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Aula 03

Banco do Brasil (Escriturário-Agente


Comercial) Conhecimentos Bancários -
2022 (Pré-Edital)

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo,
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos

29 de Novembro de 2021

40181815826 - Flávio Ricardo Cirino


Amanda Aires, Vicente Camillo, Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 03

Sumário

1 - Déficit Público (Primário, Operacional e Nominal) ........................................................................................ 2

2 - Necessidades de Financiamento do Setor Público ........................................................................................ 6

3 - Inflação e Déficit Público............................................................................................................................... 9

4 - Crescimento das Despesas Públicas ............................................................................................................ 12

5 - Estado Provedor e Estado Regulador ......................................................................................................... 14

6 - Dívida Pública ............................................................................................................................................. 15

7 - Mercado Monetário .................................................................................................................................... 21

7.1 - Títulos ................................................................................................................................................... 26

7.1.1 - TESOURO PREFIXADO (LTN) ......................................................................................................... 27

7.1.2 - TESOURO SELIC (LFT) .................................................................................................................... 29

7.1.3 - TÍTULOS PRIVADOS NO MERCADO MONETÁRIO ....................................................................... 31

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 33

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 45

Gabarito ........................................................................................................................................................... 51

Considerações Finais ......................................................................................................................................... 51

Resumo .............................................................................................................................................................. 52

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1 - DÉFICIT PÚBLICO (PRIMÁRIO, OPERACIONAL E


NOMINAL)
O governo desempenha suas atividades financeiras de maneira muito parecida com uma empresa, ou uma
família. Em resumo, o governo possui receitas, originadas no recebimento de tributos, por exemplo, e
despesas, que são diversas, mas geralmente classificadas como correntes (manutenção da máquina pública)
e de capital (investimentos).

O governo pode apresentar, em determinado período, o mesmo valor de despesas e receitas. Mas, na
prática, isso é muito difícil de acontecer. Geralmente, o governo apresenta despesas mais elevadas que
receitas, situação denominada de déficit.

Indo direto ao ponto, temos a seguinte situação:

𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕

Considerando 𝑫𝒕 como o déficit no período t, 𝑮𝒕 como o gasto do governo no mesmo período e 𝑹𝒕 como a
receita, despesas maiores que receitas provocam déficit. Do contrário, receitas mais elevadas que
despesas, resultam no chamado superávit.

É importante salientar que o déficit público é uma medida de fluxo, ou seja, deve ser avaliado durante um
período de tempo (por exemplo, 1 ano, 1 trimestre, 1 mês etc.).

A diferenciação entre variáveis fluxo e variáveis estoque é muito importante em economia e finanças
públicas. Em geral, as variáveis fluxo podem ser interpretadas como uma torneira vazando água e as
variáveis estoque como um copo de água. Quanto maior a vazão de água da torneira, mais rápido para
encher o copo. Ou seja, variáveis fluxo com valores maiores resultam em variáveis estoque maiores.

Aplicando o exemplo ao nosso caso, quanto mais elevado o déficit público (variável fluxo), maior o aumento
da dívida pública, que é a variável estoque correspondente. O déficit público é a vazão da torneira, enquanto
que a dívida pública corresponde ao copo d´água.

Mas, não é o momento de tratar este tópico em detalhes. Vamos passo a passo.

Continuando, a ideia de déficit é muito simples e básica. Mas, há como complicar. E as Bancas exploram isto.

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Existem diversas maneiras de se medir o déficit público, pois é possível avaliar de distintas maneiras as
despesas e receitas públicas. Por exemplo, podemos considerar nos cálculos apenas as despesas e receitas
não financeiras, ou seja, aquelas que não consideram os pagamentos e recebimentos de juros. Ou, de outro
modo, podemos retirar das despesas com juros o efeito provocado pela inflação, o que resultaria no conceito
de despesas real com juros.

Para esquematizar nosso estudo, seguem as 3 medidas de déficit público com todos os comentários e dicas
para facilitar a resolução de questões:

✓ Déficit Nominal

É a medida de déficit que considera todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado
período. Aqui entra tudo: despesas com juros, com o pagamento de pessoal, com investimentos e assim por
diante. Todas as receitas e despesas são medidas pelo seu valor nominal, ou seja, não há correção pela
inflação.

Todas as despesas e receitas incorridas


pelo governo em determinado período

Défict Nominal
Todas as receitas e despesas são medidas
pelo seu valor nominal, ou seja, não há
correção pela inflação

Assim, ficamos com a expressão já citada:

𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕

✓ Déficit Primário

O déficit primário é a medida que exclui os pagamentos e recebimentos de juros. Diferentemente do


conceito de déficit nominal, que considera todas as despesas e receitas, aqui não se contabilizam as despesas
com juros, amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitas financeiras.

Medida que exclui os pagamentos e


recebimentos de juros

Défict Primário
Não se contabilizam as despesas com
juros, amortizações da dívida pública,
entre outras despesas e receitas
financeiras

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Sua expressão é a seguinte:

𝒏𝒇 𝒏𝒇
𝑫𝒑𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕

Evidente que o sobrescrito nf corresponde a “não financeiro”. A pergunta que surge é a seguinte: qual o
interesse em se retirar as despesas financeiras?

O principal motivo é evidenciar a fonte de alimentação da dívida pública. Não podemos considerar as
despesas com juros, por exemplo, como fator de origem da dívida pública. O nascimento da dívida é sempre
devido à diferença entre despesas e receitas não financeiras, aos gastos em excesso. É por isso o nome déficit
primário: é a fonte primária da dívida pública.
Adicionalmente, o déficit primário é importante medida pela possibilidade de avaliar o superávit primário,
quando as receitas superam as despesas. O superávit primário é relevante, pois serve de fonte de recursos
para o pagamento dos juros, de modo que a dívida pública anteriormente contraída se estabilize.

Vamos imaginar uma situação simples. Digamos que a despesa com juros corresponda a 10% do PIB do país.
Do mesmo modo, o superávit primário é também igual a 10% do PIB. Esse número permite que o governo
pague as despesas com juros sem elevar a dívida pública, pois as despesas com juros serão pagas com a
economia gerada pelo superávit primário. Se, por exemplo, o superávit primário corresponder a 5% do PIB,
o excesso de juros sobre o superávit primário (no total 5% do PIB) irá provocar aumento da dívida pública.

Desta forma, a queda do superávit primário, mantendo-se constante todas as outras questões, indica que a
economia para o pagamento da despesas com juros é menor, o que pode elevar a dívida pública, por
exemplo.

✓ Déficit Operacional

O déficit operacional é a medida utilizada em um ambiente inflacionário, pois deduz do déficit os efeitos
da inflação no pagamento de juros.

É interessante entender o porquê deste fato. Do ponto de vista do credor, a taxa de juros é a remuneração
obtida para ele emprestar o dinheiro para o governo financiar o déficit. No entanto, a inflação corrói o valor
real desta remuneração. Desta forma, é de se esperar a correção da taxa de juros pela taxa de inflação, para
que o poder de compra da remuneração se mantenha e o credor se interesse em emprestar o seu dinheiro.
Ou seja, quanto mais elevada a taxa de inflação, mais elevada será a taxa nominal de juros.

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Mas, o que importa, é o valor real das despesas com juros, ou seja, a despesa nominal de juros deduzida da
taxa de inflação.

É por isto que o déficit operacional, ao corrigir as despesas com juros pela inflação, é tão importante em uma
economia com elevada taxa de aumento de preços.

Vejamos a expressão que representa este conceito:

𝒏𝒇 𝒏𝒇
𝑫𝒐𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 + (𝒊 − 𝝅)𝒕

𝒏𝒇 𝒏𝒇
Vamos analisar por partes. Como já sabemos, 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 é o déficit primário. E (𝒊 − 𝝅)𝒕 representa a despesa
com juros (i) deduzida da inflação (𝝅) no período.

Ou seja, o déficit operacional é igual ao déficit primário mais a despesa com juros reais.

Utilizada em um ambiente
inflacionário
Défict
Operacional
Deduz do déficit os efeitos da inflação
no pagamento de juros

Por fim, cabe comentar que todas as medidas de déficit são classificadas como “acima da linha”. Apesar da
estranha denominação, o conceito acima da linha é a forma encontrada para representar a causa do déficit
público.

Um pouco abstrato. Mas, vamos facilitar.

Tente se lembrar de quando estava iniciando seus estudos em matemática e precisou fazer uma subtração
entre os números 10 e 5. Provavelmente sua professora te ensinou a fazer da seguinte maneira:

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Bom, os valores presentes na subtração estão acima da linha, e o resultado, abaixo da linha. Assim devemos
interpretar o déficit público. Acima da linha está a causa do déficit, como, por exemplo, um excesso de
despesas. Abaixo da linha está o valor do déficit, ou seja, a variação da dívida pública – também chamada
de necessidade de financiamento do setor público.

Em resumo, o objetivo em se medir o déficit público pelo método acima da linha é evidenciar de maneira
desagregada as despesas e receitas, de modo que se entenda o porquê do déficit público naquele
montante.

Atualmente, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é o órgão responsável por apurar o déficit público pelo
método acima da linha, medição que é feita pelo critério de caixa, ou seja, considerando as despesas e
receitas que foram realmente realizadas (desembolsadas ou pagas) no período em questão.

2 - NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO


As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) correspondem à variação do endividamento do
setor público não financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, doméstico ou do resto do mundo 1.

Relacionando as NFSP com o déficit público, enquanto este critério demonstra a causa do déficit pelo método
acima da linha, aquele representa tão somente a diferença entre as despesas e receitas, não informando o
motivo desta diferença.

Variação do endividamento do setor público não


Necessidades de financiamento do
financeiro junto ao setor financeiro e setor privado,
setor público (NFSP)
doméstico ou do resto do mundo

Por isto, as NFSP são denominadas como critério “abaixo da linha”. É importante ressaltar que o método
abaixo da linha é o resultado fiscal oficial, calculado pelo Banco Central e utilizado como padrão para as
contas públicas.

1 Giambiagi, Fábio – Finanças Públicas – 3 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008

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O motivo é simples. Calcular o déficit do governo acima da linha pode muitas vezes deixar valores de lado.
Imagine a dificuldade em contabilizar TODAS as despesas e receitas do governo central, estados e municípios,
do INSS, das empresas estatais, do Banco Central e assim por diante. É claro que este método está sujeito a
erros.

Mas, calcular a variação do endividamento é muito mais preciso. E a variação do endividamento é


exatamente o valor das NFSP.

Vamos citar um exemplo real.

Primeiramente, é importante salientar que a medida de endividamento utilizada para o cálculo das NFSP é
chamada de Dívida Fiscal Líquida (DFL).

A DFL é calcula da seguinte maneira:

𝑫𝑭𝑳 = 𝑫𝑳𝑺𝑷 − 𝑨𝒋𝒖𝒔𝒕𝒆𝒔 𝑷𝒂𝒕𝒓𝒊𝒎𝒐𝒏𝒊𝒂𝒊𝒔

Sendo que:

✓ DLSP ➔ Dívida Líquida do Setor Público, que corresponde a dívida interna e externa do setor
público (governos federal, estadual e municipal) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e
excluindo os créditos do setor público, tais como as reservas internacionais administradas pelo Banco
Central, receitas de privatização e outros créditos detidos juntos ao setor privado.
✓ Ajustes Patrimoniais ➔ Correspondem aos passivos do governo contraídos no passado (chamados
de esqueletos), mas reconhecidos apenas no presente, além dos resultados das privatizações e outros ativos
não recorrentes. A lógica é a seguinte: os passivos, que somariam à dívida, devem ser expurgados do cálculo,
assim como os ativos que ajudariam a reduzi-la, os quais também devem ser retirados do cômputo da dívida
fiscal líquida.

Ou seja, a DFL corresponde à dívida líquida do setor público sem considerar efeitos não recorrentes, como
ativos e passivos gerados ocasionalmente (por exemplo, privatizações).

Importante notar que a DLSP é de definida como o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor
público não financeiro (exceto Petrobras e Eletrobrás) e do Banco Central. Os débitos são apurados pelo
critério de competência, ou seja, a apropriação de encargos é contabilizada na forma pro-rata, independente
da ocorrência de liberações ou reembolsos no período. E os créditos correspondem aos ativos financeiros do
setor público junto ao setor privado financeiro, ao setor público financeiro, ao setor privado e ao resto do
mundo. A regra geral é que os créditos, para serem considerados no levantamento da dívida líquida, devem
estar registrados no passivo das instituições devedoras do governo.

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E, a variação da DFL corresponde às necessidades de financiamento do setor público, isto


é, as NFSP são iguais à variação do endividamento de um período para o outro e calculada
da seguinte forma:

𝑵𝑭𝑺𝑷 = ∆𝑫𝑭𝑳

Sendo que o parâmetro ∆ (delta) representa variação.

Vamos ao exemplo real. A dívida fiscal líquida em 2012 foi de R$1,441 trilhão. Em 2013, foi de R$ 1,599
trilhão. A variação entre 2012 e 2013, no valor de R$ 157,5 bilhões corresponde às necessidades de
==275324==

financiamento do setor público no mesmo período. Muito dinheiro (!), não é?

As NFSP são também calculadas sob 3 óticas: nominal, operacional e primária:

NFSP nominal ➔ Corresponde ao conceito de déficit nominal pelo método acima da linha.
Refere-se à variação da DFL entre dois períodos, como acabamos de discutir

NFSP operacional ➔ Exclui da variação da DFL o efeito inflacionário, ou seja, deduz a


correção monetária da variação da DFL. Corresponde ao déficit operacional pelo método
acima da linha e é importante medida em um ambiente inflacionário.

NFSP primária ➔ Exclui da variação da DFL as receitas e despesas com juros e encargos da
dívida. Equivale ao déficit primário pelo método acima da linha.

Por fim, cabe apenas ressaltar que as NFSP são calculadas pelo critério de caixa, ou seja, considera as
despesas e receitas efetivamente pagas e recebidas no período em questão, salvo as despesas com juros,
que são calculadas pelo regime de competência, enfatizando o exercício em que o fato gerador da despesa
foi realizado.

Portanto, que fique claro: salvo as despesas com juros, o cálculo com as NFSP é feito pelo regime de caixa.

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3 - INFLAÇÃO E DÉFICIT PÚBLICO


A existência de déficit público (despesas maiores que receitas) torna necessário o financiamento deste
déficit.

Assim como uma família que apresenta despesas domésticas mais elevadas que suas receitas e recorre a um
empréstimo para o pagamento deste déficit, o governo pode fazer o mesmo, só que de uma maneira um
pouco distinta: a emissão de títulos públicos.

Financiamento Emissão de
Déficit público
necessário títulos públicos

Digamos que o governo apresente um déficit de R$ 100 bilhões em determinado período. A maneira mais
óbvia de financiar este déficit é tomando recursos emprestados do setor privado (instituições financeiras,
empresas, famílias, setor externo etc.). E o governo faz este procedimento emitindo uma promessa de pagar
o valor do recurso que empresta mais uma remuneração: o documento desta promessa é o título público.

Os títulos públicos não podem ser adquiridos diretamente pelo Banco Central (isto é vedado pela
Constituição Federal de 1.988), mas o Bacen pode adquiri-los indiretamente, isto é, negociando-os com a
iniciativa privada. O Bacen pode, por exemplo, desejar comprar títulos que estão com o setor privado. Nesta
operação, o Bacen termina com o título e o setor privado com dinheiro.

E o Banco Central faz isto diariamente. Ocorre que para adquirir estes títulos, o Bacen emite moeda. E esta
moeda será colocada em circulação na economia, provocando, em certos casos, aumento da inflação.

E esta é a relação entre o déficit público e a inflação. O aumento dos gastos do governo pode provocar
inflação, através da emissão de base monetária (moeda emitida pelo Banco Central).

É muito importante notar que esta emissão de moeda pelo Banco Central equivale a uma receita, do ponto
de vista do governo. Ora, através dela o governo pode financiar o aumento de suas despesas e do déficit
orçamentário. Esta receita é conhecida como senhoriagem e, como vimos, consiste na receita real do
governo advinda do aumento da base monetária.

 Senhoriagem e Imposto Inflacionário

Explicando mais detalhadamente, o governo exerce o monopólio de emissão de moeda através da


autoridade monetária (banco central). Da posse de mais moeda em caixa, a autoridade monetária pode
financiar o déficit público de várias formas, dependendo da regulação de cada país. Geralmente, há
limitações a esta sistemática, o que limitaria, em tese, o financiamento do déficit pela emissão de moeda.

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Mas, na prática, ocorre que o governo emite títulos ao setor privado que serão posteriormente adquiridos
pela autoridade monetária com os recursos criados pela emissão de moeda. Ao invés de existir uma
transação financeira normal, ocorre uma triangulação “às escondidas”.

À primeira vista este procedimento parece ocorrer sem problemas. No entanto, a triangulação envolve três
momentos distintos, como analisaremos adiante.

O primeiro momento é a realização do déficit e tentativa de financiamento deste a partir da emissão de


títulos ao setor privado, como já vimos. O resultado é o aumento da taxa de juros básica da economia.

Com a elevação da taxa de juros, cada vez mais comprar títulos se torna desinteressante, pois o valor de
mercado dos títulos relaciona-se inversamente à taxa de juros. Portanto, considerando uma família que
adquiriu um título que custava 100 unidades monetárias aos juros de 10% ao ano, assim que os juros se
elevam para 20% ao ano, o preço do título se reduz para 91 unidades monetárias. A riqueza da família
obviamente se reduziu.

E, logicamente, esta modalidade de financiamento apresenta um limite. A maneira de continuar viabilizando


o déficit é a autoridade monetária adquirir os títulos. O excesso de demanda pelos mesmos irá elevar o preço
de mercado dos títulos e reduzir a taxa de juros.

Os recursos utilizados para esta aquisição pela autoridade monetária são gerados no processo de criação de
moeda, processo este denominado de senhoriagem.

Portanto, a senhoriagem representa o processo de criação de moeda pelo setor público para financiar a
absorção (demanda) do setor público e pode ser medida em termos de poder de compra gerado, ou seja,
quanto mais de bens e serviços podem ser consumidos pelo processo de criação de moeda, deduzidos os
custos de cunhagem de moeda (custo de imprimir novas notas nos dias hoje) 2.

Processo de criação de moeda pelo setor público para


Senhoriagem financiar a absorção (demanda) do setor público

Mas, será que a receita de senhoriagem pode ser utilizada indiscriminadamente?

Ao que parece não. O processo de criação de moeda provoca o aumento da inflação na economia. Assim,
o poder de compra gerado pelo processo de senhoriagem é continuamente diminuído, pois é

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O TCU exige que o Banco Central do Brasil contabilize sem seu balance a receita de senhoriagem desta forma.

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constantemente reduzido pela inflação: ao passo que a emissão de moeda se eleva, a inflação aumenta e o
governo pode adquirir cada vez menos bens e serviços com o total emitido de moeda. É uma tendência
explosiva.

Deste modo, intimamente ligado à senhoriagem está o imposto inflacionário. Sua definição é direta: o
imposto inflacionário é a transferência de recursos do setor privado ao setor público através da inflação
gerada pela senhoriagem.

Sem segredos, quanto maior a emissão de moeda, maior o ônus gerado ao setor privado através da inflação
e melhor (até certo ponto) para o governo pela possibilidade de adquirir mais bens e serviços. O termo “até
certo ponto” não foi citado por acaso.

A receita de senhoriagem, como já dito, aumenta no início da emissão de moeda, mas é reduzida após a
inflação correr o poder de compra da nova moeda emitida. Já o imposto inflacionário apresenta
comportamento diferente: ele é menor quando a autoridade monetária inicia as novas emissões de moeda
e vai aumentando de tamanho à medida que mais moeda é emitida. Logicamente que em um certo ponto a
receita de senhoriagem e a perda de poder de compra gerada na economia (receita do imposto inflacionário)
serão iguais. A partir deste ponto, o imposto inflacionário é mais elevado que a senhoriagem.

 Efeito Tanzi (ou Oliveira-Tanzi)

Outra importante relação entre inflação e as finanças públicas, além de muito cobrada em concursos, é o
chamado Efeito Tanzi.

Grande parte das receitas do setor público é derivada da cobrança de tributos do setor privado. Ocorre que
entre a ocorrência do fato gerador do tributo e a efetiva arrecadação do mesmo há um espaço de tempo, a
depender da sistemática do próprio tributo ou do sistema tributário. No Brasil, por exemplo, o pagamento
do imposto de renda não retido na fonte é feito apenas no exercício seguinte à ocorrência do fato gerador.
Ou seja, é um tempo considerável.

Bom, agora considere a existência de elevada inflação nesta economia. A inflação irá reduzir o poder de
compra da receita tributária e, desta forma, o governo irá arrecadar menos em termos reais. Por isto que
o Efeito Tanzi considera que a inflação possui um efeito adverso à receita tributária, dada a inflação e o
espaço de tempo entre a ocorrência do fato gerador do tributo e de sua arrecadação. Como não podia ser
diferente, a existência do Efeito Tanzi provoca elevação do déficit público.

Para corrigir este problema, o país pode adotar algum sistema de indexação, que corrija o valor de tributo a
ser pago de acordo com a inflação, ou até mesmo melhorar a eficiência do sistema tributário, de modo que
reduza o espaço de tempo anteriormente mencionado.

É claro que elevar a eficiência do sistema tributário é algo mais complicado do que tão somente indexar as
receitas tributárias, ainda mais considerando países com inflação elevada.

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 Efeito Patinkin

Já o Efeito Patinkin possui entendimento contrário à relação entre inflação e finanças públicas. Enquanto o
Efeito Tanzi considera que a inflação promove redução no valor real das receitas e aumento do déficit
público, o Efeito Patinkin entende que a inflação reduz o valor real das despesas públicas e contribui assim
para a redução do déficit público.

Vamos compreender melhor. Na elaboração do orçamento público, feita anteriormente ao exercício de


vigência, há a discriminação das despesas pelos seus valores nominais, isto é, não considerando a inflação.
Ocorre que, quando mais o governo conseguir postergar o pagamento destas despesas, mais a inflação irá
correr o valor real destas. Ou seja, o governo se beneficia desta sistemática quanto mais elevada a inflação
e mais distante a ocorrência do fato gerador das despesas e seu pagamento.

É simples perceber que se o governo adotar algum sistema de indexação de suas receitas à inflação e não
fizer o mesmo com as despesas, o Efeito Patinkin irá superar o Efeito Tanzi. Isto é, se o governo proteger o
valor real de suas receitas, mas não fizer o mesmo em relação às despesas, terá resultado positivo com a
aceleração da inflação (Efeito Patinkin supera o Efeito Tanzi).

Na existência de Efeito Patinkin o déficit público previsto no orçamento é sempre maior que o déficit
público efetivamente registrado, o que acaba beneficiando o setor público, mas prejudicando a economia
como um todo, pois a inflação acaba representando um papel importante no “controle” do déficit público.

Isto ocorreu em demasia no Brasil, sobretudo de meados dos anos 80 até o Plano Real. Como o período
apresentou elevada inflação, sendo que as receitas públicas eram, em sua maioria, indexadas e as despesas
não, o Efeito Patinkin superou o Efeito Tanzi, de modo que o déficit orçamentário era superior ao déficit
efetivamente registrado.

Tanto que a primeira medida do Plano Real foi a de controlar o déficit público orçamentário, de modo que o
governo passasse a depender menos da inflação para fechar as contas públicas, o que, por si só, contribuiu
no controle à inflação.

4 - CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS


Cada País possui estruturas de gastos distintas. Uns participam mais da alocação de bens e serviços na
economia, outros direcionam seus esforços na manutenção do bem-estar e qualidade de vida, outros, ainda,
apenas focam a regulação e o bom ambiente de negócios.

No entanto, nossa análise pode adotar um padrão deveras útil e de fácil entendimento. Os gastos podem
ser decompostos em 4 categorias:

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1) Consumo do Governo ➔ as despesas com consumo corrente e pagamentos ao fator


trabalho (salários e outros rendimentos a servidores públicos).

2) Investimento do Governo ➔ inclui as formas de gasto com capital, variação de estoques


e depreciação, como os investimentos privados.

3) Transferências ➔ as transferências de recursos concedidas ao setor privado, desde


subsídios às empresas até pagamentos de pensões aos aposentados.

4) Juros ➔ os juros indicam a remuneração da dívida pública anteriormente tomada cujo


valor é expresso através da taxa de juros multiplicada pelo montante da dívida.

É comum ainda dividir os gastos públicos em correntes (consumo, transferências e juros) e capital
(investimentos). Em geral, o primeiro apenas mantém a atividade governamental, enquanto o segundo
contribui para elevar a atuação do setor público ou fornecimentos de bens/serviços.

Sachs e Larrain (2000) apresentam uma tabela útil na comparação entre países e como eles direcionam o
gasto público, que segue abaixo adaptada aos nossos fins:

Em que pese os gastos serem da década de 1980, é interessante notar como cada país distribui suas
prioridades. Enquanto países desenvolvidos europeus priorizam transferências ao setor privado, os países
latino americanos gastam demais com o pagamento de juros da dívida pública. Nosso Brasil está em negrito
por motivos óbvios.

Ao final da década de 80, enquanto gastávamos apenas 3,74% das despesas em investimentos, a Coreia do
Sul destinava 15,26% na mesma linha de gasto.

Outra questão relevante sobre o gasto público é a análise do seu crescimento em relação ao tempo e ao
horizonte temporal. Vários estudiosos contribuíram com o assunto, com destaque para Wagner, Musgrave,
Rostow e Herber.

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Em resumo, Wagner (autor da famosa “Lei de Wagner”) concluiu que os gastos públicos são elásticos em
relação ao PIB (possuem elasticidade maior que 1), ou seja, crescem mais que o aumento da produção e
renda agregada da economia. A Lei de Wagner pode ser resumida pela seguinte afirmação: “À medida que
cresce o nível de renda em países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de
tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento
econômico do país”3.

Para o economista, as principais causas podem ser pontuadas devido (i) ao aumento das atividades
governamentais com administração da economia (regulação e participação do Estado na economia), (ii)
elevação da complexidade das relações sociais e econômicas (resultante da urbanização e desenvolvimento
econômico) e fornecimento de serviços públicos cada vez mais sofisticados (tais como educação e segurança)
para atender a esta dinâmica e (iii) fornecimento de bem-estar econômico e social.

Para os demais, o crescimento dos gastos públicos estava relacionado ao estágio de desenvolvimento
econômico que o país se encontra, os quais exigem um nível de relacionamento do estado com a economia
e podem ser resumidos da maneira que segue.

No estágio inicial de desenvolvimento, a necessidade de presença do estado é elevada, sobretudo para


viabilizar investimentos públicos, fato que eleva em demasia os gastos públicos. Após este estágio, do estado
é exigido gastos para manutenção das atividades governamentais e complementação do setor privado. No
estágio final, a participação do estado na economia pode variar dependendo das demandas sociais e rumos
tomados pela nação na economia internacional. Para Herber, do estado é exigido nova rodada de
desenvolvimento em função do desenvolvimento tecnológico. Para Rostow, o aumento dos gastos públicos
neste estágio deve-se às demandas por gastos sociais. Para Musgrave, os gastos sobrem devido à elevação
da renda per capita e consequente exigência de sofisticação do setor público nas atividades econômicas.

5 - ESTADO PROVEDOR E ESTADO REGULADOR


Em geral, os estados participam ativamente no fornecimento de bens e serviços em uma economia que está
no início de seu processo de desenvolvimento. Na carência de um setor privado estabelecido, é muito
comum que o estado desempenhe seu papel, provendo os bens e serviços necessários. Nesse contexto, o
estado é caracterizado como provedor.

No entanto, o avanço no processo de desenvolvimento e as mudanças ocorridas recentemente na economia,


muito em função da revolução tecnológica e informacional verificada a partir dos anos 80, provocaram uma
mudança na natureza das funções econômicas do estado.

3 Rezende, Fernando Antonio - Finanças Públicas – 2. Ed., 2012.

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De provedor, o estado passou a desempenhar atividades relacionadas à regulação, tendo em vista que a
oferta de bens e serviços passou a ser executada de maneira eficiente pelo setor privado.

Não se está afirmando que o estado perdeu seu motivo de ser na economia, mas sim que as crescentes
mudanças e rápidas evoluções verificadas em todos os setores da economia e da sociedade passaram a exigir
dele o desempenho de novas funções. Se o setor privado possui mais capacidade e mais eficiência em
acompanhar o ritmo destas evoluções, o estado pode muito bem deixar de prover e passar a regular estas
transformações, tornando o processo mais benéfico e menos custoso, do ponto de vista social.

No Brasil, esta mudança passou a ocorrer a partir de meados dos anos 90, com a quebra de monopólios
estatais na economia. A privatização de empresas estatais se insere neste contexto, além da criação de
agências reguladoras responsáveis por regular setores cuja provisão de bens e serviços era antes feita com
exclusividade pelo setor público.

O setor de telecomunicações é um bom exemplo. Antes monopólio estatal, com a privatização passou a ser
exercido por diversas empresas, modificando a maneira como a sociedade se relaciona com o setor.

Você pode não se lembrar, mas uma linha telefônica até meados da década de 90 era considerada um ativo,
inclusive declarado na Declaração de Imposto de Renda, possuída apenas pelos indivíduos mais favorecidos.
Hoje, como bem sabemos, a utilização de telefones fixos e móveis é algo corriqueiro, havendo, inclusive,
mais telefones móveis do que pessoas no Brasil.

Gostando ou não do processo de privatização, não se pode deixar de notar que ele se faz necessário em
alguns setores da economia, na medida que deixa ao setor privado a oferta de bens mais suscetíveis à
inovação, por exemplo, e por isto menos indicados ao setor público.

O que nos interessa é notar que, neste contexto, o estado passou a exercer mais atividades ligadas à
regulação do que à provisão de bens e serviços. Sobretudo se analisarmos a oferta de bens e serviços que
podem ser ofertados pelo mercado, na qual a presença do setor público geralmente é realizada de maneira
menos eficiente, onerando mais os contribuintes.

Desde que a regulação se faça de maneira transparente, com custos suportados pela sociedade e
compatíveis com os benefícios usufruídos e respeite a autonomia dos interesses coletivos, ela é interessante
do ponto de vista econômico e social.

6 - DÍVIDA PÚBLICA
A dívida pública consiste no estoque total de recursos de terceiros utilizados para financiar o déficit
público.

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estoque total de recursos de terceiros utilizados para


Dívida Pública
financiar o déficit público

A lógica é de formação da dívida pública (não confundir com o déficit público) é muito intuitiva. À medida
que o governo aumenta os gastos públicos e o déficit, faz-se necessário tomar recursos emprestados de
terceiros (setor privado interno e externo) para financiar este déficit. O total de recursos emprestados junto
aos demais agentes da economia ainda não amortizados corresponde à dívida pública.

À primeira vista já possível perceber a relação entre déficit e dívida. O déficit público, considerado uma
variável fluxo (isto é, medido em determinado período de tempo), alimenta o valor da dívida pública, uma
variável estoque (medida em determinada data). Déficits mais elevados, mantendo-se tudo o mais constante
(logo mais veremos esta ideia), resultam em maiores dívidas.

A forma mais usual de se representar a dívida pública é através do índice 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩. Como é de
conhecimento geral, o PIB de determinado país representa a sua produção total em determinado período.
Desta forma, a 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩 representa qual a participação, em termos percentuais, da dívida pública no
produto interno bruto.

Segundo os dados do Banco Central, o Brasil apresentou relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩 em 2013 de 56,7%. Ou seja,
a dívida total do setor público corresponde a 56,7% do produto interno bruto de 2013.

Mais importante do que conhecer a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩 é saber qual a sua sustentabilidade. Ou seja, quais
os fatores que indicam se ela irá subir, ou mesmo se reduzir. As Bancas adoram testar os candidatos nestes
conceitos.

Bom, como já sabemos, quanto mais elevado o déficit, mais elevada a dívida. Sendo mais específico, quanto
maior o déficit primário, mais elevada a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩. Ou, dito de outro modo, quanto maior o
superávit primário, provavelmente menor será a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩. Evidente que o PIB deve ser
mantido constante para que esta relação tenha validade e que o valor do pagamento de juros não pode ser
superior ao valor do superávit primário.

O motivo é simples. A geração de maiores despesas primárias (isto é, sem considerar o pagamento de juros
da dívida anteriormente contraída), exigirá quantidades mais elevadas de títulos públicos emitidos, o que
eleva a dívida pública. Adicionalmente, os financiadores do déficit público exigem juros cada vez mais
elevados para financiar um país que incorre em déficits primários cada vez mais elevados, pois a capacidade
de pagamento destes financiamentos pelo país passa a ficar mais comprometida. Esta união de despesas

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primários e juros mais elevadas elevam a dívida em relação ao PIB, ou seja, aumentam a relação
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄
𝑷𝑰𝑩.

Evidente que o conceito inverso, isto é, o aumento de superávits primários, provoca resultado contrário. A
realização de receitas superiores às despesas primárias gera uma poupança pública mais elevada, tornando
mais fácil ao setor público pagar os juros da dívida anteriormente contraída e, consequentemente, reduzir a
relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩. Ressaltando que isto ocorre tão somente se o valor a título de juros pagos não superar
o valor do superávit primário.

A variação do PIB também provoca alterações na relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩. Vamos imaginar a ocorrência de
crescimento econômico com dívida constante de um ano para o outro. O valor do PIB irá aumentar, sendo
que o valor da dívida será mantida constante. Evidentemente, a relação 𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄𝑷𝑰𝑩 será reduzida.
Supondo o contrário, ou seja, retração do PIB e dívida constante, haverá aumento da relação
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄
𝑷𝑰𝑩.

Isto é muito importante. Se o crescimento econômico é superior ao crescimento da dívida pública, a relação
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄
𝑷𝑰𝑩 é reduzida, o que é favorável ao país.

No Brasil, quatro medidas são utilizadas na mensuração da dívida pública: (i) Dívida Bruta do Governo Geral
(DBGG); (ii) Dívida Líquida do Governo Geral (DLGG); (iii) Dívida Líquida do Setor Público Consolidado (DLSP);
e (iv) Dívida Fiscal Líquida (DFL). As definições abaixo seguem o Manual de Estatísticas Fiscais do Bacen 4

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), indicador fiscal muito utilizado para efeitos de comparação
internacional, abrange, em linhas gerais, o total das dívidas de responsabilidade dos governos federal
(incluindo INSS), estaduais e municipais, junto ao setor privado (títulos públicos), ao setor financeiro, ao
Banco Central e ao resto do mundo.

A DBGG considera, além dos títulos do financiamento mobiliário do Tesouro Nacional, as operações
compromissadas realizadas pelo Banco Central, abrangendo, assim, toda a dívida mobiliária federal em
mercado. Em dezembro de 2015, a DBGG totalizou R$3.927,5 bilhões, equivalente a 66,5% do PIB. Em junho
de 2016, a DBGG totalizava R$4.130,8 bilhões, equivalente a 68,5% do PIB.

O gráfico abaixo denota a evolução da DBGG:

4
http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/Estatisticasfiscais.pdf

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O gráfico não exige muita explicação. A DBGG saiu de níveis próximos a 50% do PIB em novembro de 2011
para 70% em meados de 2016. As causas também são de notório conhecimento: elevado déficit primário e
baixo crescimento do PIB entre 2011 até 2014 e redução do PIB após este período.

A Dívida Líquida do Governo Geral é o balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal
(inclusive INSS), estaduais e municipais. A diferença entre os dois conceitos (Divida Bruta e Líquida do
Governo Geral) é dada pelos Créditos do Governo Geral, o saldo dos Títulos livres na Carteira do BCB e o
saldo de equalização cambial (resultado financeiro das operações com reservas cambiais e das operações
com derivativos cambiais). Em dezembro de 2015, a Dívida Líquida totalizava R$2.272,2 bilhões, equivalente
a 38,5% do PIB (Tabela 5). Em junho de 2016, a Dívida Liquida totalizava R$2.627,1 bilhões, equivalente a
43,6% do PIB.

Por sua vez, os Créditos do Governo Geral incluem ativos com diferentes graus de liquidez. Entre os ativos
líquidos, destacam-se os impostos governamentais já́ coletados pela rede bancária e ainda não transferidos
e os depósitos do Tesouro Nacional no BCB (Conta Única). Entre os ativos com menor grau de liquidez,
incluem-se créditos concedidos a instituições financeiras federais, recursos do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), e aplicações em fundos e programas.

A tabela abaixo apresenta estes créditos para os anos de 2014 e 2015:

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Continuando, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) consolida o endividamento líquido do setor público
não financeiro e do BCB junto ao setor privado (títulos públicos), ao setor financeiro e ao resto do mundo.

É o conceito mais amplo de dívida, pois inclui os governos federal, estaduais e municipais, o BCB, a
Previdência Social e as empresas estatais.

Em dezembro de 2015, a DLSP totalizava R$2.136,9 bilhões (36,2% do PIB). A Dívida Líquida do Governo Geral
atingiu R$2.272,2 bilhões (38,5% do PIB), a Dívida Líquida do BCB foi negativa (créditos líquidos) em R$187,6
bilhões (-3,2% do PIB) e a Dívida Líquida das Empresas Estatais correspondeu a R$52,3 bilhões (0,9% do PIB)
(Tabela 7).

Em junho de 2016, a DLSP totalizava R$2.529,7 bilhões (42,0% do PIB). A Dívida Líquida do Governo Geral
atingiu R$2.627,1 bilhões (43,6% do PIB), a Dívida Líquida do BCB foi negativa (créditos líquidos) em R$152,1
bilhões (-2,5% do PIB) e a Dívida Líquida das Empresas Estatais correspondeu a R$54,7 bilhões (0,9% do PIB).

A série histórica da relação DLSP/PIB iniciou-se em dezembro de 2001 e atingiu seu valor mais alto em
setembro de 2002 (62,4%), mantendo-se em trajetória declinante até 2013. Em 2014, quando foi registrado
déficit primário – o primeiro da série histórica anual iniciada em 2002 - a relação DLSP/PIB elevou-se em

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relação ao ano anterior, movimento mantido no ano seguinte. Em junho de 2016 a relação DLSP/PIB alcançou
42,0%. O gráfico abaixo denota este comportamento:

Por fim, vamos analisar a Dívida Fiscal Líquida (DFL), que é a medida considerada no computo das
necessidades de financiamento do setor público, como visto anteriormente.

A Dívida Fiscal Líquida a partir dos dados de DLSP, excluindo os efeitos de ajustes metodológicos e
patrimoniais. Esses ajustes são efetuados para retirar dos fluxos correntes valores que não representam
esforço fiscal despendido durante o período em análise e que não podem ser considerados no calculo das
necessidades de financiamento do setor público.

O ajuste metodológico representa a variação da dívida decorrente do impacto da variação da taxa de câmbio
sobre a dívida externa líquida e sobre a parcela da dívida interna indexada ao câmbio.

Já́ os ajustes patrimoniais englobam o reconhecimento de dívidas do setor público geradas no passado
("esqueletos") e que já́ produziram impacto macroeconômico. Como esses passivos representam déficits já́
ocorridos, seu reconhecimento não traz impacto no cálculo de necessidades de financiamento do período,
mas passam a integrar o saldo da dívida líquida total, impactando o estoque e o serviço da dívida. De forma
análoga também são excluídos do cômputo da dívida fiscal líquida os efeitos do processo de privatização de
empresas (receitas de venda e transferências de dívidas para o setor privado).

Na tabela abaixo podemos confirmar que, em dezembro de 2015, o saldo da Dívida Fiscal Líquida alcançou
R$2.556 bilhões, equivalente a 43,3% do PIB. Em junho de 2016, o mesmo saldo atingiu R$2.753 bilhões,
equivalente a 45,7% do PIB. A diferença entre o estoque de dívida fiscal líquida em dezembro de 2014
(R$1.942,6 bilhões) e o estoque de dívida fiscal líquida em 2015 (R$2.555,6 bilhões) correspondeu às
necessidades de financiamento do setor público ou resultado fiscal nominal do período (R$613,0 bilhões).

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Ou seja, a variação absoluta da dívida fiscal líquida em um período é igual ao déficit nominal do setor público
consolidado no mesmo período.

7 - MERCADO MONETÁRIO
Neste mercado negocia-se, sobretudo, títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional com o objetivo de
determinar a taxa de juros e quantidade de liquidez da economia. Desta forma, é um mercado que se
preocupa com o curto prazo.

Vimos que o COPOM determina a meta da taxa de juros. O Banco Central busca esta meta através das
operações com títulos públicos no mercado monetário, nas chamadas operações de mercado aberto.

Bom, já temos algo a discutir.

O que taxa de juros e títulos públicos têm em comum?

Os títulos públicos pagam uma remuneração anual ou no prazo de vencimento do título. Esta remuneração
é chamada de cupom e, na maioria dos casos, é determinada antes do lançamento do título.

Vamos supor que o título público ‘A’ lançado pelo Tesouro Nacional em 2013 pague 10% de juros anualmente
de maneira perpétua. Ou seja, o título paga esta remuneração para sempre.

Portanto, se o valor de lançamento do título é de R$ 1.000,00, o mesmo paga ao ano uma remuneração de
R$ 100,00.

Matemática simples, que possui a seguinte expressão:

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𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎
𝑷𝒓𝒆ç𝒐 =
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑱𝒖𝒓𝒐𝒔

𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 =
𝟏𝟎%

𝑪𝒖𝒑𝒐𝒎 = 𝟏𝟎𝟎

No entanto, esta expressão possui uma lógica muito valiosa.

Como o valor da remuneração paga pelo título é fixa, o preço do título e a taxa de juros variam de maneira
inversa.

Como assim?

Por exemplo, se a taxa de juros aumentar para 20%, o valor do cupom continua sendo de R$ 100,00. E o valor
do título, como fica?

𝟏𝟎𝟎
𝑷𝒓𝒆ç𝒐 =
𝟐𝟎%

𝑷𝒓𝒆ç𝒐 = 𝟓𝟎𝟎

O preço do título diminui.

Ou seja, a elevação da taxa de juros provoca redução no preço do título.

Como a lei da oferta e da demanda pode influenciar o preço dos títulos, o Banco Central pode comprar ou
vender títulos com o objetivo de mudar a taxa de juros.

Ou seja, caso venda mais títulos que a demanda de mercado, ele reduz o preço dos títulos e a taxa de juros
aumenta.

Interessante, não é?

E, de fato, é exatamente isto que o Bacen faz diariamente a fim de atingir a meta da taxa de juros
determinada pelo Copom.

No entanto, os títulos públicos negociados no mercado monetário nem sempre são emitidos fisicamente.
Eles são, em grande parte, “virtuais”, figurando, de maneira eletrônica, como ativo para quem os possui.

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Desta forma, a negociação precisa ser custodiada e liquidada por algo. Este “algo” chama-se Sistema Especial
de Liquidação e Custódia (Selic). Não por coincidência, a taxa de juros determinada nas negociações
realizadas neste mercado chama-se Taxa Selic.

É importante haver um sistema de custódia e liquidez de títulos pois as partes envolvidas na negociação não
se conhecem. Como saber, de fato, que a outra parte possui um título? Como saber se este título é
verdadeiro, ou falso? Como saber que a outra parte irá cumprir com suas obrigações de comprador ou
vendedor?

Todas estas garantias e compromissos são realizados pelo Selic.

Portanto, relembrando:

o O Tesouro Nacional lança Títulos Públicos para arrecadar recursos e cumprir com as
despesas públicas
o Os Títulos emitidos são adquiridos pelo setor privado
o Como o preço dos títulos é inversamente relacionado à taxa de juros, o
excesso/escassez de títulos no mercado monetário (Selic) resulta em variações na
taxa de juros.
o Caso ocorra excesso de títulos, o preço do mesmo cai e a taxa de juro sobe. Caso
contrário, havendo escassez de títulos, o valor dos mesmos sobe e a taxa de juros
cai.

Tesouro Setor Privado


Nacional - - Compra/
BACEN
Lançamento venda do
de títulos título

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Continuando, podemos definir um pouco melhor o SELIC.

O Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna de emissão do
Tesouro Nacional. Ou seja, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia desses títulos.
É também um sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira das operações realizadas
com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos
negócios.

Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos
públicos, decorrentes da condução da política monetária. Veremos logo mais o significado destas transações.

Como já foi citado, todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. O
sistema é gerido pelo Banco Central do Brasil e localizado na cidade do Rio de Janeiro.

Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do Selic bancos, caixas
econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários e demais instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central.

Isto nos remete a algo muito importante: para fazer parte do SELIC é necessário ser instituição financeira
autorizada a funcionar pelo Banco Central. Você, caro aluno (a) não pode emitir ordens de compra/venda
de títulos públicos no SELIC. Caso queira participar, deve fazer por meio de intermediário.

As operações registradas no SELIC são feitas em tempo real, de modo que as ordens de compra/venda são
executadas imediatamente, mas condicionadas à disponibilidade do título negociado na conta de custódia
do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador.

Se a conta do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo
prazo máximo de 60 minutos ou até às 18h30, o que ocorrer primeiro, com exceção de algumas operações
previstas no Regulamento do Selic. A operação só é encaminhada para liquidação financeira após o bloqueio
dos títulos negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica rejeição da operação.

Muito simples. O comprador deseja adquirir um título. Este, é primeiramente bloqueado na conta do
vendedor (pois destina-se a esta operação) e depois os valores são bloqueados na conta do comprador. O
título e os valores são transferidos de um para o outro através do sistema.

A existência do título no momento da negociação pode ser aguardada por até 60 min, ou até as 18:30 (o que
vier primeiro). A inexistência de fundos para pagamento cancela a operação.

Então, resumindo, o Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna
de emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros
e a custódia desses títulos. É também um sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira

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das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança,
agilidade e transparência aos negócios.

Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos
públicos, decorrentes da condução da política monetária. O sistema conta ainda com módulos
complementares para especificação dos títulos objeto das operações compromissadas contratadas entre o
Banco Central e o mercado.

Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica.

Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do Selic bancos, caixas
econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central. As câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação têm
a sua participação no Selic definida no Regulamento do Selic.

Tratando-se de um sistema de liquidação bruta em tempo real (LBTR), a liquidação de operações é sempre
condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de
recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de
títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até às 18h30, o que ocorrer
primeiro, com exceção de algumas operações previstas no Regulamento do Selic. A operação só é
encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sendo que
a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo Selic.

Bom, mas o mercado monetário não negocia tão somente títulos públicos. Alguns títulos privados são
negociados, sendo seu registro, liquidação e custódia efetuados pela B3 S.A. (função anteriormente realizada
pela CETIP S.A., que após fusão realizada com a BM&FBOVESPA S.A., se transformou em B3 S.A.)5.

Mas, o que é a B3 S.A.?

A B3 S.A. é uma entidade administradora de mercados organizados de títulos ou valores mobiliários. Ou


seja, ela oferta uma plataforma em que são realizados negócios com títulos e valores mobiliários.

Em seu segmento de títulos, é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos
estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que
são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação
Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária
(TDA). Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem
como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados. Existem títulos

5 No caso de aparecer em questões antigas o termo Cetip S.A., considere que atualmente trata-se da B3. S.A. Apenas o nome mudou, pois, as
funções continuam as mesmas e, neste sentido, as questões antigas permanecem válidas.

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transacionados na B3 que são emitidos em papel, por comando legal. Esses títulos são transferidos para a B3
no momento do registro e são fisicamente custodiados pelo registrador. As operações de compra e venda
são realizadas no mercado de balcão.

Podem participar da B3, no segmento de títulos, bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas,
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades
distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing,
companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais,
pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada,
investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados
financeiros e de capitais. Os participantes não titulares de conta de reservas bancárias liquidam suas
obrigações por intermédio de instituições que são titulares de contas dessa espécie.

E estas transações entre instituições financeiras são muito importantes, pois resultam no chamado sistema
interfinanceiro (mercado DI). No mercado DI são negociados títulos (chamados de CDI) que possibilitam o
fluxo de recursos entre instituições financeiras. Assim, se um banco se encontra em situação deficitária, ele
pode recorrer ao mercado DI, emprestando recursos de um banco superavitário. Estas operações ocorrem
diariamente e, por isso, movimentam uma grande quantidade de recursos, provocando alterações na
quantidade de moeda na economia. Adiante estes conceitos serão apresentados com mais detalhes.

No segmento de financiamentos, a empresa oferece serviço de entrega eletrônica das informações


necessárias para o registro de contratos e anotação dos gravames pelos órgãos de trânsito. Opera o Sistema
Nacional de Gravames (SNG), que centraliza as informações de restrições financeiras incidentes sobre
veículos, fornecendo dados para bancos usuários do sistema.

Em resumo, a B3 é uma entidade que realiza serviços financeiros de liquidação financeira e compensação de
ativos, sobretudo, títulos privados. Ou seja, confere mais garantia, transparência e liquidez nas transações
com ativos privados ao garantir o pagamento da transação e a custódia dos ativos em lugar adequado.

Fazendo uma comparação com a SELIC, enquanto esta serve de ambiente de liquidação e custódias de títulos
públicos, a B3 faz a mesma função com ativos privados.

7.1 - Títulos

Visto a dinâmica do mercado, assim como as plataformas de negociação (SELIC e B3), podemos passar aos
títulos.

Em resumo, são negociados títulos públicos, através do qual deriva-se a Taxa Selic, e títulos privados –
resultando na Taxa DI.

Vejamos.

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• Títulos Públicos

Quando algum Ente do Governo (União, Estado, Munícipio) apura déficit em suas contas, pode captar
recursos no mercado financeiro.

Vamos supor que o Governo Federal, no ano de 2017, apurou R$ 100 de receitas (impostos, lucros, entre
outros), mas teve um total de R$ 150 de despesas. Esta diferença de R$ 50 pode ser captada no mercado
monetário, através do lançamento de títulos públicos.

O Governo lança o título e, conforme já citado, promete pagar o principal mais uma remuneração ao
comprador, composto pela iniciativa privada e agentes externos.

O comprador, por sua vez, entrega os recursos ao Governo. Como já sabemos, estas transações são
realizadas no SELIC. A média das taxas de remuneração pagas pelo Governo aos compradores é a tão famosa
Taxa Selic.

Em geral, a venda de títulos públicos, que no âmbito do Governo Federal é feita pela Secretaria do Tesouro
Nacional, pode ser realizada através de leilões, ou de venda direta.

Nos leilões o Governo divulga as condições do negócio, como quantidade de títulos a serem vendidos,
valores, vencimento etc. Os interessados em adquirir podem participar dos leilões, adquirindo os títulos
desejados nas condições estabelecidas.

Já na venda direta o processo é de tête-à-tête, ou seja, o Governo negocia diretamente com o interessado,
pactuando diretamente com ele os termos do negócio. A venda direta é destinada a negociar valores
elevados com poucos clientes, ou apenas um.

Os principais títulos públicos negociados são:

7.1.1 - TESOURO PREFIXADO (LTN)

A LTN é um título prefixado, o que significa que sua rentabilidade é definida no momento da compra. A
rentabilidade é dada pela diferença entre o preço de compra do título e seu valor nominal no vencimento,
sempre R$ 1.000,00. Essa diferença é conhecida como deságio do título. A LTN possui fluxo de pagamento
simples, ou seja, o investidor faz a compra e recebe o rendimento apenas uma vez, na data de vencimento
do título, junto com o valor do principal. A figura abaixo ilustra o fluxo de pagamentos da LTN:

Investidor realiza a compra e Valor nominal


transfere os recursos

Juros

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Principal
Data da Compra

Principal Taxa de juros efetiva Data do vencimento


no período

Preço Investidor recebe o retorno de


Unitário seu investimento

Para entender como se calcula a rentabilidade de um título, apresenta-se a seguir um exemplo. Suponha que
o investidor tenha feito uma compra no Tesouro Direto nas seguintes condições:

Título: LTN

Data da compra: 19/12/2006 (liquidação em 20/12/2006)

Quantidade adquirida: 1,0 título

Preço do título na data da compra: R$ 788,11

Data de vencimento: 01/01/2009

Dias úteis entre a data da liquidação (inclusive) e a data de vencimento (exclusive): 511

Aplicando o esquema do fluxo de pagamentos ao exemplo, temos:

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Valor nominal
de Resgate
R$1.000,00

Dias úteis entre a data de


liquidação (inclusive) e a data
de vencimento (exclusive):
Data da Compra 511
19/12/2006

Taxa de juros efetiva Data do vencimento


no período 01/01/2009

Preço de
Compra
R$788,11

Para calcular a rentabilidade bruta da aplicação, basta usar a seguinte fórmula, válida para todos os títulos
que não fazem pagamento de cupom de juros:

Rentabilidade = Preço de Venda


-1
Preço de Compra

Rentabilidade = R$1.000,00
- 1 = 26,88% ao período
R$788,11

7.1.2 - TESOURO SELIC (LFT)

A LFT é um título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa de juros básica da
economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa SELIC diária registrada entre a data de liquidação
da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da
compra.

A LFT possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a compra e recebe o rendimento apenas
uma vez, na data de vencimento do título, junto com o valor do principal. A figura abaixo ilustra o fluxo de
pagamentos da LFT:

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Valor de resgate
Investidor realiza a compra e
transfere os recursos

Juros

Principal
Data da Compra

Principal Taxa de juros efetiva Data do vencimento


no período (SELIC)

Preço Investidor recebe o retorno de


Unitário seu investimento

Para entender como se calcula a rentabilidade da LFT, apresenta-se a seguir um exemplo. Suponha que o
investidor tenha feito uma compra no Tesouro Direto nas seguintes condições:

Título: LFT

Data da compra: 01/10/2007 (liquidação em 02/10/2007)

Quantidade adquirida: 1,0 título

Preço do título na data da compra: R$ 3.231,41

Data de vencimento: 18/03/2009

Dias úteis entre a data da liquidação (inclusive) e a data de vencimento (exclusive): 366

Taxa do título na data da compra: - 0,01% a.a. (ágio)

No preço pelo qual o título está sendo ofertado, já se encontra refletido o ágio observado no momento da
compra. Dessa maneira, não é necessário considerar a taxa de -0,01% no cálculo da rentabilidade. Para
calcular o valor a ser resgatado na data de vencimento do título, primeiramente é aplicado o esquema de
fluxo de pagamentos ao exemplo:

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Valor de resgate

Dias úteis entre a data de


liquidação (inclusive) e a data
de vencimento (exclusive):
Data da Compra 366
01/10/2007

Data do vencimento
18/03/2009

R$ 3.231,41

Como foi dito anteriormente, a LFT é remunerada pela variação da taxa SELIC no período. Para calcular
quanto irá receber, o investidor deve apenas verificar qual o Valor Nominal Atualizado do título na data de
vencimento, já que, como o próprio nome diz, o Valor Nominal do título é atualizado de acordo com a
variação diária do índice Selic. Essa informação está disponível no sítio do Banco Central, em
http://www.bcb.gov.br/?SELICDIA (LFT Código 21). Basta realizar o truncamento5 em 2 casas decimais do
valor encontrado. Nesse caso, o valor a ser recebido é R$ 3.820,74, equivalente à variação da SELIC de 18,30%
no período.

Para calcular a rentabilidade bruta efetiva da aplicação, é só usar a seguinte fórmula, válida para todos os
títulos que não fazem pagamento de cupom de juros:

Rentabilidade efetiva = Preço de Venda


-1
Preço de Compra

Rentabilidade efetiva = R$3.820,74


-1
R$3.231,41

Rentabilidade efetiva = 18,24% ao período

7.1.3 - TÍTULOS PRIVADOS NO MERCADO MONETÁRIO

Os títulos privados, como o próprio nome sugere, são emitidos por agentes privados, como bancos e
empresas. Conforme mencionado, estes títulos são negociados, custodiados e liquidados na B3 S.A.

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No momento, é necessário definir tão somente os títulos emitidos por bancos para a compreensão deste
mercado. É que outros títulos privados, como as debêntures, commercial papers, entre outros, fazem parte
do mercado de capitais (mercado de valores mobiliários).

Os bancos comerciais mantêm contas correntes com depósitos à vista de seus clientes, além de realizarem
operações bancárias tradicionais, tais como pagamentos, recebimentos de duplicatas para seus clientes e
assim por diante.

Como são vários bancos comerciais atualmente me funcionamento no Brasil, eles trocam dinheiro entre si.
Ou seja, o pagamento de uma fatura feita por um cliente com conta corrente no Banco do Brasil a favor de
outra pessoa com conta corrente na CEF significa que o BB está transferindo dinheiro à Caixa.

E, diversas operações deste tipo são realizadas diariamente no mercado bancário.

Agora imagine que determinado banco terminou o dia “devendo” em relação aos demais. Ou seja, ele
necessita transferir mais dinheiro do que receber aos outros bancos naquela data. Do mesmo modo, outro
banco apresentou “caixa positivo”, pois recebeu mais do que pagou.

Para que as instituições financeiras equalizem estes saldos e possam cumprir com as transferências diárias
que realizam, elas emprestam recursos entre si, no chamado mercado interfinanceiro.

As instituições que apresentam sobras de caixa emprestam estes recursos a outros que apresentem falta de
liquidez. Esta emite um título, chamado de CDI – Certificados de Depósitos Interfinanceiros -, os quais são
adquiridos pelas instituições superavitárias.

Evidente que as instituições com falta de caixa pagam uma remuneração a outras mais líquidas para utilizar
estes recursos. Esta taxa é obtida no próprio mercado, chamada Taxa CDI.

Portanto, temos que o principal título privado emitido e negociado no mercado monetário é o CDI, cuja taxa
é a basilar do mercado interfinanceiro, influenciando todas as demais taxas cobradas pelos bancos em suas
operações.

É só pensar o seguinte. Se o banco empresta muito dinheiro em determinado dia, e precisa captar parte
destes recursos no mercado interfinanceiro, é fato que taxa de juros cobrada nas operações de crédito que
fez ao seu cliente é superior à Taxa CDI. O banco não irá perder dinheiro, não é?

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QUESTÕES COMENTADAS
CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

O resultado primário é um conceito de déficit público que visa medir o esforço fiscal feito pelo governo
dentro de um dado intervalo de tempo, incluindo no cálculo o efeito de déficits ou superávits passados
sobre o esforço fiscal feito no período sob análise.

Comentários

Para esquematizar nosso estudo, seguem as 3 medidas de déficit público com todos os comentários e dicas
para facilitar a resolução de questões

Déficit Nominal

É a medida de déficit que considera todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado
período. Aqui entra tudo: despesas com juros, com o pagamento de pessoal, com investimentos e assim por
diante. Todas as receitas e despesas são medidas pelo seu valor nominal, ou seja, não há correção pela
inflação.

Déficit Primário

O déficit primário é a medida que exclui os pagamentos e recebimentos de juros. Diferentemente do


conceito de déficit nominal, que considera todas as despesas e receitas, aqui não se contabilizam as despesas
com juros, amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitas financeiras. A pergunta que surge
é a seguinte: qual o interesse em se retirar as despesas financeiras?

O principal motivo é evidenciar a fonte de alimentação da dívida pública. Não podemos considerar as
despesas com juros, por exemplo, como fator de origem da dívida pública. O nascimento da dívida é sempre
devido à diferença entre despesas e receitas não financeiras, aos gastos em excesso. É por isso o nome déficit
primário: é a fonte primária da dívida pública.

Adicionalmente, o déficit primário é importante medida pela possibilidade de avaliar o superávit primário,
quando as receitas superam as despesas. O superávit primário é relevante, pois serve de fonte de recursos
para o pagamento dos juros, de modo que a dívida pública anteriormente contraída se estabilize.

Vamos imaginar uma situação simples. Digamos que a despesa com juros corresponda a 10% do PIB do país.
Do mesmo modo, o superávit primário é também igual a 10% do PIB. Esse número permite que o governo
pague as despesas com juros sem elevar a dívida pública, pois as despesas com juros serão pagas com a
economia gerada pelo superávit primário. Se, por exemplo, o superávit primário corresponder a 5% do PIB,
o excesso de juros sobre o superávit primário (no total 5% do PIB) irá provocar aumento da dívida pública.

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Desta forma, a queda do superávit primário, mantendo-se constante todas as outras questões, indica que a
economia para o pagamento da despesas com juros é menor, o que pode elevar a dívida pública, por
exemplo.

Déficit Operacional

O déficit operacional é a medida utilizada em um ambiente inflacionário, pois deduz do déficit os efeitos da
inflação no pagamento de juros.

É interessante entender o porquê deste fato. Do ponto de vista do credor, a taxa de juros é a remuneração
obtida para ele emprestar o dinheiro para o governo financiar o déficit. No entanto, a inflação corrói o valor
real desta remuneração. Desta forma, é de se esperar a correção da taxa de juros pela taxa de inflação, para
que o poder de compra da remuneração se mantenha e o credor se interesse em emprestar o seu dinheiro.
Ou seja, quanto mais elevada a taxa de inflação, mais elevada será a taxa nominal de juros. Mas, o que
importa, é o valor real das despesas com juros, ou seja, a despesa nominal de juros deduzida da taxa de
inflação.

É por isto que o déficit operacional, ao corrigir as despesas com juros pela inflação, é tão importante em uma
economia com elevada taxa de aumento de preços.

Nota-se que o erro da questão está em afirmar que o cálculo do resultado primário inclui o efeito de déficits
ou superávits passados sobre o esforço fiscal feito no período sob análise.

GABARITO: ERRADO

CESPE - ACE (TC-DF)/TC-DF/2014

Acerca da economia do setor público, julgue o item abaixo.

Um pagamento já liquidado pelo governo federal, mas não sensibilizado na Conta Única do Tesouro
Nacional, não impacta o indicador de superávit primário.

Comentários

Os indicadores de déficit, em geral, adotam o regime de caixa. Ou seja, para impactar o indicador é
necessários que os recursos entrem/saiam da conta única do Tesouro.

GABARITO: CERTO

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

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Por meio do resultado nominal, procura-se corrigir o efeito da inflação incidente sobre o resultado
primário, pois parte-se da premissa de que a inflação não distorce o aspecto real da economia, mas
somente seu aspecto monetário.

Comentários

O indicador que corrige o efeito da inflação sobre as despesas financeiras é o déficit operacional.

GABARITO: ERRADO

FGV - TSE (DPE RJ)/DPE RJ/Economia/2014

Se o resultado primário de um governo for positivo e o resultado operacional for negativo, então
necessariamente

a) a receita é maior do que a soma das despesas financeiras e não financeiras.

b) os juros reais são maiores do que o resultado operacional.

c) o componente de atualização monetária da dívida é maior do que o resultado primário.

d) a receita não monetária é maior do que a despesa não financeira.

e) o resultado nominal é superavitário.

Comentários

Questão simples e inteligente.

A diferença entre o resultado primário e o resultado operacional é dada pelas despesas com juros reais.
Assim, se o resultado primário é positivo e o operacional, negativo, é necessário que as despesas com juros
sejam maiores que o resultado operacional.

GABARITO: LETRA B

CESPE - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Economico-Financeira/2014

Com relação à teoria macroeconômica e à economia do setor público, julgue o item a seguir.

Os superávits primários alcançados a partir de 1999 e a maior disciplina promovida pela Lei Complementar
n.o 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), no que se refere à gestão das finanças públicas,
aumentaram a credibilidade da política fiscal brasileira.

Comentários

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Como citado anteriormente, o resultado primário, se negativo, representa a fonte primária de


geração/aumento da dívida.

Desta forma, superávits primários, ou déficits primários menores, representam possibilidade de redução ou
controle da dívida pública, o que eleva a capacidade de pagamento do governo e, consequentemente, a
credibilidade da política fiscal.

GABARITO: CERTO

ESAF - APO (MPOG)/MPOG/Planejamento e Orçamento/2010

Com relação ao Déficit Público, Dívida Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte
a opção incorreta.

a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado
período de tempo.

b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da
dívida pública ao setor privado.

c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas
e despesas não financeiras.

d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado


pelo critério "acima da linha".

e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do Setor Público e o ajuste
patrimonial.

Comentários

Analisando as alternativas:

a) o déficit é uma medida de fluxo, devendo ser mensurado em um determinado período de tempo. Item
incorreto

b) as três principais maneiras do governo financiar o déficit é através da emissão de moeda, elevação de
tributos e venda de títulos públicos.

c) este é o conceito de déficit primário, ou seja, a diferença entre despesas e receitas não financeiras (não
computados os juros pagos e recebidos no exercício)

d) a NFSP é atualmente medida pelo método abaixo da linha, ou seja, a partir da variação agregada do
endividamento público; a variável correspondente (acima da linha) é o déficit nominal.

e) o item afirma corretamente a definição de dívida fiscal líquida; corresponde à dívida fiscal acrescida ou
reduzida de ajustes patrimoniais verificados no exercício (como exemplo, os ajustes cambiais ou
reconhecimento de dívidas)

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GABARITO: LETRA A

ESAF - AFC (STN)/STN/Contábil/2013

Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) representa a necessidade do governo em financiar-


se. Assim, no que diz respeito à NFSP e ao déficit público, não se pode afirmar que:

a) o déficit primário é apurado pela diferença entre as receitas não financeiras e os gastos não financeiros.

b) a NFSP corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”.

c) um ponto importante a ser destacado em relação ao déficit público e seu financiamento é o


comportamento da variável dívida ao longo do tempo.

d) na NFSP no conceito operacional, são deduzidas as despesas com as correções monetária e cambial pagas
sobre a dívida.

e) na apuração do déficit público sob o conceito de competência, as despesas são consideradas como tendo
ocorrido no momento ou período em que são de fato pagas.

Comentários

Vamos aos itens da questão:

a) exatamente, pois se obtém o déficit primário a partir da dedução das despesas e receitas financeiras.

b) como visto, uma das maneiras de se apurar as NFSP é através do método acima da linha

c) correto, pois a variável dívida ao longo do tempo representa o estoque de dívida do governo em relação
ao PIB e possui aspecto relevante na determinação da taxa de juros que remunera os títulos públicos.

d) exato, pois este é o conceito da NFSP no conceito operacional.

e) no conceito de competência as despesas são consideradas incorridas no momento da ocorrência do fato


gerador, e não do pagamento. Item incorreto.

GABARITO: LETRA E

ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

Em relação às Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), pode-se dizer que:

a) é uma medida de estoque e corresponde ao déficit nominal, medido pelo critério “acima da linha”.

b) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional elevam as NFSP no período em
análise.

c) excluem os gastos não financeiros e as receitas não financeiras.

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d) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

e) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional, como forma de financiamento
das NFSP, reduz a base monetária da economia.

Comentários

A necessidade de financiamento do setor público é uma forma de avaliar o desempenho fiscal da


Administração Pública em um determinado período de tempo. Este instrumento apura o montante de
recursos que o setor público não financeiro necessita captar junto ao setor financeiro interno e/ou externo,
além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios.

Como á citado, mede o resultado do governo através do método conhecido como “abaixo da linha”, a partir
da verificação na variação do endividamento líquido no período ou da variação dos saldos dos credores (setor
privado) do setor público.

Para facilitar o entendimento seguem as maneiras de se medir as NFSP:

NFSP nominal = despesas (-) receitas (avaliadas pelo critério nominal, ou seja, pelos valores totais)

NFSP operacional = NFSP nominal - correção monetária (por este critério, as despesas são avaliadas pelos
valores reais, ou seja, descontad a da inflação)

NFSP primária = NFSP operacional - despesas com juros (não são contabilizadas as despesas financeiras)

Vamos aos itens:

a) A NFSP é uma medida de fluxo, pois considera a variação do resultado em determinado período de tempo;
além disto, é medida pelo método “abaixo da linha”.

b) Uma operação de empréstimo reduz a NFSP.

c) A NFSP contabiliza as receitas e despesas financeiras

d) Uma das maneiras do setor público se financiar é através da emissão de títulos públicos, como afirma este
item. Item correto

e) O empréstimo do Banco Central ao Tesouro Nacional, além de ser vedado pela CF/88, seria efetuado com
recursos apurados no resultado do Banco, não influenciando a base monetária (soma do papel moeda
emitido pela Banco Central mais as reservas dos bancos).

GABARITO: LETRA D

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o

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item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

O resultado fiscal do governo, ou a necessidade de financiamento, representa o montante de recursos que


o setor público não financeiro precisa obter junto ao setor financeiro. A NFSP indica o aumento líquido da
dívida em determinado período de tempo.

Comentários

Questão direta, que representa a exata definição das NFSP.

As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) correspondem à variação do endividamento do


setor público não financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, doméstico ou do resto do mundo 6.

GABARITO: CERTO

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

Resultado primário é o equilíbrio entre as receitas e as despesas totais, o que equivale ao conceito de
NFSP. Ao utilizar o método abaixo da linha, o resultado primário representa a variação total da dívida fiscal
líquida no período.

Comentários

Além do conceito de resultado primário estar incorreto, ele não representa as NFSP. Como visto, o índice
que representa as NFSP é a DFL.

GABARITO: ERRADO

CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

As necessidades de financiamento do setor público representam uma medida de resultado fiscal do setor
público calculada abaixo da linha, tendo como conceito central de seu cálculo a variação nominal do saldo
da dívida líquida entre dois momentos no tempo.

Comentários

6 Giambiagi, Fábio – Finanças Públicas – 3 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008

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Aula 03

A questão foi anulada com o seguinte argumento: A utilização da expressão “conceito central” na redação
do item prejudicou seu julgamento. Por esse motivo, opta-se pela anulação.

Deixando de lado este inconveniente, vejamos os conceitos atinentes à questão.

As necessidades de financiamento do setor público (NFSP) correspondem à variação do endividamento do


setor público não financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, doméstico ou do resto do mundo 7.

Relacionando as NFSP com o déficit público, enquanto este critério demonstra a causa do déficit pelo método
acima da linha, aquele representa tão somente a diferença entre as despesas e receitas, não informando o
motivo desta diferença. Por isto, as NFSP são denominadas como critério “abaixo da linha”. É importante
ressaltar que o método abaixo da linha é o resultado fiscal oficial, calculado pelo Banco Central e utilizado
como padrão para as contas públicas.

O motivo é simples. Calcular o déficit do governo acima da linha pode muitas vezes deixar valores de lado.
Imagine a dificuldade em contabilizar TODAS as despesas e receitas do governo central, estados e municípios,
do INSS, das empresas estatais, do Banco Central e assim por diante. É claro que este método está sujeito a
erros.

Mas, calcular a variação do endividamento é muito mais preciso. E a variação do endividamento é


exatamente o valor das NFSP.

a medida de endividamento utilizada para o cálculo das NFSP é chamada de Dívida Fiscal Líquida (DFL).

A DFL é calcula da seguinte maneira:

Sendo que:

DLSP è Dívida Líquida do Setor Público, que corresponde a dívida interna e externa do setor público (governos
federal, estadual e municipal) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e excluindo os créditos do
setor público, tais como as reservas internacionais administradas pelo Banco Central, receitas de privatização
e outros créditos detidos juntos ao setor privado

Ajustes Patrimoniais è Correspondem aos passivos do governo contraídos no passado, mas reconhecidos
apenas no presente, além dos resultados das privatizações.

Ou seja, a DFL corresponde à dívida líquida fiscal do setor público sem considerar efeitos não recorrentes,
como ativos e passivos gerados ocasionalmente (por exemplo, privatizações). E, a variação da DFL
corresponde às necessidades de financiamento do setor público, isto é, as NFSP são iguais à variação do
endividamento de um período para o outro.

Não fosse o erro citado pelo CESPE como motivo de anulação da questão, ela estaria correta.

GABARITO: ANULADO

7 Giambiagi, Fábio – Finanças Públicas – 3 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008

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Aula 03

FGV - Anal (DPE MT)/DPE MT/Economista/2015

Uma forma pela qual o governo pode reduzir a razão da dívida pública sobre o PIB é, ceteris paribus,

a) por meio da redução da taxa de inflação.

b) elevar a senhoriagem.

c) com medidas que reduzam a taxa de crescimento real do PIB.

d) por meio da rolagem da dívida pública.

e) por meio da redução da emissão monetária.

Comentários

A única forma prevista é através da elevação da senhoriagem. Ao emitir moeda, o governo consegue
financiar seu déficit ao mesmo tempo em que eleva o valor nominal do PIB. Assim, a relação Dívida/PIB é
reduzida.

GABARITO: LETRA B

CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Acerca dos agregados monetários, bem como dos instrumentos e efeitos econômicos das políticas
monetária e fiscal, julgue o item subsequente.

A senhoriagem é uma política limitada em razão do risco de se criar processo inflacionário, embora possa
ser utilizada para se financiar o déficit público e se manter constante a relação dívida pública/PIB.

Comentários

Questão parcialmente correta.

De fato, a senhoriagem é uma política limitada em razão do risco de se criar processo inflacionário, embora
possa ser utilizada para se financiar o déficit público. No entanto, a tendência é de redução da relação
dívida/PIB. A própria questão anterior afirma neste sentido.

Mas, o CESPE a considerou como correta.

GABARITO: CERTO

ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

A sustentabilidade da política fiscal está associada ao tamanho do déficit público. Com base nessa
afirmação, podemos considerar que:

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a) incondicionalmente, o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da
economia, tende a zero quando o horizonte temporal tende para o infinito.

b) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito, desde que o governo pague sua dívida corrente por meio
da emissão de dívida nova.

c) admitindo a condição de jogo não Ponzi, o estoque futuro esperado da dívida pública nunca tenderá a
zero, mesmo com o tempo tendendo para o infinito.

d) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito se, e somente se, a dívida crescer na mesma velocidade
do crescimento da taxa de juros.

e) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito, desde que a dívida cresça mais lentamente que a taxa de
juros.

Comentários

Para entender esta questão devemos ter em mente que a dívida pública é medida de estoque, ou seja,
representa o montante em determinada data. As suas variações, dada a variação no tempo, é resultado do
déficit público (variável fluxo, medida no decorrer do tempo).

Deste modo, caso haja elevação no déficit público, a dívida pública também irá se elevar.

Considerando o desconto intertemporal (taxa de juros), o estoque da dívida pública a valor presente irá
aumentar, caso a taxa de variação do déficit público for superior à taxa de juros. Deste modo, o desconto
efetuado pela taxa de juros não compensa a elevação no estoque da dívida ocasionada pelo aumento no
déficit público.

Vamos analisar os erros das alternativas:

a) incorreto, pois o estoque não tende a zero no caso da taxa de variação do déficit ser superior à taxa de
juros.

b) caso o governo pague a dívida corrente com a emissão de dívida nova, o déficit provavelmente se manterá.

c) pelo pressuposto do "jogo não Ponzi", os credores de títulos públicos não irão sustentar políticas fiscais
expansionistas para sempre, de modo que não comprarão indefinidamente títulos públicos. A consequência
prática deste pressuposto é a redução do déficit público e dívida, a qual tende a zero quanto o tempo tende
para o infinito.

d) desde que a dívida cresça a uma taxa inferior à taxa de juros

e) item correto, como observado nos comentários acima.

GABARITO: LETRA E

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ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

Segundo a teoria convencional da dívida pública:

a) a redução de impostos, com tudo mais constante, gera uma diminuição da dívida pública, no curto prazo,
pois tem efeitos positivos sobre a renda disponível das famílias e, consequentemente, no produto.

b) o efeito da redução de impostos sobre a dívida pública, no curto prazo, é positivo, ou seja, aumenta a
dívida pública, mas também aumenta o consumo e a renda da economia.

c) no longo prazo, a redução de impostos pode levar a uma queda na taxa de juros da economia.

d) a redução de impostos não gera qualquer impacto sobre a economia, somente sobre o orçamento do
governo.

e) no longo prazo, um aumento da dívida pública pode reduzir a produtividade marginal do capital, como
consequência da diminuição do estoque de capital na economia.

Comentários

Questão sem muitos segredos.

A teoria convencional da dívida pública relaciona os efeitos da política fiscal e seu financiamento com o nível
de renda e juros da economia.

Em resumo, ao reduzir os impostos, o governo aumenta a renda disponível e estimula os dispêndios do setor
privado, ao passo que reduz suas próprias disponibilidades e aumenta a dívida pública. Estes efeitos são
observáveis no curto prazo.

Caso adotasse uma política fiscal ativa, provocaria aumento no déficit público e elevação dos juros, o que, a
partir do efeito chamado crowding-out, resultaria em redução dos investimentos privados e redução da
renda. Estes efeitos também são observáveis no curto prazo.

Vamos às alternativas:

a) a redução dos impostos provoca aumento da dívida pública

b) item correto, como comentado acima

c) efeito que pode ser observado já no curto prazo

d) a redução dos impostos gera efeitos na economia real, como nos comentários acima

e) no longo prazo, um aumento da dívida pública pode reduzir a produtividade marginal do capital devido ao
aumento dos juros.

GABARITO: LETRA B

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CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

A DBGG considera o total das dívidas de responsabilidade do governo junto ao setor privado.

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) abrange, em linhas gerais, o total das dívidas de responsabilidade
dos governos federal (incluindo INSS), estaduais e municipais, junto ao setor privado (títulos públicos), ao
setor financeiro, ao Banco Central e ao resto do mundo.

GABARITO: CERTO

CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

Uma operação de crédito internacional a favor do governo federal aumenta a DBGG.

Comentários

Os créditos internacionais tomados pelo governo englobam a dívida externa que, por sua vez, faz parte da
DBGG.

GABARITO: CERTO

CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

O cálculo da dívida bruta do governo geral (DBGG) considera as operações compromissadas realizadas pelo
BACEN.

Comentários

A DBGG considera, além dos títulos do financiamento mobiliário do Tesouro Nacional, as operações
compromissadas realizadas pelo Banco Central, abrangendo, assim, toda a dívida mobiliária federal em
mercado.

GABARITO: CERTO

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

Com relação a macroeconomia, julgue o item subsecutivo.

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No cálculo da dívida líquida, setor público refere-se ao setor público não financeiro mais o Banco Central.
A fim de se obter indicadores mais próximos dos padrões internacionais, adota-se o conceito de governo
federal, o qual abrange, entre outros, as administrações diretas federal, estaduais e municipais.

Comentários

Como citado, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) consolida o endividamento líquido do setor público
não financeiro e do BCB junto ao setor privado (títulos públicos), ao setor financeiro e ao resto do mundo.

GABARITO: CERTO

CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

Se o governo federal perdoar a dívida de governos estaduais e municipais dos quais seja credor, o efeito
contábil imediato desse perdão sobre a dívida líquida do setor público será nulo.

Comentários

A dívida líquida do setor público refere-se ao total das obrigações do setor público não financeiro, deduzido
dos seus ativos financeiros, junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e
privados. Os saldos dos componentes da dívida líquida são apurados por competência, ou seja, pela
apropriação mensal ao estoque do período anterior dos encargos relativos a cada obrigação ou haver,
deduzidos eventuais pagamentos/recebimentos.

Os indicadores da dívida líquida do setor público abrangem as administrações diretas e indiretas nos níveis
federal, estadual e municipal, bem como suas respectivas empresas estatais não financeiras. Também
integram a dívida líquida os saldos dos fundos públicos de natureza não financeira, do regime geral de
previdência social (RGPS) e das contas da autoridade monetária. Todos os valores são obtidos a partir dos
balanços das instituições financeiras.

Desta forma, um perdão da dívida detida pelos governos estaduais e municipais não terá efeito contábil
imediato, visto que a dívida de uma esfera de governo é o crédito da outra, de modo que haverá uma
compensação entre elas.

GABARITO: CERTO

LISTA DE QUESTÕES
CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

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O resultado primário é um conceito de déficit público que visa medir o esforço fiscal feito pelo governo
dentro de um dado intervalo de tempo, incluindo no cálculo o efeito de déficits ou superávits passados
sobre o esforço fiscal feito no período sob análise.

CESPE - ACE (TC-DF)/TC-DF/2014

Acerca da economia do setor público, julgue o item abaixo.

Um pagamento já liquidado pelo governo federal, mas não sensibilizado na Conta Única do Tesouro
Nacional, não impacta o indicador de superávit primário.

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

Por meio do resultado nominal, procura-se corrigir o efeito da inflação incidente sobre o resultado
primário, pois parte-se da premissa de que a inflação não distorce o aspecto real da economia, mas
somente seu aspecto monetário.

FGV - TSE (DPE RJ)/DPE RJ/Economia/2014

Se o resultado primário de um governo for positivo e o resultado operacional for negativo, então
necessariamente

a) a receita é maior do que a soma das despesas financeiras e não financeiras.

b) os juros reais são maiores do que o resultado operacional.

c) o componente de atualização monetária da dívida é maior do que o resultado primário.

d) a receita não monetária é maior do que a despesa não financeira.

e) o resultado nominal é superavitário.

CESPE - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Economico-Financeira/2014

Com relação à teoria macroeconômica e à economia do setor público, julgue o item a seguir.

Os superávits primários alcançados a partir de 1999 e a maior disciplina promovida pela Lei Complementar
n.o 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), no que se refere à gestão das finanças públicas,
aumentaram a credibilidade da política fiscal brasileira.

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ESAF - APO (MPOG)/MPOG/Planejamento e Orçamento/2010

Com relação ao Déficit Público, Dívida Pública e Necessidade de Financiamento do Setor Público, aponte
a opção incorreta.

a) O déficit público é uma medida de caixa, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado
período de tempo.

b) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da
dívida pública ao setor privado.

c) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas
e despesas não financeiras.

d) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado


pelo critério "acima da linha".

e) A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a Dívida Líquida do Setor Público e o ajuste
patrimonial.

ESAF - AFC (STN)/STN/Contábil/2013

Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) representa a necessidade do governo em financiar-


se. Assim, no que diz respeito à NFSP e ao déficit público, não se pode afirmar que:

a) o déficit primário é apurado pela diferença entre as receitas não financeiras e os gastos não financeiros.

b) a NFSP corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”.

c) um ponto importante a ser destacado em relação ao déficit público e seu financiamento é o


comportamento da variável dívida ao longo do tempo.

d) na NFSP no conceito operacional, são deduzidas as despesas com as correções monetária e cambial pagas
sobre a dívida.

e) na apuração do déficit público sob o conceito de competência, as despesas são consideradas como tendo
ocorrido no momento ou período em que são de fato pagas.

ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

Em relação às Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), pode-se dizer que:

a) é uma medida de estoque e corresponde ao déficit nominal, medido pelo critério “acima da linha”.

b) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional elevam as NFSP no período em
análise.

c) excluem os gastos não financeiros e as receitas não financeiras.

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d) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

e) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional, como forma de financiamento
das NFSP, reduz a base monetária da economia.

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

O resultado fiscal do governo, ou a necessidade de financiamento, representa o montante de recursos que


o setor público não financeiro precisa obter junto ao setor financeiro. A NFSP indica o aumento líquido da
dívida em determinado período de tempo.

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

A economia do setor público é o pilar econômico que permite a compreensão das atividades
governamentais, em particular no que se refere às finanças públicas. Em relação a esse assunto, julgue o
item que se segue. Nesse sentido, considere que a sigla NFSP, sempre que for utilizada, se refere a
Necessidade de Financiamento do Setor Público.

Resultado primário é o equilíbrio entre as receitas e as despesas totais, o que equivale ao conceito de
NFSP. Ao utilizar o método abaixo da linha, o resultado primário representa a variação total da dívida fiscal
líquida no período.

CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

As necessidades de financiamento do setor público representam uma medida de resultado fiscal do setor
público calculada abaixo da linha, tendo como conceito central de seu cálculo a variação nominal do saldo
da dívida líquida entre dois momentos no tempo.

FGV - Anal (DPE MT)/DPE MT/Economista/2015

Uma forma pela qual o governo pode reduzir a razão da dívida pública sobre o PIB é, ceteris paribus,

a) por meio da redução da taxa de inflação.

b) elevar a senhoriagem.

c) com medidas que reduzam a taxa de crescimento real do PIB.

d) por meio da rolagem da dívida pública.

e) por meio da redução da emissão monetária.

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CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Acerca dos agregados monetários, bem como dos instrumentos e efeitos econômicos das políticas
monetária e fiscal, julgue o item subsequente.

A senhoriagem é uma política limitada em razão do risco de se criar processo inflacionário, embora possa
ser utilizada para se financiar o déficit público e se manter constante a relação dívida pública/PIB.

ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

A sustentabilidade da política fiscal está associada ao tamanho do déficit público. Com base nessa
afirmação, podemos considerar que:

a) incondicionalmente, o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da
economia, tende a zero quando o horizonte temporal tende para o infinito.

b) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito, desde que o governo pague sua dívida corrente por meio
da emissão de dívida nova.

c) admitindo a condição de jogo não Ponzi, o estoque futuro esperado da dívida pública nunca tenderá a
zero, mesmo com o tempo tendendo para o infinito.

d) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito se, e somente se, a dívida crescer na mesma velocidade
do crescimento da taxa de juros.

e) o estoque futuro esperado da dívida pública, descontado pela taxa de juros da economia, tende a zero
quando o horizonte temporal tende para o infinito, desde que a dívida cresça mais lentamente que a taxa de
juros.

ESAF - AFC (STN)/STN/Economico-Financeira/2013

Segundo a teoria convencional da dívida pública:

a) a redução de impostos, com tudo mais constante, gera uma diminuição da dívida pública, no curto prazo,
pois tem efeitos positivos sobre a renda disponível das famílias e, consequentemente, no produto.

b) o efeito da redução de impostos sobre a dívida pública, no curto prazo, é positivo, ou seja, aumenta a
dívida pública, mas também aumenta o consumo e a renda da economia.

c) no longo prazo, a redução de impostos pode levar a uma queda na taxa de juros da economia.

d) a redução de impostos não gera qualquer impacto sobre a economia, somente sobre o orçamento do
governo.

e) no longo prazo, um aumento da dívida pública pode reduzir a produtividade marginal do capital, como
consequência da diminuição do estoque de capital na economia.

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CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

A DBGG considera o total das dívidas de responsabilidade do governo junto ao setor privado.

CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

Uma operação de crédito internacional a favor do governo federal aumenta a DBGG.

CESPE - Eco (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014

Julgue o item subsequente, relativo à estrutura orçamentária e à evolução do déficit e da dívida pública
no Brasil.

O cálculo da dívida bruta do governo geral (DBGG) considera as operações compromissadas realizadas pelo
BACEN.

CESPE - Eco (CADE)/CADE/2014

Com relação a macroeconomia, julgue o item subsecutivo.

No cálculo da dívida líquida, setor público refere-se ao setor público não financeiro mais o Banco Central.
A fim de se obter indicadores mais próximos dos padrões internacionais, adota-se o conceito de governo
federal, o qual abrange, entre outros, as administrações diretas federal, estaduais e municipais.

CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014

Julgue o próximo item, relativo a déficit público, resultado primário e dívida pública.

Se o governo federal perdoar a dívida de governos estaduais e municipais dos quais seja credor, o efeito
contábil imediato desse perdão sobre a dívida líquida do setor público será nulo.

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GABARITO

1. Errado 16. Certo


2. Certo 17. Certo
3. Errado 18. Certo
4. B 19. Certo
5. Certo 20. Certo
6. A
7. E
8. D
9. Certo
10. Errado
11. Anulado
12. B
13. Certo
14. E
15. B

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos aqui mais uma aula. Espero que tenha gostado e compreendido nossa proposta de curso.

Saiba que, ao optar pelos Estratégia Concursos, estará fazendo a escolha certa. Isso será perceptível no
decorrer do curso, a medida em que formos desenvolvendo os assuntos.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso,
Facebook ou Instagram.

https://www.facebook.com/profvicentecamillo/

https://www.instagram.com/profvicentecamillo/

Obrigado pela companhia.

Aguardo vocês na próxima aula.

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Bons estudos e até lá!

Prof. Vicente Camillo

RESUMO
 DÉFICIT PÚBLICO: O governo possui receitas e despesas.
o Geralmente, o governo apresenta despesas mais elevadas que receitas, situação
denominada de déficit.

o Temos a seguinte situação: 𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 . Considerando Dt como o déficit no


período t, Gt como o gasto do governo no mesmo período e Rt como a receita,
despesas maiores que receitas provocam déficit. Do contrário, receitas mais
elevadas que despesas, resultam no chamado superávit.

o Quanto mais elevado o déficit público (variável fluxo), maior o aumento da dívida
pública (variável estoque).

o Existem diversas maneiras de se medir o déficit público. Vamos analisar as 3


medidas de déficit público:

▪ Déficit Nominal:

o Todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado período.

o Todas as receitas e despesas são medidas pelo seu valor nominal, ou seja, não há
correção pela inflação.

o Expressão: 𝑫𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 .

▪ Déficit Primário

o Medida que exclui os pagamentos e recebimentos de juros.

o Não se contabilizam as despesas com juros, amortizações da dívida pública, entre


outras despesas e receitas financeiras.

𝒏𝒇 𝒏𝒇
o Expressão: 𝑫𝒑𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕

o nf = não financeiro.

o O principal motivo de retirar as despesas financeiras é evidenciar a fonte de


alimentação da dívida pública.

o É por isso o nome déficit primário: é a fonte primária da dívida pública.

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▪ Operacional

o Utilizada em um ambiente inflacionário.

o Deduz do déficit os efeitos da inflação no pagamento de juros.

𝒏𝒇 𝒏𝒇
o Expressão: 𝑫𝒐𝒕 = 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 + (𝒊 − 𝝅)𝒕

𝒏𝒇 𝒏𝒇
o 𝑮𝒕 − 𝑹𝒕 é o déficit primário. E (𝒊 − 𝝅)𝒕 representa a despesa com juros (i)
deduzida da inflação (𝝅) no período.

 Necessidades de Financiamento do Setor Público: correspondem à variação do endividamento do


setor público não financeiro junto ao setor financeiro e setor privado, doméstico ou do resto do
mundo.

o Critério “abaixo da linha”.

o Dívida Fiscal Líquida (DFL): 𝑫𝑭𝑳 = 𝑫𝑳𝑺𝑷 − 𝑨𝒋𝒖𝒔𝒕𝒆𝒔 𝑷𝒂𝒕𝒓𝒊𝒎𝒐𝒏𝒊𝒂𝒊𝒔

o A DFL corresponde à dívida líquida do setor público - DLSP sem considerar efeitos
não recorrentes, como ativos e passivos gerados ocasionalmente (por exemplo,
privatizações) - Ajustes Patrimoniais.

o E, a variação da DFL corresponde às necessidades de financiamento do setor


público, isto é, as NFSP são iguais à variação do endividamento de um período para
o outro e calculada da seguinte forma: 𝑵𝑭𝑺𝑷 = ∆𝑫𝑭𝑳

o Sendo que o parâmetro ∆ (delta) representa variação.

o As NFSP são também calculadas sob 3 óticas:

1) Nominal: Corresponde ao conceito de déficit nominal pelo método acima da


linha. Refere-se à variação da DFL entre dois períodos, como acabamos de discutir.

2) Operacional: Exclui da variação da DFL o efeito inflacionário, ou seja, deduz a


correção monetária da variação da DFL. Corresponde ao déficit operacional pelo
método acima da linha e é importante medida em um ambiente inflacionário.

3) Primária: Exclui da variação da DFL as receitas e despesas com juros e encargos


da dívida. Equivale ao déficit primário pelo método acima da linha.

o Salvo as despesas com juros, o cálculo com as NFSP é feito pelo regime de caixa.

 Inflação e Déficit Público: A existência de déficit público (despesas maiores que receitas) torna
necessário o financiamento deste déficit.

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o A maneira mais óbvia de financiar este déficit é tomando recursos emprestados do


setor privado.

o O governo faz este procedimento emitindo uma promessa de pagar o valor do


recurso que empresta mais uma remuneração: o documento desta promessa é o
título público.

o Os títulos públicos não podem ser adquiridos diretamente pelo Banco Central (isto
é vedado pela Constituição Federal de 1988), mas o Bacen pode adquiri-los
indiretamente.

o Ocorre que para adquirir estes títulos, o Bacen emite moeda.

o O aumento dos gastos do governo pode provocar inflação, através da emissão de


base monetária (moeda emitida pelo Banco Central).

o Enquanto o Efeito Tanzi considera que a inflação promove redução no valor real
das receitas e aumento do déficit público, o Efeito Patinkin entende que a inflação
reduz o valor real das despesas públicas e contribui assim para a redução do déficit
público.

 Crescimento das Despesas Públicas: Os gastos podem ser decompostos em 4 categorias: consumo
do governo; investimento do governo; transferências; juros.

1) Consumo do Governo: as despesas com consumo corrente e pagamentos ao


fator trabalho (salários e outros rendimentos a servidores públicos).

2) Investimento do Governo: inclui as formas de gasto com capital, variação de


estoques e depreciação, como os investimentos privados.

3) Transferências: as transferências de recursos concedidas ao setor privado, desde


subsídios às empresas até pagamentos de pensões aos aposentados.

4) Juros: os juros indicam a remuneração da dívida pública anteriormente tomada


cujo valor é expresso através da taxa de juros multiplicada pelo montante da dívida.

o Lei de Wagner: “À medida que cresce o nível de renda em países industrializados,


o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a
participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de
crescimento econômico do país”.

 Estado Provedor e Estado Regulador:

o Provedor: participam ativamente no fornecimento de bens e serviços em uma


economia que está no início de seu processo de desenvolvimento.

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o Regulador: atividades relacionadas à regulação, tendo em vista que a oferta de


bens e serviços passou a ser executada de maneira eficiente pelo setor privado.

o No Brasil, esta mudança (provedor para regulador) passou a ocorrer a partir de


meados dos anos 90.

 Dívida Pública: consiste no estoque total de recursos de terceiros utilizados para financiar o déficit
público.
o A forma mais usual de se representar a dívida pública é através do índice
𝑫í𝒗𝒊𝒅𝒂⁄
𝑷𝑰𝑩.

 Mercado Monetário: negocia-se, sobretudo, títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional com o
objetivo de determinar a taxa de juros e quantidade de liquidez da economia.
o O COPOM determina a meta da taxa de juros. O Banco Central busca esta meta
através das operações com títulos públicos no mercado monetário, nas chamadas
operações de mercado aberto.

o Os títulos públicos pagam uma remuneração anual ou no prazo de vencimento do


título. Esta remuneração é chamada de cupom e, na maioria dos casos, é
determinada antes do lançamento do título.

o O Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal
interna de emissão do Tesouro Nacional.

o A B3 S.A. é uma entidade administradora de mercados organizados de títulos ou


valores mobiliários.

o São negociados títulos públicos, através do qual deriva-se a Taxa Selic, e títulos
privados – resultando na Taxa DI.

▪ Tesouro Prefixado (LTN)


o Rentabilidade é definida no momento da compra.

▪ Tesouro Selic (LFT)


o Título pós-fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC

▪ Títulos Privados no Mercado Monetário


o São emitidos por agentes privados, como bancos e empresas. Estes títulos são
negociados, custodiados e liquidados na B3 S.A.

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