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Avaliação março 2024 – Matriz

A intervenção do Estado na atividade


-Caracterizar a estrutura do setor público em Portugal (Setor
Público Administrativo e Setor Público Empresarial);

Setor publico: “É constituído por entidades controladas pelo Estado. Inclui o setor publico
administrativo (SPA), ou seja, a atividade administrativa do Estado e o setor publico
empresarial (SPE), isto é, a atividade do Estado enquanto produtor de bens e serviços.

 O Estado tem a função de criar as condições necessárias ao desenvolvimento


da economia e à melhoria das condições de vida das populações, mas também é
interveniente direto na produção de bens e serviços, através de do Setor Público
Empresarial (SPE)

Estrutura do setor publico NÃO É IGUAL À estrutura do Estado


 Algumas atividades do SPA

- Gestão administrativa do aparelho do Estado (Ministérios e outros departamentos


públicos)

- Exercício da segurança do território, através das forças armadas e das polícias e a


administração da justiça através dos tribunais

- Lançamento de infraestruturas (hospitais, pontes, escolas, ...)

- Manutenção dos serviços que asseguram a satisfação das necessidades essenciais da


população (ensino gratuito, assistência médica, …)

O Setor empresarial Estado

• Empresas Públicas

São aquelas cuja propriedade é do Estado, ou seja, em que o Estado detém mais de 50%
do capital ou dos direitos de voto ou a capacidade de designar ou destituir a maioria dos
membros dos órgãos de administração ou fiscalização.

Ex. CP, Comboios de Portugal

• Empresas Participadas
São aquelas em que o Estado detém uma participação permanente no capital, mas não
reune os requisitos para ter uma influência dominante

Ex: ISQ, Instituto da Soldadura Qualidade

Entidades Públicas Empresariais (EPE)

 São pessoas coletivas (sociedades) de natureza empresarial, com fim lucrativo, que
visam a prestação de bens e serviços de interesse público, nas quais o Estado ou
outras entidades públicas estaduais detêm a totalidade do capital.

Exemplos: Centro Hospitalar do Porto, EPE

O Peso do SEE
(Nacionalizações e Privatizações)

Após o 25 de Abril de 1974, o Setor Público ganha um enorme peso, resultado dos
processos de nacionalização (transferência da propriedade de uma empresa privada para o
Estado) ocorridos.

Fatores que justificam as nacionalizações: importância da empresa; situação de


desagregação da empresa; não satisfação das necessidades da população; má
administração e boicote aos objetivos económicos do Estado;

 Atualmente, por força das privatizações (alienação, total ou parcial, do capital de uma
empresa pública), o peso do SPE, ou seja o peso deste setor no PIB tem diminuindo.

 As privatizações mais significativas registaram-se na banca, nos seguros, nas


telecomunicações, na energia, nos correios, nos cimentos, ...
-Justificar a intervenção do Estado na atividade económica
(promover a eficiência, a estabilidade e a equidade);

o mercado, por si só, não é capaz de prevenir as crises e os seus efeitos económicos e
sociais, garantindo o equilíbrio da economia. É, assim, necessário que o Estado
intervenha na economia, a fim de promover a estabilidade, o desenvolvimento
económico e a justiça social. – Equidade, Estabilidade e Eficiência.

Razões que justificam a intervenção do Estado na atividade económica-

-Promoção da equidade

Equidade: “Maior igualdade de oportunidades e justiça social, através de medidas de apoio às


pessoas mais desfavorecidas.”

 A repartição do rendimento efetuada pelo mercado nem sempre é justa, gerando


desigualdades económicas e sociais.
Orientado por princípios de justiça social o Estado promove a equidade, ou seja, atua
no sentido de garantir uma distribuição do rendimento mais justa através da
redistribuição do rendimento.

 Por si só o mercado não gera equidade. Para isso o Estado tem de intervir,
promovendo uma distribuição dos rendimentos mais equitativa, criando
medidas de apoio aos estratos sociais de baixos rendimentos de forma a
satisfazer as necessidades básicas e fornecendo bens públicos.

-Promoção da estabilidade

Estabilidade:” Redução das flutuações da atividade económica para que esta estabilize
e as crises económicas e financeiras sejam minimizadas.”.

 Cabe ao Estado antecipar as fases de expansão e de recessão da economia,


tomando medidas que diminuam a amplitude das flutuações da atividade
económica.
 Assim, a intervenção do estado é económica, e tem como objetivo garantir a
estabilidade da economia. Os objetivos são:
-Estabilidade dos preços e do valor da moeda
-Criação de emprego
-Equilíbrio das contas externas e das contas públicas

Tudo isto é indispensável para o bom funcionamento da economia.


Ex.: atuar contra o aumento de preços e do desemprego, e contra a estagnação ou
redução da produção.

-Promoção da eficiência

Eficiência: “Corresponde à capacidade de se produzir algo com o mínimo de recursos utilizados


e ao mais baixo custo (económico, social, ambiental, etc.).”.

 O Estado promove a eficiência através de uma eficaz utilização dos recursos,


reduzindo os custos de produção e os desperdícios, por exemplo.

No entanto nem sempre é possível obter a minimização dos custos de produção:

-As economias atuais são caracterizadas por mercados de concorrência


imperfeita, dominados pelos monopólios, oligopólios e concorrência
monopolística, em que os mecanismos da autorregulação da concorrência
perfeita não são respeitados.

-As grandes empresas não utilizam, muitas vezes, as técnicas que possibilitam a
minimização dos custos de produção, a redução dos desperdícios ou a defesa do
meio ambiente porque, ao dominarem o mercado, conseguem impor preços mais
elevados a par de uma oferta também elevada.

-O conceito de eficiência de uma empresa pode não coincidir com o da sociedade,


isto é, o interesse privado pode não se encontrar em sintonia com o interesse
social.

-Falhas de mercado:

-Concorrência imperfeita

-Externalidades

-Bens públicos
Equidade: Fornecimento de bens públicos;

Eficiência: Incentivos do estado à eficiência energética dos edifícios;

Estabilidade: Apoio à criação de emprego;

-Explicitar os instrumentos de intervenção do Estado na esfera


económica e social (planeamento e políticas económicas e sociais);

Para atingir as 3 grandes finalidades, o Estado socorre-se a 3 instrumentos: o planeamento


económico, as políticas económicas e sociais e o Orçamento de Estado.

O planeamento económico e as politicas económicas e sociais encaixam-se na esfera


económica e social.
Planeamento económico

-Instrumento de intervenção do Estado na economia, indispensável ao seu desenvolvimento


equilibrado e articulado. É imperativo para o setor público e indicativo para o setor privado.

O planeamento permite articular as diferentes iniciativas públicas e privadas, nos domínios


económico e social, no sentido de potenciar as capacidades da economia e, assim, maximizar a
satisfação das necessidades individuais e coletivas, com o mínimo de dispêndio de recursos
materiais, financeiros e humanos.

A atividade planificadora exige que se inventariem os recursos e as necessidades de


satisfação prioritária (ramos de atividade a incentivar, tipo de subsídios a conceder e
definição de regiões a apoiar, etc), que se fixem e quantifiquem os objetivos a alcançar
e que se estabeleçam prazos.

Cabe ao governo a elaboração de planos para o desenvolvimento . .


. económico e social do paíis, de acordo com os objetivos previamente
. definidos

Alguns objetivos dos planos: a promoção do crescimento económico, o desenvolvimento


articulado dos setores e regiões, uma distribuição mais justa do Produto nacional, a
coordenação das diferentes politicas económicas, a proteção da sociedade rural, etc.

A intervenção do Estado nas economias capitalistas NÃO põe em causa a propriedade privada,
antes tem por objetivo oferecer ás empresas privadas o enquadramento da sua atividade
dentro do contexto económico nacional.

Assim, estas podem elaborar os seus planos de atividade, de forma consentânea com a
economia nacional.

Plano nacional:

Indicativo para o setor privado. Para que os objetivos definidos nos planos sejam
efetivamente atingidos, o Estado lança mão de determinadas estratégias,
nomeadamente políticas fiscais e regulamentação de preços, etc.
Imperativo para o setor público. As empresas públicas são obrigadas a cumprir os
objetivos e os meios definidos pelo plano económico.
O planeamento, apesar das suas limitações, constitui um instrumento indispensável ao
desenvolvimento articulado de toda economia, pois permite adequar os recursos
existentes ás necessidades da coletividade.

Politicas económicas e sociais do Estado

O Estado intervém na esfera económica e social com o objetivo de prevenir e corrigir os


desequilíbrios inerentes ao funcionamento da economia, regulando a atividade económica e
redistribuindo os rendimentos.

Para tal, recorre a vários instrumentos como as politicas económicas e sociais.

-Apresentar o conceito de Orçamento do Estado;

Orçamento do Estado

--Documento onde estão previstas as despesas e receitas do Estado para um determinado


período de tempo, geralmente um ano, constituindo um instrumento de intervenção do
Estado na esfera económica e social.

 Em Portugal, é da competência da Assembleia da República aprovar o Orçamento do


Estado, como dispõe a Constituição da República Portuguesa.

-Distinguir receitas públicas de despesas públicas (correntes e de


capital) e apresentar exemplos de receitas e de despesas públicas;

Receitas públicas

Meios financeiros de que o Estado dispõe para financiar as suas despesas. Podem ser
correntes ou de capital.
Impostos- podem ser:

- Progressivos, caso do IRS e IRC, quando sobre os maiores rendimentos é aplicada uma taxa
maior,

- Proporcionais (quando a taxa a aplicar sobre os rendimentos é fixa), ou

- Regressivos, quando diminuem relativamente ao acréscimo de rendimento das famílias, caso


do IVA.
Efeitos das receitas fiscais

Os impostos progressivos sobre o rendimento (sobre os rendimentos mais elevados é aplicada


uma taxa maior)

 são um importante instrumento para diminuir as desigualdades sociais e promover a


equidade.

Os impostos regressivos — os impostos indiretos — têm efeitos diferentes no rendimento das


famílias.

 Quando estas adquirem um determinado bem no mercado pagam igualmente a


mesma parcela de IVA. Neste caso, o mesmo valor de IVA terá um maior peso no
rendimento das famílias com menor rendimento.
Despesas públicas

Utilização de recursos por entidades públicas na aquisição de bens ou serviços para a


satisfação das necessidades coletivas.

 Despesas correntes

-Vencimentos, transferências sociais (pensões de reforma, viuvez e outros subsídios


destinados às famílias mais carenciadas), compra de bens duradouros e pagamento de juros da
dívida pública.

 Despesas de capital

-Investimentos em capital fixo (construção de infraestruturas, aquisição de equipamentos e de


tecnologias), transferências de capital, compra de ações, reembolsos dos empréstimos.
-Calcular e classificar os saldos orçamentais (corrente, de capital,
global e primário) e explicitar a evolução desses saldos, em
Portugal, em percentagem do PIB;

Saldo orçamental

-Diferença entre as receitas e as despesas públicas.

Saldo orçamental corrente

• Diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes.

Saldo orçamental de capital

• Diferença entre as receitas de capital e as despesas de capital.

Saldo orçamental global

• Diferença entre o valor total das receitas públicas, com exceção da emissão da
dívida pública, e o valor total das despesas públicas, com exceção das
amortizações da dívida pública.

Saldo orçamental primário

• Corresponde ao saldo orçamental global, excluindo os juros da dívida pública e


outros encargos.

Os países da Área Euro devem cumprir os seguintes critérios:


 O défice orçamental não pode exceder os 3% do PIB
 A dívida pública não pode exceder 60% do PIB
-Explicar a importância do Orçamento do Estado como
instrumento de intervenção económica e social;

Importância do Orçamento do Estado como instrumento de intervenção económica e social

A criação de emprego no setor público, o aumento dos vencimentos dos funcionários e as


transferências sociais para as famílias estimulam a procura.

O Estado também prossegue políticas de redistribuição dos rendimentos, através da fixação de


impostos progressivos e de transferências sociais para as famílias.

O investimento público conduz ao crescimento da procura, bem como ao incremento do


emprego e à dinamização da atividade económica.

É através do Orçamento do Estado que o Estado combate os efeitos das crises económicas e
sociais e promove a estabilidade, apoia a recuperação e a sustentabilidade da economia e
promove a equidade.

-Dar exemplos de politicas económicas e sociais do Estado,


identificando os seus objetivos e instrumentos;

• Política fiscal

• Política orçamental

• Política monetária

• Política de preços

• Combate ao desemprego

• Redistribuição dos rendimentos


Política fiscal

Os impostos, enquanto principal instrumento das políticas fiscais, têm como principais
objetivos a equidade e a estabilidade, através dos impostos progressivos.

POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA Pode acentuar o défice


orçamental e produzir tensões
 Diminuição dos impostos inflacionárias.

Aumento da procura

Aumento do consumo

Crescimento do investimento

Aumento da produção e da produtividade

Aumento do emprego

Aumento dos preços

Inversamente, se o objetivo for, por exemplo, a diminuição do défice orçamental, o Estado


aumentará os impostos para arrecadar maior valor de receitas; desta forma, fará diminuir o
consumo e o investimento — política fiscal restritiva ou contracionista.

Reduz o défice orçamental, mas pode comprometer o crescimento económico e aumentar o


desemprego.

Política orçamental

Tem como principais objetivos corrigir os excessos do ciclo económico e promover a


estabilidade. Os seus instrumentos são as receitas e as despesas públicas.

O ciclo económico é constituído por períodos de expansão económica e de recessão


económica.
 Política orçamental Restritiva, retracionista ou contracionista

Através da redução das despesas e do aumento das receitas públicas, no sentido de minimizar
os desequilíbrios provocados pela expansão da atividade económica.

 Política orçamental Expansionista

Através do aumento das despesas públicas e da redução dos impostos, atuará com a finalidade
de inverter a fase recessiva do ciclo económico.

Política monetária

Tem como principal objetivo o controlo da oferta de moeda e manter a estabilidade dos
preços. Os seus instrumentos são as taxas de juro, as operações de open market, as reservas
bancárias, os limites ao crédito e a taxa de câmbio.

POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA (objetivo: aumentar a oferta da moeda)

• Redução das taxas de juro.

• Compra de títulos em open market pelo Banco Central aos bancos comerciais.

• Diminuição das reservas bancárias.

• Inexistência de limites ao crédito.

• Revalorização da moeda nacional.

AUMENTO DA OFERTA DE MOEDA. Esta medida promove o crescimento económico,


mas pode aumentar o défice orçamental externo e provocar tensões inflacionistas devido ao
aumento de importação de bens de consumo e de bens de investimento.

POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA (objetivo: diminuir a oferta da moeda)

• Aumento das taxas de juro.

• Venda de títulos em open market pelo Banco Central aos bancos comerciais.

• Aumento das reservas bancárias.

• Imposição de limites ao crédito.

• Desvalorização da moeda nacional.

REDUÇÃO DA OFERTA DE MOEDA- consequente redução do défice externo e da inflação.


Podem conduzir à estagnação/ redução da atividade económica, dada a diminuição do
consumo e do investimento.
Interdependência entre as políticas orçamental e monetária restritivas:

 Numa situação de risco de inflação e de sobreaquecimento da economia, a politica


monetária deverá adotar medidas restritivas de forma a diminuir a oferta de moeda
em circulação e desincentivar a procura, contribuindo para a diminuição dos preços;
 do lado orçamental, as politicas restritivas a tomar, como o aumento de impostos e a
diminuição da despesa pública, irão contribuir para a diminuição da procura (pelo
consumo e investimento), provocando a descida de preços.
Política de preços- Tem como objetivo o controlo dos preços e da inflação.

Os seus instrumentos são:

 a fixação pelo Estado dos preços de bens essenciais (pão);

 o controlo administrativo dos preços- para que estes não sofram distorções por parte
das empresas;

 o controlo dos preços dos bens públicos (produzidos pelo SPE);

A política de preços, numa economia globalizada e cada vez mais competitiva, tem vindo a
deixar de ser regulada pelos Estados, exceto no que diz respeito ao preço de alguns bens ainda
não sujeitos às leis do mercado, como, por exemplo, os transportes públicos.

! IHPC !

Políticas sociais

-O Estado, através das políticas sociais, promove o combate ao desemprego, a redução das
desigualdades sociais, a justiça social e a equidade.

Exemplos de políticas sociais do Estado:

-Combate ao desemprego

-Redistribuição dos rendimentos

Políticas Objetivos Medidas


sociais

do Estado

Combate ao • Redução da taxa • Do lado da procura de trabalho (do lado das


desemprego de desemprego empresas): descida ou congelamento dos
salários e dos encargos sociais suportados pela
• Aumento do
entidade patronal, através de subsídios
emprego
concedidos pelo Estado às empresas, e a
flexibilização do mercado de trabalho.

• Do lado da oferta de trabalho (dos


trabalhadores): diminuição da idade de reforma
e desenvolvimento do nível educacional, da
qualificação profissional e formação
permanente, ao longo da vida ativa, para
possibilitar a manutenção do trabalhador no
mercado de trabalho.

• De partilha de trabalho: redução do horário de


trabalho, acordos de empresa para salvaguardar
os postos de trabalho, +artilha do mesmo posto
de trabalho por dois trabalhadores que ficam a
trabalhar em part-time.

Redistribuiçã • Redução das • Impostos diretos progressivos


o dos desigualdades
• Aumento das transferências sociais
rendimentos sociais
• Oferta de bens públicos
• Promoção da
equidade

• Reforço da coesão
social

Política de redistribuição dos rendimentos

A distribuição primária de rendimentos não anula as desigualdades sociais. Por isso utilizamos,
depois desta, a Política de redistribuição dos rendimentos. Através de:

• Impostos progressivos

• Transferências sociais

• Oferta de bens públicos

Disto resulta:
• Menores assimetrias na repartição dos rendimentos

• Maior coesão social

A implementação de uma política de redistribuição dos rendimentos é fundamental para fazer


face à situação originada na distribuição primária dos rendimentos. Esta política utiliza os
instrumentos de outras políticas, como, por exemplo, os das políticas fiscal e orçamental.

Algumas medidas da política de redistribuição dos rendimentos – exemplos de transferências


sociais:

• Pensões de velhice – prestação pecuniária mensal do regime geral de segurança


social, destinada a proteger os beneficiários quando atingem a idade mínima
legalmente presumida como adequada para a cessação do exercício da atividade
profissional
• Subsídios aos trabalhadores em situação de lay-off – transferência social que
compensa a perda de salário resultante da redução temporária dos períodos normais
de trabalho ou de uma suspensão dos contratos de trabalho por iniciativa das
empresas, durante um determinado período de tempo, em circunstâncias previstas na
lei.
• Subsídio de desemprego – prestação paga mensalmente a quem perdeu o emprego
de forma involuntária e que se encontre inscrito no serviço de emprego.
• Abono de família para crianças e jovens – prestação em dinheiro, atribuída
mensalmente, com o objetivo de compensar os encargos familiares respeitantes ao
sustento e educação das crianças e jovens.
• Rendimento Social de Inserção (RSI) – transferência social que se destina aos
indivíduos de rendimentos muito reduzidos. É um montante indexado ao valor
legalmente fixado para a pensão social do subsistema de solidariedade e calculado por
referência à composição dos agregados familiares.
• Complemento Solidário para Idosos (CSI) – apoio em dinheiro, pago mensalmente aos
idosos de baixos recursos, com idade igual ou superior à idade normal de acesso à
pensão de velhice.

Políticas económicas e sociais


Síntese:

Políticas
económicas Objetivos Instrumentos
e sociais

• Estabilidade • Impostos

Política • Equidade

fiscal • Redistribuição dos rendimentos

• Crescimento económico

• Correção dos excessos do ciclo • Receitas públicas


económico
• Despesas públicas
Política orçamental
• Estabilidade

• Crescimento económico

• Controlo da oferta de moeda • Taxas de juro

• Estabilidade dos preços • Open market

Política monetária • Reservas bancárias

• Limites ao crédito

• Taxa de câmbio

• Controlo dos preços e da • Controlo administrativo dos preços


Política
inflação
• Controlo dos preços dos bens
de preços
• Fixação de preços produzidos pelo SPE

• Redução da taxa de • Atuação no mercado de trabalho (oferta


Política de combate desemprego e procura de trabalho)
ao desemprego
• Aumento do emprego • Partilha de trabalho

• Redução das assimetrias sociais • Impostos diretos progressivos


Política de
redistribuição dos • Promoção da equidade • Transferências sociais
rendimentos
• Reforço da coesão social • Oferta de bens públicos

10º ano
Preços e Mercados

-Compreender o mecanismo de mercado;

Mecanismo de mercado: processo de interação entre compradores (procura) e vendedores


(oferta) do qual resulta um preço de mercado e uma quantidade que satisfaz ambos os
intervenientes.

-Relacionar a oferta e a procura com a variação de preços;

Preço dos bens

-Depende de vários fatores:

-Mecanismo de mercado

• Procura (número de compradores)

• Oferta (número de vendedores)

Procura > oferta sobre o preço

Oferta > procura desce o preço

-Custos de produção (matérias-primas, equipamentos, salários, tecnologias)

Se aumentarem os custos de produção aumentam os preços de venda.

-Relacionar as deslocações das curvas da procura e da oferta com


variações das suas determinantes;
Pg.141

OFERTA:

Quantidade de bens e serviços que os vendedores estão dispostos a colocar no mercado, a um


determinado preço, num dado momento.

 As decisões dos produtores são condicionadas pela possibilidade de lucro, isto é, a


oferta depende da relação preço-custo.

A decisão de produzir, ou seja, as quantidades que o produtor decide produzir dependem do


preço e de outros fatores, onde se destacam a tecnologia adotada pela empresa produtora.

Se a empresa for tecnologicamente avançada, produzindo grandes quantidades e a


preços baixos, estará no mercado em quaisquer condições, produzindo com lucro.
Já uma empresa com tecnologia obsoleta só conseguirá produzir com custos elevados,
a que correspondem preços de mercado igualmente elevados e pouco competitivos, o
que poderá desincentivar os produtores a produzir, originando uma redução da
quantidade oferecida. Ou seja: a preços de mercado baixos poucas empresas
produzem (preços baixos= poucas quantidades oferecidas; preços altos= muitas
quantidades oferecidas). Assim se explica a relação direta entre as variáveis preço e
quantidade.
Lei da oferta: a quantidade oferecida de um bem varia na razão direta do respetivo preço.

Quando um preço aumenta a quantidade oferecida também aumenta.

Curva da oferta: conjunto de pontos que representam o comportamento dos produtores de


determinado bem.

Fatores determinantes da oferta:

• Custo dos fatores de produção- como custos salariais, os preços das matérias-primas e
subsidiárias, etc. O aumento dos custos dos fatores de produção levam à diminuição
da quantidade oferecida.
• Tecnologia- novas tecnologias podem aumentar a produtividade e consequentemente
na diminuição dos custos de produção, o que leva ao aumento da quantidade
oferecida.
• Preços de outros bens- se o preço dos outros bens se alterar, a quantidade oferecida
altera-se de forma direta no caso dos bens complementares, e de forma inversa no
caso dos bens substituíveis.
• Sazonalidade- alguns bens têm épocas de maturação e recolha, que por isso, surgem
no mercado em quantidades superiores à procura; em consequência, o seu preço de
venda diminui com o objetivo de fomentar a procura e escoar a produção.
• Condições climáticas- um bom ano agrícola = maior volume de produção = maior
oferta e menor preço de mercado.
• Expectativas dos produtores- se os produtores previrem que o preço de venda de um
bem vai descer, eles vão baixar o volume de produção esperando, assim, que a
diminuição da quantidade produzida faça inverter a tendência de decréscimo do
preço, reservando a produção do bem para quando o preço voltar a subir.

Deslocamentos ao longo da curva da oferta: resultam de variações dos preços, mantendo-se


os outros fatores constantes.

Deslocamentos para novas curvas da oferta: resultam de variações de um dos outros fatores,
por exemplo, o aumento dos custos de produção, mantendo-se os outros fatores constantes.
Moeda e Inflação

- Caracterizar a evolução da moeda ao longo da História

Evolução da moeda – tipos e funções


Troca direta - produto por produto.

Quando surge a moeda:

Troca indireta - a moeda é utilizada como intermediária nas trocas.

Troca indireta

Moeda-

• Bem aceite por todos como intermediário nas trocas.

• Facilita as trocas, contribuindo para o desenvolvimento da atividade económica,


nomeadamente da atividade comercial.

Tipos de moeda

 Moeda mercadoria

Nas sociedades primitivas, muitos foram os bens utilizados como moeda.


Exemplos: gado, sal, conchas, peles.

Desvantagens: não era divisível e nem suficientemente duradoura.

 Moeda metálica

Peças em metal (cobre, bronze, ouro, prata e as atuais ligas) cujo valor era, inicialmente,
determinado pelo seu peso, passando, depois, a ser certificado pelo processo da
cunhagem.

 Moeda-papel
Constituída por notas de banco, apresenta as características essenciais da moeda
(divisibilidade, durabilidade e facilidade de transporte).

Moeda representativa - Moeda convertível em ouro e prata.

Moeda fiduciária - Moeda que circula com base na confiança.

Papel-moeda - Moeda inconvertível. A sua aceitação é imposta pelo Estado.

 Moeda escritural

Moeda constituída pela circulação dos depósitos bancários e respetivos registos nas contas dos
clientes.

-É totalmente desmaterializada.

Tipos atuais de moeda:

Moeda corrente

Moeda divisionária ou de trocos (Moeda metálica)


Papel-moeda (Notas)

Moeda escritural

Movimentação dos depósitos

Instrumentos de movimentação da moeda escritural:

• cheques

• transferências bancárias

• cartões de débito (multibanco)

• cartões de crédito

• canais digitais (MBWay, por exemplo)


- Perceber o fenómeno da desmaterialização da moeda

Evolução tecnológica e novas formas de pagamento:

-Desmaterialização da moeda

A moeda perde conteúdo material, deixando de ter existência física.

Moeda escritural - movimentada por cartões de débito e de crédito, transferências bancárias,


cheques e plataformas digitais.

Moeda digital - as cripto moedas (ainda não controladas pelas autoridades monetárias).

Novas tecnologias de comunicação e novos equipamentos eletrónicos - pagamentos através


da Internet e de aplicações digitais para telemóveis.

Exemplos: Pay Pal, MBWay, MB, cartões de crédito virtuais.

- Explicar as diferentes funções da moeda

Funções da moeda

Meio de pagamento - qualquer dívida pode ser paga em moeda.

Medida de valor - a moeda expressa o valor dos bens, através dos preços.

Reserva de valor - a moeda pode ser guardada e utilizada mais tarde.


- Distinguir os diferentes conceitos relacionados com a variação
de preços

Preço dos bens- traduz o seu valor em unidades monetárias

-Depende de vários fatores:

Mecanismo de mercado

• Procura (número de compradores)

• Oferta (número de vendedores)

Procura > oferta sobre o preço

Oferta > procura desce o preço

Custos de produção (matérias-primas, equipamentos, salários, tecnologias)

Se aumentarem os custos de produção aumentam os preços de venda.

Ou seja: os fatores que influenciam o preço são os custos de produção do bem e o mecanismo
de mercado (a compatibilização do nº de vendedores que disponibilizam o bem ou serviço-
oferta- e o nº de compradores de o desejam adquirir- procura).

- Calcular e interpretar a taxa de inflação

Inflação: subida contínua e generalizada do nível médio dos preços de muitos bens e serviços.

Desinflação: desaceleração do crescimento do nível geral de preços.

Deflação: descida generalizada do nível geral de preços.


Causas da inflação

• Excesso de procura
• Aumento dos custos de produção (necessidade de subir os preços para mante4r a
margem de lucro)
• Inflação esperada- traduz a situação em que consumidores e empresas, esperando a
subida dos preços no médio prazo, antecipam os consumos, provocando uma procura
excessiva que irá desencadear, a curto prazo, o aumento da inflação.
EX: trabalhadores acham que a inflação vai aumentar, por isso exigem aumento dos
salários. Este aumento reflete-se na subida dos custos de produção e os preços irão,
consequentemente, subir.

As causas de inflação pelo aumento da procura e pelo aumento dos custos de produção estão
muitas vezes interligadas:

A subida no nível dos preços pelo aumento da procura origina o aumento dos salários,
em consequência das reivindicações dos trabalhadores; por sua vez, o aumento dos
salários (sem o correspondente aumento de produtividade) reflete-se no aumento dos
custos de produção, levando à subida de preços.

- Explicar as consequências da inflação

IPC: índice de preços o consumidor

- Mede a evolução temporal dos preços de um conjunto de bens e serviços representativos da


estrutura de despesas de consumo da população residente em Portugal. O IPC não é um
indicador do nível de preços, mas sim da variação deste.

Cálculo do IPC:

O cabaz de compras custava 800 euros, em 2020, e em 2019, 780 euros.

IPC 2020/2019= (800/780) * 100= 102.5

O IPC (variação do custo do cabaz de compras) foi de 102.5, ou seja, em cada 100 euros houve
um aumento de 2.50 euros.

O IPC permite, assim, medir a inflação.


Taxa de inflação: corresponde à variação percentual do IPC num determinado período
relativamente ao registado no período anterior.

Faz-se uma taxa de variação do IPC.

• Nos países que constituem a área do Euro, a inflação é medida pelo índice
harmonizado de preços no consumidor (IHPC), devendo a taxa de inflação situar-se
perto dos 2%, valor que garante a estabilidade dos preços.

As consequências da inflação

 Depreciação do valor da moeda


 Deterioração do poder de compra

Depreciação do valor da moeda: a moeda perde valor aquisitivo. Ao comprar a mesma


quantidade de bens será necessária maior quantidade de moeda.

Deterioração do poder de compra: com o rendimento nominal as famílias podem adquirir


determinada quantidade de bens e serviços, que corresponde ao poder de compra desse
rendimento (rendimento real).

O poder de compra de uma família depende do valor da inflação, medida pelo IPC.

Índice do poder de compra= (índice de rendimentos/ IPC) *100

Cálculo do Índice de poder de compra:

No país X, os rendimentos nominais aumentaram, em 2020, 4% (índice 104) e o valor do IPC,


nesse ano, foi 103.

Índice do poder de compra= (104/103) *100= 100.97

Pode concluir-se que, sendo o poder de compra de 100.97, o acréscimo de poder de compra
foi de 0.97%.
 Um aumento do IPC inferior ao aumento do rendimento corresponde, em geral, a um
aumento dos padrões de consumo dos indivíduos, isto é, do seu nível de vida.
(exemplo anterior)
 Uma subida do IPC (ou custo de vida) superior ao acréscimo do rendimento
corresponde, em geral, a uma diminuição do nível de vida das pessoas.

Numa situação de inflação verifica-se a deterioração do poder de compra das famílias, o que
representa uma diminuição do seu nível de vida.

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