Resumo do livro Economia Modo de Usar, Capítulo 6 e 7
Capítulo 6 - Produção, Renda e Felicidade
O autor começa falando que medir a produção não é igual a fazer cálculos como na química e na física, é necessário analisar o produto interno bruto. De maneira geral, é o valor monetário total do que foi produzido dentro de um país durante certo período de tempo. Sempre é analisado o valor agregado do produto menos os insumos intermediários que o produtor utilizou. Se não subtrairmos o valor dos insumos intermediários e somarmos a produção final de todos os produtores, teríamos uma produção fora do valor real. O bruto traz menção a depreciação das máquinas e se retirarmos este fator teremos o PIL (Produto interno líquido). O PIL considera tudo o que entrou na produção, por isso é mais preciso, entretanto utilizamos o PIB pois não existe uma única opinião de como se calcula a depreciação. O i de interno remete ao que é produzido dentro dos limites de cada país. O número que mede toda a produção dos cidadãos e das empresas do país, e não da produção que ocorreu dentro das suas fronteiras, é chamado de produto nacional bruto, ou PNB. O PIB é mais usado do que PNB pois a curto prazo é mais preciso em relação atividade produtiva dentro de um país. Já o PNB é a melhor medida da força de uma economia a longo prazo. As vezes um país tem um PNB maior que outro simplesmente por ter sua população maior. O PIB e o PNB têm limitações pois só analisam a produção a preço de mercado e existe diversas atividades econômicas fora do mercado e assim gera números imprecisos. Outra questão é também que a serviços que não são computados como o trabalho doméstico. Falando sobre os “números reais” o PIB em 2010 foi de 63,4 trilhões de dólares sendo que cinco países tem metade da produção mundial sendo eles: Estados Unidos, França, China, Japão e Alemanha. Os países considerados de baixa renda (países com PIB per capita de menos de 1005 dólares em 2010) em conjunto tem um PIB de 0,42 trilhão de dólares. O número corresponde a 0,66% da economia mundial ou 2,9% da economia dos Estados Unidos. O PIB pode ser visto também como uma soma de rendimentos já que todos envolvidos nas atividades são pagos pela sua contribuição. A renda interna bruta (RIB) é composta por salários dos empregados, lucro para os acionistas, pagamento de juros para empréstimos que pode ter contraído e impostos indiretos. A renda nacional bruta (RNB) RNB é o resultado da soma dos rendimentos dos cidadãos do país e não de suas fronteiras. A renda per capita, que geralmente é medida pela RIB per capita é considerada por muitos como a melhor medida do nível de vida de um país. Ela é boa mas calcula a renda média e a média pode ter variações entre os grupos em relação a renda, portanto este índice é bom para países que a renda seja mais igualitária. Um ajuste importante que se costuma fazer com os números do PIB visa levar em conta os diferentes níveis de preços em diferentes países. Geralmente a taxa de câmbio é definida pela oferta e demanda de bens e serviços trocados internacionalmente, já o que se pode comprar em um país é definido pelo preço de todos os bens e serviços, então acaba gerando um problema que subestima o custo de vida dependendo do país. Então para resolver este problema foi criado uma moeda fictícia que mostra o quanto pode ser comprado um conjunto de bens e serviços em cada país e assim permite uma análise mais completa do custo de vida. O ajuste PPA é muito bom, mas parte do pressuposto que todos os países consomem a mesma cesta de bens e serviços. Mesmo com estes índices, o padrão de vida não é totalmente explícito, pois nós não vivemos só de renda monetária, queremos liberdade, auto realização e etc. Outro motivo é que esses índices não computam trabalho doméstico e para muitas pessoas é muito importante. Até mesmo em relação as coisas que compramos com dinheiro podem não nós dar um bom padrão de vida pois as vezes compramos por impulso ou pela grande campanha publicitária e isso pode ser algo somente momentâneo. E por isso a renda não é um indicador confiável de padrão de vida/felicidade/satisfação. Essas limitações não significam que a renda não seja importante para se medir o nível de vida. Especialmente nos países mais pobres, uma renda mais alta é, grosso modo, uma coisa positiva. Falando sobre os números reais, de acordo com o Banco Mundial em 2010 o país com a maior renda (RNB) per capita foi Mônaco e Liechtenstein, entretanto os dois são paraísos fiscais e também contém uma população muito pequena, e se excluirmos países com população com menos de meio milhão a Noruega é o país mais rico (ou seja, com a maior RNB per capita). Na outra ponta, Burundi, com 160 dólares de renda per capita, foi o país mais pobre do mundo em 2010. Fazendo cálculos a pessoa não ganhou um dólar de renda por dia. Países com menos de mil dólares de renda per capita são oficialmente classificados como países “de baixa renda” na classificação do Banco Mundial. O autor lista os países de acordo com suas rendas per capitas em algumas páginas do livro. Então é possível ver que a Noruega tem renda per capita 534 vezes maior que o Burundi em 2010. Há uma grande disparidade também em relação aos países em desenvolvimento e países pobres, um exemplo é o Brasil que tem renda per capita de cinquenta a sessenta vezes maior do que a dos países pobres. Muitos economistas querem saber como medir a felicidade e mensurar nos índices. Por isso surgiu alguns índices e ideias como índice de liberdade política e a felicidade e o Levantamento Mundial de Valores. Muita gente questiona se a felicidade pode ser medida, e inclusive se deve ser medida. O fato de que a felicidade pode ser, conceitualmente, uma medida melhor que a renda não significa que devemos tentar medi-la. Muitas pessoas também não sabem medir sua felicidade pois vivem situações completamente diferentes tendo uma “falsa consciência’’ do que é ser feliz. Capítulo 7 – O mundo da produção O autor começa falando sobre a Guiné equatorial que foi destinada a obscuridade pois é o menor país da África em termos de população, o seu território também é pequeno e existe tantos países com o nome parecido, entretanto é o país mais rico da África, sendo uma das economias que mais cresce no mundo nesses últimos 20 anos. O que esse país precisa para ganhar mais atenção? Começar uma guerra? A Guiné Equatorial cresce bem mais rápido que a China, então porque não ouvimos “ o milagre econômico da Guiné equatorial? O principal motivo é o tamanho, pois é mais fácil ignorar países pequenos. A Guiné teve esse crescimento por conta da abundância de recursos naturais encontrados e não por aumentar a sua capacidade de produzir, como a maioria dos países que cresceram, um exemplo disso é ver como o Estados Unidos se transformou uma potência mundial, eles utilizaram novas técnicas para extrair e localizar minérios, mudaram o jeito de produzir e assim alcançaram o patamar atual. Dessa forma podemos ver como existe uma diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico. Ele acredita que desenvolvimento econômico é a capacidade de se organizar e de transformar suas atividades produtivas. O autor entra em outro tópico que tem como assunto uma economia com baixa capacidade produtiva. Ele acredita que quando uma economia depende totalmente dos seus recursos e de mão-de-obra barata, ela não tem planos para o longo prazo, pois maquinas podem acabar facilmente com a necessidade de algumas profissões como tecelões e ferreiros. O escritor começa a mostrar como o avanço tecnológico faz parte da economia, dando alguns exemplos que para antigamente era algo mágico e hoje acontece com a maior facilidade por conta das máquinas e da química. Ele faz uma ligação de como os processos e as invenções aconteciam na Revolução Industrial, muitas vezes o criador colocava seu nome na invenção e era na maioria das vezes algo criado somente por ele. Entretanto a partir do século XIX as invenções foram ficando mais complexas e precisavam de mais pessoas especializadas no assunto para conseguirem inventar novos objetos ou teorias. Entretanto ele fala que a tecnologia não foi a única responsável pelo aumento da produção, e que a organização também ajudou muito, dando exemplo com a criação da “linha de montagem” que aumentou o ritmo de produção por seguir uma sequência, essas ideias parecem óbvias mais muitos produtores acabam esquecendo de como isso é importante. Além das lutas para a organização para melhor desempenho ocorreu mudanças no quesito de comprometimento com o trabalho dos operários, sendo um dos maiores responsáveis Frederick Winslow Taylor, que ficou marcado pela concepção do “taylorismo” que acreditava que se o operário fosse especializado no que fazia a produção seria maior. Anos depois a sua concepção foi implementada por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, e assim conseguiu diminuir o custo por conta da grande produção. O sistema de produção em massa, ainda está presente até hoje. Mas ele foi melhorado e ficou conhecido como “sistema de produção enxuta “, utilizada pela Toyota onde busca diminuir o máximo possível de custos por meio de equipamentos e funcionários multifuncionais. Além disto tudo dito acima, a produção também é afetada por agentes externos como o governo, as universidades, os institutos de pesquisa e profissionalizantes que de certa forma influenciam diretamente a educação e assim a economia. Seguindo este caminho é necessário ver se o crescimento foi geral ou per capita, pois a falta desta análise pode trazer uma visão distorcida da realidade. Crescer o PIB não significa mais PIB per capita, como ele mostra em seus exemplos. É muito difícil fazer uma economia crescer, antes da Revolução industrial a taxa de crescimento era de 0%, quando ela surgiu começou a ser de 1% ao ano. Os países asiáticos fizeram o “milagre econômico” pois subiram a taxa de crescimento em 8% por volta de 1900. No geral o crescimento per capita da produção é bom quando atinge 3% ao ano, acima de 6% já considerado “milagre”. As taxas de crescimento que usamos são “taxas compostas”, pois são adicionados a produção existente, então é considerada exponencial, pois sempre o aumento ocorre sobre o montante e não sobre o capital inicial. Então se um país crescer pouco mas manter esse crescimento continuo ao um longo prazo, ele estará crescendo bem o seu PIB. Ao contrário do crescimento econômico, o desenvolvimento econômico não pode ser medido por um único indicador, existe diversos índices com muitos indicadores para conseguirem medir o desenvolvimento econômico, então se você não for um economista profissional é melhor se apegar a uns indicadores mais fáceis. Uns dos principais indicadores é a participação do investimento no PIB, ou seja, é quando cresce os investimentos em máquinas e local de trabalho, conhecido como capital físico, este indicador é conhecido como formação bruta de capital fixo (FBCF). No mundo a taxa de investimento é de cerca de 20% a 22%. Nenhuma economia alcançou taxas “milagrosas” de crescimento durante um longo período sem investir pelo menos 25% do PIB. Uma alta taxa de investimento garante um futuro melhor, mas no presente acaba com o consumo ou renda atual. Embora aconteça isso, o FBCF ainda é uma das melhores maneiras de medir o desenvolvimento econômico. Outro indicador simples é o gasto de um país com P&D atrelado ao PIB, Os países ricos gastam uma proporção muito maior do PIB em P&D do que os mais pobres. A maioria dos países em desenvolvimento não realiza praticamente nenhuma atividade de P&D. A industrialização é a chave para o desenvolvimento econômico na realidade, a maioria dos países desenvolvidos alcançaram esse lugar por meio de investimentos na indústria. Aumentar a produção é muito mais fácil na indústria manufatureira do que em outras atividades econômicas, como agricultura e serviços. Pois na indústria basicamente é necessário uma melhor mecanização e processamento químico. A atividade agrícola depende de muitas variáveis e também depende do tempo. O setor manufatureiro tem sido a aprendizado do capitalismo, pois fornece bens de capital proporcionando atividades que geram outros bens como os de consumo. As técnicas industriais foram levadas até outros setores econômicos como redes de fast- food e também em setores agrícolas como a alimentação dos animais controlada por computador. Muitos acreditam que o setor industrial não é mais necessário pois estarmos vivendo um período pós-industrial, e o que é mais importante são os serviços. E que essas atividades industriais devem ser produzidas por países que tem a mão de obra barata como a China. Muitos países mudaram sua estratégia para prestação de serviços. Os países baixaram o preço dos produtos manufaturados em comparação com o preço dos serviços, então de certa forma parece que a produção de bens manufaturados diminui, mas na verdade não, somente o preço caiu por conta do crescimento do mercado de serviços. A desindustrialização também foi exagerada por conta das “ilusões de ótica”, ou seja muitos serviços que eram feitos dentro da indústria foram terceirizados por empresas prestadoras de serviços. Mas saiba que produzir bens ainda é muito importante para uma economia que quer crescer, não existe setores condenados e sim novas tecnologias. O crescimento por meio dos serviços pode ser ilusório como ocorreu na crise de 2008 e mostrou que a saída novamente foi a indústria, e muitos serviços são prestados para indústria, então com o enfraquecimento da indústria, muitos serviços iram ter baixas em suas demandas. Outra força importante para economia é a agricultura segundo o autor. Até o final do século XIX, a agricultura era a base da economia em quase todos os países. Na maioria dos países ricos ¾ das pessoas trabalhavam na agricultura antigamente. Atualmente a agricultura nos países ricos representa uma parcela pequena do PIB e também na produção de empregos. Entretanto para países pobres a agricultura ainda é muito importante tanto para o PIB e para a geração de empregos. Em alguns países em desenvolvimento como os da América Latina está ocorrendo uma desindustrialização “prematura”, ou seja, o país nem chegou a seu ponto máximo de industrialização e mesmo assim começou a deixar a industrialização, sendo muito diferente dos países ricos. Alguns países tiveram supostamente sucesso com os serviços como Suíça e Cingapura, mas na verdade, ficaram ricos com a industrialização segundo os dados da Unido. E a Índia só desfez o déficit que tinha em sua balança comercial de serviços que foi equivalente 0,9% do PIB. O autor entra em outro viés, ele começa a falar sobre a importância da sustentabilidade ambiental, fala que a produção arrisca a existência humana e que muitos recursos renováveis estão se esgotando rapidamente. A produção não pode parar mas precisa de meios sustentáveis para manter o nosso planeta existindo. Ele acredita que a tecnologia é a solução pois além de melhorar a extração de recursos pode ajudar na sustentabilidade e na produção de energias renováveis. Mas mesmo assim a algumas coisas que tecnologia não tem controle como para disponibilidade de recursos não renováveis, que com o tempo serão cada vez menos acessíveis para pessoas pobres. Outro problema é a questão climática que já são graves e não tem soluções somente tecnológicas. Isso tudo não significa que precisamos parar o desenvolvimento econômico, nos países em desenvolvimento é de suma importância o aumento da produção. Os países em desenvolvimento precisaram se adequar as mudanças climáticas mesmo eles não sendo os principais causadores delas. Eles vão precisam implementar novas maneiras de produção para diminuir o efeito estufa e consequentemente as mudanças climáticas. Já os países ricos precisam diminuir o seu consumo produção para conseguirmos diminuir esses efeitos, isso não significa que faltará objetos e recursos, pois a desigualdade nesses países é gigante, e senão fosse tão alta, o consumo seria maior. O bem-estar pode ser elevado mesmo sem o aumento do consumo em sociedades igualitárias, afirma o autor. O consumo de energia também pode ser reduzido com a utilização de transporte públicos. Os países ricos não precisam parar seu desenvolvimento econômico, eles podem continuar produzindo e utilizá-las não para aumentar o consumo de bens materiais, mas para reduzir as horas de trabalho, enquanto produzem a mesma quantidade ou até mais. A produção é algo muito importante para economia, é um processo previsível e predeterminado onde o capital e o trabalho precisa estar em harmonia. E lembre-se que a importância do setor manufatureiro é enorme, pois é ele que tem sido a principal fonte de novas capacidades tecnológicas e organizacionais nos últimos dois séculos. Muitos menosprezam a indústria e deixam para países com mão de obra mais barata mas saiba que o mudo moderno foi feito nas fábricas. E precisamos fazer algo para mudar as condições climáticas que afetam o nosso planeta, países em desenvolvimento melhorar as práticas de produção e os desenvolvidos devem melhorar tecnologicamente em áreas verdes.
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