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Módulo II
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SUMÁRIO
14 ORÇAMENTO PÚBLICO
3 - A sua execução.
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Desta realidade surge a necessidade de tornar amplamente público o conteúdo do
orçamento, que mostra o esforço do governo para atender às ações que a sociedade
requer. Todas as ações governamentais que visam atender às necessidades coletivas são
financiadas pelas contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de seus
tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.
O governo faz uma previsão do valor das receitas, porém, elas podem ser
maiores ou menores. Se a economia crescer durante o ano, mais do que se esperava, a
arrecadação com os impostos também vai aumentar. O movimento inverso também
pode ocorrer.
Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado pelo Congresso, o
governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsão
inicial, o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização para
incorporar e executar o excesso de arrecadação. Nesse projeto, define-se as novas
despesas que serão custeadas pelos novos recursos. Se acontecer o contrário e a receita
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cair, o governo fica impossibilitado de executar o orçamento na sua totalidade, o que
exigirá corte nas despesas programadas.
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PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE – O orçamento deve considerar todas as
receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar de fora.
O Orçamento Público é uma lei que diz como deve ser feito o uso dos recursos
públicos.
No Brasil, o Orçamento Público é responsabilidade dos três poderes: o
Judiciário, o Legislativo e o Executivo, sendo que cada um deles desempenha
uma função específica.
Os recursos públicos são arrecadados através dos impostos pagos pelos cidadãos
como, por exemplo, o Imposto de Renda.
A Constituição estabelece alguns princípios básicos que devem ser seguidos
para a construção e o controle do Orçamento Público. São eles: Princípio da
Unidade, Princípio da Universalidade e Princípio da Anualidade.
CAPÍTULO 15
15 DIREITO ADMNISTRATIVO
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O direito administrativo sofre grande influência do direito constitucional, mas,
ao mesmo tempo, distancia-se dele por voltar-se mais à realização da função
administrativa e ao desempenho da atuação do Estado na sua manifestação mais
próxima do cidadão. Isso acontece na medida em que é o Poder Executivo o responsável
por prestar os serviços e regular as atividades, pondo-se mais em contato com o
administrado.
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A doutrina diferencia as regras do Direito Público e do Direito Privado e, mais
particularmente, a cada um dos subramos do saber jurídico. Ela influencia não só na
elaboração da lei, mas também nas decisões contenciosas (que demanda o direito) e não
contenciosas (que não demanda o direito), ordenando, assim, o próprio Direito
Administrativo. Para compreender podemos observar exemplos fora do direito
administrativo como, por exemplo, a doutrina religiosa, a doutrina militar e a doutrina
comercial. Todas elas possuem um funcionamento diferente e seus próprios princípios.
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O Direito Administrativo não tem total autonomia para agir, na medida em
que é influenciado pelo Direito Constitucional.
O Direito Administrativo também sofre influências de valores políticos, o
que faz com que ele não seja sempre o mesmo, ou seja, ele varia de acordo
com as características do Estado: se o Estado é autoritário, o Direito
Administrativo é um e se o Estado é democrático, o Direito Administrativo é
outro.
O Direito Administrativo é baseado em quatro fontes principais: a Lei, a
Doutrina, a Jurisprudência e o Costume.
CAPÍTULO 16
16 TIPOS DE CONTROLE
CONCEITO E ABRANGÊNCIA
EXEMPLO:
O controle ainda pode ser interno ou externo. É interno o controle que cada um
dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes. É externo o controle exercido
por um dos Poderes sobre o outro, como também o controle da Administração Direta
sobre a Indireta.
Conceito e alcance
Conceito e alcance
Efeito Devolutivo: Ocorre quando o recurso volta para uma instância superior,
como o Supremo Tribunal Federal, para ser avaliado. Isso garante uma segunda opinião
sobre o ato administrativo.
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No recurso sem efeito suspensivo, ainda que um ato possa vir a ser corrigido
pela própria autoridade administrativa, ele produz lesão a partir do momento em que se
torna exequível (passível de ser executado). O interessado pode propor ação judicial
independentemente do uso ou não de recurso administrativo pela autoridade.
16.1.2 MODALIDADES
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Recurso administrativo ou hierárquico – É o pedido de reexame do ato dirigido à
autoridade superior à que o examinou. Só podem recorrer os legitimados, que, segundo
o artigo 58 da Lei federal 9784/99, são: I – os titulares de direitos e interesses que forem
parte no processo; II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados
pela decisão recorrida; III – organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos; IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
interesses difusos. Pode-se, em tese, recorrer de qualquer ato ou decisão, salvo os atos
de mero expediente ou preparatórios de decisões.
O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter efeito suspensivo, se
previsto em lei. Atente-se que, se cabe recurso administrativo com efeito suspensivo e,
esse for interposto, é vedada a execução de mandado de segurança, conforme estabelece
o art. 5º, I da Lei federal 1533/51, que regula o mandado de segurança, até que seja
decidido.
16.1.3 CONCEITOS
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A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só é válida na esfera
administrativa. Perante o Judiciário, qualquer decisão administrativa pode ser
modificada, salvo se também essa via estiver prescrita (impedida).
PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA
Com relação aos prazos para punir, são fatais para a Administração. Na esfera
federal, prescreve em 180 dias a pena de advertência, em dois anos a de suspensão e em
cinco anos as de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
de cargo em comissão (art. 142 da Lei 8.112/90).
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Quando se trata de punição decorrente do exercício do poder de polícia, a Lei
9.873/99 estabelece prazo de prescrição de cinco anos, contados da data da prática do
ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Alcance
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16.3 CONTROLE POLÍTICO
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6. A competência do Senado para fixar, por proposta do Presidente da
República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios; para dispor sobre limites globais e condições para as
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do DF e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal; para
dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno (art. 52, VI, VII e VIII).
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4. Controle de fidelidade funcional dos agentes da administração
responsáveis por bens e valores públicos.
2. De consulta, quando emite parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República.
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6. Corretivas, quando assina prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; e quando susta se
não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado.
Limites
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Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou
constitucionalidade dos atos normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá
efeitos apenas entre as partes, devendo ser observada a norma do artigo 97 da
Constituição Federal, que exige maioria absoluta dos membros dos Tribunais para a
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder
Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos.
Quanto aos atos interna corporis (atos que ocorrem no âmbito do próprio
órgão), em regra não são apreciados pelo Poder Judiciário, porque se limitam a
estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos. No entanto, se
exorbitarem em seu conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão também
ser apreciados pelo Poder Judiciário.
C. Duplo grau de jurisdição - O artigo 475, I e II do CPC determina que está sujeita ao
duplo grau de jurisdição, não produzindo efeitos senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença proferida contra a União, o Estado, o DF, o Municípios e as
respectivas autarquias e fundações de direito público, bem como a que julgar
improcedente, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda
Pública.
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Contudo, pelo artigo 12 do Ministério Público n.º2.180-35/2001, “não estão sujeitas ao
duplo grau de jurisdição obrigatório as sentenças proferidas contra a União, suas
autarquias e fundações públicas, quando a respeito da controvérsia o Advogado Geral
da União ou outro órgão administrativo competente houver editado súmula ou instrução
normativa determinando a não-interposição de recurso voluntário”.
Embora ambos os dispositivos falem em “todo e qualquer direito ou ação”, não se aplica
a prescrição quinquenal quando se trata de ação real, em que o prazo de prescrição é de
10 anos (art. 205 do CC).
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dispensados de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas de
direito público federais, estaduais, distritais e municipais”.
Por sua vez, a tutela antecipada contra a Fazenda Pública também sofre restrições. De
acordo com o artigo 1º da Lei 9.494/97, “aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts.
273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º
da Lei 4.348/64, no art. 1º e seu § 4º da Lei 5.021/66, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei
8.437/92”. O intuito do legislador é evidente: o de evitar que, diante da vedação de
liminar em mandado de segurança, o interessado se utilize do processo cautelar ou da
tutela antecipada para obter o mesmo resultado.
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CAPÍTULO 17
17 MEIOS DE CONTROLE
Com base no artigo 5º, XXXV da Constituição, o administrado pode utilizar dos
vários tipos de ações previstos na legislação ordinária, para opor-se aos atos da
Administração; pode propor ações de indenização, possessórias, reivindicatórias, de
consignação em pagamento, cautelar, etc. Mas a Constituição prevê ações específicas de
controle da Administração Pública, às quais a doutrina se refere com a denominação de
remédios constitucionais, porque têm o objetivo de garantir os direitos fundamentais.
A) Habeas corpus
B) Habeas data
Está previsto no inciso LXXII do artigo 5º, estando disciplinado pela Lei
9.507/97, que acrescentou mais uma hipótese de cabimento ao rol da Constituição:
anotação, nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado
verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. (art. 7º,
III).
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O habeas data tem por objeto proteger a esfera dos indivíduos contra:
17.2 MANDADOS
A) Mandado de injunção
Cabe dizer que, leis de efeito concreto são aquelas que criam, imediatamente,
direitos e obrigações para serem aplicadas em todas as situações que tenham as mesmas
características da situação em que foram criadas.
Considera-se ato de autoridade todo aquele que for praticado por pessoa
investida de uma parcela de poder público, abrangendo inclusive atos emanados de
particulares que ajam por delegação do Poder Público.
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula 266 do STF), mas
se admite a impetração no caso de lei de efeito concreto ou de lei autoexecutória (que
independe de ato administrativo para aplicar-se aos casos concretos).
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17.3. AÇÕES
A) Ação popular
A lesão ou ameaça de lesão pode resultar de ato ou omissão, desde que produza
efeitos concretos; o que não se admite é a ação popular contra a lei em tese, a não ser
que esta seja auto-aplicável ou de efeitos concretos.
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O artigo 129, III da Constituição inclui entre as funções do Ministério Público a
promoção da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. A disciplina legal da ação civil
pública é a Lei 7.347/85.
Por essa ação ataca-se a lei em tese, ou qualquer outro ato normativo, antes
mesmo de produzir efeitos concretos. A decisão declaratória de inconstitucionalidade
tem eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário
e à Administração Pública. Mas, fundado em razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, o STF, por maioria de dois terços de seus membros, poderá
restringir os efeitos da declaração, ou dispor que ela só tenha eficácia a partir do trânsito
em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado (arts. 27 e 28, parágrafo único,
da Lei 9.868/99.
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Quanto às leis e atos normativos estaduais e municipais que ofendam a
Constituição Estadual, cabe ao Tribunal de Justiça decidir sobre essa
inconstitucionalidade (CF, art. 125, § 2º).
A ADPF será proposta perante o STF e pode ter por objeto evitar ou reparar
lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. Ainda de acordo com
essa lei, podem propô-la os legitimados para a ADIN.
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No entender de José Afonso da Silva, a expressão preceito fundamental não é
sinônima de princípio fundamental. É mais ampla, abrangendo os princípios
fundamentais e todas as prescrições que dão o sentido básico do regime constitucional,
especialmente as designativas de direitos e garantias fundamentais.
Os Meios de Controle são ações que o administrado pode realizar para opor-se
aos atos da administração. Eles têm como objetivo garantir os direitos
fundamentais dos cidadãos e também podem ser chamados de remédios
constitucionais.
Os principais meios de controle são: Habeas Corpus e Habeas Data, Mandados e
Ações.
CAPÍTULO 18
18 A REFORMA DO ESTADO
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Essa discussão envolvendo a reforma do Estado e a consequente definição do
que fazer está relacionada ao próprio debate sobre o papel do Estado. Apesar de antiga –
porque a sociedade e o mundo têm mudado muito rapidamente – essa é uma questão
que ainda hoje continua sendo importante. Tal importância pode ser vista no fato de
existir uma agenda de consenso mundial sobre o tema, isto é, o mundo inteiro está
ocupado em consolidar o processo democrático e, ao mesmo tempo, reduzir os
desequilíbrios e conciliar a estabilidade econômica, o desenvolvimento sustentável e a
justiça social.
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Não há maior equívoco do que este – o de vincular a discussão da reforma do
Estado à questão do equilíbrio fiscal, como vem ocorrendo há alguns anos, por parte de
determinados setores. Por isso, é preciso rediscutir o propósito final de se reformar o
Estado. Hoje, ele está muito associado ao processo de radicalização da democracia e
isto significa rever o sistema político, promover o equilíbrio econômico e o
desenvolvimento, e lidar com as desigualdades sociais, sem transigir com a preservação
do meio ambiente.
19 LICITAÇÕES
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PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO - Esse princípio significa que o
administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o
julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores
subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em benefício
da própria Administração.
A) O que é licitar?
A Constituição Federal, art. 37, inciso XXI, prevê para a Administração Pública a
obrigatoriedade de licitar. O procedimento de licitação objetiva permitir que a
Administração contrate aqueles que reúnam as condições necessárias para o
atendimento do interesse público, levando em consideração aspectos relacionados à
capacidade técnica e econômico financeira do licitante, à qualidade do produto e ao
valor do objeto.
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº. 8.666, de 1993, além dos órgãos
integrantes da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades da economia mista e demais entidades
controladas direta e indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
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D) Como licitar?
Uma vez definido o objeto que se quer contratar, é necessário estimar o valor total
da obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização de pesquisa de
mercado. É necessário, ainda, verificar se há previsão de recursos orçamentários
para o pagamento da despesa e se esta se encontrará em conformidade com a Lei de
Responsabilidade Fiscal. Após apuração da estimativa, deve ser adotada a
modalidade de licitação adequada, com prioridade especial para o pregão, quando
o objeto pretendido referir-se a bens e serviços comuns listados no Decreto nº.
3.555, de 8 de agosto de 2002, que regulamenta esta modalidade.
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19.3. ESCOLHA DA MODALIDADE DE LICITAÇÃO
CONCORRÊNCIA
TOMADA DE PREÇOS
Deve ser adotada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 até R$
1.500.000,00, ou seja, para valores medianos.
CONVITE
Pode ser adotada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 15.000,00 até R$
150.000,00 e compras e outros serviços acima de R$ 8.000,00 até R$ 80.000,00, ou
seja, para valores modestos.
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19.5. TIPOS DE LICITAÇÃO
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Delimita e determina as condições do ato convocatório antes de trazê-las ao
conhecimento público.
A lei estabelece que o projeto básico deve estar anexado ao ato convocatório,
dele sendo parte integrante, e deve ser elaborado segundo as exigências contidas na Lei
nº. 8.666 de 1993.
Deve ser elaborado com base nas indicações de estudos técnicos preliminares.
Detalhamento do objeto.
Relação do material de reposição que deverá estar coberto pelo futuro contrato.
Local de conserto dos equipamentos, quando não puder ser feito no próprio
prédio.
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As obras e serviços limitados aos valores máximos a seguir estão dispensados de
licitação e desobrigam o agente público da elaboração do projeto básico.
Os valores referidos serão acrescidos de 20% (vinte por cento) para compras,
obras e serviços contratados por sociedades de economia mista e empresas públicas,
além de autarquias e fundações qualificadas na forma de agências executivas.
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CAPÍTULO 20
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Um organismo governamental, por si só, não implanta a reforma do Estado. A
Secretaria de Gestão tem o desafio de implantar uma mudança gerencial dentro da
organização do governo federal. Aí, o recorte está certo e o nome e o desafio,
adequados.
Que qualidade gerencial é essa de que se fala e que precisa ser mudada? Por que
não é uma reforma e, sim, uma transformação?
Por isso, não há como falar em reforma. Esta ocorre quando se tem 80% da
situação resolvida e só 20% precisam ser modificados. A mudança necessária vai além,
pois atinge valores, paradigmas e patamares e acima, porque conectar a ação do governo
e dos estados ao cidadão é qualitativamente superior ao modo de se trabalhar hoje,
demarcado por normas e regras.
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20.1 PARCERIAS
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Pontos fortes e estratégicos da gestão empreendedora, a transparência e o
diálogo público pressupõem a informação. É preciso informar e informar-se, saber o que
está acontecendo, verificar se o resultado está sendo atingido, se determinado padrão de
qualidade está sendo observado, se está havendo eficiência, eficácia etc.
Obter a informação, saber usá-la, gerenciá-la e decidir a partir dela são hoje
habilidades estratégicas, em qualquer aparelho público ou organização ligada ao
governo.
A sinalização de que algo ia mal era reiterada até constituir volume de fatos
capaz de impor a necessidade de rever o percurso. Eram várias as desconexões: escopo
equivocado, incompatibilidade entre a meta esboçada e as atividades desenvolvidas,
engenharia financeira não-sintonizada com o resultado nem com a atividade, equipe que
não conhecia suficientemente o programa e, por isso, não conseguia implantá-lo, entre
outras. Na essência desses desacertos, estava a incapacidade de obter a informação, de
entendê-la, gerenciá-la e usá-la para tomar decisões.
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A idéia da informação como instrumento de decisão não é nova. Tampouco é
novidade que a mudança de padrão gerencial, a transparência e a melhoria do diálogo
público não se viabilizam sem boas informações. É preciso saber o que está
acontecendo para poder prestar contas. Isso pressupõe atuar sobre os fatos e, com muita
agilidade, fazer ajustes de percurso. Assim, economizam-se tempo e recurso financeiro,
não se perde sinergia nem motivação e dá-se credibilidade à ação pública – tudo
vinculado à questão da informação.
Dispor da informação relaciona-se a saber avaliar. A ação pública tem que estar
submetida à avaliação permanente. Quem implanta o programa é o primeiro responsável
por avaliá-lo. Cabe-lhe verificar se o caminho traçado está sendo seguido e se o
resultado da ação concreta alcançado.
Também deve ser avaliado o plano de governo, do qual o programa é uma parte,
uma iniciativa que tem ou não lógica em si. A própria implantação de partes do plano
estabelece uma lógica, mesmo que ela não exista a priori. Se foram previstos 300
programas, serão implantados 300 programas. O somatório dos resultados faz sentido
em si, mesmo que esse sentido não tenha sido delineado previamente. Na prática, passa
a ter uma lógica. Então, esse agregado de programas precisa ser avaliado.
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Demandam avaliação, igualmente, as políticas que sustentam os planos e os
programas. Estes não surgem do nada; baseiam-se em opções políticas que precisam ser
avaliadas, para que se saiba se estão acontecendo na prática e se as ações são
condizentes ou não com a opção estratégica. Políticas têm que ser avaliadas em sentido
amplo e no seu impacto específico, mas também na sua conexão com outras políticas e
com as diretrizes maiores que sustentam o governo.
Como se tem uma maneira de trabalhar toda regulamentada, isto é, tudo o que se
pode e não se pode fazer está previamente determinado por escrito, na realidade,
ninguém gerencia nada. Ou quase nada. Especialistas estimam que só se gerenciam 2%
do que seria a possibilidade de gestão propriamente dita.
Além disso, tomam-se pouquíssimas decisões. Tudo o que pode ser feito está na
lei, no decreto, na portaria, na instrução normativa, na orientação do ministro, do
secretário, nas normas internas da organização ou na regulamentação do governo. E aí,
como o privilégio é da burocracia, o primeiro procedimento de qualquer área é
normatizar seu trabalho, como pode ser observado no diálogo abaixo colocado:
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“Lembro-me de que, logo ao chegar ao governo federal, tive de juntar seis
ministérios para discutir a questão do trabalho infantil. Na primeira reunião, todos à
mesa, eu disse:
- Quando é que vai sair o decreto do presidente instituindo este grupo? - alguém
perguntou.
- Nunca falei.
- Para quê? Todo mundo aqui é funcionário público. Você já trabalha mesmo e ganha
para isso. Este é um assunto importante e nós já estamos trabalhando nele. Não vai sair
nunca um decreto; é só sentar e fazer.”
Essa é a cultura reinante: só se faz o que está normatizado. E tudo o que não se
pode fazer também está normatizado. Ora, como a norma nunca é tão ampla e detalhada
a ponto de prever todos os aspectos em jogo, ela resolve tudo na média em que é a
forma de normatizar o princípio. Assim, quase sempre, a norma atrapalha a todos,
porque nunca se têm situações médias concretas. As situações concretas são fatos; e não
existe fato médio.
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A cultura anglo-saxônica, menos afeita à burocracia e ao formalismo de normas
e regras, incorporou ao serviço público o conceito de accountability (responsabilização),
que traz embutida a idéia de responsabilidade com autonomia. É um conceito que se
dissemina entre os especialistas brasileiros em gestão pública empreendedora. Antes de
adotá-lo amplamente, contudo, será preciso submeter a administração pública a um
processo de desnormatização, transformar a própria cultura do servidor e habituá-lo a
trabalhar em um ambiente com mais liberdade de ação, onde predominem a
inventividade, a criatividade e a capacidade de iniciativa.
Criam-se, então, mecanismos para se avançar apesar das normas, mas não se
pode exigir que todos os servidores ajam assim, porque o preço a pagar pode ser muito
alto. Fazem isso apenas aqueles que se comprometem de corpo e alma com a
transformação e se dispõem a correr o risco e a pagar preço.
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CAPÍTULO 21
21 SIMPLIFICANDO PROCEDIMENTOS
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Identificar o interesse comum em uma comunidade, para definir as instituições
ideais à implementação do propósito público, é indispensável ao estabelecimento da
relação de confiança como instrumento da gestão empreendedora.
Todos esses princípios estão interligados e devem ser pensados em conjunto sempre
buscando o bem comum.
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CONCLUSÃO DO CURSO
Atenciosamente,
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