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Inflação

A Inflação é um termo muito dissertado na economia e isso se deve não só à influência


macroeconômica que ela gera, mas, principalmente, ao bolso de toda a população. Ela corrói o
poder de compra, uma vez que se refere ao aumento generalizado ao preço de bens e
serviços. Parece simples, então, toda variação positiva de preços em qualquer produto ou
serviço, podemos chamar de inflação? Não.
 

O aumento isolado do preço de algum bem não pode ser parâmetro de análise na economia,
por isso, temos índices de referências para diversos tipos de cestas de produtos. O índice de
maior referência, quando nos referimos aos consumidores, são os IPC’s, sendo o principal o
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), utilizado como base no Regimes de Metas de
Inflação. Ele leva em consideração a variação de preços na cesta padrão das famílias
brasileiras, caracterizada pela alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde, despesas
pessoais, educação e comunicação.
 

Já sob a ótica do produtor, podemos enfatizar a importância dos índices IGP’s (Índice Geral de
Preços) que refletem a variação dos preços tanto dos produtores quanto o setor de
construção. Ele serve, portanto, de parâmetro para análise de custos de empresas em geral, e
influencia diretamente aos diversos IPC’s, visto que o aumento de custos tende a ser
repassado aos consumidores. 
 

Há, como vimos, vários outros índices utilizados como base de cálculo para as mais variadas
cestas de consumo brasileiras, segmentadas em nível de renda, explorando e medindo todos
os padrões de consumo. 

Contas Externas - Conceito Balança de pagamentos


 

A relação de um país com o resto do mundo é de suma importância para a saúde da economia
mundial. Então, é importante que cada um monitore e cuide para que suas contas externas
também não tenham reflexos ruins para o país. Dessa forma, olhamos para diversos aspectos a
fim de identificar como está o andamento dessa relação, e um dos principais conceitos a serem
analisados é a balança de pagamentos.
 

A balança de pagamentos é um instrumento utilizado para medir todas as transações do país


com o resto do mundo, demonstrando o quanto de dinheiro entrou e saiu do território
nacional em um determinado período de tempo. Nesse sentido, o ideal é que haja um
equilíbrio na balança de pagamentos, pois um déficit não é bem-vindo. Ou seja, as saídas
serem maiores que as entradas, diminuindo as reservas externas, é um problema para o país.
No caso brasileiro, o Banco central é responsável por administrar essas reservas, que em
situações muito ruins, gera a necessidade de o país recorrer ao FMI (Fundo Monetário
Internacional), conhecido como o emprestado de última instância. 
 

A balança de pagamentos tem sua estrutura dividida em duas partes: conta corrente e a conta
capital (financeira). A conta corrente registra as entradas e saídas originadas pelo comércio de
bens e serviços. É nela que é analisada a diferença entre exportações e importações. Vamos
iniciar os conceitos pela balança comercial, que é referência na exportação e importação de
mercadorias. 
 

Mais especificamente, olhando para o caso brasileiro, a balança comercial costuma ser
favorável, cenário em que as exportações são maiores que as importações. Isso depende não
só da demanda externa, isto é, que alguém esteja disposto a consumir o que produzimos, mas,
principalmente, de qual tipo de bens que oferecemos. As exportações brasileiras são
compostas predominantemente por produtos primários, muito dependente de commodities e
minério de ferro, por exemplo, o que reflete uma problemática bem grande, até por conta dos
poucos países demandantes. Seus principais mercados consumidores são a China, Argentina e
Estados Unidos. 
 

Além da balança comercial, temos a balança de serviços, ou seja, que analisa o consumo
interno e externo dos serviços. E, particularmente, no caso do Brasil, quando falamos de
serviços, importamos muito mais do que exportamos. Ou seja, o consumo interno dos serviços
estrangeiros é maior do que o Brasil oferece aos outros países. 
 

A renda primária é um outro conceito importante da conta corrente, que não está focada em
bens e serviços, e sim na renda enviada ou recebida no que se referem a juros, lucros e
salários. O Brasil, tradicionalmente, envia mais dinheiro lá para fora em forma de juros, lucros
e salários do que recebe, ou seja, é deficitário nesse aspecto. E, por último, temos a renda
secundária, caracterizada pelas doações, que no Brasil é levemente superavitária, isto é, faz
mais doações do que recebe. 
 

As contas correntes brasileiras têm uma estrutura muito frágil e reflete o atraso no que tange
ao desenvolvimento econômico, pois possui características, totalmente, ao contrário de países
mais desenvolvidos. Estes costumam ser deficitários na balança comercial; superavitárias na
balança de serviços, refletindo a qualificação e maior competição dos serviços oferecidos;
superavitário em relação a sua renda primária, ou seja, recebendo juros e lucros das empresas
que investe, e melhor remuneração pelos serviços oferecidos; e, por fim, deficitário na renda
secundário.
 

Então, além de suas características serem majoritariamente pouco desenvolvidas, somando


todos os saldos dessas contas, o Brasil costuma ser deficitário em suas transações correntes.
Isso quer dizer que fechando sua conta no vermelho, ele precisa pedir emprestado a alguém,
portanto, precisa importar a poupança de outro lugar com excedente. Em comparação com
outros países mais avançados, conseguimos ver na prática o porquê o Brasil é tão atrasado
com relação às suas contas correntes em geral. 
 
A Alemanha, por exemplo, um dos países com maior superávit em transações correntes do
mundo, exporta diversos produtos de maior valor agregado, como automóveis, máquinas, etc,
levando à sua balança comercial um peso muito grande das exportações. Sem contar com a
positiva balança de serviços e renda primária, também, afinal, diversos países devolvem muito
mais juros e lucros ao país, do que o inverso. 
 

A China, como um outro bom exemplo, justificando ao temor dos EUA como nação de
referência, tem sua balança comercial significativamente favorável, se sobrepondo, inclusive,
da maior nação do mundo. 
 

Estes países possuem em comum diversos pontos a serem destacados, como um


desenvolvimento tecnológico avançado, possuem diversas empresas ao redor do mundo que
remetem juros e lucros de volta a seus países de origem. Sendo assim, com suas transações
correntes positivas, acabam se tornando os maiores exportadores de poupança do mundo. 
 

Fugindo das cases anteriores, no caso dos países deficitários, o EUA se destaca. É um país,
apesar de desenvolvido, muito dependente de produtos importados, pesando negativamente
sua balança comercial. Além disso, um outro aspecto que influencia em seu déficit em
transações correntes, é a transferência de renda secundária que sai do país. Tendo em vista
que muitas pessoas migram para lá para se estruturar e acabam transferindo muitos recursos a
seus países de origem ao invés de receber. 
 

Existem diversas formas de um país melhorar seus resultados em transações correntes, como
avançando tecnologicamente, o que qualificaria tanto seus produtos quanto sua mão de obra
(serviços) a serem exportados. Além desse benefício, expandir o número de empresas ao redor
do mundo, que sejam capazes de gerar lucro ao país de origem, entre outros fatores. 
 

Entretanto, uma forma do país, o Brasil, nesse caso, diminuir seu déficit em transações
correntes não é sempre o bom reflexo do crescimento econômico. Muito pelo contrário, nos
últimos anos, o baixo crescimento econômico no país, tem sido o pivô de um resultado
positivo entre exportação e importação de forma geral. Isto ocorre porque com a economia
interna enfraquecida, a demanda interna está baixa, estimulando aos produtores a exportar
mais e, também, consumindo menos de outros países. Em consequência de um consumo
menor, empresas estrangeiras instaladas no Brasil tendem a ter menos lucro, diminuindo o
fluxo de saídas, então, da renda primária. Dessa forma, o saldo de transações correntes vai se
positivando, apesar do ruim status de saúde da econômica nacional.

Lembramos que este é apenas um resumo. Para uma leitura mais completa e profunda,
recomendamos os capítulos 25, 26 e 29 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón.
Além disso, recomendamos, também, a leitura dos capítulos 14 e 15 do livro Macroeconomia
de Michael Parkin. Ambos estão disponíveis na biblioteca virtual Pearson.

 
 

ATIVIDADE EXTRA

O papel da inflação em uma economia.

http://g1.globo.com/economia/videos/v/educacao-financeira-entenda-o-que-e-a-inflacao-e-
como-ela-afeta-sua-vida/6771400/

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 

MANKIW, N.G. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2005. Cap. 24 - Medindo custo de vida.
 

PARKIN, Michael. Economia. 8.ed. Pearson: 2008. Capítulos 14 e 15. 


 

MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. 1.ed. Pearson: Capítulos 25, 26 e 29.

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