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Em primeiro lugar, Kula admite falar em um “sistema econômico” como um conjunto maior
que integra de maneira coerente certos fatos econômicos que de outra maneira estariam
dispersos, ressaltando que este sistema possui uma historicidade definida - esta definida por
um conjunto de relações recíprocas que os fatos econômicos de determinado tipo
estabelecem entre si. Assim, do mesmo modo que surgem em uma determinada sociedade
historicamente localizada estas interações específicas de fatos econômicos, relacionadas a
certo padrão que pode ser identificado e decifrado por historiadores e economistas, estas
relações se desfazem a certa altura. Vale dizer, um sistema econômico não é uma realidade
nem estática e eterna - ele, de um lado, apresenta uma dinamicidade própria e uma tendência
a se transformar; e, de outro lado, as transformações podem conduzi-lo, a certa altura, a
adquirir uma outra identidade que já pouco tem a ver com a situação inicial do sistema. Em
uma palavra, um “sistema econômico” possui uma historicidade.
Uma racionalidade econômica não existe ou não existiu como algo dado, que pairava como
uma diretriz impositiva sobre determinada sociedade no tempo. A racionalidade econômica é
uma construção do historiador ou economista para entender determinada sociedade,
particularmente no que se refere aos seus aspectos econômicos e a outros que interferem ou
interagem com a economia. Por outro lado, está racionalidade econômica que vai sendo
construída pelo historiador deve se basear na apreensão da vida econômica de uma sociedade
através dos registros e indícios trazidos pelas fontes, buscando uma aproximação capaz de
perceber o essencial e o predominante que podem ser percebidos naquela sociedade. A
racionalidade econômica é construída na interação entre o pesquisador-pensador e o seu
objeto de estudos.
Socialismo
No século XIX, o capitalismo não estava agradando aos trabalhadores europeus, em razão da
condição de exploração em que viviam. Tal fato fez surgir no continente um sentimento de
mudança. A classe proletária pôde enxergar uma solução no socialismo, que figurava como um
acervo de ideias que tinha como objetivo a implantação de um modelo de sociedade mais
justa, para extinguir a sociedade de classes, na qual os capitalistas exploram os trabalhadores.
A insatisfação e o desejo de mudanças foram reforçados com as ideias de dois grandes
pensadores alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, que dispuseram de um conjunto de ideias
necessárias para a instauração de uma sociedade plenamente socialista. Tais ideias surgiram
após um rigoroso estudo sobre o capitalismo. A implantação do socialismo ocorreu somente
no século XX, mais precisamente em 1917, quando o governo monarquista foi derrubado pela
revolução russa, dando origem à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Na
segunda metade do século XX o socialismo ganhou outros adeptos, como os países do Leste
Europeu, além da China, Cuba e algumas nações africanas e asiáticas. No entanto, com
configurações socialistas distintas. As características do socialismo são completamente
diferentes em relação ao capitalismo, a seguir veja os principais aspectos socialistas: Meios
de produção socializados: no socialismo toda estrutura produtiva, como empresas comerciais,
indústrias, terras agrícolas, dentre outras, são de propriedade da sociedade e gerenciados pelo
Estado. Toda riqueza gerada pelos processos produtivos é igualmente dividida entre todos.
Inexistência de sociedade dividida em classes: como os meios de produção pertencem à
sociedade, existe somente uma classe; a dos proletários. Todos trabalham em conjunto e com
o mesmo propósito: melhorar a sociedade. Por isso não existem empregados nem patrões.
Economia planificada e controlada pelo Estado: o Estado realiza o controle de todos os
segmentos da economia e é responsável por regular a produção e o estoque, o valor do
salário, controle dos preços e etc. Configuração completamente diferente do sistema liberal
que vigora no capitalismo, no qual o próprio mercado controla a economia. Dessa forma, não
há concorrência e variação dos preços.
Sistemas econômicos Abstratos
Sistemas econômicos são tipos ideias de organização da economia, que correspondem aos
princípios que inspiram a organização e funcionamento da economia.
Este sistema teve aplicação pratica em economias feudais africanas e em regimes coletivos da
URSS. No entanto, a doutrina adverte o período da aplicação pura desse sistema as naturais
dificuldades de o Estado, considerada a autoridade central ter informações sobre a
necessidade e prioridade dos agentes econômicos. Por esta via este sistema dificilmente é
aplicado de forma pura nos atuais regimes políticos comunistas.
O consumo é determinado por cada consumidor que define as suas necessidades e prioridade,
confrontando-se as posições de todos através dos mercados livres; a repartição do produto é
feita através dos mercados de fatores de produção, em que uns vendem trabalho, capital,
terra ou técnica, e outros (as unidades de produção) compram esses bens com as receitas da
venda dos seus produtos do mercado.