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DIREITO

FINANCEIRO
Despesa Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO FINANCEIRO
Despesa Pública
Manuel Piñon

Apresentação..................................................................................................................4
Despesa Pública .............................................................................................................5
1. Conceito de Despesa Pública........................................................................................5
1.1. Definições..................................................................................................................5
1.2. Diferenciação - Despesas Orçamentárias e Extraorçamentárias...............................6
1.3. Diferenciação – Enfoque Orçamentário e Patrimonial............................................... 7
2. Estágios da Despesa Pública Orçamentária.................................................................9
2.1. Diferença - Doutrina x Lei 4.320/1964......................................................................9
2.2. Fixação.................................................................................................................... 11
2.3. Empenho................................................................................................................ 12
2.4. Liquidação. ..............................................................................................................17
2.5. Pagamento. ............................................................................................................ 18
3. Classificação das Despesas Públicas Orçamentárias. . .............................................. 20
3.1. Quanto à Forma de Ingresso.................................................................................. 20
3.2. Classificação quanto à Efetividade / Afetação Patrimonial. . ...................................22
3.3. Classificação Institucional/Departamental.............................................................24
3.4. Classificação Funcional..........................................................................................26
3.5. Classificação por Estrutura Programática............................................................. 27
3.6. Quanto à Natureza da Despesa (por Categorias)................................................... 30
3.7. Classificação por Categoria Econômica (1º nível)....................................................35
3.8. Quanto ao GND - Grupo de Natureza da Despesa (2º nível)................................... 40
3.9. Quanto à Modalidade de Aplicação (3º nível). . ........................................................ 41
3.10. Quanto ao Elemento de Despesa (4º nível)...........................................................43

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3.11. Classificação da Lei n. 4.320/1964........................................................................44


3.12. Classificação na LRF.............................................................................................49
3.13. Portaria Interministerial n. 163/2001....................................................................49
3.14. Classificação Regional......................................................................................... 50
3.15. Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado...................................................... 51
3.16. Quanto à Regularidade ou Periodicidade...............................................................52
3.17. Quanto à Esfera Orçamentária..............................................................................52
3.18. Por Identificador de Uso – IDUSO e por Identificador de Doação/Operação de
Crédito – IDOC...............................................................................................................52
3.18. Por Competência Institucional. ..............................................................................53
4. Precatórios...............................................................................................................53
4.1. Introdução..............................................................................................................54
4.2. Conceito e Natureza Jurídica...................................................................................55
4.3. Classificação dos Precatórios................................................................................56
4.4. Precatórios no Texto da CF/88. ..............................................................................63
Resumo.........................................................................................................................78
Mapa Mental................................................................................................................. 85
Questões Comentadas em Aula.................................................................................... 86
Questões de Concurso.................................................................................................. 89
Gabarito...................................................................................................................... 103
Gabarito Comentado. ................................................................................................... 104
Referências Bibliográficas........................................................................................... 135

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Apresentação

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!


O nosso objetivo hoje nessa aula é conhecer a primeira parte dos principais aspectos re-
lacionados às Despesas Públicas presentes em nosso edital.

Como diria Abraham Lincoln, “a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”! Então vamos
fazer nossa parte e criar o nosso futuro! Acredite! Acreditar já é meio caminho andado... o res-
to é ter persistência, disciplina e não desistir.
Seja IMPARÁVEL!
Boa aula!
Prof. Manuel Piñon

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Despesa Pública
Manuel Piñon

DESPESA PÚBLICA
1. Conceito de Despesa Pública

1.1. Definições

De acordo com a melhor Doutrina, a Despesa Pública representa o conjunto de dispêndios


do Estado, ou de outra pessoa de Direito Público, com a finalidade de funcionamento dos ser-
viços públicos e de atendimento às necessidades coletivas aplicando certa quantia dentro de
uma autorização legislativa, buscando a manutenção das atividades do ente estatal ou para
a conservação ou construção de bens públicos.
Despesa pública é o conjunto de dispêndios efetuados pelo Estado, em dinheiro, que fi-
nanciam o funcionamento dos serviços públicos. Está contida no orçamento e compreende
as autorizações para gastos com as várias atribuições governamentais.
Ampliando um pouco mais o conceito, podemos dizer que a Despesa Pública é o conjunto
de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público a qualquer título, a fim de sal-
dar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial, visando à realização e ao funciona-
mento dos serviços públicos.
De acordo com a definição presente no site do Tesouro Nacional, a despesa pública é

“a aplicação (em dinheiro) de recursos do Estado para custear os serviços de ordem pública ou
para investir no próprio desenvolvimento econômico do Estado. É o compromisso de gasto dos
recursos públicos, autorizados pelo Poder competente, com o fim de atender a uma necessidade
da coletividade prevista no orçamento”.

Para o saudoso Mestre Aliomar Baleeiro, despesa pública é

“a aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente,
dentro de uma autorização legislativa, para execução de um fim a cargo do governo”.

Nessa toada, a Despesa pública também pode ser definida como o conjunto de gastos
realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos prestados à sociedade ou
para a realização de investimentos.

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As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo, compondo o orçamento
público, com exceção das chamadas despesas extra orçamentarias.

Nessa linha de raciocínio, podemos dizer que a despesa é parte do orçamento, e, assim,
compõe a distribuição e emprego dos recursos públicos para custeio e investimento em dife-
rentes setores da administração governamental.
No âmbito contábil-financeiro, a despesa pública nada mais é do que a aplicação de re-
cursos monetários na realização de gastos efetivos (aqueles que geram decréscimo no patri-
mônio público) ou por mutação patrimonial (aqueles que tem efeito permutativo, pela entrada
de um bem ou valor patrimonial).
Do ponto de vista político-institucional, a despesa pública é, por seu turno, a realização de
gastos na implementação de políticas públicas e no cumprimento das finalidades inerentes à
existência do Estado.
Quando analisada em sob a ótica econômica, a despesa é o gasto é uma parcela dos agre-
gados que expressam a atividade econômica nacional.

1.2. Diferenciação - Despesas Orçamentárias e Extraorçamentárias

Importante registrar que os dispêndios, assim como os ingressos, são tipificados em or-
çamentários e extra orçamentários. Segundo o art. 35 da Lei n. 4.320/1964:

Pertencem ao exercício financeiro:


I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.

Dessa forma, podemos sintetizar esse quadro dizendo que a despesa orçamentária é toda
transação que depende de autorização legislativa, na forma de consignação de dotação orça-
mentária, para ser efetivada.

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Já o chamado dispêndio extra orçamentário é aquele que não consta na LOA - Lei Orça-
mentária Anual, e compreende certas saídas de numerário oriundas de depósitos, pagamen-
tos de restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita ou ainda de
recursos transitórios.

1.3. Diferenciação – Enfoque Orçamentário e Patrimonial

Em termos de regime a ser utilizado no registro de receitas e despesas públicas tenha em


mente que o regime a ser utilizado nas matérias Direito Financeiro e AFO é o regime misto,
onde receitas são contabilizadas pelo regime de caixa (arrecadadas - entradas efetivas de
dinheiro) para as receitas e regime de competência para as despesas (empenhadas – com-
prometimento do recurso no orçamento).
Nosso mantra é o artigo 35 da Lei 4.320/64 que define o seu enfoque orçamentário. O ob-
jetivo desse enfoque orçamentário é evitar o risco de que a execução das despesas orçamen-
tárias ultrapasse a arrecadação efetiva que foi “colocada” na conta. Veja-o novamente:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.

Entretanto, a própria Lei 4.320/64 reconhece o enfoque patrimonial para contabilidade pú-
blica, sendo tratada em título específico da citada lei (Título IX – Da Contabilidade), no qual se
determina que as variações patrimoniais devam ser evidenciadas, sejam elas independentes
ou resultantes da execução orçamentária.
Em relação à Receita, no enfoque patrimonial (que não é o nosso foco aqui), apenas guarde
que o seu objetivo é o de evidenciar o impacto no patrimônio de transações realizadas mesmo
que ainda os valores não tenham sido embolsados pela Administração Pública. Assim, basi-
camente deve ser registrada uma eventual variação patrimonial aumentativa, independente-
mente da execução orçamentária, em função do fato gerador, observando-se os princípios da
competência e da oportunidade. Em suma, a receita deve ser reconhecida mesmo que o valor
ainda não tenha sido efetivamente recebido.

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Já para a Despesa, no enfoque patrimonial a ideia é registrar a variação patrimonial di-


minutiva em função do fato gerador da despesa, que é um decréscimo nos benefícios eco-
nômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos, redução de ativos ou
incremento em passivos, que resulte em decréscimo do patrimônio líquido.
Normalmente, o fato gerador será simultâneo tanto na liquidação da despesa, como na
aquisição de bens de consumo. Entretanto, em algumas situações, o fato gerador poderá
ocorrer em momento diferente da liquidação.

EXEMPLO
Veja o caso da aquisição de um seguro com vigência de 12 meses. Enquanto no enfoque
patrimonial, temos a apropriação de um direito ao seguro. No enfoque orçamentário, a despe-
sa será reconhecida apenas na liquidação durante o exercício corrente e, ao final desse exer-
cício, por meio do empenho.

Questão 1 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas


e despesas públicas.
Do ponto de vista orçamentário, as despesas públicas correspondem aos decréscimos nos
benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos, redução
de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido.

Errado.
Na verdade, assertiva conceituou a despesa sob o ponto de vista patrimonial. Já do ponto de
vista orçamentário, a despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização
legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.

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2. Estágios da Despesa Pública Orçamentária

2.1. Diferença - Doutrina x Lei 4.320/1964

No que diz respeito às fases, estágios ou etapas de realização da despesa pública, é im-
portante destacar que a execução da despesa orçamentária pública transcorre em três es-
tágios, que conforme previsto na Lei n. 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento.

No entanto, a Doutrina majoritária e o MCASP incluem a Fixação (ou programação) da despesa


como sendo um dos estágios. Logo, os estágios da despesa, doutrinariamente falando, são:
1 - Fixação
2 - Empenho
3 - Liquidação
4 - Pagamento.

Merece destaque ainda a sistemática do “pré-empenho”, que, antecedendo os estágios da


execução da despesa, funciona como uma espécie de reserva de dotação orçamentária, ocor-
rendo após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu comprometimento para a
realização da despesa, de modo a “cobrir” o lapso de tempo inerente a todo o processo lici-
tatório de contratação dos respectivos bens e serviços a que se referem os gastos, servindo
para “guardar” o crédito até o final da licitação.
Tenha em mente que quando falamos em “executar o orçamento”, estamos falando que
vamos realizar as despesas públicas nele previstas e apenas estas, já que para que qualquer
utilização de recursos públicos seja efetuada, o primeiro requisito é que esse gasto tenha sido
legalmente autorizado pelo Poder Legislativo, e que sejam seguidas as 3 etapas da execução
das despesas previstos na Lei 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.

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A fixação, etapa inerente ao Planejamento (programação) da Despesa, está presente na Dou-


trina e no MCASP – MANUAL DE CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO, mas não na legislação
vigente.

Questão 2 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos do governo, um dos


mecanismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orça-
mentária e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assun-
to, julgue o item subsequente.
A autorização orçamentária deve preceder a execução financeira da despesa pública.

Certo.
Sem dúvida, inicialmente a despesa deve ser fixada na LOA (autorização orçamentária) con-
forme disposto no MCASP – MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO:

A etapa do planejamento abrange, de modo geral, toda a análise para a formulação do plano e
ações governamentais que servirão de base para a fixação da despesa orçamentária, a descen-
tralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira, e o processo de
licitação e contratação.

Depois, temos a execução financeira da despesa pública, com os estágios previstos. Confira
no MCASP:

4.4.2. Execução
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei n. 4.320/1964:
empenho, liquidação e pagamento.

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2.2. Fixação

A etapa do planejamento e contratação abrange, de modo geral, a fixação ou programação


da despesa orçamentária, a descentralização e movimentação de créditos, a programação or-
çamentária e financeira e o processo de licitação, embora não esteja prevista na Lei 4.320/64.
Nessa linha de pensamento, a fase de fixação engloba a adoção de medidas em direção
a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes
e prioridades traçadas pelo governo. A criação ou expansão da despesa requer adequação
orçamentária e compatibilidade com a LDO e o PPA.
Lembre-se que o processo da fixação da despesa orçamentária é concluído com a au-
torização dada pelo poder legislativo por meio da LOA-Lei Orçamentária Anual, ressalvadas,
claro, as eventuais aberturas de créditos adicionais no decorrer da vigência do orçamento.

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Nesse sentido, é importante destacar que a legislação não permite a troca de ordem entre

os estágios, com exceção apenas para o estágio da programação, apenas para aquelas as

despesas realizadas via abertura de créditos extraordinários, que, tendo em vista a sua natu-

reza de imprevisibilidade e urgência não passa pela fase da programação.

2.3. Empenho

A Lei n. 4.320/64, em seu art. 35, II, dispõe que pertencem ao exercício financeiro as des-

pesas nele legalmente empenhadas.

Mas, e você, sabe o que é empenho?

Sim, eu sei que você está se empenhando muito nesse curso, mas vamos ver para fins de

Finanças Públicas o que vem a ser o empenho de uma despesa pública:

O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. Nos termos do disposto no

art. 58 da Lei n. 4.320/64:

o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obriga-
ção de pagamento, pendente ou não de implemento de condição.

Vale dizer que o empenho não cria obrigação jurídica de pagar, mas destaca, das dotações

orçamentárias destinadas à satisfação da despesa, a quantia necessária ao resgate do débito.

Guarde que, nos casos de despesas relativas a contratos ou convênios de vigência pluria-

nual, deve-se as empenhar em cada exercício financeiro pela parte a ser executada no referido

exercício.

2.3.1. Modalidades de Empenho

Aluno(a), tenha em mente que o empenho, de acordo com sua natureza e finalidade, pode

ser ordinário, global ou por estimativa.

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Usa-se o empenho ordinário para acudir despesas normais com montante previamente

conhecido e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.

Já o empenho global é aquele que serve para aquelas despesas com montante previa-

mente conhecido, mas cujo pagamento seja parcelado, como nos casos das despesas com

aluguéis, prestação de serviços, salários, etc.

Por seu turno, para acolher despesas cujo valor não se possa determinar previamente,

usa-se o empenho por estimativa, como nos casos de contas de água, luz, telefone, diárias,

etc. São gastos que ocorrem regularmente, mas cujos valores oscilam bastante.

2.3.2. Anulação de um Empenho

Um empenho pode ser anulado, ao longo do exercício, seja parcial ou totalmente.

Importante destacar que, quando o valor empenhado é superior ao montante da despesa,

deve-se anulá-lo parcialmente, no valor correspondente ao excesso.

Entretanto, quando o serviço contratado não tenha sido prestado ou o material encomen-

dado não tiver sido entregue, bem como se houver incorreção na emissão do empenho, nes-

ses casos deve-se anular o empenho totalmente.

Importante destacar que, ao final de cada exercício, o empenho deve ser totalmente anu-

lado caso ainda não tenha sido liquidado, exceto para aqueles que se enquadrarem nas con-

dições previstas para inscrição em Restos a Pagar.

E qual o destino dos valores correspondentes aos empenhos anulados?

Os valores correspondentes à anulação do empenho revertem ao programa de trabalho,

tornando-os novamente disponíveis para empenho.

Veja o que nos diz a esse respeito o Decreto 93.872/1986 em seus artigos 35 e 28:

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Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para
todos os fins, salvo quando:
I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;
II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa,
ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumido no exterior.
Art. 28 A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o
empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à res-
pectiva dotação, pela qual ficará automaticamente desonerado o limite de saques da unidade ges-
tora.

2.3.3. Características do Empenho

O empenho serve, na verdade, para reservar parte dos créditos disponíveis, em consonân-
cia com o artigo 60 da Lei 4.320/64, que veda a realização de despesa sem prévio empenho.
Em outras palavras, após a realização do empenho, o montante correspondente da do-
tação necessário para fazer face à despesa fica protegido, evitando-se, assim, que, depois
de executado o contrato, não haja recursos financeiros para o pagamento do bem ou serviço
prestado à Administração Pública.
Importante destacar que o empenho da despesa não pode exceder o limite dos créditos
concedidos, ou seja, as despesas só podem ser empenhadas até o limite dos créditos orça-
mentários iniciais e dos créditos orçamentários adicionais, em consonância com o cronogra-
ma de desembolso da unidade gestora, devidamente aprovado.
Guarde também que o empenho não poderá exceder o saldo disponível de dotação orça-

mentária, nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado.

Questão 3 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-

cução do orçamento, julgue o item que se segue.


O empenho de despesa impõe ao Estado uma obrigação de pagamento, ainda que o bem cor-
respondente não tenha sido fornecido ou o serviço correspondente não tenha sido prestado.

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Certo.

Numa primeira leitura, nossa tendência é achar que a assertiva está errada, mas se acordo

com a Lei 4.320/1964, o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o

Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Assim, o empenho em verdade é uma garantia ao credor que, se ele cumprir os termos do que

foi tratado com a Administração, receberá o pagamento que estará reservado para ele.

Mas é bom destacar que mesmo estando a despesa legalmente empenhada, o Estado ainda

não se vê obrigado a efetuar o pagamento, já que o implemento de uma determinada condição

poderá estar concluído ou não.

Guarde que a Lei 4.320/1964 determina que o pagamento de qualquer despesa pública, inde-

pendentemente do valor, passe pela fase “decisiva” da liquidação.

Somente com a liquidação, segundo estágio da execução da despesa, que será cobrada a

prestação dos serviços, a entrega dos bens ou a realização da obra, de modo a impedir o pa-

gamento sem o implemento de condição.

Nesse contexto, devemos mencionar ao princípio do equilíbrio, quando a Lei 4.320/64

determina que os empenhos não podem ultrapassar o limite dos respectivos créditos con-

cedidos, evitando-se, assim, a criação de obrigação de pagamento superior à capacidade do

Estado.

Importante destacar ainda que o Decreto 93.872/1986, aquele que dispõe sobre a unifi-

cação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, também dispõe acerca dos estágios da

despesa. De acordo com o referido Decreto, o empenho importa deduzir seu valor de dotação

adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido.

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O Decreto 93.872/1986 admite que, em caso de urgência, o ato do empenho seja contempo-
râneo à realização da despesa, podendo ser dispensada a nota de empenho, mas nunca o
empenho.

A Nota de Empenho - NE é a materialização do empenho, sendo é elaborada no SIAFI


quando da União e tendo uma NE para cada empenho, que serve para registrar as operações
que geram o comprometimento de despesa, seu reforço ou anulação, indicando o nome do
credor, a especificação e o valor da despesa, bem como a dedução desse valor do saldo da
dotação própria.

2.3.4. Outra Classificação dos Empenhos

Existem situações em que o valor do empenho original não é suficiente, sendo necessário
uma espécie de “empenho de reforço” para complementar o valor original inicial.
Seguindo essa linha de raciocínio, somos agora apresentados ao empenho denominado
“empenho de anulação”, que é aquele empenho emitido posteriormente e que se destina à
anulação parcial ou total dos empenhos originais ou, eventualmente, dos empenhos de refor-
ço, que são chamados de empenho excedente (anulação parcial) e empenho incorreto ou de
objeto não cumprido (anulação total).
Parte da Doutrina ainda classifica/divide o empenho em função das fases a que se refe-
rem: licitação ou sua dispensa, autorização e formalização.
Lembrando que licitação é o procedimento administrativo que tem por objetivo verificar,
entre vários fornecedores habilitados, quem oferece condições mais vantajosas para a aqui-
sição de bem ou serviço, enquanto a autorização é a permissão dada por autoridade compe-
tente para a realização da despesa e a formalização é a dedução do valor da despesa, feita

no saldo disponível da dotação ou do crédito apropriado comprovada pela Nota de Empenho.

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2.4. Liquidação

A liquidação é o segundo estágio da despesa e é caracterizada pela entrega dos bens e


serviços contratados. Nos termos do disposto no artigo 63 da Lei n. 4.320/64, a liquidação da
despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Aí você me pergunta: e para que serve finalmente a liquidação?

Colega, na liquidação da despesa é verificada a correção da execução do contrato pelo


fornecedor, para apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

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Despesa Pública
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Assim, a liquidação visa verificar a importância exata a pagar e a quem se deve pagar, para
extinguir a obrigação, sendo realizada no SIAFI, por meio da Nota de Lançamento - NL, nos
casos de despesas federais. Além disso, é na fase de liquidação que é cobrada a prestação
dos serviços ou a entrega dos bens, ou, ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma,
o pagamento sem o implemento de condição.

Questão 4 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Despesa pública é o conjunto de dispên-


dios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos prestados à sociedade
ou para a realização de investimentos. A respeito de despesa pública, julgue o item.
De acordo com a legislação vigente, para que determinado ente público efetue o pagamento
a fornecedores de material de consumo, basta que, no processo de execução orçamentária,
a despesa a que se refira o pagamento tenha sido empenhada.

Errado.
Na verdade, para que a despesa seja paga é necessário que tenha sido empenhada e liquida-
da. Confira essa condição no MCASP, com grifos nossos:

“4.4.2.4. Pagamento
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens
de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa”.

2.5. Pagamento
O pagamento é o terceiro e último estágio execução da despesa. Regulado no artigo 64
da Lei 4.320/64, “a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga”.
Importante gravar que o pagamento da despesa só pode ser efetuado quando ordenado
após sua regular liquidação, ou seja, desde que seja verificado o direito adquirido do credor,
no estágio da liquidação.

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Despesa Pública
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Em regra, o pagamento deve ser realizado via de ordem bancária, precedida da autoriza-
ção do titular da Unidade Gestora ou seu preposto. Em termos de União, é realizado via SIAFI,
mediante ordem bancária correspondente à respectiva dívida líquida.
De acordo com a definição da lei 4.320/1964:

a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente determinando que a


despesa seja paga.

Em outros termos, equivale à assinatura do gestor público determinando o pagamento.


Tecnicamente falando, a ordem bancária - OB é o documento do SIAFI utilizado para o pa-
gamento de compromissos, bem como para a liberação de recursos para fins de suprimento
de fundos.
O Decreto 93.872/1986 determina, em seu artigo 38 que:

Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de
obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se, todavia, mediante as
indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo
contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento nele estabelecida, prevista no
edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta.

Um ponto que merece destaque diz respeito à reposição de valores pagos indevidamente,
no mesmo exercício financeiro, que deve ser procedida à conta bancária da Unidade Gestora
de origem, usando-se a Guia de Recebimento. Caso a reposição ocorra em outro exercício
financeiro, no caso da União deve-se usar o DARF, a crédito do Tesouro Nacional.

Questão 5 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item seguinte, relativo a receitas e


despesas públicas.
O estágio de pagamento da despesa caracteriza-se pelo despacho por meio do qual a autori-
dade competente determina que a despesa seja liquidada.

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Errado.
PEGADINHA DA BANCA
O examinador colocou uma casca de banana no final da assertiva colocando a palavra “liqui-
dada”, quando deveria ser paga! Veja a reprodução abaixo do artigo 64 da Lei 4.320/64, com
grifos nossos:

“A ordem de pagamento é despacho exarado por autoridade competente, determinando que a des-
pesa seja paga”.

3. Classificação das Despesas Públicas Orçamentárias


Seguindo o que a legislação orienta, a classificação da despesa no orçamento público
deve ser desdobrada de acordo com os seguintes critérios: institucional (órgão e unidade
orçamentária), funcional (função e subfunção), por programas (programa, projeto, atividade e
operações especiais) e segundo a natureza (categorias econômicas, grupos, modalidades de
aplicação e elementos). Entretanto, temos também classificações doutrinárias que também
são cobradas em prova. Então vamos agora conhecer as classificações das Despesas Públi-
cas mais relevantes para concursos públicos.

Somente as despesas orçamentárias são objeto de classificação, ou seja, as despesas extra-


orçamentárias nem classificadas são!

3.1. Quanto à Forma de Ingresso


Parte da Doutrina utiliza o termo “natureza” nessa classificação, mas não devemos con-
fundir com a classificação por natureza da despesa que estudaremos ao longo da aula. Dessa
forma, penso que que os termos “forma de ingresso” seja o mais adequado para utilizar no
que diz respeito ao critério aplicado nessa classificação.

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3.1.1. Despesas Orçamentárias

Basicamente, podemos dizer que as despesas orçamentárias são aquelas que PRECISAM
estar previstas na LOA ou nas Leis de Créditos Adicionais e que financiam o funcionamento
dos serviços públicos. Guarde que a sua realização depende de autorização legislativa.
Em outras palavras, são as despesas fixadas nas leis orçamentárias ou nas de créditos
adicionais, instituídas em bases legais, dependendo de autorização legislativa e obedecendo
aos estágios da despesa: fixação, empenho, liquidação e pagamento.
Contabilmente falando, constituem despesas orçamentárias a redução do Ativo em de-
corrência de desembolso financeiro pela execução da despesa à vista ou aumento do Passivo
em decorrência da despesa a prazo, posto que a despesa orçamentária deve seguir o regime
da competência.

A partir da classificação da despesa em orçamentária é que vem todas as demais classifica-


ções, ou seja, as despesas extra orçamentárias não são objeto de outras classificações.

3.1.2. Despesas Extra Orçamentárias

São despesas extra orçamentárias aquelas que não constam na LOA ou nas leis de Cré-
ditos Adicionais, tendo em vista o seu caráter transitório. Em suma, a sua realização não se
vincula à execução do orçamento.
Em outras palavras, são aquelas despesas não presentes no orçamento ou nas leis de
créditos adicionais, correspondendo à devolução de recursos transitórios que foram obtidos
como receitas extraorçamentárias que pertencem a terceiros e não aos órgãos públicos.
Nessa toada, contabilmente falando, constituem despesas extra orçamentárias a redução
do Ativo em decorrência da desincorporação de bens e direitos e o aumento do passivo em
decorrência do surgimento de obrigações, ambas independentes da execução orçamentária.
Em suma, são, na verdade, restituição ou à entrega de valores arrecadados sob o título de re-
ceitas extra orçamentárias.

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Podemos citar as seguintes para exemplificar: devoluções de cauções, fianças, salários e


vencimentos não reclamados; pagamentos de restos a pagar, restituições a pagar e consig-
nações em folha de pagamento.

Enquanto o pagamento do principal das operações de crédito por antecipação de receita or-
çamentária é despesa extraorçamentária, o pagamento da parte relativas aos encargos re-
ferentes a tais despesas é despesa orçamentária classificada no elemento de despesa “25
- Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita”.

Questão 6 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) No que se refere às despesas pú-


blicas, julgue o item.
Denomina-se despesa orçamentária a despesa que tenha sido realizada com o sacrifício de
receitas orçamentárias, ainda que não tenha sido objeto de dotação orçamentária.

Errado.
Na verdade, guarde que a despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização
legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.

3.2. Classificação quanto à Efetividade / Afetação Patrimonial

Para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser classificada quanto ao impacto na
situação líquida patrimonial em:
Despesa Orçamentária Efetiva - aquela que, no momento de sua realização, reduz a situa-
ção líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.

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Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não re-
duz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Também
chamada de despesa “por mutação/mudança patrimonial.

DICA
A grande dica aqui é que, no geral, a despesa orçamentária
efetiva é despesa corrente, mas pode haver despesa corrente
não efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição
de materiais para estoque e a despesa com adiantamentos,
que representam fatos permutativos, embora sejam despesas
correntes.

Já a despesa não efetiva normalmente é uma despesa de capital, mas existem despesas
de capital que são efetivas como as transferências de capital, que causam variação patrimo-
nial diminutiva e, por isso, classificam-se como despesa efetiva, embora sejam despesas de
capital.
Guarde:

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Questão 7 (CESPE/CNJ/TÉCNICO/2013) Consoante à despesa pública, julgue o item sub-


sequente.
Uma despesa pública é considerada não efetiva quando não reduz a situação líquida patrimo-
nial da entidade no momento de sua realização.

Certo.
A despesa pública considerada não efetiva é aquela que, no momento da sua realização, não
reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Tam-
bém chamada de despesa “por mutação/mudança patrimonial”.

3.3. Classificação Institucional/Departamental

A Classificação Institucional da Despesa ordena as despesas de acordo com o ente po-


lítico competente à sua instituição ou realização, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do
Distrito Federal e Municipal, relacionando os órgãos orçamentários e suas respectivas unida-
des orçamentárias.
Para facilitar a sua compreensão, vamos nos basear na estrutura administrativa do Poder
Executivo Federal, que se divide em:
• Administração Direta
− Presidência da República
− Ministérios
− Órgãos Autônomos – são órgãos que se destinam à pesquisa, ao ensino e às ati-
vidades industriais, comerciais e agrícolas. A estrutura funcional desses órgãos é
dotada de um Fundo Especial de Natureza Contábil.

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• Administração Indireta

− Autarquias

− Fundações Públicas

− Empresas Públicas

− Sociedades de Economia Mista

A ideia básica é que as dotações são confiadas diretamente a um Órgão, cujo dirigente é

o titular da responsabilidade pela execução e que, por sua vez, é subdividido em Unidades

Orçamentárias, às quais caberá a execução das despesas, bem como a fiscalização a ser

executada pelo órgão setorial de controle interno.

Guarde que uma Unidade Orçamentária é o agrupamento de serviços subordinados ao

mesmo órgão ou repartição para a qual serão consignadas dotações próprias.

Importante destacar que as Unidades Orçamentárias podem corresponder a uma estrutu-

ra administrativa, como Tribunais, Ministérios etc., bem como podem se constituir apenas em

uma classificação para agrupar despesas afins, tais como “Encargos Financeiros”, “Reserva

de Contingência”, etc.

Guarde ainda que na classificação institucional, a nível federal, são Órgãos: Presidência

da República e Ministérios, Câmara dos Deputados, Senado Federal e TCU, STF, STJ, Justiça

Federal, Justiça Militar da União, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e a Justiça do Distrito

Federal e dos Territórios.

Importante destacar também que além das subdivisões de cada Órgão, são também Uni-
dades Orçamentárias os chamados órgãos autônomos, as autarquias, as fundações públicas,

as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

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O código da classificação Institucional é composto por cinco dígitos, sendo que os dois pri-
meiros identificam o Órgão e os três últimos, a Unidade Orçamentária.

3.4. Classificação Funcional

A ideia-chave da classificação Funcional é funcionar como elemento de ligação dos gas-


tos públicos nas três esferas de governo, sendo utilizada, tanto no orçamento da União, quan-
to no orçamento dos Estados. Também os Municípios estão obrigados a observar essa regra.
O objetivo é que as funções representem as ações desenvolvidas pelo Governo, seja direta
ou indiretamente, aglutinadas em grupos maiores, de acordo com os objetivos nacionais.
Atualmente temos 28 funções com códigos de dois dígitos, já que as funções são dividi-
das em sub funções. A sub função representa uma partição da função, visando agregar deter-
minado subconjunto de despesas do setor público.
Guarde que, enquanto o código das funções é composto por dois dígitos numéricos, o das
sub funções, por três dígitos, sem significado especial.
A Portaria 42/1999 atualiza a discriminação da despesa por funções de que trata a Lei
4.320/1964; estabelece os conceitos de função, sub função, programa, projeto, atividade,
operações especiais; e dá outras providências.
Guarde ainda que não mais existe a classificação funcional programática.

Questão 8 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
Na classificação funcional da despesa orçamentária, a função, via de regra, relaciona-se com
a missão institucional do órgão, e a subfunção deve evidenciar cada área da atuação gover-
namental.

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Certo.
Sim, a assertiva conceituou corretamente a classificação funcional da despesa. Vamos apro-
veitar a oportunidade para dar uma lida, com grifos nossos, no que diz o MCASP - Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público sobre esse assunto:

“4.2.2. Classificação Funcional


A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscando
responder basicamente à indagação “em que área” de ação governamental a despesa será reali-
zada.
(...)
4.2.2.1. Função
A função é representada pelos dois primeiros dígitos da classificação funcional e pode ser tradu-
zida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função
quase sempre se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa, que, na União, de modo geral, guarda relação com os respectivos Ministérios.
(...)
4.2.2.2. Subfunção
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível de
agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental,
por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza
básica das ações que se aglutinam em torno das funções”.

3.5. Classificação por Estrutura Programática

Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos
objetivos estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja, quatro anos.
O Plano Plurianual (PPA) para o período de 2020-2023 (Lei 13.971/2020) apresenta 4
(quatro) pilares em sua construção, quais sejam: simplificação metodológica; realismo fiscal;
integração entre planejamento e avaliação; e, visão estratégica e foco em resultados.
Conforme a figura abaixo, a metodologia do PPA 2020-2023 compreende 3 dimensões:
1) a Dimensão Estratégica, composta pelos eixos da Estratégia Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social (Endes), as diretrizes do PPA e os Temas;

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2) a Dimensão Tática, composta pelos Programas e seus objetivos, meta e indicador de


resultado; e
3) a Dimensão Operacional, onde estão as ações orçamentárias e não-orçamentárias.

Segundo a metodologia para elaboração do PPA 2020-2023, foram adotados os seguintes


conceitos:
Diretrizes – possuem a finalidade de retratar as declarações de governo e indicam as pre-
ferências políticas dos governantes eleitos.
Temas – buscam refletir a estrutura institucional adotada pela administração federal.
Programa – é a categoria que articula um conjunto de ações (orçamentárias e não-or-
çamentárias) suficientes para enfrentar um problema. Seu desempenho deve ser passível de
aferição.
Assim sendo, a ótica de organização governamental integrando Planejamento e Orça-
mento está consubstanciada na ligação das ações orçamentárias e não orçamentárias dire-

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tamente aos novos programas. Portanto, o produto de uma ação, como resultado, deve visar
a concretização/realização dos objetivos pretendidos nos programas.
O conjunto dos produtos de determinadas ações viabilizará a execução do objetivo e o
cumprimento da meta geral estabelecida para um programa finalístico, mensurada por um
indicador de resultado.
Ao se resgatar o modelo lógico como organizador dos elementos constitutivos dos pro-
gramas do novo PPA, a metodologia visa contribuir para um adequado desenho dos progra-
mas, o que posteriormente auxilia na avaliação das políticas públicas na medida em que iden-
tifica claramente os objetivos e resultados esperados do programa, bem como os indicadores
de resultado.
A ação orçamentária representa operação da qual resultam produtos (bens ou serviços)
que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito
de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pesso-
as físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros,
e os financiamentos.
A Atividade é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e perma-
nente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo.
Exemplo: ação 4339 - Qualificação da Regulação e Fiscalização da Saúde Suplementar.
O Projeto é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um
produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Exemplo:
ação 7M63 - Adequação de Trecho Rodoviário - km 714 - km 725 - na BR-364/RO.
A Operação Especial é usada para despesas que não contribuem para a manutenção, ex-
pansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não
geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Destaque-se que as opera-
ções especiais têm como característica não retratar a atividade produtiva no âmbito federal,
podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à sociedade, quando
caracterizada por transferências a outros entes.

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Guarde que, por sua vez, o Plano Orçamentário - PO é, nas palavras do MTO, uma identifi-
cação orçamentária, de caráter gerencial (não constante da LOA), vinculada à ação orçamen-
tária, que tem por finalidade permitir que tanto a elaboração do orçamento quanto o acompa-
nhamento físico e financeiro da execução ocorram em um nível mais detalhado do que o do
subtítulo (localizador de gasto) da ação. O código do PO é uma identificação alfanumérica de
quatro posições.
A estrutura da programação orçamentária da despesa é dividida em programação qualita-
tiva e programação quantitativa. Vamos conhece-los e diferenciá-los.
Programação qualitativa - o programa de trabalho define qualitativamente a programação
orçamentária e deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que carac-
terizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos
de informação: Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional,
Estrutura Programática e principais informações do Programa e Ação.
Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira. A programação
física define quanto se pretende desenvolver do produto por meio da meta física, que correspon-
de à quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num
determinado período e instituída para cada ano. Já a programação financeira define o que
adquirir e com quais recursos, por meio da natureza da despesa, identificador de uso, fonte de
recursos, identificador de operações de crédito, identificador de resultado primário, dotação
e justificativa.

3.6. Quanto à Natureza da Despesa (por Categorias)

A classificação “por natureza”, também chamada de classificação econômica, basica-


mente divide as despesas em correntes (não contribuem diretamente para a formação de ou
aquisição de um bem de capital) e as despesas de capital (que contribuem diretamente para
a formação de ou aquisição de um bem de capital).
Importante informar que a classificação econômica foi instituída pela LEI 4320/64, sendo
adotada até hoje, com as devidas atualizações instituídas pela Portaria SOF/STN 163/2001.
Aqui temos um ponto importante: as bancas cobram tanto as classificações da LEI 4320/64

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quanto da PORTARIA 163/2001. Por isso precisamos conhecer as 2 classificações e prestar

MUITA ATENÇÃO AO COMANDO DA QUESTÃO, de modo a identificar exatamente qual classi-

ficação a banca quer.

Pela LEI 4320/64, as despesas correntes são divididas em despesas de custeio e transfe-

rências correntes. Já as despesas de capital são divididas em investimentos, inversões finan-

ceiras e transferências de capital.

A Lei 4.320/1964 trata da classificação da despesa por categoria econômica e elementos

em seus artigos 12 e 13, mas atualmente, em regra, devemos seguir o Anexo II da Portaria

Interministerial SOF/STN 163/2001. Registre-se ainda que, de acordo com o artigo 6º dessa

Portaria, “Na LOA, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo,

por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação”.

Nessa pegada, o conjunto de informações que formam o código é conhecido como clas-

sificação por natureza de despesa e informa a Categoria econômica, o Grupo a que pertence,

a Modalidade de aplicação e o Elemento, e o desdobramento facultativo do elemento da Des-

pesa (sub elemento).

DICA
Guarde o mnemônico: C-G-MM-EE-DD ou CGMED!

Em outras palavras, a classificação por natureza, na verdade, engloba as classificações

por categoria econômica, por grupo de despesa, por modalidade de aplicação e pelo elemento

de despesa.

Dessa forma, constitui-se um código de seis dígitos, no qual o primeiro dígito indica a

categoria econômica (3-corrente ou 4-capital), o segundo, o grupo de natureza de despesa (1

a 6), o terceiro e quarto indicam a modalidade de aplicação e os dois últimos, o elemento de

despesa.

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No que diz respeito a Categoria econômica obedece ao critério econômico, e denota o


impacto dos gastos públicos na economia do país, sendo classificada em duas categorias
econômicas, com os seguintes códigos:
3 - Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despe-
sas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital;
4 - Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas
que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
No que diz respeito ao Grupo de natureza de despesa – GND, podemos dizer que é um
agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de
gasto.
No que diz respeito à Modalidade de aplicação, podemos dizer que, visando eliminar a
dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados, indica se os recursos serão
aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orça-
mentária para outros níveis de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para enti-
dades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade
detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível
de Governo. Ressalte-se que a modalidade de Aplicação 90 é a mais utilizada, pois é a aplica-
ção direta do recurso público pelo próprio ente.
No que diz respeito ao Elemento de despesa, podemos dizer que tem por finalidade identi-
ficar os objetos de gasto, enquanto o seu desdobramento facultativo visa atender necessida-
des específicas de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.
A título meramente exemplificativo, podemos mencionar o caso das despesas com aqui-
sição de material de consumo que tem a natureza da despesa classificada como 3.3.90.30.
São classificadas como “3 - Despesas Correntes”, no grupo de despesa “3 – Outras Des-
pesas Correntes”. Como essa despesa executada diretamente pela União, quanto à modali-
dade de aplicação é classificada “90 – Aplicações Diretas. Já o elemento de despesa no qual
devem ser registrados os gastos com aquisição de material de consumo é o “30 – Material
de Consumo”.

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Importante saber que a classificação por natureza de despesa é obrigatória para todos os
entes da federação e tem por finalidade a obtenção de informações macroeconômicas sobre
os efeitos dos gastos do setor público na economia e o controle gerencial do gasto. Guarde
ainda que o conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária for-
ma um código estruturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a modalidade de apli-
cação e o elemento. Também, compõe o código o sub elemento que é facultativo.

Ressalte-se que a categoria econômica e o grupo de natureza integram a classificação


econômica, que tem por objetivo de evidenciar o efeito econômico da realização da despesa.
Nessa pegada, essa classificação viabiliza o fornecimento de elementos para avaliação
do efeito econômico das transações do setor público, com ênfase no efeito dos gastos sobre
a economia. Abaixo uma visão sistematizada da classificação quanto à natureza da despesa:

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Registre-se que o 5º nível, desdobramento facultativo ou sub elemento deve ser aplicado
de acordo com a necessidades cada Ente em termos de escrituração contábil e controle da
execução orçamentária.

Questão 9 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Com relação a despesa pública, julgue o item


subsequente.
Independentemente do ente federativo, para fins de escrituração contábil e controle da exe-
cução orçamentária, é obrigatório o desdobramento dos elementos de despesa em níveis
menores de classificação.

Errado.
Na verdade, o Elemento de Despesa identifica o objeto do gasto e o Desdobramento do Ele-
mento de Despesa é Facultativo, conforme necessidades de escrituração contábil e controle
da execução orçamentária.

No que diz respeito à natureza da despesa orçamentária, as reservas não são classificadas
como despesas correntes nem como despesas de capital. Para efeito de classificação, as re-
servas do RPPS – Regime Próprio de Previdência Social e as reservas de contingência serão
identificadas como grupo “9”, todavia, não são passíveis de execução, servindo de fonte para
abertura de créditos adicionais, mediante os quais se dará efetivamente a despesa que será
classificada nos respectivos grupos.

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Despesa Pública
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3.7. Classificação por Categoria Econômica (1º nível)

A Lei n. 4.320/64, em seu artigo 12, instituiu a classificação das despesas segundo sua
categoria econômica, que é dividida em duas categorias: Despesa Corrente e Despesa de
Capital.
As Despesas Correntes são as que não contribuem diretamente para a formação ou aqui-
sição de um bem de capital. São, portanto, as que contribuem para a manutenção das ativi-
dades.

As Despesas de Capital, ao contrário, contribuem diretamente para a formação ou aquisição


de um bem de capital, implicando em aumento patrimonial.

Questão 10 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Despesa pública é o conjunto de dispên-


dios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos prestados à sociedade
ou para a realização de investimentos. A respeito de despesa pública, julgue o item.
Segundo a categoria econômica, as despesas públicas são classificadas em despesas cor-
rentes e despesas de capital.

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Certo.
Confira a classificação da despesa pública quanto à categoria econômica diretamente no
MCASP, com grifos nossos:

4.2.4.2. Categoria Econômica


A despesa orçamentária, assim como a receita orçamentária, é classificada em duas categorias
econômicas, com os seguintes códigos:
3 Despesas Correntes
4 Despesas de Capital

Vamos detalhar mais isso!


Despesas Correntes
As Despesas Correntes são subdivididas em Despesas de Custeio e Transferências Cor-
rentes.
3. Despesas Correntes
3.1. Despesas de Custeio
3.2. Transferências Correntes
Segundo o artigo 12, § 1º, da Lei 4.320/64, as Despesas de Custeio são aquelas desti-
nadas à manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a
obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
As Transferências Correntes, por outro lado, são as dotações para despesas às quais não
corresponda contraprestação direta em bens ou serviços.
Além dessas, classificam-se como correntes as contribuições e subvenções destinadas
a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado, neste caso, evi-
dentemente, com contraprestação em bens ou serviços deficitários, mas de interesse público.
As transferências podem ser constitucionais, legais, decorrentes de convênios ou contra-
tos de repasse ou simplesmente decorrentes de autorizações orçamentárias.
As subvenções são transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas, distinguindo-se como subvenções sociais e econômicas.

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Despesa Pública
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As subvenções sociais são as que se destinem a instituições públicas ou privadas de ca-


ráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa.
As subvenções econômicas são as que se destinem a empresas públicas ou privadas de
caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão de subven-
ções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educa-
cional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a esses objeti-
vos, revelar-se mais econômica.
O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de
serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os pa-
drões mínimos de eficiência previamente fixados.
Somente à instituição cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfatórias pe-
los órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.
A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza autárquica
ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas
correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.
Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas as dotações destinadas a co-
brir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros
alimentícios ou outros materiais e as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a
produtores de determinados gêneros ou materiais.
A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a empresa de fins
lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente
autorizada em lei especial.
Despesas de Capital
As Despesas de Capital são subdivididas em Investimentos, Inversões Financeiras e
Transferências de Capital.
4. Despesas de Capital
4.1. Investimentos
4.2. Inversões Financeiras

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4.3. Transferências de Capital


Investimentos: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as
destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à sua realização, bem como
para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento do capital de empresas industriais ou agrícolas.
Importante destacar que são classificados como Investimentos, as Sentenças Judiciárias
e Despesas de Exercícios Anteriores, quando expressamente se referirem a investimentos.
Inversões Financeiras: são as dotações destinadas à aquisição de imóveis, ou de bens de
capital já em utilização, aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou enti-
dades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do ca-
pital, e a constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
A construção de um prédio, portanto, constitui investimento, enquanto a aquisição de um
prédio já em utilização consiste em inversão financeira. A aquisição de um imóvel novo para
ser utilizado especificamente no fim a que se destina o órgão público é classificada como
investimento.

As despesas de capital do grupo investimento contribuem para a formação do Produto Inter-


no Bruto, diferentemente da despesa de capital do grupo inversão financeira, que não contri-
bui para o incremento do PIB.

Saiba que o PIB - Produto Interno Bruto se refere ao valor agregado de todos os bens e
serviços finais produzidos dentro do território econômico do país, independentemente da na-
cionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços.
Assim, a despesa de capital só impacta o PIB se servir para agregar valor aos bens e ser-
viços finais dessa economia.

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No caso de uma inversão financeira, como, por exemplo, a aquisição de um prédio já pron-
to (usado) para a instalação de um serviço público não agrega valor à economia, não alteran-
do o PIB.
Já os investimentos são as despesas de capital que agregam valor aos bens e, gerando
acréscimos ao PIB. Veja, por exemplo, a construção de um novo prédio para abrigar um órgão
público, que é uma despesa de capital - investimento, incrementou o PIB ao agregar valor a
um bem que não existia (prédio novo).

Questão 11 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Se determinado órgão público precisar adqui-


rir equipamentos novos necessários à execução de determinada obra, a despesa correspon-
dente será classificada como
a) subvenção econômica.
b) transferência de capital.
c) inversão financeira.
d) investimento.
e) subvenção social.

Letra d.
Caro(a) aluno(a), a despesa correspondente à aquisição de equipamentos novos necessários
à execução de determinada obra, deve ser classificada como investimento, pois se enquadra
na definição legal desse tipo de gasto: “despesas com softwares e com o planejamento e a
execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realiza-
ção destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente”.

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Transferências de Capital: são as dotações para investimentos ou inversões financeiras


que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de con-
traprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou con-
tribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especial anterior, bem
como as dotações para amortização da dívida pública.

3.8. Quanto ao GND - Grupo de Natureza da Despesa (2º nível)

Basicamente o grupo- GND funciona como um agregador de elementos de despesa, man-


tendo as mesmas características no que diz respeito ao objeto do gasto. A ideia é que a
classificação por Grupo de Natureza de Despesa - GND agrupe aquelas despesas com carac-
terísticas comuns.
Em termos de utilidade prática dessa classificação, podemos citar o caso do atendimento
às emendas no Congresso Nacional quando, por exemplo, por força de dispositivos constitu-
cionais, as despesas classificadas nos GND 1, 2 e 6 não podem ser canceladas.

DICA
A classificação por GND diverge daquela por Grupo de Despe-
sa utilizada nas leis de orçamento.

A Classificação GND é a seguinte.

3.8.1. GND das Despesas Correntes

1 – pessoal e encargos sociais: despesas de natureza salarial decorrentes do pagamento


pelo efetivo exercício do cargo ou do emprego ou de função de confiança no setor público,
quer civil ou militar, ativo ou inativo, bem como das obrigações trabalhistas de responsabili-
dade do empregador, incidentes sobre a folha de salários.
2 – juros e encargos da dívida: despesas com o pagamento de juros, comissões e outros
encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pú-
blica mobiliária federal.

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3 – outras despesas correntes: despesas com aquisição de material de consumo, paga-


mento de serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou pessoa jurídica,
independentemente de forma contratual, e outras da categoria econômica “Despesas Corren-
tes” não classificáveis nos grupos anteriores.

3.8.2. GND das Despesas de Capital

4 – investimentos: despesas com softwares e com o planejamento e a execução de obras,


inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas,
com assim com os programas especiais de trabalho (regime de execução especial) e com a
aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
5 – inversões financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens
de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas que visem a objetivos co-
merciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
6 – amortização da dívida: despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal
e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mo-
biliária. Os GND 1, 2 e 3 constituem as despesas correntes, e os GND 4, 5 e 6, as despesas de
capital, segundo a classificação por categoria econômica.

Não confunda “amortização de dívida” com “amortização de empréstimos”, que é uma das
origens das receitas de capital. Guarde que o grupo “amortização da dívida” deve ser clas-
sificado na categoria econômica das despesas de capital. Guarde ainda que o grupo “juros
e encargos da dívida” deve ser classificado na categoria econômica de despesas correntes.

3.9. Quanto à Modalidade de Aplicação (3º nível)

Importante saber que a classificação por modalidade de aplicação serve para possibilitar
a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

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Nessa linha de pensamento, serve para indicar se os recursos serão aplicados:


Diretamente pela própria unidade detentora do crédito orçamentário ou pela entidade no
âmbito do mesmo nível de governo;
OU
Indiretamente, via transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização or-
çamentária para outras esferas de governo, seus órgãos ou entidades, ou ainda para entida-
des privadas sem fins lucrativos e outras instituições.
A especificação da modalidade de aplicação observará, no mínimo, o seguinte detalha-
mento:
30 – governo estadual;
40 – administração municipal;
50 – entidade privada sem fins lucrativos;
90 – aplicação direta; ou
99 – a ser definida.
Em outras palavras, a modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão
aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou transferidos, ain-
da que na forma de descentralização, a outras esferas de governo, órgãos ou entidades, de
acordo com a especificação estabelecida pela Secretaria de Orçamento Federal, do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, observando-se, no mínimo, o seguinte detalhamento:
20 – Transferências à União;
Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante trans-
ferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração in-
direta.
30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal;
Despesas realizadas mediante transferências de recursos financeiros da União ou dos
Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração
indireta.
40 – Transferências a Municípios;

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Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Es-


tados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta.
50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos;
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins
lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.
60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos;
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins
lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.
70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais;
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades nacio-
nais, criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação.
80 – Transferências ao Exterior;
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades
governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos ins-
tituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no
Brasil.
90 – Aplicações Diretas; ou
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de
descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Segu-
ridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo. Essa é a modalidade de aplicação mais
usada, já que é a aplicação direta do recurso pelo órgão.
99 – A Definir.
Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou para classificação orçamen-
tária da Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS, vedada a execução orçamentária
enquanto não houver sua definição.

3.10. Quanto ao Elemento de Despesa (4º nível)


A Lei n. 4.320/64, em seu artigo 15, estabelece o princípio da descriminação que exige que
as despesas sejam discriminadas, no mínimo, por elementos. Em seguida, define elemen-
tos como:

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o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se ser-
ve a administração pública para a consecução dos seus fins.

A lei de diretrizes orçamentárias - LDO normalmente reafirma a necessidade de que as leis


orçamentárias venham discriminadas por elementos de despesa, mas abre a possibilidade de
que essa discriminação esteja disponível apenas em meio eletrônico.
Na prática, o projeto de lei orçamentária impresso é encaminhado ao Congresso Nacional
sem a discriminação por elemento de despesa. A informação, contudo, estará disponível em
meio eletrônico aos membros do Congresso.
Os elementos de despesa não são avaliados durante a tramitação do projeto de lei no
Congresso Nacional. Aprovada a lei orçamentária, o Poder Executivo faz as adequações ne-
cessárias das despesas no nível de elemento.
A classificação da despesa quanto ao seu elemento de despesas visa identificar os ob-
jetos de gasto, ou seja, aquilo que será adquirido, tais como vencimentos e vantagens fixas,
juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, sub-
venções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amorti-
zação e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.
Como exemplos de elemento de despesa, temos: 01 - Aposentadorias e Reformas, 13 -
Obrigações Patronais, 19 - Auxílio Fardamento, 43 - Subvenções Sociais, 51 – Obras e Insta-
lações, dentre outros.

3.11. Classificação da Lei n. 4.320/1964

O artigo 2º da Lei 4.320/64 estabelece que o orçamento terá quadro demonstrativo da


Receita e Despesa organizado pela Categoria Econômica.

Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a


política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade universalidade e anualidade.
§ 1º Integrarão a Lei de Orçamento:
II – Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas...

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Por sua vez, de acordo com o previsto o artigo 12 da Lei 4.320/64, a estrutura de agru-
pamento está um pouco diferente da estrutura atual, mas não está errado, já que a estrutura
atual está apenas um pouco mais detalhada.
Se numa eventual questão de prova o examinador pedir para você julgar a seguinte asser-
tiva: “de acordo com a lei n. 4.320/64, as despesas correntes têm como grupo despesas de
custeio e transferências correntes”, você pode marcar a questão como correta!

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:


DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços ante-
riormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens
imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não cor-
responda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções
destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir
despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I – subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assisten-
cial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II – subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter in-
dustrial, comercial, agrícola ou pastoril.
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras,
inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últi-
mas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos
e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comer-
ciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que
outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contrapresta-
ção direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, se-

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gundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as
dotações para amortização da dívida pública”.

Já o artigo 13 da lei 4.320/64 apresenta os elementos:

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da des-
pesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguinte
esquema:

DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL


Despesas de Custeio Investimentos
- Pessoa Civil -Obras Públicas
- Pessoal Militar -Serviços em Regime de Programação Especial
- Material de Consumo -Equipamentos e Instalações
- Serviços de Terceiros -Material Permanente
- Encargos Diversos -Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
Transferências Correntes Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
- Subvenções Sociais Inversões Financeiras
- Subvenções Econômicas - Aquisição de Imóveis
- Inativos - Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
- Pensionistas Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras
- Salário Família e Abono Familiar - Aquisição de Títulos Representativos de Capital de
- Juros da Dívida Pública Empresa em Funcionamento
-Contribuições de Previdência Social - Constituição de Fundos Rotativos
-Diversas Transferências Correntes. - Concessão de Empréstimos
- Diversas Inversões Financeiras
Transferências de Capital
- Amortização da Dívida Pública
- Auxílios para Obras Públicas
- Auxílios para Equipamentos e Instalações
- Auxílios para Inversões Financeiras
- Outras Contribuições.

Importante destacar que a participação em constituição ou aumento de Capital de Empre-


sas ou Entidades Industriais ou Agrícolas é considerada investimento e a participação em
constituição ou aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras é
considerada inversão financeira.

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Essa diferenciação aparece na literalidade do artigo 12 da LEI 4.320/64, sendo que esse
dispositivo legal não foi revogado. Entretanto, no MTO, essa diferenciação NÃO É APRESEN-
TADA. Confira no trecho extraído do MTO com grifos nossos:

4 - Investimentos - Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de


obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas,
e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
5 - Inversões Financeiras - Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital
já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qual-
quer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a cons-
tituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

Existem diferenças no conceito de inversões financeiras entre a Lei 4320/1964 e o previsto


nos Manuais que orientam a Classificação por Natureza da Despesa. Note que enquanto nos
Manuais temos que são inversões financeiras a despesa orçamentária com a constituição ou
aumento do capital de empresas (sem restrições); a Lei 4320/1964 prevê que são inversões
financeiras apenas as despesas orçamentárias com a constituição ou aumento do capital de
entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações
bancárias ou de seguros (e as demais despesas orçamentárias com a constituição ou au-
mento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro são classifi-
cadas como investimentos).

Questão 12 (CESPE/PREFEITURA-MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n.º


4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
A dotação orçamentária inserida no orçamento do município que se destine à constituição de
instituição bancária é classificada como investimento.

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Errado.
Na verdade, a Lei 4.320/64 determina que a dotação para a constituição de instituição bancá-
ria seja classificada como inversão financeira. Confira com grifos nossos:

Art. 12 - § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:


I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comer-
ciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

RESUMINDO, na LEI 4.320/64 TEMOS:

O artigo 15 da lei n. 4.320/1964, diz que a despesa na lei do orçamento será detalhada até
o nível elemento e seu §2º traz o requisito para classificação de material permanente como
duração superior a dois anos:

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços,
obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins.
§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração su-
perior a dois anos.

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Note que de acordo com a LEI 4320/64, a Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-
-se-á no mínimo por elementos (artigo 15), sendo por elementos o desdobramento da des-
pesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração
pública para consecução dos seus fins. Mas, de modo distinto, pela Portaria 163/2001, na
LOA, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria
econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

DICA
Em uma questão de prova fique atento ao comando da ques-
tão. Se citar a legislação, responda conforme acima. Se não
citar, qualquer das duas situações estão corretas.

3.12. Classificação na LRF

A LRF – Lei de responsabilidade Fiscal também traz informações acerca da Classificação


da Despesa, e determina que o RREO - Relatório Resumido de Execução Orçamentária deverá
conter o balanço orçamentário e o demonstrativo de execução das despesas classificados
quanto à natureza. Veja:

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes
e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e
composto de:
I – balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada
e o saldo;
II – demonstrativos da execução das:
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação ini-
cial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício.

3.13. Portaria Interministerial n. 163/2001

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A portaria 163/2001 regulou o uso da classificação por natureza para elaboração e con-
trole dos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios e do Distrito Federal. Veja:

Art. 3º A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de:


I – categoria econômica;
II – grupo de natureza da despesa;
III – elemento de despesa;
§ 1º A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modali-
dade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por
órgãos ou por entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e
suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem
dos recursos transferidos ou descentralizados.
§ 2º Entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que
apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto.
§ 3º O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como ven-
cimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados
sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanen-
te, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de
seus fins.
§ 4º As classificações da despesa por categoria econômica, por grupo de natureza, por modalidade
de aplicação e por elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou especificações, constam do
Anexo II desta Portaria.
§ 5º É facultado o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das
necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Observe abaixo que no artigo 5º dessa portaria, a exigência maior de detalhamento é para
a execução do orçamento. Lembre-se que para a elaboração do orçamento, ou seja, para a
LOA, consta apenas a exigência de classificação por grupo e modalidade (a e b).

Art. 5º Em decorrência do disposto no art. 3º, a estrutura da natureza da despesa a ser observada
na execução orçamentária de todas as esferas de governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde:
a) ’c’ representa a categoria econômica;
b) ‘g’ o grupo de natureza da despesa;
c) ’mm’ a modalidade de aplicação;
d) ’ee’ o elemento de despesa; e
e) ’dd’ o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

3.14. Classificação Regional

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As despesas públicas são distribuídas por região, estados e municípios. Há casos em que
as despesas são especificadas até em bairros de cidades, mas essa localização não faz parte
da classificação regional.
A classificação regional consiste em instrumento que visa possibilitar a verificação do
atendimento ao dispositivo constitucional que determina o uso das leis orçamentárias, com-
patibilizadas com o Plano Plurianual - PPA, para reduzir as desigualdades inter-regionais
segundo o critério populacional.
Para evitar confusão entre Municípios com o mesmo nome, mas em Estados diferentes,
cada Municípios recebe um código de identificação composto de cinco dígitos, que é forneci-
do pelo IBGE no início de cada processo orçamentário no Congresso Nacional.

3.15. Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado

A LRF, também conhecida por nós como Lei Complementar n. 101, de 2000 (Lei de Res-

ponsabilidade Fiscal) introduziu na Administração Pública o conceito de despesa obrigatória

de caráter continuado, assim definida no art. 17 da LRF: “Considera-se obrigatória de caráter

continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo nor-

mativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a

dois exercícios”.

A estimativa da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado é

um requisito introduzido pela LRF, para assegurar que não haverá a criação de nova despesa

sem fontes consistentes de financiamento, entendidas essas como aumento permanente de

receita ou redução de outra despesa de caráter continuado.

O aumento permanente de receita é definido como aquele proveniente da elevação de

alíquotas, ampliação da base de cálculo ou majoração ou criação de tributo ou contribuição

(§ 3º do art. 17 da LRF).

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Em suma, considera-se como obrigatória de caráter continuado a despesa corrente deri-

vada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obriga-

ção legal de sua execução por um período superior a dois exercícios (caput do art. 17 da LRF).

3.16. Quanto à Regularidade ou Periodicidade

Podem ser Ordinárias, aquelas despesas perenes e que possuem característica de conti-

nuidade, pois se repetem em todos os exercícios, como as despesas com pessoal, encargos,

etc. ou Extraordinárias, aquelas que não integram sempre o orçamento, pois são despesas de

caráter não continuado, eventual, inconstante, imprevisível, como as despesas decorrentes de

calamidade pública, guerras, comoção interna, etc.

3.17. Quanto à Esfera Orçamentária

A classificação por esfera orçamentária serve apenas para identificar se o orçamento é

fiscal, da seguridade social ou de investimento das empresas estatais, conforme disposto no

§ 5º do art. 165 da CF/1988:

Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da

Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Públi-

co;

Orçamento de Investimento: orçamento das empresas em que a União, direta ou indireta-

mente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados,

da Administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos

pelo Poder Público.

3.18. Por Identificador de Uso – IDUSO e por Identificador de


Doação/Operação de Crédito – IDOC

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A classificação por código do IDUSO, embora pouco presente em provas de concursos pú-
blicos, serve para completar a informação concernente à aplicação dos recursos e destina-se
a indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de empréstimos, doações ou des-
tinam-se a outras aplicações, constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.
As classificações por IDUSO são as seguintes:
0 Recursos não destinados à contrapartida.
1 Contrapartida de empréstimos do BIRD2.
2 Contrapartida de empréstimos do BID3.
3 Contrapartida de empréstimos por desempenho ou com enfoque setorial amplo.
4 Contrapartida de outros empréstimos.
5 Contrapartida de doações.
6 Recursos não destinados à contrapartida, para identificação dos recursos destinados à
aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde.
Já a classificação por IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou opera-
ções de crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de
recursos da União. Os gastos referentes à contrapartida de empréstimos serão programados
com o Identificador de Uso – IDUSO – igual a 1, 2, 3 ou 4 e o IDOC com o número da respec-
tiva operação de crédito, enquanto que para as contrapartidas de doações serão utilizados o
IDUSO 5 e o respectivo IDOC.

3.18. Por Competência Institucional

Trata-se de uma classificação doutrinária que classifica as despesas de acordo com o


ente político competente à sua instituição ou realização, quais sejam: Governo Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Municipal.

4. Precatórios

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4.1. Introdução

Amigo(a), é fundamental ter logo em mente que o diferencial entre a execução contra um
particular e a execução contra a Fazenda é facilmente observado tendo como parâmetro as-
pectos como a impenhorabilidade de bens públicos e a tramitação constitucional dos preca-
tórios (que é o nosso foco).
Importante destacar que o principal fato que marcou o regime de precatórios foi sua ele-
vação ao status constitucional com o advento da Constituição de 1934, tendo surgido a partir
desse momento importantes inovações com o fito de regular o pagamento das dívidas oriun-
das de decisões transitadas em julgado.
Tendo sua gênese na Constituição de 1934, o mesmo tornou-se um artifício legal usado
para contornar a impenhorabilidade dos bens públicos.
De lá para cá, o ordenamento jurídico evoluiu em aspectos como a transparência (exigên-
cia do respeito à ordem cronológica), a imposição de sanções como o sequestro, a interven-
ção, o poder liberatório, a responsabilização dos agentes em crimes de responsabilidade, etc.

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Seguindo a evolução histórica dos precatórios, seu atual perfil constitucional, constante
no artigo 100 da nossa CF/88, foi atualizado principalmente pelas Emendas Constitucionais
n. 62/2009 e n. 94/2016, e também relevantes decisões do STF. Temos também o artigo 67
da Lei 4.320/64.

4.2. Conceito e Natureza Jurídica


Vamos começar estabelecendo a diferença entre precatória e precatório.
O termo “precatória” é utilizado para designar o pedido feito por um juiz a outrem, deman-
dando providências diversas
Já o nosso tema, Precatório, tem por objetivo solicitar ao Presidente do Tribunal que expe-
ça ofício à Fazenda Pública determinando o pagamento de quantia por esta devida.
Em outras palavras, podemos dizer que precatórios são pagamentos devidos pelas Fa-
zendas Públicas Federal, estaduais, municipais e do DF, em virtude de sentença judicial.
Decorrem de situações em que a Administração não reconhece uma dívida na esfera ad-
ministrativa e o credor ingressa com uma ação no Poder Judiciário. Em caso de vitória do
credor, haverá um procedimento diferenciado para o pagamento, já que os bens públicos são
impenhoráveis.
Nessa pegada, pode-se afirmar que precatório é o ato administrativo de comunicação,
possuindo a característica de ato de comunicação interna, pelo intermédio do qual o Esta-
do-Poder Judiciário comunica-se com o Estado-Poder Executivo, dando-lhe notícia da con-
denação a fim de que, ao elaborar o orçamento-programa para o próximo exercício, o valor
correspondente tenha sido incluído na previsão orçamentária.

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O instituto do precatório traz certa controvérsia no tocante sua natureza, por se tratar de
ato praticado por membro do Poder Judiciário, que nesse caso exerce funções eminentemen-
te administrativas, sem nenhuma carga decisória. Em verdade, não há caráter de ato judicial,
existindo apenas mera comunicação interna ao Poder Executivo, por intermédio de ato do
Poder Judiciário.
Nessa pegada, trata-se o precatório de ato administrativo, não contendo carga decisória,
não podendo ser classificado como ato legislativo, porquanto não fixe norma de ordem geral.
Além disso, apesar de ser uma expedição na seara do Judiciário, o requisitório corres-
ponde a ato não judicial, mesmo porque ocorre posteriormente ao término da fase judicial do
processo de execução contra a Fazenda Pública.
Conclui-se, caro colega, que o precatório, muito embora seja ato praticado pelo Poder Ju-
diciário, tem natureza jurídica de ato administrativo, sendo perfeitamente possível que qual-
quer um dos Poderes pratique atos que não correspondam a suas funções precípuas.
Importante destacar logo de início que, a impessoalidade deve imperar, ou seja, os paga-
mentos dos precatórios devem ser feitos exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. Essa
condição de impessoalidade já prevista na Lei 4.320/64, e foi reforçada na CF/88.

4.3. Classificação dos Precatórios


Desde a Emenda Constitucional de número 30, faz-se necessário analisar a execução no
âmbito administrativo, ou seja, analisar a execução pautando-se no sistema de precatórios
para elaboração de três ordens cronológicas.
Nessa linha de pensamento, temos três espécies de precatórios:
1) os requisitórios de pequeno valor;
2) os de natureza alimentar; e
3) os de natureza não alimentar.
Importante ressaltar que os Requisitórios de Pequeno Valor (RPV) e os precatórios de
natureza alimentar ainda têm um certo privilégio mesmo com as alterações implantadas pela
Emenda Constitucional n. 62/2009.

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4.3.1. Requisitórios de Pequeno Valor - RPV

Os denominados Requisitórios de Pequeno valor -RPV foram abordados pela primeira vez
pela Emenda Constitucional n.. 20, de 15 de dezembro de 1998, que segundo o parágrafo 3º
do artigo 100, não se aplicaria o regime de precatório aos pagamentos de obrigações defini-
das em lei como de pequeno valor, as quais a Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal
fosse parte, exigindo-se da mesma forma sentença judicial transitada em julgado.
A Emenda Constitucional número 30 acrescentou o § 5º ao artigo 100 da Constituição
Federal, o qual previu a possibilidade de fixação de valores diferentes para se determinar pe-

queno valor para União, Estados e Municípios, respeitando as diferentes capacidades de cada

entidade de direito público.

Os créditos de pequeno valor não necessitam se submeter ao regime de precatórios, mas

o § 5º, acrescentado pela Emenda Constitucional n.. 30/2000 expõe “[...] a lei poderá fixar [...]”,

sendo necessário que lei discipline o que é obrigação de pequeno valor. Entretanto, tal lei não

fora editada no momento oportuno, e, durante um longo período, tal normativa ficou latente.

Apenas com a promulgação da Lei n. 10.099/2000, a qual alterou a Lei n.. 8.213/1991

é que o ordenamento jurídico brasileiro teve a primeira definição de “obrigação de pequeno

valor”, atribuindo como tal às obrigações de natureza previdenciária que não excedessem R$

5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco centavos).

Posteriormente com o advento da lei que instituiu os Juizados Especiais da Justiça Fe-

deral – Lei n.. 10.259/2000 passou-se a usar o limite estabelecido para competência dos

Juizados Especiais Federais, ou seja, 60 salários mínimos, seguindo para tanto o disposto na

Lei n.. 10.259/2001:

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão,
o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por
ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica
Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório. [...]
§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o sequestro do numerário suficiente ao
cumprimento da decisão.

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§ 3º São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, de modo que o


pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, e, em parte, mediante
expedição do precatório, e a expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago.
§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento far-se-á, sempre, por
meio do precatório, sendo facultado à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente,
para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.

A Emenda Constitucional n.. 37/2002 estabeleceu regras para o pagamento de créditos de

pequeno valor e fixou parâmetro distinto para os entes da administração pública, conforme

disposto no artigo 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição


Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de
pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da
Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obriga-
ções consignadas em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-
-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do
valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma previs-
ta no § 3º do art. 100.

Dessa forma entende-se como crédito de pequeno valor:


a) em se tratando de Fazenda Pública Federal, as obrigações que não excedam 60 salários
mínimos;
b) para a Fazenda Pública Estadual e Distrital, valor igual ou inferior a quarenta salários
mínimos;
c) e quando a obrigação se referir à Fazenda Pública Municipal, montante igual ou inferior
a trinta salários mínimos.
Ressalte-se que as disposições transitórias têm caráter supletivo, sendo autorizado a
cada ente federado definir, dentro de sua realidade, o teto das obrigações tidas como de pe-
queno valor, e dessa forma a Emenda Constitucional n. 62/2009 dispôs:

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Art. 100 (...)


§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às en-
tidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual
ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.

Assim, cabe a cada ente fixar por leis próprias o valor a ser considerado como de pequeno
valor, observando-se o mínimo estipulado como o valor do maior benefício do regime geral de
previdência social.
Muito embora os créditos de pequeno valor não se prendam à sistemática dos precató-
rios estes devem da mesma forma obedecer a uma ordem cronológica própria deles, ou seja,
existe um controle da ordem cronológica de apresentação das condenações consideradas
pequeno valor, sob pena de sequestro da quantia necessária para o pagamento de débito
preterido.
Dessa forma, as obrigações oriundas das requisições de pequeno valor, deverão ser pa-
gas pela Fazenda Pública em qualquer época do ano, no prazo de 60 (sessenta) dias contados
a partir do recebimento da requisição sob pena de sequestro, dispensando-se assim o prazo
constitucional para o pagamento dos precatórios que prevê a obrigatoriedade de inclusão no
orçamento, para pagamento até o final do exercício seguinte.

4.3.2. Precatórios de Natureza Alimentar

O tratamento diferenciado dos créditos alimentares surgiu com a Constituição Federal de


1988, vez que tal normativa era inexistente até o momento no ordenamento jurídico brasileiro.
A intenção do legislador foi dar priorizar dos débitos de natureza alimentar, considerando o
seu caráter de urgência.
Segundo a melhor Doutrina, por alimentos deve-se entender não somente aquilo que se
ingere e que assegure a sobrevivência física, mas todos os bens necessários à vida, como
moradia, instrução, vestimenta, saúde, etc.

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Têm natureza alimentar, e, portanto, devem ser pagos de uma única vez, devidamente
atualizados, independentemente de ordem cronológica, os créditos relativos a vencimentos
de funcionário público, objeto de execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, apo-
sentadoria e pensões dos servidores, bem como os benefícios acidentários e previdenciários.
Na CF/88, o artigo 100, § 1º – A, definiu o que seria o crédito de natureza alimentar englo-
bando dentre os créditos de natureza alimentícia os salários, vencimentos, proventos, pen-
sões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou inva-
lidez fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.
A doutrina discute se o rol do § 1º - A é apenas exemplificativo podendo outros créditos,
considerados de natureza alimentícia, se beneficiar da precedência sobre os demais.
Alguns Doutrinadores entendem que estão inclusos nesses créditos os decorrentes de:

a) relações trabalhistas;

b) indenização por ato cometido por funcionários ou servidor público; c) indenização de

férias e licença-prêmio não gozadas;

d) cobrança de correção monetária de diferenças salariais.

Porém, esse entendimento não é pacífico na Doutrina, gerando inúmeras discussões acer-

ca dos créditos que se enquadrariam sob o caráter alimentar e, consequentemente gozariam

desse tratamento constitucionais privilegiado.


Nessa linha de raciocínio, a outra parcela da Doutrina entende ser o rol constitucional

taxativo, já que trata de uma exceção que retira os créditos mencionados no dispositivo da

ordem cronológica dos precatórios de natureza comum, não havendo, portanto, como aplicar

a interpretação extensiva.

JURISPRUDÊNCIA
De acordo com o entendimento da Súmula editada pelo Supremo Tribunal Federal existe
tão somente uma simples preferência de pagamento dos precatórios alimentares. Veja
o que determina a Súmula do 655 do STF:
Súmula n. 655: A exceção prevista no art. 100, “caput”, da Constituição, em favor dos
créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se

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a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de con-


denações de outra natureza.

Continuando nossa análise, importante destacar que a Emenda Constitucional n. 62/2009

trouxe dentro do quadro de preferência para os precatórios de natureza alimentar outra ex-

cepcionalidade, a precedência dos precatórios a credores que na data de sua expedição pos-

suíam 60 anos de idade ou mais ou sejam portadores de doença grave. Veja inclusive no

parágrafo segundo a novidade trazida pela EC 94/2016:

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-


tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial tran-
sitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária,
tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com
deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 94, de
2016).

4.3.3. Precatórios de Natureza não Alimentar

Por exclusão, não sendo os créditos contra a Fazenda Pública de caráter alimentar e nem

enquadrado nos limites atualmente tomados como parâmetro para caracterizar como requi-

sições de pequeno valor, estamos falando do crédito conhecido como de natureza não-ali-

mentar também chamados de “de outras espécies”, termo utilizado pelo departamento com-

petente da entidade pública responsável pela expedição do ofício requisitório que é a peça

que caracteriza a formação do instrumento do precatório.

Vamos conhecer algumas jurisprudências sobre o tema:

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JURISPRUDÊNCIA
Os honorários advocatícios são verbas de natureza alimentar.
JURISPRUDÊNCIA
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos conselhos de fis-
calização não se submetem ao regime de precatórios. O STF manifestou entendimento
no sentido de que não é possível incluir os Conselhos (Conselho fiscalizador – e fisca-
lizador, no caso, profissional), como por Fazenda Pública. Assim, não há como aplicar o
artigo 100 da CF/88 a eles.

Questão 13 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) A respeito da receita e da despesa pública,

assim como do regime constitucional dos precatórios, julgue o próximo item.

Os pagamentos devidos pelos conselhos de fiscalização profissional em decorrên-


cia de condenação judicial sujeitam-se ao regime constitucional dos precatórios.

Errado.

De acordo com o STF:

os pagamentos devidos em razão de pronunciamento judicial pelos conselhos de fiscaliza-


ção não se submetem ao regime de precatórios.

JURISPRUDÊNCIA
De acordo com o STF, os privilégios da Fazenda Pública NÃO são extensíveis às socie-
dades de economia mista que executam atividades em regime de concorrência ou que
tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Assim, tais empresas não

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podem se beneficiar do sistema de pagamento por precatório de dívidas decorrentes


de decisões judiciais

4.4. Precatórios no Texto da CF/88

Vamos agora comentar e reproduzir os principais aspectos relativos à disciplina dos pre-

catórios constantes no Texto da CF/88, apresentando também decisões relevantes do STF

com impacto significativo nos efeitos de cada um deles, quando for o caso.

4.4.1. Artigo 100

Os principais aspectos relacionados aos precatórios na CF/88 estão regulados pelo artigo
100 da CF/88, sendo alguns deles já comentados. Abaixo reproduzo-o, sublinhando e grifan-
do em negrito os trechos mais importantes para você e apresentando questões de prova que
cobraram praticamente o conhecimento da literalidade do artigo 100 da CF/88, intercalan-
do-o com as respectivas decisões do STF, sendo que algumas delas tem impacto direto na
constitucionalidade da norma.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Munici-
pais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apre-
sentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial tran-
sitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
aqueles referidos no § 2º deste artigo.

A decisão do STF relativa as ADIs 4.425, 4.400, 4.372 e 4.357 teve impacto nos parágrafos 2º,
9º, 10º, 12º e 15º do artigo 100 e no artigo 97 do ADCT (parágrafo 1º, inciso II e parágrafo 16º).

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JURISPRUDÊNCIA
O STF entendeu ser inconstitucional a EC 62/2009, mas considerando a existência de
pagamentos já realizados e ainda em curso pelas regras dessa EC 62/2009, a Suprema
Corte decidiu pela manutenção da vigência do regime especial por 5 exercícios financei-
ros a contar a partir de 01/01/2016, ou seja, esse prazo acaba em 01/01/2021.

De acordo com Tathiana Piscitelli:

O STF decidiu ainda que durante esse período ficam mantidas a vinculação de percentuais míni-
mos de RCL – Receita Corrente Líquida ao pagamento de precatórios, nos termos do artigo 97, pa-
rágrafo 10, do ADCT, bem como as sanções para o caso de não liberação tempestiva dos recursos
destinados ao pagamento de precatórios, conforme o mesmo dispositivo.

Ainda segundo a autora:

O STF conferiu eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade, fixando como marco


inicial o dia 25/03/2015. Assim, o STF manteve a validade dos precatórios pagos até essa data que
observaram as regras trazidas pela EC 62/2009.

A decisão do STF foi no sentido de que o parágrafo 2º ofendeu o princípio da isonomia, já que
limitou a preferência do pagamento de precatórios alimentares aos titulares com 60 anos ou
mais na data da expedição do precatório.

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária,


tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às en-
tidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual
ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.

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A Sumula Vinculante 17 do STF teve impacto no dispositivo abaixo!

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária


ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

JURISPRUDÊNCIA
O STF, por meio da Súmula Vinculante 17, determina que durante o período previsto no
§ 1º do art. 100 da Constituição (atualmente é o § 5º), não incidem juros de mora sobre
os precatórios que nele fossem pagos. Assim, não temos incidência de Juros de Mora
sobre precatórios apresentados até 1º de julho e pagos até o final do exercício seguinte.

E antes da expedição do precatório ou da requisição de pequeno valor?

JURISPRUDÊNCIA
De acordo o STF, aplicando a tese de repercussão geral, o precatório é um certificado de
que o Estado se mostrou inadimplente e que não há um período, antes de que seja cum-
prida a dívida, que o Estado perde essa qualificação, devendo, sim, o credor ser compen-
sado pela demora.
Em suma, para o STF devem incidir juros da mora entre a data da realização dos cálculos
e a data da requisição de pequeno valor ou do precatório.

De acordo com o STF, entre a data de realização dos cálculos e a data de requisição de pe-
queno valor ou do precatório deve incidir juros de mora, mas a partir da sua apresentação até
o dia 01 de julho, fazendo-se o pagamento até o final do ano, não deve incidir juros de mora.

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§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder


Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pa-
gamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de pre-
terimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar
frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá,
também, perante o Conselho Nacional de Justiça.

JURISPRUDÊNCIA
De acordo com o STF, os atos praticados por Presidentes de Tribu-
nais no tocante ao processamento e pagamento de precatório judicial têm
natureza administrativa, ou seja, em termos de precatórios não praticam atos jurisdicio-
nais.

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem


como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.

Os parágrafos 9º e 10º foram julgados inconstitucionais pelo STF, que vedou a compensação
unilateral dos débitos da Fazenda Pública inscritos em precatórios ou em requisição de pe-
queno valor.

§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles


deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos,
inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública de-
vedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja
suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os
débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.

JURISPRUDÊNCIA

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A compensação de tributos devidos à Fazenda Pública com créditos decorrentes de


decisão judicial caracteriza pretensão assentada em norma considerada inconstitucio-
nal (art. 100, §§ 9º e 10, da Constituição da República, com redação conferida pela EC
62/2009). O Plenário do STF, ao julgar a ADI 4.357 e a ADI 4.425, assentou a inconstitucio-
nalidade dos parágrafos 9º e 10º do artigo 100 da Constituição da República, com reda-
ção conferida pela EC 62/2009, forte no argumento de que a compensação dos débitos
da Fazenda Pública inscritos em precatórios embaraça a efetividade da jurisdição (CF,
art. 5º, XXXV), desrespeita a coisa julgada material (CF, art. 5º, XXXVI), vulnera a Separa-
ção dos Poderes (CF, art. 2º) e ofende a isonomia entre o poder público e o particular (CF,
art. 5º, caput), cânone essencial do Estado Democrático de Direito (CF, art. 1º, caput).
Destarte, não se revela constitucionalmente possível a compensação unilateral de débi-
tos em proveito exclusivo da Fazenda Pública mesmo que os valores envolvidos este-
jam sujeitos ao regime de pagamento por requisição de pequeno valor (RE 657.686, rel.
min. Luiz Fux, j. 23-10-2014, P, DJE de 5-12-2014, Tema 511; ADI 4.425, rel. p/ o ac. Min.
Luiz Fux, julgamento em 14-3-2013, Plenário, DJE de 19-12-2013).

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entre-
ga de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.

O parágrafo 12º foi julgado inconstitucional pelo STF! Na verdade, foi uma inconstitucionali-
dade parcial, especificamente da expressão “independentemente da sua natureza”.

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional (62/2009), a atualização de valores


de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua nature-
za, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de
compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a
caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.

JURISPRUDÊNCIA
A atualização monetária dos débitos fazendários inscritos em precatórios segundo o
índice oficial de remuneração da caderneta de poupança viola o direito fundamental de

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propriedade (CF, art. 5º, XXII), na medida em que é manifestamente incapaz de preservar
o valor real do crédito de que é titular o cidadão.
(...) A quantificação dos juros moratórios relativos a débitos fazendários inscritos em
precatórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança vulnera o prin-
cípio constitucional da isonomia (CF, art. 5º, caput) ao incidir sobre débitos estatais de
natureza tributária, pela discriminação em detrimento da parte processual privada que,
salvo expressa determinação em contrário, responde pelos juros da mora tributária à
taxa de 1% ao mês em favor do Estado (art. 161, § 1º, CTN). Declaração de inconstitucio-
nalidade parcial sem redução da expressão “independentemente de sua natureza”, con-
tida no art. 100, § 12, da CF, incluído pela EC 62/2009, para determinar que, quanto aos
precatórios de natureza tributária, sejam aplicados os mesmos juros de mora incidentes
sobre todo e qualquer crédito tributário (ADI 4.425, rel. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgamento
em 14-3-2013, Plenário, DJE de 19-12- 2013).
JURISPRUDÊNCIA
Inconstitucionalidade parcial de “independentemente de sua natureza”
Aos precatórios de natureza tributária, devem ser aplicados os mesmos juros de mora
incidentes sobre todo e qualquer crédito tributário.
Confere-se eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes
aspectos da ADI, fixando como marco inicial a data de conclusão do julgamento da pre-
sente questão de ordem (25.03.2015) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos
ou pagos até esta data, a saber:
(i) fica mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança (TR), nos termos da EC 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (a) os cré-
ditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E); e os precatórios tributários deverão observar os mesmos critérios
pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos tributários; e
(ii) ficam resguardados os precatórios expedidos, no âmbito da administração pública
federal, com base nos arts. 27 das Leis 12.919/13 e 13.080/15, que fixam o IPCA-E como
índice de correção monetária (ADI 4.425 Questão de Ordem, rel. min. Luiz Fux, j. 25-3-
2015, P, DJE de 4-8-2015).

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, in-
dependentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos
§§ 2º e 3º.

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§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.

O parágrafo 15º foi julgado inconstitucional pelo STF, que entendeu que o regime “especial”
de pagamento de precatórios para Estados e Municípios, ao veicular nova moratória na qui-
tação dos débitos judiciais da Fazenda Pública e ao impor o contingenciamento de recursos
para esse fim, viola diversos postulados constitucionais.

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá
estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal
e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.

JURISPRUDÊNCIA
“O regime ‘especial’ de pagamento de precatórios para Estados e Municí-
pios criado pela EC 62/2009, ao veicular nova moratória na quitação dos débi-
tos judiciais da Fazenda Pública e ao impor o contingenciamento de recur-
sos para esse fim, viola a cláusula constitucional do Estado de Direito (CF, art.
1º, caput), o princípio da Separação de Poderes (CF, art. 2º), o postulado da isonomia (CF,
art. 5º), a garantia do acesso à justiça e a efetividade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º,
XXXV), o direito adquirido e à coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI).” (ADI 4.425, rel. p/ o ac.
Min. Luiz Fux, julgamento em 14-3-2013, Plenário, DJE de 19-12-2013).

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de preca-
tórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base
anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de
precatórios e obrigações de pequeno valor.

DICA
Destaque-se que a Emenda Constitucional n. 94/2016 acres-
centou o conceito de Receita Corrente Líquida oriundo da LRF
ao § 17 do artigo 100 da CF/88. Guarde que esse conceito

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somente é válido para os fins do artigo 100, § 17, da CF/1988,


ou seja, a CF/88 não alterou o conceito de Receita Corrente
Líquida – RCL previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal e
que é utilizado para os outros casos em que se utiliza a RCL
como referência.

§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das
receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente an-
terior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determi-
nação constitucional;
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para
custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compen-
sação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprome-
timento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a par-
cela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento
de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites
de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precató-
rios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos,
perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta
por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou
defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado.

4.4.2. Artigo 97 do ADCT

O Ato das Disposições Constitucionais transitórias – ADCT tem natureza de norma cons-
titucional, contendo regras para assegurar a harmonia da transição do regime constitucional
anterior (1969) para o novo regime (1988), além de estabelecer regras de caráter meramente

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transitório, relacionadas com essa mudança, cuja eficácia jurídica é exaurida assim que ocor-
re a situação prevista.
Importante destacar que uma grande inovação advinda da Emenda Constitucional n. 62
foi a nova redação do art. 97 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que dentre
tantas inovações instituiu nova sistemática para o pagamento dos precatórios dos Estados,
o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional,
estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações dire-
ta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído
pela referida Emenda. Abaixo, comentamos e reproduzimos alguns desses dispositivos.

Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição
Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda
Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas adminis-
trações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial
instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabeleci-
das, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º,
9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data
de promulgação desta Emenda Constitucional.

O §1º desse artigo detalha como os Estados, DF e Municípios devem fazer a sua opção,
enquanto o §2º regula como devem ser saldados os precatórios vencidos e a vencer por parte
desses entes e o §3º define o que a Receita Líquida.
Por sua vez, o §4º do art. 97 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias dispõe
que os valores apurados serão devidamente depositados em contas especiais para paga-
mento de precatórios pelo regime especial serão administradas pelo Tribunal de Justiça local.
No §5º desse dispositivo é determinado que os recursos depositados nas contas espe-
ciais de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo não poderão retornar para Estados, Distrito
Federal e Municípios devedores.
A alteração constitucional traz todo procedimento a ser adotado e prevê ainda uma divi-
são que delimita percentuais mínimos de pagamento dos créditos, assim tem-se:

§ 6º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo
serão utilizados para pagamento de precatórios em ordem cronológica de apresentação, respei-

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tadas as preferências definidas no § 1º, para os requisitórios do mesmo ano e no § 2º do art. 100,
para requisitórios de todos os anos.
§ 7º Nos casos em que não se possa estabelecer a precedência cronológica entre 2 (dois) preca-
tórios, pagar-se-á primeiramente o precatório de menor valor.
§ 8º A aplicação dos recursos restantes dependerá de opção a ser exercida por Estados, Distrito
Federal e Municípios devedores, por ato do Poder Executivo, obedecendo à seguinte forma, que
poderá ser aplicada isoladamente ou simultaneamente:
I – destinados ao pagamento dos precatórios por meio do leilão;
II – destinados a pagamento a vista de precatórios não quitados na forma do § 6º e do inciso I, em
ordem única e crescente de valor por precatório;
III – destinados a pagamento por acordo direto com os credores, na forma estabelecida por lei
própria da entidade devedora, que poderá prever criação e forma de funcionamento de câmara de
conciliação.

Como se observa a alteração constitucional resguarda um percentual mínimo de 50% para


pagamento de precatórios seguindo a ordem cronológica de apresentação, e deixa o rema-
nescente a critério do Administrador que poderá dispor:
a) pagamento de precatórios por meio de leilão;
b) nos precatórios não inclusos na ordem do §6º do art. 97 do ADCT, em ordem única e
crescente de valor;
c) negociações diretas nas Câmaras de Conciliação, a serem criadas por lei própria de
cada entidade devedora.
Dentre as possibilidades acima destacadas a Emenda Constitucional n. 62/2009 traz a
participação de quem tiver um precatório vencido e não pago em leilões, no caso daqueles
que oferecerem o maior deságio, ou seja, desconto, terem prioridade de pagamento.
Todavia, restringe-se a participação a aqueles credores cujos precatórios não estejam
pendentes de recurso judicial ou impugnação de qualquer natureza, a previsão da realização
de leilões está prevista no § 9º transcrito abaixo:

§ 9º Os leilões de que trata o inciso I do § 8º deste artigo:


I – serão realizados por meio de sistema eletrônico administrado por entidade autorizada pela Co-
missão de Valores Mobiliários ou pelo Banco Central do Brasil;
II – admitirão a habilitação de precatórios, ou parcela de cada precatório indicada pelo seu deten-
tor, em relação aos quais não esteja pendente, no âmbito do Poder Judiciário, recurso ou impugna-
ção de qualquer natureza, permitida por iniciativa do Poder Executivo a compensação com débitos
líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra devedor originário pela
Fazenda Pública devedora até a data da expedição do precatório, ressalvados aqueles cuja exigibi-

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lidade esteja suspensa nos termos da legislação, ou que já tenham sido objeto de abatimento nos
termos do § 9º do art. 100 da Constituição Federal;
III – ocorrerão por meio de oferta pública a todos os credores habilitados pelo respectivo ente fe-
derativo devedor;
IV – considerarão automaticamente habilitado o credor que satisfaça o que consta no inciso II;
V – serão realizados tantas vezes quanto necessário em função do valor
disponível;
VI – a competição por parcela do valor total ocorrerá a critério do credor, com deságio sobre o valor
desta;
VII – ocorrerão na modalidade deságio, associado ao maior volume ofertado cumulado ou não com
o maior percentual de deságio, pelo maior percentual de deságio, podendo ser fixado valor máximo
por credor, ou por outro critério a ser definido em edital;
VIII – o mecanismo de formação de preço constará nos editais publicados para cada leilão;
IX – a quitação parcial dos precatórios será homologada pelo respectivo
Tribunal que o expediu.

No que se refere às sanções aplicadas em hipótese de descumprimento do dever legal,


a Emenda Constitucional n. 62/2009 não se omitiu prevendo § 10º, do art. 97 do Ato das Dis-
posições Constitucionais Transitórias as sanções aplicáveis ao Poder Público em caso de
descumprimento das regras para o pagamento de precatórios pelo novo regime. Do § 11º ao
18º do artigo 97 do ADCT outros aspectos inerentes aos precatórios.

Registre-se que, quando do julgamento das ADIs 4.425, 4.400, 4.372 e 4.357 o STF também
julgou inconstitucionais parte do artigo 97 do ADCT (parágrafo 1º, inciso II e parágrafo 16º).

JURISPRUDÊNCIA
O STF decidiu que são inconstitucionais os meios de pagamento via leilão, em ordem
única e crescente de valor via acordo direto, em virtude de violarem os princípios da
impessoalidade e da moralidade, além de obstar o direito à execução da sentença judi-
cial transitada em julgado.

A EC 94/2016 Introduziu os artigos 101 a 105 do ADCT com o objetivo de adequar as dis-
posições relativas aos precatórios à Decisão do STF sobre a validade do regime criado pela
EC 62/2009. Vale a pena dar uma lida.

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Art. 101. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, em 25 de março de 2015, se encontra-
vam em mora no pagamento de seus precatórios quitarão, até 31 de dezembro de 2024, seus débi-
tos vencidos e os que vencerão dentro desse período, atualizados pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), ou por outro índice que venha a substituí-lo, depositando
mensalmente em conta especial do Tribunal de Justiça local, sob única e exclusiva administração
deste, 1/12 (um doze avos) do valor calculado percentualmente sobre suas receitas correntes lí-
quidas apuradas no segundo mês anterior ao mês de pagamento, em percentual suficiente para a
quitação de seus débitos e, ainda que variável, nunca inferior, em cada exercício, ao percentual pra-
ticado na data da entrada em vigor do regime especial a que se refere este artigo, em conformidade
com plano de pagamento a ser anualmente apresentado ao Tribunal de Justiça local. (Redação
dada pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 1º Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório
das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente an-
terior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
I – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
II – nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio
de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação fi-
nanceira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 94, de 2016)
§ 2º O débito de precatórios será pago com recursos orçamentários próprios provenientes das
fontes de receita corrente líquida referidas no § 1º deste artigo e, adicionalmente, poderão ser
utilizados recursos dos seguintes instrumentos: (Redação dada pela Emenda constitucional n. 99,
de 2017)
I – até 75% (setenta e cinco por cento) dos depósitos judiciais e dos depósitos administrativos
em dinheiro referentes a processos judiciais ou administrativos, tributários ou não tributários, nos
quais sejam parte os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios, e as respectivas autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes, mediante a instituição de fundo garantidor em mon-
tante equivalente a 1/3 (um terço) dos recursos levantados, constituído pela parcela restante dos
depósitos judiciais e remunerado pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic) para títulos federais, nunca inferior aos índices e critérios aplicados aos depósitos
levantados; (Redação dada pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
II – até 30% (trinta por cento) dos demais depósitos judiciais da localidade sob jurisdição do res-
pectivo Tribunal de Justiça, mediante a instituição de fundo garantidor em montante equivalente
aos recursos levantados, constituído pela parcela restante dos depósitos judiciais e remunerado
pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais,
nunca inferior aos índices e critérios aplicados aos depósitos levantados, destinando-se: (Redação
dada pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
a) no caso do Distrito Federal, 100% (cem por cento) desses recursos ao próprio Distrito Federal;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

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b) no caso dos Estados, 50% (cinquenta por cento) desses recursos ao próprio Estado e 50% (cin-
quenta por cento) aos respectivos Municípios, conforme a circunscrição judiciária onde estão
depositados os recursos, e, se houver mais de um Município na mesma circunscrição judiciária,
os recursos serão rateados entre os Municípios concorrentes, proporcionalmente às respectivas
populações, utilizado como referência o último levantamento censitário ou a mais recente estima-
tiva populacional da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); (Redação dada
pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
III – empréstimos, excetuados para esse fim os limites de endividamento de que tratam os incisos
VI e VII do caput do art. 52 da Constituição Federal e quaisquer outros limites de endividamento
previstos em lei, não se aplicando a esses empréstimos a vedação de vinculação de receita previs-
ta no inciso IV do caput do art. 167 da Constituição Federal; (Redação dada pela Emenda constitu-
cional n. 99, de 2017)
IV – a totalidade dos depósitos em precatórios e requisições diretas de pagamento de obrigações
de pequeno valor efetuados até 31 de dezembro de 2009 e ainda não levantados, com o cancela-
mento dos respectivos requisitórios e a baixa das obrigações, assegurada a revalidação dos re-
quisitórios pelos juízos dos processos perante os Tribunais, a requerimento dos credores e após a
oitiva da entidade devedora, mantidas a posição de ordem cronológica original e a remuneração de
todo o período. (Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 3º Os recursos adicionais previstos nos incisos I, II e IV do § 2º deste artigo serão transferidos
diretamente pela instituição financeira depositária para a conta especial referida no caput deste ar-
tigo, sob única e exclusiva administração do Tribunal de Justiça local, e essa transferência deverá
ser realizada em até sessenta dias contados a partir da entrada em vigor deste parágrafo, sob pena
de responsabilização pessoal do dirigente da instituição financeira por improbidade. (Incluído pela
Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 4º No prazo de até seis meses contados da entrada em vigor do regime especial a que se refere
este artigo, a União, diretamente, ou por intermédio das instituições financeiras oficiais sob seu
controle, disponibilizará aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como às respec-
tivas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, linha de crédito especial para pa-
gamento dos precatórios submetidos ao regime especial de pagamento de que trata este artigo,
observadas as seguintes condições: (Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
I – no financiamento dos saldos remanescentes de precatórios a pagar a que se refere este pa-
rágrafo serão adotados os índices e critérios de atualização que incidem sobre o pagamento de
precatórios, nos termos do § 12 do art. 100 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda cons-
titucional n. 99, de 2017)
II – o financiamento dos saldos remanescentes de precatórios a pagar a que se refere este pará-
grafo será feito em parcelas mensais suficientes à satisfação da dívida assim constituída; (Incluído
pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
III – o valor de cada parcela a que se refere o inciso II deste parágrafo será calculado percen-
tualmente sobre a receita corrente líquida, respectivamente, do Estado, do Distrito Federal e do
Município, no segundo mês anterior ao pagamento, em percentual equivalente à média do com-
prometimento percentual mensal de 2012 até o final do período referido no caput deste artigo,
considerados para esse fim somente os recursos próprios de cada ente da Federação aplicados no
pagamento de precatórios; (Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)

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IV – nos empréstimos a que se refere este parágrafo não se aplicam os limites de endividamento de
que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 52 da Constituição Federal e quaisquer outros limites
de endividamento previstos em lei. (Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
Art. 102. Enquanto viger o regime especial previsto nesta Emenda Constitucional, pelo menos 50%
(cinquenta por cento) dos recursos que, nos termos do art. 101 deste Ato das Disposições Consti-
tucionais Transitórias, forem destinados ao pagamento dos precatórios em mora serão utilizados
no pagamento segundo a ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências dos
créditos alimentares, e, nessas, as relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência, nos termos
do § 2º do art. 100 da Constituição Federal, sobre todos os demais créditos de todos os anos. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 1º A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a ser exercida por Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios, por ato do respectivo Poder Executivo, observada a ordem de preferência dos
credores, poderá ser destinada ao pagamento mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares
de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do cré-
dito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam
observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Numerado do
parágrafo único pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 2º Na vigência do regime especial previsto no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, as preferências relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência serão atendi-
das até o valor equivalente ao quíntuplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º do art. 100
da Constituição Federal, admitido o fracionamento para essa finalidade, e o restante será pago
em ordem cronológica de apresentação do precatório. (Incluído pela Emenda constitucional n. 99,
de 2017)
Art. 103. Enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estiverem efetuando o pagamen-
to da parcela mensal devida como previsto no caput do art. 101 deste Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias, nem eles, nem as respectivas autarquias, fundações e empresas estatais
dependentes poderão sofrer sequestro de valores, exceto no caso de não liberação tempestiva dos
recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
Parágrafo único. Na vigência do regime especial previsto no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, ficam vedadas desapropriações pelos Estados, pelo Distrito Federal
e pelos Municípios, cujos estoques de precatórios ainda pendentes de pagamento, incluídos os
precatórios a pagar de suas entidades da administração indireta, sejam superiores a 70% (setenta
por cento) das respectivas receitas correntes líquidas, excetuadas as desapropriações para fins de
necessidade pública nas áreas de saúde, educação, segurança pública, transporte público, sanea-
mento básico e habitação de interesse social. (Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
Art. 104. Se os recursos referidos no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitó-
rias para o pagamento de precatórios não forem tempestivamente liberados, no todo ou em parte:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
I – o Presidente do Tribunal de Justiça local determinará o sequestro, até o limite do valor não
liberado, das contas do ente federado inadimplente; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94,
de 2016)

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II – o chefe do Poder Executivo do ente federado inadimplente responderá, na forma da legislação


de responsabilidade fiscal e de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 94, de 2016)
III – a União reterá os recursos referentes aos repasses ao Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios e os depositará na conta especial
referida no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para utilização como
nele previsto; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
IV – os Estados reterão os repasses previstos no parágrafo único do art. 158 da Constituição Fede-
ral e os depositarão na conta especial referida no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias, para utilização como nele previsto. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94,
de 2016)
Parágrafo único. Enquanto perdurar a omissão, o ente federado não poderá contrair empréstimo
externo ou interno, exceto para os fins previstos no § 2º do art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, e ficará impedido de receber transferências voluntárias. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
Art. 105. Enquanto viger o regime de pagamento de precatórios previsto no art. 101 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, é facultada aos credores de precatórios, próprios ou de
terceiros, a compensação com débitos de natureza tributária ou de outra natureza que até 25 de
março de 2015 tenham sido inscritos na dívida ativa dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
cípios, observados os requisitos definidos em lei própria do ente federado. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 94, de 2016)
§ 1º Não se aplica às compensações referidas no caput deste artigo qualquer tipo de vinculação,
como as transferências a outros entes e as destinadas à educação, à saúde e a outras finalidades.
(Numerado do parágrafo único pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios regulamentarão nas respectivas leis o dispos-
to no caput deste artigo em até cento e vinte dias a partir de 1º de janeiro de 2018. (Incluído pela
Emenda constitucional n. 99, de 2017)
§ 3º Decorrido o prazo estabelecido no § 2º deste artigo sem a regulamentação nele prevista, ficam
os credores de precatórios autorizados a exercer a faculdade a que se refere o caput deste artigo.
(Incluído pela Emenda constitucional n. 99, de 2017)

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RESUMO
1 – Conceito de Despesa Pública

A Despesa Pública representa o conjunto de dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de


Direito Público, com a finalidade de funcionamento dos serviços públicos e de atendimen-
to às necessidades coletivas aplicando certa quantia dentro de uma autorização legislativa,
buscando a manutenção das atividades do ente estatal ou para a conservação ou construção
de bens públicos, com exceção são as chamadas despesas extra orçamentarias. Importante
registrar que os dispêndios, assim como os ingressos, são tipificados em orçamentários e
extra orçamentários.

2 – Estágios/Fases da Despesa Pública

A execução da despesa orçamentária pública transcorre em três estágios, que conforme


previsto na Lei n. 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento. No entanto, a doutrina
majoritária inclui a Fixação da despesa como sendo um dos estágios, integrando o Planeja-
mento.
A etapa do planejamento e contratação abrange, de modo geral, a fixação da despesa or-
çamentária, a descentralização e movimentação de créditos, a programação orçamentária e
financeira e o processo de licitação.
O empenho é o primeiro estágio da despesa. Nos termos do disposto no art. 58 da Lei
n. 4.320/64, o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição. O empenho
não cria obrigação jurídica de pagar, mas destaca, das dotações orçamentárias destinadas à
satisfação da despesa, a quantia necessária ao resgate do débito.
Usa-se o empenho ordinário para acudir despesas com montante previamente conhecido
e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.
Já o empenho global atende às despesas com montante previamente conhecido, mas
cujo pagamento seja parcelado.

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Por seu turno, para acolher despesas cujo valor não se possa determinar previamente,
usa-se o empenho por estimativa, como nos casos de contas de água, luz, telefone, diá-
rias, etc.
A liquidação é o segundo estágio da despesa e é caracterizada pela entrega dos bens e
serviços contratados. Nos termos do disposto no art. 63 da Lei n. 4.320, de 17/03/64, a liqui-
dação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
O pagamento é o terceiro e último estágio da despesa. Dispositivo constante do art. 64 da
Lei 4.320/64 define: a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga.

3 – Classificações da Despesa Pública


Classificação da Despesas quanto à presença no Orçamento:

Despesas Orçamentárias
As despesas orçamentárias são aquelas que podem ser previstas na lei orçamentária
anual e que financiam o funcionamento dos serviços públicos. Sua realização depende de
autorização legislativa.
Despesas Extra orçamentárias
São despesas extra orçamentárias as que não podem ser previstas na lei orçamentária
anual e têm caráter transitório. Sua realização não se vincula à execução orçamentária.
Classificação quanto à efetividade / afetação patrimonial
Despesa Orçamentária Efetiva - aquela que, no momento de sua realização, reduz a situ-
ação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.
Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não re-
duz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Também
chamada de despesa “por mutação/mudança patrimonial.

Classificação Institucional da Despesa

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Classificação Funcional da Despesa Orçamentária

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Para que servem algumas classificações das despesas:

Classificação da Despesa quanto à Natureza econômica

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Classificação por Categoria Econômica

Classificação por GRUPOS de natureza da despesa

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Classificação por Modalidade de aplicação

Classificação quanto ao Elemento de despesa

A Lei n. 4.320/64, em seu art. 15, estabelece o princípio da descriminação que exige que
as despesas sejam discriminadas, no mínimo, por elementos. Em seguida, define elemen-
tos como

“o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se
serve a administração pública para a consecução dos seus fins”.

Classificação da Lei n. 4.320/1964:


O artigo 2º da Lei 4.320/64 estabelece que o orçamento terá quadro demonstrativo da
Receita e Despesa organizado pela Categoria Econômica.

A despesa é classificada nas seguintes categorias econômicas:


DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio

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Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital”

Esquema:

Regime Constitucional dos Precatórios

Precatório é o ato administrativo de comunicação, possuindo a característica de ato de


comunicação interna, pelo intermédio do qual o Estado-Poder Judiciário comunica-se com
o Estado-Poder Executivo, dando-lhe notícia da condenação a fim de que, ao elaborar o or-
çamento-programa para o próximo exercício, o valor correspondente tenha sido incluído na
previsão orçamentária.
Apesar de ser uma expedição na seara do Judiciário, o requisitório corresponde a ato não
judicial, mesmo porque ocorre posteriormente ao término da fase judicial do processo de exe-
cução contra a Fazenda Pública. Temos três espécies de precatórios:
1) os requisitórios de pequeno valor;
2) os de natureza alimentar; e
3) os de natureza não alimentar.

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MAPA MENTAL
Pela forma de ingresso ou presença no Despesa Extraorçamentária
orçamento
Conceito Despesa Orçamentária
Quanto à efetividade/ afetação patrimonial

Institucional ou departamental
FIXAÇÃO
Funcional

Programática Por estima

Por natureza da despesa Classificação Ordinário


mais importante Empenho
Por categoria econômica
Global
Por GND Estágios
Despesa
Por Modalidade de Aplicação pública Liquidação
Por elemento de despesa
Pela Lei n. 4.320/64
Pagamento
Pela portaria 163/2001

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DIREITO FINANCEIRO
Despesa Pública
Manuel Piñon

QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


Questão 1 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas
e despesas públicas.
Do ponto de vista orçamentário, as despesas públicas correspondem aos decréscimos nos
benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos, redução
de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido.

Questão 2 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos do governo, um dos


mecanismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orça-
mentária e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assun-
to, julgue o item subsequente.
A autorização orçamentária deve preceder a execução financeira da despesa pública.

Questão 3 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-


cução do orçamento, julgue o item que se segue.
O empenho de despesa impõe ao Estado uma obrigação de pagamento, ainda que
o bem correspondente não tenha sido fornecido ou o serviço correspondente não
tenha sido prestado.

Questão 4 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Despesa pública é o conjunto de dispên-


dios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos prestados à sociedade
ou para a realização de investimentos. A respeito de despesa pública, julgue o item.
De acordo com a legislação vigente, para que determinado ente público efetue o pagamento
a fornecedores de material de consumo, basta que, no processo de execução orçamentária,
a despesa a que se refira o pagamento tenha sido empenhada.

Questão 5 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item seguinte, relativo a receitas e


despesas públicas.
O estágio de pagamento da despesa caracteriza-se pelo despacho por meio do qual a autori-
dade competente determina que a despesa seja liquidada.

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Despesa Pública
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Questão 6 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) No que se refere às despesas pú-


blicas, julgue o item.
Denomina-se despesa orçamentária a despesa que tenha sido realizada com o sacrifício de
receitas orçamentárias, ainda que não tenha sido objeto de dotação orçamentária.

Questão 7 (CESPE/CNJ/TÉCNICO/2013) Consoante à despesa pública, julgue o item sub-


sequente.
Uma despesa pública é considerada não efetiva quando não reduz a situação líquida patrimo-
nial da entidade no momento de sua realização.

Questão 8 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
Na classificação funcional da despesa orçamentária, a função, via de regra, relaciona-se com
a missão institucional do órgão, e a subfunção deve evidenciar cada área da atuação gover-
namental.

Questão 9 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Com relação a despesa pública, julgue o item


subsequente.
Independentemente do ente federativo, para fins de escrituração contábil e controle da exe-
cução orçamentária, é obrigatório o desdobramento dos elementos de despesa em níveis
menores de classificação.

Questão 10 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Despesa pública é o conjunto de dispên-


dios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos prestados à sociedade
ou para a realização de investimentos. A respeito de despesa pública, julgue o item.
Segundo a categoria econômica, as despesas públicas são classificadas em despesas cor-
rentes e despesas de capital.

Questão 11 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Se determinado órgão público precisar adqui-


rir equipamentos novos necessários à execução de determinada obra, a despesa correspon-
dente será classificada como

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a) subvenção econômica.
b) transferência de capital.
c) inversão financeira.
d) investimento.
e) subvenção social.

Questão 12 (CESPE/PREFEITURA-MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n.º


4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
A dotação orçamentária inserida no orçamento do município que se destine à constituição de
instituição bancária é classificada como investimento.

Questão 13 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) A respeito da receita e da despesa pública,


assim como do regime constitucional dos precatórios, julgue o próximo item.
Os pagamentos devidos pelos conselhos de fiscalização profissional em decorrência de con-
denação judicial sujeitam-se ao regime constitucional dos precatórios.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito dos principais mecanismos no plane-
jamento e execução do orçamento público, julgue o item que se segue.
A identificação da localização do gasto público na estrutura programática é feita por meio do
subtítulo.

Questão 2 (CESPE/TJ-SC/JUIZ/2019) De acordo com a Lei n.º 4.320/1964, classificam-se


como inversões financeiras as dotações orçamentárias destinadas
a) a despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, bem
como as destinadas a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
b) a obras de conservação e adaptação de bens imóveis e ao aumento do capital de empresas
que visem a objetivos financeiros.
c) ao aumento do capital de empresas que visem a objetivos financeiros, bem como as desti-
nadas ao planejamento e à execução de obras.
d) ao planejamento e à execução de obras e à aquisição de bens de capital já em utilização.
e) à aquisição de bens de capital já em utilização e ao aumento do capital de empresas que
visem a objetivos financeiros.

Questão 3 (CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Acerca das noções elementares de orçamento


público, julgue o item a seguir.
O plano orçamentário é uma identificação obrigatória da lei orçamentária anual cuja finalidade
é permitir o acompanhamento físico e financeiro da execução.

Questão 4 (CESPE/ABIN/OFICIAL-TÉCNICO/2018) Acerca do orçamento público, julgue o


item a seguir.
As funções representam os produtos finais da ação governamental na classificação funcio-
nal-programática.

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Questão 5 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2018) A respeito dos instrumentos de planejamento da


gestão pública, julgue o item a seguir.
Os objetivos da estrutura de programação orçamentária incluem atender às necessidades de
informação das organizações privadas, da sociedade em geral e de outros interessados.

Questão 6 (CESPE/PREFEITURA-MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n.º


4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
A dotação orçamentária inserida no orçamento do município que se destine à constituição de
instituição bancária é classificada como investimento.

Questão 7 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Para realizar uma despesa pública, a autori-


dade competente deve proceder, sucessivamente, às etapas de
a) fixação, programação financeira, pagamento, empenho e liquidação.
b) programação financeira, empenho, fixação, liquidação e pagamento.
c) fixação, empenho, programação financeira, liquidação e pagamento.
d) programação financeira, fixação, empenho, pagamento e liquidação.
e) fixação, programação financeira, empenho, liquidação e pagamento.

Questão 8 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) As operações especiais, ações que integram a


estrutura programática,
a) destinam-se a mensurar a eficácia, eficiência ou efetividade alcançada com a execução do
programa.
b) delimitam o conjunto de operações que resultem na expansão ou no aperfeiçoamento da
ação de governo.
c) indicam a forma de implementação da ação, descrevendo todas as etapas do processo até
a entrega do produto.
d) agrupam despesas que não contribuam para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoa-
mento das ações de governo.
e) constituem um conjunto de operações das quais resulte um produto ou serviço necessário
à manutenção da ação de governo.

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Despesa Pública
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Questão 9 (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019) Com relação à classificação da despesa pú-


blica, julgue os itens a seguir.
I – O programa temático expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à
manutenção da atuação governamental.
II – Do ponto de vista operacional, os seguintes blocos de informação compõem o pro-
grama de trabalho: classificação por esfera, classificação institucional, classificação
funcional, estrutura programática e principais informações do programa e da ação.
III – De acordo com a classificação funcional, a função reflete a competência institucional
do órgão e representa o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do
setor público.
IV – Atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um
programa; envolve um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta
um produto que concorre para a expansão ou para o aperfeiçoamento da ação de go-
verno.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Questão 10 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Acerca da despesa pública, assinale a opção


correta.
a) As subvenções são transferências destinadas ao custeio de programas sociais e econômi-
cos previamente aprovados na lei orçamentária.
b) O prévio empenho é dispensável na medida em que a legislação admite o adiantamento de
pagamento de despesas que não se subordinam ao processo normal de aplicação.
c) O empenho é o ato da autoridade competente que estabelece o cronograma de pagamento
segundo a estimativa da despesa prevista na lei orçamentária.

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d) A despesa de custeio engloba os gastos públicos com o pagamento dos juros e encargos
da dívida pública e sua amortização.
e) A liquidação da despesa pública é o pagamento mediante a apresentação de nota que cer-
tifica a prestação do serviço ou a entrega do produto.

Questão 11 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) No que se refere às despesas pú-


blicas, julgue o item.
Denomina-se despesa orçamentária a despesa que tenha sido realizada com o sacrifício de
receitas orçamentárias, ainda que não tenha sido objeto de dotação orçamentária.

Questão 12 (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019) No que se refere à execução orçamentária,


a despesa será efetivada mediante o cumprimento de estágios: o primeiro deles é o empenho.
Julgue os itens subsequentes, a respeito das modalidades de empenho.
I – No empenho ordinário, o ordenador conhece o valor exato da despesa e, assim, o em-
penha para pagamento em única vez, a exemplo da aquisição de móveis.
II – No empenho global, o ordenador realiza o empenho no valor total da despesa, que será
paga, no entanto, de forma parcelada, a exemplo de contratos de construção.
III – O empenho por estimativa será realizado quando o ordenador não conhece o mon-
tante exato da despesa, a exemplo dos valores destinados à aquisição de passagens.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Questão 13 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas


e despesas públicas.
Do ponto de vista orçamentário, as despesas públicas correspondem aos decréscimos nos
benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos, redução
de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido.

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Questão 14 (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No exercício de 2016, uma escola pública do DF


recebeu dotação orçamentária para a execução do programa de merenda escolar. A dotação
previa dispêndio com despesas correntes para a aquisição de gêneros alimentícios necessá-
rios à elaboração das refeições a serem servidas aos alunos daquela escola. A SEE/DF pro-
videnciou licitação para a escolha da empresa que irá fornecer os gêneros. Com referência a
essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
No caso de o valor empenhado ser insuficiente para atender as despesas com a merenda
escolar, o executor de despesas deverá providenciar a anulação total do empenho e elaborar
outro empenho no valor adequado.

Questão 15 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Considerando as disposições constitucionais


e as normas gerais relativas ao direito financeiro, bem como os princípios orçamentários,
julgue os itens a seguir:
As despesas de investimentos, que devem estar previstas no plano plurianual, correspondem
às dotações previstas para a amortização da dívida pública.

Questão 16 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-


cução do orçamento, julgue o item que se segue.
O empenho de despesa impõe ao Estado uma obrigação de pagamento, ainda que o bem cor-
respondente não tenha sido fornecido ou o serviço correspondente não tenha sido prestado.

Questão 17 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Julgue o próximo item, relativo às receitas e


às despesas públicas.
Os gastos com a construção de um hospital público e com a aquisição de móveis usados são
considerados despesas de capital, ao passo que a compra de papel para impressão e a quita-
ção de juros da dívida pública se enquadram como despesas correntes.

Questão 18 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) De acordo com a Lei de Responsabilidade


Fiscal (LRF), julgue o item a seguir, relativos a receitas e despesas públicas e seu tratamento
para fins de controle e avaliação.

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Despesa Pública
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Gastos com passagens e despesas com locomoção para fins de fiscalização de obra pública

em andamento são despesas correntes do grupo pessoal e encargos sociais, sujeitas aos li-

mites estabelecidos na LRF.

Questão 19 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item a seguir, relativo à implementa-

ção do orçamento público no Brasil.

A fixação da despesa, que compreende a adoção de medidas em determinada situação idea-

lizada, conforme os recursos disponíveis e as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo,

é um dos estágios da despesa pública previstos na legislação em vigor.

Questão 20 (CESPE/TCE-PA/ANALISTA/2016) Julgue o item a seguir, relativo à implementa-

ção do orçamento público no Brasil.

O empenho, primeiro estágio da despesa pública, consiste em reserva de dotação orçamentá-

ria para um fim específico e deve ser assinado pelo ordenador da despesa.

Questão 21 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item seguinte, relativo a receitas e

despesas públicas.

O estágio de pagamento da despesa caracteriza-se pelo despacho por meio do qual a autori-

dade competente determina que a despesa seja liquidada.

Questão 22 (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) O tipo de classificação da despesa pública que

define as áreas específicas de atuação para a ação governamental denomina-se classificação

a) funcional.

b) por modalidade.

c) por fonte de recurso.

d) por esfera.

e) institucional.

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Despesa Pública
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Questão 23 (CESPE/TCU/AUDITOR/2015) Com relação às técnicas e mecanismos de elabo-


ração, à execução e ao controle do orçamento público, julgue o item.
Deve-se usar a modalidade de aplicação se for preciso distinguir os recursos a serem aplica-
dos diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo daqueles
transferidos para outro ente da Federação.

Questão 24 (CESPE/TCE-RN/INSPETOR/2015) Julgue o próximo item, relacionado a recei-


tas e despesas públicas.
A classificação orçamentária da receita influencia a destinação do recurso arrecadado, ou
seja, a segregação entre a receita de impostos e a receita de contribuição permite que a con-
tabilidade separe a receita que é vinculada (impostos) da que não é vinculada (contribuições).

Questão 25 (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Com relação à responsabilidade fiscal e a clas-


sificações orçamentárias da receita e da despesa pública, julgue o item subsequente.
A discriminação da despesa quanto a sua natureza deve ser feita, na elaboração da lei orça-
mentária, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

Questão 26 (CESPE/TC-DF/AUDITOR/2014) Em relação às receitas e despesas públicas, jul-


gue o item subsequente.
A classificação da receita por fonte de recurso atende à necessidade de vinculação de recei-
tas e despesas estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Questão 27 (CESPE/SUFRAMA/ANALISTA/2014) Julgue o item seguinte, referentes aos sis-


temas integrados de administração financeira e orçamentária, a conceitos básicos de receita
e despesa pública e ao uso da conta única do Tesouro Nacional.
Quanto à natureza da despesa, o primeiro passo para a classificação de determinada despesa
pública é identificar sua categoria econômica, verificando se é uma despesa corrente ou de
capital.

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Questão 28 (CESPE/PF/ADMINISTRADOR/2014) No que se refere às receitas e às despesas


públicas, julgue o item que se segue.
Considera-se cumprido o estágio da liquidação da despesa assim que se apura a pessoa ju-
rídica a quem se deve pagar determinada importância a fim de extinguir obrigação decorrente
do fornecimento de bem ou de serviço a órgão público.

Questão 29 (CESPE/ANS/TÉCNICO/2013) Julgue o próximo item, relativo a receitas e des-


pesas públicas.
Por meio da classificação institucional, pode-se identificar o responsável pela programação
da despesa pública.

Questão 30 (CESPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) A tabela a seguir é parte de um documento


destinado à prestação de contas de um ente federativo. O documento foi submetido à análise
de um auditor, que identificou incorreções nos dados prestados.
Receitas e despesas orçamentárias (em R$)
despesas correntes
pessoal e encargos 740.000
aquisição de materiais de consumo 12.000
manutenção de equipamentos 64.000
diárias 8.000
aquisição de softwares 28.000
total de despesas correntes 852.000
despesas de capital
reformas e obras 102.000
aquisição de computadores 55.000
amortização de empréstimos 43.000
total de despesas de capital 200.000
receitas correntes
imposto sobre serviços de qualquer natureza 226.000
taxas de prestação de serviços 18.000
produção animal e derivados 32.000
transferências da União 500.000

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dívida ativa tributária 110.000


total de receitas correntes 886.000
receitas de capital
operações de crédito 110.000
alienação de móveis 8.000
receita imobiliária 48.000
total de receitas de capital 166.000

Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que a tabela poderá ser corrigida
mediante a
a) reclassificação da amortização de empréstimos como despesa corrente.
b) reclassificação da aquisição de materiais de consumo como despesa de capital.
c) reclassificação da dívida ativa tributária como receita de capital e a reclassificação da re-
ceita imobiliária como receita corrente.
d) revisão dos valores de despesas de capital, que não podem suplantar as receitas de mesma
classificação.
e) reclassificação da aquisição de softwares como despesa de capital e a reclassificação da
receita imobiliária como receita corrente.

Questão 31 (CESPE/ANTT/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/2013) Considerando o conceito,


as etapas, os estágios e as categorias econômicas da despesa pública, julgue os itens sub-
sequentes.
O grupo de despesas denominado outras despesas correntes permite contemplar as despe-
sas com aquisição de material de consumo, veículos para uso, auxílio-alimentação e auxílio-
-transporte.

Questão 32 (CESPE/MPU/ANALISTA/2013) A respeito de receitas, despesas e sistema de


apuração de custos no setor público, julgue o próximo item.
O empenho da despesa é o ato emanado da autoridade competente que cria para o Estado
uma obrigação de pagamento, sem registro de obrigação no passivo da entidade, no momen-
to da emissão da nota de empenho.

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Questão 33 (CESPE/CNJ/ANALISTA/2013) No orçamento público estão dispostas as recei-


tas e as despesas administradas pelo Estado. Com relação a esse assunto, julgue o item
subsecutivo.
A classificação funcional das despesas é formada por funções e sub funções. Estas eviden-
ciam cada área da atuação governamental, por intermédio da identificação da natureza das
ações, enquanto aquelas representam o maior nível de agregação das diversas áreas de des-
pesa que competem ao setor público.

Questão 34 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A respeito de orçamento-programa, julgue o


item que se segue.
Na classificação institucional, os dois primeiros dígitos representam o órgão, e os três últi-
mos, a unidade orçamentária.

Questão 35 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Acerca da despesa pública, julgue o próxi-


mo item.
As despesas orçamentárias podem ser classificadas em despesas efetivas e despesas não
efetivas; as despesas orçamentárias não efetivas, assim como os dispêndios extra orçamen-
tários, são oriundas de fatos permutativos.

Questão 36 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) O orçamento público registra a estimativa das


receitas e das despesas administradas pelo Estado. Acerca desse assunto, julgue o próxi-
mo item.
Considere que o MPU decida pela construção de uma nova sede. Nessa situação, o investi-
mento nessa obra constitui-se em uma despesa de capital, enquanto as aquisições dos equi-
pamentos para o funcionamento das novas instalações são classificadas como despesas
correntes.

Questão 37 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) A respeito das classificações da despesa pública,


julgue o item a seguir.
A destinação de recursos do orçamento para a constituição ou aumento do capital de em-
presas que visem a objetivos comerciais, incluindo-se operações bancárias ou de seguros,
é operação considerada despesa de capital, na modalidade investimento.

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Questão 38 (CESPE/PF/DELEGADO/2018)

receitas arrecadadas R$ mil


IPTU 14.000
cota-parte no fundo de participação dos municípios 5.000
taxas 2.000
aluguéis 2.000
tarifas e preços públicos 1.000
vendas de bens imóveis 1.000

despesas empenhadas R$ mil


pessoal 15.000
despesas de custeio 3.000
juros e encargos da dívida 1.000
obras públicas 3.000
amortização da dívida 3.000

Considere que, ao final de 2017, um município brasileiro tenha apresentado as informações


precedentes, relativas à execução orçamentária e financeira naquele exercício financeiro. Com
referência a essas informações, julgue o item que se segue.
O total de despesas de capital foi de R$ 6.000.000.

Questão 39 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Acerca do regime de precatórios no Brasil, jul-


gue o item a seguir.
Sem a concordância do ente público devedor, é vedada a cessão parcial de crédito em preca-
tório cuja dívida seja de natureza alimentícia.

Questão 40 (CESPE/TCE-PR/ACE/2016) João, com sessenta e cinco anos de idade, é credor


de determinado estado da Federação pela importância de R$ 500.000, em virtude de sentença
judiciária transitada em julgado que condenou o estado, após apuração da responsabilidade
civil, a indenizá-lo pela morte de sua esposa.

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Considerando-se que a sentença referida no texto 5A4BBB tenha transitado em julgado em 1º


de março de 2016, para que o recebimento da indenização devida pelo estado ocorresse até o
final de 2017, a data limite para a apresentação do precatório seria
a) 1º de julho de 2016.
b) 10 de janeiro de 2017.
c) 31 de dezembro de 2016.
d) 1º de junho de 2016.
e) 1º de abril de 2016.

Questão 41 (CESPE/TCE-ES/AUDITOR/2012) Enquanto a soberania esteve exclusivamente


nas mãos do rei, a este cabia decretar impostos e dar aplicação ao seu produto, sem fiscali-
zação alguma e sem regras às quais precisasse obedecer. Hoje, a soberania reside na nação
e são os seus representantes que fazem o orçamento. O tempo compreendido entre a época
da soberania real e a vitória da soberania popular, na Europa, é marcado por movimentos,
revoluções, usurpações e resistências, que representam as etapas principais da evolução do
direito orçamentário.
Agenor de Roure. Formação do direito orçamentário brasileiro. In: Jornal do Commercio, 1916,
p.8 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito do direito finan-
ceiro brasileiro.
O precatório-requisitório consiste em ordem judicial de pagamento expedida pelo juízo da
execução em ofício ao presidente do tribunal para que requisite as quantias a que tenha sido
condenada a fazenda pública em processo com trânsito em julgado, apresentado até 1º de
julho, para que a despesa conste da lei orçamentária do exercício subsequente.

Questão 42 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nos dispositivos constitucionais de


direito financeiro, julgue o item que se segue.
Consoante o texto constitucional, havendo desequilíbrio orçamentário com déficit primário,
a União pode deixar de pagar os precatórios do respectivo exercício financeiro, salvo os de
natureza alimentar.

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Questão 43 (CESPE/PROCURADORIA-AM/PROCURADOR/2016) Acerca de receita e despe-


sa públicas no direito financeiro brasileiro, julgue o próximo item.
Não tem natureza jurisdicional, mas sim administrativa, o ato do presidente de tribunal de
justiça que solicita ao Poder Executivo a realização de despesa com obrigação decorrente de
sentença judicial condenatória proferida contra o Estado.

Questão 44 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Créditos em precatórios não poderão ser cedidos, ainda que parcialmente, a terceiros.

Questão 45 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Incorrerá em crime de responsabilidade e responderá perante o Conselho Nacional de Justiça
o presidente do tribunal competente que retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios.

Questão 46 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Para efeito dos pagamentos devidos por pessoas políticas em virtude de sentença judicial,
a ordem cronológica de apresentação dos precatórios deve ser rigorosamente respeitada,
independentemente da natureza dos débitos.

Questão 47 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


O credor preterido do seu direito de precedência referente à ordem cronológica de apresen-
tação dos ofícios precatórios poderá requerer ao presidente do tribunal de origem da decisão
exequenda a determinação do sequestro da quantia necessária à satisfação do seu crédito.

Questão 48 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
O empenho do tipo global é utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determi-
nado, sujeitas a parcelamento.

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Questão 49 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
Segundo a classificação programática da despesa orçamentária, o projeto é um instrumento
de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa e envolve um conjunto de
operações que se realizam de modo contínuo e permanente e de que resulta um produto ou
serviço necessário à manutenção da ação de governo.

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GABARITO
1. C 28. E
2. e 29. C
3. E 30. e
4. E 31. E
5. C 32. C
6. E 33. C
7. e 34. C
8. d 35. C
9. c 36. E
10. a 37. E
11. E 38. C
12. e 39. E
13. E 40. a
14. E 41. C
15. E 42. E
16. C 43. C
17. C 44. E
18. E 45. C
19. E 46. E
20. C 47. C
21. E 48. C
22. a 49. E
23. C
24. E
25. C
26. C
27. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito dos principais mecanismos no plane-
jamento e execução do orçamento público, julgue o item que se segue.
A identificação da localização do gasto público na estrutura programática é feita por meio do
subtítulo.

Certo.
Essa é inclusive a orientação do MTO. Confira com grifos nossos:

SUBTÍTULO
As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos, utilizados es-
pecialmente para identificar a localização física da ação orçamentária, não podendo haver, por
conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas. A adequada loca-
lização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas
públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governa-
mental.

Questão 2 (CESPE/TJ-SC/JUIZ/2019) De acordo com a Lei n.º 4.320/1964, classificam-se


como inversões financeiras as dotações orçamentárias destinadas
a) a despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, bem
como as destinadas a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
b) a obras de conservação e adaptação de bens imóveis e ao aumento do capital de empresas
que visem a objetivos financeiros.
c) ao aumento do capital de empresas que visem a objetivos financeiros, bem como as desti-
nadas ao planejamento e à execução de obras.
d) ao planejamento e à execução de obras e à aquisição de bens de capital já em utilização.
e) à aquisição de bens de capital já em utilização e ao aumento do capital de empresas que
visem a objetivos financeiros.

Letra e.
De acordo com a Lei n. 4.320, artigo 12, §5º, classificam-se como inversões financeiras:

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§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:


I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comer-
ciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

Questão 3 (CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Acerca das noções elementares de orçamento


público, julgue o item a seguir.
O plano orçamentário é uma identificação obrigatória da lei orçamentária anual cuja finalida-
de é permitir o acompanhamento físico e financeiro da execução.

Errado.
Na verdade, o Plano Orçamentário não consta na LOA - Lei Orçamentária Anual.

De acordo com o MTO:


“o Plano Orçamentário – PO é uma identificação orçamentária, de caráter gerencial (não constante
da LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por finalidade permitir que, tanto a elaboração
do orçamento quanto o acompanhamento físico e financeiro da execução, ocorram num nível mais
detalhado do que o do subtítulo/localizador de gasto”.

Questão 4 (CESPE/ABIN/OFICIAL-TÉCNICO/2018) Acerca do orçamento público, julgue o


item a seguir.
As funções representam os produtos finais da ação governamental na classificação funcio-
nal-programática.

Errado.
Na verdade, de acordo com a Portaria 42/1999, enquanto os programas que represen-
tam os produtos finais da ação governamental, as funções correspondem ao maior nível de
agregação das áreas que competem ao setor público.

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Questão 5 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2018) A respeito dos instrumentos de planejamento da


gestão pública, julgue o item a seguir.
Os objetivos da estrutura de programação orçamentária incluem atender às necessidades de
informação das organizações privadas, da sociedade em geral e de outros interessados.

Certo.
Sim, é um dos objetivos da estrutura da programação orçamentária atender às necessidades
de informação das organizações privadas, da sociedade em geral e de outros interessados.
Veja o que diz o MTO acerca desse aspecto do orçamento, com grifos nossos:

5.1. ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA


A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e sua organização, imple-
mentadas por meio de um sistema de classificação estruturado. Esse sistema tem o propósito
de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões de
finanças públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e a sociedade
em geral.
Na estrutura atual do orçamento público, as programações orçamentárias estão organizadas em
programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas ou fi-
nanceiras.

Questão 6 (CESPE/PREFEITURA-MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n.º


4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
A dotação orçamentária inserida no orçamento do município que se destine à constituição de
instituição bancária é classificada como investimento.

Errado.
Na verdade, a Lei 4.320/64 determina que a dotação para a constituição de instituição bancá-
ria seja classificada como inversão financeira. Confira com grifos nossos:

Art. 12 - § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:


I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comer-
ciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

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Questão 7 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Para realizar uma despesa pública, a autori-


dade competente deve proceder, sucessivamente, às etapas de
a) fixação, programação financeira, pagamento, empenho e liquidação.
b) programação financeira, empenho, fixação, liquidação e pagamento.
c) fixação, empenho, programação financeira, liquidação e pagamento.
d) programação financeira, fixação, empenho, pagamento e liquidação.
e) fixação, programação financeira, empenho, liquidação e pagamento.

Letra e.
Normalmente a doutrina considera a existência de 4 fases/etapas para realizar uma despesa
seguindo a seguinte sequência: fixação, empenho, liquidação e pagamento. O diferencial des-
sa questão foi exigir que o candidato soubesse que a etapa da programação financeira ocorre
entre a fixação e o empenho. Importante destacar que a programação financeira também é
conhecida como “pré-empenho”, ou seja, juntamente com a fixação ainda fazem parte do
planejamento da despesa.

Questão 8 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) As operações especiais, ações que integram a


estrutura programática,
a) destinam-se a mensurar a eficácia, eficiência ou efetividade alcançada com a execução do
programa.
b) delimitam o conjunto de operações que resultem na expansão ou no aperfeiçoamento da
ação de governo.
c) indicam a forma de implementação da ação, descrevendo todas as etapas do processo até
a entrega do produto.
d) agrupam despesas que não contribuam para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoa-
mento das ações de governo.
e) constituem um conjunto de operações das quais resulte um produto ou serviço necessário
à manutenção da ação de governo.

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Letra d.
Uma despesa para ser classificada como “Operação Especial” não deve contribuir para a ma-
nutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não devem resultar
um produto, além de não gerar contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. De-
ve-se ressaltar ainda que esse tipo de despesa apesar de constar no LOA não integra o PPA.
Se enquadram como Operação Especial despesas como amortizações de encargos da dívida,
transferências, aposentadorias e pensões, subvenções econômicas e subsídios, transferên-
cias governamentais e financiamentos.

Questão 9 (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019) Com relação à classificação da despesa pú-


blica, julgue os itens a seguir.
I – O programa temático expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à
manutenção da atuação governamental.
II – Do ponto de vista operacional, os seguintes blocos de informação compõem o pro-
grama de trabalho: classificação por esfera, classificação institucional, classificação
funcional, estrutura programática e principais informações do programa e da ação.
III – De acordo com a classificação funcional, a função reflete a competência institucional
do órgão e representa o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do
setor público.
IV – Atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um
programa; envolve um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta
um produto que concorre para a expansão ou para o aperfeiçoamento da ação de go-
verno.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

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Letra c.
Vamos avaliar as assertivas e marcar a alternativa correspondente:
I – Errado. Já que trouxe o conceito de Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Esta-
do. Confira no MTO – MANUAL TÉCNICO DO ORÇAMENTO, com grifos nossos:

- Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens
e serviços à sociedade;- Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que ex-
pressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamen-
tal.

II – Certo e de acordo com o MTO. Confira com grifos nossos:

O programa de trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve responder,


de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do pon-
to de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação: classificação por esfera,
classificação institucional, classificação funcional, estrutura programática e principais informa-
ções do Programa e da Ação.

III – Certo e de acordo com a classificação funcional, a função reflete a competência insti-
tucional do órgão e representa o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do
setor público. Confira no MTO, com grifos nossos:

A função [tabela no item 8.2.2.] pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas
áreas de atuação do setor público.

IV – Errado. Pois trouxe o conceito de Projeto. Confira tais conceitos diretamente no MTO
2018, com grifos nossos:

5.5.2.1. ATIVIDADE
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um pro-
duto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo.
5.5.2.2. PROJETO
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a ex-
pansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.

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Questão 10 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Acerca da despesa pública, assinale a opção


correta.
a) As subvenções são transferências destinadas ao custeio de programas sociais e econômi-
cos previamente aprovados na lei orçamentária.
b) O prévio empenho é dispensável na medida em que a legislação admite o adiantamento de
pagamento de despesas que não se subordinam ao processo normal de aplicação.
c) O empenho é o ato da autoridade competente que estabelece o cronograma de pagamento
segundo a estimativa da despesa prevista na lei orçamentária.
d) A despesa de custeio engloba os gastos públicos com o pagamento dos juros e encargos
da dívida pública e sua amortização.
e) A liquidação da despesa pública é o pagamento mediante a apresentação de nota que cer-
tifica a prestação do serviço ou a entrega do produto.

Letra a.
a) Verdade, já que subvenções são aquelas transferências destinadas a cobrir despesas de
custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como em subvenções sociais, as que se
destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalida-
de lucrativa, e subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas
de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
b) Errada, pois o prévio empenho não é dispensável, já que o suprimento de fundos é um re-
gime especial de execução da despesa orçamentária que precisa cumprir os estágios da
despesa pública: empenho, liquidação e pagamento, sendo, em regra, vedada a realização da
despesa sem o empenho prévio.
c) Errada, pois o empenho é “um ato emanado de autoridade competente que cria para o Es-
tado obrigação de pagamento pendente “ou não” de implemento de condição”.
d) Errada, já que a amortização da dívida pública é uma despesa de capital.
e) Errada, já que liquidação e pagamento são etapas distintas da execução da despesa.

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Questão 11 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/TÉCNICO/2018) No que se refere às despesas pú-


blicas, julgue o item.
Denomina-se despesa orçamentária a despesa que tenha sido realizada com o sacrifício de
receitas orçamentárias, ainda que não tenha sido objeto de dotação orçamentária.

Errado.
Na verdade, guarde que a despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização
legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.

Questão 12 (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019) No que se refere à execução orçamentária,


a despesa será efetivada mediante o cumprimento de estágios: o primeiro deles é o empenho.
Julgue os itens subsequentes, a respeito das modalidades de empenho.
I – No empenho ordinário, o ordenador conhece o valor exato da despesa e, assim, o em-
penha para pagamento em única vez, a exemplo da aquisição de móveis.
II – No empenho global, o ordenador realiza o empenho no valor total da despesa, que será
paga, no entanto, de forma parcelada, a exemplo de contratos de construção.
III – O empenho por estimativa será realizado quando o ordenador não conhece o mon-
tante exato da despesa, a exemplo dos valores destinados à aquisição de passagens.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Letra e.
Vamos avaliar as assertivas e marcar a alternativa correspondente:

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I – verdadeira, já que o empenho ordinário está relacionado a despesas conhecidas previa-


mente e o pagamento deverá ocorrer de uma só vez.
II – verdadeira, já que o empenho global é utilizado para despesas sujeitas a parcelamento.
III – verdadeira, já que o empenho por estimativa é utilizado para despesas que não se pode
PREVIAMENTE precisar o valor.

Questão 13 (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas


e despesas públicas.
Do ponto de vista orçamentário, as despesas públicas correspondem aos decréscimos nos
benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos, redução
de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido.

Errado.

Na verdade, assertiva conceituou a despesa sob o ponto de vista patrimonial. Já do ponto de


vista orçamentário, a despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização
legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.

Questão 14 (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No exercício de 2016, uma escola pública do DF


recebeu dotação orçamentária para a execução do programa de merenda escolar. A dotação
previa dispêndio com despesas correntes para a aquisição de gêneros alimentícios necessá-
rios à elaboração das refeições a serem servidas aos alunos daquela escola. A SEE/DF pro-
videnciou licitação para a escolha da empresa que irá fornecer os gêneros. Com referência a
essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
No caso de o valor empenhado ser insuficiente para atender as despesas com a merenda
escolar, o executor de despesas deverá providenciar a anulação total do empenho e elaborar
outro empenho no valor adequado.

Errado.
Na situação em tela, em que o valor do empenho original é insuficiente, faz-se necessário um
empenho de reforço para complementar o valor inicial e não a anulação do empenho.

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Questão 15 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Considerando as disposições constitucionais


e as normas gerais relativas ao direito financeiro, bem como os princípios orçamentários,
julgue os itens a seguir:
As despesas de investimentos, que devem estar previstas no plano plurianual, correspondem
às dotações previstas para a amortização da dívida pública.

Errado.
Na verdade, a amortização da dívida é um grupo de natureza de despesa diferente do grupo
de natureza da despesa Investimentos. Confira abaixo:
Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução
de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
Amortização da Dívida: despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da
atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Questão 16 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-


cução do orçamento, julgue o item que se segue.
O empenho de despesa impõe ao Estado uma obrigação de pagamento, ainda que o bem cor-
respondente não tenha sido fornecido ou o serviço correspondente não tenha sido prestado.

Certo.
Numa primeira leitura, nossa tendência é achar que a assertiva está errada, mas se acordo
com a Lei 4.320/1964, o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Assim, o empenho em verdade é uma garantia ao credor que, se ele cumprir os termos do que
foi tratado com a Administração, receberá o pagamento que estará reservado para ele.
Mas é bom destacar que mesmo estando a despesa legalmente empenhada, o Estado ainda
não se vê obrigado a efetuar o pagamento, já que o implemento de uma determinada condição
poderá estar concluído ou não.

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Guarde que a Lei 4.320/1964 determina que o pagamento de qualquer despesa pública, inde-
pendentemente do valor, passe pela fase “decisiva” da liquidação.
Somente com a liquidação, segundo estágio da execução da despesa, que será cobrada a
prestação dos serviços, a entrega dos bens ou a realização da obra, de modo a impedir o pa-
gamento sem o implemento de condição.

Questão 17 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Julgue o próximo item, relativo às receitas e


às despesas públicas.
Os gastos com a construção de um hospital público e com a aquisição de móveis usados são
considerados despesas de capital, ao passo que a compra de papel para impressão e a quita-
ção de juros da dívida pública se enquadram como despesas correntes.

Certo.
Aproveite para revisar:
GND das despesas correntes
Pessoal e Encargos Sociais: despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionis-
tas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas
e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme estabele-
ce o caput do art. 18 da LRF.
Juros e Encargos da Dívida: despesas com o pagamento de juros, comissões e outros en-
cargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública
mobiliária.
Outras Despesas Correntes: despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de
diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio- transporte, além de outras
despesas da categoria econômica “despesas correntes” não classificáveis nos demais gru-
pos de natureza de despesa.

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Despesa Pública
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GND das despesas de capital


Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução
de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
Inversões Financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capi-
tal já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades
de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e
com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificá-
veis neste grupo.
Amortização da Dívida: despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da
atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Questão 18 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) De acordo com a Lei de Responsabilidade


Fiscal (LRF), julgue o item a seguir, relativos a receitas e despesas públicas e seu tratamento
para fins de controle e avaliação.
Gastos com passagens e despesas com locomoção para fins de fiscalização de obra pública
em andamento são despesas correntes do grupo pessoal e encargos sociais, sujeitas aos li-
mites estabelecidos na LRF.

Errado.
Na verdade, as despesas indenizatórias, como passagens e gastos com locomoção não se
enquadram como despesas com pessoal, sendo classificadas no Grupo de Natureza de Des-
pesa 3 – Outras Despesas Correntes.

Questão 19 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item a seguir, relativo à implementa-


ção do orçamento público no Brasil.
A fixação da despesa, que compreende a adoção de medidas em determinada situação idea-
lizada, conforme os recursos disponíveis e as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo,
é um dos estágios da despesa pública previstos na legislação em vigor.

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Despesa Pública
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Errado.
Assertiva errada, pois a banca colocou ao seu final a expressão “previstos na legislação em
vigor”. E isso não é verdade!
A execução da despesa orçamentária pública transcorre em três estágios, que conforme pre-
visto na Lei n. 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento.

Questão 20 (CESPE/TCE-PA/ANALISTA/2016) Julgue o item a seguir, relativo à implementa-


ção do orçamento público no Brasil.
O empenho, primeiro estágio da despesa pública, consiste em reserva de dotação orçamentá-
ria para um fim específico e deve ser assinado pelo ordenador da despesa.

Certo.
Observe que o CESPE considerou que o empenho é o primeiro estágio da despesa pública!
Guarde a ideia também de que o empenho não cria obrigação jurídica de pagar, mas destaca,
das dotações orçamentárias destinadas à satisfação da despesa, a quantia necessária ao
resgate do débito.

Questão 21 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Julgue o item seguinte, relativo a receitas e


despesas públicas.
O estágio de pagamento da despesa caracteriza-se pelo despacho por meio do qual a autori-
dade competente determina que a despesa seja liquidada.

Errado.
PEGADINHA DA BANCA
O examinador colocou uma casca de banana no final da assertiva colocando a palavra “liqui-
dada”, quando deveria ser paga!
Veja a reprodução abaixo do artigo 64 da Lei 4.320/64, com grifos nossos:

A ordem de pagamento é despacho exarado por autoridade competente, determinando que a des-
pesa seja paga.

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Despesa Pública
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Questão 22 (CESPE/TRT-8/ANALISTA/2016) O tipo de classificação da despesa pública que


define as áreas específicas de atuação para a ação governamental denomina-se classificação
a) funcional.
b) por modalidade.
c) por fonte de recurso.
d) por esfera.
e) institucional.

Letra a.
O tipo de classificação da despesa pública que define as áreas específicas de atuação para a
ação governamental denomina-se classificação Funcional ou funcional programática.
A estrutura da classificação programática centrada no gerenciamento interministerial de pro-
gramas, sendo o Programa o instrumento de organização da ação governamental visando à
concretização dos objetivos pretendidos e o elo de ligação entre o planejamento estatal, cujo
detalhamento da despesa vai até o nível de programa, e o orçamento anual, cujo detalhamen-
to se inicia no nível de programa.

Questão 23 (CESPE/TCU/AUDITOR/2015) Com relação às técnicas e mecanismos de elabo-


ração, à execução e ao controle do orçamento público, julgue o item.
Deve-se usar a modalidade de aplicação se for preciso distinguir os recursos a serem aplica-
dos diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo daqueles
transferidos para outro ente da Federação.

Certo.
A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “Moda-
lidade de Aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados direta-
mente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da
Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação
da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

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Veja que o objetivo da modalidade de aplicação é eliminar a dupla contagem de recursos


transferidos ou descentralizados. Por isso identifica se a aplicação foi do próprio órgão ou de
outro ente.

Questão 24 (CESPE/TCE-RN/INSPETOR/2015) Julgue o próximo item, relacionado a recei-


tas e despesas públicas.
A classificação orçamentária da receita influencia a destinação do recurso arrecadado, ou
seja, a segregação entre a receita de impostos e a receita de contribuição permite que a con-
tabilidade separe a receita que é vinculada (impostos) da que não é vinculada (contribuições).

Errado.
É justamente o inverso. O examinador quis pegar os apressados e desatentos. Veja abaixo
como reescrever a assertiva corretamente.
A classificação orçamentária da receita influencia a destinação do recurso arrecadado, ou
seja, a segregação permite que a contabilidade separe a receita que é vinculada (contribui-
ções) da que não é vinculada (impostos).

Questão 25 (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Com relação à responsabilidade fiscal e a clas-


sificações orçamentárias da receita e da despesa pública, julgue o item subsequente.
A discriminação da despesa quanto a sua natureza deve ser feita, na elaboração da lei orça-
mentária, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

Certo.
Questão está de acordo com o art. 6º da Portaria Interministerial STN/SOF n. 163/2001.

Mas você já deve ter se perguntado: e o elemento professor?

Afinal, consta na lei 4.320/1964:

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.

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Agora veja o que diz o MCASP que se posiciona de acordo com a portaria:

A aprovação e a alteração da lei orçamentária elaborada até o nível de elemento de despesa poderá
ser mais burocrática e, consequentemente, menos eficiente, pois exige esforços de planejamento
em um nível de detalhe que nem sempre será possível ser mantido. Por exemplo, se um ente tivesse
no seu orçamento um gasto previsto no elemento 39 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Ju-
rídica e pudesse realizar esse serviço com uma pessoa física, por um preço inferior, uma alteração
orçamentária por meio de lei demandaria tempo e esforço de vários órgãos, o que poderia levar
em alguns casos, a contratação de um serviço mais caro. No entanto, sob o enfoque de resultado,
pouco deve interessar para a sociedade a forma em que foi contratado o serviço, se com pessoa
física ou jurídica, mas se o objetivo do gasto foi alcançado de modo eficiente.
Observa-se que a identificação, nas leis orçamentárias, das funções, sub funções, programas, pro-
jetos, atividades e operações especiais, em conjunto com a classificação do crédito orçamentário
por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação, atende ao
princípio da especificação. Por meio dessa classificação, evidencia-se como a Administração Pú-
blica está efetuando os gastos para atingir determinados fins.

Mas cuidado com o comando da questão, se falar em lei 4.320/1964 veja se tem opção com
elemento, caso contrário opte pela orientação do MCASP.
Lembre-se que além da identificação quanto à natureza, há que se identificar as ações em
termos de funções, sub funções, programas, projetos, atividades e operações especiais:

Questão 26 (CESPE/TC-DF/AUDITOR/2014) Em relação às receitas e despesas públicas, jul-


gue o item subsequente.
A classificação da receita por fonte de recurso atende à necessidade de vinculação de recei-
tas e despesas estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Certo.
A LRF em seu artigo 8º, parágrafo único, reforça essa ideia. Veja:

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclu-
sivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.

Seguindo as diretrizes da LDO, a classificação por fontes serve para detalhar os recursos le-
galmente vinculados às finalidades específicas, que devem ser usados para atender ao objeto
de sua vinculação.

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Questão 27 (CESPE/SUFRAMA/ANALISTA/2014) Julgue o item seguinte, referentes aos sis-


temas integrados de administração financeira e orçamentária, a conceitos básicos de receita
e despesa pública e ao uso da conta única do Tesouro Nacional.
Quanto à natureza da despesa, o primeiro passo para a classificação de determinada despesa
pública é identificar sua categoria econômica, verificando se é uma despesa corrente ou de
capital.

Errado.
Pegadinha da BANCA
Na verdade, o primeiro passo para a classificação de determinada despesa pública é identifi-
car se o registro do fato é de caráter orçamentário ou extra orçamentário. Depois de vencida
essa etapa é que vamos para a identificação da categoria econômica.

Questão 28 (CESPE/PF/ADMINISTRADOR/2014) No que se refere às receitas e às despesas


públicas, julgue o item que se segue.
Considera-se cumprido o estágio da liquidação da despesa assim que se apura a pessoa ju-
rídica a quem se deve pagar determinada importância a fim de extinguir obrigação decorrente
do fornecimento de bem ou de serviço a órgão público.

Errado.
Errada, pois a assertiva está incompleta, já que na liquidação da despesa é verificada a corre-
ção da execução do contrato pelo fornecedor e essa verificação tem por fim apurar a origem e
o objeto do que se deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar a impor-
tância, para extinguir a obrigação.

Questão 29 (CESPE/ANS/TÉCNICO/2013) Julgue o próximo item, relativo a receitas e des-


pesas públicas.
Por meio da classificação institucional, pode-se identificar o responsável pela programação
da despesa pública.

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Despesa Pública
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Certo.
A classificação institucional faz parte da programação qualitativa da despesa, sendo identifi-
cado nela “quem é o responsável por fazer”.

Questão 30 (CESPE/TCE-MG/ANALISTA/2018) A tabela a seguir é parte de um documento


destinado à prestação de contas de um ente federativo. O documento foi submetido à análise
de um auditor, que identificou incorreções nos dados prestados.

Receitas e despesas orçamentárias (em R$)


despesas correntes
pessoal e encargos 740.000
aquisição de materiais de consumo 12.000
manutenção de equipamentos 64.000
diárias 8.000
aquisição de softwares 28.000
total de despesas correntes 852.000
despesas de capital
reformas e obras 102.000
aquisição de computadores 55.000
amortização de empréstimos 43.000
total de despesas de capital 200.000
receitas correntes
imposto sobre serviços de qualquer natureza 226.000
taxas de prestação de serviços 18.000
produção animal e derivados 32.000
transferências da União 500.000
dívida ativa tributária 110.000
total de receitas correntes 886.000
receitas de capital
operações de crédito 110.000
alienação de móveis 8.000
receita imobiliária 48.000
total de receitas de capital 166.000

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Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que a tabela poderá ser corrigida
mediante a
a) reclassificação da amortização de empréstimos como despesa corrente.
b) reclassificação da aquisição de materiais de consumo como despesa de capital.
c) reclassificação da dívida ativa tributária como receita de capital e a reclassificação da re-
ceita imobiliária como receita corrente.
d) revisão dos valores de despesas de capital, que não podem suplantar as receitas de mesma
classificação.
e) reclassificação da aquisição de softwares como despesa de capital e a reclassificação da
receita imobiliária como receita corrente.

Letra e.
Note que a aquisição de softwares deve ser reclassificada para despesa de capital, e, da mes-
ma forma, a receita imobiliária deve ser reclassificada para receita corrente. Confira os res-
pectivos trechos no MCASP, com grifos nossos:

“4 – Investimentos Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de


obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas,
e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente”.
“– Receita Corrente – Patrimonial - São receitas provenientes da fruição do patrimônio de ente pú-
blico, como por exemplo, bens mobiliários e imobiliários ou, ainda, bens intangíveis e participações
societárias. São classificadas no orçamento como receitas correntes e de natureza patrimonial”.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:


a) Errado. Já que a receita de amortização de empréstimos deve ser classificada como Recei-
ta de capital.
b) Errado. Já que a despesa com aquisição de materiais de consumo está corretamente clas-
sificada como despesa corrente.
c) Errado. Já que não deve ocorrer a reclassificação da dívida ativa tributária em receita de
capital, devendo ser, na verdade, classificada como receita corrente. Deve ser efetuada a re-
classificação da receita imobiliária para receita corrente.
d) Errado. Já que, na verdade, são as receitas de operações de crédito que não podem superar
as despesas de capital.

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Despesa Pública
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Questão 31 (CESPE/ANTT/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/2013) Considerando o conceito,


as etapas, os estágios e as categorias econômicas da despesa pública, julgue os itens sub-
sequentes.
O grupo de despesas denominado outras despesas correntes permite contemplar as despe-
sas com aquisição de material de consumo, veículos para uso, auxílio-alimentação e auxílio-
-transporte.

Errado.
Amigo(a), os gastos com material de consumo, auxílio-alimentação e auxílio-transporte po-
dem sim ser classificadas no grupo “outras despesas correntes”, mas os gastos com Veículos
para uso são classificados no grupo investimentos como uma despesa de capital, e não no
grupo outras despesas correntes.

Questão 32 (CESPE/MPU/ANALISTA/2013) A respeito de receitas, despesas e sistema de


apuração de custos no setor público, julgue o próximo item.
O empenho da despesa é o ato emanado da autoridade competente que cria para o Estado
uma obrigação de pagamento, sem registro de obrigação no passivo da entidade, no momen-
to da emissão da nota de empenho.

Certo.
O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. Nos termos do disposto no art. 58
da Lei n. 4.320/64:

“o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obriga-
ção de pagamento, pendente ou não de implemento de condição”.

Vale dizer que o empenho não cria obrigação jurídica de pagar, mas destaca, das dotações or-
çamentárias destinadas à satisfação da despesa, a quantia necessária ao resgate do débito,
logo não deve haver registro de obrigação no passivo da entidade, no momento da emissão
da nota de empenho.

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Questão 33 (CESPE/CNJ/ANALISTA/2013) No orçamento público estão dispostas as recei-


tas e as despesas administradas pelo Estado. Com relação a esse assunto, julgue o item
subsecutivo.
A classificação funcional das despesas é formada por funções e sub funções. Estas eviden-
ciam cada área da atuação governamental, por intermédio da identificação da natureza das
ações, enquanto aquelas representam o maior nível de agregação das diversas áreas de des-
pesa que competem ao setor público.

Certo.
As funções representam ações desenvolvidas pelo Governo, direta ou indiretamente, reunidas
em seus grupos maiores, através das quais o governo procura alcançar seus objetivos nacio-
nais, sendo desdobradas em sub funções.

Questão 34 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A respeito de orçamento-programa, julgue o


item que se segue.
Na classificação institucional, os dois primeiros dígitos representam o órgão, e os três últi-
mos, a unidade orçamentária.

Certo.
A Classificação Institucional da Despesa ordena as despesas de acordo com o ente político
competente à sua instituição ou realização, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do Dis-
trito Federal e Municipal, relacionando os órgãos orçamentários e suas respectivas unidades
orçamentárias.
A ideia básica é que as dotações são confiadas diretamente a um Órgão, cujo dirigente é o
titular da responsabilidade pela execução e que, por sua vez, é subdividido em Unidades Or-
çamentárias, às quais caberá a execução das despesas, bem como a fiscalização a ser exe-
cutada pelo órgão setorial de controle interno.
Guarde que uma Unidade Orçamentária é o agrupamento de serviços subordinados ao mes-
mo órgão ou repartição para a qual serão consignadas dotações próprias.

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Importante destacar que as Unidades Orçamentárias podem corresponder a uma estrutura


administrativa, como Tribunais, Ministérios etc., bem como podem se constituir apenas em
uma classificação para agrupar despesas afins, tais como “Encargos Financeiros”, “Reserva
de Contingência”, etc.
Importante destacar ainda que além das subdivisões de cada Órgão, são também Unidades
Orçamentárias os órgãos autônomos, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista.
A assertiva está correta, já que realmente o código da classificação Institucional é composto
por cinco dígitos, sendo que os dois primeiros identificam o Órgão e os três últimos, a Unida-
de Orçamentária.

Questão 35 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Acerca da despesa pública, julgue o próxi-


mo item.
As despesas orçamentárias podem ser classificadas em despesas efetivas e despesas não
efetivas; as despesas orçamentárias não efetivas, assim como os dispêndios extra orçamen-
tários, são oriundas de fatos permutativos.

Certo.
Para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser classificada quanto ao impacto na situ-
ação líquida patrimonial em:
Despesa Orçamentária Efetiva - aquela que, no momento de sua realização, reduz a situação
líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.
Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não reduz a
situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Também cha-
mada de despesa “por mutação/mudança patrimonial.
O MACETE aqui é que, no geral, a despesa orçamentária efetiva é despesa corrente, mas pode
haver despesa corrente não efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de ma-
teriais para estoque e a despesa com adiantamentos, que representam fatos permutativos,
embora sejam despesas correntes. Já a despesa não efetiva normalmente é uma despesa de

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capital, mas existem despesas de capital que são efetivas como as transferências de capital,
que causam variação patrimonial diminutiva e, por isso, classificam-se como despesa efetiva,
embora sejam despesas de capital.

Questão 36 (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) O orçamento público registra a estimativa das


receitas e das despesas administradas pelo Estado. Acerca desse assunto, julgue o próxi-
mo item.
Considere que o MPU decida pela construção de uma nova sede. Nessa situação, o investi-
mento nessa obra constitui-se em uma despesa de capital, enquanto as aquisições dos equi-
pamentos para o funcionamento das novas instalações são classificadas como despesas
correntes.

Errado.
PEGADINHA DA BANCA
O CESPE foi muito maldoso nessa questão! A assertiva inicia afirmando que o MPU vai cons-
truir uma nova sede e que essa despesa é um investimento/despesa de capital. Até aqui be-
leza! Mas, depois a assertiva diz que os equipamentos para o funcionamento das novas ins-
talações serão classificados como despesas correntes. OPA! Aqui está errado, já que gastos
com equipamentos são classificados como Investimentos/despesas de capital!

Questão 37 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) A respeito das classificações da despesa pública,


julgue o item a seguir.
A destinação de recursos do orçamento para a constituição ou aumento do capital de em-
presas que visem a objetivos comerciais, incluindo-se operações bancárias ou de seguros,
é operação considerada despesa de capital, na modalidade investimento.

Errado.
Apesar de a destinação de recursos do orçamento para a constituição ou aumento do capital
de empresas que visem a objetivos comerciais, incluindo-se operações bancárias ou de se-
guros ser realmente uma despesa de capital, o seu Grupo de Natureza da despesa é Inversão

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Financeira e não investimento como consta na assertiva. Confira no § 5º do artigo 12 da Lei


4320/64, com grifos nossos:

“§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:


I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais
ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros”.

Questão 38 (CESPE/PF/DELEGADO/2018)

receitas arrecadadas R$ mil


IPTU 14.000
cota-parte no fundo de participação dos municípios 5.000
taxas 2.000
aluguéis 2.000
tarifas e preços públicos 1.000
vendas de bens imóveis 1.000

despesas empenhadas R$ mil


pessoal 15.000
despesas de custeio 3.000
juros e encargos da dívida 1.000
obras públicas 3.000
amortização da dívida 3.000

Considere que, ao final de 2017, um município brasileiro tenha apresentado as informações


precedentes, relativas à execução orçamentária e financeira naquele exercício financeiro. Com
referência a essas informações, julgue o item que se segue.
O total de despesas de capital foi de R$ 6.000.000.

Certo.
Com base nos artigos 12 e 13 da Lei n. 4.320/64, a classificação das Despesas Orçamentárias,
a seguir listamos as despesas de capital, fazendo a indicação dos valores conforme tabela

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da questão. Note que, com exceção das despesas com obras públicas e com amortização de
dívida, todas as demais despesas listadas são despesas correntes.
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
Obras Públicas = 3.000
Serviços em Regime de Programação Especial
Equipamentos e Instalações
Material Permanente
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais
ou Agrícolas
INVERSÕES FINANCEIRAS
Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou
Entidades Comerciais ou Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento
Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
Amortização da Dívida Pública = 3.000
Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições.
TOTAL = 6.000

Questão 39 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Acerca do regime de precatórios no Brasil, jul-


gue o item a seguir.
Sem a concordância do ente público devedor, é vedada a cessão parcial de crédito em preca-
tório cuja dívida seja de natureza alimentícia.

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Errado.
Na verdade, o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a ter-
ceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos já citados §§ 2º (preferência para maiores de 60 anos ou com doenças graves) e
3º (obrigações definidas em lei como de pequeno valor). No entanto, a cessão de precatórios
somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal
de origem e à entidade devedora.

Questão 40 (CESPE/TCE-PR/ACE/2016) João, com sessenta e cinco anos de idade, é credor


de determinado estado da Federação pela importância de R$ 500.000, em virtude de sentença
judiciária transitada em julgado que condenou o estado, após apuração da responsabilidade
civil, a indenizá-lo pela morte de sua esposa.
Considerando-se que a sentença referida no texto 5A4BBB tenha transitado em julgado em 1º
de março de 2016, para que o recebimento da indenização devida pelo estado ocorresse até o
final de 2017, a data limite para a apresentação do precatório seria
a) 1º de julho de 2016.
b) 10 de janeiro de 2017.
c) 31 de dezembro de 2016.
d) 1º de junho de 2016.
e) 1º de abril de 2016.

Letra a.
Como dizia Arnaldo, “a regra é clara”!
Para sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados
até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte.
Assim, no caso em tela, apresentada o precatório até 01/07/2016, o valor será pago até
31/12/2017.

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Questão 41 (CESPE/TCE-ES/AUDITOR/2012) Enquanto a soberania esteve exclusivamente


nas mãos do rei, a este cabia decretar impostos e dar aplicação ao seu produto, sem fiscali-
zação alguma e sem regras às quais precisasse obedecer. Hoje, a soberania reside na nação
e são os seus representantes que fazem o orçamento. O tempo compreendido entre a época
da soberania real e a vitória da soberania popular, na Europa, é marcado por movimentos,
revoluções, usurpações e resistências, que representam as etapas principais da evolução do
direito orçamentário.
Agenor de Roure. Formação do direito orçamentário brasileiro. In: Jornal do Commercio, 1916,
p.8 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o texto acima, julgue o item a seguir, a respeito do direito finan-
ceiro brasileiro.
O precatório-requisitório consiste em ordem judicial de pagamento expedida pelo juízo da
execução em ofício ao presidente do tribunal para que requisite as quantias a que tenha sido
condenada a fazenda pública em processo com trânsito em julgado, apresentado até 1º de
julho, para que a despesa conste da lei orçamentária do exercício subsequente.

Certo.
Confira no parágrafo 5º do artigo 100 da CF/88. Confira, com grifos nossos:

“§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária


ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente”.

Questão 42 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nos dispositivos constitucionais de


direito financeiro, julgue o item que se segue.
Consoante o texto constitucional, havendo desequilíbrio orçamentário com déficit primário,
a União pode deixar de pagar os precatórios do respectivo exercício financeiro, salvo os de
natureza alimentar.

Errado.

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Assertiva errada, já que não existe essa possibilidade. O artigo 100 da nossa CF/88, em seu
§ 5º deixa claríssimo que é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito pú-
blico, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas
em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, sem aceitar exceções para isso!

Questão 43 (CESPE/PROCURADORIA-AM/PROCURADOR/2016) Acerca de receita e despe-


sa públicas no direito financeiro brasileiro, julgue o próximo item.
Não tem natureza jurisdicional, mas sim administrativa, o ato do presidente de tribunal de
justiça que solicita ao Poder Executivo a realização de despesa com obrigação decorrente de
sentença judicial condenatória proferida contra o Estado.

Certo.
O precatório, muito embora seja ato praticado pelo Poder Judiciário, tem natureza jurídica de
ato administrativo, não tendo assim natureza jurisdicional.

Questão 44 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Créditos em precatórios não poderão ser cedidos, ainda que parcialmente, a terceiros.

Errado.
Assertiva errada e totalmente oposta ao que nos diz o § 13 do artigo 100 da CF/88. Veja ...

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, inde-
pendentemente da concordância do devedor ...

Questão 45 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Incorrerá em crime de responsabilidade e responderá perante o Conselho Nacional de Justiça
o presidente do tribunal competente que retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios.

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Certo.
Assertiva correta, praticamente literal com o § 7º do artigo 100 de nossa CF/88. Releia-o:

“§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar
frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá,
também, perante o Conselho Nacional de Justiça”.

Questão 46 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


Para efeito dos pagamentos devidos por pessoas políticas em virtude de sentença judicial,
a ordem cronológica de apresentação dos precatórios deve ser rigorosamente respeitada,
independentemente da natureza dos débitos.

Errado.
Assertiva errada por estar em desacordo com o § 1º do artigo 100 da CF/88, já que esse
normativo deixa claro que os débitos de natureza alimentícia serão pagos com preferência
sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º desse artigo.

Questão 47 (CESPE/AGU/ADVOGADO/2012) Julgue o próximo item, relativo aos precatórios.


O credor preterido do seu direito de precedência referente à ordem cronológica de apresen-
tação dos ofícios precatórios poderá requerer ao presidente do tribunal de origem da decisão
exequenda a determinação do sequestro da quantia necessária à satisfação do seu crédito.

Certo.
Assertiva correta, já que está plenamente de acordo com o caput e com o § 6º do artigo 100
de nossa CF/88.

“§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Po-


der Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva”.

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Questão 48 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
O empenho do tipo global é utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determi-
nado, sujeitas a parcelamento.

Certo.
Assertiva do tipo “cara crachá” com o que diz o artigo 60 da Lei 4.320/64 abaixo reproduzido
com grifos nossos:

“Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.


§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de
empenho.
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.
§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento”.

Questão 49 (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Em relação à despesa orçamen-


tária, julgue o item.
Segundo a classificação programática da despesa orçamentária, o projeto é um instrumento
de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa e envolve um conjunto de
operações que se realizam de modo contínuo e permanente e de que resulta um produto ou
serviço necessário à manutenção da ação de governo.

Errado.
De acordo com a classificação programática, existem três tipos de ações. Note que a asser-
tiva conceituou a atividade e não o projeto. Vamos ver as definições do MCASP, com grifos
nossos:

“a. Atividade
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo
um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um
produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscalização e Moni-
toramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.
b. Projeto

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É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo


um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da rede nacional de
bancos de leite humano”.
c. Operação Especial
Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de
governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens
ou serviços”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 –Direito Financeiro– 6ª Edição – Editora Método – Autora Tathiane Piscitelli.

2 – Orçamento Público (AFO e LRF) – Editora Campus – Autor Augustinho Paludo.

3 – Direito Financeiro e Tributário –Editora Atlas – Autor Kyoshi Harada.

4 – Direito Financeiro e Controle Externo – 10ª Edição – Editora Método – Autor Valdecir Pas-
coal.

5 – Orçamento Público– Editora Atlas – Autor James Giacomoni.

6 – Finanças Públicas – Editora Campus – Autor Sávio Nascimento.

7 – Administração Financeira e Orçamentária – 2ª Edição - Editora Juspodium – Autor Gio-


vanni Pacelli.

Espero que tenha gostado da aula! Se gostou marque as estrelas e, se não gostou de algo,
comente e nos ajude a melhorar! Como diria Mark Twain:

“Daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das coisas que fez, mas das que deixou de fazer.
Por isso, veleje longe do seu porto seguro. Pegue os ventos. Explore. Sonhe. Descubra”.

ESTUDE! Faça o seu melhor! Isso é o que importa! O resto é consequência!


Até a próxima ou ao fórum de dúvidas!
Professor Manuel Piñon
manuelpinon@hotmail.com
Siga-me (profmanuelpinon) no instagran e facebook. Temos excelentes cards para revisão!

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Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado para a
área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e Controle) da Controladoria-
Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998.

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