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Introdução

Este trabalho versa sobre as relações entre o comércio internacional e o crescimento


econômico. Procura estudar a estrutura e o dinamismo do comércio internacional , da
perspectiva de seu impacto sobre o crescimento do País e vice-versa. Analisar como
essas relações evoluíram no tempo e, também, como o país se apresenta de um ponto de
vista comparativo internacional.

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Conceito de Comércio internacional

O comércio internacional é o conjunto de operações comerciais realizada entre países e


que são regidas por normas estabelecidas em acordos internacionais. O conceito pode se
referir tanto à circulação de bens e de serviços como ao movimento de capitais.

O comércio internacional existe desde os primórdios da civilização. Um exemplo que


podemos citar é a Rota da Seda. Nas últimas décadas, sua importância tem crescido com
o avanço dos transportes, das comunicações e da indústria, sendo essa uma das
características da globalização.

Importância do comércio internacional

A importância do comércio internacional para a economia de um país se deve a diversos


fatores. Entre eles está:

1. Garantia da venda do excedente de produção desse país;


2. Acesso a mercadorias não disponíveis localmente;
3. Dilui os riscos das atividades, uma vez que, com a diversificação de mercados,
as empresas podem continuar comercializando seus produtos mesmo se houver
uma crise econômica interna no país em que estão baseadas.

A melhor forma de visualizarmos o desempenho do comércio internacional de um país é


por meio de sua balança comercial. A balança comercial é um indicador que registra as
importações e exportações de bens e serviços. Se seu saldo for positivo, significa que o
país está exportando mais do que importando. Se for negativo, o valor das importações
ultrapassa o das exportações.

Diferença entre comércio exterior e comércio internacional

Embora similar, o conceito de comércio internacional não deve ser confundido com o de
comércio exterior. A diferença entre os dois está nas normas que os regulam.

O comércio internacional segue acordos bilaterais ou regras negociadas em órgãos


internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e blocos regionais,
como o Mercosul e a União Europeia, a SADC, NAFTA, APEX.

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O comércio exterior tem como perspectiva um país específico em relação aos demais.
Por isso, ao contrário do comércio internacional, o comércio exterior é regulado pela
legislação interna do país, por exemplo, por sua legislação aduaneira. O objetivo das
normas internas é assegurar os interesses do país em suas relações comerciais. Isso, no
entanto, deve ser feito preferencialmente dentro dos limites da legislação internacional.

Vantagem comparativa

Definição: A vantagem comparativa é quando um país produz um bem ou serviço para


um menor custo de oportunidade do que outros países. O custo de oportunidade mede
uma compensação. Um país com uma vantagem comparativa não é necessariamente o
melhor em produzir algo. As vantagens de comprar o bem ou o serviço superam as
desvantagens. Isso significa que o bem ou serviço tem um baixo custo de oportunidade
para outros países importar.

Por exemplo 1:

Os países produtores de petróleo têm uma vantagem comparativa em produtos


químicos. Isso porque o petróleo fornece uma fonte barata de material para os produtos
químicos quando comparado com os países sem ele. Como resultado, a Arábia Saudita,
o Kuwait e o México competem bem com as empresas de produção química do EUA. O
custo de oportunidade é baixo. Isso torna seus produtos químicos menos dispendiosos.
Isso porque muitas das matérias-primas são produzidas no processo de destilaria de
óleo.

Exemplo 2: São os call centers da Índia. As empresas dos EUA compram este serviço
porque é mais barato do que localizar o call center na América. Os centros de
atendimento indianos não são melhores do que os centros de atendimento dos EUA.
Seus trabalhadores nem sempre falam inglês muito claramente. Mas eles podem fazê-lo
barato o suficiente para fazer a compensação valer a pena. (Fonte: "Vantagem
Comparativa", Biblioteca de Economia e Liberdade.) No passado, as vantagens
comparativas ocorreram mais nos bens e raramente nos serviços. Isso porque os
produtos são mais fáceis de exportar. Mas a tecnologia de telecomunicações como a
internet está tornando os serviços mais fáceis de exportar. Isso inclui call centers,
bancos e entretenimento.

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Vantagem comparativa é o que você faz melhor, ao mesmo tempo em que abandona o
mínimo. Por exemplo, se você é um excelente encanador e uma excelente babá, sua
vantagem comparativa é encanamento. Isso porque você ganhará mais dinheiro como
encanador. Você pode contratar uma hora de serviços de babá para menos do que você
faria fazendo uma hora de encanamento. Seu custo de oportunidade de babá é alto. Toda
hora que você gasta babá é uma hora de perda de receita, você poderia ter obtido um
trabalho de encanamento.

Taxa de câmbio

A taxa de câmbio é o valor da moeda de um país em relação ao valor da moeda de outro


país.

Por exemplo, digamos que 1 dólar (US$) seja capaz de comprar 62.35 meticais (MZN).
A taxa de câmbio é então de MZN 62,35/US$ 1. Vale dizer que os números para a taxa
de câmbio oscilam muito, bem mais que a média das outras variáveis econômicas.
Portanto, é bem difícil dizer em que patamar estará dentro de um mês, por exemplo.

Normalmente utiliza-se a definição de câmbio como o preço da moeda estrangeira em


relação à moeda nacional. Por exemplo, no caso da moeda americana, o câmbio é
medido em meticais por dólar – nos diz quantos meticais são necessários para comprar
um dólar. Isso implica que, quando a taxa de câmbio sobe – por exemplo de 62,35 para
63,60 –, dizemos que há uma depreciação do Metical em relação ao Dólar (ou seja, são
necessários mais quantidade da moeda moçambicana para comprar a moeda americana).
E quando a taxa de câmbio diminui, daí há uma apreciação do metical frente ao dólar.

Esse câmbio é o que os economistas chamam de câmbio nominal: informa quantos


meticais são necessários para comprar um dólar, mas não informa o poder de compra
desses meticais em termos de produtos que eles são capazes de adquirir aqui e nos
Estados Unidos. Para isso, é preciso levar em conta os preços dos produtos em meticais
e em dólares. Quando levamos isso em conta, temos o que se chama de taxa de câmbio
real.

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Câmbio e balança comercial

Quando o câmbio real se eleva, dizemos que houve depreciação. Isso pode decorrer
porque:

I. Aumento do câmbio nominal, ou seja, um dólar compra maior número de


Meticais;
II. II. Queda dos preços internos, ou seja, para um dado câmbio nominal o dólar
tem maior poder de compra em Moçambique;
III. Alta dos preços em dólar, ou seja, para o mesmo câmbio nominal passa a ser
mais interessante comprar em Moçambique do que nos EUA.

Assim, uma depreciação real da nossa moeda significa que os preços de produtos lá fora
ficaram mais caros em relação aos produtos aqui dentro. Isso, portanto, tende a
desestimular nossas compras de bens produzidos no exterior, isto é, as importações
diminuem.

Por outro lado, se os produtos externos ficaram mais caros em relação aos nossos, então
os nossos produtos ficaram mais baratos em relação aos produzidos lá fora. E esse preço
relativamente mais baixo incentiva os estrangeiros a adquirirem nossos produtos, ou
seja, as exportações aumentam.

Quando ocorre depreciação real da nossa moeda, portanto, as exportações sobem e as


importações caem. E no caso em que nossa moeda aprecia em termos reais, o inverso
ocorre: importações aumentam e exportações caem.

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Proteccionismo

Protecionismo é uma doutrina, uma teoria que prega um conjunto de medidas a serem
tomadas no sentido de favorecer as atividades econômicas internas, reduzindo e
dificultando ao máximo, a importação de produtos e a concorrência estrangeira. O
protecionismo é o conjunto de medidas de origem estatal, que procura limitar, proibir,
controlar ou influenciar de maneira consequente o comércio entre indivíduos, residindo
em regiões diferentes, para atingir objetivos de arrecadação e de proteção de
determinados setores de produção — através da tributação e da concessão de privilégios
legais.

Trata-se de uma interferência no processo voluntário das trocas de mercado, um


obstáculo restringindo a livre e espontânea iniciativa dos agentes económicos
envolvidos diretamente nas transações comerciais. O sucesso dessa política é o
resultado da execução do poder estatal de restrição normativa — um monopólio
regulamentário que vigora em determinado território e que submete todos os indivíduos
desse território às leis editadas por essa autoridade. O protecionismo introduz uma
forma de discriminação das trocas voluntárias. Ele significa que serão consideradas
diferentemente as trocas entre indivíduos de uma determinada região e as trocas entre
indivíduos de regiões diferentes.

Ele pode ser concebido como um nacionalismo regulamentário. De fato, o


protecionismo no campo econômico tem o mesmo fundamento que o nacionalismo no
campo político. Em discurso — e na prática -, os governos procuram se utilizar das
normas legais para “proteger” residentes ou beneficiar determinados produtores e
setores econômicos nacionais vis-à-vis dos estrangeiros. No entanto, obviamente, o
benefício acordado a um grupo se faz em detrimento do prejuízo aos demais —
produtores, consumidores e setores econômicos da mesma região. De forma concreta,
podemos classificar as políticas protecionistas como diretas e indiretas.

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Políticas proteccionistas diretas

São as tarifas aduaneiras e as quotas de importação ou exportação.

Políticas proteccionistas indiretas

Encontramos todas as decisões administrativas buscando controlar o comércio exterior


ou as importações de determinados bens e serviços.

Todas as medidas que tenham incidência e consequência protecionista acabam se


enquadrando nessa categoria, independentemente delas inicialmente terem sido
elaboradas ou projetadas com esse intuito. A título ilustrativo, a política fiscal — como
impostos discriminatórios –, as políticas de transferência ou redistribuição de recursos a
determinados setores e atores, a política cambial, ou, ainda, as regulamentações setoriais
ou fitossanitárias acabam tendo impacto sobre o comércio exterior e, em determinados
casos, configuram-se como modalidades do proteccionismo.

Medidas protecionistas:

 Criação de altas tarifas e normas técnicas de qualidade para produtos


estrangeiros, reduzindo a lucratividade dos mesmos;
 Subsídios à indústria nacional, incentivando o desenvolvimento econômico
interno;
 Fixação de quotas, limitando o número de produtos, a quantidade de serviços
estrangeiros no mercado nacional, ou até mesmo o percentual que o acionário
estrangeiro pode atingir em uma empresa.

O responsável pela fiscalização do comércio entre os países e dos actos proteccionistas


que os mesmos adotam é a OMC (Organização Mundial do Comércio), cujo papel é
promover a liberalização do comércio internacional.

Vantagens do proteccionismo

O protecionismo é vantajoso, em tese, pelo facto de:

 Proteger a economia nacional da concorrência externa;


 Garantir a criação de empregos;
 Incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias.

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Desvantagens do Proteccionismo

No entanto, estas políticas podem, em alguns casos, fazer com que:

 O país perca espaço no mercado externo;


 Provocar o atraso tecnológico e a acomodação por parte das empresas nacionais,
já que essas medidas tendem a protegê-las;
 Aumento dos preços internos.

Vale ressaltar também que a diminuição do comércio, conseqüência natural do


protecionismo, enfraquece políticas de combate à fome e ao desenvolvimento dos países
pobres.

Blocos Econômicos
Os blocos econômicos são associações criadas entre os países, a fim de estabelecer
relações econômicas entre si. Eles surgiram do reflexo da constante competição de
economias que estão sempre buscando o crescimento. Além disso, é um movimento
cada vez mais comum no mercado mundial para aguentar o ritmo acelerado dos países.
Essa união acontece por interesses mútuos e pela possibilidade de crescimento em
grupo. Esse crescimento passou a ser bem visto porque logo se percebeu que, por mais
forte que fosse uma economia, ela não poderia competir de igual para igual com grupos
de economias unidas entre si.

Objectivos da criação dos bloco econômicos. É uma união de países com interesses
mútuos:

 Crescimento econômico;
 Integração social - Tem como uma das ideias principais garantir uma maior
integração entre países e;
 Facilitação do comércio.

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Os blocos econômicos começaram a surgir no fim da década de 40, após a 2ª Guerra
Mundial. Nesse período, a Europa estava devastada por causa da guerra e também era
fortemente influenciada pelo mercado norte-americano, que estava em processo de
crescimento econômico e, portanto, poderia ameaçar as economias europeias. O
primeiro bloco econômico nasceu em 1944 com a criação da BENELUX formada por
Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Seu objetivo era ajudar os países-membros a se
recuperarem da guerra. Após ele, principalmente depois da Guerra Fria, outros foram
criados.

Classificação dos Blocos

São definidos quatro estágios ou tipos de blocos:

Área de Livre Comércio: o primeiro seria a determinação de uma área de livre


comércio, que significa que produtos produzidos por um país podem entrar em países
que têm esse acordo de livre comércio com ele, isento de taxas e burocracias
tradicionais de uma importação normal;

União Aduaneira: numa segunda fase, de interesses mais amplos, a união aduaneira
apresenta a implementação de condutas de comércio, além de regras para comércios
com países que não fazem parte dessa união.

Mercado Comum: a terceira parte é a criação de um mercado comum, que implica


numa integração maior entre as economias e regras de comércio interno e externo, além
de englobar a passagem de mercadorias, pessoas e capital entre esses países de forma
livre.

União Econômica e Monetária: o estágio máximo de ligação é o de união econômica e


monetária, que é um mercado comunitário, mas com o diferencial de ter uma moeda
comum em circulação nos países que compõem esse grupo. Esses estágios são baseados
nas fases ou categorias vividas pelos blocos, mas há uma ordem obrigatória para sua
criação. O bloco que seguiu todos os passos citados foi a União Europeia, mas outros já
formados não seguiram necessariamente essa ordem. O Mercosul, por exemplo, é
classificado como união aduaneira; a União Europeia já atingiu o nível de união
econômica e monetária. Aliás, esses passos são baseados na formação desse bloco.

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Principais Blocos Econômicos
União Europeia
Na Europa existe a União Europeia que é um bloco formado por 28 países. Ele surgiu
pela necessidade dos países de se unirem após a destruição causada pela 2ª Guerra
Mundial. Ele contém economias fortes que conseguiram resistir a diversas crises
econômicas mundiais. Sua moeda comum é o Euro, mas existem aqueles que não
aderiram à moeda. Ainda que a Grécia, Espanha e outros países tenham passado por
sérias dificuldades, o fato de estarem inclusos na União Europeia os deu proteção e
inclusive apoio financeiro quando foi preciso.

CEI
Há ainda na Europa, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que foi criada em
1991. Ela é formada pelos países Armênia, Cazaquistão, Belarus, Federação Russa,
Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaidjão e
Turcomenistão (membro associado).

Mercosul
O Mercosul é um bloco que foi criado em 1992, sendo formado pelo Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai. A Venezuela entrou no bloco em 2012, mas existem outros em
processo de adesão e associados. O objetivo da Mercosul é trazer uma integração
política, econômica e social entre os países participantes, auxiliar no aumento da
qualidade de vida e fortalecer o vínculo entre os cidadãos do bloco.

Nafta
O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) foi criado oficialmente em
1994 e é formado por México, Estados Unidos e Canadá. O principal objetivo do bloco
é manter políticas comuns com relação a barreiras alfandegárias, leis financeiras,
padrões e acesso aos mercados dos países-membros.

Comunidade Andina de Nações - Pacto Andino

A Comunidade Andina de Nações foi criada em 1969, formada pela Bolívia, Colômbia,
Equador e Peru. Tem como foco a integração comercial e o acesso dos mercados. É um
dos principais parceiros dos Estados Unidos.

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APEC
A Cooperaçao Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) foi criada em 1993, na
Conferência de Seattle, nos Estados Unidos e é formada por países das Américas, da
Oceania e a Ásia.

Globalização

Todo esse movimento de união de países, às vezes perto geograficamente outras vezes
não, só é possível pelas seguidas formas que o homem achou de aproximar pessoas
distantes. Os avanços no setor da comunicação possibilitaram esse contato e fizeram
com que os indivíduos conhecessem e vivessem culturas e costumes diferentes de outras
regiões que, antes desses avanços, eram improváveis de se conhecer.

Outro fator importante foram os avanços do setor de transportes. Aviões com


capacidade e comodidade cada vez maior deram a chance de mais e mais pessoas
realizarem viagens para lugares distintos, gastando um tempo menor do que anos
anteriores. Isso é o chamado efeito da globalização que integra países e aproxima
nações.

SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral)


A sede da SADC encontra-se em Gaborone, no Botswana. As línguas oficiais da
Comunidade são o inglês, o francês e o português.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral existe desde 1992, a partir da


transformação da SADCC (Southern Africa Development Co-ordination Conference ou
Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral), criada em
1980 por nove dos estados membros. Esta transformação, que teve lugar em 17 de
Agosto de 1992 em Windhoek, Namíbia, foi motivada pelo fim do regime de apartheid
na África do Sul.

Em 2016, a SADC engloba 15 países do sul da África. Os países membros somam uma
população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente
471 bilhões de dólares, valor importante, especialmente levando-se em conta as
economias dos restantes países do continente.

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A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais como secas
prolongadas, a grande prevalência do SIDA e a pobreza. A erradicação destes problemas
está entre as principais metas do grupo, que são:

 Promover o crescimento e desenvolvimento económico, aliviar a pobreza,


aumentar a qualidade de vida do povo, e prover auxílio aos mais desfavorecidos;
 Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns;
 Promover a paz e a segurança;
 Promover o desenvolvimento sustentável por meio da interdependência coletiva
dos estados membros e da autoconfiança;
 Atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e
regionais;
 Promover e maximizar a utilização efectiva de recursos da região;
 Atingir a utilização sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio
ambiente;
 Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data
da região.

Principais inplicaçoes económicos O principal parceiro económico externo à SADC é


a União Europeia (UE), com quem realiza importantes trocas há alguns anos. Apesar da
parcela do mercado europeu estar decrescendo, cerca de três por cento em 2010, contra
sete na década de oitenta, essas trocas ainda representam a maior parte das exportações
e importações externas ao grupo. Muitas medidas têm sido tomadas para evitar o
domínio económico pelo Norte.

Moçambique e os esforços para a integração regional


Nem o abrandamento da economia mundial tem atraído os agentes económicos
moçambicanos para o mercado africano. 0 destino das exportações nacionais continua a
ser o mercado europeu e o futuro está cada vez mais orientado para a Ásia.

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A África Austral tem sido um espaço rico em experiências ao nível do estabelecimento
de esquemas de cooperação e integração económica de países. Entre os mais conhecidos
está o Mercado Comum da África Oriental e Austral (do inglês: Common Market for
East and Southern Africa - COMESA), com 21 membros, e a Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral (do inglês: Southern Africa Development
Community-SADC), actualmente com 15 membros, da qual faz parte Moçambique
desde a sua fundação (1 de Abril de 1980).

A cooperação e integração da SADC é baseada em factores históricos, económicos,


políticos, sociais e culturais, e os seus princípios foram delineados à margem da
experiência retirada da União Europeia que, actualmente, agrega 27 países. No papel
tudo parece funcionar. Mas apesar das intenções e dos objectivos desenhados pela
comunidade serem bem intencionados e louvados, a verdade é que hoje, tal como
sucede com a comunidade europeia, a SADC esbate hoje num problema de extrema
assimetria entre os seus membros que potencia problemas de variada ordem. Basta
pensar que, com excepção da África do Sul, todas as outras economias dos países da
SADC, quando tomadas individualmente, são tão pequenas que no contexto
internacional e mesmo continental, desempenham um papel periférico.

Para se ter uma ideia, no ano passado, Moçambique foi a 18. maior economia da África
Subsariana, contribuindo apenas com 1% para o PIB da região. No espaço da SADC, a
fotografia não é muito diferente, com Moçambique a contribuir somente com 2% para a
riqueza gerada na comunidade. É dentro deste quadro que "o processo de integração
económica regional exige dos seus países membros a adopção de medidas de
liberalização e estabilização económica que propiciem a convergência económica a
longo prazo, a convergência macroeconómica, e a convergência da política
macroeconómica", refere José Chichava, professor auxiliar na Faculdade de Economia
da Universidade Eduardo Mondlane, num trabalho académico intitulado de "As
Vantagens e Desvantagens Competitivas de Moçambique na Integração Económica
Regional".

As profundas desigualdades entre os seus membros, que revelam estados de


desenvolvimento bastante distintos, leva a que hoje muitos economistas duvidem do
sucesso desta organização. Desde logo por haver sobre a mesa um conjunto de
objectivos bastante rígidos impostos de igual forma a todos os estados-membros, que
terão de ser seguidos nos próximos anos.
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Conclusão:
A liberdade para a entrada de produtos e a concorrência internacional são benéficas
tanto para os consumidores quanto para os produtores que utilizam de insumos
importados ou que são desafiados por novos concorrentes. A concorrência é um
fenômeno generalizado e não se restringe a uma análise pautada em determinados
segmentos de mercado.

O “processo de descoberta” que é a concorrência transmite conhecimento e revela


diversas informações pertinentes. Ele faz com que os produtores possam saber —
através da própria ação de seus rivais — o porquê de seus produtos serem menos
competitivos. Eles compreendem, pelo comércio, alguns dos motivos que conduzem os
produtores de outras regiões — por questões institucionais ou econômicas — a serem
mais eficientes, propondo produtos mais baratos — de uma gama similar ou inferior —
ou com inovações tecnológicas. O comércio é um mecanismo de conhecimento,
descoberta do outro e de novos produtos — de aprendizado com a riqueza da
diversidade.

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