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Economia Política II
2º Semestre
Professor José Neves Cruz e José Reis
2021/2022
Aula 9/02 e 10/02
Como se mede a intervenção do Estado?
Despesa Pública (em determinado ano) : PIB a multiplicar por 100
Imaginando que o resultado é 50%, diríamos que metade da produção
desse ano foi utilizada pelo Estado, tendo este tido um peso na economia
de 50%. Numa economia de mercado, este valor seria muito elevado.
A despesa pública inclui os vencimentos considerados públicos, os
gastos correntes (eletricidade, manutenção dos edifícios) e a despesa de
capital. As empresas são deixadas de fora, pois o seu capital nem sempre é
público, mas se uma empresa pública apresenta um prejuízo, o montante é
transferido para o Estado para que este possa usá-lo a favor dos
contribuintes, isto faz também parte das despesas efetivas. Por sua vez, é
um indicador para medir o Estado.
Administrações Públicas: Estado, Serviços e Fundos Autónomos, a
Segurança Social, as administrações regionais e local e as PPPs (Parcerias
público-privadas).
UP: Serviços e Fundos Autónomos – tem autonomia financeira,
administrativa e patrimonial, tendo capacidade para gerar receitas
próprias;
Militares: Estado;
Segurança Social: espécie de seguro em que os contribuintes pagam
parte do seu salário para continuarem a receber rendimentos em
situações de fragilidade;
Administrações regionais: Açores e Madeira; Administrações
locais: autarquias;
Empresas cujo capital pertence maioritariamente ao Estado ->
Caixa Geral de Depósitos.
As medidas são sempre correntes quando se realiza uma comparação com
determinado país.
Só é despesa do Estado, se este lhe der saldo (capital/dinheiro).
Qualquer que seja a medida de que seja usada ao longo do século XX nas
economias de mercado e democráticas, verificou-se o fenómeno de subida
da despesa pública face ao PIB.
Em 1960, as despesas públicas representavam 27,6% do PIB norte
americano. Nesse mesmo ano, a despesa pública do Estado Japonês
representava 18,3% do PIB. Também se pode medir a receita do Estado
(Receita do Estado/PIB). Em 1993, nos EUA, registou-se défice público,
algo que se regista via de regra nos países, sendo por isso que a despesa é
uma melhor medida do que a receita. Em 1993, a despesa pública em
Portugal correspondia a 53,2% do PIB e a verdade é que ainda não se tinha
em conta a TAP, a Caixa Geral de Depósitos. O Estado no século XX foi
aumentando e no século XXI o fenómeno manteve-se (qualquer que seja a
medida de dimensão do Estado utilizada, há um crescimento enorme, sendo
que tal não seria esperado numa economia de mercado o Estado ter assim
tanta eficiência uma vez que, supostamente, este apenas interveio para
corrigir as falhas de mercado).
Se os Estados não tivessem défice nem superavit, as receitas seriam iguais
à despesa pelo que ambas as formas dariam o mesmo resultado, como tal
não acontece e a despesa dá um retrato mais real do Estado, utilizamos a
fórmula que foi acima referida.
Em várias economias de mercado, a maior parte da produção está a ser
utilizada segundo lógica estatal e não segundo a do mercado e isso tem
deixado autores intrigados.
A despesa em capital é mais fácil de diminuir se assim se entender.
A despesa corrente é dificilmente alterável (muito difícil de diminuir).