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Introdução
Nesta aula, discutiremos questões sobre um importante tema na agenda econômica: a pro-
moção do crescimento e do desenvolvimento econômico. Você já refletiu sobre o que significam e
como se relacionam estes dois conceitos? Além de abordar estas questões, analisaremos a noção
de desenvolvimento a partir de indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano, IDH.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 Desenvolvimento econômico
O desenvolvimento econômico de um país pressupõe a promoção de seu crescimento eco-
nômico. Porém, este primeiro conceito é relativamente aberto e pode envolver outros fatores. Há
diferentes teorias a respeito do que qualifica uma sociedade como desenvolvida.
Economistas ortodoxos afirmam que o desenvolvimento econômico se deve a resultados
positivos da economia, os quais podem gerar o desenvolvimento social como consequência direta
(CURADO, 2013). De acordo com esta corrente, o Estado deve pouco intervir na organização eco-
nômica da sociedade. A doutrina do Estado mínimo, assim, prevê que este ente deve ser respon-
sável apenas pela garantia dos direitos fundamentais à vida e à propriedade.
FIQUE ATENTO!
Na doutrina do Estado mínimo, a este ente cabe zelar pela ordem, para que os com-
promissos econômicos entre agentes sejam honrados.
Fonte: IM_photo/Shutterstock.com
Perceba que pode haver uma variação importante no conceito de desenvolvimento econô-
mico e seus objetivos. Esta distinção baseia-se nas implicações sociais do crescimento econô-
mico. Ou seja, entender o desenvolvimento econômico implica analisar as relações que o cresci-
mento da economia estabelece com a sociedade.
Chamamos a atenção, assim, para a relevância da questão estatal nas teorias sobre o desen-
volvimento econômico. Seja na condição de Estado mínimo ou no papel de promotor de investi-
mentos, o Estado é sempre um dos atores mais importantes deste debate (CURADO, 2013).
Dessa forma, o desenvolvimento econômico é o principal objetivo das políticas econômicas.
Discutiremos uma delas na próxima seção.
2 Tributos
Os tributos são valores que os agentes econômicos – empresas, indústrias e cidadãos –
devem pagar ao Estado para que este garanta a manutenção de suas atividades, sobretudo aque-
las ligadas a setores estratégicos, como a segurança pública e o sistema de poderes (Executivo,
Legislativo, Judiciário) (BRAGA; PAULANI, 2007).
SAIBA MAIS!
FIQUE ATENTO!
Possivelmente, você já leu ou ouviu falar que a carga tributária do Brasil é alta. É
importante considerar que os tributos, em nosso país, incidem sobre o consumo, o
que gera graves distorções, pois afetam as classes mais pobres da população. Há
países, no entanto, onde a carga tributária é consideravelmente mais alta que a bra-
sileira, como na Noruega, Suécia e Finlândia. Nestes países, os tributos financiam
o chamado Estado de Bem-Estar Social, em que são garantidos direitos à toda a
população, como o acesso ao sistema de saúde e à educação pública.
EXEMPLO
Se a alíquota dos tributos é baixa, ela exerce pouca determinação sobre a atividade econô-
mica dos agentes. Porém, à medida que esta alíquota suba e, em função de alguma situação que
leve o governo a tributar mais (como uma elevação de seus gastos), este processo pode se tornar
um desincentivo à atividade econômica.
EXEMPLO
Uma economia produz bens no valor de R$ 10 bilhões e a alíquota de tributos é de
30% sobre a produção. Deste modo, são recolhidos R$ 3 bilhões. Caso esta alíquota
se eleve para 55%, espera-se que a arrecadação aumente para R$ 5,5 bilhões. Dian-
te disso, os agentes concluem que a atividade já não poderá retornos significativos
devido à alta tributação e este desincentivo reduz o total da produção para R$ 4 bi-
lhões, uma queda de 60% em relação ao valor original da produção (R$ 10 bilhões).
Com efeito, a tarifa de 55% sobre os R$ 4 bilhões gera uma arrecadação de apenas
R$ 2,2 bilhões em tributos.
Receita
Rmáx
t
Aliquotas
Você pode perceber que a arrecadação de impostos a uma alíquota t gera uma receita
máxima no ponto Rmáx. Assim, o desincentivo à produção irá reduzir a arrecadação, uma vez que
a produtividade dos agentes privados terá diminuído.
Assim, o Estado deve realizar um processo de “ajuste fino” na alíquota de impostos e na
atividade econômica, a fim de encontrar um ponto em que a base tributária não se contraia com
eventuais aumentos na tributação (BLANCHARD, 2004).
Lembre-se de que sem impostos o governo não pode alavancar o desenvolvimento.
3 IDH
Ao discutirmos o crescimento econômico, cabe também entender uma dimensão paralela
que diz respeito ao desenvolvimento da sociedade à qual se relaciona esta economia. Neste sen-
tido, um dos indicadores mais considerados para avaliar o nível de desenvolvimento social de uma
nação é o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
FIQUE ATENTO!
Embora o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano geralmente considere as na-
ções como um todo, também pode ser utilizado para avaliar o desenvolvimento dos
entes menores dos países, como um estado ou um município.
O IDH é obtido a partir de três variáveis. A primeira delas é a expectativa de vida ao nascer, ou
seja, o número de anos de vida esperado para um grupo de pessoas nascidas em um mesmo ano.
Fonte: creativemarc/Shutterstock.com
As maiores economias do mundo, de acordo com o PIB, ainda que possuam níveis elevados de
IDH, não são exatamente aquelas que apresentam os maiores índices. Os Estados Unidos, com um PIB
de 17 trilhões de dólares, em 1º no ranking das economias mundiais, estão em 8º em termos de IDH.
Os países com maior IDH são aqueles que investem de forma maciça em estruturas de pro-
teção social, como a Noruega e Dinamarca. Ainda que o PIB destes países não esteja entre os
maiores do mundo – em 2014, a Noruega estava na 27ª posição, a Suíça em 20ª e a Dinamarca em
34ª –, seus investimentos em desenvolvimento social coloca-os entre as nações com melhores
resultados em termos de IDH.
SAIBA MAIS!
Conheça o Índice de Desenvolvimento Humano de outros países no site do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), disponível no link
<http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idh-global.html>.
Fechamento
Nesta aula, você teve oportunidade de:
Referências
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2004.
BRAGA, Márcio Bobik; PAULANI, Leda Maria. A nova Contabilidade Social – Uma introdução à
Macroeconomia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
OLIVEIRA, Nilton Marques; EBERHARDT, Paulo Henrique de Cezaro; LIMA, JandirFerrera. Notas
sobre as etapas de desenvolvimento econômico: Uma análise para a região Sul. VI Seminário
Internacional sobre Desenvolvimento Regional do Rio Grande do Sul, UNISC, 2013. Anais… Santa
Cruz do Sul: UNISC, 2013. Disponível em: <http://www.unisc.br/site/sidr/2013/Textos/16-2.pdf.>.
Acesso em: 29 jul. 2017.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Ranking IDH Global
2014. Disponível em: <http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idh-global.
html>. Acesso em: 07 abr. 2017.