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Teoria Constitucional
Método Auto-Coach® de Estudo

1a Edição

® Esta obra esta protegida por direito autorais, qualquer reprodução ou


comercialização sem autorização do autor estará sujeita às devidas sanções penais
e civis.

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Índice:

Leia antes de começar ...................................................................................................... 6


Cronograma sugerido ................................................................................................... 10
Cronograma livre ........................................................................................................... 12
1. Constitucionalismo.................................................................................................... 14
Ficha 1 – Definição e Evolução Histórica ................................................................. 15
Ficha 2 – Constitucionalismo Moderno e Contemporâneo ................................. 16
Ficha 3 – Legislação simbólica .................................................................................... 17
Ficha 4 – Constitucionalização simbólica ................................................................ 18
2. Conceitos de Constituição........................................................................................ 19
Ficha 5 – Conceitos sociológico e político de Constituição.................................. 20
Ficha 6 – Conceito jurídico de Constituição e outros conceitos ......................... 21
3. Classificação das Constituições .............................................................................. 22
Ficha 7 – Quanto à origem............................................................................................ 23
Ficha 8 – Quanto ao conteúdo e à forma .................................................................. 24
Ficha 9 – Quanto à mutabilidade e extensão .......................................................... 25
Ficha 10 – Quanto à sistemática, sistema e função ............................................... 26
Ficha 11 – Quanto à forma de elaboração, decretação e dogmática................. 27
Ficha 12 – Quanto ao critério ontológico e outras classificações...................... 28
4. Elementos da Constituição ...................................................................................... 29
Ficha 13 – Elementos orgânicos e limitativos ........................................................ 30
Ficha 14 – Elementos sócio-ideológicos, de estabilização e aplicabilidade ... 31
5. História das Constituições Brasileiras ................................................................. 32
Ficha 15 – Constituição de 1824: organização político-administrativa .......... 33
Ficha 16 – Constituição de 1824: divisão de poderes........................................... 34
Ficha 17 – Constituição de 1891: organização político-administrativa .......... 35
Ficha 18 – Constituição de 1891: divisão de poderes e garantias..................... 36
Ficha 19 – Constituição de 1934: contexto histórico ............................................ 37
Ficha 20 – Constituição de 1934: organização político-administrativa,
direitos e garantias ........................................................................................................ 38
Ficha 21 – Constituição de 1934: tripartição de poderes.................................... 39
Ficha 22 – Constituição de 1937: contexto histórico ............................................ 40
Ficha 23 – Constituição de 1937: organização político-administrativa e
direitos e garantias ........................................................................................................ 41
Ficha 24 – Constituição de 1937: organização dos poderes ............................... 42

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Ficha 25 – Constituição de 1946: contexto histórico ............................................ 43


Ficha 26 – Constituição de 1946: organização político-administrativa,
direitos e garantias ........................................................................................................ 44
Ficha 27 – Constituição de 1946: organização dos poderes ............................... 45
Ficha 28 – Constituição de 1967: contexto histórico e organização político-
administrativa................................................................................................................. 46
Ficha 29 – Constituição de 1967: organização dos poderes ............................... 47
Ficha 30 – Constituição de 1967: direitos e garantias.......................................... 48
Ficha 31 – Constituição de 1967: emendas constitucionais ............................... 49
Ficha 32 – Constituição de 1988: contexto histórico e elaboração................... 50
Ficha 33 – Constituição de 1988: organização político-administrativa,
direitos e garantias ........................................................................................................ 51
Ficha 34 – Constituição de 1988: organização dos poderes ............................... 52
6. Hermenêutica constitucional ................................................................................. 53
Ficha 35 – Reforma e mutação constitucional ........................................................ 54
Ficha 36 – Regras e princípios: distinção e complementariedade ................... 55
Ficha 37 – Regras e princípios: distinção segundo Dworkin e Alexy ............... 56
Ficha 38 – Regras e princípios: "derrotabilidade" das regras ........................... 57
Ficha 39 – Princípios constitucionais de interpretação das normas I ............. 58
Ficha 40 – Princípios constitucionais de interpretação das normas II ........... 59
Ficha 41 – Métodos de interpretação das normas constitucionais I ................ 60
Ficha 42 – Métodos de interpretação das normas constitucionais II............... 61
Ficha 43 – Teoria dos poderes implícitos ................................................................ 62
Ficha 44 – Limites na intepretação das normas constitucionais I .................... 63
Ficha 45 – Limites na intepretação das normas constitucionais II................... 64
Ficha 46 – Estrutura da Constituição de 1988: Preâmbulo ................................ 65
Ficha 47 – Estrutura da Constituição de 1988: natureza jurídica do ADCT ... 66
Ficha 48 – Estrutura da Constituição de 1988: classificação das normas do
ADCT .................................................................................................................................. 67
Ficha 49 – Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição ........................... 68
7. Poder constituinte ..................................................................................................... 69
Ficha 50 – Conceito, titularidade e manifestação .................................................. 70
Ficha 51 – Poder constituinte originário: definição e características ............. 71
Ficha 52 – Poder constituinte originário: subdivisão e manifestação............. 72
Ficha 53 – Poder constituinte derivado reformador ............................................ 73
Ficha 54 – Poder constituinte derivado revisor .................................................... 74
Ficha 55 – Poder constituinte derivado decorrente ............................................. 75

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Ficha 56 – Poder constituinte difuso e supranacional ......................................... 76


Ficha 57 – Recepção de normas pré-constitucionais............................................ 77
Ficha 58 – Repristinação, desconstitucionalização e recepção material........ 78
Ficha 59 – Retroatividade de norma constitucional ............................................. 79
8. Eficácia das normas constitucionais ..................................................................... 80
Ficha 60 – Normas de eficácia plena e contida ....................................................... 81
Ficha 61 – Normas de eficácia limitada .................................................................... 82
Ficha 62 – Diferença entre aplicação e aplicabilidade ......................................... 83
Ficha 63 – Normas supereficazes, de eficácia plena e relativa .......................... 84
Ficha 64 – Normas de aplicação, integração e de eficácia exaurida ................. 85
Questões de concurso ................................................................................................... 86
Gabarito comentado .................................................................................................... 117

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Leia antes de começar


Se você está se preparando para algum concurso público, ainda tem muito
conteúdo para estudar e pouco tempo disponível para isto, e além disso está com
dificuldade para memorizar tudo o que já estudou, esse manual é para você.

Esses, na verdade, são os maiores desafios de qualquer concurseiro: muita


matéria, pouco tempo, e memória para lembrar de tudo na hora da prova. Os
editais, de tanto conteúdo, assustam. O tempo é escasso e difícil de conciliar com
outras atividades, como o trabalho e a família. Fora aquela sensação frustrante de
não se lembrar direito do conteúdo que você, com muito esforço, no pouco tempo
que teve, conseguiu estudar.

Se você está nessa situação, não se preocupe. Existe um método de estudo


para que você não só aproveite ao máximo seu tempo disponível (mesmo que não
seja muito), como também retenha toda a informação estudada, evitando aqueles
"brancos" na hora da prova. Esse método compreende apenas três etapas: resumo,
revisão e exercícios.

Resumo
A primeira etapa desse método de estudo é a elaboração de resumos do
conteúdo estudado. Muitos concurseiros acham que eles são perda de tempo, mas
estão enganados.

De fato, somente a leitura do conteúdo será bem mais rápida que ler e
resumir. Porém, a taxa de retenção das informações que você leu e, logo em
seguida, resumiu é consideravelmente maior.

O tipo de resumo mais recomendado, porém, não é na forma de texto


corrido. O mais eficiente é o resumo estruturado em tópicos, porque possibilita
uma melhor compreensão do conteúdo e uma releitura bem mais rápida. Além
disso, o resumo estruturado é fundamental para a próxima etapa do método: a
revisão.

Revisão
Para se dar bem na prova, é fundamental que você consiga guardar na
memória uma grande quantidade detalhes sobre várias matérias. Para isso, não é
suficiente apenas o resumo estruturado do conteúdo. É preciso "refrescá-lo"
frequentemente na memória por meio das revisões.

O resumo é essencial para uma melhor compreensão do conteúdo. Mas é a


revisão, feita periodicamente e em espaços de tempo definidos, que vai fazer você
reter as informações na memória por bastante tempo.

Não tem outro jeito: o cérebro humano somente é capaz de guardar uma
grande quantidade de informações se estiver frequentemente em contato com elas.

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Caso contrário, elas vão se perder na memória, causando o clássico "branco" na


hora da prova.

Exercícios
A última etapa do método para um estudo realmente eficiente para
concursos exige a resolução de exercícios. Mais especificamente, de questões de
provas de concursos públicos passados, que frequentemente se repetem, às vezes
com ligeiras alterações, em várias outras provas.

A resolução de exercícios não só testa o que você aprendeu estudando a


teoria, como necessariamente te faz revisar mais uma vez o conteúdo. Além disso,
você vai conhecer e se habituar com a forma que o examinador costuma cobrar o
conhecimento dos candidatos.

É resolvendo questões de concurso, por exemplo, que você não cairá nos
famoso "pegas" ou "cascas de banana" das provas, colocadas lá com apenas um
objetivo: te fazer errar a questão!

Uma notícia boa e uma ruim quanto isso. A ruim é que a grande maioria dos
candidatos realmente caem nos "pegas" e erram essas questões. A boa é que, se
você resolver uma quantidade suficiente de questões durante seus estudos, vai
fugir dessas "armadilhas" e acertar as questões mais difíceis, e que a maioria erra.
É assim que você vai disparar na classificação, deixando um mar de candidatos
para trás.

Como estudar pelo manual


Você tem em mãos um manual de Teoria Constitucional, conteúdo
certeiro em provas de Direito Constitucional, matéria essencial em qualquer
concurso.

Esse conteúdo está estruturado para te proporcionar a forma mais


eficiente possível de estudar, que, como vimos, inclui resumos, revisões periódicas
e a resolução de questões de concursos de provas passadas.

Neste manual, os resumos já estão prontos, o que já vai te economizar um


tempo considerável que seria necessário para escrevê-los. Eles estão todos
separados em fichas numeradas e agrupadas por assunto, e foram elaborados na
forma de tópicos, para agilizar a leitura e a compreensão.

Fichas numeradas contendo resumos em tópicos

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Caso você queira se aprofundar um pouco mais no conteúdo de uma


determinada ficha, você pode sempre acessar o Blog de Constitucional na
Internet (www.direitoconstitucional.blog.br). Lá você encontra todos os assuntos
deste manual em textos detalhados, e que podem ser usados como leitura
complementar sempre que você achar necessário. Acesse o blog no endereço
acima e procure o texto correspondente ao assunto, há um campo para pesquisa lá.

Além dos resumos, este manual possui também um cronograma sugerido


de estudo e revisões das fichas. O método de revisão funciona assim: após a leitura
inicial de cada ficha, sugerem-se mais 3 revisões. A primeira em 24 (vinte e
quatro) horas após a leitura inicial; a segunda 7 (sete) dias depois, e a última 28
(vinte e oito) dias depois. Essa periodicidade possibilita que o seu cérebro
processe as informações e as retenha na memória por bastante tempo.

A distribuição das fichas pelo cronograma sugerido foi feita de forma que
você não gaste mais do que 15 a 20 minutos por dia para estudar o conteúdo
deste manual. O restante do tempo você utiliza para estudar as outras matérias,
que não são poucas.

Para melhor controle das revisões, recomenda-se a impressão em papel do


cronograma. À medida que as leituras e revisões forem sendo realizadas, elas
devem ser riscadas no cronograma (ver figura abaixo).

Este cronograma, no entanto, é apenas uma sugestão e pode ser alterado


caso você queira dedicar mais tempo à matéria. Basta montar o seu próprio
cronograma com um número maior de fichas diárias. Há um modelo em branco do
cronograma acompanhando este manual, para você preencher seguindo a mesma
metodologia de estudo e revisões (revisão das fichas em 24 horas, 7 dias e 28 dias
após a primeira leitura).

Risque as fichas no cronograma à medida que for lendo (L1) e revisando (R1, R2 e R3)

Finalmente, ao final do manual há uma lista de 173 questões de concursos


públicos, todas cuidadosamente selecionadas para mostrar como o conteúdo é
cobrado em prova. O gabarito comentado de todas elas está logo a seguir.

O cronograma de estudo e revisões inclui um dia por semana reservado


apenas para a resolução de questões. Anote em uma folha de papel as suas
respostas para as questões e depois confira o gabarito, sempre lendo os
comentários. Lembre-se: a resolução de questão também serve como revisão da
matéria, ajudando a reter ainda mais o conteúdo!

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O cronograma também reserva um dia semana para o seu descanso,


porque ninguém é de ferro! Esse descanso é fundamental para ajudar o seu
cérebro a reter ainda mais o conteúdo estudado durante a semana. Aproveite-o
para recarregar suas baterias e se preparar para a semana seguinte.

Por que método Auto-Coach®?


O método de estudo deste manual foi batizado de Auto-Coach® porque com
ele você estuda de forma organizada, programada e otimizada para obter o melhor
aprendizado no menor tempo possível. Ou seja, justamente como um bom coach de
estudos para concursos faria com você.

Seguindo esse método, estudando e revisando as fichas conforme o


cronograma, VOCÊ é o seu próprio coach! E eu tenho certeza que, dessa forma,
você conseguirá aproveitar muito melhor o seu tempo de estudo, aprendendo
muito mais e com bem menos esforço. E chegando mais rápido ao seu objetivo
final, que é a aprovação e nomeação.

Bom estudo e mãos à obra!

O autor1.

1 Gustavo Sousa é graduado em Ciência da Computação e Direito pela Universidade de Brasília. Foi
aprovado em vários concursos públicos, tendo exercido os cargos de técnico em informática do
SERPRO, técnico judiciário do Superior Tribunal de Justiça e analista do Banco Central do Brasil.
Hoje é Perito Criminal Federal e se encontra em preparação para concursos das carreiras jurídicas
(juiz, procurador, promotor, dentre outros). É usuário e criador do método Auto-Coach® de
estudo.

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Cronograma sugerido
Imprima, anote as datas e risque as fichas estudadas e revisadas.

L1 = 1a leitura; R1 = 1a revisão (24h); R2 = 2a revisão (7 dias); R3 = 3a revisão (28 dias);


Semana 1
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
F01 - F05 F01 F07 F05 F10 F07 F13 F10
F02 F06 F02 F08 F06 F11 F08 F14 F11
F03 F03 F09 F12 F09 F15 F12 001
F04 F04 F16 a
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 022
- - - - - - - - - -

Semana 2
Dia 8 Dia 9 Dia 10 Dia 11 Dia 12 Dia 13 Dia 14
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
F17 F13 F19 F17 F22 F19 F25 F22 F28 F25
F18 F14 F20 F18 F23 F20 F26 F23 F29 F26
F15 F21 F24 F21 F27 F24 F30 F27
F16 F31 023
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
F01 - F05 - F07 - F10 - F13 - 044
F02 F06 F08 F11 F14
F03 F09 F12 F15
F04 F16
Semana 3
Dia 15 Dia 16 Dia 17 Dia 18 Dia 19 Dia 20 Dia 21
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
F32 F28 F35 F32 F39 F35 F43 F39 F46 F43
F33 F29 F36 F33 F40 F36 F44 F40 F47 F44
F34 F30 F37 F34 F41 F37 F45 F41 F48 F45
F31 F38 F42 F38 F42 045
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
F17 - F19 - F22 - F25 - F28 - 066
F18 F20 F23 F26 F29
F21 F24 F27 F30
F31
Semana 4
Dia 22 Dia 23 Dia 24 Dia 25 Dia 26 Dia 27 Dia 28
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
F50 F46 F53 F50 F56 F53 F59 F56 F62 F59
F51 F47 F54 F51 F57 F54 F60 F57 F63 F60
F52 F48 F55 F52 F58 F55 F61 F58 F64 F61 067
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
F32 - F35 - F39 - F43 - F46 - 087
F33 F36 F40 F44 F47
F34 F37 F41 F45 F48
F38 F42

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Semana 5
Dia 29 Dia 30 Dia 31 Dia 32 Dia 33 Dia 34 Dia 35
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
F62 - - - - - - - -
F63
F64 088
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
F50 F01 F53 F05 F56 F07 F59 F10 F62 F13 109
F51 F02 F54 F06 F57 F08 F60 F11 F63 F14
F52 F03 F55 F58 F09 F61 F12 F64 F15
F04 F16
Semana 6
Dia 36 Dia 37 Dia 38 Dia 39 Dia 40 Dia 41 Dia 42
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
- - - - - - - - - -

110
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
- F17 - F19 - F22 - F25 - F28 130
F18 F20 F23 F26 F29
F21 F24 F27 F30
F31
Semana 7
Dia 43 Dia 44 Dia 45 Dia 46 Dia 47 Dia 48 Dia 49
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
- - - - - - - - - -

131
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
- F32 - F35 - F39 - F43 - F46 151
F33 F36 F40 F44 F47
F34 F37 F41 F45 F48
F38 F42
Semana 8
Dia 50 Dia 51 Dia 52 Dia 53 Dia 54 Dia 55 Dia 56
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso
- - - - - - - - - -

152
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 a
- F50 - F53 - F56 - F59 - F62 173
F51 F54 F57 F60 F63
F52 F55 F58 F61 F64

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Cronograma livre
Imprima para montar seu próprio cronograma de estudo, com as fichas a serem
estudas e revisadas a cada dia.

L1 = 1a leitura; R1 = 1a revisão (24h); R2 = 2a revisão (7 dias); R3 = 3a revisão (28 dias);


Semana ____
Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso

______

a
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3
______

Semana ____
Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso

______

a
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3
______

Semana ____
Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___ Dia ___
__ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __ __ / __ / __
L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 L1 R1 Questões Descanso

______

a
R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3 R2 R3
______

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Estude também o Controle de Constitucionalidade pelo


método Auto-Coach®

Manual completo com:

 Fichas com conteúdo resumido;


 Cronograma de estudo e revisão;
 131 questões de concursos públicos selecionadas,
gabaritadas e comentadas.

Saiba com adquiri-lo em:


http://direitoconstitucional.blog.br/controle-de-constitucionalidade

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1. Constitucionalismo

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Ficha 1 – Definição e Evolução


Histórica

Constitucionalismo pode ser definido como:

a) um movimento histórico
b) uma teoria normativo-política

Fundamento do constitucionalismo:

 Estabelecer limites ao poder de governar, com finalidade de:


a) evitar surgimento de sistemas políticos arbitrários;
b) garantir direitos fundamentais (finalidade garantística).
 Finalidades concretizadas por meio de uma Constituição.

Na Idade Antiga, traços de constitucionalismo identificados:

a) Entre os hebreus:
o Estado teocrático limitava atos dos governantes que extrapolassem
os desígnios divinos
b) Na Grécia antiga:
o Cidades-estados regidas por democracias diretas plenas, sem
diferenças entre governantes e governados

Na Idade Média:

 Constitucionalismo tem como marco a Magna Carta de 1215, na Inglaterra.


o Limitava o poder da monarquia por um acordo de vontades
o Não é uma Constituição sob a concepção moderna

Na Idade Moderna:

 Símbolos de constitucionalismo: vários “Acts” (ou pactos) assinados na


Inglaterra, dentre eles:
a) o Petition of Rights (1628): garantia direitos e liberdades dos súditos da
Coroa
b) o Bill of Rights (1688): marcou o início da monarquia constitucional
inglesa
c) o Act of Settlement (1707)
d) e o Habeas Corpus Amendment Act (1769): contra prisões arbitrárias.

 Destacam-se também:
o Contratos de colonização na América do Norte (próprios
colonizadores estabeleciam a regras de organização e governo das
colônias).

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Ficha 2 – Constitucionalismo
Moderno e Contemporâneo

Constitucionalismo Moderno:

a) Marcos históricos do surgimento:


o Constituição Americana (1787)
o Constituição Francesa (1791)
o Iluminismo (contra o Absolutismo)
b) Constitucionalismo liberal:
o Individualismo
o Não intervenção estatal (Estado mínimo)
o Propriedade privada
c) Resultado do Liberalismo:
o desigualdade e exclusão social exacerbadas;
o surgimento da ideia de direitos sociais (direitos de 2a geração)
d) Constitucionalismo social:
o Constituição Mexicana (1917)
o Constituição Alemã de Weimer (1919)

Constitucionalismo contemporâneo:

a) Forte conteúdo social


b) Relação direta com Constituição Pragmática (ou Dirigente)
o Exemplo: Constituição Brasileira de 1988

Constitucionalismo pós-moderno (Neoconstitucionalismo):

a) Origem: pós-guerra (queda de regimes autoritários na Europa ocidental)


b) Desenvolve-se: com redemocratização dos países na segunda metade do
século XX.
c) Constitucionalismo deve buscar:
 não só: limitar o poder político e garantir direitos (em tese)
 mas também: efetiva concretização de direitos fundamentais.
d) Aspecto central: visão substancialista da Constituição
 Intensa carga valorativa e conteúdo axiológico (não apenas descritivo)
 Efetiva concretização dos valores nela estabelecidos.
 Resguarda patamares mínimos de direitos.
 Força normativa ampliada ( “Supremacia da Constituição”)
e) Hermenêutica constitucional (forma de interpretação):
 Constitucionalização: regra e princípios
f) Segue: filosofia pós-positivista
 Reaproximação do direito com: ética, moral e justiça.

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Ficha 3 – Legislação simbólica

Teoria em que:
 Atividade legislativa (e leis): voltadas apenas para seu significado
simbólico
 Simbolismo: ofusca sua instrumentalidade na solução concreta de conflitos
sociais.

Tipos de simbolismo:

1) Legislação: apenas confirma determinados valores sociais:


 Privilegia: posição valorativa de determinado grupo social
 Efeitos concretos: têm menor importância que seu valor simbólico em
favorecer determinados valores em detrimentos de outros.

2) Legislação álibi: surge para dar apenas uma rápida resposta a


determinado anseio social
 Oferece uma solução aparente para o problema
 Dá a impressão (muitas vezes falsa): de que o Estado tem capacidade de
responder prontamente às demandas sociais.
 Uso abusivo pode gerar desconfiança em relação ao Estado.

3) Legislação: apenas adia a solução de conflitos por meio de compromissos


dilatórios
 Propõe soluções a serem implementada em prazo indeterminado.
 Reconhece impossibilidade de solucionar de imediato o conflito e
estabelece compromisso futuro de tratar a questão.

Efeitos negativos da legislação simbólica:

a) Não concretização de seus preceitos.


b) Provoca a sobreposição indesejada de questões políticas sobre as
questões jurídicas.

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Ficha 4 – Constitucionalização
simbólica

Base da teoria:

 Proeminência da função simbólica dos textos constitucionais em


detrimento da efetiva concretização jurídico-normativa de seus preceitos.

Constituição deve:

a) Constituir mecanismo de interpenetração entre a política e o direito.


b) Proporcionar, ao mesmo tempo:
 soluções jurídicas para questões políticas
 soluções políticas para questões jurídicas.

Processo de constitucionalização simbólica gera:

a) sobreposição do sistema político sobre o jurídico,


b) falta de concretização normativo-jurídica do texto constitucional.

Constitucionalização simbólica:
a) Negativa:
 texto constitucional é insuficiente para a concretização de seus
preceitos.
b) Positiva:
 texto constitucional desempenha mero papel político-ideológico
 encobre problemas sociais, impedindo sua solução e, em último caso, a
transformação social.

Simbolismo constitucional exacerbado:

 Motiva surgimento de movimentos sociais que lutam pela concretização


de valores constitucionais
 Pode levar a uma ruptura da ordem de poder estabelecida.

Estudo da constitucionalização simbólica:

 Ponto de partida na identificação de mecanismos para a concretização dos


preceitos constitucionais.
 Exemplo de mecanismos: ativismo judicial
o Poder Judiciário, por meio de suas decisões, busca:
a) efetiva implementação das normas constitucionais
b) superação do caráter meramente retórico de seus preceitos.

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2. Conceitos de Constituição

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Ficha 5 – Conceitos sociológico e


político de Constituição

Conceito Sociológico:

 Elaborado por Ferdinand Lassale (político alemão)

 Constituição:
 Decorre da soma dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade.
 É a representação das forças sociais que constituem o verdadeiro
poder dentro de uma sociedade.
o Essas forças são a base da legitimidade da Constituição.

Conceito Político:

 Elaborado por Carl Schmitt (jurista alemão)

 Constituição:
o Decisão política fundamental de uma nação referente:
 forma de organização do Estado e de suas instituições
 direitos a serem garantidos constitucionalmente
o Não se confunde com as leis constitucionais:
 demais aspectos inseridos no texto constitucional não
relacionados à decisão política fundamental

 Distinção entre:

o Constituição material:
 Regra estruturais de uma sociedade
 Independe da forma legislativa em que são materializadas
no ordenamento jurídico.

o Constituição formal:
 Toda a matéria tratada pelo legislador constituinte original e
estabelecida na Constituição
 Matérias que o legislador constitucional escolheu
tratar no momento da promulgação da Constituição
 Independe do conteúdo tratado

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Ficha 6 – Conceito jurídico de


Constituição e outros conceitos

Conceito jurídico:

 Elaborado por Hans Kelsen:


o Jurista e filósofo alemão
o Maior representante da Teoria Pura do Direito.

 Constituição:
o Fruto de uma mera decisão humana, sem qualquer relação com
concepções filosóficas, políticas, sociológicas ou culturais.
o Constituição pertence ao mundo do “dever-ser” (mundo das leis),
não do “ser” (mundo natural).
o Desconsidera a existência de uma “matéria constitucional”
 Não há temas que sejam próprios de uma Constituição
 Aproxima-se do conceito de Constituição formal.

 Constituição no sentido jurídico-positivo:


o Lei suprema de uma nação: disciplina a forma de elaboração de
todas as suas demais leis, dando-lhes validade.
o Constituição ocupa o topo da pirâmide hierárquica de normas
(acima de todas as outras).
 Constituição no sentido lógico-jurídico:
o “Norma hipotética fundamental” que dá validade à Constituição
jurídico-positiva.
o Conceito abstrato:
 Posicionada logo acima da Constituição jurídico-positiva.

Outros conceitos:

 Constituição cultural:
o Norma fundamental que é condicionada e condiciona determinada
cultura (relação de via dupla).
o Fruto não somente de fatores históricos, sociais e espirituais, mas
também da vontade humana (tudo combinado).

 Constituição aberta:
o Traz a ideia de flexibilidade material da ordem constitucional.
o Objetivo: manter a compatibilidade da constituição com as
mudanças sociais ao longo do tempo
 Reduz o risco da perda de sua força normativa.

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3. Classificação das Constituições

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Ficha 7 – Quanto à origem

 Constituição outorgada:

o Constituição imposta (instituída de forma unilateral) pelo poder


constituinte originário (ou revolucionário), sem qualquer espécie de
legitimação popular.
o Constituições brasileiras outorgadas:
 Constituição de 1824 (Constituição do Império);
 Constituição de 1937 (outorgada por Getúlio Vargas durante
o Estado Novo);
 Constituição de 1967 (Ditadura militar):
 Oficialmente promulgada, na prática imposta pelos
militares.

 Constituição promulgada (democrática ou popular):

o Constituição originadas dos trabalhos de uma Assembleia


Constituinte, legitimamente eleita pelo povo para atuar em seu
nome.
o Constituições brasileiras outorgadas:
 Constituição de 1891 (Primeira República);
 Constituição de 1934;
 Constituição de 1946;
 Constituição de 1988.

 Constituição cesarista:

o Constituição tem origem em um projeto autoritário, mas é


submetida a plebiscito ou referendo popular antes de viger.
o Meio-termo entre: constituição outorgada e a promulgada.
 Não propriamente outorgada (submetida ao crivo popular);
 Tampouco democrática (surge de um projeto autoritário).

 Constituição pactuada:

o Constituição resultado de um acordo entre 2 ou mais titulares do


poder constituinte originário.
o Classificação de valor apenas histórico:
 Não se coaduna com a noção moderna de unidade do poder
constituinte.
o Exemplo histórico:
 Magna Carta Inglesa (garantiu participação política de
determinados grupos sociais em acordo com o poder real).

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Ficha 8 – Quanto ao conteúdo e


à forma

Quanto ao conteúdo:

 Constituição material:
o Abrange apenas conteúdo relacionado à:
 Estrutura e organização do Estado
 Direitos e garantias fundamentais.
o Exemplo único (no Brasil): Constituição do Império de 1824
 Somente constitucional: dispositivos a respeito dos “limites
e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos
Políticos, e individuais dos Cidadãos“.
 Demais dispositivos NÃO eram considerados matéria
constitucional (mesmo estando em seu texto).
 Alteráveis pelo processo legislativo ordinário.
 Conteúdo do dispositivo o definia como constitucional (não
sua forma).

 Constituição formal
o Inclui toda e qualquer matéria disposta em seu texto, lá colocada
pelo legislador constitucional (independente do seu conteúdo).
o Exemplo: Constituição Brasileira de 1988
 Todos os dispositivos: formalmente matéria constitucional
(mesmo quando não tratam de organização do Estado ou de
direitos fundamentais)

Quanto à forma:

 Constituição escrita (ou instrumental):


o Regras estão sistematizadas e dispostas em um documento escrito
e solene.
o Exemplo: Constituição Brasileira de 1988.

 Constituição não escrita (costumeira ou consuetudinária):


o Regras não estão codificadas em um documento escrito e unificado.
o Constituição composta por usos, costumes e documentos esparsos
(incluindo decisões e precedentes judiciais).
o Exemplo clássico: Constituição Inglesa
 Observação: atualmente tem algumas regras e princípios
constitucionais escritos, sendo apenas parcialmente não
escrita.

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Ficha 9 – Quanto à mutabilidade


e extensão

Quanto à mutabilidade, rigidez ou forma de alteração:

 Constituição rígida:
o Exige, para alteração de seus dispositivos, um processo legislativo
mais difícil e solene em relação ao processo de alteração das
normas infraconstitucionais.
o Exemplo: Constituição de 1988
 Constituição semirrígida:
o Para determinados dispositivos é exigido um processo mais difícil de
alteração. Para outros, a alteração se dá pelo procedimento comum
de alteração da legislação não constitucional.
 Constituição flexível:
o Os dispositivos, indistintamente, podem ser alterados pelo mesmo
procedimento da legislação ordinária, não exigindo qualquer
procedimento especial e diferenciado.
 Constituição fixa:
o Somente pode ser alterada pelo poder constituinte originário,
vedada qualquer modificação pelo poder constituinte
reformador.
 Constituição “super-rígida”:
o exigir procedimento legislativo mais difícil de alteração, e alguns de
seus dispositivos são absolutamente imutáveis, mesmo por meio
desse procedimento.

Quanto à extensão:

 Constituição sintética:
o Conteúdo é resumido, conciso, dispondo apenas de forma geral
sobre a estrutura básica do Estado e seus princípios fundamentais.
o Tende a se prolongar ao longo do tempo (já que se adapta mais
facilmente a novas interpretações).
o Exemplo: Constituição dos EUA (promulgada em 1787 e vigente até
hoje)
 Constituição analítica:
o Documento extenso que trata de forma detalhada tanto de matéria
propriamente constitucional quanto de qualquer assunto que o
legislador constituinte decidiu nela incluir.
o Exemplo: Constituição brasileira de 1988
 Nela foram colocados os mais variados institutos para maior
garantia de eficácia e concretização

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Ficha 10 – Quanto à sistemática,


sistema e função

Quanto à sistemática:

 Constituição codificada, reduzida ou orgânica:


o Suas regras estão reunidas em apenas um documento ou código.
 Constituição legal, variada ou inorgânica:
o Seus preceitos estão distribuídos por vários textos legais de
caráter constitucional.
 Constituição Brasileira: codificada
 OBSERVAÇÃO: entende-se atualmente que constitucionais brasileiras não
se concentram mais em um só texto.
o Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
aprovados pelo legislativo pelo mesmo quórum de aprovação das
Emendas Constitucionais têm status de norma constitucional (art.
5º, § 3º)
 Exemplo: A Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência (serve de paradigma para o controle
de constitucionalidade).
o “Bloco de constitucionalidade”: parâmetro para avaliação da
constitucionalidade das leis não se limita mais ao texto da
constituição.
 Inclui: princípios, direitos fundamentais e os tratados
internacionais de direitos humanos internalizados como
normas constitucionais.

Quanto ao sistema:

 Constituição principiológica:
o Prevalência de princípios: normas constitucionais com alto grau de
abstração, focadas em valores, e cuja concretização carece de
normatização regulamentadora.
 Constituição preceitual:
o Predominam as regras: normas constitucionais menos abstratas,
voltadas para a concretização dos princípios, e de aplicação mais
imediata, prescindindo de regulamentação.

Quanto à função:

 Constituição provisória (pré-constituição ou constituição revolucionária):


o Define regras de elaboração da constituição que será definitiva.
o Organiza o poder político durante o período de transição.
 Constituição definitiva:
o Resulta do processo constituinte e instituídas por um prazo de
duração indeterminado.

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Ficha 11 – Quanto à forma de


elaboração, decretação e dogmática

Quanto à forma de elaboração:

 Constituição dogmática:
o Elaborada a partir de dogmas, ideologias e teorias pré-concebidas
e aceitas contemporaneamente.
o Surge em momento determinado no tempo, por intermédio de uma
assembleia constituinte, sendo necessariamente escrita.
o Exemplo: Constituição Brasileira de 1988
 Constituição histórica:
o Elaborada de forma gradual, por meio de um processo contínuo
em que são reunidos, ao longo do tempo, aspectos históricos e
tradicionais de uma nação.

Quanto à forma de decretação:

 Constituição heterônoma:
o Decretada por outro Estado que não o próprio Estado por ela
regido, ou ainda por organizações internacionais.
o Constituição que vem de fora do Estado em que tem vigência.
o Exemplos históricos:
 Primeiras constituições das ex-colônias britânicas quando da
independência (aprovadas pelo Parlamento britânico)
 Constituições impostas pela ONU a alguns países africanos.
 Constituição autônoma:
o Elaborada dentro do próprio Estado, quando do seu surgimento,
restauração ou transformação, sem interferências externas.
o Exemplo: Constituição Federal de 1988.

Quanto à dogmática:

 Constituição ortodoxa:
o Conteúdo é baseado em apenas uma ideologia.
o Exemplo: Constituição da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, de 1917 (baseada exclusivamente na ideologia
socialista).
 Constituição eclética:
o Elaborada a partir da conjunção de várias ideologias, procurando
conciliá-las entre si.
o Aproxima-se da constituição compromissória: resultado de um
compromisso entre as forças políticas e sociais.

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Ficha 12 – Quanto ao critério


ontológico e outras classificações

Quanto ao critério ontológico:


 Define a constituição conforme a compatibilidade de seus dispositivos com
a realidade política do país.
 Constituição normativa:
o Limites ao poder político, estabelecidos em seu texto, são de fato
respeitados na realidade.
o Constituição característica de regimes democrático de direito.
 Constituição nominalista (ou nominativa):
o Embora contenha regras delimitadoras do poder político, essa
delimitação não se concretiza na realidade.
 Constituição semântica (ou instrumentalista):
o Não possui pretensão à limitação do poder político, servindo apenas
para conferir legitimidade formal aos detentores desse poder.
o Constituição característica de regimes autoritários.
 Constituição Brasileira de 1988:
o Alguns doutrinadores classificam como nominalista (diante dos
desmandos de poder ainda presentes na política nacional)
o Outros doutrinadores classificam como constituição que “pretende
ser” normativa (ainda falha na concretização dos limites ao poder
político).

Manoel Gonçalves Ferreira Filho:


 Constituição garantia:
o Objeto: limitação do poder, com vistas à garantia da liberdade.
 Constituição balanço:
o Busca delimitar os estágios da organização do poder político
dentro de um regime.
o Comum nos regimes soviéticos (organizava estágios do socialismo ao
comunismo)
 Constituição dirigente:
o Estabelece um plano político futuro, por meio de normas
pragmáticas.
 Constituição Brasileira de 1988: garantia e dirigente.

André Ramos Tavares:


 Constituição liberal (ou negativa):
o Prega: igualdade formal e a não intervenção do Estado (típica de
regimes liberais puros)
 Constituição social (ou positiva):
o Prega a igualdade substancial, a ser garantida pela atuação estatal
positiva, com ênfase aos direitos de 2ª geração.

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4. Elementos da Constituição

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Ficha 13 – Elementos orgânicos


e limitativos

Definição elaborada por: José Afonso da Silva

 Agrupa os dispositivos constitucionais tendo como base a finalidade de


cada um deles.
 Categorias:
o Elementos orgânicos;
o Elementos limitativos;
o Elementos sociológicos;
o Elementos de estabilização;
o Elementos de aplicabilidade.

Elementos orgânicos:

 Relacionam-se aos dispositivos constitucionais que regulam a estrutura do


Estado e do poder.
 Exemplos na Constituição Brasileira de 1988:
o Título III – Da organização do Estado;
o Título IV – Da organização dos Poderes e do Sistema de Governo;
o Título V, Capítulo II – Das Forças Armadas;
o Título V, Capítulo III – Da Segurança Pública; e
o Título VI – Da Tributação e do Orçamento.

Elementos limitativos:

 Referem-se às normas protetoras dos direitos e garantias fundamentais


e que limitam o poder do Estado.
 Exemplos na Constituição Brasileira de 1988:
o Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (exceto: Capítulo II
- Dos Direitos Sociais).

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Ficha 14 – Elementos sócio-ideológicos,


de estabilização e aplicabilidade

Elementos socioideológicos:

 Incluem as normas que expressam o compromisso constitucional entre:


o Estado individualista (liberal) e o
o Estado intervencionista (social).
 Exemplos na Constituição de 1988:
o Título II, Capítulo II – Dos Direitos Sociais;
o Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira; e
o Título VIII – Da Ordem Social.

Elementos de estabilização:

 Referem-se às normas voltadas:


o à defesa da Constituição, do Estado e de suas instituições,
o à solução de conflitos constitucionais, com vistas a garantir a paz
social.
 Exemplos na Constituição de 1988:
o Título V, Capítulo I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio;
o Título III, Capítulo V – Da Intervenção;
o Título IV, Capítulo I, Seção VIII, Subseção II - Da Emenda à
Constituição; e
o Artigos 102 e 103 (referentes à jurisdição constitucional).

Elementos de aplicabilidade:

 Incluem as normas constitucionais que regulam a sua aplicação.


 Exemplos na Constituição de 1988:
o Preâmbulo;
o Dispositivos do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
o Art. 5º, § 1º: normas definidoras de direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

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5. História das Constituições


Brasileiras

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Ficha 15 – Constituição de 1824:


organização político-administrativa

Constituição Política do Império do Brasil:

 Constituição: semirrígida
 Outorgada pelo: Imperador D. Pedro I (25 de março de 1824).
 Projeto: elaborado por um Conselho de Estado instituído pelo Imperador
o Assembleia Constituinte prévia:
 Dissolvida por ter elaborado projeto de caráter liberal,
contrário às pretensões totalitárias do Imperador.

Organização político-administrativa:

 Governo:
o Monárquico;
o Hereditário;
o Constitucional; e
o Representativo.

 Forma de Estado: Unitária


o Forte centralização político-administrativa na figura do Imperador.

 Províncias:
o Criadas a partir das capitanias hereditárias:
o Totalmente subordinadas ao poder central.
o Coordenadas por “presidentes” nomeados pelo Imperador.

 Capital do Império e a sede da monarquia.


o Município do Rio de Janeiro.
o Considerado “município neutro”:
 Diretamente subordinado ao poder central, não à província
do Rio de Janeiro.

 Religião oficial do Império:


o Católica Apostólica Romana.
o Outras religiões: permitidas
 Manifestações: deviam se limitar ao local do culto.

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Ficha 16 – Constituição de 1824:


divisão de poderes

Divisão de poderes:
 Quadripartite: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador

Poder Moderador:
 Exercido privativamente pelo Imperador.
 Responsável pela longevidade do Império (durou mais de 60 anos).
 Imperador: legitimidade para intervenção direta em qualquer dos demais
poderes
o Nomeava senadores, convocava assembleia geral extraordinária,
sancionava e vetava proposições legislativas, dissolvia a Câmara dos
Deputados, nomeava e demitia ministros e suspendia magistrados

Poder Legislativo:
 Formado: pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
 Deputados: eleitos para mandatos temporários, por meio de eleições
indiretas e voto censitário.
 Senadores: eram vitalícios e nomeados pelo Imperador.

Poder Executivo:
 Exercido pelo Imperador, por meio de seus Ministros de Estado.
 Durante 2o Reinado: criado o cargo de Presidente do Conselho de
Ministros
o Nomeado pelo Imperador (espécie de "primeiro-ministro"
parlamentarista).
o Responsável por escolher os Ministros de Estado (necessariamente
de confiança dos Deputados e do próprio Imperador).

Poder Judiciário:
 Juízes: aplicavam a lei
o Vitalícios
o Não gozavam de inamovibilidade.
 Jurados: pronunciavam os fatos.
 Relações: julgavam causas em 2a e última instância nas províncias.
 Supremo Tribunal de Justiça: órgão de cúpula (composto do juízes
provenientes dessas “Relações”).

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Ficha 17 – Constituição de 1891:


organização político-administrativa

Proclamada por: Marechal Deodoro da Fonseca (15 de novembro de 1889):


 Movimento essencialmente militar e sem manifestações populares
expressivas.
 Período de vigência: Primeira República ou República Velha.
 Governo provisório (da proclamação e até 1891):
o País liderado pelo próprio Marechal Deodoro.
o Objetivo: consolidação do novo regime e a promulgação de uma nova
constituição.
 Projeto da nova constituição:
o Elaborado por uma assembleia constituinte eleita em 1890
(relatoria: senador Rui Barbosa).
o Forte influência: Constituição Americana de 1797
 Constituição rígida:
o Alteração de qualquer dispositivos: exigia procedimento solene e
difícil.

Organização político-administrativa:
 Forma de Estado: federativa.
 Sistema de governo: presidencialista.
 Forma de governo: república, sob regime representativo
 União indissolúvel e perpétua das antigas províncias imperiais (que
passaram a constituir os Estados Unidos do Brasil).
 Município neutro do Rio de Janeiro (sede do Império):
o Transformado em Distrito Federal e capital da União, mantendo a
natureza de município neutro.
 Atribuída à União: propriedade de área a ser demarcada futuramente, e
para onde seria transferida a Capital Federal.
o Território só foi demarcado anos mais tarde, com a construção de
Brasília.
 Separação: Estado da igreja
o País leigo, laico e não-confessional.
o Retirou o efeito civil do casamento religioso
o Proibiu o ensino religioso nas escolas públicas.

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Ficha 18 – Constituição de 1891:


divisão de poderes e garantias

Divisão de poderes na Constituição de 1891:


 Tripartição clássica de poderes (teoria de Montesquieu)
 Extinto: Poder moderador

Poder Legislativo:
 Bicameralismo federativo:
o Câmara dos Deputados: composta por deputados federais,
representantes do povo, eleitos pelo voto direto, mandato de 3
anos.
o Senado Federal: composto por senadores, representantes dos
Estados e do DF, eleitos para mandato de 9 anos, com renovação
trienal de 1/3 de sua composição.
 Bicameralismo também adotado em âmbito estadual por alguns Estados
o Exemplo: São Paulo e Pernambuco (possuíam um Senado Estadual)

Poder executivo:
 Exercido pelo Presidente da República, eleito por voto direto (com o
Vice), para mandato de 4 anos, vedada a reeleição.
o Assessorado pelos Ministros de Estado, nomeados e demitidos
livremente por ele (ad nutum).
 Primeiro Presidente: M.al Deodoro da Fonseca (Vice: M.al Floriano Peixoto)
o Eleitos indiretamente, por determinação da Constituição
(disposições transitórias)

Poder judiciário:
 Órgão máximo: Supremo Tribunal Federal (composto por 15 juízes).

Direitos e garantias:
 Abolidas: penas de banimento e morte no país (esta última admitida
apenas em tempos de guerra)
 Proteção a direitos individuais, civis e políticos.
o Não houve previsão de proteção a direitos trabalhistas.
 Habeas corpus:
o Regulado pelo Código Criminal de 1830 (durante Império)
o Previsão constitucional expressa (pela primeira vez)
 Reforma constitucional em 1926:
o HC: cabimento restrito à proteção da liberdade de locomoção.
o Hipóteses de intervenção federal: restringiu a autonomia dos
estados federados (centralização do poder central)

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Ficha 19 – Constituição de 1934:


contexto histórico

Fim da República Velha:

 Causas:
o Intensa fraude eleitoral em benefício das oligarquias dominantes;
o Crise econômica de 1929;
o Ascensão da uma nova burguesia no país;
o Surgimento de uma classe operária (processo de industrialização);
o Movimentos militares (como o Tenentismo).

 Estopim da Revolução de 30:


o Assassinato de João Pessoa, na Paraíba: candidato à Vice-Presidente
da república na chapa de Getúlio Vargas (candidato à Presidente).

Governo Provisório:
 Instalado pela Revolução de 1930;
 Liderado por Getúlio Vargas;
 Medidas:
o Poder legislativo:
 Todos os órgãos dissolvidos (federais, estaduais e
municipais)
 Passou a ser exercido pelo executivo (por decretos)
o Estados:
 dirigidos por interventores nomeados por Vargas
 Movimentos:
o Surgimento (motivo): métodos arbitrários do governo provisório
o Pressionavam por promulgação de uma nova constituição federal
o Destaque: Revolução Constitucionalista (São Paulo, 1932)
 Código Eleitoral (1932):
o Criou a Justiça Eleitoral
o Instituiu o voto feminino e o sufrágio universal, direto e secreto.

Constituição de 1934:
 Vertente liberal;
 Forte caráter social;
 Influência: Constituição Alemã de Weimer (1919)
o Célebre pela sua proteção a direitos de segunda dimensão.

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Ficha 20 – Constituição de 1934:


organização político-administrativa,
direitos e garantias

Organização político-administrativa:
 Preservou diversos princípios fundamentais estabelecidos pela
Constituição de 1891, mantendo:
o Tripartição de poderes
o Sistema presidencialista
o Regime representativo.
o República Federativa do Brasil:
 Formada pela união indissolúvel e perpétua dos Estados,
Distrito Federal e Territórios, reunidos nos Estados Unidos
do Brasil.
o Distrito Federal como capital da República, com sede na cidade do
Rio de Janeiro, administrada por um prefeito.
 Disposições transitórias: previu a transferência da capital da
União para a região central do Brasil
 Localidade a ser definida por uma comissão que seria
nomeada pelo Presidente de República.
 Após a transferência da Capital, o novo Distrito
Federal seria transformado em Estado.
 Segunda Lei Orgânica do Distrito Federal (1936): ampliou a
sua autonomia e o equiparava aos Estados-membros.
o Separação entre o Estado e a igreja: país como leigo, laico e não
confessional.
 Garantiu a liberdade de crença e o livre exercício de cultos.
 Passou a admitir o efeito civil dos casamentos religiosos
(inovação em relação à Constituição anterior)

Direitos e garantias:
 Manteve direitos clássicos já garantidos pela constituição anterior (caráter:
Constituição social);
 Dispôs sobre a ordem econômica e social do estado, a família, a cultura e a
educação;
 Abriu espaço para a legislação trabalhista e a representação de classes;
 Proteção constitucional ao voto secreto e ao voto feminino com o mesmo
valor do masculino (instituídos pelo Código Eleitoral de 1932);
 Previsão (pela primeira vez): ajuizamento de mandado de segurança e de
ação popular.

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Ficha 21 – Constituição de 1934:


tripartição de poderes

Alterações na estrutura da tripartição de poderes:

 Poder Legislativo
o Rompimento com o bicameralismo paritário: 2 casas legislativas
(Câmara e Senado) exerciam as mesmas funções.
o Estabelecido ao bicameralismo desigual:
 Senado: entidade colaboradora da Câmara dos Deputados.
 Competência reduzida basicamente a matérias
relacionadas à Federação (exemplo: iniciativa de leis
de interesse de mais de um Estado da federação).
o Deputados federais: mandato passou a ser de 4 anos.
 Parte eleita por sufrágio direto, igualitário e universal, e
sistema proporcional.
 Outra parte eleita indiretamente por organizações
profissionais indicadas em lei (representação corporativa
ou profissional, de influência fascista).
o Senadores: mandato passou a ser de 8 anos.
 Eleitos por sufrágio direto, igual e universal dentre
brasileiros natos com mais de 35 anos.
 Cada Estado e o Distrito Federal: representados por 2
senadores, com renovação pela metade a cada 4 anos, em
eleição conjunta com a da Câmara dos Deputados.

 Poder executivo: exercido pelo Presidente da República com o auxílio de


seus Ministros de Estado.
o Presidente eleito por sufrágio direto, universal e secreto, juntamente
com o Vice, para mandato de 4 anos, vedada a reeleição.

 Poder judiciário (órgãos):


o Corte Suprema: sede na capital da república, composta por 11
ministros
o Juízes e tribunais federais, militares e eleitorais.
o Garantias (juízes): vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade
de vencimentos.

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Ficha 22 – Constituição de 1937:


contexto histórico

 Getúlio Vargas: segundo mandato como Presidente da República


(Duração: de 1934 a 1938)

 No período:
o Forte oposição política entre:
 Direita: defendia um estado brasileiro autoritário (influência:
fascismo italiano)
 Esquerda: a favor do socialismo e do comunismo.

 Vargas decreta estado de sítio (1935):


o Motivo: "Ameaça" da Intentona Comunista:
 Movimento liderado pelo Partido Comunista Brasileiro com
apoio de militares.
 Objetivo do movimento: derrubar o governo de Vargas e
instalar o socialismo no país.

 Golpe (com a instalação de uma ditadura):


o Motivo:
 Divulgação do chamado Plano Cohen (plano para instalar o
comunismo no país, forjado pelo próprio governo)
 Regime autoritário: visava defender o país da "ameaça
comunista".
o Golpe acompanhado da outorga da Constituição de 1937:
 Apelidada de “Polaca” devido influência da Constituição
Polonesa de 1935 (de caráter fascista)
o Medidas:
 Congresso Nacional fechado
 Dissolução dos partidos político (por Decreto)
 Domínio sobre o poder judiciário
 Criada polícia política
 Implantada a censura por meio do DIP (Departamento de
Imprensa e Propaganda).
o Para angariar apoio popular ao novo regime:
 Implantada política populista com garantia de direitos
sociais e trabalhistas.
 Exemplo: Consolidação das Leis do Trabalho (1943).

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Ficha 23 – Constituição de 1937:


organização político-administrativa
e direitos e garantias

Organização político-administrativa:
 Forma de governo republicana (povo é o titular do poder e o exerce por
meio de representantes eleitos)
 Forma federativa de estado (formado pela união indissolúvel dos entes
federativos)
 Regime federativo: enfraquecido pela ditadura de Vargas.
o Estados: governados por interventores
 Nomeados por Vargas
 Cumpriam as determinações do regime
o Resultado prático: Estado centralizado.
 Município do Rio de Janeiro:
o Continuou sendo o Distrito Federal
o Sede do governo federal e a capital do país
o Administrado pela União
o Prefeito: também nomeado pelo Presidente da República.

Direitos e garantias:
 Cerceados vários direitos garantidos constitucionalmente, dentre eles:
o Direito de livre manifestação do pensamento (restringido por
censura prévia dos meios de comunicação)
o Greve e lock-out (proibidos sob o argumento de nocividade às
relações de trabalho e à produção nacional).
o Pena de morte (admitida para crimes políticos e homicídios
cometidos por motivo fútil ou com perversidade excessiva).
o Omitidos:
 Mandado de segurança e da ação popular
 Princípios da reserva legal e o da irretroatividade das leis.
 Tortura: utilizada como forma de repressão aos opositores políticos.
 Avanços:
o Área trabalhista
o Expansão capitalista (fomentada pelo governo)
o Nacionalização da economia (controle de diversas áreas
estratégicas nos setores de produção, aço, mineração e petróleo).
o Criadas estatais, como a Companhia Vale do Rio Doce

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Ficha 24 – Constituição de 1937:


organização dos poderes

 Mantida: tripartição de poderes, porém:


o Legislativo e Judiciário: esvaziados pelo regime ditatorial.
 Poder Legislativo:
o Dissolvidos todos os órgãos (em âmbito federal, estadual e
municipal)
o Estabelecida: Parlamento Nacional composto por:
 Câmara dos Deputados
 Deputados Federais: mantido mandato de 4 anos.
 Conselho Federal (substituiu o Senado Federal).
 10 membros nomeados pelo Presidente da
República.
 Mandatos com duração de 6 anos.
o As eleições do Parlamento Nacional:
 Seriam marcadas pelo Presidente de República (o que
nunca ocorreu durante a ditadura de Vargas)
 Competências legislativas da União acabaram a cargo do
próprio Presidente (exercida por meio de decretos-leis)
 Poder executivo:
o Presidente da República: autoridade suprema do Estado.
o Eleições: indiretas (mandato de 6 anos).
 Poder Legislativo:
o Justiça Eleitoral: extinta!
o Composição:
 Supremo Tribunal Federal (órgão de cúpula)
 Juízes e Tribunais dos Estados, Territórios e do Distrito
federal
 Juízes e Tribunais militares.
o Dispositivos constitucionais que enfraqueceram o judiciário
(inviabilizando atuação):
 Decisão de inconstitucionalidade de lei sem efeito se:
 Presidente da República considerasse lei
necessária ao interesse nacional.
 Voto de 2/3 do Parlamento quando o Presidente
submetesse a decisão a reexame.
o Parlamento Nacional nunca eleito:
deliberação exclusiva do Presidente.
 Atos praticados durante períodos de estado de exceção:
não poderiam ser apreciados pelo judiciário.

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Ficha 25 – Constituição de 1946:


contexto histórico

 Constituição de 1946: promulgada por uma Assembleia Nacional


Constituinte
 Influência:
o Ideias liberais (herdadas da Constituição de 1981) e ideais sociais
(estabelecidos na Constituição de 1934).
 Fatos políticos prévios:
o Em 1943: Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos
países Aliados (frente militar: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França
e União Soviética).
 Posicionou-se contra os países do Eixo (Alemanha de Hitler,
Itália de Mussolini, e o Japão).
o Governo de Vargas entrou em grande contradição política
(enfraquecendo o regime):
 Lutava contra regimes autoritários no campo internacional
 Mantinha regime autoritário internamente.
o Em 1945: Vargas convoca eleições para Presidente (sendo um dos
candidatos).
 "Queremismo": movimento de apoio à candidatura de
Vargas (slogan: “Queremos Getúlio”).
 Articulações políticas não democráticas para garantir
manutenção no poder:
 Deposto pelas Forças Armadas (lideradas pelos: G.als
Eurico Gaspar Dutra e Pedro Aurélio de Goés
Monteiro)
o Ministro José Linhares (Presidente do STF): encarregado de chefiar
o executivo até as eleições do novo Presidente (em 1946).
 Extinguiu: Tribunal de Segurança Nacional e do Conselho de
Economia Nacional (instituídos pelo Estado Novo)
 Revogou:
 Estado de emergência (que vigorava no país)
 Perda dos efeitos de decisões do STF, em controle
constitucionalidade, a critério de Presidente da
República e do Parlamento Nacional
o General Gaspar Dutra: eleito Presidente da República em 1946.

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Ficha 26 – Constituição de 1946:


organização político-
administrativa, direitos e garantias

Organização política administrativa:

 Restaurou:
o Forma republicana de governo;
o Forma federativa de estado:
 Constavam do texto da Constituição anterior (1937), mas na
prática foram abolidas.

 Distrito Federal e capital da União: Cidade do Rio de Janeiro.


o ADCT: determinava a transferência da capital da União para o
planalto central.
 Estudo técnico: feito por comissão nomeada pelo Presidente
da República.
 Estudo encaminhado ao Congresso Nacional para início da
delimitação da área.
o Mudança da Capital para Brasília em 1960:
 Ocorrida na gestão de Juscelino Kubitschek.
o Após a transferência:
 Território da cidade do Rio de Janeiro transformado em
Estado da Guanabara.
 Em 1975: fundido ao Estado do Rio de Janeiro.

 O país continuou leigo: sem uma religião oficial

Direitos e garantias:

 Restabeleceu o mandado de segurança e a ação popular.


 Consagrou: princípio da inafastabilidade do controle judicial.
o Nenhuma lei poderia excluir da apreciação do poder judiciário lesão
ou ameaça a direito.
 Reconhecido o direito de greve.
 Abolidas penas:
o De morte (ressalvada as disposições da legislação militar em tempo
de guerra com país estrangeiro)
o Banimento
o Confisco
o De caráter perpétuo.

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Ficha 27 – Constituição de 1946:


organização dos poderes

 Poder executivo:
o Presidente da República:
 Eleito por voto direto (juntamente com Vice).
 Mandato de 5 anos.
o Vice-presidente: acumulava a função de presidente do Senado
Federal.
o Período de regime parlamentarista:
 Ocorreu por ocasião da renúncia do Presidente Jânio
Quadros, em 1961.
 Os militares tentaram impedir a posse de João Goulart (Vice):
suspeito de ter ligações com o comunismo.
 Congresso Nacional (para fazer frente ao militares): decidiu
instaurar o parlamentarismo:
 Poder executivo exercido pelo Presidente da República
e por um Conselho de Ministros.
 Referendo em 1963: decidiu-se pelo retorno ao
presidencialismo (perdurou até o golpe militar de 1964).

 Poder legislativo:
o Volta ao bicameralismo federal:
 Congresso Nacional dividido em Câmara dos Deputados e
Senado Federal.
o Câmara dos Deputados:
 Composta pelos representantes do povo.
 Eleitos pelo sistema proporcional para mandato de 4 anos.
o Senado Federal:
 Formado por representantes dos Estados (3 para cada um).
 Eleitos pelo sistema majoritário para mandato de 8 anos.
 Renovação a cada 4 anos, na proporção alternada de 1/3 e
2/3 dos seus membros.
o Partidos políticos foram constitucionalizados.
 Consagrando: pluripartidarismo.
 Vedados: partidos com ideais contrários ao regime
democrático.

 Poder judiciário:
o Justiça Eleitoral (criada e extinta na era Vargas): restabelecida.
o Órgãos do judiciário:
 Supremo Tribunal Federal
 Tribunal Federal de Recursos
 Juízes e Tribunais Eleitorais, Militares e do Trabalho.

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Ficha 28 – Constituição de 1967:


contexto histórico e organização
político-administrativa

Contexto histórico:
 Outorgada pelo regime militar (na prática):
o Embora formalmente aprovada pelo Congresso Nacional
o Congresso:
 Fechado no ano anterior (1966)
 Reaberto apenas para aprovar a nova constituição
 Não teve qualquer liberdade para alterar o projeto.
 Do golpe militar em 1964 até outorga em 1967:
o País governado por meio de atos institucionais:
 Decretos editados durante regime militar com força
normativa superior a todas as leis e à constituição.
o Constituição de 1946 (vigente): dispositivos suplantados pelos
atos institucionais.
 Golpe militar (1964):
o Tirou do poder o presidente João Goulart (acusado de ligações
com o comunismo internacional)
o Militares baixaram o primeiro ato institucional (o AI-1/64)
 Tomava medidas restritivas ao regime democrático.
o AI-2 e AI-3:
 Estabelecidas: eleições indiretas para Presidente da
República e Governadores dos Estados.
o Primeiro Presidente da República do regime militar: o General
Humberto de Alencar Castelo Branco (um dos líderes do
golpe de 1964).

Organização político-administrativa:
 Forte centralização de poder no executivo federal.
o Embora garantisse (no texto): forma republicada de governo e a
forma federativa de estado, sob o regime representativo
 Semelhante a Estado unitário:
o Atribuiu amplos poderes ao Presidente da República
o Reduziu significativamente a autonomia dos Estados e
Municípios.
 Capital da União: permaneceu sendo Brasília.
 País: continuou leigo (sem religião oficial).

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Ficha 29 – Constituição de 1967:


organização dos poderes

 Constituição previa formalmente a tripartição de poderes


o Porém: poder quase integralmente concentrado no executivo
federal.

 Poder executivo:
o Presidente da República:
 Eleito indiretamente: por Colégio Eleitoral
 Mandato de 4 anos.
 Poder de legislar por meio de decretos-lei.
o Decretos-Lei:
 Editados em caso de urgência e interesse público relevante.
 Deveriam ser aprovados ou rejeitados pelo Congresso
Nacional em até 60 dias (vedada emenda).
 Caso não deliberados nesse período: automaticamente
aprovados por decurso de prazo.

 Poder legislativo federal:


o Congresso Nacional: composto pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal.
o Deputados: representantes do povo
 Eleitos pelo sistema proporcional
 Mandatos de 4 anos.
 Representação de Estados menores fortalecida
 Constituição previa limite máximo de deputados para
cada Estado com base no tamanho da população
o Senadores: representantes dos Estados
 Eleitos pelo sistema majoritário: 3 para cada Estado
 Mandato de 8 anos
 Renovação de 1/3 e 2/3, alternadamente, a cada 4 anos.

 Poder judiciário federal (órgão):


o Órgãos:
 Supremo Tribunal Federal
 Tribunal Federal de Recursos e juízes federais
 Tribunais e juízes eleitorais, militares e do trabalho.
o Previsão da Justiça Estadual.

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Ficha 30 – Constituição de 1967:


direitos e garantias

 Diversos direitos suspensos (após o golpe militar de 1964 e durante a


vigência da Constituição de 1967)
o Justificativa: proteção à segurança nacional.

 O Ato Instituição nº 1 (de 1964):


o Conferiu ao Comando da Revolução o poder de (autonomamente):
 Instituir o estado de sítio ;
 Aposentar civis e militares (a seu critério);
 Suspender direitos políticos por 10 anos;
 Cassar mandatos legislativos.
o Todos os atos: imunes à apreciação judicial.

 Ato Instituição de nº 5 (de 1969):


o Presidente Costa e Silva (na data da publicação do ato): fechou o
Congresso por meio de ato complementar.
o Deu poderes ao Presidente da República para:
 Decretar recesso dos órgãos do legislativo federal, estadual e
municipal (a qualquer tempo)
 Somente poderiam voltar a funcionar quando
convocados pelo Presidente.
 Cassar mandatos eletivos
 Suspender direitos políticos de qualquer cidadão por 10 anos.
 Decretar estado de sítio e intervenção federal sem qualquer
dos limites constitucionais
 Confiscar bens dos ocupantes de cargos e funções acusados
de enriquecimento ilícito.
o Suspendeu a possibilidade de habeas corpus em casos de:
 Crimes políticos
 Crimes contra: segurança nacional, ordem econômica e social
e economia popular.
o Todos os atos institucionais e complementares: excluídos da
apreciação do poder judiciário.

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Ficha 31 – Constituição de 1967:


emendas constitucionais

 Objetivos:
o Endurecer regime e reprimir manifestações contrárias a ele.
 Emenda Constitucional nº 1 de 1969 (de maior destaque):
o Editada por junta militar formada pelos Ministros das Forças
Armadas (determinação do AI-12):
 Junta: exercia governo interino (Congresso Nacional:
fechado).
 Presidente (Gal. Costa e Silva): afastado por motivos de saúde
o Manteve a validade de todos os AIs baixados e constitucionalizou o
seu uso.
o Mandato do Presidente de República aumentado de 4 para 5 anos
(mantida: eleição indireta)
o Operou muitas alterações na Constituição de 1967
 Alguns doutrinadores: verdadeira manifestação de poder
constituinte originário.
 Governo do General Emílio Médice:
o Período de crescimento econômico
 General Ernesto Geisel (governo seguinte)
o Forte crise econômica
 Consequência: expressiva derrota do governo nas eleições
legislativas de 1974
o Lei Falcão: restringiu propaganda política (prejudicando oposição)
o Pacote de Abril de 1977 (medidas para fortalecer executivo federal):
 Dissolveu: Congresso Nacional.
 Mandato do Presidente da República: aumentado para 6
anos.
 O quórum para aprovação de emendas constitucionais:
reduzido de 2/3 para maioria absoluta
 Possibilidade de avocação de causas de qualquer juízo ou
Tribunal (a pedido do PGR) para suspensão de efeitos.
 Emenda Constitucional nº 8 de 1977:
o 1/3 dos senadores: eleito por colégios eleitorais estaduais.
o Partido do governo (ARENA): maioria em quase todos os Estados
o Resultado: nomeação de senadores pelo executivo (“senadores
biônicos”)
 Pacote de Julho de 1978:
o Inicia: processo de redemocratização do país.
o Revogou o AI-5.
o Suspendeu: cassação de direitos políticos.
o Extinguiu: poder do Presidente de suspender do Congresso Nacional

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Ficha 32 – Constituição de 1988:


contexto histórico e elaboração

Contexto histórico:
 Transição gradual do regime militar para a democracia:
o Iniciada com edição do Pacote de Julho (em 1978)
 Dentre outras medidas: extinguiu o Ato Institucional nº 5
o Lei de Anistia (em 1979):
 Concedeu perdão aos crimes políticos do regime militar.
o Reforma eleitoral (também em 1979):
 Extinguiu bipartidarismo e oficializou
pluripartidarismo.
 Voto direto: governadores de Estado
 Eleição de Tancredo Neves:
o Primeiro Presidente civil após regime militar.
o Realizada por voto indireto (resquício do regime militar)
 Voto direto para Presidente: somente em 1989 (com
eleição de Fernando Collor de Mello).
o Morte antes da posse:
 Sarney (eleito Vice-Presidente): assumiu a presidência.

Processo de elaboração:
 Decreto (1985): José Sarney instituiu Comissão Afonso Arinos:
o Comissão provisória (objetivo): realizar pesquisas e estudos
para auxiliar e embasar a elaboração da nova constituição.
 Anteprojeto da Comissão (1986): rejeitado por Sarney
o Principal motivo: opção pelo sistema parlamentarista (reduzia
poderes do Presidente da República).
 Assembleia Nacional Constituição:
o Convocada pela Emenda Constitucional nº 26 de 1985.
o Iniciou elaboração do zero (sem projeto).
o Composição: diversas comissões e subcomissões
 Cada uma: tema específico;
 Elaboravam anteprojetos parciais (encaminhados a
uma comissão de sistematização).
o Processo de elaboração:
 Intenso lobby: diversos grupos da sociedade civil
(procurando garantia constitucional de seus interesses).
o Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988.
o Falta de coordenação entre comissões e grande abrangência dos
temas:
 Resultado: Constituição extensa, detalhista e prolixa.

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Ficha 33 – Constituição de 1988:


organização político-
administrativa, direitos e garantias

Organização político-administrativa
 Forma de governo: republicana
 Sistema de governo presidencialista.
o Opções foram confirmadas pela população (plebiscito em 1993):
 Monarquia constitucional e parlamentarismo: derrotados.
 Forma federativa de estado: mantida e ampliada
o Aumento da autonomia: Estados, Municípios e Distrito Federal.
 Criado: Estado do Tocantins.
 Territórios:
o Amapá e Roraima transformados em Estados.
o Fernando de Noronha incorporado ao Estado de Pernambuco.
 Distrito Federal: deixou de ser simples autarquia federal
o Passou a ter status de ente federativo (com autonomia e
competências tanto estaduais como municipais)
 Capital Federal: Brasília.
 País permaneceu leigo, laico e não confessional: sem religião oficial
o Embora com menção a Deus no seu preâmbulo.

Direitos e garantias:
 Ampliação significativa: direitos individuais e coletivos com garantia
constitucional.
 Ampliou os remédios constitucionais, com criação de:
o Ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)
o Mandado de segurança coletivo
o Habeas data
o Mandado de injunção
o Ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão.
 Ampliou: direitos trabalhistas.
 Tortura e racismo: crimes inafiançáveis.
o Racismo: imprescritível.
 Proteção ao Meio Ambiente: tratada em capítulo próprio
 Ministério Público (competência):
o Instauração de ação civil pública em defesa do patrimônio público,
do meio ambiente, do interesse dos índios e demais interesses
difusos e coletivos.
 Criada: Defensoria Pública.
o Orientar e defender juridicamente os necessitados.
 Ordem social e ordem economia:
o Tratadas em separado (ordem econômica inserida no capítulo sobre
o sistema financeiro nacional)

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Ficha 34 – Constituição de 1988:


organização dos poderes

 Tripartição clássica de poderes (novamente estabelecida na prática):


o Sistema de freios e contrapesos (avanço no equilíbrio e controle
entre poderes).

 Poder executivo:
o Exercido pelo Presidente da República (auxílio: Ministros de Estado).
 Mandato: alterado de 5 para 4 anos (Emenda Constitucional
de revisão).
 Permitida uma reeleição subsequente.

 Poder legislativo:
o Exercido pelo Congresso Nacional dividido em:
 Câmara dos Deputados (casa dos representantes do povo).
 Senado Federal (casa dos representantes dos Estados).
o Deputados federais:
 Voto direto, secreto e universal (sistema proporcional).
 Mandato: 4 anos.
o Senadores:
 Voto direto, secreto e universal (sistema majoritário).
 Mandatos: 8 anos (renovação alternada de 1/3 e 2/3 de seus
membros, de 4 em 4 anos).

 Poder judiciário:
o Criados:
 Superior Tribunal de Justiça (responsável por zelar pelo
cumprimento das leis federais).
 Supremo Tribunal Federal: passou a tratar apenas de
temas constitucionais.
 Conselho Nacional de Justiça, por Emenda (responsável
pelo controle administrativo dos demais órgão do judiciário).
o Extinto: Tribunal Federal de Recursos.
o Órgãos:
 Supremo Tribunal Federal;
 Superior Tribunal de Justiça;
 Conselho Nacional de Justiça;
 Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais;
 Tribunais e Juízes Eleitorais, Militares e do Trabalho;
 Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal.

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6. Hermenêutica constitucional

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Ficha 35 – Reforma e mutação


constitucional

 Interpretação de norma jurídica:


o Busca verdadeiro significado (visando correta aplicação).
o Mecanismos para solucionar conflitos aparentes de normas.
 Interpretação adequada:
o Leva em consideração: fatores jurídicos, históricos, ideológicos,
sociais, econômicos e políticos.
o Feita de forma sistêmica (não isoladamente): considerando todo o
conjunto normativo.
 Sentido interpretativo inadequado:
o Deve ser alterado considerando-se os limites autorizados pelo
constituinte originário.
 Formas de alteração: Reforma e Mutação Constitucional.
 Reforma Constitucional:
o Órgão competente: Congresso Nacional.
o Alteração (supressão, acréscimo) no texto da Constituição.
 Constituição de 1988: somente ocorre por meio de Emendas
Constitucionais.
o Proposta de emenda (Art. 60, § 2º):
 Discutida nas 2 casas do Congresso Nacional, em 2 turnos.
 Aprovada: voto de 3/5 dos seus membros (nos 2 turnos).
 Mutação Constitucional:
o Alteração no sentido que se dá à norma (sem alteração de texto).
o Ocorre informalmente (sem previsão formal na Constituição)
o Expressa: dinamismo das normas jurídicas
 Sentido não se esgota em seu texto nem permanece
inalterado após sua publicação
 Pode até não corresponder mais ao sentido dado pelo
legislador original.
o Decorre:
 Alterações na realidade fática.
 Mudanças na percepção do direito.
o Legitimidade:
 Lastreada por real demanda da coletividade.
o Materialização (exemplos):
 Súmulas de jurisprudência do STF (guardião da Constituição)
 Atividade legislativa primária (nova lei dá nova
regulamentação à dispositivo constitucional).
o Limite (para o novo sentido):
 Princípios constitucionais estruturantes.

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Ficha 36 – Regras e princípios:


distinção e complementariedade

 Importantes referenciais para a interpretação das normas jurídicas.


 Premissas doutrinária:
o Não há hierarquia entre regra e princípio.
 Princípios não se sobrepõem às regras, nem vice-versa.
o Têm funções distintas, mas complementares.
 Critérios de distinção (criados por José Gomes Canotilho):
o 1) Grau de abstração:
 Princípios: grau elevado de abstração.
 Regras: grau reduzido de abstração.
 Decorrência:
 regras são aplicadas diretamente ao caso concreto, os
princípios não.
 Exemplos:
 Competências constitucionais: regras de limitação do
poder político (aplicação direta)
 Dignidade de pessoa humana: princípio (não descreve
hipótese concreta de aplicação).
o 2) Determinabilidade:
 Princípios: precisam de “mediação concretizadora” para
serem aplicados (legislador ou juiz).
 Regras: dispensam mediação (aplicáveis diretamente).
o 3) Fundamentabilidade:
 Princípios: função estruturante fundamental no sistema de
normas.
o 4) Natureza “normogenética”:
 Presente somente nos princípios (funcionam como
fundamento das regras).
o 5) Proximidade com o direito
 Princípios: “standarts” (padrões) mais ligados à ideia de
justiça
 Regras: caráter mais funcional.
 Complementariedade (Humberto Ávila):
o Sistema jurídico: não pode ser composto exclusivamente de regras
ou de princípios.
 Sistema só de princípios: excessivamente flexível.
 Incapaz de guiar comportamentos de forma clara.
 Sistema só de regras: excessivamente rígido.
 Sem margem para adaptações às particularidades do
caso concreto.
o “Metanormas” (3a espécie de norma): postulados normativos que
estabelecem critérios para aplicação das demais normas.

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Ficha 37 – Regras e princípios:


distinção segundo Dworkin e Alexy

 Ronald Dworkin e Robert Alexy:


o Responsáveis pelos estudos mais consagrados sobre princípio
(definição, funções e diferenças em relação às regras)

 Dworkin:
o Sistema composto de regras e de princípios: fundamental para ideia
de justiça.
 Sistema aberto e permeável a valores jurídicos.
o Regra: descrição de conduta que se enquadra em hipótese de fato.
 Regra em conflito: apenas uma prevalece (“tudo ou nada”).
 Só não pode ser aplicada quando: inválida, não vigente,
houver regra mais específica.
o Princípios: descrição abstrata de conduta considerada correta.
 Aplicação ao caso precisa de mediação interpretativa.
 Princípios em conflito: devem ser ponderados
 Aplicação: graduada conforme as circunstância do caso
particular.
 Alexy:
o Avança teoria de Dworkin (discordando em alguns pontos)
o Regras: normas que, se válidas, são satisfeitas ou não.
o Princípios: “mandamentos de otimização”.
 Realização ocorre na maior medida possível (conforme
possibilidades fáticas e jurídicas)
 São satisfeitos em graus variados, diferentemente das
regras.
o Não admite a existência de apenas 1 resposta correta para
determinado caso (ao contrário de Dworkin).
 Várias respostas podem ser corretas: conforme grau de
satisfação do princípio exigido pela otimização.
 Doutrina atual:
o Avança em relação às ideias desses dois autores
o Considera:
 Possibilidade de ponderação na aplicação das regras
 Aplicação biunívoca dos princípios (“tudo ou nada”): como
no caso da dignidade da pessoa humana (caráter absoluto).

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Ficha 38 – Regras e princípios:


"derrotabilidade" das regras

 Justificativas doutrinárias para que regra seja obedecida:


o Eliminam: de incertezas;
o Coordenam: pontos de vista;
o Evitam: arbitrariedades, soluções casuísticas e não técnicas;
o Representam: valores prestigiados pelo ordenamento jurídico;
 Igualdade, dignidade, etc.
o Fornecem: solução igualitária, eficiente e principalmente previsível
para os conflitos sociais (garantindo a segurança jurídica).

 “Derrotabilidade” (ou "superabilidade) das regras:


o Do inglês: "defeasibility".
o Supera modelo de “tudo ou nada” (Dworkin).
o Consiste na não aplicação da regra a um caso concreto:
 Mesmo que todas as condições e requisitos estejam
satisfeitos.
o Concepção inicial da ideia: H. L. A. Hart (filósofo do direito)
 Estuda: não cumprimento justificado de contratos válidos.
o Requisitos (regra válida seja "derrotada"):
 Discrepância entre:
 1) Hipótese fática da regra.
 2) Finalidade subjacente da regra.
o Para que segurança do sistema normativo não seja comprometida,
deve ser:
 Amplamente fundamentada;
 Logicamente estruturada;
o No Brasil:
 Algumas decisões judiciais já utilizaram a "derrotabilidade"
das regras como fundamento.

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Ficha 39 – Princípios constitucionais


de interpretação das normas I

 Estabelecem: premissas para a interpretação adequada dos dispositivos da


Constituição.
 Princípio da proporcionalidade (ou razoabilidade):
o Destaque na resolução de conflitos entre valores constitucionais.
o Orienta ponderação entre:
 Restrição de deveres;
 Concessão de poderes.
o Na Constituição: não explícito.
 Infere-se do princípio do devido processo legal.
 Está explícito em vários dispositivos do CPP.
o Aplicação baseada na análise de:
 1) Necessidade:
 Avalia se medida restritiva de direitos é
indispensável para solução do caso concreto
 Só é razoável se não houver outra menos gravosa que
possa ser aplicada.
 2) Adequação (ou pertinência):
 Analisa se o meio utilizado é capaz de atingir o
objetivo almejado.
 3) Proporcionalidade em sentido estrito:
 Analisa se a interpretação da norma constitucional
combina: máxima efetividade + mínima restrição.
 Avalia se o objetivo da aplicação da norma supera (ou
justifica) a restrição de direitos.
 Princípio da interpretação conforme:
o Concretizado pelo Poder Judiciário (em última instância).
o Considera que normas jurídicas são polissêmicas (podem ser
interpretadas em diferentes sentidos)
 Intepretação preferível: a mais próxima da constituição.
o Dimensões do princípio (conforme doutrina e a jurisprudência):
 a) Exclusão da intepretação contra a lei (ou contra legem):
 Literalidade da lei: não pode ser alterada para se
adequar à Constituição (se sentido contrário: lei
inconstitucional).
 b) Vedação do intérprete como legislador positivo:
 Interpretação conforme é rejeitada se surgir nova
regra contrária ao sentido da norma interpretada.
 c) Prevalência da Constituição (conservação e continuidade
de suas normas)
 d) Espaço de decisão (necessário para admitir intepretações).

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Ficha 40 – Princípios constitucionais


de interpretação das normas II

 Princípio da unidade da Constituição:


o Constituição deve ser interpretada em seu todo.
o Conflitos entre normas constitucionais são aparentes.
 Intepretação deve harmonizar essas normas
o Globalidade da constituição: sistema integrado e unitário de regras
e princípios.
 Princípio do efeito integrador:
o Interpretação das normas constitucionais deve priorizar critérios
que favoreçam:
 Unidade política;
 Integração social.
o Sem prejuízo do pluralismo das sociedades modernas.
 Princípio da força normativa:
o Força normativa conferida à constituição decorre de fatores
históricos, políticos e sociais.
 Só existe se houver a disposição de se orientar condutas
conforme a ordem constitucional estabelecida
 Pela: consciência geral e detentores do poder.
 Princípio da concordância prática (princípio da harmonização):
o Na colisão entre: Direitos Fundamentais X Bens Jurídicos com
garantia constitucional
 Interpretação da norma não pode sacrificar nenhum em
detrimento de outro.
o Bens e direitos tem o mesmo valor:
 Exigem da interpretação o estabelecimento de limites
recíprocos de forma a harmonizá-los.
 Princípio da justeza (princípio da conformidade funcional):
o Intepretação dos dispositivos constitucionais deve preservar:
 Repartição de competências;
 Divisão de poderes;
 Estado de direito.
o Busca salvaguardar: estrutura organizatória-funcional estabelecida
pela Constituição.
 Princípio da máxima efetividade:
o Interpretação da norma deve buscar: mais ampla efetividade social
possível.
o Princípio fortemente ligado à ideia de direitos fundamentais.

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Ficha 41 – Métodos de interpretação


das normas constitucionais I

 Partem de premissas distintas, mas complementares entre si.

 Sistematização: José Gomes Canotilho (jurista português)

 Método jurídico (hermenêutico clássico):


o Constituição considerada como lei comum.
 Usa metodologia tradicional de interpretação das normas.
o Elementos interpretativos utilizados:
 Elemento genético: busca o sentido original da norma (dado
pelo legislador).
 Elemento histórico: investiga o sentido da norma a partir do
seu projeto de lei (exposição de motivos, registro de
pareceres e discussões legislativas, contexto histórico e
psicológico de elaboração).
 Elemento gramatical (literal): busca sentido literal da
norma.
 Elemento lógico: procura harmonizar logicamente os
dispositivos constitucionais.
 Elemento sistemático: analisa a norma constitucional
considerando a Constituição como um todo uniforme e coeso.
 Elemento teleológico ou sociológico: se ocupa da finalidade
da norma.
 Elemento popular: analisa a participação popular na sua
elaboração (partidos políticos, sindicatos, referendos e
plebiscitos).
 Elementos doutrinário: parte da interpretação dada pela
doutrina.
 Elemento evolutivo: parte da mutação constitucional.

 Método típico-problemático (método da tópica):


o Interpretação da norma constitucional parte do caso concreto (com
vistas a solucionar um problema real)
o Método de caráter prático.
o Premissas:
 Constituição é um sistema aberto de regras e princípios
 Interpretação pauta-se pelas particularidades de cada caso.

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Ficha 42 – Métodos de interpretação


das normas constitucionais II

 Método hermenêutico-concretizador:
o Parte da norma positivada na Constituição (não do caso concreto a
ser solucionado).
o Intérprete:
 Usa pressupostos de interpretação subjetivos (pré-
concepções) e objetivos (norma, caso concreto e contexto
social)
 Orbita por estes pressupostos para obter uma compreensão
definitiva da norma (circulo hermenêutico).

 Método normativo-estruturante:
o Considera que texto constitucional é diferente da norma jurídica.
o Literalidade da norma: só pode ser analisada conforme realidade
concreta.
 Texto da norma: ponta de um iceberg.
 Norma em si: muito mais complexa.
o Norma constitucional:
 Concretizada por: atividade do legislador (texto), do
judiciário e da administração pública.

 Método científico-espiritual:
o Constituição: fenômeno cultural, concretizador de valores, de
caráter dinâmico (renova-se com as modificações sociais).
o Premissa de interpretação:
 Realidade social;
 Valores subjacentes ao texto constitucional.

 Método de comparação constitucional:


o Interpretação: feita por meio da comparação com outras
constituições
 Estabelece-se: comunicação entre elas.

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Ficha 43 – Teoria dos poderes


implícitos

 Criada pelo doutrina (amplamente aceita pela jurisprudência brasileira).

 Origem:
o Suprema Corte americana (1819): McCulloch vs Maryland.
o McCulloch (funcionário de um banco americano):
 Processado por fraude fiscal pelo estado de Maryland;
 Apelou à Suprema Corte.

 Conforme teoria dos poderes implícitos:


o Estabelecidas (expressamente): competências e atribuições de um
órgão estatal
 Órgão (implicitamente): autorizado a utilizar os meios
necessários para exercer essas competências.
o Desnecessário:
 Norma explícita estabelecendo os meios que um órgão
público pode utilizar para cumprir atribuições
explicitamente determinadas pela legislação.
 Meios: não podem extrapolar os razoabilidade e
proporcionalidade.

 Jurisprudência brasileira (Supremo Tribunal Federal):


o Entendimento: teoria compatível com a nossa Constituição.
o Decisões (exemplos):
 TJs dos Estados: competentes para julgar reclamações para
preservar competências e a autoridade de suas decisões.
 Constituições Estaduais: podem prever com base na
simetria constitucional (art. 102, I, "l": reclamação ao
STF)
 TCU: poder para conceder medidas cautelares no âmbito de
sua competência.
 Ministério Público: autorizado a promover investigações
penais.
 Pode oferecer denúncia embasada apenas nessas
investigações (dispensando inquérito policial).
 Observação:
o Mantido entendimento de que é vedada a
condenação penal com base apenas em provas
adquiridas na fase investigatória e que não
sejam reproduzidas em audiência judicial.

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Ficha 44 – Limites na intepretação


das normas constitucionais I

 Tendência atual: criação judicial do direito.


o Magistrados: decisões judiciais com efeitos modificativos ou
corretivos da norma posta.
 Doutrina (crítica): constitui atividade legislativa
heterônoma (inova ordenamento jurídico)
o Necessário: estabelecimento de limites claros à atividade
interpretativa constitucional.

 Supremo Tribunal Federal:


o Competência ampliada pela Constituição de 1988.
o Dá última palavra: questões constitucionais substantivas (validando
ou substituindo decisões de outros órgãos)
o Doutrina (crítica): decisões como normas gerais de caráter
vinculante.
 Exemplo: súmulas vinculantes (103-A, da Constituição).
o Ator importante: nos limites interpretativos da hermenêutica
constitucional

 Críticas doutrinárias:

o "Supremocracia" (STF):
 Autoridade frente às demais instância judiciais (intérprete
final da Constituição);
 Expansão da autoridade frente aos demais poderes (devido
ampliação de suas atribuições de Tribunal Constitucional);
 Crítica: deveria limitar-se a proferir julgamentos mais
qualitativos (envolvendo somente grandes temas
constitucionais)

o “Pan-principiologismo”:
 Julgador: cria pseudo-princípios (com base em orientações
pessoais) para servir de fundamentação para decisões.
 Crítica: princípios devem ser legítimos (com fundamentação
histórica, política e jurídica).

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Ficha 45 – Limites na intepretação


das normas constitucionais II

 Tipos de interpretação conforme (doutrina):

o 1) Provenientes: de decisões judiciais meramente interpretativas.


 a) Decisões de repúdio:
 Corte Constitucional adota interpretação que mais se
aproxima da Constituição (repudia todas as demais
que a contrariam).
 Norma permanece válida (desde que interpretada
conforme a Constituição).
 b) Decisões de aceitação:
 Corte Constitucional anula decisões judiciais e
instâncias inferiores contrárias à Constituição.
 Norma permanece válida (anula-se apenas
interpretação inconstitucional).

o 2) Provenientes: de decisões judiciais manipuladoras ou


normativas.
 Corte Constitucional não se limita a declarar a norma
inconstitucional.
 Age como um legislador positivo (altera ordem jurídica
diretamente, adicionando ou substituindo normas para
adequá-las à Constituição).
 a) Aditiva: Corte declara a norma inconstitucional
pelo que ela omite e alarga campo de incidência.
 b) Substitutiva: Corte declara norma inconstitucional
e a substitui por outra, criada por decisão judicial.

 Pensamento jurídico do possível (jurisprudência do STF):

o Sinônimo: pensamento pluralista de alternativas.


o Realidade do passado (refletida na norma promulgada): pode ser
corrigida diante das necessidades do presente.
 Sem prejuízo: força regulatória da Constituição (não estática,
pronta e acabada)
 Processo em constante desenvolvimento.
o Origem (do pensamento): quinto constitucional.
 1/5 dos membros do tribunais: Membros do MP com mais de
10 anos de carreira (indicados em lista sêxtupla)
 Caso não haja: possível compor a lista com membros que
possuam menos de 10 anos de carreira.

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Ficha 46 – Estrutura da Constituição


de 1988: Preâmbulo

 Estrutura básica (Constituição de 1988):


o Preâmbulo;
o 9 (nove) Títulos (divididos ou não: em capítulos, seções e subseções);
o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

 Preâmbulo (destaques):
o Estado Democrático (objetivo):
 Assegurar, como valores supremos da sociedade, o exercício de
direitos individuais e sociais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e justiça.
o Características da sociedade:
 Fraterna, pluralista e sem preconceitos.
o Fundamentos sociais:
 Harmonia social e comprometimento interno e externo com a
solução pacífica de controvérsias.

 Natureza jurídica do preâmbulo:


o Teses doutrinárias:
 1) Relevância jurídica plena: mesma eficácia jurídica das
normas constitucionais.
 2) Relevância jurídica indireta: não tem mesma eficácia das
normas constitucionais, mais ainda tem natureza jurídica.
 3) Irrelevância jurídica total: situa-se no domínio da política,
não do direito.
o Tese adotada pelo STF:
 Não tem relevância jurídica: apenas reflete uma posição
ideológica do constituinte.
 Não é componente obrigatório de uma Constituição (nem de
reprodução obrigatória nas Constituições estaduais).
 Princípios do preâmbulo se encontram positivados no corpo da
Constituição.
 Invocação de Deus no preâmbulo (STF): não prejudica a
laicidade do País, nem a separação entre Estado e Igreja.

 Em resumo:
o Preâmbulo da Constituição de 1988:
 Não tem: relevância jurídica;
 Não tem: força normativa/obrigatória;
 Não cria: direitos nem deveres;
 Serve apenas de norte interpretativo das normas
constitucionais.

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Ficha 47 – Estrutura da Constituição


de 1988: natureza jurídica do ADCT

 Localização na Constituição:
o Destacadas do corpo principal: com nova numeração.
o Sem divisão em títulos, capítulos, seções e subseções.

 Finalidade das normas do ADCT:


o Estabelecer: regras de transição entre ordenamento jurídico antigo
e o novo.
 Evita: confronto de normas com a mesma hierarquia.
o Natureza de temporalidade:
 Produzidos seus efeitos, eficácia é exaurida (norma passa a
ter somente valor histórico).
 Normas de caráter permanente no ADCT: anomalias da
técnica legislativa.

 Natureza jurídica das normas do ADCT:


o Natureza jurídica de norma constitucional.
o Podem estabelecer exceções a regras contidas no corpo da
Constituição (não há qualquer hierarquia entre elas).
o Servem de paradigma para a análise da constitucionalidade de leis e
atos normativos.
o Alteração ou o acréscimo de normas ao ADCT: só ocorre por meio de
Emenda Constitucional.
 Novas regras acrescidas: sujeitas ao controle de
constitucionalidade.

 Constituição de 1988:
o Vários dispositivos: acrescidos ou alterados ao ADCT.
o Legitimidade dessas alterações:
 Normas com efeitos exauridos: doutrina não considera
razoável alterar o sentido já concretizado.
 Normas não exauridas: alterações aceitas (desde que
observados os limites do poder de reforma).
o Caso paradigma (STF):
 Emenda Constitucional que antecipou plebiscito do artigo 2º
do ADCT.
 STF: não há imutabilidade da norma em razão de sua
transitoriedade.

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Ficha 48 – Estrutura da Constituição de


1988: classificação das normas do ADCT

 Classificação de Luís Roberto Barroso:

o 1) Disposições constitucionais transitórias propriamente ditas:


 Disposições típicas: regulam de forma transitória
determinadas relações (com condições resolutas ou a termo).
 Exemplo: artigo 23 do ADCT (manteve as funções dos
censores federais até a regulamentação do art. 21, XVI, da CF).
o 2) Disposições constitucionais transitórias de efeitos instantâneos
e definitivos:
 Operam efeitos de forma imediata ou no prazo estabelecido
(sem o implemento de qualquer condição).
 Exemplo: artigo 13 do ADCT (criou o Estado de Tocantins).
o 3) Disposições transitórias de efeitos diferidos:
 Suspendem os efeitos da norma constitucionais por prazo
determinado (ou até a ocorrência de evento específico).
 Exemplo: artigo 5º do ADCT (suspendeu a aplicação dos
artigos 16 e 77 às eleições realizadas em 15/09/ 1988).

 Classificação de Raul Machado Horta (mais analítica):

o 1) Normas sobre benefícios e direitos:


 Artigo 53 do ADCT (estabelece direitos aos ex-combatentes da
Segunda Guerra Mundial);
o 2) Normas de duração temporária expressa:
 Artigo 40 do ADCT (estabeleceu o prazo de 25 anos de
duração da Zona Franca de Manaus);
o 3) Normas exauridas ou inexistentes (ato previsto já realizado ou
condição já ocorreu):
 Artigo 1º do ADCT (definiu compromisso a ser prestado pelos
chefes de poderes na promulgação da Constituição de 1988);
o 4) Normas dependentes de legislação e execução (só operam seus
efeitos até a edição de lei)
 Artigo 10, § 1º, do ADCT (definiu o prazo de 5 anos de licença
paternidade até lei disciplinando o art. 7º, I, da Constituição)
o 5) Normas de recepção (determina explicitamente a recepção de
normas anteriores à Constituição):
 Artigo 66 do ADCT (manteve as concessões dos serviços
públicos de telecomunicação)
o 6) Normas de prazo constitucional ultrapassado (dependentes de
legislação para produzir efeitos, não elaborada no prazo
determinado)
 Atualmente, não há mais normas desse tipo no ADCT.

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Ficha 49 – Sociedade aberta dos


intérpretes da Constituição

 Ideia criada pelo jurista alemão Peter Häberle:


o Amplia: conceito de hermenêutica constitucional.
o Premissa inicial: interpretação da norma constitucional
 Deve buscar situá-la no tempo e integrá-la à realidade;
 Não constitui uma decisão prévia e acabada (algo em
contínua construção).

 Característica marcante:
o Interpretação pluralista e democrática da Constituição (não
restrita à efetuada por órgãos estatais):
 Supera modelo fechado onde apenas magistrados podem
interpretar a norma (procedimentos formais).
 Atividade aberta a todos os destinatários da norma
(legítimos intérpretes).
o Intérpretes da Constituição:
 Em sentido amplo(pré-intérpretes): opinião pública e
cidadão.
 Jurisdição constitucional: última palavra quanto à
interpretação das normas constitucionais.

 No direito brasileiro:
o Concretizada:
 Amicus curiae ( “amigo da corte”)
 Audiências públicas convocadas pelo STF.
o Regimento Interno do STF
 Ministro relator do processo no STF:
 Para esclarecimento de fatos ou quando insuficientes
as informações dos autos;
 Pode designar: perito, audiência pública ou
depoimento de pessoa com notório conhecimento na
matéria discutida no processo.
 Ministro Presidente:
 Prerrogativa regimental de solicitar depoimento em
juízo de autoridade no assunto (pelo mesmo motivos).
o Oportunidades em que STF chamou sociedade civil para que
tomar parte na interpretação da Constituição:
 Utilização de células-tronco humanas em pesquisas;
 Aborto do anencéfalo;
 Fornecimento de medicamentos de alto custo pelo Estado.
o Participação da sociedade na discussão: fundamental para maior
legitimidade às decisões judiciais.

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7. Poder constituinte

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Ficha 50 – Conceito, titularidade e


manifestação

 Conceito:

o Poder de caráter político: extingue, cria ou garante a permanência de


uma Constituição (lei fundamental de uma sociedade política).

 Titularidade do poder constituinte:

o Emmanuel Joseph Sieyès (obra: “O que é o Terceiro Estado?”)


 Vislumbrou a existência desse poder
 Apontou a nação como o titular desse poder.
o Modernamente (doutrina): titularidade pertence ao povo!
o A Constituição de 1988 (art. 1º, parágrafo único):
 Poder emana do povo, que o exerce por representantes eleitos.
 Povo: brasileiros natos e naturalizados (art. 12 da Constituição).

 Manifestação:

o Hiato constitucional:
 Circunstâncias políticas em que ocorre conflito entre o conteúdo
da Constituição vigente e a realidade social.
 Lacuna normativa, interrupção de continuidade da dinâmica
constitucional, e impossibilidade de se adaptar o texto da
norma aos novos valores da sociedade.

o Fenômenos durante hiato:


 1) Mutação constitucional: dá-se outro sentido interpretativo
ao texto da Constituição, sem alterá-lo.
 2) Reforma do texto constitucional: por meio de emendas
(manifestação: poder constituinte derivado reformador).
 3) Assembleia Nacional Constituinte: instituída para elaborar
uma nova Constituição (manifestação: poder constituinte
originário).
 4) Hiato autoritário: outorga ilegítima e antidemocrática de
uma nova Constituição (falta de legitimidade popular: tende a
sucumbir).
 No Brasil: ocorreu durante regimes autoritários:
o Estado Novo;
o Ditadura Militar (a partir de 1964).

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Ficha 51 – Poder constituinte


originário: definição e características

 Sinônimo: inaugural, inicial, genuíno ou de primeiro grau.


o Rompe completamente com ordem jurídica anterior (instaurando
nova).

 Nova ordem jurídica estabelecida independe:


o Meio pelo qual ele se manifestou (movimento revolucionário ou
assembleia nacional constituinte);
o Ato constitucional que materializa a manifestação (nova
Constituição, Ato Institucional ou Decreto).

 Características:
o a) Inicial: inicia uma nova ordem jurídica (rompe por completo
com anterior).
o b) Autônomo: nova ordem jurídica determinada de forma autônoma
por quem está no exercício do poder.
o c) Ilimitado juridicamente: não encontra limites no direito
anterior.
 Doutrina jusnaturalista: considera poder limitado pelo
direito natural.
 Doutrina positivista (adotada no Brasil): considera o poder
pré-jurídico (não limitado por qualquer direito prévio).
 Ilimitado juridicamente não significa absoluto ou arbitrário.
 Doutrina: poder encontra limites em valores morais,
religiosos, históricos e sociais da comunidade política.
 Deve obedecer a padrões de conduta da consciência
coletiva da sociedade ( “vontade do povo”).
 Para ser legítimo: não pode afrontar valores refletidos
em princípios supralegais de justiça (exemplo:
direitos humanos e a autodeterminação dos povos).
o d) Poder de fato (pré-jurídico): nova ordem jurídica só se inicia
após a sua manifestação.
o e) Incondicionado e soberano em relação às suas decisões.
o f) Permanente: não se esgota após a nova Constituição.
 É expressão da liberdade humana de rever suas decisões e
mudá-las a qualquer tempo.
 Permanece latente até a superveniência de “momentos
constituintes” (situações que justificam a ruptura da ordem
jurídica vigente).

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Ficha 52 – Poder constituinte


originário: subdivisão e manifestação

 Subdivisão:

o Poder constituinte originário material:


 Representa o seu aspecto substancial: orienta a atividade do
constituinte e estabelece o que é constitucional.
 Precede o formal: qualifica a norma positiva com o status de
constitucional.

o Poder constituinte originário formal:


 Dá a expressão normativa ao poder constituinte originário
material.
 Insere o poder constituinte originário material nas regras
legislativas, garantindo:
 Supremacia hierárquica em relação às demais leis;
 Estabilidade e permanência.

o Poder constituinte originário histórico (ou fundacional):


 Propriamente originário: faz surgir, pela primeira vez, um
novo Estado onde antes não havia um.
 Por esse motivo: chamado também de fundacional.

o Poder constituinte originário revolucionário:


 Ocorre posteriormente ao histórico.
 Rompe integralmente com a ordem jurídica vigente para
estabelecer um novo Estado onde já havia um.

 Formas de manifestação:

o 1) Outorga: manifestação unilateral do agente revolucionário.

o 2) Convenção: instauração de uma assembleia nacional


constituinte.
 Nova Constituição: nasce da deliberação da representação
popular.

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Ficha 53 – Poder constituinte


derivado reformador

 Poder constituinte derivado:

o Instituído pelo poder constituinte originário:


 Deriva dele e obedece às regras por ele estabelecidas.
 Limitado e condicionado pelo originário (nada constitui):
 Alguns doutrinadores: referem-se a ele como uma
“competência”, não propriamente como um poder.
o Sinônimos:
 Poder constituinte instituído, constituído, secundário,
remanescente ou de segundo grau.

 Poder Constituinte Derivado Reformador:


o Modalidade de poder constituinte derivado que tem a capacidade de
modificar o texto da Constituição.
 Obedece a um procedimento específico (estabelecido pelo
poder constituinte originário).
 Materializa-se por meio das Emendas Constitucionais.
o Poder de natureza meramente jurídica (não é poder político ou de
fato).
o Poder condicionado e limitado:
 1) Limites expressos na Constituição:
 Quórum qualificado: 3/5 para aprovação das emendas
(votação em 2 turnos em cada uma das casas
legislativas);
 Vedada manifestação durante o estado de sítio, o
estado de defesa e a intervenção federal;
 Cláusulas pétreas do § 4º do artigo 60 da Constituição
 2) Limites implícitos:
 Vedado alterar titularidade dos poderes constituintes
(originário e derivado)
 Vedado alterar ou violar os limites expressos (dupla
revisão):
o Alterar limites expressos para em seguida
efetuar alterações na Constituição antes
vedadas por esses limites.
o A dupla revisão não é admitida no sistema
normativo brasileiro.

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Ficha 54 – Poder constituinte


derivado revisor

 Derivado do poder constituinte originário.

 Poder de caráter: jurídico, limitado e condicionado.

 Instituído pelo artigo 3º do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias (ADCT).
o Após 5 anos da promulgação da Constituição de 1988, seria
realizada uma revisão constitucional.
o Realizada pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional (em sessão unicameral).
o Alteração do texto da Constituição por meio de um procedimento
mais simplificado que a edição de emendas constitucionais.

 Limite material:
o O mesmo estabelecido para poder constituinte derivado
reformador.
o Outros limites (estabelecidos por Resolução do Congresso):
 Votação em 2 turnos.
 Vedadas:
 Substituição integral do texto constitucional;
 Alteração da forma republicada e do sistema
presidencialista.

 Propostas de revisão apresentadas (legitimados):


o Congressista;
o Líderes dos partidos políticos;
o Assembleias legislativas;
o Propostas populares.

 Realizada a revisão (em 1994):


o Art. 3º do ADCT se exauriram (sem aplicabilidade)
o Revisão foi autorizada a ocorrer apenas uma vez.

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Ficha 55 – Poder constituinte


derivado decorrente

 Poder jurídico:
o Derivado do poder constituinte originário (deve seguir as regras
estabelecidas por ele).
 Função: elaboração e alteração das Constituições Estaduais.
o Decorre: poderes de auto-organização, autogoverno e
autoadministração dos Estados (manifestação: autonomia
federativa).
 Modalidades:
o 1) Inicial (ou instituidor): elabora a Constituição Estadual.
o 2) De revisão estadual: modifica texto da Constituição Estadual.
 Procedimento estabelecido pela própria Constituição
Estadual.
 Limites: princípios constitucionais (art. 25).
o 1) Sensíveis (expressos na Constituição);
o 2) Estabelecidos (extraídos das normas centrais): repartição de
competências e organização dos poderes;
o 3) Extensíveis (relacionados à estrutura federativa): processo
legislativo, investidura em cargos públicos e sistema orçamentário.
 Titularidade:
o Estados: Assembleias Legislativas.
 Art. 11 do ADCT: exercido até 1 ano da promulgação da CF.
o Distrito Federal: Câmara Legislativa.
 Regido por Lei Orgânica (art. 32, CF): mesma natureza de
Constituição Estadual (jurisprudência).
 Poder (para elaborar e alterar a sua Lei Orgânica): decorre
diretamente da Constituição.
o Municípios:
 Poder constituinte derivado decorrente: não extensível a
eles.
 Leis Orgânicas:
 Funcionam como "Constituições Municipais".
 Sujeitas: às Constituições Federal e Estadual.
 Capacidade (de elaborar e alterar Leis Orgânicas):
manifestação de um poder de 3o grau.
 Poder sujeito a 2 graus de imposição legislativa
constitucional: o federal e o estadual.
o Territórios: integram a União (não possui autonomia federativa).
 Não são titulares de poder constituinte derivado decorrente.

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Ficha 56 – Poder constituinte


difuso e supranacional

 Poder constituinte difuso:


o Fundamenta: mutação constitucional.
 Novas interpretações a dispositivos constitucionais sem
alterações de texto.
 Alterações informais: decorrentes de fatos e transformações
políticas, econômicas e sociais.
o Função:
 Preencher “vazios” constitucionais (por meio: interpretação)
 É fundamental:
 Devido: evolução das situações de fato sobre as quais
a norma constitucional incide (novas visões jurídicas).
 Para: atender a novas demandas sociais (exemplo:
afirmação de direitos fundamentais).
o Poder de fato:
 Exercido de forma indireta por representantes do povo
reunidos em órgãos constituídos (como os Tribunais).
 Limite: vedado ferir direitos e princípios estruturantes.

 Poder constituinte supranacional:


o Segue tendência mundial: globalização do direito constitucional
("transconstitucionalismo").
 Busca: sistematizar conflitos entre constituições ou poderes
constituintes em um mesmo espaço político.
o Ponto de referência: Estado nacional.
 Poder: age de fora para dentro.
 Estabelece: parâmetros supranacionais de legitimação das
Constituições.
 Busca: resolver problemas relacionados à direitos humanos
e à organização do poder.
o Dever ser capaz de submeter a si:
 Todas as Constituições nacionais (buscando: seus
fundamentos na cidadania universal, na vontade de
integração e no pluralismo de ordenamentos jurídicos).
o Não se confunde com:
 Ordenamento jurídico interno de cada país.
 Direito internacional.
o Importância:
 União de países que compartilham regras comuns que
transcendem as fronteiras nacionais .
 Essas regras podem apresentar verdadeiras
características de Constituições.
 Exemplo: União Europeia.

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Ficha 57 – Recepção de normas


pré-constitucionais

 Normas pré-constitucionais que não contrariam dispositivos da nova


Constituição.
o Recepcionadas: pelo novo ordenamento jurídico (continuam a ter
validade)
 Condições:
o 1) Vigente no momento do advento da nova Constituição.
o 2) Não declarada inconstitucional sob vigência da Constituição
anterior.
o 3) Compatibilidade material com Constituição recém-promulgada.
 Dispensada: compatibilidade formal.
 Exemplo: recepção de Lei Ordinária como Lei Complementar
no novo ordenamento (Código Tributário Nacional)
 Norma pré-constitucional não recepcionada:
o Incompatível com novo ordenamento estabelecido
 Dita: revogada por falta de recepção.
o Não se confunde com a inconstitucionalidade.
 STF: não admite inconstitucionalidade superveniente
(referente a atos normativos anteriores à Constituição
vigente, tendo esta como paradigma).
 Somente admitida: inconstitucionalidade de lei perante a
Constituição sob a qual foi publicada.
o Não cabe ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para normas
pré-constitucionais.
 Validade perante nova Constituição pode ser questionada por
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamento – ADPF.
 Constitucionalidade superveniente de norma pré-constitucional:
o Norma inconstitucional sob a vigência da Constituição anterior, é
constitucional em relação à nova Constituição.
o No Brasil:
 Norma não pode ser revigorada pela nova ordem, mesmo:
 Não declarada inconstitucional no ordenamento
anterior;
 Passando a ser constitucional na nova ordem.
 Inconstitucionalidade: causa de nulidade absoluta desde a
edição da norma.
 Vício congênito insanável (inclusive por recepção).
 Admitida a modulação de seus efeitos:
o STF: pode determinar a partir de qual momento norma
recepcionada passa a operar efeitos no novo ordenamento.
 Admitida a recepção parcial de uma norma pré-constitucional:
o Exemplo: recepção de apenas um artigo ou de um parágrafo de
determina lei.

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Ficha 58 – Repristinação,
desconstitucionalização e
recepção material

 Repristinação:
o Fenômeno em que:
 Norma (elaborada na vigência de uma Constituição): não é
recepcionada pela Constituição subsequente.
 Volta a ter validade com o advento de uma terceira
Constituição (compatível com esta).
o STF: efeito repristinatório não é admitido pelo ordenamento
brasileiro (salvo determinação expressa na Constituição).

 Descontitucionalização:
o Normas da Constituição anterior:
 Permanecem válidas na vigência da nova Constituição;
 Com status de normas infraconstitucionais.
o Fenômeno possibilita sobrevivência de dispositivos constitucionais.
 Em regra: perdem a validade automaticamente com a nova
Constituição.
o No Brasil (em regra): não admitida!
 Salvo: determinação expressa do poder constituinte
originário (juridicamente ilimitado).

 Recepção material de normas constitucionais:


o Garante a persistência de normas constitucional (com status de
constitucional): se compatíveis com o novo ordenamento.
o Fenômeno excepcional:
 Somente admitido com previsão constitucional expressa.
 Via de regra:
 Manifestação do poder constituinte originário revoga
normas constitucionais anteriores
 Compatibilidade horizontal de normas de mesma
hierarquia (norma posterior revoga a anterior,
mesmo se com aquela compatível).
o Constituição de 1988 (exemplo):
 Assegurou expressamente a vigência de determinados
artigos da Constituição anterior (1967), no ADCT.
 Recepção em caráter precário e transitório (por
prazo certo).

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Ficha 59 – Retroatividade de
norma constitucional

 Grau em que as normas constitucionais recém-instituídas atingem os fatos


ocorridos antes da promulgação (exemplo: direitos adquiridos).

 Classificação da normas quanto ao grau retroatividade:


o 1) Normas de retroatividade máxima (ou restitutórias):
 Atingem os fatos consumados e a coisa julgada (decisões
judiciais irrecorríveis).
 Exemplo histórico: Constituição de 1937.
 Previa possibilidade de revisão das declarações de
inconstitucionalidade de leis proferidas pelo STF.
o 2) Normas de retroatividade média:
 Atingem: prestações vencidas e não adimplidas (somente os
efeitos pendentes dos atos jurídicos ocorridos antes da
vigência dessas normas)
 Exemplo:
 Lei que altera taxa de juros de prestações contratuais:
incluindo as vencidas não pagas.
o 3) Normas de retroatividade mínima (ou mitigada)
 Atinge somente efeitos futuros de fatos passados (efeitos
decorrentes dos fatos jurídicos anteriores à sua vigência).
 Prestações futuras (não vencidas) de negócios
firmados previamente à norma.

 Retroatividade das normas constitucionais:


o STF (entendimento): normas constitucionais tem em regra
retroatividade mínima.
 Atingem somente os fatos ocorridos após a sua
promulgação (incluindo os decorrentes de negócios
anteriores).
o Exemplos: art. 7º, IV (veda a vinculação do salário mínimo).
 Aplica-se: salários de contratos de trabalhos anteriores à
Constituição de 1988.
o Poder constituinte originário (ilimitado e incondicionado
juridicamente):
 Pode estabelecer dispositivos na nova Constituição com
retroatividade média e máxima.
 Necessária: previsão expressa.
 Doutrina (por esse motivo):
 Não há direito adquirido contra a Constituição.
 Direitos adquiridos não tem garantia de permanência
frente à manifestação do poder constituinte originário.

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8. Eficácia das normas


constitucionais

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Ficha 60 – Normas de eficácia


plena e contida

 Classificação elaborada por José Afonso da Silva:

 Normas constitucionais de eficácia plena:


o No momento da entrada em vigor: aptas a produzir todos os seus
efeitos.
 Independem de norma infraconstitucional integrativa.
 Legislador constituinte deu normatividade suficiente.
o Aplicabilidade:
 Direta;
 Imediata; e
 Integral.
o Em geral:
 Determinam: criação de órgãos;
 Atribuem competências aos entes federativos.
o Situam-se (predominantemente): nos elementos orgânicos da
Constituição.

 Normas constitucionais de eficácia contida (ou prospectiva):


o Outros autores: de normas de eficácia redutível ou restringível.
o Aplicabilidade:
 Direta;
 Imediata; e
 Possivelmente não integral.
o Tem condições de produzir todos os seus efeitos a partir da
promulgação.
 Podem sofrer redução de sua abrangência (limitação da
eficácia e aplicabilidade).
o Contenção por:
 1) Lei infraconstitucional (mais comum).
 2) Normas da própria Constituição (exemplo: Estado de Sítio
ou Defesa).
 4) Motivos de ordem pública, bons costumes ou paz social.
o Até a ocorrência de fatores de restrição: eficácia é plena.
o Exemplo (art. 5°, XIII): livre exercício de atividade profissional.
 Contida (na advocacia): pela exigência de aprovação no
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
 STF: restrição não atinge o núcleo essencial da liberdade de
oficio.

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Ficha 61 – Normas de eficácia


limitada

 Por si só: não são capazes de produzir todos os seus efeitos.


o Necessitam de lei infraconstitucional integrativa ou Emenda
Constitucional.

 Aplicabilidade:
o Indireta;
o Mediata;
o Reduzida (ou diferida).

 Produzem efeitos mínimos desde a vigência (eficácia jurídica imediata,


direta e vinculante)
o 1) Vincula legislador infraconstitucional (condicionando legislação
futura);
o 2) Constitui parâmetros de interpretação, integração e aplicação de
normas
o 3) Revoga legislação precedente incompatíveis (eficácia ab-
rogativa).

 Tipos:

o 1) Mormas de eficácia limitada de princípio institutivo:


 Estabelecem esquemas gerais para a estruturação de órgãos
e entidades públicas.
 Exemplo (art. 18, § 2°):
 Criação de Territórios Federais, bem como sua
transformação ou integração a Estado, se dá por lei
complementar.

o 2) normas de eficácia limitada de princípio programático:


 Estabelecem programas de finalidade social a serem
implementados pelo Estado.
 Exemplo (art. 196 e art. 205):
 Estabelecem que a saúde e educação são direitos de
todos e deveres do Estado.

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Ficha 62 – Diferença entre


aplicação e aplicabilidade

 José Afonso da Silva:


o Termo “aplicação” não se confunde com aplicabilidade.

 Norma de aplicação imediata:


o Possui todos os meios e elementos necessários para incidir sobre
fatos concretos e comportamentos regulados.
o Incidência concreta: ocorre na medida em que as instituições
ofereçam as condições para isso.
o Exemplo:
 Art. 5°, § 1°: normas definidoras de direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

 Aplicabilidade (pode ser):


o 1) Imediata:
 Direitos e garantias individuais: aplicabilidade imediata
(eficácia plena ou contida).
o 2) Mediata:
 Direitos e garantias sociais: a aplicabilidade mediata (eficácia
limitada).

 Poder judiciário:
o Quando provocado: não poderá deixar de aplicar essas normas à
situação concreta regulada.
 Direito deve ser conferido mesmo quando inexistir norma
integrativa (eficácia limitada),
o Remédios constitucionais contra não efetividade de normas com
eficácia limitada:
 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão;
 Mandado de Injunção.

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Ficha 63 – Normas supereficazes,


de eficácia plena e relativa

 Classificação de Maria Helena Diniz:


o Base: “gradualismo eficacional” das normas constitucionais
 Escalonamento dos efeitos das normas.
o Não há norma constitucional destituída de eficácia:
 Todas têm juridicidade e a possibilidade de operar efeitos
jurídico concretos.
 Diferem no seu grau eficacional (variável).

 Normas supereficazes (ou de eficácia absoluta):


o Não podem ser alteradas por emenda constitucional (intangíveis).
o Possuem “força paralisante total” em relação as normas que as
contrariem.
o Exemplos: cláusulas pétreas (art. 60, § 4º).

 Normas de eficácia plena:


o Possuem elementos imprescindíveis para produzir todos os efeitos
nelas previstos.
 Podem ser imediatamente aplicadas, independentemente de
norma infraconstitucional.
o Podem ser emendadas (ao contrário das normas supereficazes).
o Em geral: determinam proibições, prerrogativas ou isenções.

 Normas de eficácia relativa restringível:


o Correspondem às normas de eficácia contida.
o Aplicabilidade direta e imediata, mas que podem ter seus efeitos
restringidos por norma infraconstitucional posterior.
 Até a restrição, o exercício do direito previsto é pleno.

 Normas de eficácia relativa complementável:


o Similares às normas de eficácia limitada.
 Dependem de lei para viabilizar o exercício dos direitos e
benefícios estabelecidos.
 Produção de efeitos positivos: mediata.
o Contam com (desde a edição):
 Eficácia paralisante de normas prévias incompatíveis;
 Efeito impeditivo de condutas contrárias.
o Subdivisão:
 Normas de princípio institutivo: preveem órgãos, pessoas e
instituições cuja concretização depende de leis.
 Normas programáticas: estabelecem programas de Estado a
serem desenvolvidos por leis infraconstitucionais.

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Ficha 64 – Normas de aplicação,


integração e de eficácia exaurida

 Normas constitucionais de eficácia exaurida (Uadi Bulos):

o Capacidade para produção de efeitos se encontra extinta.


o Sinônimos:
 Normas de eficácia esvaída, esgotada, dissipada ou
desvanecida.
o Normas próprias do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT):
 Cumpridas as determinações impostas, perdem sua
aplicabilidade, tornando-se sem qualquer efeito.

 Classificação de Carlos Ayres Britto:

o 1) Normas de aplicação:
 Aptas a produzirem todos os seus efeitos,
independentemente de legislação infraconstitucional.
 Similar: normas de eficácia plena.
 Subdivisão:
 A) Normas de aplicação regulamentáveis:
o Permitem regulamentação, mas sem limitação
de conteúdo.
 B) Normas de aplicação irregulamentáveis:
o Dispensam qualquer regulamentação.

o 2) Normas de integração:
 Sentido é completado pela legislação infraconstitucional.
 Subdivisão:
 A) Normas de integração complementáveis:
o Exigem legislação integrativa para a completa
produção de seus efeitos.
o Similar: normas de eficácia limitada.
 B) Normas de integração restringíveis:
o Passíveis de redução de sua abrangência pelo
legislador infraconstitucional.
o Similar: normas de eficácia contida.

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Questões de concurso

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Questão 001 (ANATEL – Analista Administrativo – CESPE): O constitucionalismo


pode ser corretamente definido como um movimento que visa limitar o poder e
estabelecer um rol de direitos e garantias individuais, o que cria a necessidade de
se instituir uma carta, em regra escrita, que possa juridicizar essa relação entre
Estado e cidadão, de forma a se gerar mais segurança jurídica.

Questão 002 (Titular de Serviços de Notas e de Registros – TJ/MS – VUNESP):


Assinale a alternativa que contém uma afirmativa correta a respeito do
constitucionalismo.
a) O constitucionalismo teve seu marco inicial com a promulgação, em 1215, da
Magna Carta inglesa.
b) O constitucionalismo surge formalmente, em 1948, com a edição da Declaração
Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
c) A doutrina do Direito Constitucional é uníssona no entendimento de que o
constitucionalismo surgiu com a revolução norte-americana resultando, em 1787,
na Constituição dos Estados Unidos da América.
d) É possível identificar traços do constitucionalismo mesmo na antiguidade
clássica e na Idade Média.
e) O constitucionalismo brasileiro inspirou-se fortemente no modelo
constitucional do Estado da Inglaterra.

Questão 003 (MP – Analista de Infraestrutura – CESPE): De acordo com o


constitucionalismo moderno, as constituições escritas são instrumentos de
contenção do arbítrio decorrente do exercício do poder estatal.

Questão 004 (DPE/MG – Defensor Público – FUMARC): Constituiu-se no cerne do


constitucionalismo social:
a) O juiz, como boca da lei.
b) Os interesses difusos.
c) O voto censitário.
d) O intervencionismo diversificado.
e) Os direitos individuais.

Questão 005 (MPE/RN – Promotor de Justiça – CESPE): Acerca do


constitucionalismo, assinale a opção incorreta.
a) A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente
ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras manifestações desse movimento
constitucional em busca de uma organização política fundada na limitação do
poder absoluto.
b) O neoconstitucionalismo é caracterizado por um conjunto de transformações no
Estado e no direito constitucional, entre as quais se destaca a prevalência do
positivismo jurídico, com a clara separação entre direito e valores substantivos,
como ética, moral e justiça.
c) O constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação
do poder com fins garantidores.
d) O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado
Legislativo de Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição
passa a ocupar o centro de todo o sistema jurídico.
e) As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da
incorporação explícita, em seus textos, de anseios políticos, como a redução de

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desigualdades sociais, e de valores como a promoção da dignidade humana e dos


direitos fundamentais.

Questão 006 (FUNIVERSA – SEAP/DF – Agente de Atividades Penitenciárias):


Segundo Marcelo Neves, o processo de constitucionalização simbólica implica
aceitar a constituição como um símbolo efetivo de poder, que, portanto, sujeita
todos os indivíduos, de maneira completa, ao que nela se encontra previsto. O
poder simbólico da constituição contribui, portanto, para a sua efetivação prática.

Questão 007 (FMP/RS – TCE/RS – Auditor Público Externo): O conceito de


constitucionalização simbólica refere-se ao fenômeno pelo qual a função
normativa da Constituição se sobrepõe a suas funções ideológicas, morais e
culturais.

Questão 008 (CESPE – PC/TO – Delegado de Polícia): A concepção política de


constituição, elaborada por Carl Schmitt, compreende-a como o conjunto de
normas que dizem respeito a uma decisão política fundamental, ou seja, a vontade
manifestada pelo titular do poder constituinte.

Questão 009 (CESPE – INCA – Analista): Para Carl Schmitt, a constituição de um


Estado deveria ser a soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso
isso não ocorra, ele a considera como ilegítima, uma simples folha de papel.

Questão 010 (CESPE – TJ/ES – Oficial de Justiça): A concepção sociológica,


elaborada por Ferdinand Lassale, considera a constituição como sendo a somatória
dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica
e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Questão 011 (CESPE – STF – Analista Judiciário): Considere a seguinte definição,


elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva
(Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41…). A constituição
é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-
jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma
fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional
no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de
constituição no seu sentido jurídico

Questão 012 (CESPE – Correios – Analista): Segundo os doutrinadores, a ideia de


uma constituição aberta está ligada à possibilidade de sua permanência dentro de
seu tempo, evitando-se o risco de perda ou desmoronamento de sua força
normativa.

Questão 013 (CESPE – MPE/RR – Promotor de Justiça): No Brasil, o exercício do


poder constituinte já foi restrito a determinado grupo ou pessoa, o que resultou
em Constituição dita outorgada.

Questão 014 (CESPE – PRF – Técnico): A Constituição elaborada por uma


assembleia constituinte livremente escolhida pelo povo classifica-se, quanto à

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origem, como outorgada.

Questão 015 (CESPE – MMA – Agente Administrativo): Uma Constituição do tipo


cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela ausência da participação popular na
sua formação.

Questão 016 (FCC – PGE/RJ – Técnico Superior): O conceito de normas


materialmente constitucionais
a) é antagônico ao de normas formalmente constitucionais.
b) importa na atribuição de rigidez às normas que versem sobre matéria
tipicamente constitucional.
c) foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a
Constituição.
d) apenas apresenta alguma utilidade nos Estados dotados de Constituições
inorgânicas (não escritas) e flexíveis.
e) é aquele segundo o qual são normas constitucionais as que estejam contidas
dentro do documento intitulado Constituição.

Questão 017 (CESPE – PRF – Agente Administrativo): Em relação ao conteúdo, a


CF deve ser classificada como analítica.

Questão 018 (CESPE – TRE/BA – Analista Judiciário): Toda constituição é


necessariamente escrita e representada por um texto solene e codificado.

Questão 019 (CESPE – CNJ – Técnico Judiciário): Constituição não escrita é aquela
que não é reunida em um documento único e solene, sendo composta de costumes,
jurisprudência e instrumentos escritos e dispersos, inclusive no tempo.

Questão 020 (CESPE – SERPRO – Analista): Tendo em vista a possibilidade de


alteração de seu texto por meio de emenda, a Constituição Federal de 1988 (CF) é
classificada como semirrígida, apesar de possuir um núcleo imutável, também
chamado de cláusulas pétreas.

Questão 021 (TRF-3 – Juiz Federal): Sobre a teoria da constituição, é incorreto


dizer:
a) materialmente constitucional são apenas os textos que compõem a constituição
a respeito da estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos
fundamentais;
b) formalmente constitucional é todo o documento escrito, estabelecido de forma
solene por um poder constituinte, cuja modificação exige processos e formas
específicas, estabelecidas na própria constituição;
c) considera-se não escrita a constituição em que suas normas são esparsas,
localizáveis em mais de um diploma legal, baseada nos costumes, na
jurisprudência e em convenções;
d) diz-se que uma constituição é rígida quando seu texto somente pode ser
alterado por processos, solenidades e exigências formais diferentes das leis
infraconstitucionais, enquanto se designa de constituição flexível aquela que pode
ser modificada pelo mesmo rito das leis ordinárias;
e) considera-se semirrígida a constituição que não admite alteração, nem mesmo
por emenda constitucional, de alguma parte de seu texto, desde que outras partes

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possam ser alteradas.

Questão 022 (CESPE – TCU – Analista de Controle Externo): Por expressar apenas
as regras básicas de organização do Estado e os preceitos referentes aos direitos
fundamentais, a CF é considerada como uma constituição analítica.

Questão 023 (CESPE – Correios – Analista de Correios): Quanto a sua extensão e


finalidade, a constituição sintética examina e regulamenta todos os assuntos que
reputa relevantes à formação, à destinação e ao funcionamento do Estado.

Questão 024 (FCC – MPC/MS – Analista de Contas): As Constituições codificadas


ou orgânicas caracterizam-se por
a) não contemplarem em seu texto normas de eficácia limitada, de forma que todo
o corpo normativo-constitucional seja dotado de aplicabilidade imediata.
b) disporem minudentemente sobre toda a atividade política, de modo a oferecer
disciplina casuística e exauriente a todos os casos de natureza constitucional.
c) tornarem dispensável a disciplina legislativa da ordem política, econômica e
social.
d) estarem contidas num único texto normativo, contemplando ordenação
sistemática de suas disposições mediante articulação em títulos, capítulos e seções.
e) guardarem identidade com a noção de bloco de constitucionalidade.

Questão 025 (FCC – TCE/PI – Assessor Jurídico): As denominadas Constituições


legais ou inorgânicas caracterizam-se por
a) inadmitir controle de constitucionalidade das leis.
b) dispor de forma insuficiente ou incompleta sobre a organização política do
Estado, requerendo complementação legislativa de forma a tornar viável o efetivo
funcionamento do sistema político por ela instituído.
c) circunscrever sua disciplina normativa à organização política do Estado, sem
contemplar declaração de direitos e garantias fundamentais.
d) contemplar expressivo conjunto de normas apenas formalmente
constitucionais.
e) ter seu conteúdo disperso em diversos textos normativos.

Questão 026 (PC/MG – Delegado de Polícia): O “bloco de constitucionalidade” se


constitui a partir de
a) princípios, normas escritas e não escritas, fundamentos relativos à organização
do Estado, direitos sociais e econômicos, direitos humanos reconhecidos em
tratados e convenções internacionais dos quais o país seja signatário.
b) normas escritas, emendas constitucionais de lastro formal, direitos
fundamentais consagrados pela Constituição, de reconhecimento e aplicação
internos.
c) princípios não escritos, unidade, solidez, valoração de normas constitucionais
que podem ser desmembradas para melhor efetivação dos direitos consagrados.
d) conteúdo específico das normas constitucionais e infraconstitucionais,
estabilidade, dinamicidade, dirigismo, garantismo, além de todas as normas
constitucionais de caráter programático.

Questão 027 (CESPE – DPE/RR – Defensor público): No que se refere à


classificação das constituições ao sistema, a denominada constituição preceitual é

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aquela na qual há a predominância de princípios, considerados normas


constitucionais, com elevado grau de abstração e generalidade, a exemplo da CF.

Questão 028 (ESAF – CGU – Analista de finanças e controle): Quanto ao sistema da


Constituição, as constituições se classificam em constituição principiológica – na
qual predominam os princípios – e constituição preceitual – na qual prevalecem as
regras.

Questão 029 (CESPE – OAB – Primeira Fase): De acordo com a classificação das
constituições, denomina-se dogmática a constituição que
a) contém uma parte rígida e outra flexível e sistematiza os dogmas aceitos pelo
direito positivo internacional.
b) sistematiza os dogmas sedimentados pelos costumes sociais e, também
conhecida como costumeira, é modificável por normas de hierarquia
infraconstitucional, dada a rápida evolução da sociedade.
c) é elaborada, necessariamente, por um órgão com atribuições constituintes e,
somente existindo na forma escrita, sistematiza as ideias fundamentais
contemporâneas da teoria política e do direito.
d) somente pode ser alterada mediante decisão do poder constituinte derivado,
sendo também conhecida como histórica.

Questão 030 (FUNIVERSA – SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional): A


classificação das constituições leva em conta diversos fatores e diversas
características. Considerando essa informação, assinale a alternativa que não
corresponde a uma classificação adequada à Constituição Federal (CF) de 1988.
a) escrita
b) rígida
c) analítica
d) dogmática
e) histórica

Questão 031 (CESPE – TRE/MA – Técnico Judiciário): A constituição que se


materializa ao longo do tempo, tal qual a inglesa, é classificada como ortodoxa.

Questão 032 (CESPE – TJ/PI – Titular de serviços de notas e de registro):


Constituições ortodoxas são aquelas que procuram conciliar ideologias opostas.

Questão 033 (FJG – Câmara Munical/RJ – Analista legislativo): Segundo


entendimento doutrinário, as constituições que logram ser lealmente cumpridas
por todos os interessados, limitando efetivamente o poder, denominam-se:
a) constituições nominais
b) constituições-garantia
c) constituições normativas
d) constituições estruturais

Questão 034 (ESAF – CGU – Analista de Finanças e controle): Segundo a


classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição
nominativa é um mero instrumento de formalização legal da intervenção dos
dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de
servir como instrumento limitador do poder real.

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Questão 035 (PUC/PR – PGE/PR – Procurador do Estado): A noção de


Constituição dirigente determina que, além de organizar e limitar o poder, a
Constituição também preordena a atuação governamental por meio de planos e
programas de constitucionais vinculantes.

Questão 036 (CESPE – PC/TO – Delegado de Polícia): Constituição-garantia é a


que, além de legitimar e limitar o poder do Estado em face da sociedade, traça um
plano de evolução política e metas a serem alcançadas no futuro.

Questão 037 (FCC – TCE/MG – Auditor): Do ponto de vista histórico, o


denominado conceito de Constituição liberal foi expresso pela
a) Carta Magna, de 1215.
b) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
c) Constituição mexicana revolucionária, de 1917.
d) Constituição de Weimar, de 1919.
e) Lei Fundamental de Bonn, de 1949.

Questão 038 (IBFC -SEPLAG/MG): Acerca dos elementos das constituições,


assinale a alternativa INCORRETA:
a) Orgânicos: elementos contidos nas normas que dispõem sobre a estrutura do
Estado e do poder.
b) Limitativos: elementos consagrados nas normas que cuidam da defesa da
constituição e das instituições democráticas.
c) Sócio-ideológicos: insculpidos nas normas que fixam os compromissos sociais
do Estado.
d) Formais de aplicabilidade: elementos assentados nas regras de aplicação das
constituições.

Questão 039 (CESPE – STJ – Analista Judiciário): Os direitos e garantias


fundamentais são considerados elementos limitativos das constituições.

Questão 040 (FUMARC – PC/MG – Analista): Sobre os chamados “elementos da


Constituição”, é CORRETO afirmar:
a) Elementos limitativos: são os que se acham consubstanciados nas normas que
estabelecem regras de aplicação das normas constitucionais, assim, o preâmbulo, o
dispositivo que contém as cláusulas de promulgação, as disposições
constitucionais transitórias e as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais que têm aplicação imediata.
b) Elementos orgânicos: que se contêm nas normas que regulam a estrutura do
Estado e do poder, que se concentram, predominantemente, nos seguintes Títulos:
Da Organização do Estado; Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo;
Das Forças Armadas e da Segurança Pública e Da Tributação e do Orçamento.
c) Elementos socioideológicos: que se manifestam nas normas que consagram o
elenco dos direitos e garantias fundamentais.
d) Elementos formais de aplicabilidade: consagrados nas normas destinadas à
solução de conflitos constitucionais, à defesa da Constituição, do Estado e das
instituições democráticas.

Questão 041 (FCC -TCE/CE – Procurador de Contas): A Constituição do Império

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do Brasil, de 1824, é considerada semirrígida porque


a) apenas as matérias propriamente constitucionais − e assim apontadas pelo texto
constitucional − exigiam modi icação com as formalidades inerentes à rigidez
constitucional, ficando as demais matérias ao alcance da lei comum.
b) podia ser modificada por lei complementar.
c) previa um especial mecanismo de modificação a meio caminho − em termos de
complexidade e dificuldade − entre a lei ordinária e a emenda constitucional.
d) permitia ao Poder Moderador a promulgação de emendas constitucionais sem o
consentimento parlamentar.
e) exigia referendo popular para cada emenda constitucional promulgada.

Questão 042 (CESPE – PG/DF – Procurador): A primeira Constituição brasileira,


datada de 1824, foi regularmente aprovada e democraticamente promulgada por
assembleia nacional constituinte.

Questão 043 (MPDFT – Promotor de Justiça): Na Constituição de 1824, existiam


quatro poderes (executivo, legislativo, judiciário e moderador), sendo, a
investidura dos senadores vitalícia.

Questão 044 ( IESES – TJ-MS – Titular de Serviços de Notas e de Registros): São


características da Constituição Federal de 1891.
a) Instituição da forma federativa de Estado e da forma republicana de governo,
instituição do habeas corpus.
b) Poder moderador, eleições indiretas e censitárias.
c) Eleição indireta para presidente da República, com mandato de seis anos.
d) Incorporação da Justiça do Trabalho e do Tribunal Federal de Recursos ao Poder
Judiciário.

Questão 045 (CEPERJ – DEGASE – Auxiliar Administrativo): O habeas corpus


surge no Direito Brasileiro na Constituição de:
a) 1937
b) 1891
c) 1988
d) 1934
e) 1946

Questão 046 (MPE-GO – Prova: Promotor de Justiça): Com a alteração imposta à


Constituição da República de 1891, por força da Reforma de 1926, melhor se
definiram as hipóteses e os pressupostos da intervenção federal, com o objetivo de
evitar os abusos no manejo de referido instituto, atribuídos à má redação
originária de seu art. 6º.

Questão 047 (FUNDATEC – PGE-RS – Procurador do Estado): O habeas corpus


passou a ter previsão constitucional na Constituição de 1891, que não limitava seu
objeto à garantia da liberdade de locomoção

Questão 048 (CESPE – PGE-PI – Procurador do Estado): Uma das inovações


trazidas pela Constituição brasileira de 1891 foi a divisão do território brasileiro
em estados e a ampla liberdade de culto, com o fim do catolicismo como religião
oficial do Estado.

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Questão 049 (FCC – TRT 3ª Região – Analista Judiciário): A Constituição Federal


brasileira de 1934, que tratou pela primeira vez no Brasil de Direito de Trabalho
(art.121), ao garantir a liberdade sindical, isonomia salarial e outros direitos ao
trabalhador, foi influenciada
a) pela doutrina marxista soviética.
b) pelo anarco-coletivismo social.
c) pela ideologia socialista alemã.
d) pelo constitucionalismo social.
e) pela ideologia europeia.

Questão 050 (VUNESP – TJ/RJ – Juiz Substituto): Na evolução político-


constitucional brasileira, o voto feminino no Brasil foi expressamente previsto pela
primeira vez num texto constitucional na Constituição de
a) 1891.
b) 1934.
c) 1937.
d) 1946.

Questão 051 (CESPE – AGU – Advogado da União): A Constituição de 1934


disciplinou a subordinação do direito de propriedade ao interesse social.

Questão 052 (CESPE – PGDF – Procurador): Coerente com os processos


decorrentes da Revolução de 1930, a Constituição de 1934 contemplou a eleição,
pelo voto direto e secreto, de todos os integrantes das casas legislativas.

Questão 053 (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo): A


Constituição Federal de 1934 inovou a ordem constitucional brasileira no que se
refere à fonte do custeio previdenciário, que passou a ser tríplice, provinda de
contribuições do Estado, do trabalhador e do empregador.

Questão 054 (CESPE – Instituto Rio Branco – Diplomata): A Constituição de 1934


assegurou o regime federativo, manteve a autonomia financeira dos estados e
municípios, sancionou o intervencionismo do Estado em assuntos sociais, com a
extensão dos direitos sociais, e possibilitou a privatização progressiva das minas,
jazidas minerais e fontes de energia hidráulica.

Questão 055 (CESPE – ANAC – Especialista em regulação): No Brasil, a


Constituição de 1934, sob a influência da Constituição de Weimar de 1919, foi a
primeira a consignar princípios e normas sobre ordem econômica.

Questão 056 (FCC – TRT 3ª Região – Analista Judiciário): A Constituição de 1937


outorgada pelo Presidente Getúlio Vargas:
a) criou as assembleias legislativas estaduais cujos representantes eram nomeados
pelo governo central para mandatos de quatro anos, a autonomia política,
administrativa e judiciária dos estados, e possibilitou ao presidente concentrar em
suas mãos também o Poder Judiciário.
b) ajustou-se aos interesses gerais das altas camadas sociais do país onde a
maioria da população não tinha acesso á propriedade, portanto, de renda mínima
para votar e ser votada, servindo assim, aos propósitos centralizadores do ditador

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e dos grupos que buscavam firmar-se ao seu redor.


c) manteve, inspirada nos princípios da democracia liberal, a legislação trabalhista,
restaurou as garantias dos direitos civis, restabeleceu o sistema bicameral, de
Senado e Câmara, reforçou a autonomia dos estados e municípios e centralizou o
poder político do governo central.
d) substituiu a democracia liberal, representativa e federativa por um regime
centralizado e unitário, no qual os estados perderam a autonomia, os partidos
deixaram de existir e estabelecia-se uma relação direta e sem intermediários, entre
o Presidente e a massa da população.
e) atribuiu ao Presidente o poder de comandar o Congresso, as Assembleias
Legislativas e as Câmaras Municipais, cassar mandatos, suspender os direitos
políticos de qualquer pessoa, o direito de habeas corpus para crimes políticos e
privou o Poder Judiciário de certas garantias legais.

Questão 057 (CESPE – MPE/RN – Promotor de Justiça): Considerando a


classificação ontológica das constituições, assinale a opção que apresenta a
categoria que se aplica à Constituição de 1937, conforme a descrição acima.
a) constituição semântica
b) constituição dogmática
c) constituição formal
d) constituição outorgada
e) constituição ortodoxa

Questão 058 (FUNCAB – PRODAM/AM – Analista Administrativo): Os princípios


da legislação trabalhista no Brasil foram instituídos pela Constituição de 1937, que
inspirou-se:
a) na Consolidação das Leis Trabalhistas –CLT.
b) diretamente nos preceitos da Revolução Industrial.
c) na legislação norte-americana, promulgada na década de 1930.
d) nas determinações do Ministério do Trabalho e Emprego –MTE.
e) na Carta del Lavoro, um sistema corporativista-fascista, de Mussolini.

Questão 059 (FCC – TRT 3ª Região – Analista Judiciário): Entre o conjunto de leis
criadas no período a que o texto se refere, destaca-se a Constituição de 1937, que
nos seus dispositivos trabalhistas, inspirados na “Carta del Lavoro” italiana,
a) dava somente ao sindicato reconhecido pelo Estado o direito de representar a
categoria, proibindo a greve e o lock-out.
b) ampliava a participação do trabalhador pelo sistema de representação classista
e pela adoção do voto secreto nas eleições.
c) garantia direitos aos trabalhadores como: jornada de oito horas,
regulamentação do trabalho feminino e do trabalho infantil.
d) definiu as regras a partir das quais o mercado de trabalho e as relações
trabalhistas poderiam livremente se desenvolver.
e) garantiu aos trabalhadores uma certa estabilidade no emprego e no salário por
meio do crescimento industrial do país.

Questão 060 (CESPE – PGDF – Procurador): A Constituição de 1937 dissolveu a


Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as assembleias legislativas e as câmaras
municipais.

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Questão 061 (FCC – TCE/CE – Conselheiro Substituto): O Constitucionalismo do


Estado Novo, no Brasil, apresentou como características:
a) Uma Constituição autoritária, outorgada em 1934, que dava ao Presidente da
República poderes de expedir decretos-leis sem a devida análise pelo Congresso
Nacional.
b) A outorga de uma Constituição, em 1937, que dava amplos poderes ao
Presidente da República para fechar ou manter sem funcionamento o Congresso
Nacional e pela via dos decretos-leis, governar como única fonte de poder
legislativo.
c) A outorga de uma Constituição, em 1941, que acabou por capitular direitos aos
trabalhadores e às mulheres pela primeira vez na história constitucional brasileira.
d) A promulgação de uma Constituição, em 1937, que dava ao Presidente da
República poderes para decretar intervenção federal em todos os estados da
federação.
e) A ausência de uma Constituição por quatro anos, tendo em vista que, em função
dele, houve, em São Paulo, uma Revolução Constitucionalista que lutava
justamente pela elaboração de um novo texto constitucional.

Questão 062 (FCC – TCE/PI – Assessor Jurídico): A Constituição brasileira, de 10


de novembro de 1937, estabeleceu singular instrumento de controle político das
decisões judiciais que declaravam a inconstitucionalidade de uma lei. Conferia ao
Presidente da República a prerrogativa para submeter a lei “novamente ao exame
do Parlamento”. E, caso o Legislativo confirmasse a lei “por dois terços de votos em
cada uma das Câmaras”, a decisão do Tribunal ficaria sem efeito. Sob a vigência do
regime constitucional inaugurado pela Carta de 1937, o uso desse específico
mecanismo
a) somente era cabível ante o regular funcionamento do Parlamento Nacional, fato
que ficou obstado em virtude da inocorrência do plebiscito sobre a Constituição
que deveria anteceder às eleições para os cargos do Poder Legislativo.
b) constituiu, em razão de o Parlamento Nacional não ter se reunido durante a
vigência da Constituição, prerrogativa exclusiva do Presidente da República
exercida mediante decreto-lei, cabendo-lhe, assim, promover unilateralmente a
confirmação da lei declarada inconstitucional e tornar sem efeito, de forma geral,
as decisões judiciais que afastavam sua aplicação, ainda que não fossem
expressamente relacionadas no ato presidencial.
c) somente era cabível em face de decisões de inconstitucionalidade proferidas em
sede de controle abstrato de normas.
d) teve pouca efetividade, pois, ainda que a lei declarada inconstitucional fosse
confirmada, somente as decisões judiciais expressamente referidas no ato
presidencial teriam seus efeitos cassados, não impedindo que outros
pronunciamentos judiciais – inclusive posteriores à confirmação – continuassem,
em sede de controle concreto, a afastar o diploma legal por ofensa à Constituição.
e) teve sua inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, pois
contrariava o princípio da separação dos poderes e a forma federativa de Estado.

Questão 063 (CESPE – ANTT – Especialista em Regulação): A primeira


Constituição brasileira que tratou especificamente da ordem econômica foi a de
1946.

Questão 064 (CESPE – DPE/CE – Defensor Público): A teoria do risco

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administrativo está presente no plano constitucional desde a Constituição de 1946


e confere fundamento doutrinário à responsabilização objetiva do Estado.

Questão 065 (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo): Até 1946 a
autonomia municipal foi apenas nominal, uma vez que, apesar de inscrita nos
textos constitucionais, passou a ser exercida de fato e de direito apenas com a
edição da Constituição de 1946.

Questão 066 (CESPE – PG/DF – Procurador): A Assembleia Nacional Constituinte


de 1946 contou com a participação de representantes comunistas.

Questão 067 (CESPE – AGU – Agente Administrativo): O Brasil, desde a


promulgação da Constituição de 1946, tem adotado o presidencialismo como
forma de governo. Assim, a atividade executiva está concentrada na figura do
presidente da República, que é, ao mesmo tempo, chefe de governo, chefe de
Estado e chefe da administração pública.

Questão 068 (FCC – MPE/SE – Analista): Considerando a evolução constitucional


do Brasil, analise:
I. A Constituição do Estado Novo (1937) não contemplava os princípios da
legalidade e da retroatividade das leis, assim como, não previa o mandado de
segurança.
II. A Constituição Republicana (1891) instituiu a forma federativa de Estado
atribuindo-lhe a competência remanescente e fortaleceu os direitos individuais
como a garantia do habeas corpus.
III. A Constituição de 1967, inspirada na Carta de 1934, ostentou forte tendência à
descentralização político-administrativa da União com ampliação dos direitos
individuais, especialmente do direito de propriedade.
IV. A Constituição de 1946, deu ao Brasil a forma de Estado unitário com intensa
centralização político-administrativa e em matéria de direitos fundamentais
previu o habeas data e o mandado de injunção.
Nesses casos, está correto o que consta APENAS em
a) II, III e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I e II.
e) I, III e IV.

Questão 069 (CESPE – Instituto Rio Branco – Diplomata): A reforma eleitoral que
extinguiu os partidos políticos então existentes e criou apenas dois, ARENA e MDB,
precedeu a Constituição de 1967.

Questão 070 (FCC – Casa Civil/SP – Executivo Público): O general Humberto


Castelo Branco foi o primeiro presidente do regime militar instalado em 1964.
Durante seu governo (1964- 1967) verificou-se a primeira enxurrada de decretos,
leis, Atos Institucionais etc. Sobre os Atos Institucionais é correto afirmar que são
a) Decretos pelos quais o Poder Judiciário estabelecia severas penas àqueles que
fossem indiciados em atos que ofendessem a honra e a dignidade dos membros do
Poder Executivo e da Assembleia Legislativa.
b) Leis instituídas pelo Poder Legislativo pelas quais era fornecida sustentação

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legal ao Poder Judiciário para reprimir todo aquele que se opusesse à política de
segurança nacional do Estado, durante esse período.
c) Leis Federais pelas quais o Poder Legislativo estabelecia normas que submetiam
o Poder Judiciário ao Poder Executivo, por meio da extinção de certas garantias,
como a da autonomia e liberdade de julgamento.
d) Decretos pelos quais o Poder Executivo estabelecia nova ordem política,
administrativa ou jurídica, com medidas que alteravam ou contrariavam a
Constituição, sem a devida aprovação do Poder Legislativo.
e) Emendas à Constituição vigente pelas quais os Órgãos de Segurança Nacional
garantiam a ordem social, econômica e política e as leis instituídas pela
Constituição Federal, aprovadas pelo Poder Executivo.

Questão 071 (CESPE – Instituto Rio Branco – Diplomata): A Constituição de 1967


incorporou a doutrina de segurança nacional à medida que inseriu, em seu texto,
as principais determinações dos atos institucionais e dos atos complementares
anteriores, atribuindo à União a organização das forças armadas e o planejamento
e a garantia da segurança nacional, sendo esta também de responsabilidade de
todos os cidadãos.

Questão 072 (CESPE – Órgão: PGE/PI – Procurador do Estado): Entre as


principais características da Constituição de 1967, pode-se citar o aprimoramento
da Federação brasileira, com a descentralização de competências e o
fortalecimento do princípio da separação dos poderes.

Questão 073 (MPE/MG – Promotor de Justiça): Segundo a Constituição da


República de 1988,
a) o Distrito Federal é a Capital Federal.
b) o Rio de Janeiro é a Capital em casos urgentes e de calamidade pública.
c) Brasília é a Capital Federal.
d) Goiás é a Capital em casos urgentes e de calamidade pública.

Questão 074 (COPEVE/UFAL – Prefeitura de Rio Largo/AL – Procurador


Municipal): A Constituição Federal brasileira de 1988 foi elaborada por:
a) uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes
diretamente eleitos pelo povo brasileiro para esse fim.
b) uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.
c) uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal, e das Assembleias dos Estados federados.
d) um colegiado composto por especialistas em Direito Constitucional (“Comissão
Afonso Arinos”), cujo projeto foi alterado pela Assembleia Nacional Constituinte e,
posteriormente, aprovado por ela.
e) uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes do Poder
Legislativo Federal e, posteriormente, aprovada por referendo popular.

Questão 075 (CONTEMAX – COREN/PB – Agente Administrativo): A Constituição


Federal de 1988 considera como órgãos do Poder Judiciário, os
a) Tribunais de Contas
b) Tribunais Militares
c) Tribunais de Justiça Desportiva.

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d) Tribunais de Exceção.
e) Tribunais de Comércio.

Questão 076 (UNEB – DPE/BA – Estágio Jurídico): Doutrinariamente, classifica-se


a Constituição Federal de 1988 quanto
a) à forma, como sendo escrita; quanto ao tamanho, analítica; quanto à origem,
outorgada.
b) ao conteúdo, como sendo formal; quanto à forma, escrita; quanto ao tamanho,
analítica.
c) à estabilidade, como sendo imutável; quanto ao conteúdo, formal; quanto à
forma, escrita.
d) à origem, como sendo outorgada; quanto à estabilidade, imutável; quanto ao
conteúdo, formal.
e) ao tamanho, como sendo analítica; quanto à origem, outorgada; quanto à
estabilidade, imutável.

Questão 077 (CESPE – Correios – Analista de Correios): A Constituição Federal de


1988 foi elaborada sob a influência de uma pluralidade de forças e de sujeitos
políticos.

Questão 078 (FGV – TCM/RJ – Procurador): Mutação constitucional é:


a) o mesmo que reforma da constituição.
b) o mesmo que emenda da constituição.
c) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
d) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
e) o processo formal de alteração do texto constitucional.

Questão 079 (IBFC – TRE/AM – Analista Judiciário): Por “mutação constitucional”,


entende-se:
a) A inserção de emendas constitucionais no texto da Constituição.
b) A superveniência de uma nova Carta Política.
c) A nova interpretação dada à Constituição, atribuindo novos sentidos ao seu
texto.
d) O exercício do Poder Derivado Decorrente.

Questão 080 (FCC – MPE/SE – Analista): O processo formal de mudança das


Constituições rígidas, por meio da atuação do poder constituinte derivado, com a
aprovação de emendas constitucionais, segundo os procedimentos estabelecidos
na própria Constituição pelo legislador constituinte originário, é próprio
a) da revisão constitucional e da mutação constitucional.
b) da mutação constitucional e da reforma constitucional.
c) da reforma constitucional e da revisão constitucional.
d) da mutação constitucional e do poder constituinte derivado decorrente.
e) do poder constituinte derivado reformador e da mutação constitucional.

Questão 081 (FCC – TRT1 – Juiz do Trabalho Substituto): Thomas Paine afirmou
“A vaidade e a presunção de governar para além do túmulo é a mais ridícula e
insolente das tiranias”. Partindo-se das premissas de que a Constituição é feita
para durar (estabilidade), mas que a imutabilidade absoluta é um risco à sua
legitimidade, especialmente perante as gerações futuras (adaptabilidade), tem-se

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que o mecanismo institucional que, de maneira informal, permite a modificação do


sentido e do alcance do texto constitucional positivado é a
a) Revisão constitucional.
b) Mutação constitucional.
c) Reforma constitucional.
d) Assembleia constituinte.
e) Emenda constitucional.

Questão 082 (UEG – PC/GO – Delegado de Polícia): Considerada a mutação


constitucional como uma incongruência entre as normas constitucionais e a
realidade constitucional, sua origem reside na
a) conduta administrativa e judiciária formalmente contrária aos valores
constitucionais e aos princípios originários.
b) prática judicial que viola formalmente e despreza a Constituição Federal,
apresentando soluções para além dela.
c) interpretação formalmente contrária à Constituição e materialmente em
dissonância com os seus princípios.
d) prática judicial resultante da impossibilidade do exercício de direitos
constitucionalmente instituídos.

Questão 083 (CESPE – INCA – Analista Júnior): O processo de mutação


constitucional consiste em proceder a um novo modo de interpretar determinada
norma constitucional, sem que haja alteração do próprio texto constitucional.

Questão 084 (CESPE – SERPRO – Analista em Advocacia): O Supremo Tribunal


Federal (STF) poderá, por meio de interpretação, alterar o sentido de determinado
dispositivo constitucional sem alteração material do texto, em procedimento que a
doutrina denomina como mutação constitucional.

Questão 085 (CESPE – ANATEL – Especialista em Regulação): A afirmação, pelo


STF, de uma mutação constitucional implica o reconhecimento, por parte da Corte,
de erro ou equívoco interpretativo do texto constitucional em julgados pretéritos.

Questão 086 (FUNCAB – PRF – Agente Administrativo): É certo que os princípios


distinguem-se de valores e regras. Sobre os princípios e sua função, é correto
afirmar:
a) Nem sempre os princípios devem ser aplicados em sua inteireza, pois, em caso
de conflito entre regra e princípio, as regras predominam, em razão de sua
superioridade normativa.
b) Os princípios são comandos definitivos que se aplicam ou não se aplicam em
uma determinada situação, segundo um parâmetro de “tudo ou nada”.
c) Enquanto as regras são comandos definitivos, os princípios são normas de
otimização, que comportam uma ideia de gradação capaz de permitir sua aplicação
de forma ponderada.
d) A noção de validade é essencial ao reconhecimento dos princípios porque estes
devem ser sempre aplicados de modo que seja feito o que preveem na íntegra, em
todas as situações.
e) Os princípios são valores individuais oriundos de juízos internos formulados
por cada cidadão, valores estes que serão tolerados se estiverem de acordo com os
valores sociais.

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Questão 087 (UEG – PC/GO – Delegado de Polícia): No âmbito constitucional, a


distinção entre regra e princípio tem relevância prática, dada a influência das
ideias advindas do neoconstitucionalismo na construção do sentido normativo,
pelo judiciário. Entende-se que, nesse âmbito,
a) os princípios têm o caráter concreto, enquanto as regras são abstratas.
b) as regras são normas jurídicas, enquanto os princípios não têm essa natureza.
c) as regras são standards com caráter vinculante, enquanto os princípios não
vinculam.
d) os princípios têm o caráter fundamental e função fundante em relação às regras.

Questão 088 (FEPESE – DPE/SC – Defensor Público): Em seu livro Teoria dos
Direitos Fundamentais , Robert Alexy afrma que é possível solucionar um confito
entre regras quando se introduz uma cláusula de exceção em uma das regras, a fm
de eliminar o confito, ou quando ao menos uma das regras for declarada inválida.
Isso porque, segundo o autor, os confitos entre regras ocorrem na dimensão da
validade jurídica, o que não é graduável. No que se refere à solução da colisão entre
princípios, Alexy entende que:
a) um dos princípios deve ser declarado inválido em uma determinada condição.
b) um dos princípios terá precedência em face do outro em determinadas
condições.
c) deve ser introduzida uma cláusula de exceção em um dos princípios
d) existem princípios que sempre têm precedência em face de outros.
e) deve ser resolvida na dimensão da validade jurídica.

Questão 089 (CESPE – TJ/AL – Juiz): Considerando que teorias relativas aos
princípios jurídicos sugerem que regras e princípios seriam espécies de normas
jurídicas, assinale a opção congruente com essa idéia.
a) As regras estabelecem o dever-ser mediante a imposição de deveres, proibições
e permissões; diferentemente, os princípios atuam tão-somente com função
hermenêutica, para possibilitar a escolha das regras que melhor se conformem ao
caso concreto.
b) O conteúdo das regras caracteriza-se por expressar determinações obrigatórias
mais completas e precisas; diferentemente, o conteúdo dos princípios se apresenta
com maior abstração e generalidade, afetando significativamente o modo de sua
implementação.
c) As regras restringem-se a regulamentar condutas em casos concretos;
diferentemente, os princípios precipuamente estruturam o sistema jurídico, o que
lhes confere caráter hierárquico superior às regras.
d) As regras são fundamentadas pelos princípios, sendo destes deduzidas;
diferentemente, os princípios só podem ser revelados pelas regras, extraindo-se
indutivamente de suas aplicações particulares os princípios implícitos ou
explícitos no ordenamento jurídico.
e) As regras podem estar em oposição tanto a princípios quanto a outras regras,
conflito este que causará ou sua validade, ou sua invalidade; diferentemente, os
princípios só podem estar em oposição a outros princípios, conflito que só poderá
se resolver pela técnica da ponderação.

Questão 090 (CESPE – DPE/ES – Defensor Público): Uma das características da


hermenêutica constitucional contemporânea é a distinção entre regras e

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princípios; segundo Ronald Dworkin, tal distinção é de natureza lógico-


argumentativa, pois somente pode ser percebida por meio dos usos dos
argumentos e razões no âmbito de cada caso concreto.

Questão 091 (MPE/SC – Promotor de Justiça): Com relação à distinção lógica


entre princípios e regras jurídicas, Dworkin sustenta que as regras são aplicáveis à
maneira de um “tudo ou nada” (all-or-nothing), ou são completamente aplicáveis
ou não possuem nenhuma aplicação. Os princípios, por outro lado, constituem-se
em razões para decidir, não sendo aplicáveis automaticamente quando satisfeitas
as condições previstas como suficientes a sua aplicação.

Questão 092 (IBFC – TJ/PR – Titular de Serviços de Notas e de Registros):Assinale


a alternativa correta sobre a interpretação das normas constitucionais:
a) As normas constitucionais não admitem interpretação.
b) A técnica denominada interpretação conforme somente pode ser utilizada
quando a norma infraconstitucional admite, dentre várias interpretações possíveis,
uma que seja compatível com a Carta Magna.
c) As normas infraconstitucionais têm presunção de inconstitucionalidade.
d) O Supremo Tribunal Federal não admite a técnica denominada interpretação
conforme.

Questão 093 (FCC – TRF 3ª REGIÃO – Oficial de Justiça): À atividade judicial de


evitar a anulação da lei em razão de normas dúbias nela contidas, desde que,
naturalmente, haja a possibilidade de compatibilizá-las com a Constituição Federal,
dá-se o nome de:
a) interpretação autêntica da Constituição.
b) controle concentrado de constitucionalidade.
c) interpretação conforme a Constituição.
d) interpretação analógica da Constituição.
e) integração constitucional por via de controle difuso e interpretação literal.

Questão 094 (CESGRANRIO – EPE – Advogado): Dentre os princípios de


interpretação constitucional, tanto a doutrina como a jurisprudência reconhecem o
princípio da unidade da Constituição. Esse princípio tem relevância na medida em
que
a) atribui à Constituição o caráter de Norma Fundamental do ordenamento
jurídico.
b) impõe ao intérprete o dever de harmonização das tensões e contradições
existentes, in abstrato, entre as normas de uma Constituição.
c) estabelece uma hierarquia normativa entre os dispositivos da Constituição,
favorecendo a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional
originária.
d) recomenda que os aplicadores da Constituição, em face de normas
infraconstitucionais de múltiplos significados, escolham o sentido que as torne
constitucionais e não aquele que resulte na sua declaração de
inconstitucionalidade.
e) torna possível a declaração de inconstitucionalidade de uma emenda
constitucional.

Questão 095 (MS CONCURSOS – TER/SC – Analista Judiciário): Em análise aos

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princípios de interpretação das normas constitucionais, é INCORRETO afirmar


que:
a) O princípio da interpretação conforme a Constituição dever ser utilizado para
compatibilizar ao texto constitucional aquelas normas que possuem sentido
uní­voco.
b) Em razão do princípio da eficiência deve ser atribuído a uma norma
constitucional o sentido que lhe confira maior eficácia social.
c) O princí­pio da unidade da Constituição estabelece que o intérprete deverá
considerar o texto constitucional como um todo, um sistema unitário de regras e
princípios, para evitar contradições.
d) É inadmissível qualquer interpretação que venha alterar ou subverter a
organização funcional constitucionalmente estabelecida pelo Constituinte
Originário, em virtude do princípio da justeza.

Questão 096 (MPE/MS – Promotor de Justiça): Relativamente aos princípios de


interpretação especificamente constitucionais, é incorreto afirmar:
a) o princípio da interpretação conforme a Constituição não atua no campo do
controle de constitucionalidade das leis, porque, declarando o Judiciário que certas
aplicações da lei não são compatíveis com a Constituição, está ele apenas
conservando a lei no sistema jurídico, evitando a sua não continuidade, ainda que
com características diferentes, podendo-se, em razão disso, sustentar-se a atuação
do julgador como legislador positivo.
b) o princípio da supremacia constitucional é resultado da rigidez normativa que
ostentam os preceitos de nossa Constituição, impondo ao Poder Judiciário,
qualquer que seja a sede processual, que se recuse a aplicar leis ou atos estatais
reputados em conflito com a Carta Federal.
c) o princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder
Público também significa que, não sendo evidente a inconstitucionalidade,
havendo dúvida ou possibilidade de razoavelmente se considerar a norma como
válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de inconstitucionalidade.
d) o princípio da unidade da Constituição tem o efeito prático de harmonizar as
normas constitucionais, na medida em que se tem de produzir um equilíbrio, sem
negar por completo a eficácia de qualquer delas.
e) o princípio da razoabilidade traduz limitação material também às atividades
normativas do Estado, controlando o arbítrio do legislador.

Questão 097 (MPE/GO – Promotor de Justiça): A respeito dos princípios de


interpretação constitucional, é incorreto dizer que:
a) O princípio da máxima efetividade constitucional guarda estreita vinculação
com o princípio da força normativa da constituição, e termina por orientar os
aplicadores da Lex Legum a interpretá-la de sorte a lhe conferir máxima
efetividade, sem que, com isso, seja preciso alterar seu conteúdo.
b) O princípio da unidade constitucional preconiza a necessidade de se interpretar
os dispositivos constitucionais não como normas hermeticamente estanques, mas
como preceitos harmonicamente integrados em um sistema coeso de regras e
princípios.
c) Em havendo situações de concorrência entre bens e valores constitucionalmente
protegidos, deve o responsável pela sua aplicação perseguir solução que otimize a
concretização de todos eles, mas que, concomitantemente, não determine a
negação de nenhum, consoante estabelece o princípio da eficácia integradora.

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d) O princípio da presunção da constitucionalidade de leis e de atos normativos


funciona como fator de demarcação da atividade judicial, em prol da preservação
do princípio da separação dos poderes, a impedir o juiz ou tribunal que declare a
inconstitucionalidade quando esta não for clara e patente, antes existindo tese
plausível para a conservação da norma.

Questão 098 (CESPE – DPE/AL – Defensor Público): A técnica da interpretação


conforme somente pode ser utilizada diante de normas polissêmicas.

Questão 099 (CESPE – TCU – Técnico de Controle Externo): O princípio da


proporcionalidade ou da razoabilidade é um princípio constitucional não
positivado.

Questão 100 (COPEVE-UFAL – Prefeitura de Rio Largo/AL – Procurador


Municipal): Na interpretação das normas inseridas no texto da Constituição de
1988 por parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ):
a) prevalecem os métodos gramatical, funcional e crítico.
b) prevalecem os métodos gramatical e teleológico.
c) não há prevalência antecipada de nenhum método específico.
d) os métodos clássicos de interpretação jurídicos (“cânones”) não podem ser
utilizados, cedendo aos modernos métodos da Hermenêutica Constitucional.
e) prevalecem os métodos elencados na recente Lei Complementar sobre a
Interpretação Constitucional.

Questão 101 (FUNDEP – DPE/MG – Defensor Público): Quanto aos métodos de


interpretação da constituição e das normas constitucionais, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Diz-se método científico espiritual, valorativo ou sociológico, aquele que parte
de uma tese da identidade que existiria entre a constituição e as demais leis, ou
seja, se a constituição é uma lei, não há por que ter método específico para
interpretá-la.
b) Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas
pré-compreensões valorativas para obter o sentido da norma em um determinado
problema pois o conteúdo da norma somente é alcançado a partir de sua
interpretação concretizadora, dotada de caráter criativo que emana do exegeta.
c) Diz-se método da comparação constitucional aquele que prega que a
constituição deve ser interpretada por todos e em qualquer espaço.
d) Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o
intérprete parte do direito positivo para chegar à estruturação da norma, muito
mais complexa que o texto legal. Há influência da jurisprudência, doutrina, história,
cultura e das decisões políticas.

Questão 102 (CESPE – DPE/SE – Defensor Público): Com relação aos métodos de
interpretação das normas constitucionais, assinale a opção correta.
a) Segundo o método tópico-problemático, as normas constitucionais são fechadas
e determinadas, sem nenhum viés fragmentário.
b) Para cada caso concreto que envolva normas constitucionais, há um método de
interpretação adequado que se revela o correto.
c) De acordo com o método hermenêutico clássico, devem-se adotar os critérios
tradicionais relacionados por Savigny como forma de se preservar o conteúdo da

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norma interpretada e evitar que ele se perca em considerações valorativas.


d) Uma das características do método hermenêutico-concretizador é ignorar a pré-
compreensão do intérprete.
e) Consoante o método científico-espiritual, a interpretação da Constituição
restringe-se ao campo jurídico-formal, não sendo admitida qualquer perspectiva
política ou sociológica de construção e preservação da unidade social.

Questão 103 (FUNIVERSA – SEPLAG/DF – Analista de Planejamento e


Orçamento): Acerca dos métodos e princípios que regulam a interpretação
constitucional, assinale a alternativa incorreta.
a) A interpretação das normas constitucionais é um conjunto de métodos e
princípios desenvolvidos pela doutrina e jurisprudência com base em critérios ou
premissas diferentes, mas, em geral, reciprocamente complementares, o que
reforça o caráter unitário da atividade interpretativa.
b) Segundo o método interpretativo hermenêutico- clássico, a constituição
essencialmente é uma lei e, por isso, há de ser interpretada segundo as regras
tradicionais da hermenêutica, articulando-se e complementando-se para revelar
seu sentido.
c) De acordo com o método tópico-problemático, os instrumentos hermenêuticos
tradicionais não resolvem as questões emergentes da interpretação concretizadora
desse novo modelo constitucional, em que a constituição é um sistema aberto de
regras e princípios.
d) O método científico-espiritual é marcado por entender a constituição em uma
perspectiva política e sociológica, enquanto instrumento de regulação de conflitos,
e, por essa forma, de construção e de preservação da unidade social.
e) Pelo princípio interpretativo da máxima efetividade, os aplicadores da Lei Maior
devem interpretá-la de modo a otimizar-lhe a eficácia, podendo até mesmo alterar
seu conteúdo.

Questão 104 (FCC – TCE/PI – Assessor Jurídico): É INCORRETO afirmar que, na


interpretação da norma constitucional, por meio do método
a) hermenêutico-concretizador, parte-se da norma constitucional para o problema
concreto, valendo-se de pressupostos subjetivos e objetivos e do chamado círculo
hermenêutico.
b) jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma
lei e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na
tarefa interpretativa.
c) tópico-problemático, parte-se de um problema concreto para a norma,
atribuindo-se à intepretação um caráter prático visando à solução dos problemas
concretizados.
d) normativo-estruturante, esta terá de ser concretizada tão-só pela atividade do
legislador, excluindo-se os demais Poderes federais.
e) científico-espiritual, a sua análise da norma constitucional não se fixa na
literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do
texto constitucional.

Questão 105 (CESPE – ABIN – Oficial Técnico de Inteligência): Entre os métodos


compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o tópico problemático,
que consiste na busca da solução partindo-se do problema para a norma.

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Questão 106 (CESPE – AGU – Advogado da União): De acordo com o denominado


método da tópica, sendo a constituição a representação do sistema cultural e de
valores de um povo, sujeito a flutuações, a interpretação constitucional deve ser
elástica e flexível.

Questão 107 (MPDFT – Promotor de Justiça): A teoria dos poderes implícitos,


desenvolvida pelo direito constitucional estadunidense, tem aplicação ao direito
constitucional brasileiro.

Questão 108 (CESPE – BACEN – Procurador): Pela aplicação da teoria dos poderes
implícitos, o STF reconhece ao TCU a competência para conceder medidas
cautelares no exercício das atribuições que lhe foram fixadas na CF.

Questão 109 (MPDFT – Promotor de Justiça): A reclamação não se restringe ao


Supremo Tribunal Federal, podendo ser prevista pelas Constituições estaduais e,
pelo menos, se houver reconhecimento constitucional de poderes implícitos, pelo
regimento dos tribunais.

Questão 110 (FCC – DPE/PR – Defensor Público): Nas últimas décadas e em


especial após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Supremo Tribunal
Federal tem ocupado um papel de destaque no cenário político atual expandindo
seus poderes. Na análise desses novos rumos destaca-se o entendimento que
denomina esse marco de “Supremocracia”, num primeiro sentido referindo-se à
autoridade do Supremo em relação às demais instâncias do judiciário (súmula
vinculante) e num segundo sentido em relação à expansão de sua autoridade em
relação aos demais poderes.

Questão 111 (FCC – TJ/PE – Titular de Serviços de Notas e de Registros):


interpretação criativa adotada conforme à Constituição pode levar a construção de
decisões manipulativas de efeitos aditivos ou substitutivos.

Questão 112 (UEPA – SEAD/PA – Procurador): O Supremo Tribunal Federal


admite a interpretação de sentença manipulativa de efeitos aditivos, quando
declara inconstitucional certo dispositivo legal não pelo que expressa, mas pelo
que omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência.

Questão 113 (CESPE – PGE/PI – Procurador do Estado Substituto): Lacunas


constitucionais devem ser preenchidas por meio dos processos formais de
mudança constitucional, não se admitindo a via interpretativa como mecanismo de
solução dessas deficiências.

Questão 114 (PC/SP – Delegado de Polícia): A Assembleia Nacional constituinte


instituiu, de acordo com o “Preâmbulo” da Constituição Federal, um Estado
Democrático destinado a assegurar
a) a promoção da integração ao mercado de trabalho
b) a assistência social e a descentralização político-administrativa
c) a liberdade, o bem-estar, o desenvolvimento e a segurança.
d) que a fauna e a flora tenham sua função ecológica ampliada.
e) que o casamento religioso tenha efeito civil, independentemente de lei.

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Questão 115 (EJEF – TJ/MG – Juiz): A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal


vem adotando, quanto ao valor jurídico do preâmbulo constitucional, a teoria da:
a) relevância jurídica;
b) relevância jurídica direta;
c) irrelevância jurídica;
d) relevância jurídica indireta.

Questão 116 (FCC – MPE/CE – Promotor de Justiça): A invocação à proteção de


Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente,
a) é inconstitucional.
b) é ilícita.
c) não tem força normativa.
d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.
e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Questão 117 (CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo): O preâmbulo


da CF é uma norma de reprodução obrigatória nas constituições estaduais.

Questão 118 (VUNESP – DPE/MS – Defensor Público): No que se refere à


interpretação da natureza jurídica do preâmbulo da Constituição, segundo
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) o preâmbulo da Constituição é normativo, apresentando a mesma natureza do
articulado da Constituição e, consequentemente, serve como paradigma para a
declaração de inconstitucionalidade.
b) o preâmbulo da Constituição não constitui norma central, não tendo força
normativa e, consequentemente, não servindo como paradigma para a declaração
de inconstitucionalidade.
c) o preâmbulo da Constituição possui natureza histórica e política, entretanto, se
situa no âmbito dogmático e, consequentemente, serve como paradigma para a
declaração de inconstitucionalidade.
d) o preâmbulo da Constituição possui natureza interpretativa ou unificadora e
traz sentido às categorias jurídicas da Constituição e, portanto, trata-se de norma
de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Questão 119 (CESPE – PRF – Técnico de Nível Superior): As disposições


constitucionais transitórias, assim como os preâmbulos constitucionais, não
comportam valor jurídico relevante.

Questão 120 (CESPE – MPEPI – Analista Ministerial – Área Processual): O


Preâmbulo e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias são exemplos dos
denominados elementos de estabilização constitucional.

Questão 121 (CESPE – IBRAM-DF – Advogado): O ADCT tem natureza jurídica de


norma constitucional, semelhante às normas inseridas no bojo da CF, não havendo
desníveis ou desigualdades entre as normas do ADCT e os preceitos
constitucionais quanto à intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua
autoridade.

Questão 122 (CESPE – AGU – Advogado da União): Dada a natureza jurídica das
normas prescritas no ADCT, por meio delas podem ser estabelecidas exceções às

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regras constantes no corpo principal da CF.

Questão 123 (CESPE – ABIN – Oficial Técnico de Inteligência): A revisão


constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma
constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada, não estando
sujeita à incidência do poder reformador.

Questão 124 (FUNIVERSA – SEAP/DF – Agente de Atividades Penitenciárias):


Ferdinand Lassalle defendeu concepção amparada na ideia de força normativa de
constituição, concretizada por meio da noção de sociedade aberta dos intérpretes
da constituição, tendo sido Konrad Hesse e Peter Häberle os principais críticos
dessa proposta.

Questão 125 (CESPE – STF – Analista Judiciário): Para Peter Häberle, jurista
alemão cujo pensamento doutrinário tem influenciado o direito constitucional
brasileiro, a constituição deve corresponder ao resultado, temporário e
historicamente condicionado, de um processo de interpretação levado adiante na
esfera pública por parte dos cidadãos e cidadãs.

Questão 126 (PGR – Procurador da República): A “sociedade aberta dos


intérpretes da Constituição”, expressão cunhada por Häberle, além de ser um
processo de interpretação que permite ao julgador mais elementos para a tomada
de decisões, tem pertinência, em matéria de direitos humanos, pelo fato destes
também regerem as relações horizontais entre os indivíduos.

Questão 127 (FUNCAB – SC/CE – Analista de Desenvolvimento Urbano): O poder


de elaborar ou atualizar uma Constituição mediante supressão, modificação ou
acréscimo de normas constitucionais denomina-se poder:
a) de polícia.
b) executivo.
c) constituinte.
d) regulamentar.
e) discricionário.

Questão 128 (FCC – TRT/GO – Juiz do Trabalho): A doutrina do poder constituinte


foi elaborada na obra
a) O Espírito das Leis, de Montesquieu.
b) O contrato social, de Jean Jacques Rousseau.
c) Leviatã, de Thomas Hobbes.
d) O que é o terceiro Estado?, de Emmanuel Joseph Sieyès.
e) Segundo Tratado sobre o Governo Civil, de John Locke.

Questão 129 (TJ/RS – Titular de Serviços de Notas e de Registros): Quanto ao


poder constituinte, é correto afirmar:
a) Ele é sempre originário e nunca derivado.
b) Ele se materializa unicamente na Assembleia Nacional Constituinte.
c) Ele emana do povo e é exercido primordialmente por meio dos seus
representantes democraticamente eleitos.
d) Dissolvida a Assembleia Nacional Constituinte, extingue-se o Poder Constituinte

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Questão 130 (Instituto Cidades – TCM/GO – Auditor de Controle Externo): O


poder constituinte originário:
a) é extrajurídico.
b) é limitado.
c) é condicionado.
d) está sujeito a limitação material.
e) subdivide-se em reformador, revisor e decorrente.

Questão 131 (FCC – TRT da 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – Área Judiciária): O


Poder Constituinte originário caracteriza-se por ser
a) inicial, ilimitado e reformador.
b) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
c) autônomo e condicionado.
d) reformador e decorrente.
e) condicionado e decorrente.

Questão 132 (CESPE – ANTT – Analista Administrativo – Direito): O poder


constituinte originário é inicial, autônomo e condicionado.

Questão 133 (FCC – TRT da 16ª REGIÃO – Analista Judiciário): Em tema de Poder
Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente,
sob pena de inconstitucionalidade.
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para
manifestar sua vontade.
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.
e) se diz inicial, pois seu objeto final, a Constituição, é a base da ordem jurídica.

Questão 134 (CESPE – MPE/PI – Analista Ministerial): O poder constituinte


originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com
a conclusão de sua obra.

Questão 135 (CESPE – AGU – Procurador Federal): No que se refere ao poder


constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o
poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.

Questão 136 (CESPE – TCE/ES – Auditor de Controle Externo): Denomina-se


poder constituinte originário histórico aquele que cria, pela primeira vez, um
Estado novo, que não existia antes; e poder constituinte originário revolucionário,
o poder seguinte ao histórico, que cria um novo Estado mediante uma ruptura com
o Estado anterior.

Questão 137 (CESPE – Correios – Analista advogado): O poder constituinte


originário, por ser aquele que instaura uma nova ordem jurídica, exige deliberação
da representação popular, razão pela qual não se admite a outorga como forma de
sua expressão.

Questão 138 (CESPE – MPE/RR – Promotor de Justiça): A CF de 1988 prevê

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expressamente o poder de reforma, o qual materializa o poder constituinte


derivado.

Questão 139 (CESPE – TCU – Auditor de Controle Externo): O poder de reforma


recebe, doutrinariamente, as mais diferentes denominações, sendo seus sinônimos
as expressões poder constituinte derivado ou poder constituinte de segundo grau.

Questão 140 (FEC – PC/RJ – Inspetor de Polícia): De acordo com a doutrina


constitucionalista, o Poder Constituinte derivado classifica-se em:
a) poder revisor e poder originário.
b) poder originário e poder reformador.
c) poder decorrente e poder originário.
d) poder reformador e poder decorrente.
e) poder majoritário e poder contramajoritário.

Questão 141 (OBJETIVA – Prefeitura de Vitorino/PR – Procurador): Assinalar a


alternativa que NÃO caracteriza o Poder Constituinte Derivado:
a) Condicionado.
b) Subordinado.
c) Jurídico.
d) Limitado.
e) Inicial.

Questão 142 (FGV – PC/RJ – Oficial de Cartório): A respeito do poder constituinte


derivado, assinale a afirmativa incorreta.
a) O procedimento que deve ser adotado para a reforma do texto constitucional
está necessariamente previsto na própria Constituição.
b) A aprovação de uma emenda constitucional depende dos votos favoráveis de
3/5 dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, obtidos em dois turnos de
votação em cada uma delas.
c) As chamadas cláusulas pétreas da Constituição estabelecem limitações materiais
ao poder constituinte derivado.
d) É vedada a aprovação de emenda constitucional que altere o regime
constitucional da previdência social, tal como instituído no art. 201 e seguintes da
Constituição de 1988.
e) Norma aprovada pelo poder constituinte derivado está sujeita ao controle
judicial de constitucionalidade.

Questão 143 (CESPE -DETRAN/DF – Analista – Advocacia): O poder de modificar


o texto originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte
reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo,
mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois
turnos de votação.

Questão 144 (MS CONCURSOS – SEDS/PE – Sargento da Policia Militar):Acerca do


Poder Constituinte, aponte a alternativa CORRETA:
a) No Brasil, o Poder Constituinte Originário é limitado juridicamente, mas
incondicionado e soberano em suas decisões.
b) O Poder Constituinte Originário se manifesta unicamente na forma de
Assembleia Nacional Constituinte ou Convenção.

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c) No ordenamento jurídico brasileiro, não é mais possí­vel a manifestação do


poder constituinte derivado revisor.
d) Para elaborar as Constituições Estaduais, os representantes dos Estados
Membros exercem o Poder Constituinte Originário.
e) O Poder Constituinte Derivado Reformador é incondicionado, e sua
manifestação verifica­-se por meio das Emendas Constitucionais.

Questão 145 (FCC – TRE/PE – Analista Judiciário): O Poder Constituinte derivado


decorrente consiste
a) no estabelecimento da primeira Constituição de um novo país.
b) na possibilidade de alterar-se o texto constitucional do país, respeitando-se a
regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal.
c) na possibilidade dos Estados membros de se auto organizarem através de suas
Constituições Estaduais próprias, respeitando as regras limitativas da Constituição
Federal
d) no estabelecimento de uma Constituição posterior de um velho país.
e) no fato de não estar sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar a sua
vontade.

Questão 146 (CETRO – TJ/RJ – Titular de Serviços de Notas e de Registros): A


doutrina constitucional descreve uma maneira de exercício do poder constituinte
que se dá de forma permanente e por mecanismos informais, o que ocorre, por
exemplo, com a interpretação das normas constitucionais. Essa modalidade de
poder constituinte pode ser chamada de
a) Poder Constituinte Originário.
b) Poder Constituinte Concentrado.
c) Poder Constituinte Hermenêutico.
d) Poder Constituinte Difuso.
e) Poder Constituinte Integrador.

Questão 147 (OBJETIVA – Prefeitura de Vitorino – Procurador): A alteração


informal do texto da Constituição Federal, realizada pelo poder difuso, é realizada
por meio de:
a) Emenda constitucional.
b) Revisão constitucional.
c) Atos das disposições constitucionais transitórias.
d) Emenda de revisão constitucional.
e) Mutação constitucional.

Questão 148 (CESPE – DPE/BA – Defensor Público): O denominado poder


constituinte supranacional tem capacidade para submeter as diversas
constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento
jurídico positivo interno assim como do direito internacional.

Questão 149 (CESPE/UnB – MPE/RR – Promotor de Justiça): Como o poder


constituinte originário dá início à ordem jurídica, todos os diplomas
infraconstitucionais perdem vigor com o advento de nova Constituição.

Questão 150 (MPE/SP – Promotor de Justiça): Com relação à “recepção”, é correto


afirmar que é

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a) significativa restauração da vigência de lei já revogada em razão de a lei


revogadora haver perdido a vigência em razão da entrada em vigor da nova
Constituição. Em relação à legislação anterior à Constituição, no entanto, não é
cabível ação declaratória de inconstitucionalidade, podendo eventual
inconstitucionalidade ser impugnada no âmbito da arguição de descumprimento
de preceito fundamental.
b) significativa do fenômeno por meio do qual se assegura a preservação das leis e
atos normativos inferiores e anteriores à nova Constituição, desde que com ela
compatíveis. Eventuais questões de constitucionalidade concernentes à legislação
anterior podem ser resolvidas por meio de ação declaratória de
inconstitucionalidade ou de constitucionalidade.
c) significativa do fenômeno por meio do qual se assegura a preservação das leis e
atos normativos inferiores e anteriores à nova Constituição, desde que com ela
compatíveis. Em relação à legislação anterior à Constituição, não é cabível ação
declaratória de inconstitucionalidade, podendo eventual inconstitucionalidade ser
impugnada no âmbito da arguição de descumprimento de preceito fundamental.
d) significativa restauração da vigência de lei já revogada em razão de a lei
revogadora haver perdido a vigência pela entrada em vigor da nova Constituição.
Em relação à legislação anterior à Constituição, no entanto, é cabível ação
declaratória de inconstitucionalidade, bem como arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
e) significativa do fenômeno por meio do qual se assegura a preservação das leis e
atos normativos inferiores e anteriores à nova Constituição, desde que com ela
compatíveis. Eventuais questões de constitucionalidade concernentes à legislação
anterior podem ser resolvidas por meio de ação declaratória de
inconstitucionalidade ou de constitucionalidade e de arguição de descumprimento
de preceito fundamental.

Questão 151 (MPE/SP – Promotor de Justiça): É correto afirmar que a


repristinação corresponde à
a) restauração da vigência de lei já revogada em razão de a lei revogadora haver
perdido a vigência, fenômeno que ocorre em nosso sistema jurídico, salvo expressa
previsão legal, nos termos do previsto pela Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro. A decisão de inconstitucionalidade, em sede de controle concentrado,
por outro lado, ao declarar inconstitucional lei revogadora, como regra, restaura a
vigência da legislação previamente existente.
b) preservação das leis e atos normativos inferiores e anteriores à nova
Constituição, fenômeno que ocorre em nosso sistema jurídico, independentemente
de previsão legal, decorrendo do regime constitucional vigente. A decisão de
inconstitucionalidade, em sede de controle concentrado, nesse caso, presta-se a
afastar a vigência da legislação existente previamente à nova Constituição.
c) restauração da vigência de lei já revogada em razão de a lei revogadora haver
perdido a vigência, fenômeno que somente ocorre em nosso sistema jurídico
mediante expressa previsão legal, nos termos do previsto pela Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro. Da mesma forma, a decisão de inconstitucionalidade,
em sede de controle concentrado ao declarar inconstitucional lei revogadora, não
restaura a vigência da legislação previamente existente.
d) preservação das leis e atos normativos inferiores e anteriores à nova
Constituição, fenômeno que ocorre em nosso sistema jurídico, independentemente
de previsão legal, decorrendo do regime constitucional vigente. A decisão de

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inconstitucionalidade, em sede de controle concentrado, no caso dessas normas,


somente é possível mediante arguição de descumprimento de preceito
fundamental.
e) restauração da vigência de lei já revogada em razão de a lei revogadora haver
perdido a vigência, fenômeno que somente ocorre em nosso sistema jurídico
mediante expressa previsão legal, nos termos do previsto pela Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro. A decisão de inconstitucionalidade, em sede de
controle concentrado, por outro lado, ao declarar inconstitucional lei revogadora,
como regra, restaura a vigência da legislação previamente existente.

Questão 152 (CONSULPLAN – TRE/RS – Analista Judiciário): Quando as normas


de uma Constituição anterior são recepcionadas com o status de norma
infraconstitucional pela nova ordem, dá-se o que os constitucionalistas de escol
chamam de:
a) Recepção material de normas constitucionais.
b) Repristinação.
c) Reordenação.
d) Desconstitucionalização.
e) Revogação parcial.

Questão 153 (CESPE – DPE/BA – Defensor Público): O denominado fenômeno da


recepção material de normas constitucionais somente é admitido mediante
expressa previsão na nova Constituição.

Questão 154 (CESPE – Polícia Federal – Delegado de Polícia): A CF contempla


hipótese configuradora do denominado fenômeno da recepção material das
normas constitucionais, que consiste na possiblidade de a norma de uma
constituição anterior ser recepcionada pela nova constituição, com status de
norma constitucional.

Questão 155 (CESGRANRIO – Petrobras – Profissional Júnior): Suponha a seguinte


situação: em 2007, a BR Distribuidora firmou contrato com empresa privada.
Posteriormente, foi promulgada emenda constitucional que afetava obrigações
assumidas pela BR Distribuidora relativas ao pagamento mensal dos valores
acordados no contrato.
Considerando que a emenda constitucional nada dispõe sobre retroatividade, em
tal caso, a emenda constitucional
a) não é dotada de retroatividade, pois tem vigência imediata, mas afeta apenas as
obrigações futuras.
b) é dotada de retroatividade mínima, pois tem vigência imediata, mas afeta
apenas as obrigações futuras.
c) é dotada de retroatividade média, pois tem vigência imediata, mas afeta apenas
as obrigações futuras.
d) é dotada de retroatividade máxima, pois tem vigência imediata e afeta todas as
obrigações contratuais (pagas, pendentes e vincendas).
e) é dotada de retroatividade máxima, mas não afeta os termos do contrato, que
está protegido pelo ato jurídico perfeito.

Questão 156 (CESPE – HEMOBRÁS – Analista de Gestão Corporativa): É possível


reconhecer a existência de direito adquirido contra norma originária da

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Constituição federal de 1988 (CF).

Questão 157 (CESPE – STJ – Analista Judiciário): A superveniência de nova


Constituição não afetará o direito adquirido na ordem constitucional anterior.

Questão 158 (CESPE – TCE/ES – Auditor de Controle Externo): Como garantia da


estabilidade das relações jurídicas, é assegurado na CF que a lei não prejudicará
direito adquirido, devendo este ser preservado mesmo em face de manifestação do
poder constituinte originário em sentido contrário.

Questão 159 (FMP/RS – TJ/AC – Titular de Serviços de Notas e de Registros):


Sobre o Poder Constituinte é correto afirmar que,
a) na hipótese da edição de uma nova constituição, não persistem direitos
adquiridos.
b) na hipótese da edição de uma nova constituição, os direitos adquiridos devem
ser preservados.
c) na hipótese da modalidade derivada, os limites para a edição de uma nova
Constituição são inexistentes.
d) na hipótese da modalidade originária, os limites existentes para a edição de uma
nova Constituição são fortes e vinculantes.

Questão 160 (FCC – TRE/PB – Analista Judiciário): As normas de eficácia contida


são caracterizadas por
a) não produzirem efeito de auto-aplicabilidade e imperatividade jurídica.
b) somente produzirem efeito após a edição de norma que a complemente.
c) estarem condicionadas, para a sua eficácia, de regulamentação posterior e
futura.
d) produzirem efeito imediatamente, muito embora possam ter tais efeitos
restringidos por normas infraconstitucionais.
e) se inviabilizarem quanto a sua aplicabilidade, na hipótese da edição de lei
ordinária posterior.

Questão 161 (FMP/RS – TCE/MT – Auditor Público Externo): Pode-se afirmar que
as normas de eficácia limitada
a) possuem efeitos desde sua edição.
b) possuem efeitos imediatos, mas seu campo de atuação é limitado por uma
norma infraconstitucional.
c) estabelecem princípios e programas a serem seguidos pela Administração
Pública.
d) possuem eficácia, contudo necessitam de uma norma infraconstitucional de
complementação para que produzam efeitos.
e) são destituídas de qualquer tipo de eficácia até o momento em que sua limitação
é superada.

Questão 162 (FCC – TCE/PI – Assessor Jurídico): No tocante à eficácia e à


aplicabilidade das normas constitucionais, as
a) definidoras dos direitos e garantias fundamentais são programáticas,
dependendo sempre de regulamentação infraconstitucional.
b) de eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade indireta e imediata, não
integral, produzindo efeitos restritos e limitados infraconstitucionalmente quando

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de sua promulgação.
c) de eficácia limitada são de aplicabilidade mediata e diferida, mas sem vinculação
com as normas infraconstitucionais subsequentes, ou seja, sem relevância jurídica
interpretativa e integrativa.
d) de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral são aquelas normas
que, no momento em que a Constituição entra em vigor, já estão aptas a produzir
todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa
infraconstitucional.
e) declaratórias de princípios programáticos veiculam programas a serem
implementados pelos cidadãos, sem interferência estatal, visando à realização de
fins sociais e culturais.

Questão 163 (FEPESE – JUCESC – Advogado): O artigo constitucional que assevera


que São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário, trata de norma de:
a) eficácia plena.
b) eficácia contida.
c) eficácia limitada.
d) princípio institutivo.
e) princípio programática.

Questão 164 (IBFC – PC/RJ – Papiloscopista Policial de 3ª Classe): O Supremo


Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 25, reconhecendo como ilícita a
prisão do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. No
julgamento, o STF considerou que o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal
perdeu aplicação prática, uma vez que a prisão nesse caso não decorre do texto
constitucional, mas de norma infraconstitucional, que lhe dava aplicação prática.
Considerando que esta norma contraria tratado internacional de direitos humanos,
de natureza supralegal, não há como persistir com a referida modalidade de prisão
civil no ordenamento jurídico. Desta forma, pode-se dizer que o STF entendeu que
o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal é uma norma de:
a) Eficácia plena.
b) Eficácia contida.
c) Eficácia limitada de princípio programático.
d) Eficácia limitada de princípio institutivo.
e) Eficácia exaurida.

Questão 165 (IBFC – SEPLAG/MG – Direito): Diz o inciso XIII, do artigo 5°, da
Constituição Federal: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” Quanto à
aplicabilidade, o artigo em questão, classifica-se como norma de:_______________ .
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
a) Eficácia limitada
b) Eficácia contida.
c) Eficácia plena.
d) Eficácia direta.

Questão 166 (FCC – TRT da 3ª Região – Analista Judiciário – Área Administrativa):


O dispositivo da chamada “PEC da Bengala” (Emenda Constitucional n° 88/2015),
que prevê que os servidores públicos em geral, com exceção dos Ministros do

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Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e Tribunal de Contas da


União, serão aposentados “compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco)
anos de idade, na forma de lei complementar”, é classificado pela doutrina como
norma constitucional de
a) eficácia contida.
b) eficácia plena.
c) eficácia limitada.
d) conteúdo programático.
e) integração restringível.

Questão 167 (CESPE – DPE/ES – Defensor Público): De acordo com a classificação


de José Afonso da Silva, as normas constitucionais podem ser classificadas, quanto
à eficácia e à aplicabilidade, em normas de eficácia plena, normas de eficácia
contida e normas de eficácia absoluta.

Questão 168 (CESPE – DPE/ES – Defensor Público): Normas constitucionais


supereficazes ou com eficácia absoluta são aquelas que contêm todos os elementos
imprescindíveis para a produção imediata dos efeitos previstos; elas não requerem
normatização subconstitucional subsequente, embora sejam suscetíveis a
emendas.

Questão 169 (CESPE – ANTT – Analista Administrativo): As normas


constitucionais de eficácia absoluta, mesmo sendo intangíveis, submetem-se ao
processo de emenda constitucional.

Questão 170 (CESPE – TRT da 21ª Região – Analista Judiciário): As normas


constitucionais de eficácia contida ou relativa restringível têm aplicabilidade plena
e imediata, mas podem ter eficácia reduzida ou restringida nos casos e na forma
que a lei estabelecer.

Questão 171 (CESPE – IFB – Professor): Entre as normas constitucionais de


eficácia exaurida, incluem- se dispositivos constantes das disposições
constitucionais transitórias.

Questão 172 (CESPE – ABIN – Oficial Técnico de Inteligência): A revisão


constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma
constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada, não estando
sujeita à incidência do poder reformador.

Questão 173 (EJEF – TJ/MG – Juiz de Direito): Na doutrina de Celso Bastos e


Carlos Ayres Britto, normas constitucionais de integração, restringíveis, são
aquelas que:
a) somente podem ser configuradas por expressa dicção constitucional;
b) somente podem existir no silêncio do texto constitucional;
c) podem existir tanto no silêncio quanto na explícita avocação do texto
constitucional;
d) podem ser configuradas sem o concurso de outra vontade modeladora de seu
comando.

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Gabarito comentado

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Questão 001: Certo.


Comentário: A questão enumera as duas principais características do
constitucionalismo: a limitação ao poder e a garantia (ou proteção) de direitos.
Isso é feito por meio de uma Constituição, normalmente escrita (mas nem sempre),
para uma maior segurança jurídica das relações entre o governo e o povo.

Questão 002: Letra D


Comentário: Estudioso identificaram traços de constitucionalismo já na
Antiguidade, a exemplo do Estado hebreu teocrático e das cidades-estados gregas.
A Magna Carta inglesa foi marco do constitucionalismo na Idade Média. O
constitucionalismo brasileiro, ao contrário do que diz a letra E, inspirou-se no
modelo norte-americano.

Questão 003: Certo


Comentário: O constitucionalismo moderno foi caracterizado pelo surgimento das
Constituições escritas. Além de limitar o poder estatal, elas pregavam a mínima
intervenção do Estado nos negócios privados, característica marcante do
liberalismo.

Questão 004: Letra B


Comentário: O constitucionalismo social, que se seguiu ao liberal, é marcado pela
ideia de defesa de direito sociais, coletivos ou difusos, não se restringindo à mera
garantia de direitos individuais.

Questão 005: Letra B


Comentário: O neoconstitucionalismo, ao contrário do que diz a letra B, promove
a reaproximação do direito com a ética, a justiça e a moral, seguindo preceito pós-
positivista.

Questão 006: Errado


Comentário: O processo de constitucionalização simbólica, ao contrário do que diz
a questão, é prejudicial à concretização dos preceitos constitucionais. Ele provoca a
sobreposição de questões políticas sobre questões jurídicas, não fornecendo
soluções concretas para os problemas sociais.

Questão 007: Errado


Comentário: Ao contrário, a constitucionalização simbólica leva à sobreposição
das funções político-ideológicas da Constituição sobre a sua função jurídico-
normativa, relacionada à efetiva concretização dos preceitos constitucionais.

Questão 008: Certo.


Comentário: O principal aspecto do conceito político de constituição dado por
Schmitt é a ideia de decisão política fundamental que é tomada pelo poder
constituinte originário.

Questão 009: Errado.


Comentário: O conceito de constituição dado pela questão é o conceito
sociológico, que foi elaborado por Ferdinand Lassale.

Questão 010: Certo.

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Comentário: A questão traz precisamente o conceito sociológico de constituição


de Lassale, cuja ideia principal é a soma dos fatores reais de poder em uma
sociedade.

Questão 011: Certo


Comentário: A questão sintetiza, nas palavras de José Afonso da Silva, a teoria de
Hans Kelsen acerca de constituição, e da qual seu conceito de constituição,
conhecido como conceito jurídico, é extraído.

Questão 012: Certo


Comentário: O núcleo do conceito de constituição aberta é a ideia de flexibilidade
da ordem constitucional. Essa flexibilidade busca evitar que a constituição perca
sua força normativa com o tempo, frente a mudanças sociais, em decorrência da
rigidez de sua aplicação ou interpretação.

Questão 013: Certo


Comentário: Quando o poder constituinte não é exercido pelo povo, mas por
apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos, o resultado é uma constituição
outorgada, sem legitimidade popular.

Questão 014: Errado


Comentário: A questão traz a definição de constituição promulgada, aquela
elaborada pelo povo, mesmo que indiretamente, por meio de seus representantes
eleitos reunidos em assembleia constituinte. Por isso é também conhecida como
constituição popular ou democrática.

Questão 015: Errado


Comentário: Embora o projeto de uma constituição cesarista seja elaborado por
apenas um indivíduo ou grupo, de forma autoritária, ele é submetido à consulta do
povo, por meio de referendo ou plebiscito. Logo, embora limitada, há participação
popular na sua formação.

Questão 016: Letra C.


Comentário: A Constituição de 1824 foi a única na história do Brasil a determinar
que era constitucional apenas a matéria referente a limites e atribuições dos
poderes políticos, e a direito políticos e individuais dos cidadãos. Todo o restante
de seu conteúdo, apesar de estar no texto da Constituição, não era matéria
constitucional e podia ser alterado pelo procedimento legislativo ordinário,
resultando em uma constituição parcialmente flexível.

Questão 017: Errado


Comentário: Quanto ao critério do conteúdo, a Constituição Federal de 1988 é
classificada como formal. A classificação da constituição como analítica refere-se
ao critério da extensão, não do conteúdo.

Questão 018: Errado


Comentário: Conforme a classificação da constituição quanto à forma, ela pode ser
também não escrita. Logo, não é correto afirma que necessariamente será escrita.

Questão 019: Certo

119
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Comentário: Precisamente a definição dada pela doutrina para a constituição


classificada como não escrita.

Questão 020: Errado


Comentário: A Constituição Federal de 1988 é classificada como uma constituição
rígida, pois a alteração de qualquer de seus dispositivos exige um procedimento
legislativo mais difícil e solene. Nas constituições semirrígidas, alguns dispositivos
constitucionais podem ser alterados pelo procedimento legislativo ordinário, o que
não ocorre com a Constituição de 1988, somente modificável por meio de Emenda
Constitucional.

Questão 021: Letra E


Comentário: Ao contrário do que diz a letra E, a constituição semirrígida exige,
para alguns dispositivos, alteração por meio de procedimento especial e mais
dificultoso. Para outros, admite alteração pelo procedimento ordinário. Os demais
itens da questão, sobre constituição material e formal (classificação quanto à
forma), não escrita e rígida, estão corretos.

Questão 022: Errado


Comentário: A questão apontou o motivo errado pelo qual a CF (Constituição
Federal) é classificada como analítica, relacionando na verdade características da
constituição sintética e invertendo os conceitos.

Questão 023: Errado


Comentário: A constituição sintética (ou resumida), ao contrário do que diz a
questão, dispõe somente sobre regras gerais de organização de um Estado e direito
fundamentais. O detalhamento e regulamentação dessas disposições ficam a cargo
de legislação infraconstitucional.

Questão 024: Letra D.


Comentário: A característica que distingue uma constituição codificada é o fato de
seus dispositivos estarem reunidos em apenas um texto normativo.

Questão 025: Letra E.


Comentário: Ao contrário das constituições orgânicas, as constituições
inorgânicas, variadas ou legais se caracterizam por estarem distribuídas em
diversas normas.

Questão 026: Letra A.


Comentário: O conceito de bloco de constitucionalidade amplia o paradigma da
constitucionalidade das leis, não limitando-o ao texto constitucional, já que passa a
incluir também princípios, direitos fundamentais e os tratados de direitos
humanos aprovados pelo legislativo com quórum qualificado de Emenda
Constitucional.

Questão 027: Errado


Comentário: Na constituição preceitual predominam as regras, não os princípios.
Logo, o conceito da questão se refere à constituição princiológica, não preceitual.

Questão 028: Certo

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Comentário: Conforme a teoria apresentada, a classificação da constituição


quanto ao sistema a divide em principiológica (predominância de princípios) e
preceitual (predominância de regras).

Questão 029: Letra C.


Comentário: Somente a letra C traz as características de uma constituição
dogmática, quais sejam, a elaboração por uma assembleia constituinte, forma
escrita e síntese de teorias ou ideologias contemporâneas.

Questão 030: Letra E.


Comentário: Dentre as classificações listadas na questão, a CF só não é classificada
como uma constituição histórica. Conforme o critério da forma de elaboração, ela é
classificada como dogmática.

Questão 031: Errado


Comentário: A constituição que se materializa ao longo do tempo é classificada
como histórica, não ortodoxa, como afirma a questão. A constituição ortodoxa se
caracteriza por sintetizar uma única ideologia, como, por exemplo, a ideologia
socialista.

Questão 032: Errado.


Comentário: Conforme visto, a constituição que busca conciliar ideologias opostas
é a constituição eclética, não a ortodoxa. Esta, pelo contrário, se fundamenta em
apenas uma ideologia.

Questão 033: Letra C


Comentário: As constituições normativas são aquelas cujas regras para a
limitação do poder político são concretamente observadas na realidade.

Questão 034: Errado


Comentário: O conceito dado pela questão se refere, na verdade, à constituição
semântica (não tem a pretensão de limitar o poder). Na nominativa, ou
nominalista, embora haja regras limitadoras do poder, elas não são observadas na
prática política.

Questão 035: Certo


Comentário: A principal característica da constituição dirigente é o
estabelecimento de planos de atuação futura do governo, por meio de normas
pragmáticas de caráter vinculante.

Questão 036: Errado


Comentário: A constituição garantia, na classificação de Manoel Gonçalves
Ferreira Filho, se restringe à garantia do direito à liberdade por meio da limitação
do poder. O conceito dado pela questão é o de constituição dirigente ou programa,
dado pelo mesmo autor.

Questão 037: Letra B


Comentário: Ao declarar as liberdades e direitos individuais dos homens como
universais, sedimentando a filosofia iluminista da época, a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão foi uma expressão das constituições liberais, voltadas

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para a garantia de liberdades individuais e da não intervenção estatal.

Questão 038: Letra B


Comentário: Os elementos limitativos das constituições referem-se às normas
protetoras dos direitos e garantias fundamentais. As normas que tratam da defesa
da constituições e das instituições democráticas constituem elementos de
estabilização.

Questão 039: Certo


Comentário: Os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos da
constituição do tipo limitativos, já que constituem limites ao poder estatal.

Questão 040: Letra B


Comentário: A letra A define os elementos de aplicação (regras de aplicação das
normas constitucionais). A letra C define os elementos limitativos (direitos e
garantias fundamentais). A letra D define os elementos de estabilização (solução
de conflitos constitucionais). Somente a letra B traz a definição correta, referente
aos elementos orgânicos da constituição.

Questão 041: Letra A.


Comentário: A Constituição do Império era semirrígida porque permitia que
matérias não constitucionais incluídas em seu texto fossem alteradas por meio do
procedimento legislativo ordinário. O artigo artigo 174 dessa Constituição dizia: “É
só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos
Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que
não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinárias.”

Questão 042: Errado.


Comentário: A Constituição de 1824 foi outorgada, ou seja, imposta
unilateralmente pelo Imperador a partir de projeto elaborado por um Conselho de
Estado por ele instituído, em consonância com seus interesses totalitários.

Questão 043: Certo.


Comentário: A divisão de poderes, conforme a Constituição de 1824, era
quadripartite, e os senadores nomeados pelo Imperador eram vitalícios. Apenas os
deputados eram eleitos, mas por meio do voto indireto e censitário.

Questão 044: Letra A.


Comentário: A letra B traz características da Constituição do Império, de 1824. Ao
contrário do que diz a letra C, as eleições para presidente da república, na
Constituição de 1891, eram diretas, apesar de a primeira ter ocorrido por eleição
indireta. Finalmente, contradizendo a letra D, não houve previsão de direitos
trabalhistas na Constituição de 1891.

Questão 045: Letra B.


Comentário: Na verdade, o correto é dizer que a primeira constituição brasileira a
prever o habeas corpus foi a Constituição de 1891. Porém, o instituto já havido
sido previsto no Código Penal de 1830. Mesmo assim, o gabarito oficial apontou a
letra B como resposta correta.

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Questão 046: Certo


Comentário: Dentre as alterações trazidas pela reforma de 1926, que alterou a
Constituição de 1891, tem-se o detalhamento das hipóteses de intervenção federal,
que acabou por restringir a autonomia dos Estados.

Questão 047: Certo.


Comentário: Somente com a reforma de 1926 o objeto do habeas corpus foi
restringido à proteção da liberdade de locomoção. A redação original da
Constituição de 1891 não previa essa restrição.

Questão 048: Certo.


Comentário: A Constituição de 1891, além de estabelecer a forma federativa de
Estado, que passou a ser dividido em estados-membros, separou a Igreja do
Estado, tornando o Brasil um país leigo, laico e não confessional, com garantias à
liberdade de crença e culto.

Questão 049: letra D


Comentário: A Constituição de 1934 tinha um caráter social, já que sofreu forte
influência da Constituição Alemã de Weimer, que por sua vez foi expressão do
movimento chamado constitucionalismo social.

Questão 050: letra B.


Comentário: Embora instituído pelo Código Eleitoral de 1932, o voto feminino
recebeu previsão constitucional pela primeira vez na Constituição de 1934.

Questão 051: Certo


Comentário: Em conformidade com o seu caráter social e com o disposto no artigo
113 (“17 – É garantido o direito de propriedade, que não poderá ser exercido
contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei determinar“).

Questão 052: Errado


Comentário: A Constituição de 1981 previu a eleição indireta pelas associações
profissionais dos chamados deputados das profissões. Era a representação
corporativa, prevista no art. 23, § 3º.

Questão 053: Certo


Comentário: Novamente, como expressão do seu caráter social e de acordo com o
seu art. 121, § 1º, alínea “h”.

Questão 054: Errado


Comentário: Em relação às minas, jazidas e fontes de energia hidráulica, conforme
art. 119, § 1º da Constituição de 1934, lei regularia a nacionalização progressiva,
não a privatização como diz a questão.

Questão 055: Certo


Comentário: A Constituição de 1934, de viés social, inovou ao trazer Título
específico tratando da ordem econômica e social do país.

Questão 056: Letra D.

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Comentário: Apesar de manter, em seu texto, a forma federativa de Estado, de fato


a Constituição de 1937 promoveu sua centralização do poder, uma vez que os
estados passaram a ser administrados por interventores nomeados por Getúlio
Vargas, o Presidente da República. De inspiração fascista e autoritária, a
Constituição fechou o Congresso Nacional e todos os demais órgão do poder
legislativo dos Estados e Municípios.

Questão 057: Letra A.


Comentário: A Constituição de 1937 é classificada, conforme o critério ontológico,
como uma constituição semântica, típica de regimes autoritários. Esse tipo de
constituição não tem por objetivo a limitação do poder, mas dar legitimidade
formal aos seus detentores, que o exercem sem limites.

Questão 058: Letra E.


Comentário: A Constituição de 1937, inclusive em relação aos direitos
trabalhistas, foi diretamente influenciada pelo fascismo italiano. Recebeu o apelido
de Polaca em decorrência da Constituição Polonesa de 1935, na qual foi inspirada,
e também de forte caráter fascista.

Questão 059: Letra A.


Comentário: A Constituição de 1937 proibiu a greve o lock-out sob o argumento
de serem nocivos ao trabalho e à produção nacional. Em relação aos sindicatos,
conforme seu art. 138, somente os regularmente reconhecidos pelo Estado tinham
o direito de representação legal da categoria.

Questão 060: Certo


Comentário: A Constituição de 1937 dissolveu todos os órgão do legislativo, tanto
federais quanto estaduais e municipais (art. 178). Apesar de prever a eleição de
um Parlamento Nacional, essa nunca ocorreu durante a vigência do Estado Novo.

Questão 061: Letra B.


Comentário: A Constituição de 1937, que teve vigência durante o Estado Novo, foi
outorgada, a contrário da Constituição de 1934, que foi promulgada. Não houve
outorga de constituição em 1941.

Questão 062: Letra B.


Comentário: Embora a Constituição de 1937 tenha previsto a eleição de um
Parlamento Nacional, ela nunca ocorreu. Logo, a competência legislativa da União
deveria ser exercida pelo Presidente da República, conforme artigo 180 dessa
Constituição. Dentre elas, a competência do Parlamento de tornar sem efeito, pelo
voto de 2/3 dos membros de suas Câmaras, decisão judicial que declarava lei
inconstitucional, se esta lei fosse considerada pelo Presidente relevante ao
interesse nacional (artigo 96).

Questão 063: Errado.


Comentário: A primeira Constituição a tratar da ordem econômica, em Título
específico, foi a Constituição de 1934.

Questão 064: Certo.


Comentário: O art. 194 da Constituição de 1946 determinava que as pessoas

124
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jurídicas de direito público são civilmente responsáveis pelos danos que os seus
funcionários causarem a terceiros, desde que nesta qualidade, independentemente
de culpa.

Questão 065: Certo


Comentário: Embora previstos nominalmente nas constituições anteriores,
apenas na de 1946 houve um fortalecimento da autonomia dos municípios.

Questão 066: Certo.


Comentário: O PCB, Partido Comunista Brasileiro, foi um dos partidos com
representantes na assembleia constituinte instaurada em 1946 para elaborar a
nova constituição.

Questão 067: Errado.


Comentário: Após a renúncia do Presidente Jânio Quadros, em 1961, ainda
durante a vigência da Constituição de 1946, o Brasil viveu um período curto de
regime parlamentarista, que foi revogado por plebiscito 2 anos mais tarde.

Questão 068: Letra D


Comentário: Item I correto conforme explicado neste artigo. Item II correto
conforme explicado neste artigo. Item III incorreto, já que a Constituição de 1967
não se baseou na de 1934 e, ao contrário do que diz a questão, tendeu à
centralização político-administrativa com ampla restrição a direitos. Item IV
incorreto já que a Constituição de 1946 consagrou a foma federativa estado, não o
estado unitário. Além disso, o habeas data e o mandado de injunção surgiram
apenas com a Constituição de 1988.

Questão 069: Certo


Comentário: A reforma eleitoral foi realizada por meio do AI-2, de 1965, que
determinava que um partido só poderia ser criado se contasse, no momento da
fundação, com a filiação de pelo menos 20 senadores e 120 deputados. Apenas a
ARENA (partido do governo) e o MDB (partido de oposição) conseguiram cumprir
esses requisitos durante o regime militar.

Questão 070: Letra D


Comentário: Os atos institucionais, criados durante o regime, eram decretos
editados pelo poder executivo federal, com força para alterar qualquer dispositivo
legal ou constitucional, sem qualquer interferência dos demais poderes.

Questão 071: Certo.


Comentário: Além de constitucionalizar os atos institucionais e complementares,
a Constituição de 1967 atribuiu à União, em seu artigo 8º, inciso IV, a competência
para organizar as forças armadas, e em seu artigo 89 a responsabilidade de todos
os cidadãos pela garantia da segurança nacional.

Questão 072: Errado


Comentário: Pelo contrário, a Constituição de 1967, embora estabelecesse em seu
texto a forma federativa de estado, na realidade promoveu uma ampla
concentração de poderes no executivo federal, na figura do Presidente da
República.

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Questão 073: Letra C.


Comentário: Conforme artigo 18, § 1º, da Constituição de 1988.

Questão 074: Letra B


Comentário: A Assembleia Nacional Constituinte instituída para elaboração de
Constituição de 1988 era composta exclusivamente por membros do Congresso
Nacional, tanto da Câmara como do Senado. O projeto da Comissão Afonso Arinos
foi integralmente rejeitado, não tendo sido utilizado pela Assembleia. Além disso, o
projeto da nova constituição não foi aprovado por referendo.

Questão 075: Letra B


Comentário: Dentre as opções apresentadas, apenas os Tribunais Militares são
órgãos do judiciário, conforme a Constituição de 1988, art. 92, VII. Os Tribunais de
Contas são órgão auxiliares do poder legislativo. Os Tribunais de Justiça Desportiva
tem natureza administrativa, não judicial. Os Tribunais de Exceção são vedados
pela Constituição (Art. 5º, XXXVII). Não há previsão constitucional de Tribunais de
Comércio.

Questão 076: Letra B


Comentário: A Constituição de 1988 foi promulgada, o que torna as letras A, D e E
incorretas. Além disso, ela não é imutável, mas rígida, pois admite alterações no
seu texto por meio de Emendas Constitucionais, tornando a letra C também
incorreta. Portanto, a resposta correta é a Letra B.

Questão 077: Certo.


Comentário: O processo de elaboração contou com diversas comissões e
subcomissões, cada qual tratando de temas específicos, e com intenso lobby dos
mais variados grupos de interesse. Esse processo, inclusive, é alvo de críticas pela
doutrina, vez que resultou em uma constituição por demais extensa e analítica.

Questão 078: Letra D


Comentário: A mutação constitucional é a alteração não-formal no sentido de uma
norma constitucional contida em uma constituição rígida, sem alteração no seu
texto. Não se confunde com reforma constitucional, que ocorre quando há
alteração de texto, possível somente por meio de emenda constitucional.

Questão 079: Letra C


Comentário: Mais uma vez, a mutação constitucional altera o sentido da norma
constitucional, sem qualquer alteração no seu texto.

Questão 080: Letra C


Comentário: Alterações formais no texto da Constituição por meio de emendas
corresponde à reforma constitucional, bem como a revisão constitucional, que é
um tipo de reforma. Não se confunde, portanto, com a mutação constitucional, que
é informal e não altera o texto da norma.

Questão 081: Letra B


Comentário: Como a mutação constitucional permite alterações no significado da
norma sem modificação no texto, ela funciona como mecanismo de estabilidade

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das constituições ao longo de gerações, já que apta a dar-lhes interpretações mais


adequados frente à evolução social.

Questão 082: Letra D


Comentário: A mutação constitucional é um processo informal, o que faz dos itens
A, B e C, que mencionam “formalmente”, incorretos, restando apenas a letra D. De
fato, a prática judicial é uma das formas de materialização da mutação
constitucional, por meio da qual é possível dar novo sentido à norma
constitucional, de maneira não-formal, permitindo que sua aplicação seja ajustada
à preservação de direitos e ao respeito a princípios constitucionais estruturantes.

Questão 083: Certo


Comentário: Precisamente o conceito de mutação constitucional.

Questão 084: Certo


Comentário: A jurisprudência do STF, atividade interpretativa da norma
constitucional, é uma das formas de materialização da mutação constitucional.

Questão 085: Errado


Comentário: A mutação constitucional não decorre de erros na interpretação da
norma constitucional, mas da necessidade de adaptar o seu significado a novas
realidades e demandas sociais.

Questão 086: Letra C.


Comentário: Conforme definição doutrinária mais aceita. A letra A está errada
porque as regras não predominam sobre princípios, não havendo hierarquia
normativa entre eles. A definição dada pela letra B, bem como a observação da
letra D, referem-se às regras, não aos princípios. Finalmente, em relação à letra E,
os princípios não representam valores individuais, mas valores aceitos
coletivamente, relacionados à ideia de justiça.

Questão 087: Letra D.


Comentário: Os princípios, embora não sejam superiores normativamente às
regras, servem de fundamento a estas. Em relação à letra A, é o contrário:
princípios tem caráter abstrato, e as regras, caráter concreto. A letra B está errada,
pois tanto as regras como os princípios são normas jurídicas. A letra C está errada
porque os princípios, assim como as regras, também têm caráter vinculante.

Questão 088: Letra B.


Comentários: Conforme a teoria de Robert Alexy, o princípios são como
“mandamentos de otimização”. Em caso de conflito entre eles, deve ser feita uma
ponderação para se determinar a precedência de um sobre outro, o que sempre
dependerá das circunstâncias e condições do caso concreto. As letras A, C e E
referem-se a regras, não a princípios. A letra D está errada porque a precedência
de um princípio sobre outro é definida pelas circunstâncias do caso concreto.

Questão 089: Letra B.


Comentário: As regras têm caráter concreto, com baixo grau de abstração,
enquanto os princípios têm grau elevado de abstração. A letra A está errada
porque os princípios, embora sirvam de fundamento para aplicação das regras,

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têm caráter vinculante, não apenas mera função hermenêutica. A letra C está
errada porque não há hierarquia entre regras e princípios. A letra D está errada
pois não há tais relações de interdependência entre regras e princípios. A letra E
está errada pois a invalidade de uma regra não se dá diretamente por oposição a
um princípio.

Questão 090: Certo.


Comentário: Em conformidade com a teoria de Dworkin.

Questão 091: Certo


Comentário: Novamente em conformidade com a teoria de Dworkin. Os
princípios, para sua aplicação, necessitam de intermediação interpretativa, não
sendo aplicáveis automaticamente, diferentemente das regras.

Questão 092: Letra B


Comentário: A interpretação conforme, diante de normas polissêmicas (com
vários sentidos), determina que o sentido mais adequado da norma é o que mais se
aproxima da constituição.

Questão 093: Letra C.


Comentário: Normas dúbias (ou polissêmicas) devem ser interpretadas da forma
mais próxima ao que determina a constituição, de acordo com o princípio da
interpretação conforme.

Questão 094: Letra B.


Comentário: O princípio da unidade da constituição a considera como um sistema
integrado de normas cujos conflitos e contradições são tomados como aparentes,
devendo sempre serem harmonizados entre si.

Questão 095: Letra A


Comentário: O princípio da interpretação conforme compatibiliza normas de
vários sentidos – não de sentido unívoco – ao texto constitucional.

Questão 096: Letra A


Comentário: Não sendo possível interpretar a lei conforme a constituição, ao
contrário do que diz a letra A, ela deve ser declarada inconstitucional, não podendo
ser aplicada. Além disso, não se admite a atuação do julgador como legislador
positivo, no sentido de dar interpretação contra legem (contra a lei) para adequar
a lei ao texto constitucional.

Questão 097: Letra C


Comentário: A letra C define na verdade o princípio da concordância prática, não
da eficácia integradora. Conforme este último, as normas constitucionais devem
ser interpretadas de forma a preservar a unidade política e social.

Questão 098: Certo


Comentário: Somente normas polissêmicas admitem mais de um sentido
interpretativo. Logo, somente a elas é possível se aplicar a interpretação conforme,
princípio segundo o qual, dentre os vários sentidos da norma, prevalece o mais
próximo da constituição.

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Questão 099: Certo.


Comentário: O princípio não está explícito no texto da Constituição Federal, sendo
inferido do princípio do devido processo legal (Art. 5º, LIV).

Questão 100: Letra C.


Comentário: Não há prevalência de métodos de interpretação na hermenêutica
constitucional. Embora partam de premissas distintas, todos eles são
complementares.

Questão 101: Letra D.


Comentário: A letra A refere-se, na verdade, ao método jurídico ou hermenêutico
clássico. A letra B, por sua vez, refere-se ao método hermenêutico-concretizador.
Ao contrário do que diz a letra C, o método de comparação constitucional realiza a
interpretação por meio da comparação com outras constituições.

Questão 102: Letra C.


Comentário: A letra A está errada porque o método tópico-problemático, ao
contrário, considera a Constituição como um sistema aberto, não fechado, de
normas e princípios. A letra B está errada porque não há apenas um método que
seja adequado, todos são complementares. A letra D está errada porque a pré-
compreensão do intérprete é o elemento subjetivo utilizado pelo método
hermenêutico-concretizador. Finalmente, ao contrário do que diz a letra E, no
método científico-espiritual a interpretação não se restringe ao campo jurídico-
formal, pois leva em consideração também os valores políticos e sociais adjacentes
ao texto constitucional.

Questão 103: Letra E.


Comentário: O princípio da máxima efetividade da hermenêutica constitucional
não permite a alteração do conteúdo da norma para adequá-la à Constituição.

Questão 104: Letra D.


Comentário: Ao contrário, o método normativo-estruturante considera que a
norma constitucional também é concretizada pela atividade dos demais poderes
(executivo e judiciário).

Questão 105: Certo.


Comentário: O método tópico-problemático, também chamado de método da
tópica, parte do caso concreto para interpretar a norma.

Questão 106: Errado.


Comentário: Tais características referem-se ao método científico-espiritual, não
ao método da tópica (ou tópico-problemático).

Questão 107: Certo


Comentário: Várias decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal já aplicaram a
teoria dos poderes implícitos.

Questão 108: Certo


Comentário: Em conformidade com essa teoria, o STF entendeu que tal

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competência, embora não expressa, é indispensável para que o TCU possa exercer
plenamente suas atribuições constitucionais.

Questão 109: Certo


Comentário: Embasado pela teoria dos poderes implícitos, o STF considerou
constitucional o julgamento de reclamações pelos Tribunais de Justiça estaduais
como meio necessário para a preservação de suas competências e da autoridade de
suas decisões.

Questão 110: Certo.


Comentário: A questão descreve precisamente os dois sentido do termo
“Supremocracia”, o primeiro referente à autoridade do STF frente às demais
instâncias e o segundo, frente aos demais poderes.

Questão 111: Certo.


Comentário: Trata-se dos dois subtipos das decisões manipulativas (ou
normativas): decisões de efeitos aditivos e de efeitos substitutivos da norma.

Questão 112: Certo.


Comentário: A interpretação da sentença manipulativa de efeito aditivo, diante da
omissão da norma, amplia o seu campo de incidência.

Questão 113: Errado.


Comentário: As lacunas podem ser supridas por meio de decisões interpretativas
manipuladoras de efeitos aditivos.

Questão 114: Letra C.


Comentário: Conforme literalidade do texto do preâmbulo.

Questão 115: Letra C.


Comentário: O STF adota o tese da total irrelevância jurídica do preâmbulo, que
não possui qualquer força normativa, servindo apenas de norte interpretativo das
normas.

Questão 116: Letra C.


Comentário: O preâmbulo como um todo, inclusive quanto à invocação da
proteção divina, não tem força normativa, vez que pertence ao domínio da política,
não do direito.

Questão 117: Errado.


Comentário: O preâmbulo não é de reprodução obrigatória nas constituições
estaduais, pois não tem valor jurídico nem força obrigatória.

Questão 118: Letra B.


Comentário: O preâmbulo, conforme entendimento do STF, não pertence ao
domínio do direito. Logo, não tem força normativa e não serve de paradigma para
a inconstitucionalidade.

Questão 119: Errado.


Comentário: As disposições constitucionais transitórias, ao contrário dos

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preâmbulos, possuem valor jurídico e a mesma força normativas das demais


disposições constitucionais.

Questão 120: Errado.


Comentário: Conforme definição de José Afonso da Silva, os preâmbulo e o ADCT
constituem elementos de aplicabilidade da Constituição, não de estabilização. Para
maiores detalhes sobre os elementos da Constituição, clique aqui.

Questão 121: Certo.


Comentário: Estando na mesma hierarquia das normas constitucionais centrais,
as normas do ADCT recebem mesmo tratamento quanto sua eficácia, prevalência e
força normativa.

Questão 122: Certo.


Comentário: As normas do ADCT possuem a mesma hierarquia jurídica das
normas dispostas no corpo da Constituição. Portanto, podem estabelecer exceções
a estas.

Questão 123: Certo.


Comentário: As normas exauridas, como a que determinou a revisão
constitucional em 1993, são consideradas inexistentes, não sendo admitida a
alteração de seus efeitos, uma vez que já concretizados.

Questão 124: Errado


Comentário: Ferdinand Lassalle é autor do conceito sociológico de constituição.
Além disso, Peter Häberle é o idealizador da sociedade aberta dos intérpretes da
constituição, não seu crítico.

Questão 125: Certo


Comentário: Precisamente a ideia de sociedade aberta dos intérpretes da
Constituição criada por Häberle, onde ao interpretação constitucional não está
restrita à realizada pelos órgão públicos judiciais.

Questão 126: Errado.


Comentário: De fato, a ideia de Häberle permite que o julgador tenha mais
elementos para tomar sua decisão (audiências públicas e amicus curiae). No
entanto, a pertinência quanto aos direitos humanos está no fato de regerem
relações horizontais entre o indivíduo e o Estado, não entre indivíduos. Ampliando
a interpretação constitucional, a ideia de sociedade aberta inclui o cidadão como
intérprete, não somente o Estado, por meio de seus órgãos, horizontalizando a
relação entre eles.

Questão 127: Letra C.


Comentário: A questão traz o conceito de poder constituinte, capaz de criar uma
nova Constituição ou alterar a Constituição vigente.

Questão 128: Letra D.


Comentário: Emmanuel Sieyès, político francês, foi o primeiro doutrinador a
vislumbrar a existência de um poder constituinte, escrevendo sobre ele em sua
célebre obra “Qu’est-ce que le tiers état?“.

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Questão 129: Letra C


Comentário: Atualmente a doutrina considerar o povo como o titular do poder
constituinte, que não o exerce diretamente, mas por meio de representantes
eleitos.
Questão 130: Letra A.
Comentário: Dentre as opções listadas, apenas ser extrajurídico é característica do
poder constituinte originário. Além de extrajurídico, ele é incondicional e ilimitado,
tanto juridicamente quanto materialmente. A subdivisão da letra E refere-se ao
poder constituinte derivado, não originário.

Questão 131: Letra B.


Comentário: Por exclusão, o poder constituinte originário não é reformador nem
condicionado, o que torna as letras A, C, D e E incorretas.

Questão 132: Errado.


Comentário: O poder constituinte é inicial e autônomo, mas não é condicionado.

Questão 133: Letra A.


Comentário: O poder constituinte originário é juridicamente ilimitado, além de
ser original, uma vez que estabelece nova ordem jurídica sem qualquer vínculo
com a ordem vigente.

Questão 134: Errado.


Comentário: Uma das características do poder constituinte originário é ser
permanente. Logo, não se esgota com a nova Constituição, podendo se manifestar
sempre que as circunstâncias exijam uma nova ordem jurídica, por vontade do
povo.

Questão 135: Errado.


Comentário: O Brasil adotou a corrente positivista, não jusnaturalista. Conforme o
positivismo, o poder constituinte originário é pré-jurídico, não encontrando limite
em qualquer direito. Já a corrente jusnaturalista considera que esse poder é
limitado pelo direito natural.

Questão 136: Certo.


Comentário: Precisamente as definições de poder constituinte originário histórico
e revolucionário.

Questão 137: Errado.


Comentário: A outorga, além da convenção, também é uma forma de expressão do
poder constituinte originário.

Questão 138: Certo.


Comentário: O poder de reforma está expressamente previsto no artigo 60 da
Constituição, que regula a edição das Emendas Constitucionais, um dos meios pelo
quais o poder constituinte derivado se expressa em nosso ordenamento jurídico.

Questão 139: Certo.


Comentário: Além de poder constituinte de segundo grau, o poder constituinte

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derivado também é chamado pela doutrina de poder constituinte instituído,


constituído, secundário ou remanescente.

Questão 140: Letra D.


Comentário: Dentre as opções listadas, são espécies de poder constituinte
derivado apenas os poderes reformador e decorrente. Além desses dois, a doutrina
ainda define o poder constituinte derivado revisor, estabelecido pelo art. 3º do
ADCT.

Questão 141: Letra E.


Comentário: Dentre as características elencadas, o poder constituinte derivado só
não é inicial, característica esta pertencente ao poder constituinte originário.

Questão 142: Letra D.


Comentário: O determinado pelo artigo 201 da Constituição não constitui limite
material ao poder de reforma.

Questão 143: Errado.


Comentário: A afirmação da questão refere-se somente ao poder constituinte
reformador. O poder revisor foi estabelecidos no ADCT da Constituição de 1988, e
somente pôde ser exercido uma única vez, esgotando-se após decorrido o prazo
para sua manifestação (5 anos).

Questão 144: Letra C.


Comentário: A Constituição de 1988 conferiu apenas uma oportunidade para
manifestação do poder constituinte derivado revisor, conforme art. 3º do ADCT.
Essa manifestação já ocorreu, esgotando os efeitos da determinação constitucional.
Em relação aos demais itens da questão, o poder constituinte originário é ilimitado
juridicamente (letra A) e pode se manifestar também por meio de uma revolução
(letra B). A elaboração das Constituição Estaduais é manifestação do poder
constituinte derivado decorrente (letra D), e o poder constituinte derivado
reformador é condicionado (letra E).

Questão 145: Letra C.


Comentário: O poder constituinte derivado decorrente é consequência do poder
de auto-organização conferido aos Estados-membros e se materializada por meio
da elaboração e reforma das Constituições Estaduais.

Questão 146: Letra D.


Comentário: O poder constituinte difuso tem a capacidade de estabelecer novas
interpretações dos dispositivos da Constituição sem alteração de seu texto. Logo, é
um procedimento que dispensa formalidades e pode ocorrer a qualquer momento,
por isso é permanente.

Questão 147: Letra E.


Comentário: O poder constituinte difuso se manifesta pelo fenômeno da mutação
constitucional, por meio do qual se dá nova interpretação a determinado
dispositivo da Constituição sem, no entanto, alterar seu texto.

Questão 148: Certo.

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Comentário: O poder constituinte supranacional, sendo parâmetro de


legitimidade das Constituições nacionais, deve ser capaz de submetê-las a seus
efeitos, uma vez que não se confunde com o ordenamento jurídico pátrio nem com
o direito internacional.

Questão 149: Errado.


Comentário: Normas materialmente compatíveis com a nova Constituição
permanecem válidas no ordenamento jurídico recém-estabelecido por meio do
fenômeno da recepção.

Questão 150: Letra C.


Comentário: A recepção é fenômeno que assegura a validade dos atos normativos
infraconstitucionais anteriores à nova Constituição quando com esta
materialmente compatíveis, sem relação com a restauração da vigência de normas
já revogadas (fenômeno referente à repristinação). Não se admite no ordenamento
brasileiro a inconstitucionalidade superveniente de norma, razão pela qual não
cabe ação de inconstitucionalidade de norma pré-constitucional recepcionada. Sua
constitucionalidade deve ser confrontada por meio de ADPF.

Questão 151: Letra E.


Comentário: A repristinação restaura a validade de lei já revogada em decorrência
da extinção da lei revogadora. Tal fenômeno só é admito no direito brasileiro com
previsão legal expressa. A lei revogadora, se declarada inconstitucional, perde
todos os seus efeitos desde sua publicação, inclusive o de revogar determinada lei,
que volta a ter validade automaticamente.

Questão 152: Letra D.


Comentário: O fenômeno descrito na questão é denominado de
desconstitucionalização, já que a norma constitucional anterior permanece válida
no novo ordenamento, mas com status de norma infraconstitucional.

Questão 153: Certo.


Comentário: Em decorrência da regra da compatibilidade horizontal de normas
de mesma hierarquia, por meio da qual a norma posterior revoga a anterior,
mesmo se com aquela compatível. Logo, necessária previsão expressa ao contrário.

Questão 154: Certo


Comentário: A recepção material de normas constitucionais ocorreu na
Constituição de 1988 por previsão contida no ADCT, a exemplo de seu artigo 34.

Questão 155: Letra B


Comentário: Conforme entendimento do STF, as normas constitucionais, salvo
previsão expressa, tem retroatividade mínima, incidindo somente sobre
obrigações futuras de negócios anteriores à sua promulgação.

Questão 156: Errado.


Comentário: Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, não há direito
adquirido em face do poder constituinte originário, materializado pela nova
Constituição.

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Questão 157: Errado.


Comentário: A nova Constituição é manifestação do poder constituinte originário,
ilimitado e incondicional, frente ao qual não há permanência de direitos
adquiridos.

Questão 158: Errado.


Comentário: A primeira parte da questão está correta, já que a Constituição
garante, em seu art. 5º, inciso XXXVI, que a lei não prejudicará o direito adquirido.
Porém, frente ao poder constituinte originário, não se garante a permanência
desse direito.

Questão 159: Letra A.


Comentário: Não há garantia de direito adquirido face a uma nova Constituição.
Os conceitos das letras C e D estão invertidos: o poder constituinte derivado é
limitado, enquanto o poder constituinte originário não tem limite jurídico.

Questão 160: Letra D.


Comentário: As normas de eficácia contida ou restringível são sempre aptas a
produzirem todos os seu efeitos desde a sua promulgação. Esses efeitos, no
entanto, podem ser limitados ou restringidos posteriormente por normas
infraconstitucionais.

Questão 161: Letra D.


Comentário: As normas de eficácia limitada, embora careçam de norma
infraconstitucional para a produção de todos os seus efeitos, possuem eficácia
mínima desde a sua promulgação, como, por exemplo, a de vincular o legislador
infraconstitucional e a de revogar as normas contrárias a ela (eficácia ab-rogativa).

Questão 162: Letra D.


Comentário: A letra A está incorreta pois as normas definidores de direitos e
garantias fundamentais, de aplicação imediata conforme art. 5°, §1°, podem ter
aplicabilidade imediata ou mediata, podendo ser classificadas não só como de
eficácia limitadas (em geral, direitos sociais) como também de eficácia plena ou
contida (direitos individuais). A letra B está incorreta, uma vez que as normas de
eficácia contida têm aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não integral, já
que pode ter seus efeitos limitados por norma infraconstitucional. A letra C está
incorreta porque as normas de eficácia limitada possuem efeitos vinculantes e
relevância interpretativa desde a sua vigência. Finalmente, a letra E está incorreta
pois as normas de princípio programático veiculam programas de governo, que
devem ser implementados pelo Estado.

Questão 163: Letra A.


Comentário: A tripartição de poderes estabelecida pela Constituição de 1988 tem
eficácia plena, não dependendo de norma infraconstituicional para produzir
efeitos, nem podendo ter esses efeitos reduzidos.

Questão 164: Letra B.


Comentário: A referida norma constitucional, embora tenha surgido com
aplicabilidade direta e imediata, teve seus efeitos restringidos por norma
posterior, restando sem aplicabilidade. Dessa forma, é entendida pelo STF como

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norma constitucional de aplicabilidade contida.

Questão 165: Letra B.


Comentário: Conforme entendimento do STF, tal norma é de eficácia contida,
podendo ser restringida pela legislação infraconstitucional. Dessa forma, enquanto
inexistir lei regulamentando a atividade profissional, seu exercício é livre.

Questão 166: Letra C.


Comentário: A determinação da referida PEC se dará “na forma de lei
complementar”, indicando que sua aplicabilidade depende de legislação
integrativa, sendo assim de aplicabilidade indireta, mediata e diferida. É portanto
uma normal de eficácia limitada.

Questão 167: Errado.


Comentário: A classificação das normas constitucionais em normas de eficácia
absoluta foi definida por Maria Helena Diniz e não foi prevista por José Afonso da
Silva.

Questão 168: Errado.


Comentário: Conforme definição de Maria Helena Diniz, as normas supereficazes
não são passíveis de alteração por emenda constitucional.

Questão 169: Errado.


Comentário: Mais uma vez, as normas de eficácia absoluta ou supereficazes são
intangíveis porque não podem ser alteradas por emenda constitucional.

Questão 170: Certo.


Comentário: As normas de eficácia contida, definidas por José Afonso da Silva,
correspondem às normas de eficácia relativa restringível definidas por Maria
Helena Diniz. Essas normas, embora tenham aplicabilidade plena e imediata,
podem ter seus efeitos restringidos por lei infraconstitucional.

Questão 171: Certo.


Comentário: As normas de eficácia exaurida, conforme definição do professor e
jurista Uadi Bulos, são próprias das disposições constitucionais transitórias, uma
vez que, cumpridas suas determinações, têm todos os seus efeitos extintos.

Questão 172: Certo.


Comentário: A referida norma, de caráter transitório, uma vez produzidos seus
efeitos, resta exaurida, não podendo ser alterada por emenda para voltar a
produzir efeitos.

Questão 173: Letra A.


Comentário: As normas constitucionais de integração, restringíveis, conforme
classificação de Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto, são aquelas cuja
abrangência pode ser restringida por norma infraconstitucional. Porém, em
decorrência da hierarquia de normas, uma norma infraconstitucional somente
poderá restringir os efeitos de uma norma constitucional se isso estiver
expressamente autorizado na própria Constituição.

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