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DIREITO ECONÔMICO

Prof. Esp. Fábio Correia

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ANÁLISE ECONÔMICA DO
DIREITO
A ESCOLA DE CHICAGO
Escola norte-americana

Utilizou conceitos de economia para realizar a análise


da eficiência econômica das leis e de seus efeitos

Observa-se, também, as consequências das políticas


públicas, decisões judiciais e ações do executivo no meio
social
•Podemos definir a AED como a utilização da teoria e dos
métodos econômicos para estudar a estrutura e os
Conceito impactos do direito e das instituições legais

•As normas legais possibilitam um uso eficiente dos


Pergunta-se
recursos?

•Os processos normativos devem possibilitar a eficiência


alocativa dos recursos, buscando uma concretização
Richard
posner socioeconômica da justiça.
Pressupostos

A ideia de equilíbrio
Racionalidade
e eficiência de Escassez de recursos
individual
mercado
Ano: 2013 Banca: MPE-MG Órgão: MPE-MG Prova: MPE-MG - 2013 -
MPE-MG - Promotor de Justiça

O Promotor de Justiça no exercício de suas atribuições, por vezes,


depara-se com vicissitudes que exigem constante sopesamento, sendo
comum o conflito entre situações jurídicas essenciais de acesso frente
aos argumentos consequencialistas. Nesse último viés, ganha relevo no
plano da hermenêutica dos contratos de consumo o debate sobre as
consequências econômicas das escolhas e das imposições jurídicas
(análise econômica do direito).
•A economia normativa tem por
escopo descrever a realidade
econômica a fim de construir
um corpo conceitual quanto ao
futuro. Cabe aos economistas
explicitar os custos de alteração
do estado das coisas e as
consequências das diversas
políticas. Nesse campo, o
objetivo é a eficiência, sendo o
direito mero coadjuvante para
que o mercado funcione para
alcançá-la.
A Escola Comportamental
•Observou que nem sempre os
agentes econômicos agirão
racionalmente;

•a Escola defende que, para


analisar as escolhas dos agentes
econômicos, não se deve partir
de uma suposição racional do
comportamento humano, mas,
sim, analisá-lo com base em
ciências comportamentais (como
a psicologia).
The New York Times
Um problema importante na teoria econômica tradicional é que os economistas descartam qualquer
fator que não influenciaria o pensamento de uma pessoa racional. Mas infelizmente para a teoria,
muitos fatores considerados irrelevantes importam. Os economistas criaram um problema para eles
mesmos ao insistir em criaturas míticas conhecidas como homo economicus.

Eu prefiro chamá-los de Econ – seres altamente inteligentes capazes de fazer os cálculos mais
complexos e totalmente sem emoções. Pense no Spock de Star Trek. Um Econ não compraria uma
porção maior do que quer que seja que ele irá jantar na terça-feira porque estava com fome no domingo
enquanto fazia as compras. A fome no domingo não deveria ser relevante para a escolha do tamanho da
sua refeição na terça-feira. Um Econ também não continuaria comendo após estar satisfeito na terça-
feira só porque já pagou pela comida.

Para um Econ, o preço pago em um item no passado não é relevante para a decisão de quanto comer
hoje. Um Econ não esperaria ganhar um presente no dia em que, por acaso, nasceu ou se casou. Qual a
diferença de uma data arbitrária? Na realidade, os Econs ficariam perplexos com a própria ideia de
presentes, pois saberiam que dinheiro é o melhor presente possível, já que permite que a pessoa que
recebe compre o que lhe é mais eficiente” (tradução livre).

https://www.nytimes.com/2015/05/10/upshot/unless-you-are-spock-irrelevant-things-matter-in-economic-behavior.html
NUDGE
Richard Thaler e
Cass Sustein

Significa uma
espécie de gatilho
utilizado para
influenciar a
tomada de
decisões do
consumidor.
•OS TRIBUNAIS
SUPERIORES
UTILIZAM ESSAS
TEORIAS?
PETIÇÃO PARA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. “AUXÍLIO-ACOMPANHANTE”. ART. 45 DA LEI N.
8.213/1991. APLICAÇÃO DIRETA DE NORMAS CONSTITUCIONAIS.
FUMUS BONI IURIS QUANTO À ADMISSÃO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. PERICULUM IN MORA CONFIGURADO. RISCO DE
IMPACTO BILIONÁRIO SOBRE AS CONTAS PÚBLICAS. SUSPENSÃO
DE TODOS OS PROCESSOS QUE VERSEM SOBRE O TEMA EM
TERRITÓRIO NACIONAL. POSSIBILIDADE. ARTS. 1.029, § 5º, I, 1.035, §
5º, 301 e 932, II, DO CPC/2015. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. 1. O
Art. 20 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (incluído
pela Lei n. 13.655/2018) dispõe, verbis: “Nas esferas administrativa,
controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da
decisão”.
2. O Magistrado tem o dever de examinar as
consequências imediatas e sistêmicas que o
seu pronunciamento irá produzir na realidade
social, porquanto, ao exercer seu poder de
decisão nos casos concretos com os quais se
depara, os Juízes alocam recursos escassos.
Doutrina: POSNER, Richard. Law, Pragmatism
and Democracy. Cambridge: Harvard University
Press, 2003, p. 60-64. (STF– Pet 8002 AgR, DJ em 01/08/19)
A distinção há de ser feita, de modo que se dê, a cada um, o que cada um
deve receber, mercê de suas condições pessoais. O atuarial da previdência
e a necessidade do seu custeio são imprescindíveis para a sua
subsistência de modo a assegurar benefícios dignos a gerações futuras,
mas não podem desprezar a imperiosa necessidade de observância do
princípio da isonomia que impõe, quanto ao tema sub judice, que aqueles
expostos ao risco se aposentem antes dos demais que não tenham direito
à aposentadoria especial. Revela-se, assim, uma inequívoca preocupação
e compreensão de que o Poder Judiciário não pode virar as costas para os
reflexos econômicos de suas decisões, tornando letra morta os profícuos
ensinamentos de Richard Allen Posner, magistrado norte– americano e
Senior Lecturer da Universidade de Chicago, mentor intelectual da doutrina
jurídica que entrelaça o direito e a economia em sua clássica obra
Economic Analysis of Law(…) (STF– AG.REG. no Mandado de Injunção
6.951/DF-DJ em 20/09/19)
A INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
As Formas de
Posicionamento do
Estado na Economia

O Estado
O Estado O Estado
Intervencionista
O Estado Liberal Intervencionista Intervencionista
Social ou Estado de
Econômico Socialista
Bem-Estar Social
O Estado Liberal

•O Liberalismo fundamentou-se na livre iniciativa e


na liberdade contratual;
•a intervenção estatal na economia era bastante
reduzida;
•Partia-se da ideia de que a liberdade garantida aos
agentes privados no desempenho de suas
atividades econômico-comerciais possibilitaria o
maior crescimento econômico do país.
O estado liberal

•Um dos principais expoentes da época foi Adam


Smith;
•Os fenômenos econômicos são regidos por leis
quase tão precisas quanto as leis das ciências
físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção
estatal apenas tenderia a perturbar a “ordem
natural” da economia (daí surge a expressão “mão
invisível”).
O Estado Intervencionista Econômico

•John Maynard Keynes;


•Foco na correção das falhas de mercado e na busca
do pleno emprego por meio da intervenção estatal;
•O estado busca conter o exercício abusivo de ideias
liberais, mas não fere seus postulados;
•Foco é a proteção da livre concorrência, sem
preocupações com a área social.
O Estado Intervencionista Social ou Estado de Bem-
Estar Social
•existe uma preocupação do Estado com a
efetivação de políticas públicas de caráter
assistencialista (de justiça e inclusão social);
•o Estado deve agir por meio de prestações
positivas;
O Estado Intervencionista Socialista

•Forma de intervenção máxima do Estado;


•Baseia-se na supremacia estatal e na propriedade
coletiva dos meios de produção, substituindo a
livre iniciativa pela planificação estatal.
O ESTADO REGULADOR
Retorno ao liberalismo, mas não à sua forma pura.

O Estado Regulador irá intervir subsidiariamente na


economia

Na atual Constituição, o art. 174 menciona


expressamente o papel do Estado como agente regulador.
As Diversas Formas de
Intervenção do Estado no
Domínio Econômico
Classificação de Eros Roberto Grau
Absorção Participação

•Intervenção direta; •Intervenção direta;


•Atua em regime de •Atua paralelamente,
monopólio. competindo com os
particulares.
Direção Indução

•Intervenção indireta; •Intervenção indireta;


•Atua por meio de •Incentiva
instrumento de determinados setores
pressão ou normativos, da economia, por meio
determinando de benefícios fiscais,
comportamentos por exemplo.
•Compulsórios para os
agentes.
Intervenção Direta
Relevante interesse coletivo

Segurança nacional;

Previsão de casos específicos na


própria CF (art 21. XII)
•Art. 173. Ressalvados os casos
previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
Intervenção
Direta

Art. 173, CF/88

Absorção Participação
Absorção Participação

•Exploração da atividade •Atuação paralela do


econômica exclusivamente estado;
pelo estado; •Um exemplo clássico é o
•Um exemplo clássico é a banco do brasil e a caixa
pesquisa e a lavra das econômica federal.
jazidas de petróleo e gás
natural e outros
hidrocarbonetos fluidos,
prevista no art. 177, I, da
CF.

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