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Guilherme de Oliveira Ferraz

Economia

Resumo do livro Economia Modo de Usar, Capítulo 6 e 7

Capítulo 6 - Produção, Renda e Felicidade


O autor começa falando que medir a produção não é igual a fazer cálculos como na
química e na física, é necessário analisar o produto interno bruto. De maneira geral, é
o valor monetário total do que foi produzido dentro de um país durante certo período
de tempo. Sempre é analisado o valor agregado do produto menos os insumos
intermediários que o produtor utilizou. Se não subtrairmos o valor dos insumos
intermediários e somarmos a produção final de todos os produtores, teríamos uma
produção fora do valor real.
O bruto traz menção a depreciação das máquinas e se retirarmos este fator teremos o
PIL (Produto interno líquido). O PIL considera tudo o que entrou na produção, por isso
é mais preciso, entretanto utilizamos o PIB pois não existe uma única opinião de como
se calcula a depreciação. O i de interno remete ao que é produzido dentro dos limites
de cada país.
O número que mede toda a produção dos cidadãos e das empresas do país, e não da
produção que ocorreu dentro das suas fronteiras, é chamado de produto nacional
bruto, ou PNB.
O PIB é mais usado do que PNB pois a curto prazo é mais preciso em relação
atividade produtiva dentro de um país. Já o PNB é a melhor medida da força de uma
economia a longo prazo. As vezes um país tem um PNB maior que outro
simplesmente por ter sua população maior. O PIB e o PNB têm limitações pois só
analisam a produção a preço de mercado e existe diversas atividades econômicas fora
do mercado e assim gera números imprecisos. Outra questão é também que a
serviços que não são computados como o trabalho doméstico.
Falando sobre os “números reais” o PIB em 2010 foi de 63,4 trilhões de dólares sendo
que cinco países tem metade da produção mundial sendo eles: Estados Unidos,
França, China, Japão e Alemanha. Os países considerados de baixa renda (países
com PIB per capita de menos de 1005 dólares em 2010) em conjunto tem um PIB de
0,42 trilhão de dólares. O número corresponde a 0,66% da economia mundial ou 2,9%
da economia dos Estados Unidos.
O PIB pode ser visto também como uma soma de rendimentos já que todos envolvidos
nas atividades são pagos pela sua contribuição. A renda interna bruta (RIB) é
composta por salários dos empregados, lucro para os acionistas, pagamento de juros
para empréstimos que pode ter contraído e impostos indiretos. A renda nacional bruta
(RNB) RNB é o resultado da soma dos rendimentos dos cidadãos do país e não de
suas fronteiras.
A renda per capita, que geralmente é medida pela RIB per capita é considerada por
muitos como a melhor medida do nível de vida de um país. Ela é boa mas calcula a
renda média e a média pode ter variações entre os grupos em relação a renda,
portanto este índice é bom para países que a renda seja mais igualitária. Um ajuste
importante que se costuma fazer com os números do PIB visa levar em conta os
diferentes níveis de preços em diferentes países.
Geralmente a taxa de câmbio é definida pela oferta e demanda de bens e serviços
trocados internacionalmente, já o que se pode comprar em um país é definido pelo
preço de todos os bens e serviços, então acaba gerando um problema que subestima
o custo de vida dependendo do país. Então para resolver este problema foi criado uma
moeda fictícia que mostra o quanto pode ser comprado um conjunto de bens e
serviços em cada país e assim permite uma análise mais completa do custo de vida.
O ajuste PPA é muito bom, mas parte do pressuposto que todos os países consomem
a mesma cesta de bens e serviços. Mesmo com estes índices, o padrão de vida não é
totalmente explícito, pois nós não vivemos só de renda monetária, queremos
liberdade, auto realização e etc. Outro motivo é que esses índices não computam
trabalho doméstico e para muitas pessoas é muito importante. Até mesmo em relação
as coisas que compramos com dinheiro podem não nós dar um bom padrão de vida
pois as vezes compramos por impulso ou pela grande campanha publicitária e isso
pode ser algo somente momentâneo. E por isso a renda não é um indicador confiável
de padrão de vida/felicidade/satisfação.
Essas limitações não significam que a renda não seja importante para se medir o nível
de vida. Especialmente nos países mais pobres, uma renda mais alta é, grosso modo,
uma coisa positiva.
Falando sobre os números reais, de acordo com o Banco Mundial em 2010 o país com
a maior renda (RNB) per capita foi Mônaco e Liechtenstein, entretanto os dois são
paraísos fiscais e também contém uma população muito pequena, e se excluirmos
países com população com menos de meio milhão a Noruega é o país mais rico (ou
seja, com a maior RNB per capita). Na outra ponta, Burundi, com 160 dólares de renda
per capita, foi o país mais pobre do mundo em 2010. Fazendo cálculos a pessoa não
ganhou um dólar de renda por dia. Países com menos de mil dólares de renda per
capita são oficialmente classificados como países “de baixa renda” na classificação do
Banco Mundial. O autor lista os países de acordo com suas rendas per capitas em
algumas páginas do livro.
Então é possível ver que a Noruega tem renda per capita 534 vezes maior que o
Burundi em 2010. Há uma grande disparidade também em relação aos países em
desenvolvimento e países pobres, um exemplo é o Brasil que tem renda per capita de
cinquenta a sessenta vezes maior do que a dos países pobres.
Muitos economistas querem saber como medir a felicidade e mensurar nos índices.
Por isso surgiu alguns índices e ideias como índice de liberdade política e a felicidade
e o Levantamento Mundial de Valores. Muita gente questiona se a felicidade pode ser
medida, e inclusive se deve ser medida. O fato de que a felicidade pode ser,
conceitualmente, uma medida melhor que a renda não significa que devemos tentar
medi-la. Muitas pessoas também não sabem medir sua felicidade pois vivem situações
completamente diferentes tendo uma “falsa consciência’’ do que é ser feliz.
Capítulo 7 – O mundo da produção
O autor começa falando sobre a Guiné equatorial que foi destinada a obscuridade pois
é o menor país da África em termos de população, o seu território também é pequeno
e existe tantos países com o nome parecido, entretanto é o país mais rico da África,
sendo uma das economias que mais cresce no mundo nesses últimos 20 anos. O que
esse país precisa para ganhar mais atenção? Começar uma guerra?
A Guiné Equatorial cresce bem mais rápido que a China, então porque não ouvimos “
o milagre econômico da Guiné equatorial? O principal motivo é o tamanho, pois é mais
fácil ignorar países pequenos.
A Guiné teve esse crescimento por conta da abundância de recursos naturais
encontrados e não por aumentar a sua capacidade de produzir, como a maioria dos
países que cresceram, um exemplo disso é ver como o Estados Unidos se
transformou uma potência mundial, eles utilizaram novas técnicas para extrair e
localizar minérios, mudaram o jeito de produzir e assim alcançaram o patamar atual.
Dessa forma podemos ver como existe uma diferença entre crescimento econômico e
desenvolvimento econômico. Ele acredita que desenvolvimento econômico é a
capacidade de se organizar e de transformar suas atividades produtivas.
O autor entra em outro tópico que tem como assunto uma economia com baixa
capacidade produtiva. Ele acredita que quando uma economia depende totalmente
dos seus recursos e de mão-de-obra barata, ela não tem planos para o longo prazo,
pois maquinas podem acabar facilmente com a necessidade de algumas profissões
como tecelões e ferreiros.
O escritor começa a mostrar como o avanço tecnológico faz parte da economia, dando
alguns exemplos que para antigamente era algo mágico e hoje acontece com a maior
facilidade por conta das máquinas e da química. Ele faz uma ligação de como os
processos e as invenções aconteciam na Revolução Industrial, muitas vezes o criador
colocava seu nome na invenção e era na maioria das vezes algo criado somente por
ele. Entretanto a partir do século XIX as invenções foram ficando mais complexas e
precisavam de mais pessoas especializadas no assunto para conseguirem inventar
novos objetos ou teorias.
Entretanto ele fala que a tecnologia não foi a única responsável pelo aumento da
produção, e que a organização também ajudou muito, dando exemplo com a criação
da “linha de montagem” que aumentou o ritmo de produção por seguir uma sequência,
essas ideias parecem óbvias mais muitos produtores acabam esquecendo de como
isso é importante. Além das lutas para a organização para melhor desempenho
ocorreu mudanças no quesito de comprometimento com o trabalho dos operários,
sendo um dos maiores responsáveis Frederick Winslow Taylor, que ficou marcado
pela concepção do “taylorismo” que acreditava que se o operário fosse especializado
no que fazia a produção seria maior. Anos depois a sua concepção foi implementada
por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, e assim conseguiu diminuir o custo por
conta da grande produção. O sistema de produção em massa, ainda está presente até
hoje. Mas ele foi melhorado e ficou conhecido como “sistema de produção enxuta “,
utilizada pela Toyota onde busca diminuir o máximo possível de custos por meio de
equipamentos e funcionários multifuncionais.
Além disto tudo dito acima, a produção também é afetada por agentes externos como
o governo, as universidades, os institutos de pesquisa e profissionalizantes que de
certa forma influenciam diretamente a educação e assim a economia.
Seguindo este caminho é necessário ver se o crescimento foi geral ou per capita, pois
a falta desta análise pode trazer uma visão distorcida da realidade. Crescer o PIB não
significa mais PIB per capita, como ele mostra em seus exemplos.
É muito difícil fazer uma economia crescer, antes da Revolução industrial a taxa de
crescimento era de 0%, quando ela surgiu começou a ser de 1% ao ano. Os países
asiáticos fizeram o “milagre econômico” pois subiram a taxa de crescimento em 8%
por volta de 1900. No geral o crescimento per capita da produção é bom quando
atinge 3% ao ano, acima de 6% já considerado “milagre”.
As taxas de crescimento que usamos são “taxas compostas”, pois são adicionados a
produção existente, então é considerada exponencial, pois sempre o aumento ocorre
sobre o montante e não sobre o capital inicial. Então se um país crescer pouco mas
manter esse crescimento continuo ao um longo prazo, ele estará crescendo bem o seu
PIB.
Ao contrário do crescimento econômico, o desenvolvimento econômico não pode ser
medido por um único indicador, existe diversos índices com muitos indicadores para
conseguirem medir o desenvolvimento econômico, então se você não for um
economista profissional é melhor se apegar a uns indicadores mais fáceis. Uns dos
principais indicadores é a participação do investimento no PIB, ou seja, é quando
cresce os investimentos em máquinas e local de trabalho, conhecido como capital
físico, este indicador é conhecido como formação bruta de capital fixo (FBCF). No
mundo a taxa de investimento é de cerca de 20% a 22%. Nenhuma economia
alcançou taxas “milagrosas” de crescimento durante um longo período sem investir
pelo menos 25% do PIB. Uma alta taxa de investimento garante um futuro melhor,
mas no presente acaba com o consumo ou renda atual. Embora aconteça isso, o
FBCF ainda é uma das melhores maneiras de medir o desenvolvimento econômico.
Outro indicador simples é o gasto de um país com P&D atrelado ao PIB, Os países
ricos gastam uma proporção muito maior do PIB em P&D do que os mais pobres. A
maioria dos países em desenvolvimento não realiza praticamente nenhuma atividade
de P&D.
A industrialização é a chave para o desenvolvimento econômico na realidade, a
maioria dos países desenvolvidos alcançaram esse lugar por meio de investimentos
na indústria. Aumentar a produção é muito mais fácil na indústria manufatureira do que
em outras atividades econômicas, como agricultura e serviços. Pois na indústria
basicamente é necessário uma melhor mecanização e processamento químico. A
atividade agrícola depende de muitas variáveis e também depende do tempo.
O setor manufatureiro tem sido a aprendizado do capitalismo, pois fornece bens de
capital proporcionando atividades que geram outros bens como os de consumo. As
técnicas industriais foram levadas até outros setores econômicos como redes de fast-
food e também em setores agrícolas como a alimentação dos animais controlada por
computador.
Muitos acreditam que o setor industrial não é mais necessário pois estarmos vivendo
um período pós-industrial, e o que é mais importante são os serviços. E que essas
atividades industriais devem ser produzidas por países que tem a mão de obra barata
como a China. Muitos países mudaram sua estratégia para prestação de serviços.
Os países baixaram o preço dos produtos manufaturados em comparação com o
preço dos serviços, então de certa forma parece que a produção de bens
manufaturados diminui, mas na verdade não, somente o preço caiu por conta do
crescimento do mercado de serviços.
A desindustrialização também foi exagerada por conta das “ilusões de ótica”, ou seja
muitos serviços que eram feitos dentro da indústria foram terceirizados por empresas
prestadoras de serviços. Mas saiba que produzir bens ainda é muito importante para
uma economia que quer crescer, não existe setores condenados e sim novas
tecnologias.
O crescimento por meio dos serviços pode ser ilusório como ocorreu na crise de 2008
e mostrou que a saída novamente foi a indústria, e muitos serviços são prestados para
indústria, então com o enfraquecimento da indústria, muitos serviços iram ter baixas
em suas demandas.
Outra força importante para economia é a agricultura segundo o autor. Até o final do
século XIX, a agricultura era a base da economia em quase todos os países. Na
maioria dos países ricos ¾ das pessoas trabalhavam na agricultura antigamente.
Atualmente a agricultura nos países ricos representa uma parcela pequena do PIB e
também na produção de empregos. Entretanto para países pobres a agricultura ainda
é muito importante tanto para o PIB e para a geração de empregos.
Em alguns países em desenvolvimento como os da América Latina está ocorrendo
uma desindustrialização “prematura”, ou seja, o país nem chegou a seu ponto máximo
de industrialização e mesmo assim começou a deixar a industrialização, sendo muito
diferente dos países ricos.
Alguns países tiveram supostamente sucesso com os serviços como Suíça e
Cingapura, mas na verdade, ficaram ricos com a industrialização segundo os dados da
Unido. E a Índia só desfez o déficit que tinha em sua balança comercial de serviços
que foi equivalente 0,9% do PIB.
O autor entra em outro viés, ele começa a falar sobre a importância da
sustentabilidade ambiental, fala que a produção arrisca a existência humana e que
muitos recursos renováveis estão se esgotando rapidamente. A produção não pode
parar mas precisa de meios sustentáveis para manter o nosso planeta existindo. Ele
acredita que a tecnologia é a solução pois além de melhorar a extração de recursos
pode ajudar na sustentabilidade e na produção de energias renováveis. Mas mesmo
assim a algumas coisas que tecnologia não tem controle como para disponibilidade de
recursos não renováveis, que com o tempo serão cada vez menos acessíveis para
pessoas pobres. Outro problema é a questão climática que já são graves e não tem
soluções somente tecnológicas.
Isso tudo não significa que precisamos parar o desenvolvimento econômico, nos
países em desenvolvimento é de suma importância o aumento da produção. Os
países em desenvolvimento precisaram se adequar as mudanças climáticas mesmo
eles não sendo os principais causadores delas. Eles vão precisam implementar novas
maneiras de produção para diminuir o efeito estufa e consequentemente as mudanças
climáticas. Já os países ricos precisam diminuir o seu consumo produção para
conseguirmos diminuir esses efeitos, isso não significa que faltará objetos e recursos,
pois a desigualdade nesses países é gigante, e senão fosse tão alta, o consumo seria
maior. O bem-estar pode ser elevado mesmo sem o aumento do consumo em
sociedades igualitárias, afirma o autor. O consumo de energia também pode ser
reduzido com a utilização de transporte públicos.
Os países ricos não precisam parar seu desenvolvimento econômico, eles podem
continuar produzindo e utilizá-las não para aumentar o consumo de bens materiais,
mas para reduzir as horas de trabalho, enquanto produzem a mesma quantidade ou
até mais.
A produção é algo muito importante para economia, é um processo previsível e
predeterminado onde o capital e o trabalho precisa estar em harmonia. E lembre-se
que a importância do setor manufatureiro é enorme, pois é ele que tem sido a principal
fonte de novas capacidades tecnológicas e organizacionais nos últimos dois séculos.
Muitos menosprezam a indústria e deixam para países com mão de obra mais barata
mas saiba que o mudo moderno foi feito nas fábricas. E precisamos fazer algo para
mudar as condições climáticas que afetam o nosso planeta, países em
desenvolvimento melhorar as práticas de produção e os desenvolvidos devem
melhorar tecnologicamente em áreas verdes.

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