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configuram, hoje, regimes próprios, diferentes de direito comum e de outros ramos do direito público.
É neste segundo plano, em que reside a preocupação de dar garantias aos particulares, aspecto
essencial para a defesa dos seus direitos e interesses contra eventuais abusos do Estado.
7. O poder e a economia
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Por poder deve entender-se o poder político, que é a forma de organização do Estado ou, melhor,
entanto que processo orgânico de satisfação de necessidades humanas mediante afectação de bens
Daqui resultam relações, como atrás se disse, de três tipos que se seguem:
máquina política à qual compete a definição do quadro geral de natureza jurídica e social em que se
directivas e decisões concretas da administração económica, isto é, o aspecto jurídico fundamental como
Teremos, neste caso, a política financeira de redistribuição pela qual se transfere parte dos
rendimentos dos que se encontram acima da nédia para os que se encontram abaixo da linha dos
das pessoas;
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Já se vê que por mais liberal que seja a filosofia económica e social de um Estado, daqui resulta
a necessidade de se definir a doutrina ou a política económica e social que deverá ser por ele seguida,
Na política económica e social há, sem dúvida, um comportamento, uma actuação interligada do
constituição económica a partir da qual podem emergir normas que constituem a legislação ou
indústria ...).
Com a sua intervenção na economia o Estado modifica o comportamento dos restantes agentes
económicos.
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altera o comportamento dos produtores e consumidores sem tomar decisões sobre a utilização de bens
e
O Estado pode actuar como agente económico. A extensão dessa actividade é, porém, variável.
Há serviços que pode entender-se que só o Estado poderá garantir aos cidadãos tais como o
actividade económica directa do Estado, o Estado, ele próprio, actua como agente ou sujeito
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excluem, existindo nos Estados modernos cumulativamente, com graus diferentes, conforme as razões,
objectivos e tempo.
As decisões tomadas no âmbito do poder político levantam sempre dúvidas quanto à sua
No âmbito das finanças idênticas dúvidas sobre a eficiência das opções do Estado seja qual for a
A decisão financeira é tomada em função de interesses dos governantes que buscam simpatias e
suporte político e, como decisão económica, que também é, não está isenta das disputas do poder por
O cidadão deposita o voto para maximizar o seu interesse individual ou dos partidos que apoiam.
Os partidos comportam-se como que num mercado; disputam o monopólio do poder “como
concorrentes de oferta relativamente a uma procura expressa no voto dos eleitores”28, predispondo-se
a
praticar políticas populistas, antes das eleições, para ganhar a preferência dos eleitores e políticas
26 Estado soberano, Estado República, Estado de Classe, Estado conglomerado – ver SOUSA FRANCO, ob.
cit., p.
75.
27 Sem querermos ser exaustivos, podemos ter o Estado patrimonial, Estado-polícia, Estado guarda
nocturno, Estado
autocrático, Estado social, Estado Tecnológico, Estado de cultura, Estado autoritário e Estado totalitário.
27
Os tecnoburocratas condicionam a decisão financeira, pelo seu saber, pelo “poder de agenda”29 e
O Estado, na sua missão de prosseguir o bem-estar social, tem tomado decisões cujo objectivo é
Noutros momentos, as decisões que o Estado toma no âmbito das finanças têm a ver com a
No primeiro caso, a decisão política é tomada por consenso mínimo social30, livre31, implícito ou
das opções tendentes à satisfação pública das necessidades e ao nível do sector público, em confronto
sabido que os bens mercantes (provisionados) são produzidos para o mercado e nele são avaliados e que
os bens colectivos ou públicos são produzidos fora do mercado e, a maior parte, avaliados através de
30 Um consenso social, segundo o Professor Sousa Franco (ob. cit., p. 88) tem três características
essenciais: (1) incide
sobre aspectos fundamentais da sociedade, (2) deriva da situação de incerteza (pois caso ela não exista
dificulta-se,
impossibilita-se o acordo por sobrevalorização da sua posição) quanto ao futuro; (3) voluntário,
espontâneo, livre e
esmagadoramente unânime.
exemplo sobre o processo de tomada de decisões, isto é, sobre a regra de definição de regras.
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Capitulo III
apesar de poder fazer uma eficiente gestão de recursos, não está em condições de fazer a melhor
redistribuição de rendimentos.
Por regime económico entendem-se todas as formas de articulação estrutural do poder político
Ora, antes interessa, falar do conceito de sistema económico que cobre realidades diversas.
Partindo de noção fundamental de sistema como sendo o conjunto de elementos unidos por um
conjunto de relações, teremos que o sistema económico integra formas típicas e globais de organização
e funcionamento da sociedade em geral e da sua actividade económica em especial33
33 Para aprofundamento, veja-se SOUSA FRANCO, A., ob. cit., p. 48 e PEREIRA DE SOUSA, Domingos,
Finanças
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Quanto ao sistema financeiro temos que ele exerce funções que podem constituir fins possíveis
da sua gestão, configurando grandes tipos e efeitos objectivos resultantes do respectivo financiamento,
económica.
características.
O sistema económico capitalista tem como base os ideais liberalistas, as regras de iniciativa
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da vida económica;
Quanto a instituições
a) A propriedade privada;
. liberdade de contratar,
. liberdade de trabalho,
. liberdade de empresa.
Princípios económicos
Regimes
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A. Liberalismo; e
B. Intervencionismo35
.
2.4.1. O liberalismo
peso do poder político na actividade económica, por entender-se que a economia privada, através do
b) Quanto às suas relações com a economia privada: dominam as ideias de separação entre
legalidade;
do equilíbrio orçamental.
2.4.2. O intervencionismo
35 Sobre estes dois regimes, para maiores desenvolvimentos, veja-se SOUSA FRANCO, ob. cit., pp. 50 a
66.
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são dominadas pelo critério de intervenção do Estado sobre a actividade económico-social38 com vista a
intervencionistas:
a) Quanto ao seu lugar e função: autonomia do sector público (que passa a ter, para além da
supletiva satisfação das necessidades colectivas, realiza objectivos de política económica e social),
equilíbrio entre economias pública e privada, regra do óptimo (melhor satisfação das necessidades
integração entre economia e finanças, finanças funcionais (que visam realizar fins financeiros e
extrafinanceiros) e finanças activas e o Estado a abandonar a sua passividade e atitude abstencionista;
e imobiliário), à saturação fiscal (com o imposto a ter uma utilização extra-fiscal e subida contínua da
carga fiscal real e psicológica), limitações ao princípio do equilíbrio orçamental com recurso a receitas
não efectivas.