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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS Nº 5144 (IPAS)
CONTABILIDADE PÚBLICA
DESPESAS PÚBLICAS
Docente:
Luanda, 2024
DESPESAS PÚBLICAS
Grupo nº: 04
Classe: 12ª
Sala: 20
Período: Tarde
Turma: AP12BT
Disciplina: Contabilidade Pública
INTEGRANTES DO GRUPO
Nomes Nº Classificação
Kariamba Quintas 29
Kinavuide Carolina Mário 30
Liaury de Sousa 31
Lourenço Contreiras 32
Luzia João 33
Madalena Dala 34
Manuela Bernardo 35
Maria Clara da Cruz Sebastião 36
Maria Maquimba Paulino 37
Maria Domingos 38
Luanda, 2024
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 21
REFERENCIAS .................................................................................................................. 22
INTRODUÇÃO
A Despesa Pública, vem se desenvolvendo de forma acentuada desde o início do século XX.
Este desenvolvimento é fruto da intervenção do Estado na economia que proporcionou o
crescimento acelerado de vários países. Está intimamente ligada ao orçamento público pois é dele
que saem os recursos para a liquidação dos débitos oriundos dela (Despesa Pública). O orçamento
público desenvolveu-se bastante nas últimas décadas, pois os gastos do Estado avolumaram-se
bastante, gerando uma necessidade de classificá-los e programá-los de acordo com as suas
necessidades.
Neste âmbito, este trabalho, traz alguns fundamentos de intervenção do estado na economia,
algumas abordagens sobre classificação das despesas públicas e ainda a estrutura das despesas
públicas.
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CAP Nº 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. CONCEITOS
O orçamento é o instrumento programático aprovado por lei específica, de que se serve a
administração do Estado e a administração autárquica, incluindo os correspondentes fundos e
serviços autónomos, as instituições sem fins lucrativos financiadas maioritariamente por si e a
segurança social, para gerir os recursos públicos, de acordo com os princípios de unidade,
universalidade, anualidade e publicidade. O orçamento estima as receitas e fixa os limites das
despesas.
Despesas Públicas São todos os pagamentos efetuados pelo Estado com obras e serviços que
beneficiarão a comunidade. Esses recursos são provenientes da arrecadação de receitas, e só podem
ser gastos até o montante fixado peio orçamento para cada dotação orçamentária.
(ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública - ATLAS), define despesa pública como "todo
pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. Saídas, desembolsos, dispêndios
ou despesa pública são expressões sinônimas”.
De acordo com os conceitos expostos acima, fica claro que a Despesa Pública, não é apenas
aquela autorizada na lei orçamentária, ela também se compõe dos créditos adicionais autorizados
no decorrer do período e das despesas extra- orçament árias que não precisam ser autorizadas por
lei.
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1.2. DESPESAS PÚBLICAS
As Despesas só poderão ser assumidas durante o ano económico para o qual estiverem
orçamentadas e deverão sempre respeitar os princípios de Economia (minimizarão dos custos),
eficiência (minimizarão dos resultados) e eficácia (obtenção dos resultados pretendidos). O
processo de execução das despesas é bastante mais complexo que o das receitas.
1º - A despesas tem de ser legal, tem de estar inscrita numa classe e verba prevista no
Orçamento do Estado, e tem de ter cabimento orçamental (ou seja, tem de haver verba disponível).
No caso das despesas obrigatórias, a utilização da dotação orçamental - do montante inscrito na
rubrica de despesas - é obrigatória, enquanto que no caso das despesas facultativas a sua utilização
é opcional. Assim:
2º - A execução das despesas deverá obedecer a regra dos duodécimos, segundo a qual em
cada mês do ano não poderá ser utilizada uma verba superior a 1/12 da verba global fixada no
orçamento, acrescida dos duodécimos dos meses anteriores vencidos e não gastos. De acordo com
esta regra, as despesas distribuir-se-ão uniformemente ao longo do ano ou concentrar-se-ão na
parte final do ano, quando a Tesouraria já dispõe de maiores recursos.
Pretende-se, desta forma, impedir que as despesas se concentrem nos primeiros meses do
ano, quando a tesouraria ainda não dispõe de recursos suficientes, por ainda não ter sido cobrada
a maior parte das receitas. Existem, todavia, excepções autorizadas por Lei. Estas excepções
resultam da necessidade de realizar o grosso de certas despesas durante um determinado período
do ano. Abrangem as despesas com o pessoal, os encargos da dívida, transferências ao exterior,
outras despesas correntes, exercícios findos e Encargos Aduaneiros. As excepções previstas por
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Lei incluem ainda despesas que pela sua especificidade beneficiem de um regime especial de
utilização das dotações orçamentais.
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Quando haja a consignação excepcional de receitas a determinada despesa fica esta condicionada
à cobrança de receita de igual montante.
a) A cabimentação;
b) A liquidação;
c) O pagamento.
1.3.1.1. Cabimentação
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despesa aprovada e que assegura ao fornecedor que o bem ou serviço é pago, desde que observadas
as condições acordadas.
1.3.1.2. Liquidação
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1.4. CARACTERÍZAÇÃO DAS DESPESAS
São aquelas cujas realizações depende de autorização legislativa c que não pode efetivar-
se sem crédito orçamentário correspondente. Em outras palavras, são as que integram o orçamento
e derivam dos créditos adicionais.
Despesa orçamentária efetiva: Corresponde àquela despesa que reduz a situação líquida
patrimonial, e decorre em fato contábil modificativo diminutivo.
Despesa orçamentária não efetiva: Corresponde aquela despesa não interfere na situação
líquida patrimonial, e decorre em fato contábil permutativo.
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1.5. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL E ESTRUTURA
PROGRAMÁTICA
Função
Subfunção
Função - corresponde ao mais elevado nível de agregação da acção governamental, nos
diferentes sectores. A função se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo,
educação, saúde, cultura, transporte, direitos da cidadania etc. A função “encargos especiais”
engloba as despesas orçamentárias em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço,
tais como dívida, transferências constitucionais a municípios etc, sendo subdivididas em sub
funções.
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos
objetivos estratégicos definidos no Plano Plurianual – PPA para o período de quatro anos.
Conforme estabelecido no artigo 3º da Portaria MOG nº 42/1999, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e
identificação, respeitados os conceitos e determinações nela contidos.
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mensurado por indicadores instituídos no plano (PPA), visando à solução de um problema ou ao
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.
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1.6. CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIAS ECONÔMICAS
Classificam-se nesta categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital. Ou seja, todas as despesas realizadas com a
manutenção dos equipamentos e com o funcionamento dos serviços públicos em geral, quer
através da Administração Direta, quer através da Administração Indireta.
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Exemplos: contribuições correntes, subvenções sociais e econômicas, ou seja, são os
dispêndios que o Estado tem que fazer para manter funcionando os seus serviços e com isso atender
as necessidades da comunidade em geral.
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1.7. GRUPO DE NATUREZA DE DESPESA
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categoria econômica "Despesas Correntes", não classificáveis nos demais grupos de natureza de
despesa.
4 - INVESTIMENTOS
5 - INVERSÕES FINANCEIRAS
6 - AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA
Para Burkhead (apud GIACOMONI, 2000), um estudioso do orçamento público, esse tipo
de classificação pode proporcionar informações relevantes sobre a contribuição do governo à renda
nacional e se essa contribuição está aumentando ou diminuindo.
Esse tipo de classificação pode ainda informar qual o impacto das atividades
governamentais: se por meio de transferências ou pelo uso direto de recursos. Além disso, facilita
o controle contábil do gasto.
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1.7.1. Modalidade De Aplicação
Código Título
20 Transferências à União
22 Execução Orçamentária Delegada à União
30 Transferências a Estados e ao Distrito Federal
31 Transferências a Estados e ao Distrito Federal – Fundo a Fundo
32 Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal
40 Transferências a Municípios
41 Transferências a Municípios – Fundo a Fundo
42 Execução Orçamentária Delegada a Municípios
50 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
60 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos
70 Transferências a Instituições Multigovernamentais
71 Transferências a Consórcios Públicos
72 Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos
80 Transferências ao Exterior
90 Aplicações Diretas
Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal
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e da Seguridade Social
99 A Definir
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1.7.2. Elemento de Despesa
01 – Aposentadorias do RPPS
11 – Vencimentos e Vantagens Fixas
13 – Obrigações Patronais
14 – Diárias
30 – Material de Consumo
33 – Passagens
36 – Serviços de Terceiros - PF
39 – Serviços de Terceiros - PJ
41 – Contribuições
42 – Auxílios
43 – Subvenções Sociais
45 – Subvenções Econômicas
51 – Obras E Instalações
52 – Equipamentos e Material Permanente
61 – Aquisição de Imóveis
65 – Constituição ou Aumento de Capital
91 – Sentenças Judiciais
92 – Despesas de Exercícios Anteriores
93 – Indenizações e Restituições
96 – Ressarcimento Pessoal Requisitado
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1.8. ESTÁGIOS DA DESPESA
FIXAÇÃO
EMPENHO
O empenho é definido como sendo ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado, obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Logo o Estado se compromete a pagar pela obra ou serviço quando de sua conclusão/entrega.
Claro que o Estado deve se utiliza dessa prática perde credibilidade junto aos fornecedores,
pois se compromete a pagar despesas sabendo que não dispõe de recursos suficientes para cumprir
o que foi acertado quando do empenho.
O empenho é prévio, ou seja, a despesa não pode ser efetuada antes que este seja feito.
Na licitação é verificado entre diversos fornecedores, qual deles oferece melhores condições,
ficando entendido que nem sempre melhor condição significa preço mais baixo, o que deve ser
velado em consideração é a qualidade do serviço prestado, ou a obra executada.
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Conforme a natureza e o valor do serviço ou obra a ser executada pode ser escolhida a
modalidade de licitação a ser usada. O Diário Oficial publica mensalmente os limites de cada
modalidade. Ficando estabelecido que valores abaixo do mínimo dispensam a licitação.
As despesas realizadas sem as devidas licitações, acima dos limites de dispensa, são
irregulares, fazendo com que os órgãos fiscalizadores multem os ordenadores de despesa e em
alguns casos, peçam a devolução dos recursos aplicados irregularmente.
Nesses casos somente haverá dispensa de licitação, pelos motivos mencionados no Artigo
126 do Decreto-Lei n° 200, de 25/02/67, tais como: casos de guerra, grave perturbação da ordem
ou calamidade pública, casos de emergência, onde seja caracterizado a vigência do atendimento,
tendo em vista comprometer a segurança de pessoas, obras, bens, equipamentos e outras situações
referidas no citado artigo. Essas despesas poderão ser efetuadas com autorização do dirigente
máximo de cada poder, como seja, o Presidente da República, Governadores e Prefeitos.
O Estado do Ceará possui um Sistema Integrado de Contabilidade (SIC), que liga o Tesouro
do Estado com todos os outros órgãos (Secretarias de Estado, Autarquias e Fundações). O sistema
de computação possui o cadastro de fornecedores e lançamentos de todos os créditos
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orçamentários, permitindo que através de um simples código se possa efetuar o empenho da
despesa com as devidas deduções orçamentárias e financeiras.
Por estimativa - quando não há possibilidade de determinar o valor exato da despesa a ser
paga, como por exemplo, contas de energia, telefone, água. Enquadrando-se neste tipo os
adiantamentos concedidos a funcionários para realizar despesas que não se subordinam ao
processo normal de aplicação.
Caso seja verificado que o valor estimado foi menor que a despesa a ser paga é feito empenho
complementar no valor da diferença. Se a estimativa for feita a maior, anula-se a parte referente à
diferença, voltando este valor para a dotação própria.
Este tipo de empenho existe, exatamente porque não há como se saber o quanto será pago
com essas despesas.
Global - para atender despesas sujeitas a parcelamento, desde que o valor exato possa ser
determinado.
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Um empenho pode ser cancelado, desde que o fornecedor não cumpra as condições acertadas
ou quando a Administração Pública de forma unilateral, alega interesse do serviço público, sendo
que neste caso a Administração não fica isenta de uma eventual ação de perdas e danos.
Pode haver cancelamento também, por erros de empenhamento ou saldos de empenhos feitos
por estimativas.
Dado a importância deste estágio da despesa, efetivo controle deve ser feito quando da
realização. Na Licitação devem ser resguardadas todas as exigências legais, pois o que se verifica
algumas vezes na prática, são irregularidades no processo, beneficiando firmas que estão ligadas
a determinados interesses políticos e econômicos.
Qualquer problema dessa natureza que venha a surgir deve ser rigorosamente observado,
feito diligências no sentido de certificar-se quanto a sua veracidade. Tem que haver controle
também quanto ao empenho de gastos ilegais ou ilegítimos.
LIQUIDAÇÃO
Neste estágio é verificado através da documentação o direito do credor receber ou não seu
pagamento. O órgão contábil apura a origem e o objeto de que se deve pagar, a importância e a
quem deve ser paga. Quando do pagamento extingue a obrigação.
O credor deve comprovar também que quitou todas as obrigações fiscais que incidiram sobre
o objeto de verificação. Neste estágio deve ser verificado se o material entregue está em
consonância com o que foi acordado ou se a obra ou serviço foi executado na forma estipulada.
Essa verificação é feita “in loco” e deve se prender a todos os detalhes para que não sejam
pagas despesas que não atenderam as condições acertadas quando do empenho.
PAGAMENTO
Neste estágio é que haverá efetiva saída de recursos financeiros para o pagamento de
credores, referente a despesas empenhadas e liquidadas. Os pagamentos poderão ser efetuados
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através de crédito em conta, emissão de cheques nominativos ou em espécie através de tesourarias
ou pagadorias.
Restos a pagar - Restos a Pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas até o último
dia do ano financeiro, ou seja, 31 de dezembro. Ainda conforme mencionado, observa-se que os
Restos a Pagar se classificam em dois modos:
Diante do exposto podemos perceber claramente que não é qualquer despesa que se pode
processar por adiantamento, mas somente aquelas previamente especificadas em lei.
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CONCLUSÃO
A despesa envolve uma série de procedimentos em todos os seus estágios, que devem ser
fielmente seguidos no aspecto legal.
Após a explanação de como se processa a despesa pública, fica claro que a responsabilidade
do Estado em lidar com os recursos arrecadados dos cidadãos através dos tributos, é grande e deve
ser bem administrada.
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REFERENCIAS
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