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Francisco Miguel Lino

Isabel Boaventura Roberto

Jaime José Sardinha

Scarleth da Isaura Mazive

Licenciatura em Ciência Jurídica Investigação Criminal

SISTEMAS ECONÓMICOS E SUAS RELAÇÕES FUNDAMENTAIS

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE


Beira
2023
Francisco Miguel Lino

Isabel Boaventura Roberto

Jaime José Sardinha

Scarleth da Isaura Mazive

SISTEMAS ECONÓMICOS E SUAS RELAÇÕES FUNDAMENTAIS

Docente: Sarandaz Khan

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE


Beira
2023

Índice

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Capitulo I:...................................................................................................................................4

1.1 Introdução.........................................................................................................................4

1.2 Objectivos.........................................................................................................................4

1.2.1 Objectivo geral...........................................................................................................4

1.2.2 Objectivos específicos...............................................................................................4

Capitulo II: Fundamentação teórica...........................................................................................5

2.1 Sistemas económicos........................................................................................................5

2.1.1 Tipos de sistemas económicos...................................................................................5

2.1.2 Fluxo Circular do Produto e da Renda numa Economia de Mercado.......................6

2.1.3 Diagrama de fluxo circular........................................................................................7

2.1.4 Funções dos sistemas económicos.............................................................................8

2.1.5 Formação de preços...................................................................................................8

Capitulo III:..............................................................................................................................12

Considerações finais.............................................................................................................12

Referências bibliográficas....................................................................................................13

Capitulo I:

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1.1 Introdução

A Economia insere-se no campo das Ciências Sociais, pois estuda como a sociedade
emprega os recursos na produção de riqueza e como ocorre a distribuição dessa riqueza entre
seus participantes. Nessa perspectiva, trata não somente com variáveis quantitativas, como
preço e quantidade, mas também com variáveis qualitativas, consideradas não quantificáveis,
como gosto, preferência, expectativas, valoração e incerteza, entre outras.

Economia é definida como uma ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza
estritamente os problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para
a produção de bens; estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção
(terra, trabalho e capital, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos
preços das mercadorias. (Sandroni 2005).

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral

 Falar dos sistemas económicos e suas relações fundamentais.

1.2.2 Objectivos específicos

 Conceitualizar sistemas económicos;


 Descrever os componentes do diagrama circular;
 Mencionar as funções dos sistemas económicos;
 Identificar os factores que influenciam na formação de preços.

Capitulo II: Fundamentação teórica

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2.1 Sistemas económicos

Segundo KULA (1970) Um sistema econômico é, pois, um conjunto de dependências


econômicas reciprocamente ligadas que, pelo fato de estarem vinculadas, surgem mais ou
menos ao mesmo tempo e se desfazem, também, aproximadamente no mesmo momento.
Datar empiricamente a sua aparição e desaparição é fixar os limites cronológicos de um dado
sistema econômico.

KULA (1970) admite falar em um “sistema econômico” como um conjunto maior que integra
de maneira coerente certos fatos econômicos que de outra maneira estariam dispersos,
ressaltando que este sistema possui uma historicidade definida - esta definida por um
conjunto de relações recíprocas que os fatos econômicos de determinado tipo estabelecem
entre si.

Segundo LACOMBE (2004) sistema econômico são sistemas de propriedade, de


forma de decisão sobre a alocação dos recursos produtivos, de determinação de preços, e
demais mecanismos que caracterizam o sistema produtivo de uma sociedade e a distribuição
dos produtos pelos agentes econômicos.

2.1.1 Tipos de sistemas económicos

Segundo FREITAS (2010) existem dois sistemas político-económicos praticados no


mundo, denominado capitalismo e socialismo. Esses se diferem pelas ideias e características
totalmente distintas.

Capitalismo

O sistema capitalista vigora desde o século XVIII. Atualmente, há uma predominância


significativa do capitalismo - esse possui uma série de aspectos essencialmente ligados ao
capital produtivo e sua acumulação. São características clássicas do capitalismo:

 Propriedade privada: consiste no sistema produtivo vinculado à propriedade


individual;
 Lucro: é o principal objetivo capitalista, proveniente do resultado da acumulação de
capital.
 Economia de mercado: livre iniciativa da regulação do mercado, sem ou pouca
intervenção do estado. Esse processo ocorre por meio da oferta e da procura, que
regula os preços e os estoques das mercadorias. O Estado tem a responsabilidade de

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intervir somente em casos delicados e também na implantação de medidas que
garantem instabilidade econômica.
 Divisão de classes: esse é um dos pontos mais polêmicos do capitalismo. De um lado
está uma minoria denominada "capitalista" ou donos dos meios de produção e de
capitais; e do outro lado a maioria chamada "proletários", pessoas que vendem sua
força de trabalho em troca de um salário que garanta saúde, alimentação, transporte,
lazer, etc.

Socialismo

No século XIX, o capitalismo não estava agradando aos trabalhadores europeus, em razão da
condição de exploração em que viviam. Tal fato fez surgir no continente um sentimento de
mudança. A classe proletária pôde enxergar uma solução no socialismo, que figurava como
um acervo de ideias que tinha como objetivo a implantação de um modelo de sociedade mais
justa, para extinguir a sociedade de classes, na qual os capitalistas exploram os trabalhadores.
As características do socialismo são:

 Meios de produção socializados: no socialismo toda estrutura produtiva, como


empresas comerciais, indústrias, terras agrícolas, dentre outras, são de propriedade da
sociedade e gerenciados pelo Estado. Toda riqueza gerada pelos processos produtivos
é igualmente dividida entre todos.
 Inexistência de sociedade dividida em classes: como os meios de produção
pertencem à sociedade, existe somente uma classe; a dos proletários. Todos trabalham
em conjunto e com o mesmo propósito: melhorar a sociedade. Por isso não existem
empregados nem patrões.
 Economia planificada e controlada pelo Estado: o Estado realiza o controlo de
todos os segmentos da economia e é responsável por regular a produção e o estoque, o
valor do salário, controle dos preços e etc.

2.1.2 Fluxo Circular do Produto e da Renda numa Economia de Mercado

O fluxo circular da renda e do produto em uma economia de mercado mostra como são
alocados os recursos na economia. A utilização de mão-de-obra por parte das empresas para
realizar a produção gera a renda das famílias. Através dessa renda, as famílias adquirirem
determinada quantidade de bens disponíveis para o consumo, conforme suas preferências.
Esses bens, produtos, são ofertados pelas mesmas empresas que consomem sua mão-de-obra
e que recebem novamente os salários pagos pelo trabalho através da venda de seus produtos.

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Figura 1. Fluxo circular do produto e da renda numa economia de mercado

2.1.3 Diagrama de fluxo circular

O diagrama do fluxo circular evidencia visualmente as relações econômicas


instituídas e facilita o entendimento no que diz respeito ao funcionamento da economia,
utilizando as seguintes categorias: produtores (organizações), consumidores (famílias),
governo e setor externo.

No diagrama do fluxo circular a existência de relações entre os diversos agentes que


compõem o mercado interno e também a relação desse mercado com o setor externo. Com a
presença de pessoas, empresas (grandes, médias, pequenas, formais e informais) e governos
(municipal, estadual e federal), as relações estabelecidas dão sustentação ao mercado. Isto
acontece em quase todos os lugares, e uma relação direta e indireta com o meio ambiente
acaba sendo processada.

Figura 2. Diagrama do fluxo circular

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2.1.4 Funções dos sistemas económicos

De acordo com MOREIRA (1993) o sistema econômico é o conjunto de relações técnicas,


básicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade.
Independentemente do seu tipo, todo sistema econômico deve, de algum modo, desempenhar
três funções básicas – básicas em Economia –, determinando:

 O que produzir e em que quantidade: definir entre as possibilidades, o que e qual a


quantidade a ser produzida, de modo a satisfazer, o mais adequadamente, à sociedade.
 Como produzir tais bens e serviços: definir quem vai ser o responsável pela
produção, qual a tecnologia a ser empregada, qual o tipo de organização da produção
etc.
 Para quem produzir, ou seja, quem será o consumidor: definir o público-alvo e as
maneiras através das quais o produto deverá atingi-lo.

2.1.5 Formação de preços

A política de formação do preço de venda dos produtos é um dos pontos-chave da


estratégia de marketing de toda e qualquer empresa que almeja o sucesso, sabendo-se que o
estabelecimento de preço, às vezes, torna-se uma decisão crucial para a alta administração,
pois a sobrevivência a longo prazo de uma empresa é ameaçada pela prática errônea de
preços a serem praticados, sendo que esta torna-se ainda mais importante quando a empresa
encontrasse em um mercado inflacionário e altamente competitivo, pois, desta forma, este
exercício torna-se rotineiro e essencial para o sucesso da empresa mediante exigências
impostas pelo mercado em que se encontra.

SARDINHA (1995) define o preço como sendo:

“A quantidade de dinheiro que o consumidor


desembolsa para adquirir um produto e que a empresa
recebe em troca da cessão do mesmo”.

Portanto, a função básica dos preços é a de orientar as empresas no sentido de se utilizarem


racionalmente os recursos disponíveis, injetando no mercado quantidades que sejam
compatíveis com as reais tendências e capacidades de absorção da produção realizada.

Factores que influenciam na formação de preços

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Existem diversos fatores que influenciam diretamente na formação do preço de venda, os
quais devem ser considerados e incorporados aos preços dos produtos a serem ofertados ao
mercado. Para o sucesso da empresa, os fatores ambientais onde a empresa está incluída,
deverão ser as principais variáveis a serem enfocadas para realizarem uma correta formação
do preço de venda.

Em toda esta estrutura, encontram-se os fatores endógenos e os fatores exógenos, definidos


por SARDINHA (1995) como sendo:

“As variáveis exógenas são os fatores do macroambiente e as


variáveis endógenas, a decisão de preço resultando em um
modelo composto da estrutura da indústria na qual ela se
enquadra, do perfil da demanda com o qual ela defronta, do
estágio do ciclo de vida do produto, da legislação em vigor e
dos fatores tecnológicos”.

Conhecer, avaliar e aplicar adequadamente os fatores ambientais com o qual os produtos


estarão sujeitos a sua incidência, na escolha da política de preços mais adequada a ser
aplicada, sendo estes:

Inflação

FREZATTI (1988) diz que a inflação é o fenômeno que ocorre quando a demanda por
bens cresce mais depressa do que a produção desses mesmos bens.

É importante enfatizar-se este fator, pois este em uma economia inflacionária, é um dos que
mais contribui para esta formação, pois em épocas passadas, porém, não muito distantes era
sem dúvida a maior inimiga do trabalhador.

Impostos

Outro ponto relevante na formação do preço de venda é o controle efetuado pelas entidades
governamentais, através de impostos incidentes sobre a operacionalização da empresa.
Segundo FREZATTI (1988), este controle:

"... Pode ser mais ou menos rígido dependendo do momento vivido


pelo país, bem como do nível de descontrole inflacionário, faz com que
o mercado seja distorcido e o desequilíbrio passe a existir na demanda

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e por outro lado, ele é mais rígido, só permitindo o aumento após
análises e consultas".

Fornecedores

FREZATTI (1988) relaciona ainda os fornecedores como um dos pontos importantes para a
formação do preço de venda, definindo-os como sendo:

"... as fontes de recursos, tais como: matérias-primas,


mão-de-obra, máquinas, equipamentos e outros
materiais".

Os fornecedores tem influência sobre a formação de preços, em função de que a empresa


efetua para eles, desembolsos que deverão ser repassados na venda dos produtos, sem
esquecer que o transporte até o consumidor final também está incluso na conta de
fornecedores.

Custos operacionais fixos

Aqui reside a maior dificuldade encontrada pelos empresários de pequeno porte, pois, estes
tem grande dificuldade em distinguir e separar os custos fixos e os custos variáveis
pertinentes a empresa. Sabe-se que, custo é todo o gasto efetuado pela empresa para poder
operacionalizar e comercializar seus produtos. Segundo MOREIRA (1988):

“Numa empresa típica, existem dois tipos de custos: fixos e variáveis. Os


custos fixos são relacionados ao capital empregado, plantas e equipamentos e
devem ser pagos até quando a firma não produza absolutamente nada. Os
custos variáveis são pagos em função do nível de produção e são relacionados
a matéria-prima, energia elétrica, mão-de- obra e outros bens intermediários”.

Margem de lucro

Deve-se crer que toda empresa é uma entidade com fins econômicos, isto é, tem como
objetivo o lucro, sendo assim é necessário incorporar-se ao preço de venda um percentual que
acha-se o mais adequado e necessário aos objetivos da empresa.

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A empresa que conseguir melhorar sua eficiência e reduzir progressivamente seu
custo estará obtendo um resultado econômico cada vez melhor, pois segundo SILVA (1999) a
empresa deve.

“Oferecer mais valor ao cliente por um custo equivalente (isto é, diferenciado) ou


valor equivalente por um custo inferior (isto é, baixo custo). Assim, a análise da cadeia de
valor é essencial para determinar exatamente onde, na cadeia de cliente, o valor pode ser
aumentado ou os custos reduzidos”.

Ciclo de vida do produto

SARDINHA (1995), relata que o ciclo de vida dos produtos é composto por quatro
estágios distintos, iniciando-se pela fase introdutória, sendo esta a fase onde a empresa corre
o maior risco de sofrer o prejuízo da não-aceitação do produto no mercado, pois esta é a fase
do lançamento do produto no mercado, onde foram investidos em inovações tecnológicas,
marketing, tempo do pessoal para desenvolvimento do produto, dentre outras de igual teor e
importância para a empresa.

Demanda

SARDINHA (1995) coloca que são:

“As necessidades que movem a demanda, expressas nas


próprias dimensões do produto, que induzem os ofertantes a se
organizarem sob certas condições estruturais.”

Ele ainda complementa este pensamento dizendo que o perfil apresentado pela demanda de
um determinado nicho de mercado determina a estruturação e como irão se comportar os
produtores de determinado produto e vice-versa.

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Capitulo III:

Considerações finais

Após o fim do trabalho constata-se que um sistema econômico é um conjunto de


dependências econômicas reciprocamente ligadas que, pelo fato de estarem vinculadas,
surgem mais ou menos ao mesmo tempo e se desfazem, também, aproximadamente no
mesmo momento. Datar empiricamente a sua aparição e desaparição é fixar os limites
cronológicos de um dado sistema econômico. E elaborar a teoria econômica de um sistema
econômico dado é determinar (e ainda empiricamente) a lista mais completa possível das
relações de dependência que o mesmo admite e determinar as vinculações recíprocas que
fazem deste conjunto de relações um sistema único.

E também como um conjunto maior que íntegra de maneira coerente certos fatos
econômicos que de outra maneira estariam dispersos, ressaltando que este sistema possui uma
historicidade definida - esta definida por um conjunto de relações recíprocas que os fatos
econômicos de determinado tipo estabelecem entre si. Assim, do mesmo modo que surgem
em uma determinada sociedade historicamente localizada estas interações específicas de fatos
econômicos, relacionadas a certo padrão que pode ser identificado e decifrado por
historiadores e economistas, estas relações se desfazem a certa altura.

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Referências bibliográficas

FREITAS, E. (2010). As características do socialismo e do capitalismo. Brasil


Escola.

FREZATTI, F. (1988). Modelos de Administração de Preços em Ambiente


Inflacionário. Dissertação de Mestrado apresentada à FEA/USP, São Paulo.

KULA, W. (1979). “Da Tipologia dos Sistemas Econômicos”. In: FOURASTIÉ, J.


Economia. Rio de Janeiro: Editora FGV.

LACOMBE, F. J. M. (2004). Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva.

MOREIRA, J. O. C. (1993). Economia: notas introdutórias. São Paulo: Atlas.

SARDINHA, J. C. (1995). Formação de Preços: A Arte do Negócio. São Paulo. Ed.


Makron Books.

SELVA, S. L. (1999). Um Instrumento de Avaliação de Desempenho de Recursos


Humanos com o Uso do Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC).

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