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CONHECIMENTOS

BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública

Sumário
Douglas Xavier

Introdução......................................................................................................................................... 3
Noções de Dívida Pública............................................................................................................... 4
Dívida Pública: Conceitos de Receita e Despesa....................................................................... 4
Receita Pública................................................................................................................................. 4
Despesa Pública............................................................................................................................... 5
Dívida, Financiamento Público e Contas Nacionais. . ................................................................ 7
Conceitos de Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal........................................... 11
Tipos de Resultado ou Deficit: Primário, Operacional e Nominal.. .......................................12
Títulos Públicos e Sistema Selic..................................................................................................16
Tipos de Títulos Públicos............................................................................................................. 18
Dívida Pública no Brasil.................................................................................................................21
Mapas Mentais............................................................................................................................... 24
Questões de Concurso.................................................................................................................. 25
Gabarito............................................................................................................................................49
Referências...................................................................................................................................... 50

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Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

Introdução
Olá, concurseiro(a) dedicado(a)! Animado com os estudos?
Nesta aula iremos estudar conceitos ligados à receita e despesa pública, Deficit Público,
Dívida Pública e Títulos Públicos. Todos esses conceitos estão ligados à ideia de orçamento
público, resultado orçamentário, Política Fiscal e Dívida. Também estudaremos quais os princi-
pais tipos de Títulos Públicos e seu papel na Política Fiscal e Monetária.
Esses pontos são cobrados no edital do Concurso do Banco do Brasil 2021 em Conheci-
mentos Bancários, item 4 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.
Utilize os mapas mentais para ajudar a memorizar os conceitos e faça os exercícios para
fixar o conteúdo. Força e bons estudos!

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Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

NOÇÕES DE DÍVIDA PÚBLICA


Dívida Pública: Conceitos de Receita e Despesa
A noção de receitas e despesas da União está ligada ao orçamento público, ou seja, à ar-
recadação e a execução orçamentária. Vale ressaltar que consideramos receitas e despesas
públicas aquelas ligadas ao setor público. Apenas para esclarecer: o setor público, nesse con-
texto, é composto pelo Governo Central, ou seja, Governo Federal, Estados, Distrito Federal e
Municípios, mais empresas estatais não financeiras. Trataremos com mais debate sobre essa
composição a seguir.

Receita Pública
A receita pública pode ser definida como toda entrada de recursos que possa se integrar
ao patrimônio público, ou seja, toda quantia recebida pelos cofres públicos que aumenta o
patrimônio público. Dito de forma mais clara, as receitas públicas podem ser compostas de
impostos, taxas, contribuições, operações de crédito e outras. A lei n. 4320/64 apresenta a
classificação em categorias econômicas das receitas, dividindo-as entre Receitas Correntes e
Receitas de Capital. Vejamos!
• Receitas Correntes: são as receitas tributária (impostos, taxas e contribuições de me-
lhoria), receita patrimonial, agropecuária, industrial de serviços e outras, além de recur-
sos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quanto desti-
nadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes.
• Receitas de Capital: são aquelas oriundas de constituição de dívida, como:
− dívidas;
− conversão;
− bens e direitos:
◦ recursos recebidos de pessoas de direito público ou privado destinados a atender
despesas de capital;
◦ o superavit do orçamento corrente.

Alguns outros sinônimos encontrados para essa classificação são “receitas primárias” ou
“não financeiras” para as receitas correntes, e “receitas financeiras” para as de capital. Nota-
mos, então, que as receitas têm composição diversa e não se restringe a impostos ou a popu-
larmente conhecida “carga tributária”.
Vamos fazer uma questão de prova?

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001. (QUADRIX/CREA-GO/ANALISTA/2019) As receitas correntes tributárias compreendem


somente as receitas com impostos, as taxas e as contribuições de melhoria.

Essa é a definição das receitas tributárias. Vale lembrar que as receitas correntes ainda são
compostas de outros tipos de receitas, como recursos recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado destinados a atender despesas correntes.
Certo.

Despesa Pública
Já o conceito de despesas públicas é ainda mais abrangente e está ligado à ideia de gastos
públicos. Cuidado, concurseiro (a), pois embora esses dois conceitos sejam, por vezes, consi-
derados sinônimos (até em provas de concurso), eles podem induzir a um erro de interpreta-
ção, já que gastos públicos são, a rigor: despesas + investimentos públicos.
Na realidade, são considerados gastos públicos todas as despesas envolvidas na produ-
ção e manutenção de bens públicos1, incluindo os investimentos, e a regulação de mercados.
Dada a complexidade e diversidade dos gastos públicos, Riani (2016) classifica as despe-
sas em três diferentes níveis de detalhamento:
a) Despesas agregadas: essa classificação gera estatísticas em nível macroeconômico, ou
seja, classifica as despesas de acordo com o os gastos da administração pública. Isso torna
possível distribuir as despesas em componentes como gastos com pessoal, transferências e
outros. Por exemplo: despesas em nível federal, em nível estadual ou em nível municipal.
b) Despesas por categorias econômicas: exibe balanços das unidades federativas, agru-
pando informações sobre o peso relativo de cada componente na estrutura de gastos, situa-
ção financeira dos entes, capacidade de investimento, rigidez e política de gastos. Conforme
veremos a seguir há duas principais categorias econômicas: despesas correntes e despesas
de capital.
c) Despesas por função: organizadas em torno das áreas de atividade, projeto, operação,
permite maior nível de agregação, por exemplo: saúde, educação, defesa, segurança etc., ou
em organização por ministérios.
1
Bens públicos são aqueles bens ofertados pelo Governo Geral e que podem ser usufruídos por toda sociedade, gerando
externalidades positivas, como educação, pesquisa, saúde, segurança pública e nacional, sistema de justiça, seguridade
social, investimentos e manutenção de espaços públicos e aparelhos de logística (como aeroportos, rodovias, portos etc.),
além de regulação e fiscalização de outros serviços públicos ofertados por pessoas de direito público ou privado.

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Já a lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em dois grupos principais:


1. Despesas Correntes
2. Despesas de Capital
Vejamos do que de trata cada grupo!
Despesas Correntes: são aquelas despesas com custeio e transferências correntes. Cus-
teio faz referência à recursos destinados a oferta e manutenção de serviços públicos, por
exemplo: salários de funcionários, consumo de bens e serviços, obras de conservação e adap-
tação de bens imóveis, gastos que custeiam os programas e políticas públicas. Já transferên-
cias correntes são despesas que não apresentam contrapartida direta2, de caráter cultural ou
assistencial, ou mesmo subvenção para atividades econômicas e pensões. Resumidamente
esses gastos reduzem a disponibilidade financeira dos governos, por isso apresentam efeito
negativo sobre o Patrimônio Líquido.
Despesas de Capital: são aquelas despesas relacionadas à investimentos, inversões finan-
ceiras e transferência de capital. São exemplos: obras públicas, aquisição de equipamentos
ou material permanente, aquisição de bens imóveis ou bens de capital, títulos de empresas
ou outras entidades, constituição ou aumento de entidades que visem objetivos comerciais,
financeiros, inclusive bancários ou de seguros. Dessa forma, despesas de capital tem a con-
trapartida de redução de obrigação ou constituição de um ativo. Sendo assim, não impactam
diretamente no Patrimônio Líquido dos governos.
A classificação dos gastos públicos é utilizada para mensuração de estatísticas que visem
apresentar a distribuição dos gastos entre as diversas funções do Estado, seja em nível da
União, seja em nível dos demais entes federativos, no caso do Brasil.
Com essa classificação, é possível separar as despesas entre as esferas de poder do Es-
tado (Legislativos, Judiciário e Executivo), bem como entre as diferentes funções de cada um,
com destaque para o Executivo (administração e planejamento; Defesa nacional e segurança
pública; Educação e cultura; Indústria, comércio e serviços; Agricultura; Desenvolvimento re-
gional etc.). Essa classificação se espelha na forma com que o governo executa suas políticas
públicas e frequentemente as organiza em torno de Ministérios ou secretarias.
Como nem só de teoria vive o(a) concurseiro(a) inteligente, vamos fazer mais uma ques-
tão de prova!

002. (CESPE CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O valor gasto com des-


pesa médica em hospital público faz parte dos gastos do governo.

2
Contrapartida direta ocorre em transações que envolvem troca de benefícios, como o trabalhador que trabalhado todo mês
para receber seu salário. Quando não há contrapartida direta podemos dizer que há transferência de valores monetários
sem necessidade de algo em troca. Um exemplo é subvenção de recursos públicos para programas sociais ou eventos cul-
turais, onde não haverá retorno financeiro imediato.

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Despesas de saúde pública são consideradas despesas correntes, exceto aquelas para cons-
trução de novos hospitais que se enquadram em investimentos. De qualquer forma essas des-
pesas são consideradas sim gastos do governo.
Certo.

Toda essa estrutura de gastos forma o que economistas chamam de Política Fiscal. Esse
termo faz referência a forma com que o governo executa suas políticas públicas - discutiremos
isso mais a frente.
A seguir, um mapa para auxiliá-lo(a) na compreensão!

Agora que entendemos o que é receita e o que é despesa pública, iremos discutir como a
necessidade de financiamento público tem impacto na dívida pública. Para tanto, usaremos
alguns conceitos de Contas Nacionais.

Dívida, Financiamento Público e Contas Nacionais


O Sistema de Contas Nacionais é mensurado pela Contabilidade Social ou Contabilidade
Nacional. Segundo Feijó (2013) a Contabilidade Social tem objetivo de mensurar a atividade
econômica e social em seus múltiplos aspectos, sistematizando a produção e geração de
agregados macroeconômicos e indicadores de desenvolvimento da economia como um todo.
Dito de uma forma mais simples: é o Sistema de Contas Nacionais que produz as infor-
mações sobre o comportamento da economia como um todo: se o PIB cresce ou não, se as
famílias estão consumindo mais ou menos, se o investimento está se expandindo ou não. Para
nossa aula, destacaremos o papel da dívida pública e dos resultados das contas públicas.
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Antes de tudo é necessário destacar que para as Contas Nacionais há diferença entre va-
riáveis de fluxo e de estoque, e isso é importante para entendermos a diferença entre deficit/
superavit e dívida. Vamos lá!
Variáveis de Fluxo: correspondem a atividades econômicas ininterruptas que variam ao
longo do tempo, frequentemente fazemos analogia a um filme (você só consegue assistir um
filme durante um período). Exemplo: investimento, PIB, deficit, superavit.
Variáveis de Estoque: correspondem a atividades econômicas em uma determinada data.
Frequentemente, fazemos analogia a uma fotografia (é um recorte no tempo, ou um único fra-
me de um filme). Exemplo: riqueza, capital, dívida, reservas.
Assim, percebemos que dívida é um estoque, ou seja, seu nível advém de períodos ante-
riores e é possível mensurar o nível de dívida nesse exato momento. Já conceitos de deficit/
superavit são resultados de um exercício, ou seja, resultado de atividade durante um período de
tempo que pode ser um mês, um ano, ou qualquer outro período. O acúmulo desses resultados
terá impacto direto no montante de dívida.
Pense da seguinte maneira: No mês de Julho deste ano você acabou gastando um mon-
tante maior que o seu salário, e com isso acabou usando seu limite de cheque especial. Nesse
sentido você acabou seu mês com um saldo negativo ou um deficit em suas contas. Já no mês
de Agosto você terá um novo salário, em um novo período ou exercício. Porém agora, além de
cumprir com seus gastos do mês de Agosto você ainda tem uma dívida herdada do mês de
Julho, onde foi gerado deficit.

003. (UFCG/UFCG/ECONOMISTA/2019) Com relação aos conceitos de variável de estoque e


variável de fluxo. Assinale a alternativa correta.
a) As variáveis deficit e dívida pública somente podem ser classificadas num único conceito:
ou ambas são variáveis estoque ou ambas são variáveis fluxo.
b) O deficit público é uma variável fluxo e nada se pode afirmar quanto à dívida pública.
c) O deficit público, por ser independente da variável tempo, é necessariamente uma variá-
vel estoque.
d) Dependendo do modelo, a classificação do deficit e dívida pública nos conceitos de variável
estoque e fluxo podem ser alterados.
e) O deficit público é necessariamente uma variável fluxo, ao passo que a dívida pública é ne-
cessariamente uma variável estoque.

Relembre os conceitos:
Variável de fluxo: varia ao longo do tempo, deve ser analisada dentro de um período de tempo,
é um filme.

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Variável de estoque: pode ser mensurada em um ponto no tempo, é uma fotografia.


Logo, deficit é variável de fluxo, pois só pode ser observado em um período de tempo, e dívida
é uma variável de estoque, pois pode ser mensurada em um ponto exato no tempo (dívida é o
acúmulo de deficits passados).
Letra e.

Para entendermos as Contas Nacionais básicas, partiremos da seguinte identidade contábil:

Poupança (S) = Investimento (I)

No âmbito das Contas Nacionais, poupança é expressa de forma ampla. Não se trata, apenas,
daquela conta que você abre no banco para deixar seu dinheiro guardado, mas sim todo o
dinheiro que pode ser usado para ampliar a capacidade produtiva de um país, como crédito
por exemplo.

Voltando à identidade entre Poupança e Investimento! Sabendo que uma economia na-
cional aberta, como a do Brasil, engloba tanto o setor privado como o setor público e o setor
externo (resto do mundo) temos que:
S (poupança total) = Poupança privada (Spri) + Poupança pública (Sgov) + Poupança
Externa (Sext)
e
I – (investimento total) = Investimento público (Igov) + Investimento privado (Ipri)

E lembrando que:

Isolando os indicadores que fazem referência ao setor público (ou seja, poupança do go-
verno e investimento do governo), temos:
Sgov – Igov = Ipri – Spri – Sext
Caso a diferença entre o Investimento público e a Poupança pública seja negativa, ou seja,
se o setor público gastou mais com investimentos do que tinha em poupança, teremos o Defi-
cit público (DP, que é por definição negativo). Assim:
DP = + Spriv + Sext – Ipriv

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Podemos concluir que o deficit no setor público será financiado pela poupança do setor
privado e pela poupança do setor externo. Ou seja, sempre que o Estado incorre em resultado
negativo no exercício, ou em deficit, ele terá necessidade de se financiar de alguma forma –
frequentemente, recorrendo à poupança privada ou do setor externo.
Os sucessivos deficits públicos (fluxo) alimentam a dívida pública (estoque). Em termos
contábeis, o aumento da dívida pública significa, então, um aumento de obrigações do Estado.
Ao mesmo tempo, significa um Ativo para o setor privado e para o setor externo, pois eles em-
prestam ao Estado.

E como o setor privado e o setor externo financiam o deficit do Governo?

Na prática, a necessidade de financiamento do setor público, dado o deficit de suas contas,


será coberta principalmente por meio de emissões de títulos de dívida por parte do Estado. É
importante dizer que há outras formas de financiamento do Estado, como emissão de moeda,
embora esse mecanismo seja proibido na legislação brasileira atualmente.
Cabe agora destacar o que é considerado setor público. Segundo o Banco Central do Brasil
- Bacen (2018), para fins estatísticos podemos delimitar setor público como:

Setor público não financeiro + O próprio Banco Central

Setor público não financeiro = Administrações diretas federais, estaduais e municipais; ad-
ministrações indiretas; sistema público de previdência e seguridade social e empresas estatais
não-financeiras de todos os entes da federação (exceto Petrobrás e Eletrobrás).
A exclusão das empresas Petrobrás e Eletrobrás ocorre porque são empresas de capital
aberto, com ações negociadas em bolsas de valores, o que impõe a essas empresas regras
contábeis próprias daquelas empresas privadas que participam do mercado de capitais. Já a
inclusão do Banco Central ocorre devido a particularidades do arranjo institucional brasileiro e
a necessidade de financiamento de suas atividades por parte do orçamento público.
É importante ressaltar que as Contas Nacionais destacam o papel que os investimentos
podem ter em gerar deficit público quando são superiores ao nível de poupança pública. Na
prática, conforme apresentado anteriormente, as despesas públicas são divididas entre despe-
sas correntes e de capital, e embora apenas a última esteja ligada a investimentos, ambas têm
o poder de gerar deficit público. Sendo assim é possível haver diferentes tipos de deficit, muito
embora todos se enquadrem na definição geral das Contas Nacionais.
No item a seguir, discutiremos as três principais formas de expressar o deficit público.

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Conceitos de Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal


Já entendemos que o deficit público ocorre quando os investimentos, ou gastos do go-
verno em geral, são superiores à poupança, ou às receitas. Antes de buscar entender os três
diferentes tipos de resultado das contas públicas podemos buscar entender o que é a poupan-
ça pública.
A poupança do governo é obtida fundamentalmente pela diferença entre as receitas lí-
quidas de transferências e os investimentos, conforme apresentado pelas Contas Nacionais.
Caso esse resultado seja positivo, teremos superavit, caso seja negativo teremos deficit.
• Se receitas públicas – transferências - gastos correntes – gastos de capital > 0, então
há superavit público ou fiscal;
• Se receitas públicas – transferências – gastos correntes – gastos de capital < 0, então
há deficit público ou fiscal.

De forma geral, o superavit indica que o governo arrecada mais do que gasta, o que quer
dizer que o governo está realizando uma política fiscal contracionista. Já quando há deficit o
governo gasta mais do que arrecada em suas receitas, indicando que pode haver uma política
fiscal expansionista.
Quando o governo incorre em deficit público, ou deficit fiscal, dizemos que há uma Neces-
sidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) e, portanto, é necessário que haja cobertura
dessa necessidade de financiamento. Isso ocorre de duas formas:
Emissão de moeda: o Banco Central ou autoridade monetária equivalente pode emitir mo-
eda e depositá-la na conta do Tesouro Nacional, e em troca pode receber títulos de dívida do
Tesouro ou não. Esse tipo de operação pode não ter impacto direto na dívida pública, mas tem
o poder de aumentar a base monetária de uma economia já que o dinheiro é criado sem ne-
cessária contrapartida de expansão da atividade econômica. Esse aumento de base monetária
pode levar a inflação. Devido a essa característica, no momento, esse tipo de operação não é
permitido no Brasil devido a arranjos legais como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Operações de Mercado Aberto (Open Market): frente ao deficit fiscal, o Tesouro Nacional
pode emitir títulos de dívida ao setor privado. Essa operação permite que o setor privado, e no
Brasil, o setor externo, comprem esses títulos, direcionando suas poupanças para o cobrir o
deficit fiscal. Todavia, essa operação aumenta o nível de dívida do setor público, uma vez que
representa a criação de obrigações para o setor público.
A partir de meados dos anos 1980, com reformas nos Sistemas de Contas Nacionais que
buscavam seguir recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), criou-se uma no-
menclatura de três tipos de NSFP, que se complementam. Essa nomenclatura utiliza os crité-
rios de “acima” e “abaixo” da linha para descrever o impacto na dívida pública, veremos isso
com mais detalhe a seguir.

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Tipos de Resultado ou Deficit: Primário, Operacional e Nominal


As edições mais recentes dos Sistemas de Contas Nacionais, bem como o Manual de Es-
tatísticas Fiscais do Bacen, destacam três tipos de resultado das contas públicas, ou de deficit
público. Eles são considerados complementares e podem aparecer em questões confundindo
o(a) candidato(a), mas não se preocupe, os conceitos são de fácil memorização:
Resultado primário: é a NSFP, considerando apenas os componentes não-financeiros no
setor público, ou seja, as despesas e receitas correntes.

Resultado primário = Receitas não-financeiras – Despesas não-financeiras.

Resultado nominal: é a NFSP incluindo os componentes financeiros das receitas e des-


pesas públicas. Dito de outra forma, corresponde à variação da dívida líquida pois considera
as receitas e despesas financeiras, ou seja, o aumento do endividamento e o pagamento de
serviços da dívida (como juros).

Resultado nominal = Resultado primário – despesas financeiras + receitas financeiras

Resultado operacional: é a NFSP correspondente ao resultado nominal, mas deduzindo a


correção inflacionária e cambial no cálculo das despesas financeiras. Esse tipo de resultado é
mais importante em regimes de alta inflação pois permite a mensuração dos juros reais, aque-
les corrigidos pela inflação e/ou câmbio, porém perdeu a importância recentemente no Brasil
devido ao controle da inflação.

Resultado operacional = Resultado nominal – juros reais da dívida pública.

O PULO DO GATO
Caso a banca traga apenas o conceito de NFSP, sem especificar se faz referência ao conceito
nominal, primário ou operacional, deve-se tratar como se fosse o resultado nominal, que é mais
amplo e utilizado. Quando se trata de resultado primário, normalmente, aparece discriminado,
já o operacional é menos importante atualmente.

Como nem só de teoria, vive o (a) concurseiro (a) esperto (a), vamos a uma questão!

004. (CESPE CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2020/Q1339445)


Quando o total das receitas do Governo é inferior ao total de suas despesas, ocorre um deficit
primário do setor público. Neste caso, se consideram as despesas financeiras e não financeiras.

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O resultado primário é calculado com base nas receitas e despesas não financeiras. O que
considera as despesas financeiras e não financeiras é o resultado nominal.
Errado.

Note que esses conceitos não nos dizem diretamente qual o impacto desses resultados na
dívida, portanto os consideramos como resultado fiscal “acima da linha”, enquanto o resultado
“abaixo da linha” consideram a variação da dívida líquida total. Esses critérios são equivalentes
e para entendermos melhor esses dois conceitos apresentarei abaixo um exemplo.
Despesas Receitas
Educação 1000 Arrecadação tributária 2000
Segurança 700 Contribuições 200
Saúde 1100
Total 2800 Total 2200
Acima da linha
Abaixo da linha
NFSP = 2200 – 2800 = 600
No critério “acima da linha” é possível medir o resultado do exercício em termos do que foi
gerado de receita e das despesas. No critério “abaixo da linha” é onde realmente se mensura
o resultado, que neste caso foi um deficit, considerando a necessidade de financiamento, mas
sem considerar a contribuição dos componentes individualmente. A análise pelo critério “abai-
xo da linha” aponta diretamente qual é o impacto do resultado desse exercício na dívida. Esse
é o método utilizado pelo Bacen para apresentar as estatísticas de variação do endividamento
do setor público.
Nesse ponto entendemos por que consideramos o resultado do exercício, ou o deficit/
superavit como uma variável de fluxo. O deficit apresenta o resultado de um período de tempo,
que por convenção é de um ano ou um trimestre. Os deficits impactam diretamente na dívida
pública que é uma variável de estoque, uma vez que pode ser possível identificar qual é o mon-
tante de dívida nesse exato momento, além de envolver o acúmulo de resultados (deficits ou
superavits) de períodos anteriores.
A seguir iremos explorar mais dois conceitos sobre dívida pública que servem para diferen-
ciar o nível de endividamento agregando mais informações. Isso pode ser muito importante
para análise de economistas e investidores que querem identificar o real nível de endividamen-
to do Estado, são eles a dívida bruta e a dívida líquida do governo federal.
Dívida Bruta do Governo Federal, ou dívida interna, compreende o total de débitos de res-
ponsabilidade do Governo Federal, governos estaduais e municipais, junto ao setor privado,

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ao setor público financeiro e ao resto do mundo, e dívida de empresas estatais, exceto Grupo
Petrobrás e Grupo Eletrobrás. É composta da dívida mobiliária do Governo Federal (ou seja,
títulos públicos emitidos por todas as esferas de governo), operações compromissadas (em
grande medida ligadas à política monetária), dívida bancária dos governos federal, estaduais e
municipais, majoritariamente em moeda própria.
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) corresponde ao endividamento líquido do Gover-
no Federal (incluindo previdência social), dos governos estaduais e municipais junto ao setor
público financeiro, setor privado e resto do mundo. Compreende a soma da dívida interna e ex-
terna do setor público, excluindo ativos do setor público, como reservas internacionais, crédito
com setor privado e eventuais privatizações (ativos que podem ser vendidos).
A noção de DLSP traz novos conceitos, como o de reservas internacionais. Por isso vamos
destacar mais dois conceitos adicionais sobre dívida pública que frequentemente são confun-
didos: dívida interna e dívida externa.
Dívida interna: compreende o total de obrigações do setor público junto ao setor público
financeiro, setor privado e resto do mundo em moeda doméstica. O conceito de dívida interna
está intimamente ligado ao de Dívida Bruta do Setor Público, e podem ser encarados como
sinônimos. Em grande medida, ainda que o governo possa vender títulos de dívida pública para
estrangeiros, ele o faz em moeda nacional. Dessa forma consideramos esses títulos como
dívida interna.
Dívida externa: compreende o total apurado em determinada data dos débitos emitidos
ou contratados no exterior, onde haja obrigação de pagamentos de principal e/ou juros. Por
se tratar de dívida contratada no estrangeiro, as operações são convertidas em dólares norte-
-americanos. É possível que algumas dessas operações sejam realizadas em outras moedas
que não o dólar norte-americano, porém a conversão é realizada com a finalidade de facilitar
a análise das informações contábeis. Essa dívida é de responsabilidade do Banco Central, que
trata dos depósitos em moeda estrangeira e reservas internacionais.
A Dívida Externa apresenta particularidades em relação a Dívida interna por ser uma dívida
em moeda estrangeira. Assim, ainda que seja responsabilidade do Banco Central o seu mane-
jo, ele não tem capacidade de emitir títulos em outra moeda que não seja a moeda nacional
(Real). Há ainda outra questão, tanto na mensuração da DLSP como na Dívida Externa, esta-
mos trabalhando com dívida não necessariamente contratada pelo governo federal.
Reservas internacionais: sabemos que as reservas internacionais são depósitos ou apli-
cações em moeda estrangeira administrada pelo Bacen, porém em uma economia aberta não
é apenas o setor público que faz transações com o resto do mundo. Parte importante dos
dólares que estão nas reservas administradas pelo Bacen ingressaram no país por via de ex-
portação ou outras transações realizadas pelo setor privado com o resto do mundo. Porém, ao
realizar essas transações é necessário que ocorra a troca de moedas estrangeiras por moeda
doméstica, transação essa que é regulada pelo Bacen no mercado cambial.

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Em períodos nos quais há maior ingresso de dólares que saída de dólares do país há um
aumento das reservas. Já períodos em que há maior saída de dólares que ingresso, já redução
das reservas. Esse movimento pode também impactar na DLSP.
Por fim é importante destacar como ocorre a contabilização do resultado das contas públi-
cas, de acordo com os regimes contábeis.
• Regime de competência: fatos contábeis são registrados no período que ocorre o fato
gerador, seja receita ou despesa. Exemplo: caso o governo brasileiro compre R$ 100 mi-
lhões em livros pra escolas públicas, essa despesa será contabilizada no momento da
compra e não quando realiza o pagamento.
• Regime de caixa: fatos contábeis são registrados apenas na efetivação do pagamento
ou recebimento, e não no momento do fato gerador. Assim a compra dos livros seria
contabilizada apenas na data de pagamento da despesa.

Perceba que a diferença no período em que ocorre a contabilização de um mesmo fato


contábil pode resultar em diferentes resultados, impactando em superavit ou deficit fiscal, ou
no nível destes. No Brasil, os resultados expressos pela NFSP são apurados pelo regime de cai-
xa, com exceção dos juros, que são apurados pelo regime de competência. Assim as despesas
e receitas públicas só são consideradas no cálculo do deficit quando são pagas ou recebidas,
e não no momento do fato gerador (quando ocorrem).
Preste muita atenção nos conceitos apresentados, pois a diferença entre eles pode expli-
car o impacto que o resultado do orçamento tem na trajetória da dívida pública.

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Títulos Públicos e Sistema Selic


Conforme discutimos anteriormente, as despesas públicas são realizadas seguindo deci-
sões dos governos. Essas decisões podem indicar se há uma expansão nos gastos e investi-
mentos ou não, gerando assim uma política fiscal expansionista ou contracionista.
Políticas fiscais expansionistas normalmente significam maior nível de gastos e investi-
mentos públicos, por exemplo, expandindo as despesas correntes com a contratação de novos
professores ou expandindo as despesas de capital com a construção de novos campi universi-
tários. Como vimos anteriormente a segunda opção se traduz em construção de um ativo para
o governo - os prédios nos campi universitários. Todavia, esse tipo de investimento, frequente-
mente, precisa de crédito para ser realizado, o seja, é gerador de dívida.
Também se gera dívida quando o governo incorre em algum tipo de deficit, primário ou no-
minal, de forma que haja NFSP. Como vimos uma forma de atender a essa NFSP é por meio de
emissão de títulos de dívida. Mas o que são esses títulos?
Primeiramente vamos entender quais são os órgãos responsáveis pela emissão desses
títulos: a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o Banco Central do Brasil (Bacen).
• Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ou Tesouro Nacional (TN): é um órgão do Gover-
no Federal ligado ao Ministério da Economia que tem por objetivo administrar a dívida
pública, bem como operacionalizar no mercado de financeiro emitindo títulos de dívidas
e gerar informações sobre as finanças públicas. De forma geral, a STN pode ser enten-
dida como o caixa do Governo Federal, responsável por parte do manejo das finanças
públicas.
• Banco Central do Brasil ou Bacen: é a autoridade monetária no Brasil responsável por
manter a estabilidade da moeda, ou seja, é o fiador da moeda doméstica, considerado o
Banco dos bancos. Ele tem poder de regular o mercado financeiro e monetário, além de
negociar títulos de dívida para execução de Política Monetária.

A Política Monetária seria então o conjunto de decisões, estratégias e instrumentos utili-


zados pelo Estado, por meio de sua autoridade monetária, para cumprir o objetivo de manter
a moeda (ou dinheiro) estável. Isso evita crises bancárias e mantém a confiança no sistema
financeiro do país. Com maior confiança nessas instituições, o mercado bancário e financeiro
pode se sentir mais seguro em realizar operações de crédito, financiamento e negociação de
instrumentos financeiros (ações, debentures etc.) o que favorece investimentos produtivos.
Dessa forma, a execução da Política Monetária é essencial para o bom funcionamento da
economia como um todo e tem como principal desafio o controle da inflação. A inflação é o
aumento generalizado do nível de preços. É muito importante compreender esse ponto. Não é
porque uma ou outra mercadoria aumentou repentinamente de preço que temos inflação, isso
só ocorre quando há um aumento geral nos preços de produtos e serviços, ou seja, quando na
média todos aumentam seu preço no mesmo período de tempo.

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Todavia, muito dificilmente o nível de inflação será mantido constante em 0%. É natural que
com o crescimento da economia haja algum nível de inflação, que pode ser benéfico ao suge-
rir que a economia está em expansão. Já processos inflacionários mais persistentes exigem
atenção. Eles acontecem quando o nível de inflação está alto, e são ligados principalmente a
mudanças repentinas como choques externos (secas, choques de oferta como aumento no
preço de commodities como petróleo etc.) ou mesmo a algum desarranjo na economia que
reduza o nível de confiança dos agentes econômicos na moeda. Como já apresentado em
aulas anteriores, um dos objetivos centrais de Política Monetária no Brasil é perseguir a meta
de inflação.
A execução da Política Monetária no Brasil é feita, em grande parte, por meio do Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), que é uma infraestrutura do mercado financeiro no
Brasil que faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB). Trata-se de um sistema que
efetua custódia e registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacio-
nal, bem como de compromissadas (papel que onde o vendedor assume o compromisso de
recomprar um título em uma data futura, acrescido juros).
Também é desse sistema que deriva a Taxa Selic, considerada a taxa de juros básica da
economia. Ela é um dos principais instrumentos de política monetária utilizada pelo Bacen
para controle da inflação. É considerada a taxa de juros básica porque influencia todas as de-
mais taxas de juros do país, em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Mas como isso se relaciona com a dívida pública?

Para manter a inflação dentro da meta o Bacen opera no mercado de títulos públicos para
que a taxa Selic esteja em linha com a meta da Selic que é definida em reunião do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Bacen.
Assim o Bacen realiza atuação direta em operações de mercado aberto (Open Market),
comprando e vendendo títulos públicos federais, com o objetivo de manter a taxa de juros tran-
sacionada em valores próximos ao valor definido na reunião do Copom. O Bacen também pode
negociar Operações Compromissadas, que como já explicado anteriormente, têm capacidade
de ajudar a manter a taxa de juros Selic próxima à meta Selic. Essas Operações Compromissa-
das são em grande parte de curtíssimo prazo (de 5 a 45 dias), e representam parte importante
da Dívida pública.
Open Market: são operações de mercado aberto, por meio das quais o Banco Central vende
ou compra em Balcão, ou por meio de leilões, títulos de dívida pública a bancos comerciais.
Parte dos títulos também podem ser negociados com o público em geral, por meio do Tesouro
Direto. Essas negociações ocorrem em tempo real e podem acontecer a todo momento, com
o objetivo de manter a Taxa Selic próxima da meta.

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Ou seja, a execução da Política Monetária tem impacto na Dívida Pública. Isso ocorre por-
que, ao negociar títulos públicos com o objetivo de manter a meta de inflação, o Bacen acaba
realizando operações de venda ou compra de títulos para manejar a base monetária. Todavia,
ao realizar uma Política Monetária expansionista, comprando títulos, o Bacen não apenas au-
menta a base monetária, mas também aumenta o seu passivo, ou seja, aumenta o endivida-
mento público. Ao mesmo tempo os títulos passam a ser direitos nas mãos do setor privado
que adquiriu esses títulos.
Ainda assim, outra parte de títulos de dívida são negociados diretamente pelo Tesouro
Nacional. Esses títulos têm como objetivo principal cobrir deficit fiscal, primário ou nominal. A
seguir veremos quais são os principais títulos de dívida negociados.

Tipos de Títulos Públicos


Aqui apresentaremos alguns conceitos sobre títulos públicos. Já entendemos que os títu-
los públicos podem ser emitidos tanto para execução de Política Monetária como para Política
Fiscal. Entretanto, há uma diversidade de títulos ofertados pelo Tesouro Nacional, o que impõe
diferentes perfis para a dívida pública de acordo com a composição dos títulos. Mas não se
preocupe, pois os nomes dos títulos são bastante intuitivos!
Títulos prefixados: Com o próprio nome diz, são títulos com taxa de juros prefixadas, ou
seja, a taxa de juros é fixada no momento da compra do título. Assim, o comprador do título
sabe de antemão qual é o valor de taxa de juros que ele receberá no período.
Títulos pós-fixados: a taxa de juros contratada nesses títulos é fixada após o período de
compra ou apenas no vencimento. Ou seja, o comprador do título apenas saberá qual taxa de
juros realmente foi paga nos títulos na data de liquidação.
Títulos híbridos: é uma combinação dos títulos prefixados e pós fixados. Ou seja, parte da
rentabilidade pode ser fixada no momento da compra e outra parte pode ser variável no tempo.
Esses conceitos básicos dão conta de explicar todos os títulos públicos. Agora iremos ver
alguns exemplos de títulos em negociação pela STN.
1. Tesouro Selic (antigo LFT): é um título atrelado à taxa Selic, portanto é considerado um
título pós-fixado. Tem ligação direta com a execução da Política Monetária e assim tem o me-
nor risco. Apresenta baixa volatilidade, ou seja, seu valor de face se mantém quase constante
já que envolve a taxa Selic. Tem altíssima liquidez e pode ser vendido e comprado sempre que
o mercado está aberto. Antes de 2015 respondia pela sigla LFT (Letra Financeira do Tesouro).
2. Tesouro Prefixado (antigo LTN): é um título prefixado, que detém uma taxa fixa já co-
nhecida no momento de contratação do título. Assim o comprador do título já sabe qual será
exatamente a rentabilidade futura. Antes de 2015 era conhecido como LTN (Letra do Tesou-
ro Nacional)
3. Tesouro Prefixado com juros semestrais (antigo NTN- F): é um título prefixado, assim
como o tesouro prefixado tem uma taxa de juros fixa já na contratação do título, porém nesse
caso os juros sobre o capital são pagos a cada 6 meses. Era conhecido por NTN-F (Notas do
Tesouro Nacional série F).

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4. Tesouro IPCA+ (antigo NTN-B principal): é um título misto. Parte da rentabilidade é uma
taxa de juros prefixada e parte é variação da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consu-
midor Amplo (IPCA). Por envolver o IPCA a rentabilidade pode variar ao longo do tempo para o
comprador, porém pode ser mais negociado em títulos de prazos mais longos. Antes conheci-
do por NTN-B principal (Notas do Tesouro Nacional série B principal).
5. Tesouro IPCA+ com juros semestrais (antigo NTN-B): é um título misto. Assim como o
anterior tem envolve taxa de juros prefixado e IPCA, a diferença é que há pagamento de juros
semestralmente. Antes conhecido por NTN-B (Notas do Tesouro Nacional série B).

Algumas bancas ainda usam os nomes antigos, Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os
títulos prefixados, atuais Tesouro prefixado, e Nota do Tesouro Nacional tipo B (NTN-B) para
títulos mistos, atuais Tesouro IPCA+. Esses nomes foram alterados na última década. Há ainda
títulos mais antigos como o Tesouro IGPM+ ou NTN-C, indexado ao Índice Geral de Preços do
Mercado (IGPM), que tem forte ligação com a taxa de câmbio em sua composição. Esse último
não é mais negociado atualmente.

Vamos resolver uma questão de prova, elaborada especialmente para sua aula (olha só rs!).

005. (INÉDITA) Sobre títulos públicos julgue a alternativa correta.


a) Títulos pós-fixados são aqueles ligados a algum indicador de inflação, o que sempre garante
retorno positivo ao investidor.
b) O Tesouro IPCA+ é um exemplo de título misto, pois apresenta parte do retorno em taxa fixa
e parte em variação de acordo com o indicador de inflação.
c) Por ser instrumento para garantir que a inflação fique dentro da meta, o Tesouro Selic sem-
pre é superior ao índice de inflação.
d) Títulos prefixados são aqueles onde o investidor não sabe de antemão qual será o seu re-
torno no futuro.
e) Tesouro IPCA+ com juros semestrais têm esse nome por trabalhar com juros semestrais e
não anuais.

a) Títulos pós-fixados não são ligados a inflação necessariamente, como o Tesouro Selic, e
nem sempre garantem retorno positivo. Errado.
b) Certo.
c) Não há regra que obrigue a taxa Selic a estar sempre acima do nível de inflação, sendo
possível que títulos como o Tesouro Selic tenham retorno real negativo em algumas situa-
ções. Errado.
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d) A vantagem dos títulos prefixados é justamente saber na contratação qual é o rendimento,


já que a taxa e juros é fixada na aquisição. Errado.
e) Tesouro IPCA+ com juros semestrais tem esse nome porque paga juros semestralmente.
Letra b.

Como os títulos são negociados?

Note que há uma diversidade de títulos, mas que todos estão ligados às características
apresentadas anteriormente: ou são prefixados ou pós-fixados, ou mistos. A decisão de qual
título é mais ofertado depende das condições de mercado. Normalmente, quando há expecta-
tivas de aumento da Taxa Selic os investidores privados buscam mais os títulos pós-fixados, e
quando há queda da Selic a procura maior pode ser por prefixados/mistos. Isso ocorre porque
quando há inflação mais elevada, a taxa de juros real paga pelos títulos prefixados fica menor.
Com a alta inflação, haverá expectativa de elevação na taxa de juros Selic. Assim, os títulos
pós-fixados, como o Tesouro Selic, podem ter rentabilidade maior que os prefixados.
Cada tipo de título pode ter um prazo de vencimento diferente, assim é possível ter títulos
Tesouro Prefixado com vencimento para daqui 2, 5, 10 anos ou mais. Isso vale para os demais
títulos. Normalmente, os títulos com maior prazo para vencimento (cerca de 20 a 40 anos) são
os Tesouro IPCA+, que conseguem proteger o título de oscilações da inflação e ainda pagar
uma rentabilidade prefixada.
É importante ressaltar que esses títulos são negociados em leilões ou venda direta, ou seja,
diariamente o Bacen ou STN podem realizar operações de mercado aberto (Open Market) para
vender os títulos. Entretanto, ao realizar a contratação, a pessoa física ou jurídica não precisa
reter o título até a sua data de vencimento. Pode haver venda desse título no mercado secun-
dário, antes da data de vencimento.
Assim, é possível que, ao negociar o título antes do vencimento, aquele que detém o título
possa vendê-lo por um valor de face diferente do contratado. Dizendo de outra forma: se con-
dições no mercado de títulos se alteram, como a inflação, a taxa Selic, ou mesmo outras vari-
áveis que possam afetar a taxa de juros, o titular do papel pode vendê-lo antes do vencimento
conseguindo um valor diferente do que ele realmente valia quando foi comprado no mercado
primário. Isso pode fazer com que o proprietário do título tenha ganho ou perda acima das
condições de contratação do título.
Exemplo: Suponha que você comprou um título prefixado no valor de R$ 1000 a uma taxa
de juros de 9% a.a. para vencimento daqui a 2 anos. Dois meses após comprar o título, a taxa
de juros do mesmo título subiu para 10%a.a., isso quer dizer que o valor de face do seu título
será menor, ele vale menos porque quando foi contratado pagava a rentabilidade de 9%a.a (se
um título novinho está rendendo 10%, quem comprar um “usado” que rende 9% vai querer pagar
menos por ele, não é mesmo?).

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Nesses termos se você vender o seu título nesse momento, provavelmente terá de vendê-lo
por um preço menor que os R$ 1000 pagos inicialmente. Com isso você poderá ter algum pre-
juízo. Claro que você pode optar por manter o título em suas mãos até a data de vencimento e
receber a rentabilidade contratada, de 9%a.a.
Não se preocupe com essas relações, pois o exemplo serviu apenas para ilustrar como
a rentabilidade de um título pode variar ao longo do tempo de validade dele. Agora que já en-
tendemos os conceitos fundamentais de dívida, e sobre os títulos públicos, no item a seguir
discutiremos sobre a sustentabilidade da dívida no Brasil.

Dívida Pública no Brasil


Como já vimos, as Contas Nacionais e legislações específicas dividem as despesas do setor
público no Brasil entre despesas correntes, destinadas a gastos de custeio, e despesas de capi-
tal, como obrigações financeiras. A Metodologia da “linha abaixo” nos permite perceber como o
Deficit, que é uma variável de fluxo, pode causar ter impacto na dívida, uma variável de estoque.
Entretanto o que os diferentes tipos de Deficit querem dizer na prática?
• Deficit primário: o Governo não consegue receitas suficientes para cobrir suas despe-
sas correntes. Assim apresenta NFSP para pagar despesas correntes como salários de
funcionários ou custeio da máquina pública. Pense que você não consegue pagar suas
contas de casa completamente, como aluguel, supermercado, energia. Logo estará no
vermelho no final do mês, e precisará recorrer ao seu cartão de crédito.
• Deficit nominal: O Governo não consegue receitas suficientes para pagar todos os ser-
viços da dívida acumula em período anteriores. Assim precisa se financiar para pagar o
principal da dívida passada. Pense que você não consegue pagar seu cartão de crédito
nesse mês, e assim sua dívida no banco aumenta mais ainda.

O PULO DO GATO
É possível que o Governo tenha superavit primário e deficit nominal. Isso ocorre quando as
receitas não-financeiras conseguem cobrir as despesas correntes, mas não conseguem cobrir
totalmente as despesas financeiras. Pense que você consegue pagar suas contas de casa,
aluguel, supermercado, energia, logo pagou todas as despesas não financeiras. Porém não
consegue pagar toda sua a parcela de um empréstimo (despesa financeira).

Usando o Brasil como exemplo, entre meados dos anos 2000 até 2013 a União trabalhava
com superavits primários anuais, ou seja, as despesas não-financeiras eram menores que as
receitas não-financeiras. Isso permitiu que houve uma relativa redução da relação dívida bruta
do setor público/PIB. No mesmo período houve acúmulo de Reservas Internacionais, o que
também ajudou para que houvesse redução no nível de Dívida Líquida do Setor Público/PIB.

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Entretanto na maior parte do tempo até os anos 1990, e após 2013 ocorreu deficit primário. Mas
como isso se mantém sustentável no tempo? Bem, temos que entender que ainda que comparações
entre a finanças públicas e finanças pessoas sejam frequentes, elas são em grande parte erradas.
Enquanto você, frequentemente, precisa de passar por uma análise de crédito, dar infor-
mações sobre suas fontes de renda e capacidade de pagamento para ter acesso a um finan-
ciamento em um banco, o mesmo não se aplica para o Governo. Em parte, isso se deve ao
tamanho do Estado e as suas próprias instituições e finalidades.
Uma empresa não precisa sempre recorrer a um banco para ter acesso a crédito, ela pode
fazer isso no mercado de capitais emitindo papéis como ações ou debêntures. Todavia ela
ainda precisa informar ao mercado suas condições financeiras por meio de extensos e deta-
lhados demonstrativos e relatórios contábeis. Bem, o Governo também busca fazer isso dispo-
nibilizando por meio da STN uma série de informações e dados sobre sua situação financeira.
Mas diferentemente das empresas é o governo que tem capacidade de regular o mercado
monetário e literalmente produzir moeda.
Não pense nisso como uma impressora que imprime dinheiro no sentido literal, mas sim
que o Governo pode simplesmente ofertar mais títulos de dívida pública sem precisar de qual-
quer intermediário. Ao fazer isso o Governo tem maior nível de liberdade em suas decisões de
financiamento, e isso se deve ao seu peso na Economia. Países não tem faturamento, mas tem
o Produto Interno Bruto (PIB), que é a somatória de toda sua produção de bens e serviços de um
país. E o Governo representa uma parte importante desse PIB, basta pensar na quantidade de es-
colas, universidades, infraestrutura, hospitais, postos de polícia, escritórios, e tudo mais que são
bens públicos. Todos eles empregam pessoas e realizam investimentos para sua expansão e
manutenção. Isso gera produção de bens e serviços que demandam produção no setor privado e
ao mesmo tempo gera salário para milhões de trabalhadores, o que por definição é parte do PIB.
Ainda que o Governo capture parte do PIB na forma de impostos e outras receitas, ele não
pode capturar todo o PIB. Entretanto, países com economias grandes e moedas próprias po-
dem ter maior liberdade para se endividar. Por isso para medir se um país está com um nível
de endividamento sustentável, ou não, se utiliza do indicador de Dívida/PIB.
Podemos destacar alguns conceitos básicos para analisar a relação Dívida/PIB:
Solvência da dívida: com base na expectativa de receitas futuras do governo, crescimento
da economia e inflação, a dívida pública pode ser considerada mais solvente ou menos. Se a
expectativa aponta para melhora na economia e na arrecadação a dívida pode ser mais solven-
te. Em caso de crise aguda que aumente o endividamento e diminua a arrecadação o Governo
pode estar se encaminhando para uma situação de insolvência.
Liquidez: refere-se à capacidade de reverter ativos em dinheiro. Diz-se que o Governo tem
maior liquidez quando tem maior acesso a poupança privada para financiamento da dívida.
Sustentabilidade: indica que o nível de dívida está dentro dos parâmetros esperados, e que é
possível rolar a dívida sem maiores problemas. De certa forma junta os conceitos de solvência
e liquidez, pois quando há solvência e liquidez a dívida tem sustentabilidade ao longo do tempo.

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Durante maior parte da década de 2000 e até 2013 o Governo Federal do Brasil apresen-
tou superavits primários e deficits nominais, o que indicava para sustentabilidade da dívida.
Isso ocorreu em um momento de crescimento econômico e certa estabilidade inflacionária e,
portanto, maior liquidez e melhor solvência da dívida. Nesse período o tempo de pagamento
dos títulos cresceu o que indicava maior confiança do mercado financeiro na capacidade de
pagamento do Governo. O gráfico abaixo apresenta a trajetória da Dívida Líquida do Governo
Federal com relação ao PIB.

Fonte: Ipeadata.

Grande parte da sustentabilidade da dívida se deve aos conceitos apresentados anterior-


mente. Assim, mesmo que o montante da dívida estive crescendo dado o deficit nominal, a
economia também crescia e a inflação estava de certa forma controlada. Nesse cenário a
relação Dívida Líquida/PIB se manteve em queda ou estável.
A partir de 2013, mas principalmente a partir de 2015, esse cenário se altera. Sucessivos
deficits primários ocorrem, fazendo com que houvesse dúvidas quanto a sustentabilidade da
dívida. Com os deficits primários e crise econômica a relação Dívida Líquida/PIB voltou a cres-
cer. Em resposta a isso o governo passou a adotar uma série de políticas que buscasse nova-
mente uma trajetória sustentável para a Dívida Pública.
Chegamos ao fim do conteúdo dessa aula, agora vamos fazer algumas questões?

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA/2014/ADAPTADA). A dívida mobiliária é representada por tí-
tulos emitidos pela União - incluindo os do Banco Central do Brasil – pelos estados e pelos
municípios.

A banca fez uso do conceito de dívida mobiliária, conforme apresentado pelo art. 29 da LRF
“Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive
os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios”.
Certo.

002. (VUNESP/GRU/ECONOMISTA/2016) Quando os gastos do governo são superiores à


sua arrecadação, ocorre o fenômeno.
a) Da Deflação.
b) Do Deficit Público.
c) De Curva de Phillips.
d) Do Custo de oportunidade.
e) Do Custo explícito.

a) Deflação é um fenômeno de redução ou queda generalizada dos preços. Errado.


b) Deficit Público ocorre quando há gastos ou despesas públicas maiores que receitas. Certo.
c) Curva de Phillips é um conceito em economia que mostra o trade off entre inflação e desem-
prego. Errado.
d) Custo de oportunidade é um conceito em economia que apresenta o custo implícito de algo,
sempre em relação a outra coisa que deixou de ser escolhida. Errado.
e) Custo explícito é um conceito contábil. Errado.
Letra b.

003. (ESAF/BANCO CENTRAL DO BRASIL/ANALISTA/2002) Na teoria econômica, muitas


vezes é oportuno classificar as variáveis como sendo do tipo “estoque” ou “fluxo”. Tomando
como caso os conceitos de dívida e deficit público, pode-se dizer que:
a) A dívida pública pode ser considerada como uma variável do tipo “fluxo” enquanto o deficit
público pode ser considerado uma variável do tipo “estoque”.
b) A dívida pública pode ser considerada como uma variável do tipo “estoque” enquanto o de-
ficit público pode ser considerado como uma variável do tipo “fluxo”.
c) Tanto a dívida pública quanto o deficit público são variáveis de “fluxo”.
d) Tanto a dívida pública quando o deficit público são variáveis de “estoque”.

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e) Dependendo do enfoque, tanto o deficit quanto a dívida pública podem ser considerados
variáveis “estoque” ou variáveis “fluxo”.

A questão trabalha conceitos de fluxo e estoque. Lembre-se podemos fazer alusão entre variá-
veis de fluxo e um filme e variáveis de estoque e uma fotografia. Sendo assim o Deficit público
é resultado de um exercício, ou de analisar um período (ano, trimestre, mês) para saber seu
resultado, portanto é uma variável de fluxo. Já informações Dívida pública pode ser capturada
em qualquer momento, já que ela é fruto do acúmulo de deficits de períodos anteriores, ou seja,
podemos tirar uma fotografia do momento. Dívida pública é uma variável de estoque.
Letra b.

004. (FCC/TCE-GO/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2014) Para o cálculo do superavit


primário NÃO são levados em consideração,
a) A contribuição para o financiamento da seguridade social.
b) O imposto de renda de pessoas físicas.
c) O imposto sobre operações financeiras.
d) Os juros e correção monetária da dívida pública.
e) Os cortes na folha de pagamento dos funcionários públicos.

Relembre os conceitos de resultado primário, nominal e operacional.


a) Contribuições sociais são consideradas receitas não financeiras, portanto fazem parte do
cálculo do superavit primário.
b) Impostos também são receitas não financeiras, e fazem parte do cálculo do superavit pri-
mário.
c) Outro tipo de imposto que faz parte do cálculo do superavit primário.
d) Juros e correção monetária da dívida pública são despesas financeiras. Esse tipo de despe-
sa NÃO entre no cálculo do superavit primário, mas sim do resultado nominal.
e) Folha de pagamento de funcionários é uma despesa corrente que faz parte do superavit
primário.
Letra d.

005. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/PROFISSIONAL JÚNIOR/2018) Considere que o governo


tem um deficit orçamentário em certo país. Ele resolve aumentar seu gasto financiando o dis-
pêndio adicional pela venda de títulos da dívida pública no mercado financeiro. Tal ação
a) É uma política fiscal expansiva da demanda agregada.
b) Acarreta uma diminuição da taxa de juros no mercado financeiro.
c) Diminui o deficit orçamentário do governo.

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Noções de Dívida Pública
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d) Diminui a futura arrecadação fiscal do governo.


e) Causa uma redução das importações.

Ao apontar que o governo deste país quer aumentar seu gasto, sendo financiado por venda de
títulos da dívida podemos concluir que: essa operação causa aumento do nível de dívida, essa
operação faz parte da política fiscal do país, que em questão está sendo expansionista, pois
está aumentando os gastos do governo deste país.
a) Certo.
b) Decisões sobre taxa de juros fazem parte da Política Monetária e da autoridade monetária/
Banco Central. Não se relaciona decisões de com aumento dos gastos, que ocorre na Política
Fiscal. Errado.
c) Como já existe deficit o aumento dos gastos irá aumentar ainda mais esse deficit. Errado.
d) Não é possível concluir, mas o aumento dos gastos significa aumento da demanda e da ati-
vidade econômica, o que pode aumentar a arrecadação fiscal no futuro. Errado.
e) Não é possível concluir pelo enunciado se há relação entre aumento de gastos e importa-
ções. Errado.
Letra a.

006. (CESGRANRIO/BNDES/ENGENHEIRO/2011) A curto prazo, para expandir a demanda


agregada e a renda de um país, uma política fiscal expansiva
a) Aumentaria os impostos e o superavit orçamentário do setor público.
b) Aumentaria os impostos para repagar a dívida externa.
c) Aumentaria os gastos públicos financiados pela venda de títulos do Tesouro.
d) Reduziria, no mesmo valor, os gastos públicos e importações.
e) Reduziria o gasto público e a emissão monetária usada para financiá-lo.

A questão menciona uma política fiscal expansionista, logo:


a) Política fiscal expansionista reduz o superavit orçamentário no curto prazo. Errado.
b) Política fiscal expansionista não tem relação direta com aumento de impostos, e seu impac-
to no curto prazo é sobre a dívida interna, não a externa. Errado.
c) Políticas fiscais expansionistas aumentam os gastos públicos e podem ser financiadas com
venda de títulos públicos, o que pode aumentar o nível de dívida interna. Certo.
d) Política fiscal expansionista aumenta os gastos públicos. Errado.
e) Como já dito anteriormente, política fiscal expansionista aumenta o gasto público, e não o
reduz. Errado.
Letra c.

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Noções de Dívida Pública
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007. (CESPE CEBRASPE/CODEVASF/ANALISTA/2021/Q1588045) No cálculo da dívida lí-


quida do setor público, consideram-se as dívidas emitidas pelos bancos públicos federais.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) é calculada considerando o endividamento líquido


do Governo Federal (incluindo Previdência Social), governos estaduais e municipais junto ao
sistema financeiro público e privado, setor privado não-financeiros e resto do mundo. Não se
considera no cálculo da DLSP as empresas estatais financeiras.
Errado.

008. (IADES/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2019) Uma política fiscal expansionista


tende a reduzir as NFSP.

Política fiscal expansionista tem capacidade de aumentar a NFSP, uma vez que significa au-
mento de gastos públicos que devem ser financiados pela emissão de títulos públicos.
Errado.

009. (FCC/AFAP/ANALISTA/2019/ADAPTADA) Um objetivo contracionista, tudo mais cons-


tante, pode ser alcançado por meio de uma política
a) Monetária, que reduza o compulsório.
b) Fiscal, que aumento o gasto do governo.
c) Monetária, que aumente a taxa de juros.
d) Fiscal, que reduza os impostos.
e) Creditícia que facilite empréstimos.

a) O aumento do compulsório consiste em política monetária expansionista, pois amplia o


efeito multiplicador bancário. Errado.
b) O aumento de gastos do governo é uma política fiscal expansionista. Errado.
c) Certo.
d) Reduções de impostos podem ter algum efeito expansionista no curto prazo. Errado.
e) Facilitação para contratação de empréstimos pode ter um efeito estimulante na atividade
econômica, logo é uma política expansionista.
Letra c.

010. (IBADE/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO/2018) No que


diz respeito à dívida pública, uma parte da dívida fundada representada por títulos emitidos
pela União, inclusive os do Banco Central, Estados e Municípios, são denominados dívida:
a) externa pública

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b) flutuante.
c) líquida do setor público.
d) interna.
e) mobiliária pública.

É considerado dívida representada por títulos emitidos pela União, Estados e Municípios, in-
cluindo o Bacen a dívida imobiliária.
Letra e.

011. (ESAF/MDIC/ANALISTA/2002) Com relação aos conceitos de deficit e dívida pública, é


incorreto afirmar que:
a) O fato de os impostos serem maiores do que os gastos públicos não financeiros não garante
uma redução na proporção dívida pública/PIB.
b) O deficit público pode ser considerado como “variável fluxo”.
c) A dívida pública pode ser considerada como “variável estoque”.
d) A proporção dívida pública/PIB não pode ser maior que 1.
e) Quanto maiores forem as taxas nominais dos títulos públicos, maior deverá ser a necessida-
de de financiamento do setor público em seu conceito nominal.

a) Se os impostos arrecadados são maiores que os gastos públicos não financeiros então
teremos um superavit primário. Porém isso não implica necessariamente em redução da rela-
ção dívida pública/PIB. Para que isso acontecesse seria necessário um superavit operacional,
ou seja, que a arrecadação de impostos fosse também maior que as despesas corrente mais
despesas financeiras. Certo.
b) O deficit público é uma variável de fluxo, pois ocorre em um período de tempo. Certo.
c) A dívida pública é uma variável de estoque, pois advém de deficits em períodos anteriores.
Certo.
d) Normalmente a relação dívida pública/PIB é apresentada em percentual, mas também pode
ser utilizada na base 1. Em ambos os casos não há nenhuma regra que impeça a dívida pública
de ser maior que o PIB e, portanto, de ser maior que 1 ou que 100% do PIB. Atualmente países
como Japão, EUA e alguns países europeus já têm a razão dívida pública/PIB muito maiores
que 1. Errado.
e) Taxas maiores normalmente implicarão em maiores despesas financeiras e, portanto, maior
deficit nominal. Certo.
Letra d.

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012. (CESGRANRIO/DECEA/TÉCNICO DE DEFESA E CONTROLE DE TRÁFEGO AÉ-


REO/2009) Para estimular a economia através de política fiscal, o governo deveria, alternati-
vamente, reduzir
a) A taxa de juros.
b) A taxa de câmbio.
c) O gasto público.
d) O deficit do setor público.
e) Os impostos.

Considerando que o governo tem objetivo de usar uma política fiscal expansionista, analisamos:
a) Taxa de juros é determinada na política monetária. Errado.
b) Taxa de câmbio sofre influência da política monetária e da política cambial. Errado.
c) Para uma política fiscal expansionista é necessário aumentar o gasto público, e não reduzir.
Errado.
d) Uma política fiscal expansionista pode levar a aumento do deficit público e não redução.
Errado.
e) A redução de impostos reduz as receitas públicas, mas pode significar mais recursos sendo
transferidos ao setor privado. Certo.
Letra e.

013. (FGV/BANESTES/TÉCNICO BANCÁRIO/2018/Q975983) O mecanismo pelo qual a


mesa de operações de mercado aberto do Banco Central persegue uma meta da Selic definida
pelo Copom é denominado “operações de mercado aberto”. Se num certo dia a mesa de opera-
ções vendeu títulos públicos que estavam na carteira do Banco Central – uma típica operação
de mercado aberto – o efeito na economia seria:
a) Uma contração na oferta de moeda e consequentemente diminuição da Selic diária;
b) Um aumento na oferta de moeda e consequentemente aumento da Selic diária;
c) Uma expansão da base monetária;
d) Uma contração na oferta de moeda e consequente aumento da Selic diária;
e) Um aumento na oferta de moeda e consequente diminuição da Selic diária.

A venda de títulos públicos em carteira do Bacen significa aumento do passivo público e con-
tração monetária, já que parte da base monetária será captura pelo Bacen na venda desses
títulos, assim
a) De fato, há contração na oferta de moeda, mas a Selic diária tende a aumentar, pois a maior
oferta de títulos derruba seu valor de face, e consequentemente aumenta os juros. Errado.
b) Há redução na oferta de moeda. Errado.

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Noções de Dívida Pública
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c) Como já dito, há redução da base monetária. Errado.


d) Certo.
e) Há redução da oferta de moeda, e aumento da taxa Selic diária. Errado.
Letra d.

014. (CESPE CEBRASPE/FUB/ECONOMISTA/2018/Q1027252) O aumento da alíquota de


imposto de renda nas faixas de renda mais alta é uma política monetária, uma vez que reduz a
renda disponível de quem é afetado por tal alíquota.

Decisões que envolvam aumento ou redução de arrecadação tributária, como mudanças na


alíquota do imposto de renda, são consideradas dentro da política fiscal.
Errado.

015. (IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/2021) O gráfico abaixo mostra o valor do Es-


toque Total de Títulos Públicos, um recorde positivo de investimentos no Tesouro Direto via
compra de Títulos Públicos. Considerando apenas este fato, assinale a alternativa que apre-
senta qual a consequência para o crédito à disposição da Economia Nacional.

a) Diminui o crédito à disposição da economia nacional.


b) Aumentou o crédito à disposição da economia nacional.
c) Aumentou a quantidade de papel moeda disponível na economia nacional.
d) Quantidade de crédito ofertado na economia não sofreu alteração, permaneceu a mesma
quantidade.
e) A colocação de Títulos Públicos na economia não interfere nos meios de pagamento e man-
tém estável a oferta de crédito à economia nacional.

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a) Como há aumento na compra de títulos públicos há redução da base monetária, consequen-


temente menor será o efeito multiplicador bancário, maior a escassez de moeda os juros e
consequentemente menor o nível de crédito na economia. Certo.
b) Maior oferta de títulos públicos reduz a oferta de crédito na economia como um todo. Errado.
c) A compra de títulos não se relaciona diretamente com a quantidade de papel moeda em
circulação. Errado.
d) Crédito pode ser reduzido, pois maior parte da poupança do setor privado agora será aloca-
da na compra de Títulos Públicos. Errado.
e) Como já dito, ampliação da oferta de títulos reduz a oferta de crédito. Errado.
Letra a.

016. (CESPE CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O valor gasto com des-


pesa médica em hospital público faz parte dos gastos do governo.

Despesas de saúde pública são consideradas despesas correntes, exceto aquelas para cons-
trução de novos hospitais que se enquadram em investimentos. De qualquer forma essas des-
pesas são consideradas sim gastos do governo.
Certo.

017. (FGV/BANESTES/TÉCNICO BANCÁRIO/2018) Em 7 de fevereiro de 2018, o Copom re-


duziu a meta da taxa Selic para 6,75% ao ano. Em termos práticos, isso significa que a mesa
de negociação de mercado aberto do Banco Central deve atuar para que a Selic diária fique
próxima dessa meta. Se a Selic diária estiver em 7% num certo dia, a mesa de operações do
Banco Central deve:
a) Comprar títulos públicos no mercado e mantê-los em sua carteira, até que a taxa diária atinja
a meta de 6,75%;
b) Vender títulos públicos de sua carteira no mercado até que a taxa diária atinja a meta de 6,75%;
c) Emitir títulos no mercado até que a taxa diária atinja a meta de 6,75%;
d) Imprimir mais papel-moeda;
e) Pleitear uma mudança no superavit primário.

É importante notar que a nova meta Selic é menor que a taxa Selic diária, assim podemos
concluir que o Bacen quer fazer uma política monetária expansionista. Para reduzir os juros e
atingir a meta de 6,75% é necessário comprar títulos, injetando liquidez no mercado, ou seja,
aumentando a base monetária. Assim:

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Noções de Dívida Pública
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a) Certo.
b) Vender títulos reduziria a base monetária e aumentaria ainda mais a taxa de juros. Errado.
c) Emitir é o mesmo que vender, o que aumentaria os juros. Errado.
d) A impressão de papel-moeda não tem relação direta com a taxa Selic. Errado.
e) Mudanças no superavit primário não afetam a taxa Selic imediatamente e fazem parte da
política fiscal e não da política monetária. Errado.
Letra a.

018. (CESGRANRIO/UNIRIO/ECONOMISTA/2019/ADAPTADA/Q1650608) A política fiscal


expansiva pode se rum instrumento para estimular a economia em uma recessão. Uma política
expansiva consistiria, por exemplo, em aumentar o(a)
a) Gasto do setor público.
b) Imposto de renda.
c) Superavit orçamentário do setor público.
d) Receita fiscal do governo.
e) Taxa cobrada pelos serviços públicos prestados pelo governo.

a) Certo.
b) Aumentar o imposto de renda pode ser considerado uma medida contracionista, pois ape-
sar de aumentar a receita pública, reduz os gastos no setor privado, e não necessariamente
aumenta os gastos públicos. Errado.
c) Aumentar o superavit público é uma medida contracionista. Errada.
d) Como dito na letra b, aumentar a receita do governo não significa necessariamente aumento
de gastos públicos. Errado.
e) É aumento de receita, não de gastos. Errado.
Letra a.

019. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/PROFISSIONAL JÚNIOR/2018/Q1031108) Considere que o


governo tem um deficit orçamentário em certo país. Ele resolve aumentar seu gasto, financian-
do o dispêndio adicional pela venda de títulos da dívida pública no mercado financeiro. Tal ação
a) É uma política fiscal expansiva.
b) Acarreta uma diminuição da taxa de juros no mercado financeiro.
c) Diminui o deficit orçamentário do governo.
d) Diminui a futura arrecadação fiscal do governo.
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Noções de Dívida Pública
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a) A decisão de manter e aumentar deficit, criando NFSP a ser coberta pela emissão de títulos
de dívida é uma política fiscal expansionista. Certo.
b) O aumento da venda de títulos tende a forçar queda no preço do título, e consequentemente,
aumento da taxa de juros. Errado.
c) O próprio enunciado diz que já há deficit e que o governo quer ampliar ainda mais os gastos,
o que aumentará ainda mais o deficit existente. Errado.
d) No geral, políticas fiscais expansionistas tem capacidade de estimular a economia e, portan-
to, aumentar a arrecadação tributária futura. Errado.
e) Não é possível dizer o comportamento das importações apenas pelo enunciado, mas o
aquecimento da economia ocasionado pela política fiscal expansionista pode aumentá-las.
Errado.
Letra a.

020. (CESPE/CEBRASPE/SEDF/ANALISTA/ADAPTADA/2017)

Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: STN (adaptado).

O gráfico acima apresenta o resultado primário e as despesas com juros, conforme apuração
do Banco Central do Brasil (BCB). A partir dessas informações dos conceitos de contabilidade
fiscal, julgue o item seguinte.
Os resultados primários, deficitários em 2014 e 2015, foram impactados pelo aumento da des-
pesa com juros incidentes sobre a dívida pública, que se elevaram por força de uma política
monetária contracionista.

Excelente questão, pois conta com uma armadilha. Primeiro relembre do conceito de deficit
primário, que ocorre quando as despesas não financeiras são superiores as receitas não finan-
ceiras. No cálculo do deficit primário são desconsideradas as despesas financeiras, portanto
os gastos com juros não têm impacto no deficit primário. O aumento das despesas com juros
nominais vai ter impacto no superavit nominal, não no primário.
Errado.

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021. (IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/2021/ Q1707529) Um dos instrumentos de


Política Monetária é a venda e compra de Títulos Públicos. Assinale a alternativa correta com
relação ao termo técnico deste instrumento de Política Monetária.
a) Redesconto ou empréstimos de liquidez.
b) Depósito compulsório.
c) Mercado aberto – open market.
d) Controle de crédito.
e) Seleção de crédito.

a) Redesconto é instrumento de política monetária, e se refere a empréstimo de última instan-


cia realizados pelo BCB para instituições bancárias. Errado.
b) Depósito compulsório é instrumento de política monetária e consiste em obrigação de de-
pósito pelos Bancos comerciais juntos ao BCB. Errado.
c) Mercado aberto ou open market é onde se realiza negociação de títulos da dívida pública
com a finalidade de política monetária. Certo.
d) Como diz o nome, não envolve negociação de títulos. Errado.
e) Não envolve negociação de títulos. Errado.
Letra c.

022. (IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/2021/ Q1707536) Devido à dificuldade que


o poder público possui em manter positivo o saldo do Orçamento Público, é importante ter
mecanismos para cobrir o orçamento com deficit. Sobre isso, analise os instrumentos abaixo:
I – Emitir dívida pública.
II – Criar impostos.
III – Valorizar a taxa de câmbio.
IV – Emitir dinheiro.
Assinale a alternativa correta a respeito das possiblidades que o governo possui para financiar
seu deficit.
a) Apenas as afirmativas II, III e IV.
b) Apenas as afirmativas I, II, IV.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) As afirmativas I, II, III, IV.
e) Apenas as afirmativas I, III, IV.

O enunciado cita a dificuldade do setor público em manter superavits fiscais, não especifican-
do se é primário, nominal ou operacional, o que gera constante NFSP. Podemos concluir que:
I – Emitir dívida pública pode cobrir a NFSP. Certo

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II – Criar impostos podem aumentar as receitas não financeiras, o que tem impacto positivo
em reduzir o deficit primário. Certo.
III – Valorizar a taxa de câmbio não tem nenhum efeito direto sobre os resultados das contas
públicas. Errado.
IV – Emitir dinheiro pode ser um instrumento a ser adotado pelo Bacen, muito embora esse tipo
de operação seja proibido no Brasil atualmente por determinações legais. Certo.
Letra b.

023. (CESPE CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL/2021/ Q1781632) A correção da ta-


bela do imposto de renda de pessoa física em razão da inflação, com a atualização das faixas
sobre as quais incide cada alíquota do imposto, representa exemplo de política fiscal con-
tracionista.

O debate de atualização da tabela de imposto de renda tem aparecido constantemente na


mídia recentemente, o que faz essa questão é muito atual. A atualização da tabela de imposto
de renda visa corrigir as faixas do imposto de renda de acordo com a variação da inflação no
período. Isso pode fazer com que as pessoas físicas paguem menos impostos e, portanto,
pode ser considerada uma política expansionista.
Errado.

024. (IBFC/IBGE/SUPERVISOR PESQUISAS/2021/Q1707539) Diante da Pandemia do Coro-


navírus várias foram as reações dos países, como por exemplo:
1. Estados Unidos: “O Federal Reserve (banco central dos EUA), além de reduzir as taxas de
juros para quase 0 e injetar liquidez no valor de US$ 700 milhões no mercado com a compra
de títulos do tesouro, anunciou que retomará seu programa de compra de dívida corporativa,
implementado pela primeira vez durante a Grande Recessão de 2008”.
2. Argentina: “O governo argentino anunciou na semana de 20/03/2020 aumentos nos subsí-
dios para pessoas pobres, aposentados, mulheres desempregadas e grávidas em situações
de vulnerabilidade. Também ordenou um investimento de US$ 1,5 bilhão em obras públicas,
habitação e turismo, na tentativa de enfrentar as consequências econômicas da pandemia”.
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/03/21/coron avirus-o-que-as-gran-
des-economias-do-mundo-estaofazendo-para-evitar-falencias-e-falta-dedinheiro.htm?cmpi-
d=copiaecola
Observando estas reações classifique a reação dos EUA e da Argentina segundo as medidas
que tomaram, assinale a alternativa que mostra corretamente qual política cada país adotou:
a) EUA realizou Política Monetária e Argentina realizou Política Fiscal.
b) EUA realizou Política Cambial e Argentina realizou Política Industrial.
c) EUA realizou Política Fiscal e Argentina realizou Política Monetária.

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d) EUA realizou Política Industrial e Argentina realizou Política Cambial.


e) EUA realizou Política Setorial e Argentina realizou Política Tributária.

Seguindo o enunciado percebemos que os EUA realizaram redução de taxa de juros pelo Banco
Central o que consiste em Política Monetária. A Argentina realizou aumento de subsídios para
pessoas vulneráveis, o que pode ser considerado como uma forma de subvenção ou transfe-
rência de renda, e ampliou investimentos em obras públicas, ambas as políticas são de cunho
fiscal. Logo a questão correta é EUA realizaram política monetária e Argentina política fiscal.
Letra a.

025. (IBFC/IBGE/SUPERVISOR DE PESQUISAS/2021/ Q1707525) A Política Fiscal


______________ com o objetivo de ___________ a produção, o emprego, a renda e o consumo, isto
tende a causar um _____________ no orçamento. Suas principais medidas são: ____________ dos
gastos do governo; __________ das transferências do governo para o setor privado e ____________
dos impostos.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
a) Expansionista/aumentar/deficit/elevação/elevação/elevação.
b) Contracionista/aumentar/deficit/elevação/elevação/redução.
c) Expansionista/diminuir/superavit/redução/redução/elevação.
d) Contracionista/diminuir/superavit/redução/redução/elevação.
e) Expansionista/aumentar/superavit/redução/elevação/redução.

Lembre-se: Política fiscal expansionista eleva a atividade econômica, pode gerar deficit fiscal
e pode ser feita com aumento de gastos do governo e das transferências ou redução dos
impostos. Política fiscal contracionista reduz o nível de atividade econômica, pode gerar supe-
ravit fiscal e pode ser feita com redução de gastos do governo ou transferências, e aumento
de impostos.
Logo, a Política fiscal contracionista com o objetivo de diminuir a produção, emprego, a renda
e o consumo, isto tende a causar um superavit no orçamento. Suas principais medidas são:
redução dos gastos do governo; redução das transferências do governo para o setor privado e
elevação dos impostos.
Letra d.

026. (CESPE CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2020/Q1339445)


Quando o total das receitas do Governo é inferior ao total de suas despesas, ocorre um deficit
primário do setor público. Neste caso, se consideram as despesas financeiras e não financeiras.

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O resultado primário é calculado com base nas receitas e despesas não financeiras. O que
considera as despesas financeiras e não financeiras é o resultado nominal.
Errado.

027. (CESPE CESBRASPE/SEFAZ-AL/AUDITOR/2020/ Q1197478) As operações de merca-


do aberto contracionistas levam a uma diminuição do preço dos títulos e a um aumento da
taxa de juros.

Operações de mercado aberto contracionistas aumentam a venda de títulos, o que reduz a


base monetária, reduz o valor de face dos títulos e eleva os juros.
Certo.

028. (CESPE CEBRASPE/FUNPRESP-JUD/2016/ADAPTADA) O Tesouro IPCA+ (antigo NTN-


-B) paga ao investidor juros semestrais prefixados, que sofrem incidência do imposto de renda.

O Tesouro IPCA+, antigo NTN-B, é um título que paga juros semestrais (não confunda com o
NTN-B – principal, que não tem pagamento de juros semestrais). É um título misto que paga
parte de juros prefixados mais a variação do IPCA. Dessa forma podemos considerar a ques-
tão correta.
Certo.

029. (CESPE CEBRASPE/FUNPRESP-JUD/2016/ADAPTADA) A respeito dos títulos públicos


e do tesouro direto, julgue o item a seguir.
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a BM&F
Bovespa para a venda de títulos públicos federais, por meio da internet, tanto para pessoas
físicas quanto para pessoas jurídicas.

Segundo o site do Tesouro Nacional, o Tesouro Direto é um programa concebido em 2002 com
o objetivo e democratizar o acesso a títulos públicos entre pessoas físicas. Pessoas jurídicas
ainda precisam de outros intermediários.
Errado.

030. (CESPE CEBRASPE/TELEBRÁS/ESPECIALISTA/2013) Um mercado secundário de tí-


tulos de renda fixa desenvolvido permite a formação de referências de preços dos ativos, a
liquidez suficiente para a entrada e a saída de investidores e a participação destes em leilões
de títulos da dívida pública e em ofertas públicas de títulos privados.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

Mercados secundários tem o objetivo de renegociar títulos de dívida e outros papeis sem a ne-
cessidade de se esperar o vencimento do título para resgate do principal investido. Assim mer-
cados secundários permitem maior liquidez dos títulos e maior confiança entre investidores.
Certo.

031. (FCC/BACEN/ANALISTA/2006/ADAPTADA) Um investidor que acredita na queda das


taxas de juros, visando maximizar seus ganhos, deve optar pela aquisição de
a) Tesouro IPCA+
b) Tesouro Selic
c) Tesouro prefixado
d) Tesouro IPCA+ com juros semestrais
e) Títulos CDI

O investidor tem expectativa de que a taxa de juros irá reduzir quando a inflação está bem con-
trolada. Com a redução dos juros Selic, a rentabilidade de títulos prefixados pode ser maior,
portanto, essa será a opção do investidor.
Letra c.

032. (CESPE CEBRASPE/SLU-DF/ANALISTA DE GESTÃO/2019) A respeito da evolução do


deficit público e da dívida pública, julgue o item a seguir.
A ocorrência de deficit primário em um ano prejudica o pagamento dos juros da dívida pública
nesse mesmo ano, mas não aumenta o saldo devedor principal da dívida.

Quando há deficit primário as despesas não financeiras são maiores que as receitas não fi-
nanceiras, ou seja, há NFSP. Isso quer dizer que o governo não consegue pagar suas despesas
correntes, e deve recorrer a emissão de títulos para financiar esses gastos. Com isso não só os
juros da dívida têm pagamento prejudicado, como o saldo devedor principal da dívida também
aumentará.
Errado.

033. (CESPE CEBRASPE/FUNPRESP/ANALISTA/ADAPTADA/ 2016) Conforme números di-


vulgados pelo Banco Central nos últimos dois anos o resultado fiscal do setor público foi defi-
citário, o que resultou no aumento da dívida pública em termos de percentual do PIB. Julgue o
item a seguir, com relação à dívida pública e à necessidade de financiamento do governo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

O resultado operacional é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença, em determi-


nado período, entre o fluxo agregado de receitas totais (inclusive de aplicações financeiras) e
de despesas totais (inclusive despesas com juros).

Relembre dos conceitos: resultado operacional é medido pelo resultado nominal (que inclui
receitas e despesas financeiras) menos os juros reais da dívida pública, ou seja, desconta
também a correção monetária e cambial. O conceito apresentado no enunciado faz referência
ao resultado nominal, que considera as despesas e receitas inclusive financeiras, mas em ter-
mos nominais.
Errado.

034. (CESPE CEBRASPE/TCE-AP/AUDITOR/2016) No que se refere aos conceitos de deficit


público e de dívida pública, julgue o seguinte item.
O resultado primário do setor público corresponde ao deficit nominal deduzido dos juros nomi-
nais incidente sobre a dívida pública.

O resultado primário é medido como a diferença entre despesas e receitas não financeiras,
enquanto o deficit nominal é medido pela diferença entre receitas e despesas não financeiras e
financeiras. Assim para se chegar ao resultado primário a partir do resultado nominal (que in-
clui despesas financeiras como juros nominais da dívida) deve-se descontar os juros nominais.
Resultado nominal = resultado primário + receitas financeiras – despesas financeiras (ju-
ros nominais)
Certo.

035. (CESPE CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR/2016/ADAPTADA) Com respeito à estrutura or-


çamentária e à evolução do deficit e da dívida pública brasileira, julgue o item a seguir.
O acúmulo de reservas internacionais nos anos finais da década de 2000 contribuiu para re-
dução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), mesmo que a Dívida interna tenha crescido
em montante.

Exatamente isso. Nos anos 2000 houve forte ingresso de capitais no Brasil o que permitiu redu-
ção da dívida externa e acúmulo de reservas internacionais. A DLSP é calculada descontando
da Dívida interna as Reservas internacionais, portanto esse acúmulo de reservas contribuiu
para redução da DLSP.
Certo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

036. (VUNESP/BNDES/PROFISSIONAL BÁSICO/2002) Os termos “acima da linha” e “abaixo


da linha”, aplicados em relação ao deficit público no Brasil, correspondem a
a) Duas definições distintas de deficit público, que se diferenciam, respectivamente, pela inclu-
são ou não dos pagamentos de juros pelo governo.
b) Dois conceitos distintos de deficits, que se diferenciam, respectivamente, pela inclusão ou
não da correção monetária paga pelo governo.
c) Conceitos distintos de deficits, calculados a partir da mesma fonte de informações.
d) Duas formas de medir o deficit, respectivamente, a partir de sua geração e de seu fi-
nanciamento.
e) Duas definições distintas de deficit público, que se diferenciam, respectivamente, pela inclu-
são ou não das despesas de capital do governo.

Relembre os conceitos:
Acima da linha é a medição do resultado fiscal pela execução orçamentária, ou seja, considera
a origem das receitas e despesas (o que foi gasto em cada ministério, por exemplo).
Abaixo da linha é a medição do resultado fiscal pela NFSP, ou seja, qual é a necessidade de
financiamento exigida para cobrir o deficit ou qual é o crédito que o governo tem em caso de
superavit.
Sendo assim:
a) A inclusão ou não dos juros se refere a conceitos de resulto primário, nominal e operacional.
Errado.
b) Correção monetária faz referência ao conceito de resultado operacional. Errado.
c) Os conceitos “acima” e “abaixo” da linha são equivalentes, não distintos. Errado.
d) Certo.
e) Os conceitos são equivalentes, não distintos. Além disso a inclusão de despesas de capital
remete ao resultado nominal.
Letra d.

037. (CESPE CEBRASPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Considera a estrutura orçamentária e a


evolução da dívida pública brasileira, julgue o item subsequente
O deficit da previdência oficial faz parte do cálculo do superavit primário.

A banca não foi muito feliz em colocar o nome de “previdência oficial”, entretanto podemos ler
isso como a Previdência Social do Governo Federal. Nesses termos a previdência está entre as
despesas correntes não financeiras que fazem parte do cálculo de superavit primário.
Certo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

038. (INÉDITA) O gráfico abaixo faz parte do Relatório de Acompanhamento Fiscal do Instituto
Fiscal Independente, ligado ao Legislativo Federal, e nele são apresentadas projeções sobre o
comportamento futuro da trajetória da Dívida Bruta do Governo Gera/PIB. São elaborados três
cenários para essa década, o básico, o otimista e o pessimista.

I – O cenário pessimista aponta para descontrole da dívida pública, o que pode levar a uma
situação de insolvência do Estado Brasileiro no final desta década.
II – Não é possível que o cenário pessimista ocorra, uma vez que a dívida não pode ser maior
que o PIB de um país.
III – No cenário otimista a trajetória de crescimento da dívida se inverte, o que pode apontar
para maior liquidez do Estado Brasileiro.
IV – A forte elevação da relação Dívida Bruta/PIB entre os anos de 2020 e 2021 está relaciona-
da à política fiscal expansionista no período em resposta à Crise do novo Coronavírus.
Considerando essas informações marque a alternativa que julgar correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas III está errada.
c) Apenas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.

I – A elevação da relação Dívida Bruta/PIB pode levar a insolvência, isto é, à não cumprimento
dos compromissos financeiros do Estado, ainda que essa relação não seja direta. Certo.
II – É possível que um país tenha relação Dívida Bruta/PIB maior que 100%, isso já acontece
com EUA, Japão e outros países, e nem por isso esses países estão em situação de insolvên-
cia de suas dívidas. Errado.
III – A menor relação Dívida Bruta/PIB pode indicar para maior liquidez e menores taxas de
juros no futuro, e uma trajetória sustentável da dívida. Certo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

IV – Em resposta à Crise do novo Coronavírus o governo brasileiro adotou uma política fiscal
expansionista, com a criação de programas como o auxílio emergencial e empréstimos para
pequenas e médias empresas cumprirem seus compromissos e manter empregos, o que ge-
rou um elevado deficit público. Ainda assim o PIB teve queda significativa em 2020, levando a
um importante aumento da relação Dívida Bruta/PIB.
Letra c.

039. (INÉDITA) Sobre títulos públicos julgue a alternativa correta.


a) Títulos pós-fixados são aqueles ligados a algum indicador de inflação, o que sempre garante
retorno positivo ao investidor.
b) O Tesouro IPCA+ é um exemplo de título misto, pois apresenta parte do retorno em taxa fixa
e parte em variação de acordo com o indicador de inflação.
c) Por ser instrumento para garantir que a inflação fique dentro da meta, o Tesouro Selic sem-
pre é superior ao índice de inflação.
d) Títulos prefixados são aqueles onde o investidor não sabe de antemão qual será o seu re-
torno no futuro.
e) Tesouro IPCA+ com juros semestrais têm esse nome por trabalhar com juros semestrais e
não anuais.

a) Títulos pós-fixados não são ligados a inflação necessariamente, como o Tesouro Selic, e
nem sempre garantem retorno positivo. Errado.
b) Certo.
c) Não há regra que obrigue a taxa Selic a estar sempre acima do nível de inflação, sendo pos-
sível que títulos como o Tesouro Selic tenham retorno real negativo em algumas situações.
Errado.
d) A vantagem dos títulos prefixados é justamente saber na contratação qual é o rendimento,
já que a taxa e juros é fixada na aquisição. Errado.
e) Tesouro IPCA+ com juros semestrais tem esse nome porque paga juros semestralmente.
Letra b.

040. (INÉDITA) Julgue a afirmação a seguir


Sabendo que a dívida do setor público cresce quase que de forma contínua, e tem elevadíssi-
mo montante, uma forma de medir se um país está muito endividado ou não é pelo indicador
de Dívida/PIB. Por considerar o PIB, é possível concluir que em períodos de forte crescimento
econômico, ou seja, aumento do PIB, seja mais fácil controlar a trajetória dessa relação.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

Isso mesmo. Quando há períodos de expansão da economia o PIB cresce mais rapidamente, o
que pode indicar maior facilidade para controle da dívida. Todavia em períodos de crise econô-
mica, além da queda da arrecadação que pode gerar deficit primário, a queda no denominador
da fração pode levar a aumento da relação.
Certo.

041. (FCC/TCE-GO/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2014) Para o cálculo do superavit


primário NÃO são levados em consideração,
a) A contribuição para o financiamento da seguridade social.
b) O imposto de renda de pessoas físicas.
c) Os impostos sobre operações financeiras.
d) Os juros e correção monetária da dívida pública.
e) Os cortes na folha de pagamento dos funcionários públicos.

Novamente lembre-se do conceito de resultado primário


Resultado primário = receitas não financeiras - despesas não financeiras
Logo podemos concluir que os conteúdos referentes as letras A, B, C e E remetem a despesas
e receitas não financeiras como contribuições sociais, impostos e folha de pagamentos. A le-
tra C pode confundir, mas o imposto sobre operações financeiras é apenas um tipo de imposto,
NÃO uma receita financeira. A letra D é a alternativa errada pois juros e correção monetária são
despesas financeiras, logo não são consideradas no cálculo do resultado/superavit primário.
Letra d.

042. (INÉDITA) Sobre o Sistema Especial de Liquidação e Custódia e o Banco Central, assinale
a alternativa INCORRETA
a) A meta Selic é decidida pelo Copom e tem impacto direto em toda estrutura de juros do país.
b) O Banco Central pode emitir operações compromissadas como instrumento de política
monetária.
c) A taxa Selic sofre oscilações diárias, mas sempre converge para a meta Selic por atuação
do Banco Central.
d) A Dívida Pública é impactada por períodos nos quais houve deficit primário, não sofrendo
interferência da política monetária.
e) A inflação é o aumento generalizado no nível de preços, e seu controle pode trazer mais
confiança na moeda.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

a) Certo.
b) Operações compromissadas são um papel onde o Banco Central visa atuar no mercado
futuro, em grande parte com fins de política monetária. Certo.
c) Embora o Copom fixe a meta Selic, na prática a taxa Selic pode sofrer pequenas alterações
diante das negociações diárias de títulos, mas o BCB sempre busca convergi-la para a meta.
Certo.
d) De fato, a dívida pública é impactada quando há deficit primário, porém ela também pode
sofrer impacto da política monetária, já que o BCB pode realizar operações de mercado aberto
(open market) com fins de política monetária resultado em aumento ou redução do estoque de
dívida. Errado.
e) Certo.
Letra d.

043. (INÉDITA) Julgue certo ou errado.


O título Tesouro Prefixado pode ser interessante para investidores que queiram saber já na
contratação qual será a rentabilidade do investimento. Porém, uma mudança na economia que
gere aumento do nível de inflação pode corroer essa rentabilidade. Para cenários assim seria
mais indicado um título Tesouro IPCA+.

Títulos prefixados já apresentam a taxa de juros fixas no momento da contratação do título,


o que pode trazer maior previsibilidade. Todavia, a inflação pode correr esses rendimentos ao
reduzir os juros reais. Tesouro IPCA+ é mais indicado para aqueles investidores que querem se
proteger da inflação.
Certo.

044. (CESPE CEBRASPE/CGE-PI/AUDITOR/2015) Sobre a teoria econômica do setor público,


julgue o próximo item à luz dos principais conceitos de contabilidade fiscal.
Se eventual elevação da taxa básica de juros por parte do Banco Central acarretar a entrada
líquida e capitais no país, haverá expansão das reservas internacionais e contração da dívida
líquida do setor público.

A elevação da taxa de juros Selic pode tornar os títulos públicos mais atrativos para investidores
internacionais, fazendo com que aumente o ingresso de dólares no país. O aumento do ingresso
de dólares pode levar a aumento no nível de reservas internacionais, que por sua vez pode reduzir
o nível de dívida externa e consequentemente da dívida líquida do setor público (DLSP).
Certo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

045. (INÉDITA) Sobre títulos públicos, marque a alternativa correta


a) O Selic faz parte da STN, e tem objetivo de controlar a emissão de títulos públicos.
b) O fato de títulos Tesouro IPCA+ terem prazo maior não está relacionado com sua proteção
à inflação.
c) Títulos prefixados podem trazer maior previsibilidade, mas nem sempre garantem retorno
real positivo, já que a inflação pode corroer parte de seus ganhos.
d) Títulos públicos podem se negociados sempre que o mercado está aberto, o que indica sua
baixa liquidez.
e) Títulos pós-fixados apresentam expectativa de maior rentabilidade para investidores quan-
do o Bacen reduz a taxa Selic.

a) O SELIC é uma infraestrutura que faz parte do sistema financeiro brasileiro. Trata-se de um
sistema que efetua custódia e registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Te-
souro Nacional, bem como de compromissadas. Errado.
b) Tesouro IPCA+ tem prazo maior justamente por ter mecanismo que protege os investidores
da inflação. Errado.
c) Títulos prefixados tem maior previsibilidade por já apresentar de antemão a taxa de juros
contratada, mas em caso de aumento da inflação pode ter sua rentabilidade real reduzida.
Certo.
d) Estava correto até citar baixa liquidez, justamente por poder ser negociados com facilidade
os títulos públicos têm liquidez elevada. Errado.
e) Títulos pós-fixados podem ter menor rentabilidade quando a Taxa Selic está em trajetória de
queda. Errado.
Letra c.

046. (INÉDITA) Sobre Contas Nacionais, marque a alternativa INCORRETA.


a) A poupança de uma economia aberta é formada pela poupança do setor público, do setor
privado e do resto do mundo.
b) O investimento de uma economia é o montante de recursos destinados a expansão da ati-
vidade produtiva.
c) Segundo as Contas Nacionais, caso haja deficit fiscal, este deverá ser financiado pela pou-
pança do setor público e do setor privado.
d) A identidade poupança = investimento nos diz que em uma economia o montante de pou-
pança será igual ao de investimento.

a) S = Sgov + Spri + Sext. Certo.


b) Essa é a definição básica de investimento. Certo

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

c) Em caso de deficit fiscal, este será financiado pela poupança do setor privado e do setor
externo (resto do mundo). Errado.
d) Essa é a definição para a identidade contábil poupança = investimento. Certo
Letra c.

047. (CESPE CEBRASPE/TCE-AP/AUDITOR FISCAL/2016/ADAPTADA) Sobre macroecono-


mia, julgue o item subsequente.
O conceito de dívida bruta abrange o total de débitos do governo federal, governos estaduais
e municipais e débitos de responsabilidade de todas as empresas estatais do governo federal.

O conceito de Dívida Bruta é total de débitos de responsabilidade do Governo Federal, governos


estaduais e municipais, junto ao setor privado, ao setor público financeiro e ao resto do mundo
e débitos de empresas estatais, exceto Grupo Petrobrás e Grupo Eletrobrás.
Errado.

048. (FCC/AL-AP/PROCURADOR/ADAPTADA/2020) O Estado brasileiro auferiu as seguintes


receitas em um período.
I – Receita pela venda de imóveis para construção de linha de metrô.
II – Receita recebidas de pessoas de direito público destinas a cobrir deficits em manutenção
de empresas públicas sem fins lucrativos, conforme previsão orçamentária.
III – Receitas sobre arrecadação de Imposto sobre Operações Financeiras.
De acordo com a lei n. 4320/64, como essas receitas serão classificadas de acordo com suas
categorias econômicas?
a) De capital, de capital e de capital.
b) Corrente, corrente e corrente.
c) Corrente, corrente, e de capital.
d) De capital, corrente e corrente.
e) Corrente, de capital e de capital.

Relembre os conceitos de receitas correntes e receitas de capital:


Receitas Correntes: são as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, in-
dustrial de serviços e outras, além de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quanto destinadas a atender despesas classificáveis em despesas
correntes.
Receitas de Capital: são aquelas oriundas de constituição de dívida, como dívidas, conversão,
bens e direitos, recursos recebidos de pessoas de direito público ou privado destinados a aten-
der despesas de capital e o superavit do orçamento corrente.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

Assim
I – Receita de capital;
II – Receita corrente;
III – Receita corrente.
Letra d.

049. (CESPE/TCE-GO/PROCURADOR/ADAPTADA/2019) A respeito de despesa pública, as-


sinale a opção correta.
a) Despesas destinadas à construção de viadutos deverão ser classificadas como despesas
correntes de custeio.
b) Despesas destinadas a aumento de capital em empresa pública com fins lucrativos deverão
ser classificadas como despesas correntes na categoria investimentos.
c) Despesas destinadas à construção de viadutos deverão ser classificadas como despesas
de capital.
d) Despesas destinadas à subvenção econômica para projetos de inovação são consideradas
despesas de capital.
e) Despesas destinadas à aquisição de máquinas e equipamentos são consideradas despesas
correntes.

a) Construção de viadutos são investimento, logo de capital. Errado.


b) Despesas com investimentos são de capital, não correntes. Errado.
c) Certo.
d) Subvenção é uma forma de transferência sem contrapartida imediata, é uma despesa cor-
rente. Errado.
e) Aquisição de máquinas e equipamentos são consideradas despesas de capital. Errado.
Letra c.

050. (INÉDITA) Julgue a afirmação abaixo.


A dívida mobiliária é a dívida contraída pelo governo pela emissão de títulos de dívida. Ela pode
ser impactada por decisões na Política Fiscal, como um aumento de gastos, ou na Política Mo-
netária, como aumento a Taxa Selic.

Exatamente isso. A dívida mobiliária é um dos principais componentes da Dívida Bruta e seu
comportamento está ligado a decisões na política fiscal e monetária.
Certo.

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Noções de Dívida Pública
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GABARITO
1. c 37. c
2. b 38. c
3. b 39. b
4. d 40. c
5. a 41. d
6. c 42. d
7. e 43. c
8. e 44. c
9. c 45. c
10. e 46. c
11. d 47. e
12. e 48. d
13. d 49. c
14. e 50. c
15. a
16. c
17. a
18. a
19. a
20. e
21. c
22. b
23. E
24. a
25. d
26. e
27. c
28. c
29. e
30. e
31. c
32. e
33. e
34. c
35. c
36. d

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Noções de Dívida Pública
Douglas Xavier

REFERÊNCIAS

RIANI, Flávio. Economia Do Setor Público: Uma Abordagem Introdutória. Grupo Gen-LTC, 2000.

FEIJÓ, Carmen. Contabilidade social: referência atualizada das contas nacionais do Brasil. El-
sevier Brasil, 2013.

BCB, Banco Central do Brasil. Manual de Estatísticas Fiscais, 2018.

Douglas Xavier
Mestre em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e graduado em Ciências Econômicas
pela mesma instituição. Aprovado e convocado nos concursos de escriturário do Banco do Brasil (2013)
e escrevente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (2017), cargo que ocupa atualmente. Ministra
aulas na disciplina de Conhecimentos Bancários e na área de Economia.

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