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O FMI, como é de conhecimento geral, foi criado em Bretton Woods, nos EUA, e posto
em ação em 1946. Quando este foi criado, era composto de apenas 44 países e tinha
como finalidade de formar um tipo de sistema cooperativo de pagamentos
internacionais. Hoje, o FMI conta com a participação de 189 países, denominado uma
instituição permanente, com o objetivo de promover cooperação monetária
internacional, facilitar a expansão do comércio internacional, promover a estabilidade
do câmbio, auxiliar o estabelecimento de um sistema multilateral, promover recursos à
disposição dos países-membros e reduzir os desequilíbrios nos balanços de
pagamentos.
Para que essas metas estabelecidas sejam alcançadas, os países-membros
contribuem com recursos próprios e cada um desses membros doa e ajuda de acordo
com seu desempenho econômico, ou seja, quanto mais rico e maior for sua
participação no comércio mundial, maior a quota. A cada 5 anos são realizadas, nos
países-membros, uma nova análise afim de determinar se a quota de determinado país
aumenta ou diminui. Além disso, as quotas constituem o montante de recursos
disponíveis para empréstimo os membros com dificuldades na balança de pagamentos.
Nas primeiras fases do sistema em Bretton Woods, foi fixado um acordo entre os
primeiros países que o dólar americano iria servir de referência para as moedas, por
assim dizer, os outros países deveriam mantes a taxa de câmbio fixa em relação ao
dólar. Colocar o dólar como um denominador comum das moedas significava manter
paridades fixas entre si (EUA) e com o ouro próprio, esse ciclo constituía uma certa
garantia de estabilidade do sistema. Uma contradição a esse sistema era que a liquidez
internacional dependia da oferta de dólar e da produção de ouro, fato que causava
pressão devido ao contexto pós-Segunda Guerra Mundial.
Durante os anos de 1960, vários desequilíbrios econômicos passaram pela economia
norte-americana, como os déficits no balanço de pagamento, a Guerra do Vietnã, a
Guerra Fria e o programa espacial. O agrupamento desses desequilíbrios resultou
numa grave crise de credibilidade do dólar, onde os outros países-membros do FMI
passaram a “desconfiar” do potencial da moeda estadunidense. Uma solução
encontrada para esse descaso foi a criação dos Direitos Especiais de Saque (DES).
Esse sistema que o FMI identifica se há necessidade de aumentos das reservas
mundiais.
O DES se trata de uma moeda escritural definida em ouro, com mesma paridade do
dólar. Após várias modificações ao longo dos anos, o volume do DES acrescido da
quota passou a constituir as reservas do país ao FMI e a garantia de acesso a crédito,
caso aja necessidade. Essa quota consiste em depósitos de cerca de 75% na moeda
do próprio país e de 25% em ouro ou moedas conversíveis. Se um país-membro
apresentar problemas de pagamentos, este poderá sacar esses 25%depositados
anteriormente. Caso seja insuficiente, o país em questão pode pedir um requerimento
de mais recursos. Esse saque é feito contra depósitos equivalentes em moeda
nacional.
A contabilização da balança de pagamentos do Brasil teve seu início em 1947 e seus
levantamentos eram feitos, originalmente, pelo Banco do Brasil e pela fundação Getúlio
Vargas. Atualmente esses levantamentos são responsabilidades do BCB, onde
processa à contabilidade a partir de seus dados primários vindos de fontes diversas.
Desde 1947, as transações brasileiras são ditas como deficitárias, fato considerado
natural para economias de países pobres ao qual necessitam de popança externa para
seu desenvolvimento. Entre os anos de 1947 e 2015, as transições brasileiras
apresentaram superávit na balança comercial. Em 1970, o país acumulou déficits nos
balanços comercial, de serviços e rendas, sendo que, em sua maior parte das
dificuldades desse período resultou no aumento de gastos com importação devido à
crise do petróleo ocorrida em 1973.
Os anos de 1980 ficaram marcados pela Crise da Dívida do Terceiro Mundo, essa se
caracterizou pelo corte bruto dos fluxos de capitais dos países desenvolvidos para os
não desenvolvidos ou pouco desenvolvidos. Contudo, os países, principalmente, da
América Latina devedores foram submetidos a muitas pressões para pagamentos dos
créditos tomados anteriormente. Ou seja, foram obrigados a obter rápido incremento de
divisas, através de programas de ajustamento.
Entre os anos de 1990 e 1991 a redução drástica dos investidores diretos, assim como
empréstimos e financiamentos, se tornaram consequência da insegurança dos
investidores internacionais no mandato do governo Collor. A partir de 1992, o governo
brasileiro superou essa crise de confiança e recuperou os recursos internacionais,
perdidos, em quantidades suficientes, gerando superávits no balanço de pagamentos.
A partir de 1994, o Plano Real implantado no Brasil afetou seu relacionamento
econômico com o resto do mundo. Um dos objetivos do Plano Real foi a privatização
das empresas estatais, onde muitas delas foram adquiridas por empresas
internacionais, e a liberação comercial e financeira e o sistema de câmbio flutuante em
1999. Essas medidas geraram um resultado de situação vulnerável aos movimentos
internacionais.
Essas transformações realizadas ao longo dos anos geraram certo impacto no balanço
de pagamentos, pois este é um documento que registra todas as transações entre os
brasileiros e os residentes no exterior. Contudo, o BCB forneceu estatísticas do
balanço de pagamentos sob a metodologia do BPM6. Entre os períodos de 2005 a
2015, as estatísticas apresentaram déficits em transações correntes (desde 2008),
financiados com recursos pela conta financeira em montantes suficientes para resultar
em saldos positivos e nos acúmulos de ativos das reservas. Com exceção em 2013.