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A divisão internacional do trabalho (DIT) diz respeito à especialização de cada país na produção de bens,
ou numa fase específica do processo produtivo dos bens, para a qual apresente mais vantagens, capacidades
ou aptidões superiores às dos demais países.
Fatores que conduzem à especialização dos países:
• fatores naturais (clima ou relevo);
DIT como causa e consequência do comércio internacional (comércio realizado entre países diferentes)
A DIT é a causa do comércio externo, pois está na origem desse comércio.
Se um país se especializa na produção de um bem, não consegue produzir tudo o que necessita, pelo que
tem de importar bens ao resto do Mundo.
Por outro lado, se se especializa na produção de um ou mais bens, é porque tem mais vantagens em fazê-lo
pois pode produzi-los de forma mais eficiente do que os restantes países devendo, por isso, exportar esse
bem ou bens.
Sabendo que o comércio externo consiste no conjunto dos fluxos de exportações e importações entre países,
a DIT é a causa desse comércio.
A DIT é a consequência desse comércio externo uma vez que é o resultado da existência desse comércio.
Como há trocas comerciais entre países, importações e exportações, cada país tem vantagens em produzir
aquilo para que tem mais dotação, exportar esse bem ou bens e importar do Resto do Mundo os que não
conseguem produzir ou produzem a custos mais elevados.
Dada a diversidade de relações comerciais que se estabelecem entre Portugal e o resto do mundo, cada
balança que integra a balança de pagamentos regista um tipo de trocas.
O saldo de cada uma das balanças componentes da Balança de Pagamentos e o saldo final resultam da
diferença entre os créditos (entradas de divisas) e os débitos (saídas de divisas).
Saldo = créditos - débitos
Operações de câmbio
Taxa de câmbio: quantidade de moeda nacional que é necessário dar por uma unidade de moeda
estrangeira. É definida no mercado cambial.
Mercado cambial: mercado no qual se transacionam divisas em função da taxa de câmbio de cada moeda.
Sistema de taxas de câmbio fixas: definidas pelas autoridades monetárias.
Sistema de taxas de câmbio flutuantes ou flexíveis: definidas através do livre funcionamento do mercado.
Desvalorização da moeda: quando a taxa de câmbio da moeda de um país diminui em valor relativamente
às de outros países. As mercadorias tornam-se mais atrativas para os restantes países, porque ficam mais
baratas, o que faz aumentar as exportações.
Valorização da moeda: quando a taxa de câmbio da moeda de um país aumenta de valor relativamente às
de outros países. As mercadorias tornam-se mais caras para as restantes moedas, e por isso menos atrativas,
o que fará diminuir as exportações.
Impacto no saldo da
Exportações Importações
balança comercial
Desvalorização da moeda AUMENTO DIMINUIÇÃO POSITIVO
Valorização da moeda DIMINUIÇÃO AUMENTO NEGATIVO
A BALANÇA CORRENTE
A partir dos elementos que constam da Balança de Bens é possível determinar alguns indicadores
económicos importantes para a caracterização do comércio externo de cada país
Taxa de cobertura
A taxa de cobertura é um indicador de comércio externo que representa, em percentagem, o valor das
importações que podemos considerar como pago com o valor das exportações efetuadas para outros países.
Valores inferiores a 100%: o valor das exportações não é suficiente para cobrir o que se gastou com as
importações, sendo necessário utilizar divisas ou contrair empréstimos para cobrir o défice da balança de
bens.
Valores superiores a 100%: o valor das exportações excede e cobre o montante gasto com as importações e
o país ainda acumula divisas resultantes do superavit da balança de bens.
Valor igual a 100%: o valor das exportações é igual ao valor das importações; o país não utiliza nem obtém
divisas.
GAE (grau de abertura ao exterior)
O GAE mede a importância global da importação e da exportação de mercadorias na economia global de um
país, calculando-se através da ponderação do peso das importações e das exportações para o PIB de um
país.
GAE = exportações de bens + importações de bens X100
PIB
Quanto maior for o GAE de um país (expresso em percentagem do seu PIB) maior é a abertura da sua
economia ao exterior, isto é, maior é a sua interdependência com outras economias e maior é a quantidade
e a fluidez das suas trocas comerciais internacionais.
Estrutura geográfica das exportações = exportações para um país ou região ou organização X 100
exportações totais
Balança de serviços
Regista os fluxos de rendimentos primários (salários, lucros, rendas e juros) com o resto do mundo.
Regista fluxos monetários de entrada e saída, sem contrapartida, e que se repetem frequentemente. Inclui
transferências publicas (incluem o Estado português) e privadas.
A BALANÇA DE CAPITAL
Regista as operações entre agentes residentes e não residentes num país, relativas a fluxos de capital
unilaterais (extraordinários), que não exigem um pagamento futuro como contrapartida e fluxos de capital
relativos a aquisições e cedências de ativos não produzidos, não financeiros.
A BALANÇA FINANCEIRA
Regista as transações com não residentes relativas à mudança de propriedade de ativos e passivos
financeiros do exterior. Para além do investimento direto estrangeiro, do investimento de carteira, dos
derivados financeiros e dos ativos de reserva, esta balança regista também “outros investimentos”. Nesta
parcela incluem-se depósitos, empréstimos e aplicações em off-shore, não residentes.
A balança financeira representa a forma como as económicas se situam face ao exterior, como devedoras ou
credoras em relação às outras.
Livre-cambismo: doutrina que defende que as trocas efetuadas entre os países não devem estar sujeitas à
aplicação de qualquer barreira à circulação de bens, defendendo a completa liberalização do comércio
internacional.
Protecionismo: doutrina que defende o “isolamento”, em termos comerciais, de um país face ao exterior,
principalmente reduzindo as importações. O principal objetivo do protecionismo é a proteção das indústrias
nacionais e do emprego face à concorrência externa. Para tal, o Estado intervém no comércio internacional,
recorrendo a instrumentos de política comercial externa que visam dificultar as importações e/ ou incentivar
as exportações.
Instrumentos do protecionismo
Direitos aduaneiros: são barreiras tarifárias que se traduzem na aplicação de impostos ou taxas aos
produtos importados, tornando-os mais caros e desincentivando o seu consumo pelos consumidores
nacionais.
Contingentação: é uma barreira não tarifária que se traduz na determinação de um limite máximo, em
quantidades, ou em valor monetário, à importação de um bem ou serviço. Implica a imposição de quotas. A
contingentação levada ao extremo origina o embargo, ou seja, a proibição total de importações de bens.
Barreiras técnicas: são barreiras não tarifárias que se traduzem no estabelecimento de formalidades e
burocracias à importação de bens do resto do mundo.
Subsídios à exportação: traduzem-se na atribuição de subsídios às empresas exportadoras, permitindo a
redução dos custos de produção dos bens e serviços exportados, aumentando a sua competitividade nos
mercados externos.
Dumping: consiste em vender um produto no exterior a preços inferiores aos praticados no próprio país, ou
abaixo do custo de produção, como forma de conquistar o mercado externo, destruindo a concorrência.
Desvalorização: consiste na diminuição do valor de uma moeda face às restantes, tornando-a mais barata e
incentivando as exportações.
Criação de comércio: verifica-se quando o comércio vem substituir uma produção interna, havendo assim um
aumento do mesmo em resultado da abolição de tarifas aduaneiras (imposto sobre mercadorias importadas).
Desvio de comércio: verifica-se quando os fluxos de comércio se deslocam de determinados países para
outros em resultado da abolição de tarifas aduaneiras.