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CAP.

5- Os Sistemas Econômicos: Três Modelos Básicos

(bolinha) Sistemas econômicos: suas funções e critérios

-Os sistemas econômicos possuem duas funções básicas: a primeira é definir


as atividades econômicas de determinado local, estabelecendo decisões e em
seguida, mecanismos e sanções para que elas sejam aplicadas e cumpridas. A
segunda é enfrentar e equacionar os problemas econômicos de uma
determinada sociedade e ser capaz de responder as seguintes indagações: “O
que produzir? Como produzir? Para quem produzir?”.

Por meio do caráter psicológico-comportamental, que nada mais é a adesão


dos indivíduos de determinados costumes, leis e tradições, a vida econômica
será desenvolvida e dará origem a um dos três principais sistemas
econômicos: Tradição, Autoridade ou Autonomia.

(bolinha) Sistema Econômico de Tradição: Nesse sistema os padrões


comportamentais de uma determinada sociedade são ratificados, eles não são
imutáveis, porém se modificam de forma lenta e gradual e são imemoráveis,
pois não se tem uma data especifica de quando um costume é incorporado.
Outras características marcantes desse sistema são: o desenvolvimento
secundário da economia que está quase sempre subordinado a outras
atividades; e sua variação, já que cada povo possui culturas e costumes
diferentes.

- O que produzir: A produção é feita de acordo com a necessidade pré-


estabelecida por determinados padrões da sociedade.

- Como produzir: Nesse sistema prevalece a sociedade estamental, por esse


motivo os matérias, os métodos e as técnicas utilizadas na produção são
passadas e repetidas de geração em geração.

- Para quem produzir: Por esse sistema ser orgânico cada um exerce uma
determinada função para que a sociedade prospere, portanto a parcela
disponível do total produzido para cada individuo é equivalente a sua posição
social.
-Pressupostos psicológicos- comportamental: Os três problemas básicos
da economia são resolvidos de maneira harmônica no Sistema de Tradição se
o consenso sobre os valores e os padrões comportamentais não se sofrerem
nenhuma forma de contestação pelos cidadãos.

-Controle: Repúdio natural que gera sanções.

- Aceno Histórico: Esse tipo de Sistema prevaleceu desde o começo da vida


no planeta até a Idade Moderna e ainda hoje se encontra em tribos pequenas.

(bolinha) O Sistema de Autoridade: A principal característica desse sistema é


que o Estado controla e economia, pelo menos as decisões de caráter básico,
por esse motivo os bens econômicos de produção são apropriados pelo poder
político. É importante resalvar que um Sistema Econômico de Autoridade não é
sinônimo de um sistema político autoritário.

- O que produzir: O que deve ser produzido é decidido pelo Comitê Central de
Economia, um órgão governamental que faz planejamentos e metas
econômicas a serem cumpridas . Esse comitê possui delegações ate chegar
ao nível de unidade produtora, que devem se empenhar e fazer o necessário
para atingir os objetivos estabelecidos.

-Como produzir: O Comitê Central com base no plano econômico decide os


matérias e as técnicas utilizadas na produção, normalmente com base nas
informações sobre escassez e abundância .

-Para quem produzir: O Estado tem como intervir de forma direta e


indiretamente o padrão distributivo dos produtos. A forma direta só é possível
em locais com poucos indivíduos, nesse primeiro caso conforme o mérito e a
necessidade o Estado distribui o equivalente de produtos necessários para a
pessoa ter certa qualidade de vida.

A forma indireta de distribuição ocorre quando a economia já é mais


desenvolvida. O Estado ao mesmo tempo é o único empregador e o único
vendedor, o que o possibilita a determinar os diferentes níveis de salário,
conforme a função de cada individuo, e estipular um único preço nos bens de
serviço oferecido. Dessa forma os bens básicos possuem preços acessíveis
para todas as classes e os bens superfalos, apenas para aquelas que possuem
uma renda maior, para isso se da o nome de preços políticos.

Quando ocorre o desaparecimento de um bem nas prateleiras três ações


podem ser tomadas pelo Estado. 1- atender a maior procura e produzir mais;2-
não aumentar a produção nem o preço, apenas estipular uma forma de
racionamento; 3- Aumentar o preço do produto para desincentivar o consumo.

-Controle: É feito pela hierarquia político-administrativo.

-Pressuposto psicológico-comportamental: O sistema Autoritário parte de


um pressuposto positivo, no qual as pessoas acreditam no planejamento no
Estado e de um pressuposto negativo que é uma descrença em outro tipo de
sistema econômico autônomo em que as pessoas são mais livres para tomar
suas próprias decisões.

-Aceno histórico: Esse sistema econômico já foi visto nas missões jesuítas,
nas Revolução Russa de 1917 e até mesmo na Alemanha nazista, como uma
tentativa desesperada de preservar antigos hábitos e ate mesmo reerguer o
Sistema Tradicional.

(bolinha) Sistema Autônomo: Existe nesse sistema uma separação total da


política e da economia, o poder econômico é descentralizado na mão dos
agentes econômicos que tomam suas próprias decisões com base nos
princípios do sistema, como por exemplo, a propriedade privada de todos os
bens.

- Pressuposto psicológico- comportamental: O homo oecconomicus é


aquele que tem como filosofia o hedonismo, ou Lei da Maximização. O homem
visa o maior lucro possível em cima de suas ações, especialmente sobre os
fatores de produção, por isso, dentro do Sistema Autônomo, os agentes
econômicos devem se pautar na lei da oferta e da procura para estabelece um
valor máximo sobre seu produto.

- O que produzir: Quem determina o que deve ser produzido é o consumidor,


principalmente aqueles com maior poder aquisitivo, ele terá o poder de
encarecer ou baratear um produto. Entretanto existe um valor mínimo que o
fabricante precisa cobrar para possuir um lucro, que nada mais é do que a
subtração da receita pelo custo de produção. Quanto mais caro um produto
for mais raro ele é e consequentemente a sua aquisição é mais desejada pela
população.

-Como produzir: Na produção se busca o mínimo de gasto sem que a


mercadoria perca a qualidade esperada pelo seu mercado consumidor. Os
produtos mais escassos serão mais caros enquanto os mais abundantes mais
baratos.

-Para quem produzir: A riqueza e a pobreza nada tem haver com a


contribuição de cada um na sociedade, mas sim na aceitação ou negação da
massa sobre o produto produzido pelo individuo. Assim aqueles que produzem
bens materiais mais escassos logo chegarão a riqueza e os que possuem bem
mais abundantes ficarão na pobreza. O mercado é quem comanda a produção,
a o consumo e a distribuição de bens, o Estado nada intervém a não ser pela
cobrança de tributos.

-Controle: O controle é feito de forma natural, um comerciante que não tem


seu produto bem recebido no mercado, acumulará prejuízos que o farão sair do
negócio ou falir.

- O mercado como sistema: O mercado em si como forma de troca de


mercadoria, sempre existiu e sempre existira independente do sistema
econômico imposto, já o sistema de mercado é o controle das atividades
econômicas.
Cap. 6- A implantação do sistema de autonomia – Um enfoque Histórico

(bolinha) A formação da doutrina liberal: O liberalismo teve origem no fim


do século XVII e inicio do XVIII, seus percussores foram o iluminismo e o
utilitarismo. O iluminismo foi uma revolução intelectual que priorizava a lógica e
a razão do homem a cima de todas as coisas, por esse motivo os Reis
absolutos e a Igreja foram perdendo sua influencia sobre o homem que ganhou
liberdade e cada vez mais se viu como senhor de seu próprio destino e
felicidade. Junto com essa mudança a democracia representativa foi tomando
mais forcas graças as ideias de Rousseau e Montesquieu.

Já a doutrina utilitarista, defendia que a ambição do homem, por ascensão


social e por desfrutar os prazeres da vida não devia ser julgado, pois se
utilizado de forma correta poderia trazer benefícios para toda a sociedade.
Deveria parar de julgar o homem apenas por sua moralidade e ver também os
resultados de suas intenções. Todo esse cenário levou ao fim da Idade
Moderna e inicio da Contemporânea dando espaço para o liberalismo se
desenvolver.

(bolinha) Acontecimentos de 1776:

-Política: Independência dos Estados Unidos completamente baseada nos


princípios de liberdade.

-Economia: A economia se torna uma ciência desvinculada das demais e


possui um caráter liberal, no qual os interesses individuais podem se tornar os
interesses gerais da sociedade. Tudo isso se da por meio do livro de Adam
Smith que encontra uma conexão entre o liberalismo político e econômico.

-Direito: As corporações de oficio foram extintas e cada um ganhou o direito de


exercer qualquer profissão sem precisar ser licenciado para isso.

-Tecnologia: Robert Fulton conseguiu aplicar o principio da maquina vapor que


ia dar origem a Revolução Industrial.
(bolinha) Fundamentos jurídicos do sistema: a partir do sec XVIII a
economia sofreu fortes influencias do movimento constitucionalista e do
desenvolvimento do Direito Civil.

- Movimento constitucionalista: As primeiras constituições liberais foram a


francesa e a americana, nelas os direitos fundamentais dos homens foram
garantidos, limitava-se o poder e a influência do Estado. A constituição foi o
modelo teórico do contrato social de Rousseau e a aplicação da teoria do
tripartido de Montesquieu.

Entretanto o mais importante da constituição foi a separação nítida do plano


político e econômico por meio da omissão. As teses econômicas não sofreram
uma positivação, o dever da lei durante muito tempo era apenas garantir o
necessário para que a economia por meio da ordem natural organiza-se por si
só de forma descentralizada.

- A codificação do Direito privado: Iniciou-se a definição de direito privado


com a instituição dos Códigos Civil e Comercial na era napoleônica. Com a
criação dessas leis se formou uma malha legal que garantia a segurança entre
os negócios feitos pelos cidadãos entre si e diminuiu a participação do Estado
em suas vidas quotidiana. Entretanto não se cogitou os resultados que essas
leis podiam levar e só depois criaram-se distinção entre os bens de produção e
os bens particulares.
Cap 7:

Com o passar do tempo o Liberalismo se mostrou imperfeito, seus principais


mecanismos não funcionaram como esperado e consequentemente a
prosperidade econômica foi abalada. Há seis principais falhas do mercado e
diversas medidas tomadas pelo Estado junto com o Direito para amenizar seus
efeitos negativos.

(bolinha) Rigidez de fatores: falha de mobilidade- O mercado na pratica


mostrou que não se organiza por meio da lei da oferta e da procura. Essa “lei
natural” é falha, pois quando um gênero está em alta, muitos produtores
investem em sua fabricação e até o momento de se poder comercializa-lo de
fato, a mercadoria pode acabar sendo desvalorizado no mercado, por diversos
fatores, como a alta disponibilidade do bem produzido.

O fabricante desse modo não terá lucro suficiente, o que acarretará problemas
microeconômicos, como a alta do desemprego. A proporção que a economia é
um sistema, as falhas do âmbito microeconômico atingirá o âmbito
macroeconômico e com o tempo poderá levar a grandes crises, como a de 29.

-Mobilidade e o Direito: Após a primeira grande crise, medidas


intervencionistas foram tomadas pelo Estado. Com base nas ideias de Keynes,
o governo lançou mais recursos na economia, criando assim o seguro
desemprego e ampliando as obras públicas a fim de gerar empregos. Dessa
forma a economia pode voltar a “girar” e as pessoas voltarem a consumir.
Passada a fase de depressão, o Estado deve retirar seus recursos de forma
excessiva e voltar armazena-los.

(bolinha) Acesso as informações relevantes: falha de transparência: Uma


das bases do liberalismo e da economia descentralizada é que todos tenham
acesso à mesma informação, e dessa forma saber o que consumir e o que
produzir em determinado momento. Com os avanços tecnológicos se esperaria
que esse princípio se fortalecesse, entretanto não é o que acontece, já que
muitas informações são omitidas de forma deliberada tanto para os
consumidores como entre os produtores.

-A informação e o Direito: Tendo em vista essa omissão dos fatos


econômicos, diversas leis surgiram para proteger o consumidor e o comercio, a
fim de defender a chamada “economia popular”. Como é o exemplo do Código
do Consumidor, e o dever dos vendedores de informar os efeitos colaterais de
seu produto ou seus eventuais perigos e a limitação de propagandas
enganosas e abusivas.

Fora do âmbito do consumidor normas jurídicas proíbem as chamadas


“informações privilegiadas”, que nada mais é do que transmissão previa de
informações que podem privilegiar as empresas envolvidas na hora de
aquisições de ações na Bolsa.

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