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ROSANA BERTUCCI
Professor autor/conteudista:
MARCIA RUBIA SOUZA CARDOSO ALVES
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
INTRODUÇÃO
Trata-se de matéria sempre atual e necessária ao conhecimento do perito, que lida com questões
contábeis, judiciárias e orçamentárias.
O trabalho humano gera conflitos que devem ser contabilizados e por vezes impactam os
orçamentos.
Para tanto é preciso compreender o que são esses conflitos, como surgem e como são tratados;
por isso o estudo da origem do trabalho, da formação do Estado e da organização judiciária,
apontando os principais problemas dessa natureza e também os de natureza previdenciária.
Sendo assim, o estudo se inicia com a história da economia mundial e as relações do trabalho,
perpassando pela formação do Estado e as teorias que cercam sua criação, bem como traçando
um apanhado geral sobre a organização judiciária no Brasil e apontando os principais órgãos de
atuação.
Posteriormente, urge analisar quais são as naturezas dos conflitos judiciários decorrentes da
relação de emprego ou espécies de trabalho, que justamente devem ser contabilizados no estudo
contábil, portanto, devem ser bem compreendidos.
Por fim, devem ser também estudados os custos de natureza previdenciária, com o mesmo
enfoque, ou seja, o de ser contabilizado no contexto geral de quem lida com a perícia contábil.
Serão apresentados aspectos doutrinários, legais e jurisprudenciais, para que o leitor tenha
segurança nos ensinamentos que possam vir a auxiliá-lo em sua vida prática.
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Claro que não foi a única forma de enriquecer, e o resultado de algumas das grandes fortunas veio
das espoliações, piratarias, comercialização e tráfico de escravos, saques, desvios, fraudes, roubos
e toda ordem de meios, que mostram que nem todas as grandes fortunas vieram necessariamente
do trabalho.
Não é novidade que o homem trabalha, e o fez desde a mais remota existência de si diante de
uma sociedade organizada.
Há quem afirme que o trabalho surgiu junto com o homem, mas fato é que, com o desenvolvimento
de ferramentas de pedra, o homem inicia a busca para conquistar alimentos, espaço, e posteriormente
surge a necessidade de produzir e ganhar com isso.
O registro dos historiadores nos ensina que há trabalho primitivo, escravo, feudal, capitalista, e
tudo em razão das variantes culturais, econômicas, políticas.
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http://historiabruno.blogspot.com.br/2013/04/a-historia-do-trabalho.html
A Revolução Industrial obviamente passou a dar nova significação ao conceito, sendo que
hoje “trabalho” tem vários significados, podendo ser entendido como um conjunto de atividades,
produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim ou, ainda, uma atividade
profissional, regular, remunerada ou assalariada.
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O trabalho na maior parte da história da civilização humana foi artesanal e de sustento dos
grupos, antes formados pela reunião de pessoas em tribos, feudos, vilas, distritos, “concelhos” e hoje
conhecidos como municípios e, mais recentemente, o nascimento das cidades, Estados e nações.
O Estado contemporâneo é originado não apenas em questões econômicas, mas na forma pela
qual trabalhamos e também de acordo com a mudança do que era para o que temos hoje.
Quanto à formação do Estado, várias são as teorias que a justificam, ora em razão das relações
familiares, ora por questões patrimoniais (Idade Média); e ainda em razão da força, no sentido de
subjugação.
Vários filósofos e estudiosos se debruçaram sobre o tema, mas esse aprofundamento não será
tratado aqui, merecendo leitura paralela nesse sentido; todavia, importa salientar que a organização
política resultou mesmo do poder de dominação do mais forte sobre o mais fraco.
Oppenheimer, Hobbes, Aristóteles, Rousseau, Spinoza, Locke são alguns nomes dos grandes
estudiosos do assunto, lembrando que O Príncipe, de Maquiavel (1513), foi obra marcante na inspiração
para a concepção de cidades independentes, a exemplo do que ocorreu na Itália, França, Inglaterra
e Alemanha nos séculos XVI e XVII.
Historicamente, o capital antes centralizado apenas nas mãos do Estado Monárquico começou
a ser distribuído nas mãos dos mercadores que, cada vez mais ricos, precisavam multiplicar seus
capitais ainda mais. Dentro do Estado Monárquico isso seria muito difícil, uma vez que os mercadores
dependiam de boas relações com o Rei e com a Rainha, o que nem sempre era uma realidade.
Isto posto, a monarquia vinha em franca decadência há tempos. Numerosas intrigas promovidas
pelo conselho, pelo clero e por integrantes dos governos, reis e rainhas vaidosos de seu poder
envoltos em fracassos pessoais (e também como líderes) devem ser considerados como fator
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essencial para a eliminação da forma centralizada do modelo monárquico, o que trouxe cada vez
mais a desmoralização dos regimes monárquicos, culminando com a conhecida Revolução Francesa
ocorrida entre 5 de maio de1789 e 9 de novembro de 1799.
A Revolução Francesa, ainda que tenha ocorrido na França, serviu para delimitar o marco
mundial da mudança do modelo de Estado e isso pode ser notado com bastante peculiaridade em
todas as nações.
A partir do século XVIII observamos que, gradativamente, todas as nações foram adotando o
modelo republicano, e veremos os motivos a seguir.
Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/06/revolucao-francesa.jpg
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Serralheria, marcenaria, escultura, pintura, tecelagem e todo tipo de produção era obtido destes
mestres e, portanto, com especial qualidade, em quantidades módicas, a um preço que somente
a realeza podia pagar.
Outro meio de convencimento foi a insistente declaração em prol da liberdade, em que proferiam
ideias que vieram a se materializar, como a que todo trabalhador tem direito a exercer uma profissão
nos limites da lei.
Não apenas pelo aspecto político, outra questão que mudou a forma de trabalho foi a então
Revolução Industrial.
A partir do século XIX, empresários precisavam cada vez mais de mão de obra para suas indústrias;
o homem que nascia e crescia no campo como agricultor era convencido e muitas vezes expulso
do campo para dirigir-se às cidades para trabalhar nessas indústrias. Quanto mais trabalhadores
nas cidades, mais barato ficava o valor da mão de obra.
A vida rural deu espaço para o nascimento e fortalecimento do agronegócio latifundiário, pois
o que antes era apenas comida se transformou em commodities, negociada em bolsas de valores,
como café, milho, soja, algodão, açúcar etc. O pequeno produtor começou a desaparecer do campo
para virar mão de obra nas cidades.
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FIGURA 3 – Imigrantes
Este cenário resultou em épocas de muito sofrimento, fome e miséria nas metrópoles, que
antes eram apenas províncias de cidades monárquicas e depois se tornaram capitais em formação
industrial.
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Havia muitos acidentes nas indústrias; as mortes eram constantes no ambiente de trabalho, e
aqueles que ficavam doentes, simplesmente eram substituídos; muitos trabalhavam doentes, ou
feridos, pois temiam serem demitidos.
Por causa deste cenário de exploração, má remuneração e toda sorte de carências a que estavam
submetidos os trabalhadores, surgiu a necessidade de discutir melhorias nestas condições de
trabalho, especialmente os salários; os trabalhadores foram, então, obrigados a criar movimentos
de mobilização para negociação com os industriais, mas os empregadores não aceitavam as
reivindicações dos trabalhadores.
As primeiras mobilizações foram enfrentadas até mesmo à bala, com demissões e forte repressão,
seja pelos industriais ou pelo próprio Estado.
O Estado Republicano, modelo que a nós hoje se faz como realidade, tem em sua estrutura a
tripartição de poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário.
SAIBA MAIS
O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias politica, é um modelo
de governar cuja criação é datada da antiga Grécia. A essência desta teoria se firma no princípio de
que os três poderes que formam o Estado (Poder legislativo, executivo e judiciário) devem atuar de
forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser
uno, indivisível e indelegável.
O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para
que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo o poder
concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-
se justamente pela separação de Poderes, denominada Tripartição dos Poderes Políticos.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Separa%C3%A7%C3%A3o_de_poderes
O governo de Getúlio Vargas foi o idealizador deste modelo legal que teve origem na “Carta del
Lavoro” italiana, a qual serviu de modelo para criação da legislação trabalhista atual.
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A figura legal e jurídica trouxe o corpo de regras conhecido como leis, e diante destas leis foram
criadas medidas de proteção ao trabalhador, como a criação do Decreto Lei 5452, de 1º de maio
de 1943, o qual aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho no Brasil, conhecida hoje como CLT.
CURIOSIDADE
A carta do trabalho (Carta del lavoro) é o documento de 1927, na qual o Partido Nacional Fascista de
Benito Mussolini apresentou as linhas de orientação que deveriam guiar as relações de trabalho na
sociedade, nomeadamente entre o patronato, os trabalhadores e o Estado, sendo uma das facetas do
modelo político corporativista.
Segundo este documento, todos deveriam seguir as orientações e o interesse do Estado. À sociedade
permitia-se que se organizasse em corporações, isto é entidades como associações patronais e
sindicatos que representassem, não a diversidade de interesses, mas a colectividade.
(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_do_Trabalho)
Com a apresentação da sua estrutura, da forma a seguir, o leitor pode se situar e situar também a
atuação do perito, que é auxiliar da justiça, uma vez que dá ao juiz segurança na tomada de decisões,
por exemplo, ou complementa sua decisão, quando nas causas trabalhistas, para o cálculo dos
direitos garantidos pela decisão do magistrado.
Foi criado em 2004, por meio da Emenda Constitucional nº 45, possui quinze membros, é
presidido pelo Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal e seus membros são nomeados
pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
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Este Conselho tem com principal atribuição o controle da atuação administrativa e financeira
de todo Poder Judiciário, podendo expedir atos com finalidade de regulamentar matérias no âmbito
de sua competência e recomendar providências recebendo e conhecendo reclamações contra
integrantes ou órgãos do Poder Judiciário, incluindo nesta competência seus órgãos auxiliares.
É um verdadeiro órgão de controle interno; fiscaliza seus pares e os penaliza, após procedimentos
administrativos instaurados para esse fim. Também é órgão de organização da Justiça, uma vez
que faz incursões aos organismos da justiça, assim como a Justiça do Trabalho, para poder ver in
loco a atuação dos magistrados, as iniciativas e a estrutura.
Recebe denúncias da população e investiga, podendo aplicar sanções aos juízes que remetem
à suspensão, dependendo da gravidade.
Fonte: http://i2.wp.com/aspj-pe.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cnj.jpg
Como órgão máximo superior da Justiça do Trabalho, está acima de todos os demais Tribunais
dos setores do Poder Judiciário, conforme o artigo 101 da constituição Federal. Assim também o é o
Tribunal Superior do Trabalho, o qual julga ações trabalhistas quando a matéria versa a interpretação
e aplicação da Constituição Federal.
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Difere do STJ – Supremo Tribunal Federal em razão da competência material, ou seja, as causas
remetidas ao STF são especificadas em lei e somente as que têm ligação direta com a Constituição
Federal, por isso que muitas das causas trabalhistas e previdenciárias são decididas em última
instância pelo STF.
A Justiça do Trabalho é formada de acordo com o Artigo 111 da Constituição Federal, combinado
com as alterações incluídas pela Emenda Constitucional – EC nº 24/99, sendo sua estruturação
apresentada da seguinte forma:
a) Varas do Trabalho: presididas por um Juiz, que além de bacharel em direito deve provar o
efetivo exercício da advocacia, antes de ser empossado na qualidade de juiz, e esta será
dada por concurso de títulos e conhecimento.
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Obs.: Nas cidades e municípios onde não há varas do trabalho cabe ao juiz de direito da comarca
exercer as funções de juiz trabalhista, conforme determinam os artigos 668 e 669 da CLT.
Obs.: A 15ª Região sediada em Campinas é uma exceção quanto à existência de dois Tribunais
no mesmo Estado. Há Tribunais com Turmas, com Grupos de Turmas e Seções Especializadas.
c) Tribunal Superior do Trabalho: tem jurisdição sobre todo o território do País, integrado por
21 ministros. Há neste o Tribunal Pleno, o Órgão Especial, a Corregedoria Geral de Justiça
do Trabalho, a Seção Especializada em Dissídios Individuais – SDI, subdividida em duas
sessões, a Seção Especializada em Dissídios Coletivos – SDC e oito Turmas. No TST
funciona a ENAMAT – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados
do Trabalho.
A Justiça do Trabalho é um órgão do Poder Judiciário Federal; sendo assim, os Estados membros
não podem decidir judicialmente as questões trabalhistas. A jurisdição da Justiça do Trabalho atua
em abrangência sobre todo o território nacional.
A Procuradoria do Trabalho
O Ministério Público do Trabalho está previsto como órgão auxiliar da Justiça do Trabalho por
meio do artigo 129 da Constituição Federal, sendo sua competência a de instaurar inquérito civil e
a propositura de ação civil pública e assim é constituída:
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Fonte: http://www.tst.jus.br/image/journal/article?img_id=9735154&t=1406236329622
A ideia, por óbvio, é que a relação empregatícia seja tratada à luz da lei, da Constituição e dos
direitos que estão ali salvaguardados, e são muitos, elencados no artigo 7º.
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Todavia, na prática, não é o que ocorre, e assim surgem os conflitos, as demandas judiciais, e
nelas o papel do perito é fundamental, pois ainda que a justiça dê o direito, quem calcula o montante
é o perito judicial.
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis
a empresa principal e cada uma das subordinadas.
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Fonte: http://otriunfense.com.br/pagamentos-de-decisoes-da-justica-do-
trabalho-gaucha-somaram-quase-r-4-bilhoes-em-2016/
Outra forma de interpretar a relação de trabalho no Brasil é a aplicação do princípio in dubio pro
misero, que traduzindo significa “na dúvida favoreça o mais pobre”.
“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste mediante salário.
Portanto, observamos, que pela definição de pessoa física, todo cidadão é legitimado a ser
trabalhador, e a forma habitual de exercer este trabalho, sob dependência econômica definida como
salário, é o que conhecemos como empregado.
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Estas formas de avaliação da relação do trabalho por vezes levam ao senso comum, o entendimento
de que a Justiça do Trabalho é uma entidade que “favorece” o trabalhador; isso faz alguns entenderem
que de fato não é justiça. Entretanto, a Justiça do Trabalho é uma entidade apaziguadora das moções
contrárias ao status quo da economia de mercado, do capitalismo desenvolvimentista, pois, ao dar
apoio individualmente ao trabalhador e liberdade ao empregador, o sentido da mobilização coletiva
e forte fica mitigada em troca das inúmeras ações individuais e frágeis na consecução dos direitos
trabalhistas.
O que de fato acontece é que o trabalhador, ainda que tenha a proteção do Estado na relação
de trabalho, é extremamente frágil quando da conquista dos seus direitos.
A moral é mutante e se aperfeiçoa como denigre seus elementos, tudo dependendo de quem a
alimenta, mantém ou dela utiliza como arquivo de referência para estabelecer relações entre pares
num mesmo grupo.
A universalidade é válida para toda a Humanidade – sim e não, ou seja, a cultura, os costumes
mudam o conceito moral, porém, há formas de agir universais que independem de comportamentos,
e este agir universal tem relação com a ética.
Os tribunais brasileiros traduzem a moral e, assim, o dano que a ela possa afetar como “a dor
da alma”.
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Assim também analisa a doutrina mais abalizada, e os juízes em farta jurisprudência e sentenças
monocráticas têm entendido que a moral é algo muito subjetivo e de difícil avaliação; como resultado
dos julgados que encontramos, a moral tem em si algo que nasce de um ente não material, não
verificável com facilidade diante do senso comum.
Para que se caracterize o dano moral trabalhista é necessário que a lesão causada
ao obreiro abale sua dignidade, causando-lhe turbação de ordem moral.
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Podemos vislumbrar que nas relações do trabalho ocorreu uma evolução no conceito de assédio
moral ao longo da formação da legislação trabalhista, desde a Carta de Lavoro italiana que deu
base à nossa CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas.
A moral em relação ao trabalho mudou, vem mudando e muda conforme a época, a situação
econômica, as leis de oferta e procura quanto ao mercado de trabalho, e o próprio desenvolvimento
do espaço das relações de trabalho.
A moral do trabalhador sofre, assim, dois aspectos importantes. Para o nosso estudo importa
assimilar o seu sentido dividido, mas que de fato e por direito não se divide.
Um dos aspectos relacionados à moral está na pessoa do trabalhador que, diante do senso
comum e dos conceitos vigentes e legais, não se distingue de qualquer outro cidadão; e a moral
relacionada ao comportamento dos seus pares e do próprio trabalhador em seu ambiente de trabalho.
A moral tem um caráter e é construída a partir de uma inter-relação entre ação comportamental
e aquilo que ela, moral, forma como comportamento.
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A moral indica os limites impostos a cada integrante de um grupo e se forma pela ação e
comportamento do próprio grupo.
A ética como sinônimo da verdade estabelece o cunho absoluto distante, com ou sem a
participação da moral. A ética ensina a formação da moral e esta nem sempre predispõe a existência
da ética.
Portanto, nas relações de trabalho, a ética é a base de uma relação duradoura e produtiva e a
moral é a distribuição dos comportamentos nestas relações.
Fonte: https://identidade.pro/codigo-de-etica-do-coletivo-identidade/
Assédio Moral
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A reação, por si, pode até acontecer; entretanto, para que exista assediado e assediador, o
primeiro deve ter necessariamente algum limitador da sua reação. Podemos citar como exemplos:
temor reverencial, respeito hierárquico, hipossuficiência entre as partes envolvidas.
Como o uso do poder desequilibra a relação, há então a formação da figura do assédio moral.
Notamos que o assédio moral não é difícil de ser notado, porém é difícil de ser comprovado,
especialmente pelo trabalhador.
O assédio moral no ambiente de trabalho, como ferramenta de coação, tem em sua formação
várias possibilidades de ocorrência, tais como:
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- Fazer vigilância constante sobre o trabalho que está sendo realizado, atribuindo erros imaginários ao
trabalhador;
- Fazer circular boatos maldosos, calúnias ou insinuar que o servidor tem problemas mentais ou
familiares;
Assédio Sexual
Na mesma linha como definição, o assédio sexual tem a mesma índole quanto à formação no
ambiente de trabalho.
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O assédio sexual ou moral pode ainda ocorrer por intimidação ou chantagem, nos quais não
há hierarquia, constituindo assim o assédio ambiental, em que o trabalhador (a), vendo-se incapaz
de conviver no ambiente de trabalho, decide pedir demissão. Há, neste sentido, a criação de um
ambiente hostil à vítima.
Pessoas do mesmo sexo podem ser vítimas e agentes na questão que trata o assédio sexual.
Este tipo de comportamento deve ter de plano à reação, à oposição negativa de quem sofre a
abordagem, visto que há em seu conteúdo duas vertentes de análise, a de cunho sexual e também
a de natureza moral, em que, por vezes, a vítima é julgada neste quesito moral, o que de fato
requer do empregador uma conduta linear e firme para que ocorra a justa avaliação deste tipo de
comportamento.
A incontinência de conduta para os termos da CLT (art. 482) significa o comportamento sexual
inadequado no ambiente de trabalho, logo, passível de ser punido com a aplicação da justa causa
contra o trabalhador.
O trabalhador, por sua vez, poderá invocar o Artigo 483 da CLT, o qual garante a rescisão indireta
do contrato de trabalho, passível de ser indenizado quando da ocorrência lesiva à sua moral ou da
ocorrência de assédio sexual.
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a) Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato.
b) For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo.
g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a
afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º - Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleitear a rescisão de
seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo
ou não no serviço até final decisão do processo.
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O dano moral emerge do conjunto de fatos, atos e eventos, pelos quais o comportamento, o
senso comum, a cultura, os costumes e, por assim dizer, a moral vigente são atacados, subtraídos
ou substituídos por elementos estranhos e inaceitáveis ao íntimo da vítima.
O ônus da prova pertence a quem afirma ser vítima, em todas as situações, não sendo sustentável
a sua inversão, seja na esfera trabalhista, cível ou criminal.
A moral em si é conhecida por toda a sociedade. Não há necessidade de ser quantificada, como
é diuturnamente, e sim tão somente reconhecida.
Não se faz necessário medir o quanto vale uma vida, uma parte do corpo humano, a vergonha,
o vexame, o constrangimento, a humilhação e tantas situações que passa a vítima deste tipo de
situação.
O dano moral passível de ser indenizado não é a dor da alma, não é o acompanhamento dos
pedidos judiciais como “batatas fritas”, e sim a base do respeito, ao que a sociedade estabelece
como regra de convivência e também não algo que medimos como muito ou pouco.
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Se existem as regras de conduta, a moral é única e merece ser assim tratada. As regras mudam
e modificam o sentido moral, mas a moral não diminui em seus efeitos pela mudança de seus
princípios.
Por linha da Justiça todos têm a mesma moral, ao menos aquela a ser preservada pela lei e
pelo direito.
FIGURA 11 – A justiça
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Neste contexto temos que relembrar um dos pilares básicos de nossa Magna Carta, que assim
determina:
I – A soberania.
II – A cidadania.
V – O pluralismo político.”
Ora, se a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa devem
ser respeitados, impossível esquecê-los justamente na relação empregado e empregador, pois
estes sujeitos têm interesses diferentes e antagônicos na realidade. Contudo, todos têm que ser
respeitados independente de serem empregados ou empregadores.
Segundo informações do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em artigo adaptado pelo Guia
Trabalhista, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em pesquisa em 1996, detectou que
12 milhões de trabalhadores já viveram situações humilhantes no trabalho, acarretando, inclusive,
distúrbios de saúde mental.
Com esta realidade, o país não pode mais fechar os olhos e deixar de lado estas questões,
que muitas vezes destroem a pessoa humana por ter sua dignidade violentada, seus membros
acometidos de diversas doenças profissionais ou sua mente abatida, ferindo também o artigo 6º
da Constituição, que é o direito à saúde, e o 5º, que protege a honra desse trabalhador no inciso X.
Portanto, por qualquer ângulo que se verifique, o trabalhador está amparado pela legislação
brasileira, mas é necessário que aqueles que se sintam violentados nestes direitos devem reclamar;
infelizmente é a menor parte que o faz na Justiça do Trabalho, não chegando nem a 5% dos
empregados que laboram em uma empresa.
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Quanto à Justiça do Trabalho, os seus juízes julgam todos os tipos de situações existentes de
conflito entre empregados e empregadores, não existindo juízes especialistas para cada caso.
Porém, estes julgadores são cautelosos; exemplificando casos que ocorrem em uma EIRELI
(Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) ou em microempresas, em que um de seus
empregados perde um de seus dedos na máquina, passa-se a analisar duas considerações:
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§2o. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra,
constituindo grupo individual, comercial ou de qualquer outra atividade econômica,
serão para os efeitos da relação de empregado, solidariamente responsáveis a
empresa principal e cada uma das subordinadas.
Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Portanto, a lei já prevê e define quem são as figuras participantes nesta relação e quais são os
seus papéis na sociedade.
É importante destacar que a legislação define que o empregador assume os riscos de sua
atividade e que em hipótese nenhuma poderá repassar estes riscos ao seu empregado, além de ter
o poder diretivo do contrato de trabalho.
Por outro lado, o empregado obrigatoriamente tem que ser pessoa física, tem que existir a
subordinação pela dependência que há a habitualidade e talvez um dos requisitos mais importantes
que a CLT não previu, a pessoalidade desse empregado, requisito este que atualmente os grandes
doutrinários mencionam como essencial.
O empregado não poderá se fazer substituir por outra pessoa; a contratação do empregado
é feita pela pessoa e não pela função. Naturalmente esta contratação não poderá ser feita sem
salário, porque senão teremos escravos e não empregados.
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Pois bem, caminhando nesta esteira temos o tratamento diário dado pelo empregador ao
empregado e o que se percebe na Justiça do Trabalho é a quantidade de ações trabalhistas que
reclamam o dano moral ou por assédio moral, ou sexual, ou acidente do trabalho ou, então, a
transformação da atividade por inação do contrato de trabalho, ou seja, o não fornecimento de trabalho
para o empregado, descumprindo uma das obrigações da empresa, gerando uma consequência
grave à dignidade do empregado, porque o trabalho é a fonte dessa dignidade.
A legislação, por causa do histórico trabalhista e de suas conquistas, vem tentar equilibrar e
harmonizar as relações do empregado junto ao capital do empregador, portanto, a CLT vem amparar
esse empregado com o artigo 483, que menciona:
a) Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários
aos bons costumes, ou alheios ao contrato.
b) For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo.
g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma
a afetar sensivelmente a importância dos salários.
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§3º. Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo
ou não no sérvio até final decisão do processo”.
Assim sendo, resta ao empregado pleitear na Justiça do Trabalho sua rescisão indireta do contrato
laboral comprovando a causa em que o empregador está enquadrado para justificar o seu pedido.
Neste tipo de processo, o empregado que se demite dá a justa causa para o empregador, e
recebe todos os seus consectários legais como 40% dos depósitos fundiários, seguro-desemprego,
entre outros direitos.
Ainda neste caso, se houve assédio de algum tipo, o empregado poderá requerer indenização
por dano moral e comprovar a sua existência na Justiça do Trabalho visando ressarcimento pelos
danos sofridos à dignidade ou à pessoa do trabalhador.
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Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Então, o que ocorre na prática diária de algumas empresas é o abuso de autoridade, muitas
vezes exercida pelo empregador, tornando o ato danoso para o empregado, por exemplo, o vendedor
que, por não ter atingido a meta nas vendas, tem uma tartaruga colocada em sua mesa até que
atinja tal meta.
O empregador tem a responsabilidade objetiva nesta situação, pois extrapolou seus limites de
autoridade causando dano ao empregado.
É óbvio que esse dano tem que ter nexo causal com a indenização pretendida, ou melhor,
com o ato praticado que gerou a referida indenização e suas consequências. O acontecimento, a
demonstração do dano e o estabelecimento do nexo causal são essenciais para que o Juízo possa
dar uma sentença justa a respeito desse empregado.
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ACONTECEU
Figura 14: Campanha contra assédio sexual envolvendo funcionários da Rede Globo
Fonte: http://cdn.ofuxico.com.br/img/upload/noticias/2017/04/04/camila-1_291346_36.jpg
O ilustre Lippmann (2001, p. 30), em sua obra Assédio Sexual nas Relações de Trabalho, preleciona
que “um grama de prevenção vale mais do que uma tonelada de remédio”.
Outra forma de canal de comunicação são as comissões multidisciplinares, que poderão ouvir
e apoiar o empregado assediado.
Há defensores que alegam a necessidade de criação de novas leis para impedir o assédio nas
empresas, olvidando-se que a maior legislação de proteção é a nossa Grande Carta Magna, em seu
artigo 5º, incisos V e X, que determinam o respeito à dignidade humana, à cidadania, à imagem e
a indenização por danos morais.
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SAIBA MAIS
Leia o texto completo “Assédio Sexual no trabalho e discriminação de gênero: duas faces da mesma
moeda?” em http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v12n2/1808-2432-rdgv-12-2-0484.pdf
O assédio nas empresas não é um privilégio brasileiro. Países como Alemanha, Argentina,
Austrália, Áustria, dentre outros, também vivenciam essa problemática.
Até 1990 eram poucos os países que possuíam legislação específica quanto a este tema, porém,
em 22 de Novembro de 1991, a União Europeia editou Recomendação sobre proteção à dignidade
dos homens e mulheres no trabalho com a sugestão de medidas de promoção de conscientização.
O ilustre jurista Pamplona Filho (2011, p. 62) menciona sobre a preocupação com as duas
espécies de assédio:
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pesquisa realizada no princípio do ano de 1995, em doze capitais, constatou que 52%
das mulheres que trabalham já foram assediadas.
Portanto, não há como esconder que, infelizmente, o assédio ocorre intensamente dentro das
empresas não só com mulheres, mas também com homens, e não necessariamente a vítima do
assediador é do sexo oposto. Acontece de forma horizontal, entre colegas, ou vertical, das chefias
para seus subordinados. É óbvio que a simples “paquera” no trabalho não significa assédio, e sim a
insistência repetitiva do assediante com a resistência do assediado, que vai minando o psicológico
do empregado até desestruturá-lo para obtenção do objeto do assediante ou sua dispensa.
No Brasil é considerado crime assediar outra pessoa. Consta no artigo 44 do Código Penal a
pena de privação da liberdade para este crime, porém, como há penas alternativas, como prestação
de serviços à comunidade, doações de cestas básicas, entre outras, estas são utilizadas em maior
escala.
Pelo aspecto penal há necessidade do assediante ter a intenção real de obter o fruto de seu desejo
mediante convites indecorosos e, caso negados, com consequências desastrosas e humilhantes
para o assediado.
Infelizmente a CLT nada prevê quanto a este tópico, pois na época em que foi estabelecida havia
a preocupação somente quanto ao aspecto físico do trabalhador.
Os órgãos públicos criaram, nas Delegacias Regionais do Trabalho, um núcleo para combater a
discriminação no trabalho, seja ela qual for, mas ainda há muitos empregados que não denunciam
essa violência perversa por receio de não conseguir nova colocação.
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ACONTECEU
3ª edição da cartilha para prevenção do assédio sexual no trabalho é lançada pela Contraf-CUT
Muitas são as violências sexuais sofridas diariamente por uma mulher, principalmente no ambiente
de trabalho, e apesar das constantes campanhas e da divulgação dos canais de denúncias, o assédio
sexual ainda é uma realidade muito presente. Pensando nisso, a Secretaria da Mulher da Contraf-
CUT acabou de lançar a terceira edição da cartilha Campanha de Prevenção de Combate ao Assédio
Sexual no Trabalho.
Fonte: http://www.administradores.org.br/informativos/index.php?id=1295
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Sentenças normativas
A sentença por si é a materialização das decisões originadas nas mesas julgadoras de todo
Poder Judiciário, ou seja, a medida do direito concedida nas mãos do Poder Judiciário em que uma
sociedade republicana, democrática diante de um Estado de Direito difunde a Justiça.
A sentença é a tradução do olhar, da razão, que o Poder Judiciário, em função do direito de cada
parte que o buscou, assim lhe concedeu.
Portanto, na sentença, o Juiz, atribuindo o direito a quem lhe pertence e na medida e nos limites
em que a lei impõe, revela, sob as vendas da imparcialidade próprias que o ícone da Justiça dá, a
segurança jurídica enquanto direito de toda sociedade.
A sentença normativa, por sua vez, tem origem na distribuição do direito semelhantemente à
sentença judicial, pois também o é; porém, não cumpre apenas a função de sentença escrevendo
o direito ali distribuído no ato que traduziu o olhar do juiz representante da Justiça.
Entretanto, possui o caráter normativo, ou seja, cria o ato regra, a norma entre as partes, e isto
faz do Poder Judiciário Trabalhista, além de uma Justiça Especial, uma entidade intervencionista
nas relações de trabalho e na economia.
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual
dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais
estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações,
às relações individuais de trabalho.
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Os sindicatos no Brasil devem ser únicos, respeitando-se a unicidade sindical em nível confederativo
constante da Constituição Federal e são únicos da categoria do profissional e de base territorial.
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Esse nível vai dos sindicatos da categoria ou da profissão até a Confederação da categoria.
Já os acordos coletivos de trabalho são os ajustes realizados entre o sindicato dos empregados
e uma ou mais empresas.
É importante ressaltar que o acordo coletivo somente tem validade com as empresas que
fecharam o acordo com o sindicato da categoria; as demais seguirão a negociação das Convenções.
Nas Convenções as negociações são com os sindicatos das partes, empregador e empregado;
nos acordos, sindicato dos empregados e empresa e os seus efeitos; no primeiro vigora por toda
uma categoria, e no segundo, somente naquelas empresas.
Pois bem, há Convenções coletivas que determinam o direito do pagamento do aviso prévio
de quarenta e cinco dias ao empregado que possua mais de 45 anos de idade e que trabalhe na
empresa há mais de cinco anos.
O legislador foi cauteloso, pois um contrato de trabalho de sessenta meses dá o mesmo direito
ao empregado no total de quarenta e cinco dias, porém sem exigência da idade. Mesmo que
desnecessário neste caso, a Convenção constituiu um direito novo aos empregados dessa categoria.
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Tem efeitos normativos – como se fosse uma lei, de duração determinada, para os
membros da categoria representada pelo sindicato. São, também, obrigacionais seus
efeitos porque ela gera para os convenentes direitos e deveres (SAAD, 2013, p.787).
Na realidade, a Constituição Federal, em seu artigo 114, parágrafo 2º, assegurou o fortalecimento
dessas convenções, pois prescreveu que a Justiça do Trabalho tem que respeitar as disposições
convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho ao decidir o dissídio coletivo ajuizado de
comum acordo, ou seja, a Justiça tem que respeitar as convenções em vigor, que atinge tanto os
empregados sindicalizados e os não sindicalizados.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CF_1988_Brasil_MEC.jpg
Assim, os sindicatos representam a reação das classes que fornecem a sua força produtiva para
a consecução da atividade econômica para o empregador, para que este obtenha lucro e àquele
mediante uma paga para lhe assegurar a sobrevivência alimentar e a de sua família, caracterizando
a expressão do poder do trabalhador; a Convenção é a materialização das negociações entre as
partes.
É um instrumento com força de lei para equilibrar as relações entre capital e trabalho e somente
é aceito num país capitalista porque compensa o lucro que recebem, além do que, ninguém confia
em um país que não controla suas relações de trabalho; portanto, esse instrumento é antigo.
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Portanto, as convenções coletivas são a materialização dos resultados dos debates entre os
sindicatos em que a negociação regulamenta o exercício do direito do trabalho, lembrando que estas
negociações não devem criar direitos, ultrapassar os limites da lei, mas sim viabilizar o ambiente
das relações do trabalho.
O dissídio coletivo tem sua natureza e definição no conflito, na falta de acordo entre as partes,
empregadores e empregados.
O dissídio não é o momento das negociações e/ou a data base do reajuste de salários, como o
senso comum entende, mas é resultado destas negociações, e neste sentido é o resultado negativo,
ou seja, é sinônimo de conflito, de desentendimento, o que obriga o ingresso das partes no Tribunal
Regional do Trabalho para que este julgue o objeto do dissídio que normalmente se refere ao reajuste
dos salários.
FIGURA 18 - Dissídio
Fonte: http://sindser.org.br/s/wp-content/uploads/2016/08/0Grito-600x323.jpg
Infelizmente os Tribunais possuem o poder relacionado à sentença normativa, objeto dos nossos
estudos nesta aula; isso permite que o Poder Judiciário Trabalhista seja motivado por questões
aquém do direito, o que leva o resultado das negociações coletivas ao crivo do Poder de Estado,
que podem situar-se totalmente fora do interesse da massa trabalhadora.
A instauração do dissídio coletivo tem por vezes o objetivo de julgar apenas a cláusula conflituosa,
porém, é bom lembrar que os Tribunais podem julgar todo o conteúdo da Convenção Coletiva, o que
reforça a tese da vulnerabilidade das mesas de negociação.
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O sistema sindical brasileiro necessita passar da sua efetividade para a eficácia, ou seja, deixar
de apenas existir porque a lei o prevê e o trabalhador o sustenta, para ter ação real em prol das
relações do trabalho.
O certo é que, se a empresa não deseja mais um determinado empregado laborando para si,
deverá dispensá-lo imotivadamente, mas deverá pagar todos os seus consectários legais, inclusive
a multa dos 40% dos depósitos fundiários.
Contudo, se o empregado não deseja mais trabalhar para o seu empregador, independentemente
da razão, deverá solicitar demissão e cumprir o aviso prévio ou pagá-lo, salvo se seu empregador
dispensá-lo de tal.
Não se pode esquecer que deverá existir igualdade de direitos com o equilíbrio da legislação
trabalhista junto ao capital.
Atualmente algumas empresas tentam fazer a homologação dos contratos de trabalho de seus
empregados dispensados na Câmara de Mediação e Arbitragem, porém, tal atitude é totalmente
irregular e fere o artigo 477, consolidado em seu parágrafo 1º, sendo necessária essa homologação
no sindicato da categoria ou nos próprios órgãos representativos do Ministério do Trabalho, como
a Delegacia Regional do Trabalho, mais conhecida como DRT. Além de ferir a CLT, fere também os
direitos do empregado, pois estes são indisponíveis e nestas Câmaras somente podem ser objeto
de negociação.
No artigo 477, em seu parágrafo 6º, há a multa de um salário pelo não pagamento da rescisão
do empregado em tempo hábil, ou seja, se não for pago em até dez dias após a dispensa no caso
de dispensa do aviso prévio. E na eventualidade de cumprimento do aviso, as verbas deverão ser
pagas no primeiro dia útil após o término do contrato.
O curioso é que a legislação coloca prazo de “até dez dias”, porém, os empregadores geralmente
pagam no décimo dia, último prazo.
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A nossa Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º inciso I, menciona que a relação de
emprego deverá ser protegida contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, prevendo indenização
compensatória.
Porém, alguns juristas, como Eduardo Gabriel Saad, entendem que não há regra para esta
indenização compensatória e que na realidade houve equívoco quanto a este tópico, pois o legislador,
na nova Constituição Federal de 1988, mencionou no artigo 10 das Disposições Transitórias que a
indenização compensatória seria os 40% do FGTS, enquanto não houver regulamentação para a
mesma.
De qualquer forma, há uma multa a ser paga, mesmo que os 40% na dispensa sem justa causa,
o que causa preocupação em muitos empregadores, especialmente quando é empregado antigo.
A Convenção nº 158, em seu artigo 4º, elaborada pela Organização Internacional do Trabalho,
também trata do encerramento do contrato de trabalho injustamente e de suas garantias, porém, a
CF não permite essa estabilidade como está. Assim, foi medida obrigatória denunciar a Convenção,
perdendo seus efeitos no Brasil.
É importante salientar que a Lei nº 9.656/98, em seu artigo 30º, menciona que, mesmo após a
dispensa sem justa causa, o empregado pode manter seu plano de saúde, desde que pague a parte
do empregador e a sua parte, por prazo não superior a 24 meses. Contudo, caso seja aposentado
e tenha contribuído por dez ou mais anos, é garantida essa manutenção por tempo indeterminado,
desde que efetue os pagamentos, obviamente.
Neste capítulo da CLT ainda encontram-se os artigos 482 e 483, nos quais estão mencionados
a justa causa pelo empregador ao empregado e pelo empregado ao empregador, além da culpa
recíproca, que assegura que, havendo a referida culpa na rescisão, o empregador pagará somente
a metade do que é devido, ou seja, no caso da multa dos depósitos fundiários deverá recolher
somente 20%.
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Um dos pontos muito debatidos nos contratos de trabalho é o aviso prévio proporcional.
Até há bem pouco tempo não havia regra para a proporcionalidade do aviso prévio, sendo então
regulamentado em 11 de outubro de 2011 pela Lei nº 12.506 e na Nota Técnica nº 184 do Ministério
do Trabalho e Emprego, para maiores esclarecimentos sobre o mesmo aviso. A regulamentação
determinou o pagamento de três dias a cada ano trabalhado pelo empregado, porém, nada mencionou
no caso de pedido de demissão e como seria a contagem destes dias.
Após essa Nota Técnica, esclareceu-se que antes de doze meses os empregados têm o direito
a trinta dias de aviso prévio e, quando completados os doze meses, o empregado já tem o direito a
trinta e três dias; laborou 24 meses, receberá trinta e seis dias; laborou 36 meses, receberá trinta e
nove dias; e assim por diante, limitado a até 90 dias.
A Constituição Federal, no artigo 7º, inciso XXI já mencionava, desde 1988, aviso prévio proporcional
com no mínimo trinta dias; um ponto muito relevante neste direito é a contagem do tempo de serviço
integrando todo o cálculo das verbas rescisórias.
Também é importante salientar que foi mantida a redução de duas horas diárias ou dos últimos
sete dias, no caso pelo empregador, do artigo 488 consolidado.
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Segundo Tavares (2003), em 1808 foi criado o Montepio para a Guarda Pessoal de d. João VI, e,
em 1835, o Montepio Geral dos Servidores do Estado, que representa a primeira entidade particular
no Brasil a entrar em operacionalização.
Já a chamada Lei Eloy Chaves (Decreto nº 4.682/23) foi a primeira norma que instituiu as Caixas
de Aposentadorias e Pensões para os Ferroviários no âmbito nacional. Elas multiplicaram-se à
época, já que concediam, além da aposentadoria e da pensão, medicamentos com preço especial
e socorros médicos.
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Mais tarde, em 1926, o Decreto Legislativo nº 5.109/26 estendeu os benefícios da lei para os
portuários e os marítimos.
É curioso registrar que a Previdência Social de caráter público foi legalmente prevista pela
primeira vez em nosso país na Constituição de 1891, para o caso de invalidez dos funcionários a
serviço da nação, garantindo o pagamento da aposentadoria custeada integralmente pelo Estado
nesses casos (art. 75).
Marco histórico legislativo também foi a criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência
Social), pelo Decreto nº 72/66, e do Ministério da Previdência e Assistência Social (Lei nº 6.439/77).
Para se ter uma ideia da importância do segmento de previdência privada para o desenvolvimento
do país, dados da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), consolidados
em 2011, indicam que a previdência complementar fechada foi responsável por administrar e gerir
recursos no montante de 602,63 bilhões de reais, ou aproximadamente 25% do PIB brasileiro desse
ano, ostentando importante parcela do controle acionário de empresas como Vale, BrFoods, Telemar,
dentre outras, para um universo de aproximadamente 3,2 milhões de trabalhadores participantes.
Na mesma linha, dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) mostram
que, em fevereiro de 2012, a previdência complementar aberta foi responsável por administrar 270,4
bilhões de reais.
Todavia, fato é que a previdência privada ou complementar surge em nosso país justamente em
contraposição ao descrédito que os trabalhadores passaram a ter com os rumos da previdência
estatal, diante das incertezas surgidas com relação aos valores a ser percebidos e às regras para
sua aquisição.
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Nesse contexto, passa a previdência privada a ser mais atraente para os que desejam complementar
a aposentadoria futura e também em razão dos benefícios – deduções de Imposto de Renda – que
oferece.
Por derradeiro, cumpre citar a existência de mais duas espécies de previdência, por assim dizer,
quais sejam:
Todas elas, inclusive a previdência de que ora tratamos, estão, de forma mais particular, regidas
pela Lei Complementar nº 109/01; já a Lei Complementar nº 108/01 trata em particular das entidades
fechadas de previdência complementar.
A Lei nº 8212/1991, a partir do artigo 28º, determina quais parcelas integram ou não a remuneração
para fins da incidência da previdência social; o Regulamento da Previdência Social também a
menciona pelo Decreto nº 3048/99. Também temos a incidência do imposto de renda sobre o
trabalho assalariado, o qual deve ser consultado no Decreto nº 3000/99.
Pela história, conforme preleciona Amauri Mascaro do Nascimento (2009), as primeiras iniciativas
no mundo de previdência social foram na Alemanha, criadas por Bismarck, com o projeto do seguro
operário, que sancionou, junto ao Parlamento em 13 de Julho de 1883, a Lei de seguro obrigatório
de enfermidade.
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FIGURA 21 – Lei de seguro obrigatório de enfermidade
Influenciados pela iniciativa alemã, os demais países do mundo começaram a seguir promulgando
leis de amparo ao trabalhador.
O Superior Tribunal de Justiça travou verdadeiro debate acerca do assunto; na verdade, aprofundou-
se sobre os temas afetos ao regime em estudo ressaltando a importância de se ter em constante
observação a legislação especial da previdência privada, bem como o respeito ao previsto nos
contratos previdenciários.
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Esse julgamento mudou o paradigma de mais de dez anos da Corte, respaldado em legislação
anterior às Leis Complementares nº 108/01 e 109/01. No caso, o que se decidiu em especial foi a
obrigatoriedade de se observar as disposições dos contratos previdenciários, independentemente
da natureza da verba (remuneratória ou indenizatória).
O que o STJ estabeleceu no julgamento da causa, dentre outros aspectos também trazidos
pelo Recurso Especial 1.207.071/RJ, também da lavra da ministra Maria Isabel Gallotti, é que não
se confundem as regras do regime de previdência privada com as do Regime Geral de Previdência
Social.
Sucederam-se diversos outros julgados, que, tratando de pontos específicos da relação oriunda
dos regimes de previdência complementar, terminaram por “dizer” que a natureza da relação jurídica
nesses casos é de Direito Privado, e por regramentos de Direito Privado deve ser compreendida.
Ainda resta fortalecer-se o entendimento da Súmula 321 do STJ, no sentido de dar maior sentido
à aplicação do Código de Defesa do Consumidor nessa relação jurídica, notadamente quando se tem
em mente que os planos previdenciários atualmente são comercializados no mercado e, portanto,
devem se sujeitar à incidência do CDC (Lei nº 8.078/90).
Fonte: http://www.jcuberaba.com.br/userfiles/codigo-defesa-do-consumidor(1).jpg
O que o STJ buscou foi conferir segurança jurídica às relações contratuais submetidas ao regime
fechado de previdência complementar, especialmente pela aplicação e pela validade de princípios
e regras próprios, como no respeito ao que ficou estabelecido no contrato.
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Com isso, pacificado está hoje na doutrina e na jurisprudência que a relação jurídica oriunda dos
contratos estabelecidos entre as entidades fechadas de previdência complementar deve ser regida
pelos princípios e pelas regras de Direito Civil, obedecidas as disposições das Leis Complementares
nº 108/01 e 109/01, em obediência à hierarquia das normas. Ou seja, o contrato não pode ferir regras
constitucionais ou infraconstitucionais regulamentadoras, como é o caso das citadas leis.
Assim sendo, as regras de Direito Civil aplicáveis aos contratos de Direito Privado, bem como
seus princípios norteadores, devem ser não só observadas como também obedecidas.
Ademais, é a própria Constituição Federal quem dita essa regra ao afirmar expressamente
que o regime de previdência privada garante o benefício contratado. Ou seja, quis o legislador
constituinte que essa relação se estabelecesse por instrumento contratual e, como tal, aliado à
ideia da liberalidade em contratar, fosse regido pelas regras do Direito Privado, em contraposição
ao Direito Público.
Há quem afirme, com acertada razão, que essa aplicação das normas e diretrizes de Direito
Privado nas relações estabelecidas pelas contratações previdenciárias complementares não se dá de
modo absoluto, uma vez que os limites são, como se quis dizer, regidos pelas leis complementares
que regulamentam o art. 202 da Constituição Federal.
Cumpre ressaltar, então, neste ponto do nosso estudo, que a previdência complementar se
subdivide.
É isso que vamos estudar agora, passando a inseri-las no contexto da natureza jurídica.
Após a análise do regime constitucional e de sua natureza jurídica, uma questão que urge ser
analisada diz respeito à tradicional classificação dicotômica da previdência complementar, que
pode ser subdivida em regime aberto e regime fechado, tendo por critério de classificação a sua
disponibilização à sociedade.
Trata-se de classificação que remonta à antiga legislação aplicável à matéria, Lei nº 6.435, de
1977, como se segue:
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b) abertas, as demais.
Apesar de originária da década de 1970, essa distinção é importantíssima e vigente até os dias
de hoje.
FIGURA 23 - Previdência
Fonte: http://www.neprom.com.br/blog/?p=435
Regulamentação
Conforme já visto, apesar de se tratar de uma atividade de natureza privada, na previdência
complementar não há liberdade contratual plena, tendo o Estado grande ingerência no desenvolvimento
do negócio jurídico previdenciário.
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Dispõe a legislação vigente (art. 3º, LC nº 109/01) que a ação do Estado será exercida com o
objetivo de:
Art. 3º
Trata-se do órgão estatal responsável pela Trata-se do órgão estatal responsável pela
expedição de atos normativos destinados a
fiscalização direta e indireta das atividades
orientar e viabilizar o fiel cumprimento das
disposições previstas em lei. exercidas pelas entidades de previdência
complementar, de acordo com os ditames legais
É órgão que regula as matérias por meio de
resoluções, circulares, instruções normativas e amparado nos atos normativos expedidos por
etc. ele. v
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Assim, uma entidade de previdência complementar somente poderá ser criada e administrar
planos de benefícios mediante prévia e específica autorização do órgão fiscalizador, amparada em
critérios predeterminados pelo órgão regulador, com o objetivo de proteger e fomentar atividade
que se aproxima da gestão de 1 trilhão de reais em recursos de seus participantes.
SAIBA MAIS
EFPC – As EFPCs, ou comumente chamados de fundos de pensão, são entidades sem fins lucrativos
e se organizam sob a forma de fundação ou sociedade civil. São constituídas exclusivamente para
empregados de uma empresa ou grupo de empresas, aos servidores públicos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como para associados ou membros de pessoas jurídicas de
caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.
EAPC – As EAPCs são entidades com fins lucrativos, constituídas unicamente sob a forma
de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter
previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a
quaisquer pessoas físicas interessadas.
Fonte: http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/previdencia-complementar/o-que-previdncia-
complementar/
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VI. “índices de solvência e liquidez, bem como relações patrimoniais a ser atendidas
pelas entidades abertas, observado que seu patrimônio líquido não poderá
ser inferior ao respectivo passivo não operacional”;
Por sua vez, na previdência aberta, cabe ao órgão fiscalizador, com base em disciplina prévia das
matérias pelo órgão regulador, autorizar prévia e expressamente (Lei Complementar n. 109/2001,
art. 38):
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Na mesma linha, na previdência complementar fechada, dependerão de prévia e expressa
autorização do órgão fiscalizador, tendo por critério os parâmetros estabelecidos na normatização
do órgão regulador:
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Até que seja publicada a lei de que trata o art. 5o desta Lei Complementar, as
funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador serão exercidas pelo Ministério
da Previdência e Assistência Social, por intermédio, respectivamente, do Conselho
de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) e da Secretaria de Previdência
Complementar (SPC), relativamente às entidades fechadas, e pelo Ministério da
Fazenda, por intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), em relação, respectivamente, à
regulação e fiscalização das entidades abertas.
A estrutura que consta do art. 74 era a vigente à época da publicação da Lei Complementar nº
109/01, até ser alterada em 2009, mas apenas no que diz respeito à estrutura de controle estatal
da previdência complementar fechada.
Com a publicação da Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009, esse contexto foi alterado, tendo
sido criados novos órgãos regulador e fiscalizador, substituindo os existentes da seguinte forma:
Fonte: http://www.ateffaba.org.br/?p=8210
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Via de regra, o regime de previdência privada é contratual, notadamente nos casos de fundos de
pensão. Sendo assim, possui natureza jurídica contratual, via de consequência regida pelo Direito
Privado.
Ressalte-se que esse tipo de relação remonta aos princípios constitucionais vigentes,
principalmente os que regem a matéria e regulam as relações entre particulares e também entre o
público e o privado.
O “interesse público” nos contratos sobressai no negócio jurídico previdenciário, que em sua
essência busca assegurar o gozo de uma idade avançada digna (com mesmo nível remuneratório)
aos trabalhadores participantes de plano de previdência privada.
Outra face desse “interesse público” na conclusão do negócio jurídico de previdência complementar
se encontra, ainda, na regulação, na supervisão e na fiscalização dos recursos amealhados pelo
sistema, que atualmente ultrapassam a astronômica cifra de meio trilhão de reais. A movimentação
deles tem, sem dúvida, impacto significativo no sistema financeiro do país.
Nesse ponto, é relevante e contribui para a preservação do negócio jurídico de previdência privada
a atuação estatal, especialmente ao analisar e aprovar previamente os instrumentos contratuais
pertinentes (estatuto, regulamento e convênio de adesão), bem como suas alterações, que devem
respeito aos requisitos mínimos previstos na legislação aplicável em prol da preservação dos direitos
dos participantes, zelando, ainda que indiretamente, pela preservação da função social do contrato
de previdência complementar.
Não seria de todo equivocado dizer que, sendo facultativa a adesão ou a contratação de um
plano de previdência privada, justo será ter como natureza jurídica da relação a regida pelo Direito
Privado, contrariamente às relações atinentes ao regime próprio ou especial, que tem natureza
pública, portanto, é regido pelo Direito Público.
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Por fim, convém registrar que, no regime aberto de previdência complementar, tratado muitas
vezes como um verdadeiro “produto financeiro”, a preocupação ainda é maior, razão pela qual a atual
Circular Susep nº 338/07, que regula o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), é enfática e literal
ao apresentar critérios mínimos que devem ser observados na redação do contrato de previdência
privada aberta, com o escopo de assegurar a primazia da função social do contrato previdenciário,
como ocorre nos seus artigos 45, 46, 64 e 65.
Questão de relevo e interesse prático para o operador do Direito diz respeito à competência
jurisdicional em matéria de previdência complementar. Deixamos para tratar do tema somente
nessa parte final do módulo diante da necessidade de se ter fixado tudo o quanto já estudado em
matéria de previdência complementar, especialmente seu arquétipo constitucional esquadrinhado
no art. 202 da Constituição Federal.
Da análise dos trechos dos dispositivos relevantes para o estudo proposto, afastamos de plano
a competência da Justiça Federal, cujo rol de competências é taxativo, não se enquadrando nele,
como regra, a relação jurídica que se estabelece entre o participante e a entidade de previdência
privada.
Dessa feita, com base nos dispositivos transcritos, restringimos a questão à determinação da
competência, se trabalhista (se considerarmos uma ação oriunda ou uma controvérsia decorrente
da relação de trabalho) ou se da Justiça Comum.
Nesse contexto, importa observar que a preocupação recai sobre a competência no âmbito da
previdência complementar fechada, uma vez que, na aberta, ela será da Justiça Estadual Comum,
diante da inexistência, como regra, de relação de trabalho originária/deflagradora.
Outro ponto de relevo que deve ser ponderado no estudo da competência jurisdicional diz
respeito à aplicabilidade dos princípios do Direito do Trabalho, caso prevaleça o entendimento da
competência da Justiça do Trabalho.
De certa forma pacificada em nossos tribunais, a competência que mais se alinha ao arquétipo
da previdência complementar fechada é a da Justiça Estadual Comum (residual).
No entanto, vejamos como a questão se encontra decidida pela jurisprudência dos tribunais
pátrios.
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Fonte: http://www.odetereis.com.br/a-busca-pelo-equilibrio-financeiro/.
Nesse sentido:
Fonte: http://www.brasildigital.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?f
ileId=8A8182A157C448710157C4601A2F4A28&inline=1
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Todavia, os mais recentes julgados da colenda corte revelam a tendência atual de decisão pela
competência da primeira, como podemos observar:
[...] A competência se define pela natureza da demanda, ou seja, pelo pedido e pela
causa de pedir. Na espécie, a causa de pedir remota é o contrato de previdência
privada firmado entre o autor e a entidade de previdência privada. A causa de pedir
próxima é o descumprimento da avença, relativa ao plano de previdência privada. [...]
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[AI 732.170 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-8-2009, 1ª T, DJE de 18-9-2009.]
Vide RE 586.453, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 20-2-2013, P, DJE de 6-6-2013, com
repercussão geral
Vide AI 713.670 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 10-6-2008, 2ª T, DJE de 8-8-2008
Vide RE 237.098 AgR, rel. min. Ilmar Galvão, j. 7-5-2002, 1ª T, DJ de 2-8-2002 (fonte: <
http://www.stf.jus.br/PORTAL/CONSTITUICAO/artigobd.asp?item=%201237>. Acesso
em: 30.maio.2017)
Observa-se, portanto, que o STF tem entendimento majoritário no sentido de que caberá à
justiça comum e não à trabalhista as causas que versem sobre aposentadoria quando ajuizada
em face de entidade privada.
Vale lembrar que não há que se falar em processo previdenciário na justiça, uma vez que o
processo judicial é comum, porém, tratando de questões previdenciárias.
Outra coisa que já ficou decidida nesse tema é que, se a demanda previdenciária for em razão
de acidente de trabalho, o processo também “corre”, como se costuma dizer na prática jurídica, na
esfera comum e não trabalhista, uma vez que pressupõe valores subjetivos também para o resultado
da causa, que é de natureza indenizatória.
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Vejam que o conceito está estritamente ligado à demanda judicial, quando o perito atua como
auxiliar da justiça e, nesse sentido, responde aos quesitos formulados e elabora o laudo pericial,
um dos atos que obrigatoriamente deve concretizar, ou, ainda, o parecer pericial, que também pode
servir de subsídio pelas partes litigantes, quando o perito atua como assistente.
Sendo assim, não restam dúvidas de que o perito contábil se faz útil e importante nas demandas
judiciais trabalhistas ou previdenciárias, mas também pode ter papel significativo quando atua na
esfera privada, auxiliando as empresas no fechamento de suas contas, na contratação, na dispensa
de funcionários e ainda quando da liquidação, fusão, incorporação ou até falência da organização.
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Na verdade, o papel do perito tem crescido muito nessa seara, já que também crescem as
demandas trabalhistas e previdenciárias, como mencionado no presente estudo.
Outro ramo que tem crescido muito é o da solução de conflitos através de medidas extrajudiciais,
as chamadas mediações ou arbitragens, regulamentadas pela lei 13.140/2015.
Também aqui atua o perito contábil em auxílio ao julgador (árbitro ou Tribunal Arbitral), devendo
ser convocado para poder atuar num procedimento de mediação.
Em todos os casos (judicial ou arbitral) o laudo pericial funciona como prova na demanda, por
isso sua importância, e por isso também deve ter o perito lisura na consecução de seu trabalho.
Também cabe ao perito ter ética profissional e isenção, pois caso haja algum impedimento,
deve se recusar a exercer a tarefa.
O termo “perícia” vem do latim peritia, que significa conhecimento adquirido pela experiência,
já utilizado na Roma Antiga, onde se valorizava o talento de saber.
A NBC PP 01, no item 3, descreve que “Perito-contador nomeado é o designado pelo juiz em
perícia contábil judicial; contratado é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e escolhido é o
que exerce sua função em perícia contábil arbitral”.
A perícia contábil foi introduzida no Brasil pelo código de Processo Civil de 1939 e regulamentada
em 1946 por intermédio do Decreto-Lei nº 9.295, art. 25, letra C.
A perícia contábil possui diversas facetas, podendo ser assunto para a especialização de um
perito, tornando-se expert em sua atuação específica, a exemplo da perícia contábil nas ações e
causas trabalhistas, nas demandas cíveis e também nas previdenciárias, sendo a trabalhista e a
previdenciária o enfoque do presente estudo.
Na justiça do trabalho o perito atua judicialmente, devendo estar atento aos quesitos formulados
pela parte e/ou pelo juiz, buscando a imparcialidade e a melhor técnica para resolução dos cálculos
trabalhistas, observando bem questões pertinentes a elas, tais como insalubridade, periculosidade,
horas extras, dentre outras igualmente relevantes.
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SAIBA MAIS
A perícia é um meio de prova previsto no direito, equiparando-se às obtidas por meios documental,
testemunhal e a do depoimento pessoal. Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, a
perícia contábil é “o conjunto de procedimentos técnicos, que tem por objetivo a emissão de laudo ou
parecer sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,
avaliação ou certificado”.
Há dois tipos de perícia contábil: judicial ou extrajudicial. No caso da judicial, o perito contador é
nomeado por um juiz para analisar uma determinada causa e emitir seu parecer. No caso da perícia
extrajudicial, ela serve para avaliar bens e direitos, cálculo de indenizações, venda e compra de
empresas, partilha de bens, liquidação de haveres, divórcio. A perícia é o único meio de prova capaz e
eficaz de avaliar as questões materiais que são controvertidas durante a ação.
Segundo a CLT, o trabalhador tem diversos direitos, porém, para fins de perícia contábil interessa
ao profissional saber com maior relevância os abaixo reproduzidos:
Art. 7º - são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
[...]
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[...]
[...]
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943);
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
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[...]
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIV – aposentadoria;
Fonte: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/DireitosSociaisTrabalhistas/CLT
De acordo com a CLT, “[...] considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
Com base nos direitos acima destacados, devemos analisar cada item e entender que:
a) Exame médico admissional: tem por finalidade constatar a capacidade física e mental do
empregado para o exercício da função a que está sendo contratado. Deverá ser efetuado
antes que o trabalhador assuma suas atividades, sendo o custeio ônus do empregador.
b) Registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social: a anotação na carteira é obrigatória
e seu não cumprimento pode ocasionar a assinatura do documento pela Vara do Trabalho,
notificação às autoridades competentes e inclusive a prisão do patrão.
c) Salário: o empregado tem direito a seu salário, nunca inferior ao mínimo legal, que deve ser
pago até o quinto dia do mês subsequente ao vencido. O salário não pode ser reduzido, a
não ser por convenção ou acordo coletivo.
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d) Férias: as férias são adquiridas após 12 meses de trabalho e deverão ser pagas nos doze
meses subsequentes à aquisição, sob pena de pagamento em dobro. As férias devem ser
pagas sempre com 1/3 de acréscimo (artigos 459, 464 e 465 da CLT (BRASIL, 2000)
e) Décimo terceiro salário: é pago em duas etapas. A primeira corresponde a 50% do seu
valor total, deve ser paga até o dia 30 de novembro, ou por ocasião das férias, se assim for
requerido pelo empregado em janeiro. O restante do valor será pago numa segunda etapa
até o dia 20 de dezembro.
f) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): o patrão deverá também recolher o FGTS
na conta vinculada do empregado, num montante de 8% de sua remuneração.
g) Intervalo: se o empregado trabalhar mais de seis horas diárias, deve lhe ser concedida no
mínimo uma hora de almoço, sob pena de pagamento de indenização correspondente.
Para uma jornada de quatro a seis horas, o intervalo deve ser no mínimo de 15 minutos.
h) Horas extras: se o empregado trabalhar horas extras, receberá as mesmas com um
adicional de pelo menos 50% do valor da hora normal. Com relação ao adicional noturno,
o empregado que trabalha em horário noturno (assim considerado das 22h às 5h) terá
direito ao adicional de pelo menos 20%. Para o trabalhador rural, o adicional é de 25% (na
agricultura o horário noturno é das 21h às 5h, e na pecuária das 20h às 4h).
i) Adicional de insalubridade: corresponde a 30% do valor do salário e é devido quando o
empregado trabalha com combustível, explosivos, inflamáveis ou eletricidade.
j) Verbas rescisórias: se o empregado for demitido sem motivo, o empregador deverá
conceder-lhe o aviso prévio ou pagar a indenização correspondente em dinheiro e ainda
fazer a entrega das guias do FGTS, devendo-lhe mais 40% sobre o valor dos depósitos
já corrigidos monetariamente. Deve pagar as férias vencidas e proporcionais com 1/3
de acréscimo. Igualmente deverá pagar o 13º salário vencido e proporcional. Se houver
trabalhado por período de, ao menos, seis meses, o empregado também deve receber as
guias de seguro desemprego, o que lhe dará o direito a uma remuneração enquanto ficar
desempregado pelo prazo máximo de cinco meses, proporcional ao tempo de serviço.
O empregador tem os seguintes prazos para o pagamento das verbas de rescisão: até o
primeiro dia útil imediato ao término do contrato; até o décimo dia contado da data de
demissão quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa do seu
cumprimento.
k) Estabilidade: não podem ser demitidos, a não ser que a contratação tenha sido por tempo
determinado ou por experiência, que ocorra a extinção da empresa, por motivo de força
maior, ou por cometimento de falta grave, os empregados que estiverem nas seguintes
situações: gestante: desde a concepção até cinco meses após o parto; membro da CIPA,
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SAIBA MAIS
A Consolidação das Leis do Trabalho foi um conjunto de regras criadas para proteger o trabalhador. A
lei que estabelece a CLT data de 1º de maio 1943, mas as normas em favor do trabalhador começam
ainda no início do governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Entre os direitos garantidos, estão o
salário mínimo, a carteira de trabalho, a jornada de oito horas, as férias remuneradas, a previdência
social e o descanso semanal. A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e do menor de idade e
estabeleceu a obrigatoriedade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A assinatura da lei
aconteceu no Estádio São Januário e foi marcada por muitas comemorações.
Fator de fundamental importância é que, para ser perito contábil tanto em demandas trabalhistas
ou nas previdenciárias, quer seja nas causas da justiça ou nas extrajudiciais, mediação ou arbitragem,
o profissional deve estar devidamente inscrito no órgão competente regulamentador, conforme
determina a norma técnica NTC T 13.1.2: “A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a
arbitral, é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade”.
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FIGURA 30 – Símbolo do curso de graduação de Ciências Contábeis
O caduceu é utilizado, no Brasil, como símbolo dos cursos de graduação em ciências contábeis,
do Conselho Federal de Contabilidade e dos conselhos regionais de contabilidade. Fonte: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade#/media/File:Simbolo_ciencias.svg
Nada impede que o perito recuse a perícia a ser realizada, quer seja porque há motivos pessoais
para o impedimento ou até mesmo legais, posto que deve ter em mente a lisura na execução do
trabalho.
Inclusive essa é uma determinação do artigo 148º do atual Código de Processo Civil, correspondente
ao antigo artigo 138º do CPC de 1973, que atribuía aos “auxiliares da justiça”, como é o caso do
perito, as mesmas causas de impedimento e suspeição aplicadas aos juízes, descritas nos artigos
144º a 146º do NCPC.
Uma vez aceito o trabalho e confirmado, o perito contábil deve seguir um procedimento específico,
também estipulado na normativa já citada:
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No que tange à perícia previdenciária, por fim, cabe aqui reproduzirmos alguns julgados que
retratam o posicionamento em nosso ordenamento quanto à necessidade de sua existência nas
demandas dessa natureza.
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FIGURA 31 – Previdência Social
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/INSS.svg
Vejamos:
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Encontrado em: A Turma, por unanimidade, não conheceu da remessa oficial, conheceu
PRIMEIRA TURMA SUPLEMENTAR 18
Fonte: http://grradvogados.com.br/wp-content/uploads/2012/09/direito_do_trabalho1.jpg
CURIOSIDADE
Um empreendedor deve consultar um advogado trabalhista sempre que possuir alguma dúvida
quanto a questões trabalhistas ou, até mesmo, possuir um advogado que lhe preste assessoria
trabalhista, evitando-se assim muita dor de cabeça com a Justiça.
Leia o artigo “Como evitar reclamação trabalhista na minha empresa?” em: http://grradvogados.com.
br/como-evitar-reclamacao-trabalhista-na-minha-empresa/
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Já com relação à questão previdenciária, especialistas nos alertam sobre as mudanças que se
apresentam no cenário nacional, que aparentemente são drásticas, todavia, altamente necessárias.
Sendo assim, neste contexto, o papel do perito contábil, seja trabalhista, seja previdenciário, só
tende a crescer e se transformar não só num mercado próspero, mas também necessário.
Numa perspectiva sistêmica, a Contabilidade dos RPPS não só está voltada para
acompanhamento da execução orçamentária e financeira mas também para a
correta apresentação do patrimônio e apreensão das causas de suas mutações,
observando-se, como parte da essência, o cumprimento dos Princípios Fundamentais
de Contabilidade (LIMA; GUIMARÃES, p. 21).
Assim, com os estudos propostos, podemos dizer que o arcabouço jurídico permite a atuação
efetiva do perito contábil nas questões trabalhistas e previdenciárias, ainda que preventivamente,
mormente judicialmente.
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CONCLUSÃO
Estudamos aqui as nuances e complexidades da Justiça do Trabalho e das demandas trabalhistas
e o papel que o perito contábil exerce dentro deste contexto.
Sabemos de sua fundamental responsabilidade e que, por isso mesmo, atua como auxiliar da
justiça nas causa dessa natureza, que só tendem a crescer.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho, prevê
que três milhões de ações trabalhistas devem ingressar na Justiça em todo o País este ano.
Essa informação aponta que o trabalho do perito trabalhista será fundamental nessa demanda,
haja vista a particularidade de sua atuação como auxiliar da justiça, permitindo que, após o julgamento
dos direitos trabalhistas a que faz jus o requerente, o cálculo das verbas devidas seja realizado pelo
perito, trabalho este que o juiz da causa não faz. Este apenas garante os direitos e determina quais
são; aquele diz o montante.
GLOSSÁRIO
• Abalizada/abalizado: Notável; que expressa muita competência; que realiza algo com muito
cuidado, zelo, demonstração. (fonte: https://www.dicio.com.br/abalizado/ )
• Arquétipo: é o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, antigas impressões sobre algo.
(fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arqu%C3%A9tipo)
• Artífice: Um artífice é um operário especializado num determinado ramo de atividade que
realiza trabalhos manuais. (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Art%C3%ADfice)
• Consectários: Que ocorre como resultado de; efeito ou consequência: finalização consectária
/ Aquilo que pode ocorrer como resultado ou efeito de; resultado: o consectário de um governo
corrupto. (fonte: https://www.dicio.com.br/consectario/ )
• Despersonificado: Privar da própria personalidade ou de características individuais (http://
www.aulete.com.br/despersonificar)
• Diuturnamente: derivação de diuturno, que significa algo que vive muito tempo; que tem longa
duração, que se prolonga, prorroga ou se protela no tempo. (fonte: http://www.dicionarioinformal.
com.br/diuturnamente/ )
• Inação: Inércia; falta de ação, de atividade; condição em que não há ação. (fonte: https://www.
dicio.com.br/inacao/ )
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• Incursões: Pesquisa científica ou trabalho que alguém realiza numa área que não é a sua.
(fonte: https://www.dicio.com.br/incursao/ )
• Lenitivo: Algo ou aquilo que abranda, ameniza ou acalma / Algo ou aquilo que causa alívio e/
ou acalma; calmante. (fonte: https://www.dicio.com.br/lenitivo/ )
• Ludismo: O ludismo (ou luddismo) foi um movimento que ia contra a mecanização do trabalho
proporcionado pelo advento da Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita
(do inglês luddite) identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas
tecnologias, geralmente vinculadas ao movimento operário anarcoprimitivista. (fonte: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Ludismo)
• Moção: Ação ou consequência de mover ou mover-se; que denota movimento ou deslocamento.
(fonte: https://www.dicio.com.br/mocao/ )
• Módicas: Pequeno, reduzido, modesto ou que tem pouco valor (preços módicos); / Que não
excessivo ou exagerado (módica pretensão); Comedido, moderado, modesto (fonte: http://www.
aulete.com.br/m%C3%B3dico)
• Súmula: Trata-se de pronunciamentos proferidos pelos Tribunais do nosso país, baseados em
decisões reiteradas, que delimitam o entendimento e interpretação das leis sobre determinada
matéria dada pelos nossos magistrados. É a “união” de várias decisões de um mesmo Tribunal,
com idêntica interpretação sobre o mesmo tema. Pode ser conceituada também como um
resumo da decisão. (fonte: http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/950/Sumula-Novo-
CPC-Lei-no-13105-15)
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