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A relação entre Direito e Economia

Prof. Roberto Maia


Introdução
◦ Objeto de estudo do direito são as relações
humanas;

◦ Aspecto estático e Aspecto dinâmico;

◦ A relação humana pode ser interpretada por


diversos primas: sociológico, econômico, ético,
etc.;

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◦ Juridicidade (caráter prescritivo) da relação
humana como relação jurídica;
Introdução
◦ Norma jurídica: forma de consagração
da perfeição;
◦ Norma jurídica: instrumento para se
alcançar o bem-estar no campo do
desenvolvimento econômico;
◦ Nova tarefa do Estado: instrumento
jurídico adequado para conduzir, regrar,
disciplinar o fenômeno econômico.
◦ Fato econômico: ser; 01/09

◦ Fenômeno jurídico: dever ser.


Ordem Jurídica e Econômica
“Incomunicabilidade” entre as disciplinas;
a) A ordem jurídica: investiga o sentido dos
preceitos normativos e estabelece-lhes o
sentido lógico-formal e ordenado sem
contradições – a ordem jurídica, se refere
ao plano do dever-ser.
b) Ordem econômica: dimensão real dos
fenômenos (ser), da distribuição de poder
efetivo sobre bens e serviços e o modo pelo
qual estes são empregados racionalmente. 01/09
Direito econômico ou Direito da economia?
◦ Do capitalismo atomista;
◦ Ao capitalismo de grupo;
◦ Poder econômico privado versus Poder estatal;

“A concentração capitalista é o fenômeno


decisivo do direito econômico. É ela que está na
origem de todas as grandes mutações das
sociedades industriais: a intervenção do Estado,
teremos ocasião de retornar a isso, é uma
consequência da concentração”. 01/09
Direito econômico ou Direito da economia?

Problemas decorrentes da
materialidade econômica:

1. Concentração de capitalista;
2. Colapso do automatismo natural;
3. Crise financeira de 1929 (EUA);
4. Questão social no Brasil;
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Direito econômico ou Direito da economia?
• Direito econômico (estrito);
• Direito da Economia (amplo);
• Direito da Economia: um “direito aplicável a todas
as matérias que entram na noção de economia”.
• Direito Público da Economia: matéria
exclusivamente jurídica. A economia é somente o
espaço, de interesses que o Direito assume como
objeto de sua disciplina.
• Direito Econômico: mistura substancial e 01/09
metodológica entre direito e economia, não se
distinguindo um do outro.
Direito econômico ou Direito da economia?
• Escola Francesa e o Direito Econômico: dar certa
coerência a novos fenômenos jurídicos.
• Nova configuração das sociedades industriais , as
inovações e alterações da vida econômica;
• Mudanças das relações do sistema industrial
(urbanização, mecanização e dependência econômica
de um grande numero de pessoas);
• A economia sai do controle da esfera individual;
• O direito econômico se distingue do direito da 01/09
economia. Este se caracteriza pelo seu objeto e
aquele pela especificidade das normas que produz.
Direito econômico: sentido amplo e estrito
• Conceito estrito: problemas colocados pela intervenção
do Estado na economia;
• Conceito amplo: rege relações humanas propriamente
econômicas;
• Sistema de Normas que regulam:
i) a organização da economia (sistema econômico);
ii) a condução da economia pelo Estado (o regime das
relações ou do “equilíbrio de poderes” entre o Estado e a
economia);
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iii) os centros de decisão macroeconômica e a atividade


das instituições fundamentais.
Direito econômico: sentido amplo e estrito
• O estado intermedia o confronto entre o poder econômico
privado e o poder econômico público;
• Políticas para direcionar a relação entre o jurídico e o
econômico;
• O Estado valer-se-á de normas jurídicas, para organizar a
economia e conduzi-la a situações de equilíbrio;
• Disciplina macroeconômica das relações estabelecidas
entre os diversos poderes que se confrontam;
• Direito Econômico: corpo orgânico de normas condutoras
da interação do Poder Econômico Público e do Poder 01/09

Econômico Privado e destinado a reger a Política Econômica.


Direito econômico ou Direito da economia?

◦ Visão liberal: principio da não regulamentação


da economia;
◦ Visão marxista: o direito é uma determinação
das relações econômicas;
◦ Visão Weberiana: precondição para a
segurança jurídica do desenvolvimento do
capitalismo;
◦ Visão Keynesiana: correção das imperfeições,
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conter distorções econômicas causadas pelos
agentes econômicos.
Capitalism
o de
Grupo
Direito econômico

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Ordem Jurídica e Econômica
“A massa variada de participantes age de
forma a corresponder a normas jurídicas, não
por obediência a uma obrigação legal, mas
porque o ambiente aprova essa conduta e
desaprova o oposto, ou meramente como
resultado do hábito da não reflexão em relação
à regularidade da vida que se tornou um
costume” (WEBER, 2011, p. 25).
O direito positivado é um “sistema de ordem”
provido pelas garantias (coercitivas) de sua
validade empírica = “Direito Garantido”. 01/09
Ordem Jurídica e Econômica
Não é inerente à norma jurídica que a
comunidade obedeça à lei por causa da
existência do aparato coercitivo.
Os motivos para obediência a uma lei, na
maioria dos casos, são predominantemente
éticos ou subjetivamente convencionais,
resultam do medo da desaprovação por
parte do coletivo.
É a natureza e o grau desses motivos que
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implicam no grau de validade da própria
lei.
Ordem Jurídica e Econômica
Uso: atividade tipicamente uniforme
que é mantida simplesmente porque
os homens estão “acostumados” e
persistem nela por imitação irrefletida.
Convenção: resulta de conduta que
pode ser induzida sem qualquer
coação física ou psicológica, exceto a
expressão de aprovação/desaprovação
da comunidade. 01/09
Ordem Jurídica e Econômica
Em princípio a ordem econômica, presume a
existência de uma racionalidade eficiente com
base em regularidades factuais de
comportamento dos agentes econômicos;
A ação econômica, a priori, não considera
qualquer “ordem” externa ou superior.
Garantias legais simplesmente aumentam o
nível de certeza com que uma ação
econômica pode ser calculada com
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antecedência.
Ordem Jurídica e Econômica
A economia capitalista é racionalizada com
base no cálculo voltado ao ganho
econômico-financeiro.
Os agentes se guiam por considerações de
ordem econômica, cada qual almejando
maximizar a sua vantagem econômica.
Em sentido jurídico-dogmático (kelseniano),
caberia ao direito, examinar a validade
empírica das proposições legais acerca da
economia e dar-lhes, sentido lógico- 01/09

normativo.
Limite da eficácia da norma
• Nem todas as normas jurídicas
conseguem criar as regularidades
desejadas;
• A eficácia da coação jurídica estatal
encontra limites no seu poder de
submeter o comportamento dos agentes
econômicos;
• Os limites são colocados pelos interesses
materiais que condicionam a formação 01/09

de grupos sociais.
Delimitação objetiva

Produção de Aplicação das


normas jurídicas normas jurídicas

Análise do processo Efeitos da aplicação das


decisório que leva à normas:
criação de normas: - os destinatários se
- interesses comportam, conforme às
contemplados; normas?
- legitimidade dos - há eficácia substantiva? 01/09

detentores do poder - as normas jurídicas afetam


normativo, etc. decisões econômicas?
Princípio da Economicidade
• O Estado tem interesses econômicos
diferentes dos objetivados pela ação individual;
• O individuo busca obter o maior lucro possível
(maximização do bem-estar);
• O Estado busca a maior vantagem coletiva
(condição para o bem-estar individual);
• O que é melhor, a maior quantidade de bens
ou a maior qualidade de vida? Em que medida
a qualidade deve compatibilizar-se com a
quantidade? 01/09
Princípio da Economicidade

• JEREMY BENTHAM: todo o agir humano é


orientado pelo interesse. A moral se reduz a um
criterioso cálculo de interesses.
• JOHN STUART MILL: Princípio da Maior
Felicidade.
• RUDOLF STAMMLER: a lei da menor
quantidade de esforço possível.
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Princípio da Economicidade
• Condiciona as escolhas que o mercado ou o
Estado, ao regular a atividade econômica,
devem fazer constantemente, de tal sorte que o
resultado final seja sempre mais vantajoso que
os custos sociais envolvidos.
• As ações econômicas não podem tender, em
nível social, somente à obtenção da maior
quantidade possível de bens, mas a melhor
qualidade de vida.

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Escassez, alocação e recursos

Problemas fundamentais:
1. O que produzir?
2. Quando produzir?
3. Quanto produzir?
4. Para quem produzir?
5. Como produzir?
Princípio da Eficiência
• O Princípio da Eficiência é inerente à atividade
econômica;
• O Estado deve observar três planos:
1. O que ele próprio exerce uma atividade
econômica, dentro do âmbito de permissão
ou de imposição constitucional;
2. O que ele adota uma postura normativa da
atividade econômica;
3. O que ele estimula, favorece ou planeja a 01/09
atividade econômica.
Princípio da Eficiência
• A gestão econômica deve se pautar pelo
aproveitamento racional dos meios humanos e
materiais de que dispõe;
• Minimizar os custos de produção, de modo a
poder responder na maior escala possível às
necessidades que se propõe satisfazer.
• Fazer mais com muito menos.
• É a utilização dos recursos econômicos de
modo que o valor, ou seja a satisfação humana,
em confronto com a vontade de pagar por 01/09

produtos ou serviços, alcance o nível máximo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONSECA, João Bosco Leopoldino. Direito


Econômico. 9. ed. rev., atual., e ampl. Rio
de Janeiro: Forense, 2017. Cap. 1

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