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Orçamento Público CF de 1988
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FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
Sumário
Orçamento Público na CF/1988................................................................................................................................3
1. Introdução ao Estudo do Orçamento Público..............................................................................................3
1.1. Finanças Públicas, Orçamento Público, Afo e Direito Financeiro.................................................4
1.2 Atividade Financeira do Estado........................................................................................................................6
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O conhecimento que vamos adquirir hoje servirá de base para todo o restante do curso e,
por isso, nas aulas seguintes teremos oportunidade de revisitar o que estudamos hoje fre-
quentemente.
Uma última coisa, peço que avalie a aula. Se gostou, ótimo. Se não gostou, diga-me os
motivos. Sua opinião é muito importante para mim e para o GRAN.
Então, vamos nessa. Tenha um excelente aproveitamento nesta aula!
Prof. Manuel Piñon
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Importante destacar que Finanças Públicas é a terminologia usada para se referir ao con-
junto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de tributação e de
dispêndios públicos. Chamada também, em alguns editais de concursos públicos de econo-
mia do setor público, a matéria Finanças Públicas foca no impacto das ações governamentais
no crescimento econômico, ou seja, abarca as receitas, despesas e o endividamento público
não em um viés jurídico, mas econômico.
Podemos dizer que o Direito Financeiro é mais amplo que AFO, com foco, claro, nas nor-
mas que regulam seu campo de atuação.
Na verdade, o estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com uma “pegada” adminis-
trativa, ou seja, abrange a atividade financeira do estado, focada em sua aplicação na ges-
tão pública.
Em outras palavras, podemos dizer que AFO é o ramo da ciência administrativa que foca
na gestão das finanças e do orçamento público, desde sua concepção até a sua prestação de
contas e avaliação de resultados.
Assim, sucintamente, podemos enxergar o estudo de AFO pela ótica de assegurar a exe-
cução das funções do Estado, contribuindo para aprimorar o planejamento, a organização, a
direção, o controle e a tomada de decisões dos gestores públicos em cada uma dessas fases.
Enquanto o Direito Financeiro foca mais em disciplinar a atividade financeira do Estado de
modo amplo e está mais voltado para uma abordagem legalista e doutrinária, a matéria AFO
possui um enfoque mais orçamentário, exigindo conhecimentos mais aprofundados sobre as
técnicas de orçamentação, adquiridos com a leitura de manuais, especialmente o MTO – MA-
NUAL TÉCNICO DO ORÇAMENTO e o MCASP – MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO
SETOR PÚBLICO, e normas infra legais sobre o tema.
Bem, devidamente situados, veja agora como a Doutrina conceitua o Direito Financeiro.
O Doutrinador Ricardo Lobo Torres nos diz que Direito Financeiro é
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“o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico”.
Cuidado para não fazer confusão. Note que uma coisa é a atividade financeira do Estado
(obtenção de receita, realização da despesa e gestão do orçamento e da dívida pública) que
é responsabilidade do DIREITO FINANCEIRO. Outra coisa é atividade econômica do Estado
(controle e regulação da atividade econômica, atuação como produtor de bens e serviços,
realização de concessões etc.) que é responsabilidade do DIREITO ECONÔMICO.
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Tenha em mente que o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a ativi-
dade financeira do estado, que abrange a receita pública (obtenção de recursos), o crédito
público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa pública
(dispêndio de recursos).
Por seu turno, o SFN – Sistema Financeiro Nacional é regulado pelo Direito Econômico, que
disciplina o sistema econômico e as atividades econômicas exercidas tanto por particulares
quanto pelo próprio Estado.
Note, portanto, que o SFN não está relacionado à receita pública (obtenção de recursos), ao
crédito público (criação de recursos), ao orçamento público (gestão de recursos) e à despesa
pública (dispêndio de recursos).
Errado.
Vale agora relembrar o saudoso Mestre Aliomar Baleeiro, que nos disse que a ativida-
de financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável
às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direi-
to público.
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Importante destacar que, no que diz respeito à extensão da atividade financeira do Estado, o
STF já manifestou posição no sentido de que os Tribunais de Contas têm competência para
fiscalizar empresas públicas e sociedades de economia mista, independente da exigência de
dano ao Erário (MS 25.092 e MS 25.181).
Amigo(a), na verdade a atividade financeira do Estado engloba obter receita, criar crédito pú-
blico, gerir recursos e gastá-los para promover desenvolvimento econômico e social e o bem
comum de sua sociedade.
Logo, é errado dizer que a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade a arre-
cadação de recursos. Volto a lembrar que a principal finalidade do Estado é promover desen-
volvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade.
Errado.
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No site do Planalto, ao lado de cada artigo da nossa CF/1988, temos acesso agora a um
martelinho (🔨) com o link indicando a jurisprudência relativa a cada dispositivo cons-
titucional, ou seja, indicando julgados relativos ao tema regulado em cada dispositivo.
Confira o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
A leitura de “lei seca” é muito importante, sendo fundamental para a nossa prova conhe-
cer os artigos 165 a 169 da Constituição Federal de 1998.
Sem dúvida. A CF/1988, em seu Título VI, “Da Tributação e do Orçamento”, a partir do artigo
145, traz a disciplina básica do orçamento público, especialmente em seu Capítulo II, em dis-
ciplina as finanças públicas, trazendo, a partir do artigo 165 até o 169, as regras de elaboração
dos orçamentos, seu processo legislativo e vedações orçamentárias.
A assertiva também está de acordo com a conceituação doutrinária, já que Orçamento Públi-
co é, na visão do Ilustre Aliomar Baleeiro:
“ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo período e em por-
menor, a realização das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros
fins adotados pela política econômica e geral do país, assim como a arrecadação das receitas
criadas em lei”.
Certo.
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Esse artigo 165 será exaustivamente trabalhado quando estudarmos os Instrumentos de Pla-
nejamento e Orçamento (Leis Orçamentárias) em aula posterior. O objetivo hoje é que você
tenha o primeiro contato com esse tema para que na aula de Instrumentos de Planejamento
você tenha maior facilidade de compreensão, maior grau de fixação e melhor desempenho na
resolução das questões.
O artigo 165 dispõe sobre o Orçamento Público em sentido amplo, ou seja, trata das Leis
Orçamentárias.
Importante que você tenha em mente que o termo Orçamento Público também é usado
em sentido estrito quando se refere especificamente à LOA, que é o Orçamento Público anual
propriamente dito.
Além dos sentidos amplo e estrito, o termo Orçamento Público ainda pode ser usado em
sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução das despe-
sas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos orçamen-
tários para que se possa efetuar o gasto público.
Vamos agora fazer leitura do Artigo 165 para que você vá se familiarizando com a sua
literalidade (muito cobrada em prova), conjugada com a apresentação de explicações e com
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a resolução de questões. Além disso, nas aulas seguintes e ainda hoje, na resolução de ques-
tões ao final da aula, vamos trabalhá-los exaustivamente.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren-
tes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pú-
blica federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021).
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
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Continuando...
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Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, previstos na CF, devem ser elaborados
em consonância com a LDO e apreciados pelo MPU.
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DICA:
O Orçamento fiscal é considerado como sendo o orçamento
residual, já que contempla as despesas orçamentárias que
não foram enquadradas no orçamento da Seguridade Social
e no orçamento de investimentos, ou seja, pega “todas as so-
bras”, ou melhor, resíduos.
Em outras palavras, o que parágrafo 6º do artigo 165 da CF/1988 nos diz é que no Proje-
to da LOA, além de termos o detalhamento das receitas previstas e das despesas fixadas, é
necessário apresentar mais informações, especificamente o demonstrativo regionalizado do
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
Em primeiro lugar, note que o demonstrativo deve ser regionalizado, ou seja, deve ser
apresentado por região do país.
Em segundo lugar, perceba que quando são concedidas isenções fiscais (redução de im-
postos), anistias e remissões (perdão de valores a receber), subsídios e outros benefícios que
tenham impacto nas contas públicas, os seus respectivos efeitos nas receitas e despesas
precisam ser demonstrados no Projeto de LOA (de modo regionalizado).
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
DICA:
Note que são os orçamentos fiscal e de investimento das es-
tatais não dependentes que têm entre suas funções reduzir
as desigualdades regionais, ou seja, o orçamento da seguri-
dade social não tem essa função.
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“§ 7º – Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plu-
rianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional”.
Importante destacar que o § 5º, I, do artigo 165 da CF/1988, a que se refere o dispositivo an-
teriormente reproduzido, é justamente aquele relativo orçamento fiscal mencionado correta-
mente pela assertiva.
Certo.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
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§ 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.
Temos ainda outras exceções ao princípio da exclusividade ou pureza orçamentária que são
a previsão para pagamento de precatórios (art. 100, § 5º, CF), e a inclusão de recursos para
pagamento de indenizações de reforma agrária (art. 184, § 4º, CF). Confira:
“Art. 100.........
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
Art. 184.......
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o mon-
tante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício”.
Letra c.
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II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019).
No parágrafo 9º temos algumas matérias que devem, devido a maior importância dada
pelo constituinte, ser objeto de Lei Complementar, aquela que exige maior quórum para a
aprovação que uma simples Lei Ordinária.
Ressalte-se que essa Lei Complementar ainda não foi promulgada, tendo seu papel sido
exercido pela Lei n. 4.320/1964, já comentada anteriormente.
O parágrafo 10º teve a sua redação trazida pela Emenda Constitucional – EC n. 100 de
2019. Por ora, saiba que a EC 100/2019 tornou obrigatória a execução das chamadas emen-
das de bancada e nesse parágrafo a ideia é garantir que devem ser executadas e, para isso, o
governo deve “se virar”.
§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para
os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos
recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade
daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)
O PULO DO GATO
Perceba que o § 12 do artigo 165 da CF/1988 nos revela que no anexo da LDO deve constar
a previsão dos agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão
alocados na LOA.
Esses anexos da LDO foram trazidos pela LRF no intuito de melhorar a gestão fiscal, mas
note que nesse dispositivo não se fala que a LOA deve conter recursos de outros exercícios.
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PEGADINHA DA BANCA
Fique ligado pois aqui temos uma pegadinha em potencial. O examinador pode tentar te con-
fundir ao dizer que, depois da EC 102/2019, a LOA pode conter despesas para mais dois exer-
cícios, o que é falso.
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de
2019) (Produção de efeito)
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com
a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)
Note que esse dispositivo trouxe a expressão “lei orçamentária anual poderá conter previ-
sões de despesas”, quando a regra geral é de que a LOA prevê receitas, já que as receitas só
são consideradas realizadas quando efetivamente recebidas. Assim, não têm como fixar um
valor ainda não recebido.
No campo das despesas entendo que a regra geral não mudou. As despesas são fixadas,
são objeto de uma espécie de limite para gastar, ainda mais no âmbito do novo regime fiscal:
o teto de gastos. Então a LOA continua tendo o papel de funcionar como uma autorização do
parlamento para que o executivo realize determinado limite máximo de gastos.
Note que o dispositivo mencionado contém a palavra “poderá”, ou seja, é uma possibilida-
de, funcionando com um algo a mais, mas que não exclui a fixação da despesa, afinal ainda
temos o § 8º do artigo 165 que nos informa:
“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.
DICA:
Leve para a prova que a LOA fixa a despesa, mas pode conter
(aqui não extrapole a literalidade) previsões de despesas para
exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos
plurianuais e daqueles em andamento.
§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por
Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informa-
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ções sobre a execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019)
(Produção de efeito).”
§ 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitora-
mento e da avaliação das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Note que o parágrafo 16 foi incorporado à nossa Carta Magna por meio da EC 109/2021, como
forma de dar efetividade ao comando determinado pelo parágrafo 16 do artigo 37 (Adminis-
tração Pública) que também surgiu com a EC 109/2021, de modo que os órgãos e entidades
da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados. A
ideia é que a legislação orçamentária também atue no sentido de promover a transparência
da avaliação das políticas públicas e os resultados alcançados.
Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo dos temas abordados nesse artigo,
especialmente quando estudarmos o Ciclo Orçamentário que inclui o estudo do Processo
Legislativo.
Vamos agora fazer leitura do artigo 166 para que você vá se familiarizando com a sua li-
teralidade (muito cobrada em prova), mas não se preocupe, já que em aulas seguintes e ainda
hoje nas questões, vamos trabalhá-lo exaustivamente.
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
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“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum”.
Assim, o erro da assertiva foi colocar TCU no lugar que deveria constar Senado Federal.
Errado.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e aprecia-
das, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
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As emendas parlamentares servem para aperfeiçoar o que o Poder Executivo propôs por
meio dos instrumentos de planejamento e orçamento e tem o poder de influenciar no que
tange à alocação do dinheiro público.
Nessa toada, as emendas parlamentares devem ser apresentadas na Comissão Mista,
que deve emitir um parecer sobre elas, para depois serem apreciadas no plenário das 2 casas
do CN – Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
Note que as emendas parlamentares para serem aprovadas devem respeitar as restrições
relacionadas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 166 da CF/1988.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo-
dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
Importante registrar ainda que, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista (não
é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta, o Presidente da República pode enviar men-
sagem para propor modificação nos projetos do PPA, da LDO, da LOA e de Créditos Adicionais.
Opa, pode sim o Presidente da República propor modificações no projeto de lei relativo ao
PPA, desde que não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.
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§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual se-
rão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complemen-
tar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
O § 8º do artigo 166 deixa claro que os recursos que sobrarem no orçamento, em decor-
rência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados como fonte para a
abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais.
Na verdade, poderão sim ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou su-
plementares, desde que com prévia e específica autorização legislativa.
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§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
DICA:
Note que mesmo após a EC 105/19, subsiste a obrigação de o
parlamentar destinar metade dos recursos das emendas indi-
viduais criadas pela EC 86/15 a ações e serviços públicos de
saúde.
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“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresenta-
das anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
tos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo
da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com
o art. 58”.
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º,
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada
a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º
deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa
da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 86, de 2015)
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computados no montante anual de gastos com saúde para atender a vinculação constitucio-
nal de mínimo de gastos com essa natureza.
Além disso, o parágrafo 10 traz a ideia de evitar que tais recursos sejam destinados a “in-
char a máquina pública” por meio do pagamento de despesas com pessoal e seus encargos.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações
incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito
Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
Com a entrada em vigor da EC 100/2019, passou a ser obrigatória também a execução da progra-
mação orçamentária proveniente de emendas de bancada dos parlamentares. Assim, a execução
obrigatória das emendas de bancada deve seguir as mesmas regras das emendas individuais e
devem corresponder a 1% da RCL a partir de 2021, sendo de 0,8% para 2020.
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execu-
ção obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 100, de 2019)
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução
deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e ve-
rificação de eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à
viabilização da execução dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 100, de 2019)
Note que, de acordo com a redação dos parágrafos 13 e 14 do artigo 166 da CF/1988, só
não haverá execução obrigatória nos casos de impedimento de ordem técnica que impossibi-
litem a realização do empenho da despesa.
§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos
§§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
A redação trazida pela EC 100/2019 ao parágrafo 16 do artigo 166 da CF/1988 teve por
objetivo evitar que situação financeira ruim de Estados e Municípios (incluindo atrasos de
pagamentos de parcelas de obrigações junto à União) impedisse que os recursos das emen-
das parlamentares fossem bloqueados e que tais gastos sejam computados para fins de
limites com despesa de pessoal. Em suma, os parlamentares pensaram “farinha pouca, meu
pirão primeiro”.
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(seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as progra-
mações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as progra-
mações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumpri-
mento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limita-
ção incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 100, de 2019)
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe
critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresen-
tadas, independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
O § 19 do artigo 166 dispôs acerca do critério equitativo para execução das emendas,
definindo como equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe
critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas
apresentadas, independentemente da autoria.
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investi-
mentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido inicia-
da, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão
da obra ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)”.
Guarde que o §20 traz a previsão que, caso a emenda de bancada verse sobre início de
investimento com duração superior a um exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido
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iniciada, a mesma bancada é que deverá apresentar emendas, a cada exercício, até a conclu-
são da obra ou do empreendimento.
Na prática, o resultado dessa EC 105/2019 é que vai ficar mais fácil o acesso aos recursos
das emendas parlamentares individuais, já que a partir do Orçamento Geral da União de 2020,
ela autoriza a transferência direta de recursos de emendas parlamentares para Estados, ao DF
e a Municípios sem vinculação a uma finalidade específica, ou seja, o Congressista e o Ente
que receber os recursos de sua emenda parlamentar passam a dispor de maior liberdade na
aplicação dos recursos públicos.
“Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado,
do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa
com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado,
vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no paga-
mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
De acordo com esse novo artigo, os municípios, o Distrito Federal e Estados poderão deixar esses
recursos de fora do cálculo de limites com despesas de pessoal, de endividamento e para reparti-
ção – no caso dos Estados, para com os municípios em seu território.
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração
de convênio ou de instrumento congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 105, de 2019)
III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo
do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 105, de 2019)
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§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste
artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento
da execução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105,
de 2019)
§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os
recursos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 105, de 2019)
II – aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 105, de 2019)
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do
caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se
refere o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)”
Utilização dos recursos – deve ser respeitado o mínimo de 70% para despesas de capital,
exceto encargos da dívida. Assim, 30% podem ser usados para despesas de custeio, como
insumos, materiais de consumo, contas de serviços públicos, entre outras.
Obs.: Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo desse artigo e vamos conhe-
cer um pouco mais sobre as Emendas Constitucionais 86/2015, 100/2019, 102/2019,
105/2019, 106/2020 e 109/2021.
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Podemos ver que o inciso I proíbe o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.
Em outras palavras, mesmo com previsão no PPA ou na LDO acerca da realização de
despesas vinculadas a determinadas ações ou programas governamentais, o efetivo gasto
e, assim, a execução do projeto, somente poderão ir adiante se houver previsão específica
quanto às receitas e às despesas na LOA, em consonância com o princípio da universalidade
(estudado na aula de Princípios Orçamentários).
Não existe exceção para isso. O início de programas e projetos não incluídos na LOA é veda-
do pela CF.
Errado.
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; (a regra de ouro foi dispensada durante o
regime extraordinário – “orçamento de guerra” – para combate à pandemia pela EC 106/2020 –
durante o ano de 2020, voltando a valer em 2021).
Podemos ver que no inciso III, existe um limite quanto à realização de operações de crédito,
tendo em vista que ao serem contratadas e contraídas aumentam o endividamento do Estado.
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Essa é a chamada “Regra de Ouro” das Finanças Públicas. De acordo com a “Regra de Ouro”
das Finanças Públicas, a contratação de operações de crédito não poderá ser superior ao
montante das despesas de capital, a não ser que haja autorização específica pelo Poder Le-
gislativo, por maioria absoluta, mediante crédito adicional suplementar ou especial, com fi-
nalidade precisa. Ela tenta garantir que as receitas advindas do endividamento estejam no
mesmo patamar do gasto com investimentos.
DICA:
A EC 106/2020 (Orçamento de Guerra) dispensou, durante a
integralidade do exercício financeiro em que vigore a calami-
dade pública nacional da pandemia (que ainda não foi prorro-
gada, ou seja, encerrou-se em 31/12/2020), a obrigatoriedade
de atender a chamada regra de ouro das finanças públicas.
Ainda de acordo com a EC 106/2020, o Ministério da Econo-
mia deve publicar, a cada 30 (trinta) dias, relatório com os va-
lores e o custo das operações de crédito realizadas no período
de vigência do estado de calamidade pública nacional relativa
à pandemia.
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indica-
ção dos recursos correspondentes;
VI – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indi-
cação dos recursos correspondentes;
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Exemplo:
Assim, não pode a UNIÃO repassar recurso via transferência voluntária para o município X
para pagar o salário dos seus funcionários e aposentados, mas pode UNIÃO repassar recurso
via transferência voluntária para o município X para construir uma escola ou um hospital, por
exemplo.
XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a,
e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previ-
dência social de que trata o art. 201.
O PULO DO GATO
Em outras palavras, enquanto nas receitas dos impostos, a regra é a da não vinculação, quan-
do se trata da disciplina das contribuições, a norma constitucional é inversa: deve haver vin-
culação à finalidade pela qual o tributo foi exigido.
XII – na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recur-
sos de regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos
no art. 249, para a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários
do respectivo fundo vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao
seu funcionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
XIII – a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções
pela União e a concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras fede-
rais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras
gerais de organização e de funcionamento de regime próprio de previdência social. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
DICA:
A Reforma da Previdência Social, implementada por meio da
EC 103/2019 trouxe para nossa Carta Magna os incisos XII e
XIII do artigo 167. Embora não tratem diretamente da reforma
previdenciária em si, tais incisos foram agregados no âmbito
das finanças públicas com o objetivo de permitir maior rigor
no controle das contas públicas no que diz respeito à gestão
do RPPS.
Basicamente, no inciso XIII o legislador procurou dificultar a
utilização dos recursos do RPPS – Regime Próprio de Previ-
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XIV – a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados median-
te a vinculação de receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por pro-
gramação orçamentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
A EC 109/2021 inseriu no artigo 167 uma nova vedação absoluta. A ideia foi proibir a criação
de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados por meio da vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orça-
mentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública.
Continuando...
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exer-
cício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevi-
síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, obser-
vado o disposto no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas
“a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento
de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
Perceba que foi feito um ajuste no princípio da não afetação da Receita Pública. Na práti-
ca, a União pode exigir como garantia ou contragarantia para quitar débitos todas as receitas
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Amigo(a), o lance aqui é que a EC 85/2015 incluiu o § 5º no artigo 167 da CF/1988, que é uma
exceção à vedação do inciso VI, especificamente para as atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com base na ideia de que essa área precisa de um pouco mais de flexibilidade que
as demais. Confira, novamente, com grifos nossos:
Por meio da EC 109/2021, foi inserido o artigo 167-A, relativo a um regime fiscal faculta-
tivo para Estados e Municípios. A ideia é que o Poder Executivo Estadual ou Municipal seja
pressionado nas renegociações com a União para a adotar tal regime.
Vamos apresentar os artigos e depois comentá-los:
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e
receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Fe-
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deral e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério
Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação,
aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração
de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto
dos derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao
início da aplicação das medidas de que trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
II – criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
IV – admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de forma-
ção de militares; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
V – realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV
deste caput; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VI – criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou be-
nefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Po-
der, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de
militares, ou ainda de seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada
em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VII – criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VIII – adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da infla-
ção, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
IX – criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renego-
ciação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
subvenções; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
X – concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por cento) da receita corrente,
sem exceder o percentual mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem
ser, no todo ou em parte, implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência ime-
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diata, facultado aos demais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos
âmbitos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação
do Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – rejeitado pelo Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime a sua apreciação; ou (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo, mesmo após a sua
aprovação pelo Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 5º As disposições de que trata este artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem
sobre o erário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e le-
gais que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele pre-
vistas tenham sido adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com
declaração do respectivo Tribunal de Contas, é vedada: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação,
diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais de-
pendentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente, ressalvados os financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na
forma de operações típicas das agências financeiras oficiais de fomento. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
Temos de início a hipótese de aplicação do ajuste fiscal, que ocorre com a verificação de
que a relação entre despesas e receitas correntes é superior a 95% no período de 12 meses. O
§4 do art. 167-A prevê que a apuração deve ser realizada bimestralmente, sendo essa dispo-
sição bem semelhante ao previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Existem diversas vedações a serem aplicadas caso o limite seja atingido. A primeira de-
las trata da concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de
militares, sendo excepcionados os derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de
determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata esse artigo
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Também ficam proibidas a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de
despesa; alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa e admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título. Nesse último caso, ficam ressalvadas:
• as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa;
• as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
• as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do artigo 37 desta
Constituição; e
• as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos
de formação de militares.
Merece registro também a proibição que trata da realização de concurso público. Repare
que a vedação se aplica a novos cargos, mas não impede a reposição das vacâncias.
Repare também que existe ainda a vedação de criação ou majoração de auxílios, van-
tagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclu-
sive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da
Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus
dependentes, com exceção dos derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de
determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de ajuste fiscal.
Finalizando o rol de proibições temos:
1) a criação de despesa obrigatória;
2) a adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação
da inflação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do art. 7 da CF;
3) a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento;
4) a remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das
despesas com subsídios e subvenções e concessão ou ampliação de incentivo ou benefício
de natureza tributária.
Importante registrar ainda que, enquanto as medidas anteriormente relacionadas não fo-
rem cumpridas, ficam vedadas:
a) a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido;
b) a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Fe-
deração, diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas
estatais dependentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente. Aqui temos como exceção os financiamentos destinados
a projetos específicos celebrados na forma de operações típicas das agências financeiras
oficiais de fomento.
Importante guardar que a EC 109/2021 determina as medidas a serem tomadas quando
apurado que a despesa corrente supera 85% da receita corrente, sem exceder o percentual de
95%. Essas medidas poderão ser tomadas no todo ou em parte e deverão ser implementadas
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por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata. Além disso, faculta-se aos de-
mais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos.
Vale destacar ainda que o ato deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação do
Poder Legislativo, perdendo eficácia em caso de rejeição, decurso de 180 dias sem aproxima-
ção ou quando não for mais verificada a hipótese que o autorizou.
Também por meio da EC 109/2021 passaram a integrar a nossa CF/1988 os artigos 167-
B a 167-G que tratam do regime extraordinário na União em caso de pandemia. São regras
permanentes que podem ser acionadas caso seja declarada calamidade pública e que tratam
da aplicação do ajuste fiscal pelos entes.
Vamos apresentar os artigos e depois comentá-los:
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes,
somente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos termos definidos
nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 109, de 2021)
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos
sociais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos
simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, servi-
ços e compras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os
concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso
IX do caput do art. 37 desta Constituição, limitada a dispensa às situações de que trata o referido
inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos competentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de
enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos res-
tritos à sua duração, desde que não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam
dispensados da observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiço-
amento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação
de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art.
167-B, não se aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a cala-
midade pública de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Consti-
tuição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B
desta Constituição: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade
pública, os limites, as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de ope-
rações de crédito, bem como sua verificação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
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II – o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao reconhe-
cimento pode ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calami-
dade pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 109, de 2021)
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis du-
rante a vigência do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações ou de empréstimos
compulsórios, de transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das
receitas de capital produto de operações de financiamento celebradas com finalidades contratual-
mente determinadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade
pública, as vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 109, de 2021)
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultra-
passem a sua duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput
do art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea “c” do inciso I do caput do art. 159
desta Constituição, devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos
mesmos montantes transferidos no exercício anterior à decretação da calamidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações re-
feridas no caput, nos termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão
submetidos às restrições do § 6º do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus
efeitos para a União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
No que diz respeito ao artigo 167-B, guarde que ele dispõe acerca da adoção do regime
extraordinário fiscal durante o estado de calamidade pública, mas será cabível somente na-
quilo em que a urgência for incompatível com o regime regular.
Já no artigo 167-C temos a permissão para adoção de processos simplificados de con-
tratação de pessoal e a possibilidade de dispensa da observância de limites legais pelas pro-
posições legislativas quando tiverem propósito exclusivo de enfrentar a calamidade e suas
consequências sociais e econômicas, sendo a vigência restrita à sua duração e não podendo
tratar de despesa obrigatória de caráter continuado.
Visando reforçar nossa previdência social, a pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
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A assertiva em tela está de acordo com o artigo 168 da CF/1988, de acordo com o qual as
dotações orçamentárias destinadas aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao MP e à DP devem
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Orçamento Público CF de 1988
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ser entregues pelo Poder Executivo, em duodécimos, até o dia vinte de cada mês, na forma da
Lei Complementar referida no § 9º do artigo 165 da CF/1988.
Certo.
Jurisprudência:
De acordo com o STF, cujo trecho do MS 34.483 (Min. Dias Toffoli, j. 22-11-2016, 2ª T,
DJE de 8-8-2017) a seguir reproduzimos, “o direito prescrito no art. 168 da CF/1988 ins-
trumentaliza o postulado da Separação de Poderes e, dessa perspectiva, institui um dos
fundamentos essenciais para a permanência do Estado Democrático de Direito, impe-
dindo a sujeição dos demais Poderes e órgãos autônomos da República a arbítrios e
ilegalidades perpetradas no âmbito do Poder Executivo respectivo. É dever de cada um
dos Poderes, por ato próprio, proceder aos ajustes necessários, com limitação de empe-
nho (despesa), ante a frustração de receitas que inviabilize o cumprimento de suas obri-
gações (LC 101/2000, art. 9º), operando-se esses ajustes em um ambiente de diálogo
institucional, em que o Poder Executivo sinaliza o montante da frustração de receita
– calculada a partir do que fora projetado no momento da edição da lei orçamentária
e a receita efetivamente arrecadada no curso do exercício financeiro de referência – e
os demais Poderes e órgãos autônomos da República, no exercício de sua autonomia
administrativa, promovem os cortes necessários em suas despesas para adequarem as
metas fiscais de sua responsabilidade aos limites constitucionais e legais autorizados,
conforme sua conveniência e oportunidade”.
Por meio da EC 109/2021, foram inseridos novos parágrafos no artigo 168 da nossa
Carta Magna.
Note, portanto, que outra novidade trazida pela Emenda foi a inserção do §1º e do §2º ao
artigo 168, vedando a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses
duodecimais e prevendo que o saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma
do caput desse artigo deve ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá
seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do exercício seguinte.
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“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
A Carta Magna, em seu artigo 169 determina o estabelecimento de limites para as despe-
sas com pessoal ativo e inativo da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a
partir de lei complementar.
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§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, em-
pregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (dispensada apenas o
ano de 2020 quando – vide EC 106/2020 – tivemos o ORÇAMENTO DE GUERRA)
Note que o § 1º do artigo 169 da nossa Carta Magna nos diz que os aumentos de despe-
sas com pessoal, independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e
aos acréscimos dela decorrentes ou se houver autorização específica na LDO, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado
na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ado-
tarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegu-
rar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspon-
dente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, veda-
da a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no
§ 4º”.
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Ainda no que concerne a aumento de despesa com pessoal, guarde que é nulo de pleno
direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anterio-
res ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
Guarde também que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pen-
sionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A LRF estabeleceu os limites máximos para a despesa total com com pessoal de cada
Poder e órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as
despesas com pessoal será realizada ao final de cada quadrimestre.
Importante destacar que a LDO de cada Ente Federado pode definir limites inferiores aos es-
tabelecidos na LRF. A própria LRF estabeleceu como limite de alerta 90% do limite que não
pode ser ultrapassado.
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Nós sabemos que os gastos com a folha de pagamento de pessoal e inativos e pensionis-
tas representam o “carro chefe” das despesas de todo o setor público brasileiro. Assim, uma
das regras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para
os gastos com pessoal.
A definição desse limite é um verdadeiro princípio e busca simplesmente permitir que o
gestor público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à popu-
lação, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de tributos.
Jurisprudência:
Jurisprudência:
Nessa linha de raciocínio, a única restrição é que a referida lei não poderá ser aplicada na-
quele exercício financeiro. Caso, no exercício seguinte, exista dotação na LOA, e autorização
na LDO, a lei que concede o aumento poderá ser aplicada.
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RESUMO
A Atividade Financeira do Estado – AFE consiste em obter, criar, gerir e despender o di-
nheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras
pessoas de direito público.
As Finanças Públicas, o Direito Financeiro e o Orçamento Público (e AFO) têm a sua “gê-
nese normativa” na Constituição Federal de 1988, especialmente entre os artigos 165 e 169.
Merece destaque a Lei n. 4.320/1964 (Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro, tam-
bém conhecida como Lei do Orçamento Público), que é uma lei formalmente ordinária, apro-
vada por meio de processo legislativo ordinário, quórum de deliberação parlamentar maioria
simples, e materialmente complementar, pois a matéria que ela trata é de Lei Complementar,
com fulcro no artigo 165, § 9º, I, CF/1988.
O Orçamento Público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas
e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza,
por meio de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina admi-
nistrativa.
Todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas propostas orçamentárias, porém
nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada
diretamente ao Congresso Nacional. Essa competência é privativa do Presidente da Repúbli-
ca (Inciso XXIII, do art. 84, da CF). Mas quem tem competência para dispor sobre orçamento
público no Brasil, é exclusivamente do Congresso Nacional.
O artigo 165 da CF/1988 dispõe sobre o Orçamento Público em sentido amplo, ou seja,
trata das Leis Orçamentárias que são:
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A LOA prevê a receita e fixa a despesa, mas pode conter (aqui não extrapole a literalidade)
previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plu-
rianuais e daqueles em andamento.
O artigo 166 da CF/1988 dispõe sobre o Processo Legislativo das Leis Orçamentárias.
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,
na forma do regimento comum.
Nesse Processo, tem papel relevante a CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização, que tem como funções precípuas emitir parecer sobre os projetos de
PPA, LDO e LOA e sobre a prestação de contas do Presidente da República, além de fiscalizar
a execução das Leis Orçamentárias.
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem so-
mente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias e indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os prove-
nientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e
seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais para Estados,
Municípios e Distrito Federal.
No âmbito do processo legislativo orçamentário, o Presidente da República poderá en-
viar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere
esse artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.
No artigo 167 da CF/1988, temos as vedações constitucionais em matéria orçamentária
a seguir resumidas.
É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA, assim como a realização
de despesas que superem os créditos orçamentários ou adicionais.
Temos também a chamada “Regra de Ouro” das Finanças Públicas (suspensa tempora-
riamente ao longo de 2020 em função das medidas de combate à pandemia do COVID 19),
que nos diz que a contratação de operações de crédito não poderá ser superior ao montante
das despesas de capital, a não ser que haja autorização específica pelo Poder Legislativo, por
maioria absoluta, mediante crédito adicional suplementar ou especial, com finalidade precisa.
Temos ainda o Princípio Orçamentário da Não Vinculação da Receita de Impostos a Órgão,
Fundo ou Despesa e a vedação da abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes, bem como a abertura
de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes, a concessão ou utilização de créditos ilimitados, a instituição de
fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa e a utilização, sem autori-
zação legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos.
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Orçamento Público CF de 1988
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Também, de acordo com o artigo 167 da CF/1998, é proibida a utilização dos recursos/
receitas decorrentes da arrecadação de contribuições destinadas ao financiamento da Segu-
ridade Social ao pagamento do regime geral de previdência social, sendo vedada também a
transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos pelo Governo Federal e
Estadual e respectivas instituições financeiras, cujo objetivo seja o pagamento de despesas
com pessoal ativo, inativo e pensionista dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
A EC 109 inseriu, no artigo 167, uma nova vedação absoluta. A ideia foi proibir a criação
de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados por meio da vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orça-
mentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública
Por meio da EC 109/2021 também foi inserido o artigo 167-A, relativo a um regime fiscal
facultativo para Estados e Municípios. A ideia é que o Poder Executivo Estadual ou Municipal
seja pressionado nas renegociações com a União para a adotar tal regime.
Ainda por meio da EC 109/2021 passaram a integrar a nossa CF/1988 os artigos 167-B a
167-G que tratam do regime extraordinário na União em caso de pandemia. São regras per-
manentes que podem ser acionadas caso seja declarada calamidade pública.
O artigo 168 da CF/1988 trata da autonomia dos poderes e órgãos em termos de Orça-
mento Público.
De acordo com esse artigo, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias (in-
cluindo os créditos adicionais suplementares e especiais) destinados aos órgãos dos Pode-
res Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, devem ser-lhes
entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos.
O artigo 169 da CF/1988 dispõe sobre as Despesas com Pessoal e determina o estabeleci-
mento de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios a partir de lei complementar, que, no caso, foi a LRF.
Nessa linha, determina que os aumentos de despesas com pessoal, independentemente
da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes ou se
houver autorização específica na LDO, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
Define ainda que é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pesso-
al expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
Também veda a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, in-
clusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios.
Agora vamos resolver mais questões para fixar nosso entendimento acerca desses as-
suntos e aplicarmos o que aprendemos hoje.
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QUESTÕES DE CONCURSO
016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Estado Alfa apurou que, em período de 12 meses, sua
receita corrente foi de 10 bilhões de reais, e sua despesa corrente de 9,6 bilhões de reais. Tal
Estado deseja contrair empréstimo com a União. Diante desse cenário, o Estado poderá reali-
zar sem que seja impedido de fazer tal empréstimo:
a) concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária;
b) refinanciamento de dívidas que implique ampliação das despesas;
c) alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
d) reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
e) criação de despesa obrigatória.
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I – Para fazer frente a uma calamidade pública, por meio de Medida Provisória, é possível a
abertura de crédito extraordinário.
II – O déficit de fundação pública, sem fins lucrativos, pode ser suprido por recursos do orça-
mento fiscal sem necessidade de autorização legislativa específica.
III – Realizar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, sem prévia in-
clusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, pode gerar crime de respon-
sabilidade.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
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c) a receita e a despesa das universidades públicas, entes que têm sua autonomia reconheci-
da pela Constituição da República, não devem ser inseridas no orçamento anual;
d) a abertura de créditos orçamentários especiais, como são aqueles destinados à cobertura
de despesas não previstas na lei orçamentária, independe de autorização legislativa;
e) a lei orçamentária anual não pode conter autorização para contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita.
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c) À lei ordinária cabe dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora-
ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamen-
tária anual.
d) A lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo estranho à previsão da receita e
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
e) A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público.
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crédito extraordinário para atender às despesas imprevisíveis a serem realizadas pela União,
em decorrência do referido desastre natural. A partir da situação hipotética narrada, com base
no texto constitucional vigente, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição de 1988 veda, em absoluto, a edição de ato normativo dessa natureza so-
bre matéria orçamentária, de modo que a abertura de crédito extraordinário deve ser feita por
meio de lei ordinária de iniciativa do Chefe do Executivo.
b) A Constituição de 1988 veda a edição de ato normativo dessa natureza em matéria de or-
çamento e créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a possibilidade de abertura de
crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
de calamidade pública.
c) O ato normativo editado afronta o princípio constitucional da anterioridade orçamentária,
o qual impede quaisquer modificações nas leis orçamentárias após sua aprovação pelo Con-
gresso Nacional e consequente promulgação presidencial.
d) O ato normativo editado é harmônico com a ordem constitucional, que autoriza a edição de
medidas provisórias que versem sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamen-
to e créditos adicionais, suplementares e extraordinários, desde que haja motivação razoável.
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dívida pública; (2) as transferências voluntárias que seriam realizadas a municípios situados
no Estado-membro Alfa; e (3) o programa de construção de residências populares. Mostra-se
compatível com a sistemática constitucional a anulação das despesas referidas:
a) em 1, 2 e 3;
b) apenas em 2 e 3;
c) apenas em 1;
d) apenas em 2;
e) apenas em 3.
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GABARITO
1. E 37. E
2. E 38. D
3. C 39. A
4. E 40. B
5. C 41. A
6. C 42. B
7. E 43. E
8. E 44. C
9. E 45. A
10. A 46. D
11. E 47. D
12. C 48. B
13. C 49. C
14. C 50. Gab. Preliminar. Letra b.
15. C
16. D
17. B
18. E
19. D
20. B
21. A
22. E
23. B
24. D
25. C
26. B
27. D
28. B
29. B
30. D
31. C
32. D
33. D
34. B
35. B
36. B
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GABARITO COMENTADO
016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Estado Alfa apurou que, em período de 12 meses, sua
receita corrente foi de 10 bilhões de reais, e sua despesa corrente de 9,6 bilhões de reais. Tal
Estado deseja contrair empréstimo com a União. Diante desse cenário, o Estado poderá reali-
zar sem que seja impedido de fazer tal empréstimo:
a) concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária;
b) refinanciamento de dívidas que implique ampliação das despesas;
c) alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
d) reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
e) criação de despesa obrigatória.
A resposta está no artigo 167-A da CF/1988. Vamos correlacionar as alternativas aos seus
dispositivos:
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e
receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério
Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação,
aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração
de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos
derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da
aplicação das medidas de que trata este artigo;
II – criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Letra C)
IV – admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas:
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa;
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de forma-
ção de militares;
V – realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV
deste caput;
VI – criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou be-
nefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de milita-
res, ou ainda de seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada em jul-
gado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este artigo;
VII – criação de despesa obrigatória; (Letra E)
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VIII – adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da in-
flação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta
Constituição;
IX – criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, rene-
gociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
subvenções; (Letra B)
X – concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Letra A)
Note que não existe vedação para as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos
ou vitalícios.
Letra d.
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§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Note que, inicialmente, a CMO – Comissão Mista de Orçamento deveria ter solicitado à au-
toridade governamental responsável para que, no prazo de cinco dias, prestasse os escla-
recimentos necessários e, depois disso, caso não fosse atendida, a CMO solicitaria ao TCU
pronunciamento conclusivo.
Vamos comentar as demais alternativas.
a) Conforme exposto, houve irregularidade.
c) O julgamento prévio pelo CN – Congresso Nacional não é necessário.
d) A CMO tem competência para exercer tal acompanhamento sem prévia aprovação do ple-
nário do CN.
e) Sem fundamentação legal.
Letra b.
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Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração
de convênio ou de instrumento congênere;
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo
do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.
Letra e.
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§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse artigo traz um Princípio Orçamentário muito importante, o Princípio da Pureza ou Exclu-
sividade, e as suas exceções. A ideia básica é que a Lei Orçamentária deve tratar de orçamen-
to e não de matérias estranhas a esse tema. Dessa forma, a mencionada ementa ao Projeto
de Lei viola o princípio da exclusividade orçamentária.
Letra d.
Essa medida é incompatível com a vedação do artigo 166, § 3º, II, “b”, da CF/1988, que com-
pulsoriamente deve ser seguida pelos Estados. Essa emenda não poderia anular despesa
oriunda do serviço da dívida pública. A compatibilidade com o plano plurianual é exigida pelo
§ 4º do artigo 166. Confira na CF/1988:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
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§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
Art. 166....
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo-
dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
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O limite para aprovação das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária corresponde
a 1,2% da receita corrente líquida prevista no projeto de LOA. Confira na letra da CF/88, com
grifos nossos:
“Art. 166 § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encami-
nhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e servi-
ços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)”.
Você pode ter ficado em dúvida e marcado a alternativa E, uma vez que realmente os percen-
tuais nela dispostos estão realmente corretos.
Entretanto, em questões de múltipla escolha, temos que escolher a questão MAIS CORRETA,
que não deixe nenhuma margem de dúvida. Note que o enunciado da questão faz menção
direta ao “limite para aprovação das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária cor-
responde a 1,2% da receita corrente líquida”, ou seja, o examinador pede a melhor a alternativa
que complete o enunciado, que no caso é a letra a.
Em outras palavras, note que a questão solicita a referência do limite para aprovação das
emendas, que no caso é a prevista no Projeto da LOA.
Letra a.
A vinculação de receita de impostos para ações e serviços públicos de saúde é uma das res-
salvas às vedações previstas no artigo 167, da CF/88. Confira, com grifos nossos:
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realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo”;
Não se esqueça que a nossa CF/88 veda a realização de operações de crédito para cobrir des-
pesas (art. 167, III), bem como o remanejamento de créditos orçamentários sem autorização
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legislativa (art. 167, VI, CF). Nessa toada, no caso em tela, o Município não poderia remanejar
recursos para a compra de móveis solicitada, sem autorização legislativa específica. Confira
no artigo 167, II, da CF/88, com grifos nossos:
De acordo com o artigo 165 da nossa Constituição Federal, todos os instrumentos são elabo-
rados por iniciativa do Poder Executivo. Confira, com grifos nossos:
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“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
Letra d.
Com exceção da alternativa C (programas sociais), todas as alternativas estão erradas, já que
são vedações contidas no texto constitucional. Confira o artigo 166, § 3º, II, da nossa CF/88,
com grifos nossos:
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
........
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal”;
Letra c.
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financeiro seguinte. Os recursos, por sua vez, foram destinados à implementação de progra-
mas sociais nas áreas de saúde e educação.
À luz da sistemática constitucional, o procedimento da Câmara Municipal está
a) correto, pois esta pode apreciar livremente o projeto de lei orçamentária, podendo anular e
criar as despesas que melhor lhe aprouverem.
b) incorreto, pois os recursos destinados à implementação dos programas sociais não pode-
riam resultar da anulação, ainda que parcial, das despesas com pessoal.
c) correto, pois esta somente está autorizada a destinar recursos à implementação de progra-
mas sociais caso resultem da anulação de despesas com pessoal.
d) incorreto, pois o projeto de lei orçamentária anual apresentado pelo chefe do Poder Execu-
tivo não pode sofrer alterações no Legislativo.
e) correto, pois esta somente pode criar uma despesa quando indica os recursos necessários,
os quais devem resultar da anulação de outra, qualquer que seja ela.
A CF/1988 veda esse tipo de remanejamento orçamentário em seu art. 166, § 3º, II, “a”. Con-
fira, com grifos nossos:
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
...
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei”.
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e) Errada. Projeto de Lei apresentado pelo Chefe do Poder Executivo pode sofrer emendas
no Legislativo, observados os limites que a própria Constituição impõe (art. 166, §§ 2º e 3º,
da CF/88).
Letra b.
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“§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade”.
Vamos aproveitar e rever o artigo 169, § 9º, da CF/1988, com nossos grifos:
“Art. 169....
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos”.
Letra b.
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I – É a LDO que estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte e, para
tal, fixa o montante de recursos que o governo pretende economizar, traça regras, vedações
e limites para as despesas dos Poderes, autoriza o aumento das despesas com pessoal etc.,
conforme dispõe o § 2º do artigo 165 da CF/88.
II – É a LOA que define o planejamento que indica quanto e onde gastar o dinheiro público no
período de um ano, com base no valor total arrecadado pelos impostos. A LOA ou Orçamen-
to Público é um documento que prevê as quantias de moeda que, num período determinado
(normalmente um ano), devem entrar e sair dos cofres públicos (receitas e despesas públi-
cas), com especificação de suas principais fontes de financiamento e das categorias de des-
pesas mais relevantes.
III – É o PPA quem dispõe sobre o planejamento de médio prazo, identificando as prioridades
para o período de quatro anos e os investimentos de maior porte. Em outras palavras, o PPA
deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da adminis-
tração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as rela-
tivas aos programas de duração continuada.
Letra b.
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I – Verdadeira, já que, para fazer frente a uma calamidade pública, por meio de Medida Provi-
sória, é possível a abertura de crédito extraordinário, conforme dispõe o parágrafo 3º do artigo
167 da nossa Carta Magna.
II – Falsa, já que inexiste essa determinação na LRF.
III – Verdadeira, já que está de acordo com o parágrafo primeiro do artigo 167 da nos-
sa CF/1988.
Letra d.
“Art. 165......
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Letra c.
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A resposta está na literalidade do § 2º do artigo 165 da CF/1988. Repare, com grifos nossos:
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À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que poderia ser anulada despe-
sa associada
a) ao serviço da dívida pública.
b) ao programa de implementação de direitos sociais.
c) à dotação para pessoal e seus encargos.
d) às transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.
e) à contribuição previdenciária.
Tenha em mente que, dos gastos listados nas alternativas da questão, apenas aqueles rela-
cionados ao programa de implementação de direitos sociais podem ser anulados para aten-
der à emenda ao orçamento apresentada pelo deputado federal. Confira no dispositivo cons-
titucional abaixo reproduzido, com grifos nossos:
“Art. 166.........
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei”.
Note ainda que a contribuição previdenciária se insere dentre os encargos relativos às dota-
ções para pessoal (art. 166, § 3º, II, alínea “a”) sendo insuscetível de anulação para esse fim.
Letra b.
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A ideia de “cauda orçamentária” é evitar que o orçamento traga matérias que não tenham a
ver com o tema orçamento público. Assim, a definição de valor de gratificação estatutária
deve vir em lei específica relacionada ao cargo respectivo, e posteriormente ser incluída na
fixação da despesa orçamentária da LOA.
O princípio da exclusividade orçamentária, consagrado no artigo 165, § 8º, que traz algu-
mas exceções:
“Art. 165......
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.
Além dessas ressalvas, o art. 184, §4º, estabelece uma outra exceção ao princípio da exclusi-
vidade, ao estabelecer que o orçamento (a lei orçamentária anual) fixará anualmente o volume
total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao progra-
ma de reforma agrária no exercício.
Letra b.
De acordo com o artigo 166, § 3º, inciso II, da CF/1988, as emendas ao projeto de lei orça-
mentária não podem indicar como fonte de recursos de anulação de despesas proveniente de
serviço da dívida. Confira, com grifos nossos:
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“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
(...)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
(...)
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
(...)
b) serviço da dívida;
Letra b.
O artigo 165, inciso III, da CF/1988, determina que é de iniciativa do chefe do Poder Executivo
a elaboração de leis que tratem de orçamentos anuais, motivo pelo qual a questão apresenta
situação de inconstitucionalidade de dispositivo inserido em Constituição Estadual. Confira,
com grifos nossos:
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Questão que aborda a famosa regra de ouro, presente no artigo 167, inciso III, da CF/88, que
veda a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital,
com as ressalvas que ele mesmo estabelece. Confira, com grifos nossos:
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Note como a FGV cobrou a literalidade do artigo 165, § 1º, da CF/1988. Confira:
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren-
tes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Letra a.
Esse é um dos papéis da LDO. Confira, com grifos nossos, o trecho do artigo 165 da CF/1988:
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na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
Letra b.
Em outras palavras, o que § 7º do artigo 165 da CF/88 quis dizer é que os orçamentos fiscais
e de investimentos das estatais, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
Letra a.
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d) A Constituição Estadual pode impor aos Municípios a aplicação de percentual do seu orça-
mento em finalidades específicas.
e) As leis orçamentárias, por serem gerais e abstratas, não estão sujeitas ao controle concen-
trado de constitucionalidade.
“A iniciativa de leis que versem sobre matéria tributária é concorrente entre o chefe do Poder Exe-
cutivo e os membros do Legislativo. A circunstância de as leis que versem sobre matéria tributária
poderem repercutir no orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que sua iniciativa
é privativa do chefe do Executivo. (RE 590.697-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011”.
Na verdade, existem SIM alguns óbices presentes em nossa CF/1988, como o artigo 63 que
dispõe que não pode haver aumento da despesa prevista nos projetos apresentados pelo Po-
der Executivo, que também não podem ser incompatíveis com o PPA e com a LDO, além das
proibições detalhadas no § 3º do artigo 166 da nossa Carta Magna.
Errado.
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Note que a questão pede para marcarmos a errada. Com exceção da alternativa C, todas as
outras estão corretas.
O erro da C foi dizer que cabe à Lei Ordinária dispor sobre vigência, organização, elaboração,
prazos e exercício financeiro do PPA, da LDO e da LOA, quando, na verdade, esse papel cabe à
lei complementar, nos termos do artigo 165, §9º, I, da Constituição:
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Tenha em mente que, de acordo com o artigo 165 da CF/1988, leis de iniciativa do Poder Exe-
cutivo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais,
sendo que os respectivos projetos de lei devem ser apreciados pelas duas Casas do Congres-
so Nacional, na forma do regimento comum.
As atribuições da CMO – Comissão Mista de Orçamento, por seu turno, estão previstas no §1º
do artigo 166 da CF/1988. Confira:
Lembre-se da regra de ouro, presente no artigo 167, inciso III, da CF/88, que veda a realização
de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, com as ressalvas
que ele mesmo estabelece. Confira, com grifos nossos:
Com exceção da alternativa D, que é uma despesa de capital (investimento), todas as demais
referem-se a despesas correntes, aquelas destinadas à manutenção das atividades.
Letra d.
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“Art. 165, § 3º – O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária”.
Letra d.
A nossa Carta Magna, em seu artigo 62, apresenta um rol de matérias que não podem ser
veiculadas por medidas provisórias. Confira:
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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
...
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
Entretanto, na parte final da alínea “d”, temos uma ressalva. Então vamos ao mencionado
dispositivo:
Assim, para crédito extraordinário, que tem como pressuposto para sua abertura a existência
de relevância e urgência (além da imprevisibilidade), a MP pode ser usada.
Letra b.
Note que, inicialmente, a questão ao fazer menção à antecipação de receita para fazer face à
insuficiência de caixa, indica que estamos tratando de uma operação do tipo ARO – Anteci-
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Importante destacar que, como os recursos foram captados para viabilizar o pagamento dos
vencimentos dos servidores públicos (despesas correntes), o montante de operações de cré-
dito deve ter sido superior ao montante de despesas de capital, já que apenas o que sobrar
das despesas correntes (pagamento dos servidores) será utilizado para despesas de capital,
já que a questão não informa se existiram outras operações de créditos e outras despesas de
capital no orçamento do Estado Alfa.
Letra c.
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...
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
O recurso indicado com o número 2, relativo às transferências voluntárias que seriam realiza-
das a municípios situados no Estado-membro Alfa, não é vedado pela CF/1988, já que o inciso
II, alínea “c”, § 3º, do artigo 166 veda a utilização de recursos das transferências tributárias
constitucionais obrigatórias e não as transferências voluntárias.
O recurso indicado com o número 3, relativo ao programa de construção de residências popu-
lares, não se inclui dentre as fontes vedadas pela Constituição para emendas à LOA
Gabarito preliminar – Letra b.
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REFERÊNCIAS
2. BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 18ª Edição. Editora Método.
6. PALUDO, Augustinho. Orçamento Público (AFO e LRF). 10ª Edição. Editora Juspodium.
Espero que você tenha gostado desta aula inicial. Sei que foram muitos conceitos novos,
muita informação mesmo. Mas é para todo mundo.
Essa base de informações que você adquiriu hoje vai te ajudar em todo o curso e o mais
importante: vai ser decisiva para seu bom desempenho na prova.
Quem se esforçar, consegue. Como diria Thomas Jefferson:
“Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu
tenho”.
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Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado para a área
de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e Controle) da Controladoria-
Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998.
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