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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E

TECNOLOGIAS
(LISBOA)
FACULDADE DE DIREITO

DIREITO COMERCIAL – I

Regente: M. Nogueira Serens

SUMÁRIOS
1.ª, 2.ª e 3.ª Lições

Apresentação.
Plano do Curso. Elementos de Estudo.

Introdução ao Direito Comercial

1. Noção e âmbito do Direito Comercial


a) O Direito Comercial e o comércio em sentido económico
b) O Direito Comercial e o comércio em sentido jurídico
c) Formação histórica da matéria mercantil (a partir do comércio em
sentido económico); sua relativa heterogeneidade no momento
presente.

[O conceito de comércio em sentido jurídico — abrangendo todas as


actividades, para além do próprio comércio em sentido económico,
efectivamente reguladas pelo Direito Comercial — é inadequado
para a determinação do âmbito deste ramo de Direito: incorrer-se-ia
em petição de princípio lançando mão dele para o efeito. É, no
entanto, um conceito com interesse — e até com relevo normativo
(designadamente para efeitos da interpretação da primeira parte do
art. 2.º CCom). Não é, de toda a maneira, incorrecto dizer-se que o
Direito Comercial é o direito do comércio em sentido jurídico,
observando-se, porém, que: (i) o Direito Comercial é só o direito
privado das actividades em questão; (ii) há institutos do Direito
2

Comercial (v. g., as letras de câmbio) de aplicação geral (i. e,


extensivas a actividades não compreendidas no conceito de
comércio em sentido jurídico).]

4.ª, 5.ª e 6.ª Lições

2. Esboço da evolução histórica do Direito Comercial


3. Concepção objectivista e concepção subjectivista do Direito
Comercial
4. Crítica à concepção do Direito Comercial como disciplina dos actos
de comércio sejam ou não praticados por comerciantes
5. A crítica à concepção objectivista e a doutrina da unificação do
direito privado. O problema da autonomia do Direito Comercial.
Graus de autonomia do Direito Comercial: autonomia de sistemas,
autonomia substancial, autonomia de codificação, autonomia
científica e autonomia didáctica
6. A autonomia do Direito Comercial baseada na concepção deste ramo
de direito como direito das empresas. Méritos e deficiências desta
concepção
7. Justificação da autonomia do Direito Comercial através das neces-
sidades próprias das relações que regula, enquanto estas solicitam
uma disciplina com traços específicos. Carácter meramente tenden-
cial desta justificação em face da moderna evolução do Direito Civil
das obrigações e dos contratos

7.ª, 8.ª e 9.ª Lições

8. Relações entre o Direito Comercial e o Direito Civil


a) O Direito Comercial como direito especial em face do Direito
Civil (direito comum das relações privadas)
9. Relações entre o Direito Comercial e o Direito Civil (cont.)
b) Aplicação das normas do Direito Civil às relações comerciais
10. Interpretação e integração do Direito Comercial
a) Interpretação
b) A disciplina dos casos omissos em matéria mercantil
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c) O recurso à analogia para a determinação da comercialidade de


um acto ou de uma relação jurídica (Remissão).
11. Fontes do Direito Comercial
12. Noção de acto de comércio
a) O problema da noção substancial do acto de comércio. Tentativas
doutritnais de formulação dessa noção substancial e seu malogro
b) Consideração estrutural do acto de comércio: os vários actos de
comércio no quadro dos factos ilícitos
c) Actos de comércio e matéria mercantil
d) Interesse prático da qualificação de um “acto” como comercial.

10.ª, 11.ª e 12.ª Lições

13. Actos objectiva e subjectivamente comerciais


14. As “empresas comerciais” previstas no art. 230.º; alcance prático
deste preceito e seu significado na teoria dos actos de comércio
15. Actos comerciais por natureza (absolutos) e actos comerciais por
conexão ou acessoriedade
16. Actos formalmente comerciais e actos substancialmente comerciais
17. Actos bilateralmente comerciais e actos unilateralmente comerciais
ou mistos

O ART. 2.º DO CÓDIGO COMERCIAL

18. Os actos “especialmente regulados no Código”; actos somente


previstos na lei comercial e actos previstos tanto na lei comercial
como na lei civil
19. O recurso à analogia para a qualificação, como acto de comércio, de
um acto não previsto na lei comercial
a) O problema
b) Impossibilidade da solução do problema com o recurso a
argumentos de natureza lógica
c) A letra da lei
d) Razões de ordem histórica e de ordem substancial (a certeza
jurídica) contrárias à admissibilidade do recurso à analogia nesta
matéria
e) As considerações de razoabilidade
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20. O recurso à analogia para a qualificação de um acto não previsto na


lei comercial como acto de comércio (cont.)
f) Posição adoptada
1) Directriz geral
2) Concretização da directriz geral indicada
aa) Os vários números do art. 230.º. Soluções razoáveis alcan-
çadas por interpretação (extensiva ou mesmo declarativa).
Necessidade do recurso à analogia do artigo 230.º, inte-
grado por normas de outros diplomas que qualificam como
comerciais certas empresas
bb) Aplicação analógica de outros preceitos do Código
Comercial (exemplo: contrato de concessão comercial)

13.ª, 14.ª e 15.ª Lições

21. Interpretação da referência do art. 2.º CCom: as leis e preceitos


mercantis
22. Os factos ilícitos como actos de comércio face à 1.ª parte do art. 2.º
23. Actos de comércio pela teoria ou princípio do acessório

INTERPRETAÇÃO DA 2.ª PARTE DO O ART. 2.º CCOM

24. a) “Actos que não forem de natureza exclusivamente civil”


aa) A doutrina tradicional (que faz depender a “natureza exclusiva-
mente civil” do acto a qualificar da circunstância de ser civil ou
comercial a lei onde aquele se encontra previsto)
bb) Doutrina adoptada (que faz depender a “natureza exclusiva-
mente civil” do acto acto a qualificar da possibilidade ou
impossibilidade de actos do tipo daquele ser praticados em
conexão com o comércio em geral)
25. b) “Se o contrário do próprio acto não resultar”
Interpretação adoptada [A conexão do acto em concreto com o
exercício do comércio do comerciante.]
1) Releva tão-só da aparência (do que resulta) e não da efectiva
conexão ou não-conexão
2) Carácter unicamente negativo do requisito (isto é, não é
necessário que do acto resulte positivamente a conexão)
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16.ª, 17.ª e 18.ª Lições

DOS COMERCIANTES
Aquisição da qualidade de comerciante

26. Os sujeitos das relações jurídico-mercantis


27. A atribuição da qualidade de comerciante
a) Relevo jurídico e prático dessa atribuição
b) A atribuição da qualidade de comerciante às pessoas singulares
1) O requisito da capacidade; se o menor e o interdito podem ser
comerciantes
2) O exercício profissional do comércio
I. Ideia geral do requisito
II. Se apenas a prática de actos de comércio ditos “absolutos”
atribui a qualidade de comerciante. [Discorda-se da dou-
trina dominante acolhida nas Lições do Prof. Ferrer Correia.]
III. A definição do comerciante como “aquele que explora uma
empresa mercantil”. [Algumas observações dubitativas.]

19.ª, 20.ª e 21.ª Lições

28. A atribuição da qualidade de comerciante (cont.)


c) A atribuição da qualidade de comerciante às pessoas colectivas
1) Sociedades comerciais
2) Empresas públicas e empresas participadas (Decreto-Lei n.º
133/2013, de 3 de Outubro, que aprovou o Regime Jurídico
do Sector Público Empresarial); empresas municipais e
intermunicipais (Lei n.º 50/2012, de 31 de Agosto, várias
vezes alterada, que aprovou o Regime Jurídico da Actividade
Empresarial Local e das Participações Locais); cooperativas
(Código Cooperativo, aprovado pela Lei n.º 119/2015, de 31
de Agosto); agrupamentos complementares de empresas (Lei
n.º 4/73, de 4 de Junho, e DL n.º 430/73, de 25 de Agosto) e
6

agrupamentos europeus de interesse económico (RegCEE n.º


2137/85, do Conselho, de 25 de Julho de 1995, e DL n.º
148/90, de 9 de Maio)

29. Pessoas legalmente inibidas do exercício do comércio


a) Pessoas colectivas
1) Pessoas colectivas públicas territoriais (corpo do art. 17.º
CCom) e pessoas colectivas privadas de fim desinteressado
ou altruístico (§ único do art. 17.º CCom)
2) Pessoas colectivas privadas de fim interessado ou egoístico
mas ideal (art. 14.º, 1.º, CCom). [É duvidoso, para dizer o
menos, que este último preceito do Código Comercial abranja
(por extensão analógica) as pessoas colectivas privadas de fim
económico não lucrativo.]
b) Pessoas singulares (art. 14.º, 2.º, CCom)
1) Impedimentos para o exercício do comércio: magistrados
judiciais; magistrados do Ministério Público; militares;
titulares de órgãos de soberania
2) Obrigações de não-concorrência: gerentes de comércio em
geral (art. 253.º CCom); sócios de sociedades em nome colec-
tivo (art. 180.º CSC); gerentes de sociedades por quotas
(art. 254.º CSC); administradores de sociedades anónimas
(arts. 398.º e 428.º CSC); agentes (art. 4.º do DL n.º 178/86,
de 3 de Julho).

22.ª, 23.ª e 24.ª Lições

30. Os auxiliares do comércio: gerentes de comércio em geral, comis-


sários, corretores, mediadores e agentes. [Conquanto alguns deles
actuem como representantes (de comerciantes), isto é, não prati-
quem actos de comércio em nome próprio, e não se podendo excluir,
outrossim, que não sejam titulares de empresas — não sendo então
possível lançar mão do art. 230.º, 3.º, CCom —, ainda assim todos
esses sujeitos (pessoas humanas ou pessoas jurídicas) devem ser
considerados comerciantes.]
31. As dúvidas que outrora existiram sobre a qualificação dos farma-
cêuticos como comerciantes
7

32. O caso dos sócios das sociedades em nome colectivo e dos sócios
comanditados das sociedades em comandita
33. O caso dos sócios das sociedades comerciais irregulares (período
anterior à formalização do contrato) e das pré-sociedades comer-
ciais (período que medeia entre a formalização do contrato e o
registo definitivo deste)
34. O caso das cooperativas, dos agrupamentos complementares de
empresas e dos agrupamentos europeus de interesse económico no
período anterior ao registo dos respectivos actos de constituição

25.ª, 26.ª e 27.ª Lições

35. O insolvente e o exercício do comércio


a) Noções sumárias sobre o processo de insolvência
1) O dever de apresentação à insolvência (art. 18.º CIRE)
2) A petição inicial e o estado de insolvência (art. 3.º, n.os 1
e 2, CIRE)
3) Pressupostos ou condições de prossecução da acção e da
declaração de insolvência (art. 20.º, n.º 1, CIRE)
4) Declaração de insolvência. Efeitos. A liquidação da massa
insolvente. O plano de insolvência
b) A situação do insolvente quanto ao exercício do comércio
— significado e alcance do art. 189.º, n. 2, alínea c), CIRE
36. As (principais) obrigações dos comerciantes (art. 18.º CCom)
a) A obrigação de adoptar uma firma (art. 18.º, 1.º). Remissão
b) A obrigação de ter escrituração mercantil (art. 18.º, 2.º)
1) Liberdade de organização da escrituração (art. 30.º CCom); à
excepção dos “livros para actas” (arts. 31.º, 37.º e 38.º
CCom), que respeita apenas às sociedades comerciais, a lei
não prescreve (hoje) a obrigação de livros determinados
2) A (relativa) privacidade da escrituração mercantil (arts. 41.º
e 42.º CCom)
3) Força probatória da escrituração mercantil (art. 44.º CCom)
4) Conservação da escrituração mercantil e dos documentos a ela
relativos (art. 40.º CCom)
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c) A obrigação de fazer inscrever no registo comercial os actos a ele


sujeitos (art. 18.º, 3.º, CCom)
1) A função do registo comercial (art. 1.º CRegCom)
2) Factos sujeitos a registo obrigatório (art. 15.º CRegCom)
3) Formas de registo (art. 53.º-A CRegCom)
4) Efeitos do registo (arts. 11.º, 13.º e 14.º CRegCom)
5) O carácter público do registo (art. 73.º CRegCom)
d) A obrigação de dar balanço (art. 18.º, 4.º, CCom): “Todo o
comerciante é obrigado a dar balanço anual ao seu activo e
passivo nos três primeiros meses do ano imediato” — assim se lê
no art. 62.º CCom. [Advirta-se que, relativamente às sociedades
comerciais, o exercício anual pode ser diferente do ano civil
— vide art. 9.º, n.º 1, alínea i), CSC.]
37. Dívidas da responsabilidade de ambos os cônjuges contraídas pelo
cônjuge comerciante
a) O regime do art. 1691.º, n.º 1, alínea d), do Código Civil e seu
fundamento
b) O exercício do comércio e a presunção do art. 15.º CCom

28.ª, 29.ª e 30.ª Lições

A EMPRESA COMO OBJECTO DE NEGÓCIOS

38. Empresa e lógica empresarial


a) A empresa (moderna) como “produto da vida”. Notas funda-
mentais
b) As grandes coordenadas da empresa: extroversão, auto-repro-
dução, racionalização e des-subjectivação
c) A empresa como mecanismo. Empresa e empresário. O processo
e a estrutura
d) As relações entre a empresa e o empresário
e) A empresa em sentido subjectivo (empresa-empreendimento) e a
empresa em sentido objectivo (empresa-estabelecimento); o
perfil institucional da empresa
39. As notas sobre o estabelecimento que se extraem da negociação. O
estabelecimento comercial como um quid negociável, disponível,
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assumível, que supõe uma utilidade, não só subjectiva, mas inter-


subjectiva. O estabelecimento comercial como um valor patri-
monial, cindível, retrotransferível e reassumível. O estabelecimento
comercial como um quid durável e certo, reconhecível e irredutível.
O estabelecimento comercial como algo que existe entre os valores
que se implicam no exercício mercantil ou fabril. As contra-
-indicações que se extraem da negociação
40. Os valores da empresa
a) Valores ostensivos, externos ou periféricos (não necessariamente
materiais ou corpóreos)
b) Valores de organização (selecção óptima, dimensão óptima,
combinação óptima e complementaridade económica)
c) Valores de exploração (clientela, bom nome, reputação, crédito)
d) O critério do estabelecimento comercial: o estabelecimento
comercial como um valor de acreditamento diferencial (um valor
de posição no mercado) que se apoia num conjunto de bens que
permite torná-lo sensível, identificável e transportável
e) Lei tendencial em matéria de relação entre os valores ostensivos e
o valor de posição no mercado (quanto mais um estabelecimento
funciona, de menor número de valores ostensivos necessita para
se afirmar como valor de posição no mercado); limites à partida e
à chegada da lei tendencial
41. A estrutura do estabelecimento comercial
42. O estabelecimento comercial como organização concreta de
factores produtivos como valor de posição no mercado
43. A negociação do estabelecimento comercial. Negociação definitiva
e temporária, gratuita e onerosa, inter-vivos e mortis-causa
a) O problema do âmbito de entrega
1) Âmbito mínimo de entrega (valores do lastro ostensivo neces-
sários para que, em concreto, o estabelecimento comercial
seja identificável e transportável enquanto valor de posição no
mercado)
2) Âmbito natural de entrega (valores que são transmitidos se as
partes nada disserem em contrário): direitos obrigacionais
sobre imóveis, direitos reais e obrigacionais sobre móveis,
mercadorias, matérias primas, logótipo e marca (excepto se
naquele ou nesta “figurar o nome individual, a firma ou a
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denominação social” do transmitente do estabelecimento —


art. 30.º, n.º 3, do Código da Propriedade Industrial, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 110/2018, de 10 de Dezembro,
doravante, CPI), créditos, débitos impuros, etc.
3) Âmbito máximo de entrega (valores que só são abrangidos
pela negociação se há vontade ad hoc das partes): direitos
reais sobre imóveis, débitos puros, firma (cfr. art. 44.º, n.º 1,
RRNPC)
4) Âmbito legal ou imperativo (valores que se transmitem por
força da lei): a posição de empregador nos contratos de tra-
balho e dívidas correspondentes ao montante de coimas apli-
cadas pela prática de contra-ordenações laborais (arts. 285.º e
286º do Código do Trabalho; vide tb. art. 286.º-A do mesmo
Código).
5) Diferenças entre negociações definitivas e temporárias

31.ª, 32.ª e 33.ª Lições

44. A negociação do estabelecimento (cont.)


b) O problema do modo de entrega
c) O problema dos vícios da coisa, particularmente da obrigação
implícita de não-concorrência
1) Vícios da coisa em geral
2) A obrigação implícita de não-concorrência
aa) Seu fundamento
bb) Âmbito material (ou merceológico); âmbito pessoal;
âmbito espacial; âmbito temporal
cc) Sanções para o incumprimento da obrigação implícita de
não-concorrência
d) Cláusulas de não-concorrência

34.ª, 35.ª e 36.ª Lições

45. A negociação do estabelecimento (cont.)


e) A alienação definitiva do estabelecimento comercial
1) Trespasse. Noção
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2) Interpretação do art. 1112.º, n.º 2, alíneas a) e b), e n.º 5, CCiv


3) Notificação do senhorio (art. 1112.º, n. 3, e art. 1038.º,
alínea g), CCiv)
4) Direito de preferência do senhorio (art. 1112.º, n.º 4, CCiv)
f) A possível equiparação da alienação das participações sociais de
uma sociedade por quotas ou de uma sociedade anónima (share deal) à
alienação da empresa ou estabelecimento da titularidade da sociedade em
causa (asset deal); breve referência

37.ª, 38.ª e 39.ª Lições

46. A negociação do estabelecimento (cont.)


f) Negociação temporária do estabelecimento comercial: o caso da
locação
1) Noção. Terminologia
2) Interpretação do art. 1109.º, n.os 1 e 2, CCiv
3) O problema das relações locador-locatário

40.ª, 41.ª e 42.ª Lições

SINAIS DISTINTIVOS

Noção e espécies

47. A pluralidade das fontes legislativas

48. Sinais distintivos típicos (firma; marca; logótipo; recompensa;


denominação de origem; indicação geográfica) e atípicos (a
apresentação ou, numa forma mais expressiva de dizer, a toilette
dos produtos: art. 233.º CPI); os Domain names: sinais distintivos
ou simples endereços? O chamado princípio da circularidade dos
(diferentes) sinais distintivos

FIRMA
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49. Concepção objectiva e concepção subjectiva da firma; a firma e o


(antigo) nome do estabelecimento comercial. Concepção adoptada

50. Uso obrigatório da firma pelos comerciantes (art. 18.º, n.º 1, CCom)
a) Caso do comerciante individual: art. 38.º do Decreto-Lei
n.º 129/98, de 13 de Maio, que aprovou o regime do Registo
Nacional das Pessoas Colectivas (doravante, RRNPC)
b) Caso das sociedades comerciais: art. 9.º, n.º 1, alínea c), do
Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 262/86, de 2 de Setembro (doravante, CSC); cfr. ainda
art. 42.º, n.º 1. alínea b), CSC e art. 43.º, n.º 2, CSC

51. Composição da firma


a) Comerciantes em nome individual (art. 38.º RRNPC)
b)Firma do estabelecimento individual de responsabilidade limitada
(EIRL: art. 40.º RRNPC)
c) Firma das sociedades comerciais
aa) Generalidades; firma-nome (ou firma com nomes) e firma-deno-
minação (ou firma-objecto); firma-mista. [vide art. 10.º CSC]
bb) Firma das sociedades em nome colectivo (art. 177.º CSC)
cc) Firma das sociedades por quotas (arts. 200.º e 270.º-B CSC)
dd) Firma das sociedades anónimas (art. 275.º CSC)
ee) Firma das sociedades em comandita (art. 467.º CSC)
d) O caso (particular) das firmas das sociedades constituídas
ao abrigo do regime especial, instituído pelo Decreto-Lei
nº 111/2005, de 8 de Julho (a chamada “empresa-na-hora”);
cf. arts. 3.º, alínea a), e 10.º, n.º 1, do referido Decreto-Lei, dos
quais decorre a admissibilidade de firmas de fantasia puras e
firmas de fantasia impuras

43.ª, 44.ª e 45.ª Lições

52. Composição da firma (cont.); princípios reitores


a) Capacidade distintiva (vide, nomeadamente, art. 33.º, n.º 3,
RRNPC)
b) Princípio da verdade (vide art. 10.º, n.º 5, alínea a), CSC e art.
32.º, n.os 1, 2, 3, 4, alínea a), e 5 RRNPC)
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c) Princípio da licitude (vide art. 10.º, n.º 5, alínea b), CSC e art.
32.º, n.º 4, alíneas b), c) e d), RRNPC)
d) Princípio da novidade ou da exclusividade (art. 10.º, n.os 2 e 3,
CSC e art. 33.º, n.os 1, 2, 4 e 5, RRNPC)

53. Âmbito territorial da exclusividade da firma


a) Comerciante individual. [Do art. 38.º, n.º 4, RNPC parece depre-
ender-se que só goza de exclusividade o comerciante em nome
individual em cuja firma haja um aditamento ao nome. Mas a
solução é duvidosa, por estranhável. O âmbito territorial da
exclusividade é o do “concelho onde se encontrar o (…)
estabelecimento principal” do comerciante em causa (art. 38.º,
n.º 4, RRNPC) e, em casos excepcionais, pode abranger todo o
território nacional (a revogação do art. 38.º, n.º 5, RRNPC, que
consagrava expressamente essa solução, não pode obstar a que
ela continue a ser defendida).]
b) Estabelecimento individual de responsabilidade limitada (art. 40.º
RRNPC; valem aqui, mutatis mutandis, as observações antes
feitas sobre o âmbito territorial de protecção da firma do
comerciante individual)
c) Sociedades comerciais e sociedades civis sob forma comercial:
art. 37.º, n.º 2, RRNPC (“as sociedades comerciais e as
sociedades civis sob forma comercial têm direito ao uso
exclusivo da sua firma em todo o território nacional”)

54. Âmbito merceológico da exclusividade da firma


a) Firmas(-só com)-nomes (art. 10.º, n.º 2, CSC: “Quando a firma da
sociedade for constituída exclusivamente por nomes ou firmas de
todos, algum ou alguns sócios deve ser completamente distinta
das que já se acharem registadas”)
b) Firmas-denominação (ou firmas-objecto) e firmas-mistas (art. 10.º,
n.º 3, CSC: “A firma da sociedade constituída por denominação
particular ou por denominação e nome ou firma de sócio não
pode ser idêntica à firma registada de outra sociedade, ou por tal
forma semelhante que possa induzir em erro”)

55. Princípio da unidade da firma. [No que respeita ao comerciante


individual, o princípio, expressamente afirmado no art. 38.º, n.º 1,
RRNPC, deve ser entendido no sentido de admitir que, sendo ele
titular de várias empresas, lhe assiste o direito de adoptar várias
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firmas (o princípio da unidade, em relação aos comerciantes


individuais, significa, pois, “uma empresa, uma firma”, e não “um
comerciante, uma firma”; este outro sentido do princípio da unidade
vale, sim, para as sociedade comerciais.]

56. Transmissão da firma. Requisitos (art. 44.º RRNPC). A indicação


de sucessão. [Segundo o art. 44.º, n.º 1, RRNPC, a firma adquirida e
a indicação de sucessão não constituem a firma do adquirente
(comerciante individual ou sociedade).]

57. Garantias do direito à firma. Meios de tutela desse direito. [Art.


35.º, n.º 1, RRNPC: “Após o registo definitivo é conferido o direito
ao uso exclusivo de firma ou denominação no âmbito territorial
especialmente definido (…)”; art. 35.º, n.º 3, RNPC: “Salvo no caso
de decisão judicial, a atribuição do direito ao uso exclusivo” de
qualquer firma ou denominação efectuada pelo RNPC não pode ser
sindicada por qualquer entidade, ainda que para efeitos de registo
comercial. Previamente ao registo da firma, há lugar à atribuição do
chamado “certificado de admissibilidade” — arts. 45.º a 59.º
RRNPC —, o qual “constitui mera presunção de exclusividade”: art.
35.º, n.º 2, RRNPC.]

58. Uso ilegal da firma (art. 62.º RRNPC: “O uso ilegal de uma firma
ou denominação confere aos interessados o direito de exigir a sua
proibição, bem como a indemnização pelos danos daí emergentes,
sem prejuízo da correspondente acção criminal, se a ela houver
lugar”)

59. Extinção do direito à firma (art. 60.º, n.º 1, RRNPC: “Cabe ao


RNPC declarar a perda do direito ao uso de firmas ou denominações
quando se verificar terem sido violados os princípios consagrados
nos arts. 32.º e 33.º (…)” — violação do princípio da verdade, do
princípio da novidade e do princípio da licitude. Cfr. ainda art. 61.º
RRNPC, em cujo n.º 1, alíneas a) e b), se prevê: “O RNPC ou
qualquer um dos serviços designados no art. 78.o podem
oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado, declarar a
perda do direito ao uso de firma ou denominação de terceiro,
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mediante prova das seguintes situações: falta de inscrição da


entidade no FCPC, decorrido um ano desde o prazo em que a
mesma deveria ter sido realizada” [vide art. 11.º RRNPC]; “não
exercício de actividade pelo titular da firma ou denominação durante
um período superior de dois anos consecutivos”)

60. Natureza jurídica do direito à firma. [Um direito misto, no qual


confluem elementos jurídico-pessoais — a firma é o nome
comercial do comerciante, sendo que os comerciantes, que as
sociedades são, não têm outro nome que não seja a sua firma — e
elementos jurídico-patrimoniais: a firma é um bem com valor no
tráfico.]

47.ª, 48.ª e 49.ª Lições

MARCA

61. História e tipologia das marcas


a) Os três modelos históricos das marcas: (i) a marca colectiva
obrigatória (marca da corporação); (ii) a marca individual
obrigatória; (iii) a marca individual facultativa
b) As marcas colectivas e as marcas de certificação no actual
Código da Propriedade Industrial (art. 214.º e art. 215.º). [O que
caracteriza estas duas categorias de marcas é a dissociação entre
a titularidade e o uso: aquela é una, este é plúrimo.]
c) Marcas (individuais) de indústria (ou de fábrica), de comércio e
de serviços (art. 208.º CPI)
d) Outras classificações das marcas: (i) marcas (de)nominativas; (ii)
marcas figurativas; (iii) marcas mistas ou figurativo-nominativas;
(iv) marcas simples e marcas complexas; (v) marcas gerais e
marcas especiais; (vi) marcas bidimensionais e marcas tridimen-
sionais (marcas de forma, também se diz); (vii) marcas registadas
e marcas de facto
e) As novas marcas: (i) marcas de cor (acórdão do Tribunal de Jus-
tiça, de 6 de Maio de 2003, Proc. C-104/01, Libertel Groep BV./.
Benelux Markenbureau, Colectânea-I 2003, p. 3793 s.); (ii)
16

marcas sonoras (acórdão do Tribunal de Justiça, de 27 de


Novembro de 2003, Proc. C-283/01, Shield Mark BV. /. Joost
Kist h. o. d. n. Memex, Colectânea-I 2003, p. 14313 s.); (iii)
marcas olfácticas (acórdão do Tribunal de Justiça, de 12 de
Dezembro de 2002, Proc. C-273/00, Ralph Sieckmann,
Colectânea-I 2002, p. 11737 s.)
f) As “marcas da União Europeia” (abreviadamente, “marcas da UE”):
Regulamento (UE) 2017/1001 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 14 de Junho de 2107
g) As marcas de registo internacional (arts. 240.º a 246.º CPI)
17

62. Funções das marcas


a) Funções sócio-económicas: (i) função indicadora de origem ou
proveniência dos produtos ou serviços; (ii) função de garantia;
(iii) função de publicidade
b) Funções jurídicas da marca. [No plano jurídico, não têm que
revelar todas as funções sócio-económicas da marca. Releva, por
certo, a função indicadora da origem, pois que a marca é, na sua
essência, um sinal distintivo (cfr. art. 208.º, in fine, e art. 209.º,
n.º 1, alínea a), CPI). A relevância (jurídica) da função de
publicidade está hoje plasmada na nossa lei (cfr., em especial, o
art. 235.º CPI – a protecção da chamada “marca de prestígio”).
Outro tanto cremos não acontecer em relação à função de
garantia – e isto apesar de o art. 268.º, n.º 2, alínea b), CPI
(parecer) indiciar o contrário; a norma é expressão do princípio
da verdade, que reclama o entendimento de que “a marca nasce
na verdade e morre na mentira”.]

63. Titularidade do direito à marca. [A aquisição do direito à marca não


está condicionada à existência de uma empresa (comercial ou não);
neste sentido depõe o proémio do art. 211.º CPI, no qual se lê: “O
direito ao registo da marca cabe a quem nisso tenha legítimo
interesse (…)”.]

64. Duração do registo da marca e a possibilidade da sua renovação


(art. 247.º CPI)

65. Requisitos de validade da marca (ou, numa outra forma de dizer,


princípios reitores da constituição da marca)
a) Generalidades
b) O princípio da novidade. [No quadro das múltiplas anteriorida-
des destrutivas da novidade de uma marca, vide art. 232.º, n.º 1,
alíneas a) e b), e n.º 2, alínea a), CPI.]
aa) O direito de prioridade (art. 213.º CPI: a chamada “marca
livre”)
bb) A preclusão por tolerância (art. 261.º CPI)
c) O princípio da licitude (vide, nomeadamente, art. 231º, n.º 4, alí-
neas b) e c), n.º 5 e n.º 6, alínea c), CPI)
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d) O princípio da verdade (art. 231.º, n.º 3, alínea d), e n.º 5, alíneas


a) e b), CPI). [O uso como marca do nome de uma localidade,
região ou território, que não é aquele onde o estabelecimento se
encontra instalado, pode tornar a marca deceptiva.]
e) A capacidade distintiva (cf. art. 208.º, in fine, CPI)
aa) O problema das denominações genéricas, das formas neces-
sárias (formas naturais e formas funcionais) e dos chamados
sinais francos – cfr., respectivamente, art. 209.º, n.º 1, alínea
a), e art. 209.º, n.º 1, alíneas b) e d), CPI
bb) O problema das indicações descritivas – cfr. art. 209.º, n.º 1,
alínea c), CPI
cc) O problema dos nomes estrangeiros e das corruptelas
dd) Marcas fracas e marcas fortes (referência às marcas arbitrá-
rias, às marcas de fantasia e às marcas sugestivas ou falantes)
ee) A capacidade distintiva como realidade dinâmica. [As marcas
sem capacidade distintiva podem adquirir essa capacidade e a
inversa também é verdadeira.]
1) A aquisição da capacidade distintiva: a chamada teoria do
secondary meaning (cfr. arts. 231.º, n.º 2, e 259.º, n.º 2, CP I)
2) A perda da capacidade distintiva da marca: a teoria dita da
“vulgarização” (cfr. art. 268.º, n.º 2, alínea a), CPI)

50.ª, 51.ª e 52.ª Lições

66. Extensão do direito à marca


a) O chamado “princípio da especialidade”. [A tutela do direito à
marca – em regra; cfr. infra, neste número, alínea b) – pressupõe
que um terceiro use e/ou registe: (i) um sinal igual para assinalar
produtos ou serviços iguais (“dupla identidade”, assim se diz, e
de cuja existência decorre que se prescinde da prova da
existência de risco de confusão, em qualquer das suas diferentes
modalidades); (ii) um sinal igual para assinalar produtos ou
serviços semelhantes; (iii) um sinal semelhante para assinalar
produtos ou serviços iguais; (iv) um sinal semelhante para
assinalar produtos ou serviços semelhantes.]
b) A protecção das chamadas “marcas de prestígio” (cfr. art. 235.º
CPI). [Há que distinguir entre a marca notória (art. 234.º CPI),
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que rompe com o princípio da territorialidade, e a marca de


prestígio, que rompe com o princípio da especialidade.]
c) Limitações ao direito à marca: (i) o princípio do esgotamento do
direito à marca (art. 253.º CPI); (ii) o caso da marca composta
com “indicações descritivas”, que adquiriram secondary meaning
(art. 254.º, alíneas a) e b), CPI); (iii) a utilização da marca por
terceiro, não já na sua função de marca, mas numa função descri-
tiva (v. g., o fabricante de peças sobressalentes para a indústria
automóvel pode, em princípio, usar a marca do automóvel a que
essas peças se destinam – cfr. art. 254.º, alínea c), CPI)

67. Transmissão e licença da marca


a) Transmissão (art. 30.º, n.ºs 1, 2, 3 e 4, e art. 256.º CPI). [Vale
hoje, entre nós, o sistema de não-conexão (a transmissão da marca
não pressupõe a transmissão da empresa, cujos produtos ou
serviços a marca contratistinge), também dito de cessão livre da
marca.]
b) Licença. Noção (cfr. arts. 31.º e 258.º CPI)
c) Espécies de licenças
aa) Licenças exclusivas e licenças não exclusivas
bb) Licenças totais e licenças parciais
d) As “novas licenças” — o merchandising de marcas. [Em termos
alegóricos, poderíamos dizer que o merchandising (independente-
mente do seu objecto) constitui, do ponto de vista económico, uma
“fábrica de redevances”, do ponto de vista psico-social, uma
“caçada aos sentimentos” e, do ponto de vista jurídico, o “estabe-
lecimento da ilusão como objecto de contrato”. Mantendo o modo
de falar figurado, poder-se-ia ainda dizer que o merchandising
resulta do encontro da vontade dos que têm uma “isca” com a
vontade dos que têm um “anzol”.]
e) A marca como objecto de direitos reais limitados de gozo
(usufruto) e de garantia (penhor)
f) A marca e a insolvência do respectivo titular

68. Extinção do direito à marca


a) Nulidade do registo (art. 259.º CPI)
b) Anulabilidade do registo (art. 260.º CPI)
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c) Processo de declaração de nulidade e de anulação do registo (art.


34.º, n.ºs 2, 3, 4, 6.º, 2ª parte, e 7, e arts. 262.º a 266.º CPI
d) Efeitos da declaração de nulidade e de anulação (art. 35.º CPI)
f) Caducidade do registo (arts. 36.º e 268.º CPI)
aa) Falta de “uso sério da marca” (cfr. art. 267.º, n.º 1, alíneas a),
b) e c), e n.º 2, e corpo do art. 268.º CPI)
bb) “Vulgarização” da marca (scilicet: perda da sua capacidade
distintiva) (art. 268., n.º 2, alínea a))
cc) Deceptividade superveniente (art. 268.º, n.º 2, alínea b))
g) Recursos das decisões do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI) sobre as “declarações de caducidade, declarações
de nulidade e anulações” dos registos de marcas
aa) Recurso judicial (arts. 38.º a 46.º)
bb) Recurso arbitral (arts.47.º a 49.º)

53.ª, 54.ª e 55.ª Lições


LOGÓTIPOS

69. A função primigénia do logótipo: individu(aliz)ar uma entidade indivi-


dual ou colectiva, de carácter público ou privado, que preste servi-
ços ou comercialize produtos (arts. 281.º, n.º 2, e 282-º, CPI). [Não
obstante faltar uma referência expressa às “entidades” cuja
actividade consista na produção de bens corpóreos, não cremos que
elas possam ser excluídas do círculo dos potenciais titulares de
logótipos.]

70. À referida função — que é posta em crise pelo próprio legislador


ao admitir que a mesma entidade possa ser individualizada atra-
vés de diferentes logótipos (art. 283.º, n.º 2, CPI; de resto, não
se vê como seja possível conciliar esta solução com o princípio da
unidade da firma: art. 38.º, n.º 1, RNPC] — acresce, porém,
uma outra: dizendo-se no art. 281.º, n.º 2, in fine, que os logótipos
podem ser utilizados, nomeadamente, em estabelecimentos, anún-
cios, impressos ou correspondência, quis-se que eles passassem a
fazer as vezes dos (antigos) nomes e insígnias de estabelecimento,
21

funcionando, por conseguinte, também como sinais de destinação


objectiva

71. Os diferentes modos de composição dos logótipos (art. 281.º, n.º 1,


CPI: “O logótipo pode ser constituído por um sinal ou conjunto de
sinais susceptíveis de representação gráfica, nomeadamente por
elementos nominativos, figurativos ou por uma combinação de
ambos”). [Há clara similitude entre esta norma e a do art. 208.º CPI.
E, por conseguinte, é legítimo que nos interroguemos: Fará sentido
admitir que uma “entidade” seja individu(aliz)ada por meio de um
desenho (um “boneco”, hoc sensu)? Ou por meio de uma certa
forma ou de um determinado som? Ou, eventualmente, por meio de
um odor?...]
72. Os princípios reitores da composição dos logótipos
a) Capacidade distintiva (vide, nomeadamente, arts. 281.º, n.º 2 e 3,
e 288.º, n.º 1, alíneas b) e c), CPI). [A teoria do secondary meaning,
com a amplitude que vimos ser a sua no que respeita às marcas,
vale também em matérias de logótipos — cfr. arts. 288.º, n.º 2, e
296.º, n.º 2, CPI.]
b) Princípio da licitude (vide, nomeadamente, art. 288.º, n.º 3,
alíneas a), b) e c), n.º 4 e n.º 5, alínea c), CPI)
c) Princípio da verdade (vide, nomeadamente, art. 288.º, n.º 3, alínea
d) e n.º 5, alíneas a) e b), CPI)
d) Princípio da novidade. [No quadro das múltiplas anterioridades
destrutivas da novidade de um logótipo, vide art. 289.º CPI.
Conquanto se não preveja, como em matéria de marcas, a
chamada preclusão por tolerância (art. 267.º CPI), não deixou,
ainda assim, de se permitir o uso de logótipos iguais por duas
“entidades” concorrentes — despublicização do risco de confusão
(art. 290.º CPI).]

73. Extensão do direito ao logótipo (adquirido, note-se, com base no


registo.[Como se lê no art. 291.º CPI, o registo do logótipo - cuja
“duração é de 10 anos, contados da data da respectiva concessão,
podendo ser indefinidamente renovado por iguais períodos” (art.
291.º CPI) — “confere ao seu titular o direito de impedir terceiros
de usar, sem o seu consentimento, qualquer sinal idêntico ou
22

confundível, que constitua imitação ou reprodução do seu”. Esta


norma terá de ser conjugada com a do
art. 289.º, n.º 1, alínea a), CPI, que refere como fundamento de
recusa do registo a reprodução ou imitação, no todo ou em parte, de
logótipo anteriormente registado por outrem para distinguir uma
entidade cuja actividade seja idêntica ou afim à exercida pela
entidade que se pretende distinguir, se for susceptível de induzir o
consumidor em erro ou confusão. Também em matéria de logótipos
vale, pois, o chamado princípio da especialidade.]

74. Transmissão dos (registos de) logótipos (art. 295.º)

75. Extinção do direito ao logótipo


a) Nulidade do registo (art. 296.º CPI)
b) Anulabilidade do registo (art. 297.º CPI)
c) Caducidade do registo (art. 298.º CPI). [Como decorre do art.
281.º, n.º 2, CPI, a utilização do logótipo para individualizar o(s)
estabelecimento(s) do respectivo titular releva exclusivamente da
vontade (e do interesse) deste, ou seja, constitui uma opção, que
ele é livre de fazer ou não. E, por ser assim, é absurdo afirmar que
o registo do logótipo caduca “por motivo de encerramento e
liquidação do estabelecimento” (art. 298.º, alínea a), primeira
parte) — se aceitássemos essa solução teríamos que o titular de
um logótipo registado, que não faz uso dele para individualizar o
seu estabelecimento, não sofreria por esse facto qualquer sanção,
ao passo que o titular de um logótipo registado, que em certo
momento optar por fazer uso dele para individualizar o seu
estabelecimento, vindo depois a decidir-se pelo “encerramento e
liquidação” deste, seria sancionado com a perda do seu direito
sobre o sinal!]

56.ª, 57.ª e 58.ª Lições

TÍTULOS DE CRÉDITO
(em particular a letra de câmbio)
23

Capítulo I
Introdução à teoria dos títulos de crédito

76. Noção de título de crédito


77. Classificação dos títulos de crédito
78. Conceito de letra de câmbio
79. O cheque e a livrança. Distinção da letra de câmbio
80. Função económica da letra de câmbio e sua evolução histórica
81. Fontes do direito cambiário

CAPÍTULO II
Caracteres gerais da obrigação cambiária

82. Incorporação do direito no título


83. Literalidade
84. Abstracção
85. A letra de favor
86. Distinção entre literalidade e abstração. Fundamento na Lei
Uniforme
87. Princípio da autonomia: primeiro sentido. [Autonomia do direito
correlativo às obrigações cambiárias, relativamente ao direito de
portadores anteriores.]
88. Princípio da autonomia (cont.). A obrigação cambiária nas
relações imediatas: o art. 17.º da Lei Uniforme
89. Princípio da autonomia (cont.): segundo sentido. [Autonomia do
direito sobre a letra, relativamente à titularidade do direito de
portadores anteriores.]
90. Princípio da autonomia (cont.): o art. 16.º da Lei Uniforme
91. Requisitos essenciais da letra: art. 1.º da Lei Uniforme
92. Falta de um requisito essencial: art. 2.º da Lei Uniforme

Capítulo III
Negócios cambiários

93. O saque
94. O aceite
95. O endosso
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96. O aval
97. Condições da efectivação dos direitos do portador contra os
obrigados de garantia (art. 43.º da Lei Uniforme)
98. Princípio da solidariedade dos obrigados cambiários. Direitos do
portador
99. Direito do subscritor que pagou a letra (art. 49.º da Lei Uniforme)

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