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 Política monetária clássica


 

A política monetária, como já explicado nas outras aulas, é a forma de intervenção de


autoridades monetárias para controlar a quantidade de moeda em circulação, de crédito e
juros na economia. Portanto, os fatores de produção não são diretamente alterados.
Movimentar a oferta da moeda impacta apenas na demanda, e na visão dos clássicos,
defensores da primazia da oferta agregada em relação à demanda, isso não era possível. A
justificativa é que um aumento na oferta de moeda gerará apenas inflação, visto que será
estimulada a demanda para uma mesma capacidade produtiva, e o inverso também. Portanto,
a moeda é neutra, ou seja, não gerará impactos reais na economia. 
 

Na visão dos clássicos, não terá crescimento fomentando a demanda, pois haverá apenas mais
pessoas demandando demais da mesma quantidade de bens e serviços, que é determinada
pela quantidade de fatores de produção que a economia possui. A utilidade exclusiva da
política monetária é o combate à inflação, que deve ser a mais baixa possível, pois ela distorce
o preço relativo dos bens e serviços. 
 

Diante disso, temos que uma política monetária expansionista tem efeito, não no crescimento
econômico, e sim na inflação. Como um exemplo disso, na prática é o caso de vários países que
têm sua política monetária pautada no regime de metas de inflação. 

O Regime de Metas de Inflação: Uma política clássica 


 

O regime de metas de inflação é utilizado também no Brasil, estabelecido pelo conselho


monetário nacional. Ele age estabelecendo um centro de meta para a inflação, com uma
margem de tolerância. O responsável por executar essa função é o Banco Central, que em caso
de descumprimento, é obrigado a escrever um relatório justificando. Tendo em vista que os
efeitos reais na inflação só ocorrem depois de determinado tempo de estabelecido, há 3
cenários em que são baseadas as expectativas para ela, influenciando nas decisões do
COPOM: 
 

 Quando a expectativa de inflação está acima da meta, é feita uma política monetária
contracionista, com a venda títulos públicos e aumento dos juros, diminuindo a
demanda.

 Quando a expectativa está próxima da meta é mantida a política monetária.

 Quando a expectativa está abaixo da meta é feita uma política monetária


expansionista, onde o governo compra títulos públicos aumentando o dinheiro em
circulação, diminuindo os juros e estimulando a demanda.

 
Política Monetária Keynesiana
 

O primeiro contraponto das duas teorias, quando falamos em moeda, é que diferente da
clássica, Keynes afirma que a moeda não é neutra e gera crescimento econômico. Portanto, se
há uma redução dos juros, injeção de mais moeda na economia e mais crédito, então,
estimularam os consumos, investimentos e, consequentemente, a demanda efetiva.
 

Na teoria Keynesiana, a moeda tem três funções:

Transação, ou seja, como um meio de pagamento;

Precaução para se precaver das incertezas; e

Especulação para se aproveitar das movimentações do mercado.

Além disso, há a teoria da preferência pela liquidez, com base na premissa de que quando há
uma maior circulação da moeda, as pessoas tendem a entesourá-las, preferindo retê-las, o que
não gera impacto significativo na inflação. E, de certo modo, além do estímulo ao consumo e
investimento, com o aumento dos preços, as empresas são estimuladas a contratarem e
produzir mais, gerando um fluxo de processos positivo para a economia. Portanto, a política
monetária expansionista, para Keynes, é importante para fomentar o crescimento econômico.
 

Concordemos, então, que, apesar desses mecanismos parecerem práticos, há uma burocracia
com relação aos riscos e retornos envolvidos nas operações. Um reflexo disso é uma taxa de
juros alta, como a Selic brasileira, base para as demais taxas de juros. Isso é consequência da
falta de segurança com relação aos empréstimos e o alto nível de calote do Brasil,
historicamente percebido.
 

Além desses reflexos, temos a influência significativa de calotes, ou seja, de empréstimos


concedidos e não pagos, aumentando o número de inadimplência nos bancos. Já em
empresas, que dependem de crédito, será defendida a política monetária expansionista, visto
que reduzirá a taxa Selic e, consequentemente, gerará mais crédito. Impactos, por outro lado,
em empresas que podem ser prejudicadas com a inflação, pelo aumento de custos que não
conseguem repassar aos consumidores.

Lembramos que este é apenas um resumo. Para uma leitura mais completa e profunda,
recomendamos os capítulos 12, 14 e 15 do livro Princípios de Economia de Francisco Mochón.
Além disso, recomendamos, também, a leitura do capítulo 31 do livro Macroeconomia de
Michael Parkin. Ambos estão disponíveis na biblioteca virtual Pearson.

ATIVIDADE EXTRA
 
O Banco Central do Brasil possui, em seu site, uma área específica sobre política monetária.
Navegue por ela e faça um resumo do que você aprendeu.

https://www.bcb.gov.br/controleinflacao

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MANKIW, N.G. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2005. Cap. 33 - Demanda e oferta agregada.

PARKIN, Michael. Economia. 8.ed. Pearson: 2008. Capítulo: 31. Política monetária. 

MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. 1.ed. Pearson: Capítulos 12, 14 e 15.

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