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Podcast
Disciplina: Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e
Financeiros
Título do tema: Balanço de pagamentos, Balanço de Transações
correntes, e a influência da taxa de câmbio, no comércio exterior,
serviços das dívidas internacionais e Investimentos Externos Direto.
Autoria: Amaury José Alves Aranha
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes

Abertura:

Olá, aluno! No podcast de hoje vamos analisar um artigo da carta de


conjuntura, número 57 – Nota de conjuntura 12 – 4º trimestre de 2022.

A revista é publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. É


uma fundação federal vinculada ao Ministério da Economia Brasileira.

O artigo tem o seguinte tema: “Balanço de Pagamentos, Balança Comercial e


câmbio, evolução recente e perspectivas”

Antes de falarmos sobre alguns assuntos importantes e interessantes sobre a


análise conjuntural elaborada pela pesquisadora do instituto Andreza Aparecida
Palma, irei aqui relembrar as definições de Balanço de Pagamentos, Balança
Comercial e Câmbio.

A Balança Comercial, compõe a estrutura do Balanço de Pagamentos e é uma


subconta do Balanço de Transações Correntes. Para apurar a Balança
Comercial, soma-se todas as exportações de bens de um país em um período,
subtraindo as importações de bens neste mesmo período.

Quanto ao Balanço de pagamentos, ele é o resultado do Balanço de


Transações Correntes mais a Conta de Capital e Investimentos.

O Balanço de Transações Correntes, que inclui a Balança Comercial, possui


duas outras contas importantes, que é o Balanço de Renda Primária e o
Balanço de Renda Secundária. Este balanço é tradicionalmente deficitário, e a
cada ano, os valores auferidos, maiores ou menores, dependem de diversos
fatores, como o resultado entre a exportação e a importação de bens, e as
remessas de divisas, com pagamentos de juros, remessas de lucros,
pagamentos de royalties. Estas três últimas remessas de divisas, e
principalmente o pagamento de juros e remessa de lucros, possuem um
volume deficitário significativo.

Talvez me perguntem: para o Balanço de Pagamentos se tornar superavitário,


depende apenas dos Saldos de Transações Correntes?

A resposta é NÃO, pois é preciso apurar os resultados da conta de Capital e


Financeiro. Isto porque o país recebe fluxos de investimentos internacionais,
tradicionalmente superavitário, e estas operações são chamadas de IED –
Investimentos Externos Diretos ou também conhecido como IDP – Investimento
Direto no País.

Portanto o saldo positivo do Balanço de Pagamentos fortalece as reservas


internacionais brasileira.

Voltando à matéria da pesquisadora do IPEA, no que se refere ao Balanço de


Pagamentos, ela faz o seguinte relato:

“O saldo comercial em outubro de 2022 foi de US$ 3,9 bilhões, de acordo com
dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O valor das exportações
alcançou US$ 27,3 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 23,4
bilhões. Apesar do recuo recente nos preços das commodities e do
crescimento mais robusto das importações, o saldo permanece positivo”.

A pesquisadora, apresenta os dados do mês de outubro/2022, da Balança


comercial, apontando que as exportações se mantem superior as importações,
mesmo com o recuo dos preços das commodities.

Portanto nas entrelinhas, podemos observar que as exportações do


agronegócio e extrativa mineral possuem uma participação muito significativa
para a economia brasileira, e quando há recuo dos preços internacionais
destes produtos, afeta o saldo da Balança Comercial.

Outro destaque que a pesquisadora faz na matéria é sobre o Balanço de


Transações Correntes, que conforme já comentado, é o calcanhar de Aquiles
do Brasil. Pois são as remessas de divisas primárias e secundárias, que
envolve pagamento de juros, remessas de lucros, e outros diversos serviços,
são tradicionalmente deficitários.

Atenção ao que a Pesquisadora concluiu:

“Em relação ao balanço de pagamentos, a conta de transações correntes tem


registrado sucessivos déficits durante o ano de 2022, com exceção apenas em
abril e junho. Houve superávit em abril de 2022 no valor de US$ 1,1 bilhão e
em junho no valor de US$ 1,3 bilhão. Considerando o acumulado no ano até
setembro, o déficit total é de US$ 29,6 bilhões, ante US$ 11,4 bilhões no
mesmo período do ano anterior. “

A pesquisadora também comenta sobre o “Câmbio”.

Mas primeiramente é importante relembrar que câmbio é diferente de taxa de


câmbio. O câmbio é uma operação, é uma troca, e esta troca ocorre entre duas
moedas, como aqui trata-se de comércio exterior, o foco é a troca de moedas
entre dois países. A moeda mais comum de troca do Brasil, para suas
transações internacionais é o dólar. A taxa de câmbio é a paridade entre duas
moedas, ou seja, quantos reais é preciso para se comprar um euro, um dólar,
um yuan.

O que a pesquisadora comenta sobre o câmbio?


“Durante os primeiros meses de 2022, houve um movimento de apreciação da
taxa nominal de câmbio; essa tendência foi revertida entre maio e julho, com
nova valorização em agosto. Em setembro e outubro, houve desvalorizações
relativamente pequena.”

Portanto o que se conclui, é que a dinâmica da taxa de câmbio permanece


bastante volátil, devido à elevada incerteza externa e interna; mas a
expectativa futura é de uma apreciação da moeda. Projetando necessitar de
menos reais para aquisição de um dólar.

Conforme a pesquisadora relatou no final de 2021, a expectativa para 2022,


era de que a taxa de câmbio chegasse a R$ 5,60/US$, e a expectativa para
2023 é de ficar em torno de R$ 5,20/US$.

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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