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Actos de comércio:

critérios objectivo e subjectivo


Uma apresentação muito simplificada
para os alunos da Turma A de Direito
Comercial I da FDUL
Advertência
•  A seguinte exposição é muitíssimo simplificada e, por isso, não
descreve de forma exaustiva a problemática dos actos de
comércio no Direito comercial português;

•  Para fins pedagógicos, isola – simplificando -, os principais


aspectos dos critérios de identificação de actos de comércio;

•  As 200 páginas que antecedem esta matéria no Direito Comercial


do Prof. Menezes Cordeiro também são para ler.
1. Critérios para aplicação do regime

•  Actos de comércio objectivos (artigo 2.º, CCOM):


“todos aqueles que se acharem especialmente
regulados neste Código”;

•  Actos de comércio subjectivos (artigo 2.º CCOM):


“todos os contratos e obrigações dos comerciantes,
que não forem de natureza exclusivamente civil, se
o contrário do próprio acto não resultar”.
1. Critérios para aplicação do regime

•  Actos de comércio:

–  Contratos (compra e venda mercantil)


–  Negócios unilaterais (constituição de SUQ – 270.º-
A, CSC)
–  Actos jurídicos em sentido estrito (endosso de um
cheque, artigo 19.º, Lei Uniforme relativa ao
Cheque)
2. Actos de comércio objectivos

•  Actos de comércio objectivos (artigo 2.º, CCOM):


“todos aqueles que se acharem especialmente
regulados neste Código”;

–  Actos regulados por lei comercial, “nos quais aflore a


característica da especialidade” (AMC, MDC, 190)
–  Lei Comercial não é apenas o CCOM, mas também
diplomas que vieram substituir normas do CCOM e
ainda normas extravagantes comerciais
2. Actos de comércio objectivos

•  Actos de comércio por analogia?

–  O recurso à analogia não permite qualificar actos como


actos de comércio, mas antes descobrir o regime jurídico
aplicável;

–  Não existe qualquer obstáculo para – como princípio


geral – impedir a aplicação analógica de regras
comerciais: terá de se recorrer ao artigo 10.º, CC
2. Actos de comércio objectivos

•  Actos de comércio por analogia?

–  Perante uma lacuna, devemos tentar preenchê-la segundo as


alternativas do artigo 10.º/1 e 3, CC:

•  pela norma aplicável aos casos análogos, sempre que o caso omisso e o
caso previsto na lei comunguem das mesmas razões justificativas de
regulamentação caso (1 e 2); ou

•  pela norma que o próprio intérprete criaria (3);

–  A norma aplicável ao caso análogo pode ser comercial? Sim, desde


que não seja excepcional (artigo 11.º, CC).
2. Actos de comércio objectivos

•  Artigo 230.º, CCOM:

–  “Haver-se-ão por comerciais as empresas, singulares ou colectivas,


que se propuserem:

1.º Transformar, por meio de fábricas ou manufacturas, matérias-primas,


empregando para isso, ou só operários, ou operários e máquinas;
2.º Fornecer, em épocas diferentes, géneros, quer a particulares, quer ao
Estado, mediante preço convencionado;
(...)

Artigo 230.º, CCOM contém uma lista de actos de comércio em


sentido objectivo, ou de actos de comércio em sentido subjectivo?
2. Actos de comércio objectivos

•  Artigo 230.º, CCOM:

–  Lista de actos de comércio objectivos

•  Prof. Menezes Cordeiro: (a) em 1888 a expressão “pessoa


colectiva” não tinha sido introduzida entre nós para expressar
sujeitos jurídicos; (b) ver no artigo 230.º uma nova lista de
comerciantes é dificilmente reconciliável com o artigo 13.º,
CCOM (AMC, MDC, 196-200) (cfr. também, Prof. Coutinho
de Abreu, Curso de Direito Comercial, I)
3. Actos de comércio subjectivos

•  Actos de comércio subjectivos (artigo 2.º


CCOM): “todos os contratos e obrigações dos
comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio
acto não resultar”.
3. Actos de comércio subjectivos

•  Actos de comércio subjectivos (artigo 2.º CCOM): “todos


os contratos e obrigações dos comerciantes, que não
forem de natureza exclusivamente civil, se o contrário
do próprio acto não resultar”.

–  Actos que não estejam regulados no Código Comercial?


–  Actos que não possam ser regulados no Código Comercial?
–  Actos que pela sua natureza não se relacionam com o exercício do
comércio?
–  Actos que em determinado momento não sejam regulados pelo
Direito Comercial?
3. Actos de comércio subjectivos

•  Actos de comércio subjectivos (artigo 2.º


CCOM): “todos os contratos e obrigações dos
comerciantes, que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio
acto não resultar”.

–  Quem é comerciante?
3. Actos de comércio subjectivos

•  Actos de comércio subjectivos (artigo 2.º CCOM):


“todos os contratos e obrigações dos comerciantes,
que não forem de natureza exclusivamente civil, se o
contrário do próprio acto não resultar”.

–  Quem faça do comércio profissão (artigo 13.º, CCOM)


3. Actos de comércio subjectivos

•  Quem faça do comércio profissão (artigo 13.º,


CCOM)

–  1. Prática reiterada/habitual)?
–  2. Prática lucrativa?
–  3. Prática juridicamente autónoma?
–  4. Prática tendencialmente exclusiva?
3. Actos de comércio subjectivos

•  A partir de que momento se adquire a qualidade de


comerciante?

–  Prof. CA: “Em tese geral, diremos que tal início se


determinará pela prática do acto ou dos actos reveladores do
propósito e possibilidade de certo sujeito se dedicar ao
exercício habitual de uma actividade comercial” (CDC, I, 104)

•  Bastam actos preparatórios (arrendamento do local, contratação de


empregados)? Prof. CA: Sim, desde que dos actos se possa concluir o
propósito de explorar uma empresa comercial;

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