possuírem as características para Sempre examine com a Corporação de sua
o processo simplificado, serão localidade os requisitos para a Licença,
submetidos ao processo de vistoria; pois podem ocorrer alterações de um
Certificado de Licenciamento do Estado para outro.
Corpo de Bombeiros (CLCB): para
edificações e estabelecimentos de
médio risco;
Anotações
Auto de Vistoria do Corpo de
Bombeiros (AVCB): para
estabelecimentos e edificações de alto
risco;
Validade do documento: um ano,
porém consulte a legislação de seu
Estado;
São fiscalizadas as medidas de
prevenção e combate a incêndio e a
desastres com o objetivo de proteger a
vida das pessoas e reduzir danos ao
meio ambiente e ao patrimônio;

Referência
1 CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ. Disponível em: <https://www.bombeiros.pr.gov.br>. Acesso em: 25/10/2021.

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LIMPEZA DA CAIXA D'ÁGUA

A qualidade da água consumida é uma questão de saúde pública. Isso posto, a


Clínica ou Consultório deve manter uma rotina de limpeza da caixa d'água e o
seu comprovante para fins de fiscalização.

A vigilância da qualidade da água é tratada Os Estados e municípios podem


na Portaria de Consolidação n.º 5/2017,1 do estabelecer mais normas sobre a vigilância
Ministério da Saúde, que coloca: da qualidade da água.
A vigilância da qualidade da água para
consumo humano compreende um De acordo com a RDC n.º 63/2011,2 que
conjunto de ações adotadas pela dispõe sobre os Requisitos de Boas
autoridade de saúde pública para Práticas de Funcionamento para os
verificar o atendimento às normas e Serviços de Saúde, a limpeza da caixa
avaliar se a água consumida pela d'água deve ser feita a cada seis meses.
população apresenta risco à saúde;
3
Água para consumo humano: água No Paraná, o Decreto n.º 5.711/2002
potável destinada à ingestão, estabelece que os reservatórios devem ser
preparação de alimentos e à higiene limpos a cada seis meses por empresas
pessoal; cadastradas e licenciadas pela autoridade
Água potável: atende ao padrão de sanitária, com responsável técnico
potabilidade estabelecido na Portaria e devidamente habilitado.
não ofereça riscos à saúde;
Padrão de potabilidade: valores Se o seu Consultório ou Clínica estiver
permitidos para os parâmetros da instalado num prédio comercial, pode ser
qualidade da água para consumo solicitado à administração o comprovante
humano; de limpeza da caixa d'água.

Referências
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria de Consolidação n.º 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os
serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html>. Acesso em: 22/10/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL D VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada -RDC n.º 63, de 25 de novembro de 2011.
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/rdc0063_25_11_2011.html>. Acesso em: 22/10/2021.
3 PARANÁ. Decreto n.º 5.711, de 23 de maio de 2002. Aprovado o Regulamento da organização e funcionamento do Sistema Único de
Saúde no Estado do Paraná - SUS. Disponível em: <https://leisestaduais.com.br/pr/decreto-n-5711-2002-parana-aprovado-o-
regulamento-da-organizacao-e-funcionamento-do-sistema-unico-de-saude-no-estado-do-parana-sus>. Acesso em: 22/10/2021.

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CERTIFICADO DE DEDETIZAÇÃO

A dedetização do espaço físico é outro Não é permitido comer ou guardar


aspecto observado pela Vigilância alimentos nos locais destinados à
1 2
Sanitária. Sobre ela, a RDC n.º 52/2009: execução de procedimentos de saúde.
Dedetização é um conjunto de ações
preventivas e corretivas de 1
Certificado de dedetização deve conter:
monitoramento e/ou aplicação visando
- nome do cliente e endereço do imóvel;
impedir que vetores e pragas urbanas
- praga alvo;
se instalem ou reproduzam no
- data de execução dos serviços;
ambiente;
- prazo de assistência técnica, escrito
Pragas urbanas são animais que
por extenso;
infestam ambientes urbanos podendo
- grupo químico do produto utilizado,
causar agravos à saúde e prejuízos
nome e concentração de uso do produto;
econômicos;
- outras orientações pertinentes;
Vetores são artrópodes ou outros
- nome do responsável técnico com o
invertebrados que podem transmitir
número do seu registro no conselho
infecções, por meio de carreamento
profissional correspondente;
externo (transmissão passiva ou
- número do telefone do Centro de
mecânica) ou interno (transmissão
Informação Toxicológica;
biológica) de microrganismos;
- identificação da empresa especializada
Além do comprovante da dedetização,
prestadora do serviço com: razão social,
a Vigilância Sanitária pode solicitar a
nome fantasia, endereço, telefone e
Licença Sanitária do estabelecimento
números das licenças sanitária e
contratado para o serviço.
ambiental com seus respectivos prazos
de validade.
De acordo com a RDC n.º 63/2011,2 o serviço
de saúde deve garantir ações de controle de
vetores e pragas urbanas.

Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 52, de 22 de outubro de 2009.
Dispõe sobre o funcionamento de empresas especializadas na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas e dá outras
providências. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0052_22_10_2009.html>. Acesso em:
22/10/2021.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada -RDC n.º 63, de 25 de novembro de 2011.
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/rdc0063_25_11_2011.html>. Acesso em: 22/10/2021.

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RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Mais uma etapa imprescindível: obter a responsabilidade técnica no Conselho


Regional de Enfermagem (Coren). O responsável técnico é um dos requisitos
exigidos pela Vigilância Sanitária, o que nos leva à conclusão de que a
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deve ser requerida ao Coren
antes do Alvará Sanitário. Apesar disso, verificamos alguns óbices na prática.

A responsabilidade técnica é objeto da E, como funciona para as Clínicas e


1
Resolução Cofen n.º 509/2016, que traz: Consultórios de Enfermagem? A
2
Enfermeiro Responsável Técnico Resolução Cofen n.º 568/2018, que trata de
(ERT): profissional de Enfermagem de Clínicas e Consultórios de Enfermagem,
nível superior, que tem sob sua estabelece que:
responsabilidade o planejamento, Clínicas de Enfermagem devem ter
organização, direção, coordenação, ERT e a CRT;
execução e avaliação dos serviços de Clínicas estão isentas do pagamento
Enfermagem; de taxa de ART e CRT;
Anotação de Responsabilidade Técnica Consultórios não necessitam de CRT.
(ART): ato administrativo decorrente
do poder de polícia vinculado no qual o Quais as possíveis dificuldades?
Coren concede licença ao ERT para
atuar entre o Serviço de Enfermagem Uma determinação da Vigilância Sanitária
da empresa/instituição e o Conselho; é que a Clínica e o Consultório tenham
Certidão de Responsabilidade Técnica ERT e, em alguns municípios, é solicitada
(CRT): documento emitido pelo Coren a CRT emitida pelo Conselho, não basta
que materializa o ato administrativo informar quem é o profissional
de concessão de ART; responsável técnico.
Toda empresa/instituição, onde
houver serviços/ensino de Isso ocorre, por exemplo, no Paraná, com
Enfermagem, deve ter a CRT. os Enfermeiros que atuam na área da Es-
m
Referências
1 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 0509/2016, de 15 de março de 2016. Atualiza a norma técnica para
Anotação de Responsabilidade Técnica pelo Serviço de Enfermagem e define as atribuições do enfermeiro Responsável Técnico.
Diário Oficial da União, DF, de 16/03/2016, p. 66.
2 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568/2018, de 09 de fevereiro de 2018. Aprova o Regulamento dos
Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União, DF, de 20/02/2018, p. 61.

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RESPONSABILIDADE TÉCNICA

tética. De acordo com a Nota Técnica n.º [...]


1
001/2018 SESA-PR: 2) profissionais habilitados para a prestação do
serviço e responsável técnico. O certificado de
"[...] temos a esclarecer que atualmente os qualificação profissional e de
profissionais que podem atuar na área de responsabilidade técnica, com exceção dos
estética e que podem possuir responsabilidade tecnólogos em estética e cosmetologia, devem se
técnica nesses estabelecimentos de interesse à encontrar em local visível; [grifo meu]
saúde são:
[...] Essas discrepâncias se tornam um círculo
- Enfermeiro(a): desde que com especialização vicioso. Para a emissão da Licença
em Enfermagem Dermatológica e Estética Sanitária, é exigida a CRT. E, para a sua
(RESOLUÇÃO COFEN Nº 389/2011, liberação, pode ser solicitada a Licença
RESOLUÇÃO COFEN Nº 0529/2016). Podem Sanitária do local. Na prática, essa
ter responsabilidade técnica certificada pelo questão tem se resolvido sem maiores
respectivo conselho por meio da RESOLUÇÃO problemas em grande parte dos
Nº 0509/2016 e realizar procedimentos, municípios.
inclusive invasivos e uso de equipamentos
segundo a RESOLUÇÃO COFEN Nº Outra observação, mesmo que se trate de
0529/2016." [grifo meu] Consultório, a Vigilância Sanitária pode
exigir a CRT. É possível que o Enfermeiro
E, para a liberação da Licença Sanitária encontre certa dificuldade ao solicitá-la
para esses estabelecimentos, é necessária a em se tratando de Consultório, já que o
1
a apresentação da CRT: mesmo está dispensado do documento
pelo Conselho. Lembre-se que a Resolução
"Nessa lógica, tanto para a liberação como para Cofen n.º 568/2018 não a proíbe para o
a renovação de licença sanitária destes serviços, Consultório e que o Enfermeiro pode ser o
é essencial que, além das normas descritas nas responsável técnico de sua Clínica ou
Seções II, VI e VII do Capítulo V – dos Consultório.
Estabelecimentos de Interesse à Saúde - do
Código de Saúde do Paraná (Lei nº 13.331/2001),
verificar:

Referência
1 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ. Nota Técnica n.º 001/2018: orientações referentes à serviços de Estética.
Disponível em: <https://crf-pr.org.br/noticia/visualizar/7870>. Acesso em: 04/11/2021.

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MANUAL DE NORMAS E ROTINAS

Sua Clínica ou Consultório, igualmente, deve possuir Manual de Normas e


Rotinas. Todo o funcionamento do local deve estar devidamente descrito.
Inclusive, essa documentação pode ser objeto de fiscalização da Vigilância
Sanitária e do Conselho Regional de Enfermagem.

As normas e rotinas de Enfermagem são - Rotinas de biossegurança;


um conjunto de regras e instruções - Rotina de lavagem das mãos;
técnicas para a organização da assistência, - Rotina de limpeza de superfícies;
incluindo a definição de procedimentos, - Rotina de manipulação, preparo e enca-
métodos, organização e execução de minhamento de material contaminado;
1
tarefas específicas. - Rotina de limpeza, desinfecção e esterili-
zação;
Exemplos de documentos para estarem no - Organização do ambiente;
Manual de Normas e Rotinas: - Organização da rouparia;
- Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; - Situações de urgência e emergência.
- Contrato de Prestação de Serviços com
terceiros;
- Manuais de equipamentos;
- Alvará Sanitário;
Anotações
- Licença do Corpo de Bombeiros;
- Comprovante de limpeza da caixa d'água;
- Comprovante de dedetização;
- Licença Sanitária;
- Certidão de Responsabilidade Técnica;
- Comprovante de Manutenção de Equipa-
mentos;
- Carteira de vacinação dos profissionais;

Referência
1 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE ALAGOAS. Manual para elaboração de Regimento Interno, Normas, Rotinas e
Protocolos Operacionais Padrão (POP) para a assistência de Enfermagem. 2018. Disponível em:
<https://cofenplay.com.br/formularios-escalas-enfermagem/arquivos/manual-de-normas-e-rotinas-de-protocolos-operacionais-
padrao-al.pdf>. Acesso em: 04/11/2021.

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MANUAL DE PROCEDIMENTO
OPERACIONAL PADRÃO

Outro documento primordial que os profissionais Enfermeiros estão


habituados a confeccionar. Todos os procedimentos que serão realizados na
Clínica ou Consultório devem estar pormenorizados no Manual de
Procedimento Operacional Padrão que, também, pode ser inspecionado.

O Manual de Procedimento Operacional - Resultados;


Padrão (POP) contém a descrição de - Ações corretivas;
técnicas e procedimentos relacionados ao - Data;
cuidado do paciente e, além disso, é uma - Data de revisão;
1
ferramenta de gestão de qualidade. - Referências atuais e confiáveis;
- Responsável pela elaboração.
Como dito, todos os procedimentos
deverão ser detalhados. Dois aspectos a Exemplos de POP:
serem considerados, o POP deve - Cateterização vesical;
representar a realidade do profissional e - Realização de curativo;
estar em consonância com as evidências - Aferição de sinais vitais;
científicas. - Carboxiterapia;
- Verificação de sinais vitais;
Elementos de um POP: - Ordenha manual de mamas;
- Nome e número do POP; - Verificação de glicemia capilar;
- Objetivo; - Administração de dieta enteral;
- Local de aplicação; - Exame preventivo de colo de útero;
- Executores; - Entre outros.
- Competência de cada executor;
- Material necessário;
- Descrição de todos os passos do procedi-
mento;

Referência
1 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MARIA APARECIDA PEDROSSIAN – HUMAP. POP: Manual de Procedimento Operacional Padrão do
Serviço de Enfermagem – HUMAP/EBSERH. Comissão de Revisão dos POPs versão 1.1 - 2016-2017. Coordenado por José Wellington
Cunha Nunes – Campo Grande/MS. 2016, 480p. Disponível em: <http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-
content/uploads/2020/09/manual-procedimento-operacional-padrao-servico-enfermagem.pdf>. Acesso em: 18/11/2021.

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LICENÇA SANITÁRIA

A Licença Sanitária é fundamental para o funcionamento regular da Clínica ou


Consultório de Enfermagem e, para consegui-la, é necessário cumprir todos os
passos que foram estudados até aqui.

A Licença Sanitária é o documento tas à fiscalização posterior.


fornecido pela Vigilância que habilita a Nível de Risco II - médio risco: atividades
operação de uma atividade específica. Para econômicas cuja vistoria é posterior ao
fornecê-la, a Vigilância Sanitária verifica início do funcionamento da empresa,
se estão sendo cumpridos alguns sendo que para essas atividades será
requisitos que, por sua vez, obedecem a emitido licenciamento sanitário
uma classificação de grau de risco da provisório.
atividade que se deseja realizar.1 Nível de Risco III - alto risco: as atividades
econômicas que exigem vistoria prévia e
Grau de risco: nível de perigo potencial licenciamento sanitário antes do início do
para a ocorrência de danos à integridade funcionamento da empresa.
física e à saúde humana em razão do
exercício de atividade econômica.1 Atenção!
Para saber qual o nível de risco de sua
Os níveis de risco constam na RDC n.º atividade, verifique nos Anexos da
2
418/2020: Instrução Normativa n.º 66/2020, da
Nível de risco I - baixo risco: atividades Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
econômicas que para seu funcionamento que fez a correlação do grau de risco de
não precisam de vistoria prévia e emissão uma atividade com o CNAE. A seguir, há
de licenciamento sanitário, ficando sujei- alguns exemplos.
ttt
Referências
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Anvisa/MS n.° 153, de 26 de abril de
2017. Dispõe sobre a Classificação do Grau de Risco para as atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária, para fins de
licenciamento, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 27/04/2017.
2 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 418, de 1º de setembro de 2020.
Altera a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 153, de 26 de abril de 2017, que dispõe sobre a classificação do grau de risco para as
atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária, para fins de licenciamento, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, de 01/09/2020, Seção 1 - Extra, p. 8.

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RELAÇÃO PARCIAL DE ATIVIDADES
DA CNAE DE ALTO RISCO
1
Anexo I - Relação das atividades da CNAE de nível de risco III (alto risco)

CÓDIGO CNAE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE - NÍVEL DE RISCO III


8610-1/01 Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades
para atendimento a urgências
8610-1/02 Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares
para atendimento a urgências
8621-6/01 UTI móvel
8621-6/02 Serviços móveis de atendimento a urgências, exceto por UTI móvel
8630-5/02 Atividade médica ambulatorial com recursos para realização de exames
complementares
8630-5/04 Atividade odontológica
8630-5/06 Serviços de vacinação e imunização humana
8630-5/07 Atividades de reprodução humana assistida
8690-9/02 Atividades de banco de leite humano
8711-5/01 Clínicas e residências geriátricas
8711-5/02 Instituições de longa permanência para idosos
8711-5/03 Atividades de assistência a deficientes físicos, imunodeprimidos e
convalescentes
8712-3/00 Atividades de fornecimento de infra-estrutura de apoio e assistência a
paciente no domicílio
8720-4/99 Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de
distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química não
especificadas anteriormente
9609-2/06 Serviços de tatuagem e colocação de piercing
Obs.: Anexo parcial
Anvisa, 2020

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução Normativa - IN n.º 66, de 1º de setembro de 2020. Estabelece a lista
de Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE de atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária por grau de risco
e dependente de informação para fins de licenciamento sanitário, conforme previsto no parágrafo único do art. 6º da Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC n.º 153, de 26 de abril de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 01/09/2020, Seção 1 - Extra, p. 8.

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RELAÇÃO PARCIAL DE ATIVIDADES
DA CNAE DE MÉDIO RISCO

Anexo II- Relação das atividades da CNAE de nível de risco II


(médio risco)1
CÓDIGO CNAE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE - NÍVEL DE RISCO II
8622-4/00 Serviços de remoção de pacientes, exceto os serviços móveis de
atendimento a urgências
8650-0/02 Atividades de profissionais da nutrição
8650-0/03 Atividades de psicologia e psicanálise
8650-0/04 Atividades de fisioterapia
8650-0/05 Atividades de terapia ocupacional
8650-0/06 Atividades de fonoaudiologia
8690-9/01 Atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana
8690-9/03 Atividades de acupuntura
8690-9/04 Atividades de podologia
8711-5/04 Centros de apoio a pacientes com câncer e com AIDS
9313-1/00 Atividades de condicionamento físico
Obs.: Anexo parcial
Anvisa, 2020

Como você verificou, não coloquei todas as atividades previstas nos Anexos da
Instrução Normativa n.º 66/2020, apenas algumas das que estão relacionadas
à area da saúde e de interesse à saúde que possam interessar ao Enfermeiro.

Você não encontrou sua atividade em nenhum desses Anexos? Então, será
necessário analisar o Anexo III - Risco Dependente de Informação. Este Anexo
traz algumas atividades classificadas como médio ou alto risco e, para saber
em qual deles é o enquadramento, é necessário fazer uma pergunta.
Complicado? Veja o passo a passo a seguir.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução Normativa - IN n.º 66, de 1º de setembro de 2020. Estabelece a lista
de Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE de atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária por grau de risco
e dependente de informação para fins de licenciamento sanitário, conforme previsto no parágrafo único do art. 6º da Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC n.º 153, de 26 de abril de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 01/09/2020, Seção 1 - Extra, p. 8.

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RISCO DEPENDENTE
DE INFORMAÇÃO

Passo 1
A atividade que você pretende realizar não se encontra nos Anexos I ou II?
Então, procure no Anexo III aqui abaixo (é um anexo parcial).
1
Anexo III - Risco dependente de informação
CÓDIGO CNAE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE PERGUNTA PARA
DEFINIR RISCO
8630-5/03 Atividade médica ambulatorial restrita a consultas 46
8630-5/99 Atividades de atenção ambulatorial não especifica- 46
das anteriormente
8650-0/01 Atividades de enfermagem 46
8650-0/99 Atividades de profissionais da área de saúde não 46
especificadas anteriormente
8690-9/99 Outras atividades de atenção à saúde humana não 46
especificadas anteriormente
9602-5/02 Atividades de estética e outros serviços de cuidados 46
com a beleza
9609-2/99 Outras atividades de serviços pessoais 46
Obs.: Anexo parcial
Anvisa, 2020

Duas atividades foram destacadas e, ao lado delas, está o número 46. Este é o número da
pergunta que você deverá fazer para saber se a sua atividade é de médio ou de alto risco.

Onde se encontra essa pergunta 46 e as demais? No Anexo IV da Instrução Normativa n.º


66/2020. Veja na página seguinte.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução Normativa - IN n.º 66, de 1º de setembro de 2020. Estabelece a lista
de Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE de atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária por grau de risco
e dependente de informação para fins de licenciamento sanitário, conforme previsto no parágrafo único do art. 6º da Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC n.º 153, de 26 de abril de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 01/09/2020, Seção:1 - Extra, p. 8.

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RISCO DEPENDENTE
DE INFORMAÇÃO

Passo 2
Abaixo estão algumas perguntas que fazem parte do Anexo IV (perguntas necessárias para
determinar o risco da atividade), com destaque para a pergunta 46.
1
Anexo IV- Perguntas necessárias para determinar o risco do Anexo III
Perguntas necessárias para determinar o risco do Anexo III
1 O resultado do exercício da atividade econômica será diferente de produto artesanal?
2 O produto fabricado será comestível?
43 Haverá a prestação de serviços de esterilização através de óxido de etileno (E.T.O) ou
radiação ionizante?
44 Haverá a prestação de serviços de eliminação de micro-organismos nocivos por meio de
esterilização em equipamentos médico-hospitalares e/ou outros?
46 Haverá no exercício da atividade a realização de procedimentos invasivos?
Obs.: Anexo parcial
Anvisa, 2020

Pergunta 46 "Haverá no exercício da atividade a realização de procedimentos invasivos?".


1
Se a sua resposta for "sim", a atividade realizada será considerada como de alto risco.
1
Se a reposta for "não", será enquadrada como atividade de médio risco.

Atenção 1!
Se você exercer atividades com diferentes níveis de risco, 0 enquadramento se dará no nível
de risco mais elevado.1

Atenção 2!
2
A Resolução CGSIM n.º 62/2010, do Ministério da Economia, também, dispõe sobre a
classificação de risco das atividades econômicas sujeitas à Vigilância Sanitária.
Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução Normativa - IN n.º 66, de 1º de setembro de 2020. Estabelece a lista
de Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE de atividades econômicas sujeitas à vigilância sanitária por grau de risco
e dependente de informação para fins de licenciamento sanitário, conforme previsto no parágrafo único do art. 6º da Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC n.º 153, de 26 de abril de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 01/09/2020, Seção 1 - Extra, p. 8.
2 MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital/Secretaria de Governo
Digital/Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios. Resolução
CGSIM n.º 62, de 20 de novembro de 2020. Dispõe sobre a classificação de risco das atividades econômicas sujeitas à vigilância
sanitária e as diretrizes gerais para o licenciamento sanitário pelos órgãos de vigilância sanitária dos Estados, Distrito Federal e
Municípios e altera a Resolução CGSIM n.º 55, de 23/março/2020. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 23/11/2020, Seção 1, p. 8.

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Mapa do Conteúdo

NÍVEL DE RISCO DAS ATIVIDADES

NÍVEL DE RISCO I NÍVEL DE RISCO II NÍVEL DE RISCO III


BAIXO RISCO MÉDIO RISCO ALTO RISCO

Não depende de vistoria Não depende de vistoria Depende de vistoria prévia


prévia da Vigilância prévia da Vigilância da Vigilância Sanitária e
Sanitária e nem de Licença Sanitária, mas é necessária Licença Sanitária para
Sanitária. A fiscalização a emissão de Licença funcionar.
pode ser posterior. provisória.

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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

A Vigilância Sanitária de cada município segue um roteiro nas inspeções de


Clínicas e Consultórios de Enfermagem. Muitos dos itens são os mesmos,
porém é possível encontrarmos algumas diferenças. A seguir, segue um
modelo de roteiro baseado em documentos de diferentes Vigilâncias
1-7
Sanitárias.

SIM NÃO
Possui área física de acordo com RDC n.° 50/2002?
Possui localização de fácil acesso?
Inexistência de vínculo do estabelecimento com residência?
Possui teto íntegro/fácil limpeza e desinfecção?
Possui paredes íntegras/fácil limpeza e desinfecção?
Possui piso liso, íntegro, durável, impermeável, lavável e resistentes às
soluções desinfetantes?
Possui qual tipo de ventilação?
( ) ventilação artificial ( ) ar condicionado ( ) ventilação natural (janela
com aberturas teladas)
As instalações elétricas visíveis estão em bom estado de conservação?
Instalações elétricas embutidas ou protegidas por calhas ou canaletas
externas ?
A rede de esgoto está ligada à rede oficial e se encontra em perfeitas
condições de funcionamento?
Possui ralos sifonados, dotados de dispositivos que impeçam a entrada de
vetores e em perfeito estado de conservação e funcionamento?
As dimensões das diversas áreas são compatíveis com as atividades
realizadas?
As dimensões das diversas áreas permitem um fluxo racional de
operacionalização?
Possui condições de segurança contra incêndio contendo todos os itens
necessários?
( ) Lâmpada de emergência ( ) Sinalização de orientação e segurança
( ) Identificação das saídas de emergência ( ) Tomadas 110v e 220v aterra-

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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

SIM NÃO
das e identificadas
Possui acesso a portadores de necessidades especiais?
Possui iluminação adequada?
A unidade possui Depósito de Material de Limpeza?
( ) Tanque ( ) Bancada de material de fácil limpeza e desinfecção
( ) Local para guarda de materiais de fácil limpeza e desinfecção
O Depósito de Material de Limpeza oferece condições de higienização das
mãos, contendo todos os itens necessários?
( ) Lavatório ( ) Dispensador com sabão líquido ( ) Suporte com papel
toalha ( ) Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal
Na sala de utilidades, o mobiliário e outros elementos são constituídos de
material de fácil limpeza e desinfecção, contém todos os itens
necessários?
( ) Armário para guarda de material limpo e desinfetado ( ) Bancada com
pia ( ) Dispensador com sabão líquido ( ) Suporte com papel toalha ( )
Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal ( ) Lixeira
com saco plástico branco leitoso e tampa de acionamento por pedal
( ) Recipiente rígido para descarte de material perfurocortante ( ) Pia de
despejo ( ) Registro de manutenção preventiva e corretiva de
equipamentos de esterilização (autoclave) ( ) EPI's (luvas de borracha,
luvas de látex, botas de borracha, máscaras, avental, gorro) ( ) Recipientes
plásticos com tampa para lavagem e desinfecção dos instrumentais
( ) Registro diário da esterilização com data, quantidade, hora de início e
término, temperatura e assinatura do responsável ( ) Realiza monitora-
mento microbiológico ( ) Realiza monitoramento químico através de fita
química externa
O sanitário oferece condições de higienização e antissepsia das mãos,
contendo os itens abaixo?
( ) Lavatório ( ) Suporte com papel toalha ( ) Dispensador com sabão
líquido ( ) Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal
( ) Papel higiênico
Possui copa com os seguintes itens:

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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

SIM NÃO
( ) Ambiente limpo ( ) Pia em bom estado de conservação ( ) Armários
para guarda de alimentos ( ) Armários para guarda de utensílios
( ) Paredes pisos e tetos em bom estado de conservação e limpeza
( ) Existe geladeira no local, só para alimentos
A unidade possui condições de higienização e antissepsia das mãos,
contendo todos os itens necessários?
( ) Lavatório ( ) Torneira acionada sem o comando das mãos
( ) Dispensador com sabão líquido ( ) Suporte com papel toalha
( ) Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal, canto
arredondado, impermeável?
A unidade possui mobiliário e outros elementos constituídos de material
de fácil limpeza e desinfecção, contendo todos os itens?
( ) Armário para guarda de material esterilizado e de medicamentos
( ) Bancada com pia ( ) Recipiente rígido para descarte de material
perfurocortante ( ) Lixeira com saco plástico branco leitoso e tampa de
acionamento por pedal
Possui local para guarda de roupas?
Armário para guarda de roupas é de fácil limpeza e desinfecção?
A sala de atendimentos possui os seguintes itens?
( ) Lavatório ( ) Torneira acionada sem o comando das mãos ( )
Dispensador com sabão líquido ( ) Suporte com papel toalha ( ) Cartaz
com os 5 momentos para higienização das mãos ( ) Lixeira com saco
plástico e tampa de acionamento por pedal
Possui condições especiais de armazenamento para guarda de
medicamentos? ( ) Geladeira exclusiva ( ) Tomada exclusiva para a
geladeira ( ) Termômetro de máxima e mínima na geladeira ( ) Registro
de limpeza e temperatura da geladeira
A unidade possui guarda de medicamentos e material hospitalar em local
exclusivo isento de umidade, de fácil limpeza e desinfecção?
Existe controle do estoque, bem como prazo de validade referente às
medicações armazenadas na unidade?
Todos os produtos químicos utilizados nos procedimentos do

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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

SIM NÃO
estabelecimento possuem instruções de uso em língua portuguesa e
registro no Ministério/Anvisa?
Produtos manipulados, de uso individual, estão devidamente identificados
com o nome do cliente?
As almotolias contendo soluções são identificadas com: tipo de solução,
data do envase e validade após o envase?
A unidade realiza armazenamento e acondicionamento de material
hospitalar e de instrumental contendo todos os itens necessários?
( ) Embalagem íntegra ( ) Embalagem com identificação e com prazo de
validade de esterilização
A unidade realiza controle de prazo de validade do material hospitalar?
Foram encontrados produtos artesanais?
Os produtos para a saúde como equipamentos, aparelhos, correlatos e
saneantes estão regularizados na Anvisa?
O estabelecimento está livre de pragas, insetos, roedores e de condições
que propiciem abrigo e criatório de animais prejudiciais à saúde?
É respeitada a proibição de não comer ou guardar alimentos nos pontos de
assistência e tratamento?
O estabelecimento está em boas condições de organização e limpeza, sem
materiais alheios à atividade e em desuso?
É feita a segregação dos resíduos no local e momento de sua geração?
Possui Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS)?
A unidade possui descarte de resíduos sólidos e perfurocortantes em
conformidade com PGRSS?
Possui abrigo de resíduos fechado?
O armazenamento externo de resíduos é realizado em ambiente exclusivo
(abrigo de resíduos), com acesso externo facilitado à coleta?
Armazenamento externo: construção de alvenaria, piso, parede e teto
revestidos de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização, e
dimensão de acordo com o volume de resíduos gerados e com a
periodicidade de coleta?
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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

SIM NÃO
Há contrato de prestação de serviços de coleta e transporte externos da
empresa legalmente licenciada para o transporte/destino final dos resíduos
de serviços de saúde?
Possui Manual de Normas e Rotinas de todos os seus processos de
trabalho, contendo a descrição de todas as suas atividades técnicas,
administrativas e assistenciais, responsabilidades e competências?
É realizada e há registros de manutenção preventiva e corretiva dos
equipamentos?
Apresentou registro de manutenção periódica dos equipamentos e
componentes do sistema de climatização?
Possui comprovante de higienização dos reservatórios de água com
intervalo máximo de seis meses?
Possui placa indicativa de proibição de fumar?
Possui Procedimentos Operacionais Padrão (POP´s) atualizados e
disponíveis para consulta?
Possui equipamentos de proteção individual (EPI) em quantidade
suficiente para a demanda do serviço, contendo todos os itens necessários?
( ) Óculos ( ) Luvas de procedimentos ( ) Máscaras ( ) Avental ( ) Gorro
Possui o protocolo de higienização das mãos implantado?
Possui Responsável Técnico, profissional de nível superior na área da
saúde, regularmente inscrito no Conselho Regional competente?
O Responsável Técnico está presente durante o horário de funcionamento
do local?
Os funcionários são submetidos a exames médicos e laboratoriais
admissionais e periódicos?
Profissionais com carteira de vacinação em dia?
Profissionais utilizam sapato fechado?
As atividades constantes na Ficha de Inscrição Cadastral coincidem com as
atividades exercidas ou em condições de serem exercidas no local?
O pessoal responsável por procedimentos está devidamente habilitado?
Disponibilidade de álcool gel 70% para clientes?
É realizada a aferição de temperatura de clientes?
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INSPEÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

SIM NÃO
Existe distanciamento adequado?
Há orientação, por escrito, quanto ao uso obrigatório de máscara?
Há máscaras disponíveis?
A guarda e o preenchimento do prontuário obedecem às normas vigentes
quanto à: confidencialidade e integridade, local seguro, boas condições de
conservação e organização, legibilidade e com carimbo e assinatura (em
meio físico)?
Referências
1 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Superintendência de Vigilância
Sanitária. Roteiro de Inspeção Sanitária em Unidade de Internação - Clínica Médica - Revisão Maio-2020.
2 PREFEITURA BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Saúde. Diretoria de Vigilância Sanitária. Roteiro de Inspeção para
atividades de consultório médico - VISA. Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-
governo/saude/676Roteiro%20de%20Inspe%C3%A7%C3%A3o%20de%20Consult%C3%B3rios%20M%C3%A9dicos%20-
%20VISA%20(3).pdf>. Acesso em: 02/11/2021.
3 PREFEITURA BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Saúde. Diretoria de Vigilância Sanitária. Roteiro de Inspeção de Clínica
de Estética e Cosmetologia - VISA. Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-
governo/saude/687Roteiro%20de%20Inspe%C3%A7%C3%A3o%20de%20Cl%C3%ADnica%20Est%C3%A9tica%20e%20Cosmetologia%20
-%20VISA%20(1).pdf>. Acesso em: 02/11/2021.
4 GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS. Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Vigilância à Saúde. Roteiro para Salões de
Belezas, Instituto de Beleza, Estética, Barbearias e similares. Disponível em: <http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2011-
12/salaobeleza.pdf>. Acesso em: 02/11/2021.
5 PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Secretaria Municipal da Saúde. Roteiro de Inspeção em Salão de Beleza, Serviços de
Podologia, Depilação e Estética. Disponível em: <http://multimidia.curitiba.pr.gov.br/2011/00088698.pdf>. Acesso em: 02/11/2021.
6 PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS RIOS. Roteiro de Inspeção para Clínica e Consultório Médico. Disponível em:
<https://covid19.tresrios.rj.gov.br/wp-content/uploads/2021/05/Roteiro-consulto%CC%81rio-e-cli%CC%81nica-me%CC%81dica.pdf>.
Acesso em: 02/11/2021.
7 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ. Secretaria da Saúde de São José. Roteiro de auto-inspeção para clínica médica com
procedimento cirúrgico ou invasivo. Disponível em:
<https://www.saojose.sc.gov.br/images/uploads/geral/18._Roteiro_de_Auto_Inspecao_para_Clinica_Medica_com_Procedimentos_I
nvasivos.pdf>. Acesso em: 02/11/2021.

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REGISTRO NO CONSELHO
REGIONAL DE ENFERMAGEM
Após providenciar toda essa documentação, será
necessário registrar a Clínica ou Consultório no
Conselho Regional de Enfermagem (Coren), uma
1
exigência da Resolução Cofen n.º 568/2018.

O registro é requerido ao Presidente do Conselho


1
Regional em formulário contendo:
- nome e número de inscrição no Coren do
Enfermeiro requerente;
- endereço completo do local;
- horário e dias de atendimento;
- comprovante de situação financeira perante o
Coren;
- cópia de comprovante de residência;
- cópia do Alvará de Funcionamento;

O modelo do Requerimento do cadastro consta nos


Anexos da Resolução n.º 568/20191 e da Resolução
Cofen n.º 606/2019.2

Referências
1 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 568/2018, de 09 de
2018. Aprova o Regulamento dos Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. Diário Oficial da União,
DF, de 20/02/2018, p. 61.
2 CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen n.º 606/2019, de 05 de abril de 2019. Inclui na
Resolução Cofen n° 568, de 9 de fevereiro de 2018, Anexos contendo modelo de Requerimento de Cadastro de
Consultório e de Clínicas de Enfermagem e modelo de Registro de Consultório e de Clínicas de Enfermagem, no
âmbito dos Conselhos Regionais de Enfermagem. Diário Oficial da União, DF, de 09/04/2019, Seção 1.

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Mapa do Conteúdo

REGISTRO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS


DE ENFERMAGEM NO COREN CONFORME
RESOLUÇÃO COFEN N.º 568/2018
CLÍNICA CONSULTÓRIO

Registro no Coren

Enfermeiro Responsável Técnico

Isenção pagamento ART e CRT

Registro como empresa

Autorização órgão sanitários

Isenção anuidades/emolumentos

Alvará de Funcionamento

Seguir RDC Anvisa n.º 50/2002

Quite com a situação financeira e cadastral no Coren

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CADASTRO NACIONAL DOS
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos Para saber como proceder e os
de Saúde (CNES) foi instituído pela documentos necessários, entre em contato
1
Portaria n.º 1.646/2015 do Ministério da com a Secretaria de Saúde de seu
Saúde, segundo a qual: município. Em Curitiba, por exemplo,
CNES é um documento público e exige-se a Licença Sanitária para efetivar o
sistema de informação oficial de cadastro.2
cadastramento de informações dos
estabelecimentos de saúde, seja Atenção 1!
Sistema Único de Saúde (SUS) ou não; Pessoas jurídicas e profissionais
Entre suas finalidades estão: autônomos devem realizar o cadastro no
- cadastrar e atualizar as informações CNES, desde que seu estabelecimento se
sobre estabelecimentos de saúde e suas enquadre no conceito das Portarias n.º
dimensões (recursos físicos, trabalhadores 1.646/2015 e n.º 2.022/2017.
e serviços);
- disponibilizar informações dos Sobre as definições de estabelecimento de
estabelecimentos de saúde para outros saúde, para fins de CNES, a Portaria n.º
3
sistemas de informação; 2.022/2017, do Ministério da Saúde, faz as
- ofertar para a sociedade informações seguintes colocações:
sobre a disponibilidade de serviços, formas
de acesso e funcionamento; "Estabelecimento de Saúde é o espaço físico
O cadastramento é obrigatório para delimitado e permanente onde são realizadas
que todo estabelecimento de saúde ações e serviços de saúde humana sob
possa funcionar em território responsabilidade técnica.
nacional. [...]
Essa definição traz à luz uma questão intrinse-
ca
Referências
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 1.646, de 2 de outubro de 2015. Institui o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1646_02_10_2015.html>. Acesso em: 18/11/2021.
2 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CURITIBA. CNES - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. Disponível em:
<https://saude.curitiba.pr.gov.br/atencao-especializada/cnes.html>. Acesso em: 18/11/2021.
3 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 2.022, de 7 de agosto de 2017. Altera o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES), no que se refere à metodologia de cadastramento e atualização cadastral, no quesito Tipo de Estabelecimentos de Saúde.
Diário Oficial da União, DF, de 15/08/2017, Seção 1, p. 42.

@adv.ramone 126
CADASTRO NACIONAL DOS
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE

Anotações
camente relevante aos critérios mínimos para se
considerar algo como um estabelecimento de
saúde, que serão explicadas adiante:
[...]
III) Ações e serviços de saúde de natureza
humana: A necessidade de que o estabelecimento
de saúde realize 'ações e serviços de saúde
humana' permite que a saúde seja entendida em
seu amplo espectro, possibilitando a
identificação de estabelecimentos que realizam
ações de vigilância, regulação ou gestão da
saúde, e não somente estabelecimentos de caráter
assistencial. Do mesmo modo, impede seu uso
para outros estabelecimentos que não têm o foco
direto na saúde humana, como por exemplo os
estabelecimentos que visam a saúde animal, os
salões de beleza, as clínicas de estética, dentre
outros, que embora estejam no escopo de atuação
da vigilância sanitária, não devem ser
considerados como estabelecimentos de saúde."

Atenção 2!
Se ficou com dúvidas se seu espaço é ou
não um estabelecimento de saúde,
consulte a Portaria n.º 2.022/2017,1 do
Ministério da Saúde, que possui uma
classificação mais detalhada.

Referência
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n.º 2.022, de 7 de agosto de 2017. Altera o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES), no que se refere à metodologia de cadastramento e atualização cadastral, no quesito Tipo de Estabelecimentos de Saúde.
Diário Oficial da União, DF, de 15/08/2017, Seção 1, p. 42.

@adv.ramone 127
CADASTRO EM EMPRESA DE COLETA
DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Além de todo o cuidado com a segregação


dos resíduos, é necessária a contratação de
uma empresa de coleta desses resíduos
para destinação final ou para unidades de
tratamento. Há municípios que
disponibilizam esse serviço sem custos.

Para fins de inspeção sanitária, podem ser


requisitados o contrato de prestação de
serviços e a licença ambiental das
empresas prestadoras de serviços para a
destinação dos resíduos dos serviços de
saúde.1

Os veículos de transporte externo dos


resíduos dos serviços de saúde não podem
ser dotados de sistema de compactação ou
outro sistema que danifique os sacos
contendo os resíduos, exceto os do Grupo
1
D.

Referência
1 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de
março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 29/03/2018, p. 76.

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Mapa do Conteúdo

CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS DE ENFERMAGEM:


PRIMEIROS PASSOS

PASSO
1
Estudo de
mercado

PASSO
2
Modelo de
negócio

PASSO
3
Lista de atividades
e CNAE

PASSO
4
Pessoa física
ou jurídica

PASSO
5
Tipo de
sociedade

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PASSO
6
Nome
empresarial

PASSO
7
Porte de
empresa

PASSO
8
Regime
tributário

PASSO
9
Localização

PASSO
10
Área física

PASSO
11
Contrato
social

PASSO
12
- Programa de Gerenciamento de resíduos de
saúde
- Saúde e Segurança do profissional
PASSO - Manual de normas, rotinas e procedimentos
13
Registro do
contrato social

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PASSO
14
Receita
Federal

PASSO
15
Licença do Corpo
de Bombeiros

PASSO
16
Prefeitura
Municipal

PASSO
17
Limpeza da
caixa d'água

PASSO
18
Dedetização

PASSO
19
Responsabilidade
técnica

PASSO
20
Vigilância
Sanitária

PASSO
21
Registro
Coren

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PASSO
22
CNES

PASSO
23
Empresa coletora de
resíduos de saúde

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Anotações

Assunto

Assunto

Assunto

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