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Curso de Pós-Graduação em Mercados Financeiros – Senac EAD, Mercados Monetário e

Câmbio. Prof. Pedro Ferreira

AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
Mattheus Bezerra Oliveira

Questão 1 - De acordo com o que vimos ao longo da nossa disciplina explique quais são
os instrumentos de política monetária utilizados pelo Banco Central para abaixar os
índices de inflação. (6 ptos)

Nesse contexto de controle dos índices de inflação, o objetivo fundamental do Banco


Central (BC) é “manter a inflação sobre controle, ao redor da meta”, que é estabelecida pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para atingir esse objetivo, o BC se utiliza da política monetária que está atrelada ao
controle da oferta e demanda da moeda na economia, entre outras políticas. No caso da
política monetária, os instrumentos utilizados para controlar os índices de inflação são: as
operações de Mercado Aberto (Open Market), através da compra e venda de títulos públicos
federais; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; recolher
os depósitos compulsórios dos bancos comerciais; e determinar periodicamente, por
intermédio do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa de juros de referência para as
operações de um dia com títulos públicos, conhecida como taxa Selic.
A atuação em operações de compra e venda de títulos públicos federais no Mercado
Aberto, tem a finalidade de regular a oferta e demanda de moeda e as taxas de juros no curto
prazo. Quando o objetivo for elevar a liquidez e reduzir as taxas de juros o BC irá comprar os
títulos públicos em poder do mercado. Ao contrário, o BC venderá os títulos diminuindo os
títulos públicos, sempre que necessitar reduzir a liquidez e aumentar as taxas de juros. Nesse
último exemplo, objetivo é a diminuição da quantidade de moeda em circulação e a tendência
é que se diminua o consumo, pois se torna mais “caro” consumir virtude ao consequente
aumento das taxas de juros. Isso desaquece a economia visando principalmente a contenção
da alta inflação.
O BC realiza operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras, para
resolver problemas circunstanciais de liquidez, no papel de emprestador de última instância,
por isso também conhecido como banco dos bancos.
O redesconto é um empréstimo para situações de "no último caso", pois as taxas de
juros do redesconto tendem a ser mais altas, para desestimular as instituições a gerar situações
que criem risco de falta de liquidez. Porém, se o BC quiser colocar dinheiro no mercado, ele
pode reduzir essas taxas, incentivando os bancos a aumentar a disponibilidade de crédito.
Neste caso, por se tratar de um empréstimo do BC aos demais bancos, que por sua vez
também emprestam aos demais, sua redução ou amento é associada à política monetária.
Diante disso podemos afirmar que quando há intenção de aumentar a moeda em circulação, a
taxa de juros do redesconto é reduzida e por raciocínio inverso quando há intenção de
diminuir a moeda em circulação, no nosso exemplo para abaixar a inflação, ocorre a elevação
das taxas de juros do redesconto.
O depósito compulsório é uma medida que obriga os bancos e instituições financeiras
a depositarem parte dos recursos captados, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, em
uma conta do Banco Central. Assim sendo, quanto maior ou menor a taxa de depósito
compulsório, reduzirá ou amentará os recursos que os bancos possuem para emprestar e, por
consequência, menos ou mais dinheiro circulará na economia, respectivamente. Dessa forma,
ao perceber que a inflação está alta e com o objetivo de conter ou abaixá-la, o BC pode elevar
a taxa de depósito compulsório e com isso retirar dinheiro de circulação do mercado,
reduzindo a liquidez.
Destaca-se que de acordo com o próprio BC, o principal instrumento de política
monetária é a taxa Selic, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa é a
taxa de juros básica da economia, que afeta outras taxas praticadas e influencia a inflação à
medida que torna mais caro ou não o consumo de bens e serviços. A taxa Selic remunera as
operações com títulos públicos por um dia útil, embora a sua meta, fixada nas reuniões do
Copom, seja expressa em termos anuais. Com base nessa meta, o BCB, enquanto gerenciador
da liquidez, toma as decisões de expandir ou contrair a oferta de reservas bancárias de modo a
atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo de taxas de juros (CARVALHO et al.,
2015).
Portanto, diante do exposto e no intuito de abaixar os índices de inflação da economia
o BC se utiliza das ferramentas citadas acima, nas diversas situações, quais sejam compra de
títulos públicos federais no Mercado Aberto, aumento nas taxas de redesconto de empréstimos
e dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais e instituições financeiras e aumento da
taxa Selic (através do Copom) com o objetivo de diminuir a liquidez, através da redução da
circulação da moeda, e por conseguinte contenção ou diminuição da inflação.
Questão 2 - Explique o regime de taxas de câmbio conhecido como dirty floating. (4
ptos)

O termo regime de taxas de câmbio flutuante é denominado quando o próprio mercado


de acordo com a oferta e demanda da moeda regula o seu valor. Contudo quando ações
indiretas são realizadas pelo BC para afetar diretamente a taxa de câmbio, o termo utilizado é
regime de taxas de câmbio flutuante suja (Dirty floating). Por meio da compra e venda de
moeda estrangeira no mercado, o BC mantém a taxa de câmbio dentro dos níveis que julgar
necessário.
Por exemplo, se a taxa de câmbio sofre uma elevação descontrolada, o BC vende
dólares no mercado, aumentado a quantidade de moeda oferecida no mercado e, por
conseguinte, reduzindo ou contendo sua cotação perante o real. O inverso, caso percebam que
a taxa de câmbio está baixa e o objetivo for estimular as exportações de produtos nacionais, o
BC compra dólares no mercado, aumentando a sua cotação em relação ao real.
Outra forma de intervenção do Banco Central na taxa de câmbio é por intermédio de
swaps cambiais, instrumentos cujo o objetivo é fornecer, principalmente, hedge cambial, ou
seja, proteção contra as oscilações das taxas de câmbio.
Swap cambial tradicional é a compra de um contrato padronizado cujos operadores são
o Banco Central, as instituições financeiras e as empresas que possuem dívidas em dólar.
Tanto as empresas quanto as instituições financeiras buscam se proteger da desvalorização do
real frente ao dólar. Em contrapartida, o BC visa manter a estabilidade da taxa de câmbio.
Neste exemplo, o BC paga a variação cambial do período do contrato e a empresa arca com
uma taxa de juros predeterminada.
No Swap cambial reverso, o BC paga uma taxa de juros predeterminada, enquanto a
empresa arca com a variação cambial. São realizadas quando se acredita que há expectativa de
valorização da moeda nacional frente ao dólar.
Os usos de swaps cambiais tradicional ou reverso equivalem respectivamente a uma
venda ou compra de dólar no mercado futuro da moeda. Para conter ou reduzir uma
valorização do dólar, o swap cambial evita uma corrida pela compra de moeda estrangeria à
vista, e por óbvio evitando uma escassez da moeda no mercado. Pelo oposto, também é
verdade pensar que para conter uma subida exagerada da moeda nacional, o swap cambial
reverso, evita uma venda exagerada de moeda estrangeira e representa a compra de dólares no
futuro.
Portanto no regime cambial flutuante sujo, o BC se utiliza indiretamente desses
mecanismos citados para regular a taxa de câmbio, quando necessário, em meio a procura e
oferta do próprio mercado.

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