Você está na página 1de 99

FINANÇAS

PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Sumário
Orçamento Público na CF/1988................................................................................................................................3
1. Introdução ao Estudo do Orçamento Público..............................................................................................3
1.1. Finanças Públicas, Orçamento Público, Afo e Direito Financeiro.................................................4
1.2 Atividade Financeira do Estado........................................................................................................................6

2. Orçamento Público na Cf/1988......................................................................................................................... 10


2.1 Artigo 165 – Das Leis Orçamentárias. .........................................................................................................12
2.2 Artigo 166 – Do Processo Legislativo........................................................................................................21
2.3 Artigo 167 – Vedações em Matéria Orçamentária..............................................................................30
2.4 Artigo 168 – Autonomia dos Poderes e Órgãos. ..................................................................................42
2.5 Artigo 169 – Despesas com Pessoal. .........................................................................................................44
Resumo................................................................................................................................................................................48
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................52
Questões de Concurso................................................................................................................................................55
Gabarito...............................................................................................................................................................................68
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 69
Referências........................................................................................................................................................................98

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

ORÇAMENTO PÚBLICO NA CF/1988


Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
Depois de estudarmos, nas aulas 1 a 4, os assuntos mais afetos à parte econômica das
Finanças Públicas, vamos adentrar nos aspectos orçamentários, começando hoje pelos prin-
cipais aspectos constitucionais do Orçamento Público.

O conhecimento que vamos adquirir hoje servirá de base para todo o restante do curso e,
por isso, nas aulas seguintes teremos oportunidade de revisitar o que estudamos hoje fre-
quentemente.
Uma última coisa, peço que avalie a aula. Se gostou, ótimo. Se não gostou, diga-me os
motivos. Sua opinião é muito importante para mim e para o GRAN.
Então, vamos nessa. Tenha um excelente aproveitamento nesta aula!
Prof. Manuel Piñon

1. Introdução ao Estudo do Orçamento Público


Antes de começarmos, quero destacar que a aula de hoje é a mais importante e a mais
difícil do nosso curso.
Inicialmente, você vai ter um entendimento conceitual superficial sobre o objeto de estudo
das disciplinas FINANÇAS PÚBLICAS, AFO – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁ-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

RIA e ORÇAMENTO PÚBLICO, intimamente relacionadas à disciplina DIREITO FINANCEIRO,


suas características iniciais e suas principais fontes. E a fonte primária é a nossa Constitui-
ção Federal de 1988.
Assim, vamos começar nosso curso bebendo dessa fonte, especialmente dos seus ar-
tigos 165 a 169. Por essa razão, entendo que o colega que ainda não teve oportunidade de
estudá-los tenha certa dificuldade com a quantidade de informações e com o nível de deta-
lhamento dessa aula.
Não vou enganar você, nossa Carta Magna é muito detalhista e, no que diz respeito a es-
sas disciplinas, não poderia ser diferente, já que estamos tratando da parte mais sensível do
Estado: o bolso.
Entretanto, tenho uma boa notícia: nas aulas seguintes, a maior parte do conteúdo desses ar-
tigos será detalhadamente explicado na parte teórica e, além disso, faremos muitas questões de
concursos anteriores que terão como resposta dispositivos constitucionais que estudaremos hoje.
A ideia é que hoje, ao estudar os artigos 165 a 169, você crie uma base de conhecimento
que vai te ajudar no resto do curso. Vamos intercalar os artigos com explicações, com ques-
tões de concursos anteriores em que são diretamente aplicados e com jurisprudências que
envolvem esses dispositivos constitucionais.
Se você tiver um bom desempenho na aula de hoje, você certamente vai ter facilidade nas
aulas seguintes. Se tiver dificuldade, o que é normal, você terá oportunidade de voltar nesses
dispositivos ao longo do curso e melhorar a sua compreensão e a sua fixação.
Acredite nisso. No final do curso você vai me dar razão.
Entretanto, em último caso, se realmente a dificuldade for muito grande, alternativamente,
recomendo como caminho mais fácil, estudar o tópico 1 dessa aula e depois passar para as
aulas seguintes, voltando a estudar os tópicos 2 e 3 dessa aula somente após já ter estudado
as aulas de Instrumentos Orçamentários, Ciclo Orçamentário, Créditos Adicionais, Princípios
Orçamentários e Orçamento Público. Dessa forma, o conteúdo da nossa CF/1988 relativo ao
Orçamento Público será absorvido com mais facilidade.

1.1. Finanças Públicas, Orçamento Público, Afo e Direito Financeiro


Uma boa maneira de começar a estudar essa matéria é compreender do que ela trata e
saber distingui-la de outras matérias muito similares em termos de assuntos cobrados nos
editais de concursos públicos. Estou me referindo às matérias Direito Financeiro e Finanças
Públicas, além de AFO – Administração Financeira e Orçamentária, na qual, por exemplo, o
tema Orçamento Público se faz presente.
Podemos dizer que o Direito Financeiro tem uma “pegada” normativa, as Finanças Pú-
blicas uma “pegada” normalmente especulativa, ou seja, não foca em normatização, e AFO
consiste na administração das finanças e do orçamento público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Importante destacar que Finanças Públicas é a terminologia usada para se referir ao con-
junto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de tributação e de
dispêndios públicos. Chamada também, em alguns editais de concursos públicos de econo-
mia do setor público, a matéria Finanças Públicas foca no impacto das ações governamentais
no crescimento econômico, ou seja, abarca as receitas, despesas e o endividamento público
não em um viés jurídico, mas econômico.
Podemos dizer que o Direito Financeiro é mais amplo que AFO, com foco, claro, nas nor-
mas que regulam seu campo de atuação.
Na verdade, o estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com uma “pegada” adminis-
trativa, ou seja, abrange a atividade financeira do estado, focada em sua aplicação na ges-
tão pública.
Em outras palavras, podemos dizer que AFO é o ramo da ciência administrativa que foca
na gestão das finanças e do orçamento público, desde sua concepção até a sua prestação de
contas e avaliação de resultados.
Assim, sucintamente, podemos enxergar o estudo de AFO pela ótica de assegurar a exe-
cução das funções do Estado, contribuindo para aprimorar o planejamento, a organização, a
direção, o controle e a tomada de decisões dos gestores públicos em cada uma dessas fases.
Enquanto o Direito Financeiro foca mais em disciplinar a atividade financeira do Estado de
modo amplo e está mais voltado para uma abordagem legalista e doutrinária, a matéria AFO
possui um enfoque mais orçamentário, exigindo conhecimentos mais aprofundados sobre as
técnicas de orçamentação, adquiridos com a leitura de manuais, especialmente o MTO – MA-
NUAL TÉCNICO DO ORÇAMENTO e o MCASP – MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO
SETOR PÚBLICO, e normas infra legais sobre o tema.
Bem, devidamente situados, veja agora como a Doutrina conceitua o Direito Financeiro.
O Doutrinador Ricardo Lobo Torres nos diz que Direito Financeiro é

“o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a


constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a obten-
ção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Já o para o Doutrinador Kiyoshi Harada é:

“o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico”.

1.2 Atividade Financeira do Estado


Antes de adentrarmos em seu embasamento constitucional, precisamos conhecer o con-
ceito de Atividade Financeira do Estado – AFE, que, por sua vez, ENGLOBA 4 elementos que
estão intimamente ligados:

1 – obter Receita Pública (orçamentária);


2 – criar o Crédito Público (empréstimo público);
3 – gerenciar ou gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária Anual);
4 – despender Recursos (Gastar) – Executar a Despesa Pública (orçamentária).

Cuidado para não fazer confusão. Note que uma coisa é a atividade financeira do Estado
(obtenção de receita, realização da despesa e gestão do orçamento e da dívida pública) que
é responsabilidade do DIREITO FINANCEIRO. Outra coisa é atividade econômica do Estado
(controle e regulação da atividade econômica, atuação como produtor de bens e serviços,
realização de concessões etc.) que é responsabilidade do DIREITO ECONÔMICO.

Para melhor visualização da Atividade Financeira do Estado, veja:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

001. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o


item seguinte.
Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro regulamenta a ativi-
dade financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa
pública, crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução orçamentária.

Tenha em mente que o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a ativi-
dade financeira do estado, que abrange a receita pública (obtenção de recursos), o crédito
público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa pública
(dispêndio de recursos).
Por seu turno, o SFN – Sistema Financeiro Nacional é regulado pelo Direito Econômico, que
disciplina o sistema econômico e as atividades econômicas exercidas tanto por particulares
quanto pelo próprio Estado.
Note, portanto, que o SFN não está relacionado à receita pública (obtenção de recursos), ao
crédito público (criação de recursos), ao orçamento público (gestão de recursos) e à despesa
pública (dispêndio de recursos).
Errado.

Vale agora relembrar o saudoso Mestre Aliomar Baleeiro, que nos disse que a ativida-
de financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável
às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direi-
to público.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Assim, podemos “destrinchar” essa ideia em 3 partes:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

1 – O Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo obter recursos


(RECEITA PÚBLICA) para poder despendê-los (DESPESA PÚBLICA) na aplicação de seus fins.
2 – Além disso, nem sempre os recursos obtidos são suficientes, por isso o Estado precisa
criá-los (CRÉDITO PÚBLICO) para que sejam capazes de atender todos os dispêndios.
3 – Por fim, toda essa atividade deve ser gerenciada (ORÇAMENTO PÚBLICO).

Importante destacar que, no que diz respeito à extensão da atividade financeira do Estado, o
STF já manifestou posição no sentido de que os Tribunais de Contas têm competência para
fiscalizar empresas públicas e sociedades de economia mista, independente da exigência de
dano ao Erário (MS 25.092 e MS 25.181).

002. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Julgue:


A atividade financeira do Estado, caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurí-
dica de direito público, tem como principal finalidade a arrecadação de recursos.

Amigo(a), na verdade a atividade financeira do Estado engloba obter receita, criar crédito pú-
blico, gerir recursos e gastá-los para promover desenvolvimento econômico e social e o bem
comum de sua sociedade.
Logo, é errado dizer que a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade a arre-
cadação de recursos. Volto a lembrar que a principal finalidade do Estado é promover desen-
volvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

2. Orçamento Público na Cf/1988


As Finanças Públicas, a AFO, o Direito Financeiro e o Orçamento Público encontram sua
“gênese normativa” na Constituição Federal de 1988, especialmente entre os artigos 165 e 169.
Caro(a) aluno(a), é importante que quando estiver estudando essa matéria, esteja com as
legislações pertinentes em mãos para fazer as devidas anotações na própria lei, caso tenha
esse hábito.

No site do Planalto, ao lado de cada artigo da nossa CF/1988, temos acesso agora a um
martelinho (🔨) com o link indicando a jurisprudência relativa a cada dispositivo cons-
titucional, ou seja, indicando julgados relativos ao tema regulado em cada dispositivo.
Confira o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

A leitura de “lei seca” é muito importante, sendo fundamental para a nossa prova conhe-
cer os artigos 165 a 169 da Constituição Federal de 1998.

003. (CESPE/TCDF/PROCURADOR/2004) A respeito do tratamento constitucional e doutriná-


rio vigente conferido ao orçamento público, julgue o item a seguir.
A disciplina básica do orçamento público é estabelecida pela Constituição da República, que
estatui os seus princípios e as regras que tratam da receita e da despesa, desde a autorização
para a cobrança de tributos até a previsão para os gastos, sendo reconhecida pela doutrina a
existência de uma verdadeira constituição orçamentária.

Sem dúvida. A CF/1988, em seu Título VI, “Da Tributação e do Orçamento”, a partir do artigo
145, traz a disciplina básica do orçamento público, especialmente em seu Capítulo II, em dis-
ciplina as finanças públicas, trazendo, a partir do artigo 165 até o 169, as regras de elaboração
dos orçamentos, seu processo legislativo e vedações orçamentárias.
A assertiva também está de acordo com a conceituação doutrinária, já que Orçamento Públi-
co é, na visão do Ilustre Aliomar Baleeiro:

“ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo período e em por-
menor, a realização das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros
fins adotados pela política econômica e geral do país, assim como a arrecadação das receitas
criadas em lei”.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

No dia 16/03/2021, foi publicada a EC – Emenda Constitucional 109/2021 oriunda da PEC


186, também conhecida como PEC EMERGENCIAL, que foi amplamente divulgada pela mídia
por viabilizar a volta do pagamento do Auxílio-Emergencial por parte do Governo Federal. En-
tretanto, essa EC também alterou e trouxe também importantes dispositivos de nossa Cons-
tituição que impactam diretamente as nossas aulas de AFO, Direito Financeiro e Orçamento
Público. Praticamente todos os artigos da nossa CF/1988 (163 a 169) sofreram alterações e
inclusões de novos dispositivos.

Preliminarmente, a EC 109/2021 modificou o regime e dispôs sobre princípios e normas


da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças
públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, dentre outras providências.
Alguns artigos merecem destaque, como o artigo 3º, que dispõe sobre o auxílio emer-
gencial, e o artigo 4º que dispõe sobre o plano de redução gradual de incentivos e benefí-
cios federais de natureza tributária e, embora não tenha alterado o texto da CF/1988, trouxe
comandos sobre a renúncia de receita que tem impacto sobre a nossa aula de LRF – Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Além deles, merece destaque também o artigo 5º, que dispõe sobre o uso do superávit
financeiro em fundos, que, embora não tenha alterado permanentemente o texto da CF/1988,
é regra com aplicação limitada até 31/12/2023.
Tivemos também a inclusão de novos incisos nos artigos 49 e 84 CF/1988, dispondo so-
bre a iniciativa e a competência para decretação de calamidade pública de âmbito nacional,
ficando definido que será de competência exclusiva do Congresso Nacional a decretação do
estado de calamidade e de competência privativa do Presidente da República propor referida
decretação.
Tivemos também a desvinculação parcial do superávit financeiro de fundos públicos e
a suspenção das condicionalidades para realização de despesas com concessão de auxílio
emergencial residual para enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia
da Covid-19.
Além disso, o artigo 29-A, que dispõe sobre os limites de gastos com despesas de pessoal
no âmbito do legislativo municipal, passou a incluir as despesas com inativos e pensionistas.
A redação anterior do artigo previa expressamente a exclusão dos gastos com inativos.
Dessa forma, vamos destacar, ao longo desta aula e de todo o curso, as modificações e in-
clusões efetuadas em nossa Carta Magna por meio da EC 109/2021 que têm impacto em nos-
sa matéria. Já adianto que foram muitas mudanças e que podem vir a ser objeto de cobrança.
Vamos agora conhecer os cinco artigos da CF/1988 (165 a 169) que tratam de Orçamento
Público de modo amplo. A ideia é conhecer a sua literalidade, compreender o significado de
cada dispositivo e ver a sua aplicação prática em uma questão de prova de concurso anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

2.1 Artigo 165 – Das Leis Orçamentárias

Esse artigo 165 será exaustivamente trabalhado quando estudarmos os Instrumentos de Pla-
nejamento e Orçamento (Leis Orçamentárias) em aula posterior. O objetivo hoje é que você
tenha o primeiro contato com esse tema para que na aula de Instrumentos de Planejamento
você tenha maior facilidade de compreensão, maior grau de fixação e melhor desempenho na
resolução das questões.

O artigo 165 dispõe sobre o Orçamento Público em sentido amplo, ou seja, trata das Leis
Orçamentárias.

E quais são as Leis orçamentárias em sentido amplo?

As Leis orçamentárias em sentido amplo são:


PPA – Plano Plurianual
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual, composta pelos Orçamentos Fiscal (OF), da Seguridade
Social (OSS) e de Investimentos da Estatais não dependentes (OI).

Importante que você tenha em mente que o termo Orçamento Público também é usado
em sentido estrito quando se refere especificamente à LOA, que é o Orçamento Público anual
propriamente dito.
Além dos sentidos amplo e estrito, o termo Orçamento Público ainda pode ser usado em
sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução das despe-
sas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos orçamen-
tários para que se possa efetuar o gasto público.
Vamos agora fazer leitura do Artigo 165 para que você vá se familiarizando com a sua
literalidade (muito cobrada em prova), conjugada com a apresentação de explicações e com

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

a resolução de questões. Além disso, nas aulas seguintes e ainda hoje, na resolução de ques-
tões ao final da aula, vamos trabalhá-los exaustivamente.

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.

Vá logo associando esses verbos a cada uma das leis orçamentárias:

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren-
tes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pú-
blica federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021).

Importante destacar que a EC 109/2021 (a famosa PEC Emergencial) alterou as atribuições


constitucionais da LDO ao incluir a atribuição de estabelecer as diretrizes de política fiscal e
respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública. Além dessa
inclusão, a EC 109/2021, de 15/03/2021 retirou do texto constitucional o trecho “incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente” como detalhamento das metas
e prioridades da administração pública federal.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

De acordo com a EC 106/2020 que tratou do chamado “orçamento de guerra”, as autoriza-


ções de despesas relacionadas ao enfrentamento da calamidade pública nacional decorrente
da pandemia (COVID-19) e de seus efeitos sociais e econômicos deverão ser separadamente
avaliadas na prestação de contas do Presidente da República e evidenciadas, até 30 (trinta)
dias após o encerramento de cada bimestre, no Relatório Resumido da Execução Orçamentá-
ria – RREO. Registre-se que para o ano de 2021, até o dia 22/03/2021 ainda não foi publicado
Decreto Legislativo do Congresso Nacional prorrogando os efeitos no Orçamento Público (or-
çamento de guerra em decorrência do estado de calamidade pública) das medidas de comba-
te à pandemia. Assim, para o ano de 2021 em diante volta a valer a regra original.

Continuando...

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão


elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

004. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Julgue o item seguinte acerca do PPA, da LDO e da LOA,


conforme a CF.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, previstos na CF, devem ser elaborados
em consonância com a LDO e apreciados pelo MPU.

Na verdade, os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, previstos na CF, devem


ser elaborados em consonância com o PPA e apreciados pelo Congresso Nacional, conforme
ordena o § 4º do artigo 165 da CF/1988.
Errado.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

DICA:
O Orçamento fiscal é considerado como sendo o orçamento
residual, já que contempla as despesas orçamentárias que
não foram enquadradas no orçamento da Seguridade Social
e no orçamento de investimentos, ou seja, pega “todas as so-
bras”, ou melhor, resíduos.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,


sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
de natureza financeira, tributária e creditícia.

Em outras palavras, o que parágrafo 6º do artigo 165 da CF/1988 nos diz é que no Proje-
to da LOA, além de termos o detalhamento das receitas previstas e das despesas fixadas, é
necessário apresentar mais informações, especificamente o demonstrativo regionalizado do
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
Em primeiro lugar, note que o demonstrativo deve ser regionalizado, ou seja, deve ser
apresentado por região do país.
Em segundo lugar, perceba que quando são concedidas isenções fiscais (redução de im-
postos), anistias e remissões (perdão de valores a receber), subsídios e outros benefícios que
tenham impacto nas contas públicas, os seus respectivos efeitos nas receitas e despesas
precisam ser demonstrados no Projeto de LOA (de modo regionalizado).

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

DICA:
Note que são os orçamentos fiscal e de investimento das es-
tatais não dependentes que têm entre suas funções reduzir
as desigualdades regionais, ou seja, o orçamento da seguri-
dade social não tem essa função.

005. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Julgue o próximo item, referente a orçamento público.


Para que se atinja o equilíbrio distributivo e se reduzam as possíveis desigualdades inter-re-
gionais, o orçamento fiscal deve ser compatível com o plano plurianual.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

A resposta dessa questão está na literalidade do § 7º do artigo 165 da CF/1988:

“§ 7º – Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plu-
rianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional”.

Importante destacar que o § 5º, I, do artigo 165 da CF/1988, a que se refere o dispositivo an-
teriormente reproduzido, é justamente aquele relativo orçamento fiscal mencionado correta-
mente pela assertiva.
Certo.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Esse artigo traz um Princípio Orçamentário muito importante, o Princípio da Pureza ou


Exclusividade, e as suas exceções. A ideia básica é que a Lei Orçamentária deve tratar de
orçamento e não de matérias estranhas a esse tema. Veja logo uma questão que cobra o seu
conhecimento.

006. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR/2019) De acordo com os princípios constitucionais or-


çamentários e o disposto na CF acerca das finanças públicas, as autorizações para a abertura
de créditos suplementares e para a contratação de operações de créditos constituem exce-
ções ao princípio da
a) legalidade orçamentária.
b) universalidade orçamentária.
c) pureza orçamentária.
d) não afetação da receita.
e) quantificação dos créditos orçamentários.

O princípio da pureza orçamentária, mais conhecido como princípio da exclusividade (estuda-


do na aula de Princípios Orçamentários), é estabelecido no artigo 165, § 8º, no qual também
são previstas algumas de suas exceções. Confira, com grifos nossos:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


.....

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.

Temos ainda outras exceções ao princípio da exclusividade ou pureza orçamentária que são
a previsão para pagamento de precatórios (art. 100, § 5º, CF), e a inclusão de recursos para
pagamento de indenizações de reforma agrária (art. 184, § 4º, CF). Confira:

“Art. 100.........
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
Art. 184.......
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o mon-
tante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício”.
Letra c.

Continuando a leitura do artigo 165...

§ 9º Cabe à lei complementar:


I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019).

No parágrafo 9º temos algumas matérias que devem, devido a maior importância dada
pelo constituinte, ser objeto de Lei Complementar, aquela que exige maior quórum para a
aprovação que uma simples Lei Ordinária.
Ressalte-se que essa Lei Complementar ainda não foi promulgada, tendo seu papel sido
exercido pela Lei n. 4.320/1964, já comentada anteriormente.

§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os


meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços
à sociedade. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019).
§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)
I – subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas
fiscais ou limites de despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
adicionais;
II – não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados;
III – aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

O parágrafo 10º teve a sua redação trazida pela Emenda Constitucional – EC n. 100 de
2019. Por ora, saiba que a EC 100/2019 tornou obrigatória a execução das chamadas emen-
das de bancada e nesse parágrafo a ideia é garantir que devem ser executadas e, para isso, o
governo deve “se virar”.

§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para
os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos
recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade
daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)

O PULO DO GATO
Perceba que o § 12 do artigo 165 da CF/1988 nos revela que no anexo da LDO deve constar
a previsão dos agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão
alocados na LOA.

Esses anexos da LDO foram trazidos pela LRF no intuito de melhorar a gestão fiscal, mas
note que nesse dispositivo não se fala que a LOA deve conter recursos de outros exercícios.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Se assim fosse, o princípio orçamentário da anualidade ou da periodicidade (estudado na


aula de Princípios Orçamentários) teria sido agredido e assim como o inciso III e o parágrafo
5º do próprio artigo 165 da CF/1988, além da Lei n. 4.320/1964.

PEGADINHA DA BANCA
Fique ligado pois aqui temos uma pegadinha em potencial. O examinador pode tentar te con-
fundir ao dizer que, depois da EC 102/2019, a LOA pode conter despesas para mais dois exer-
cícios, o que é falso.

§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de
2019) (Produção de efeito)
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com
a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)

Note que esse dispositivo trouxe a expressão “lei orçamentária anual poderá conter previ-
sões de despesas”, quando a regra geral é de que a LOA prevê receitas, já que as receitas só
são consideradas realizadas quando efetivamente recebidas. Assim, não têm como fixar um
valor ainda não recebido.
No campo das despesas entendo que a regra geral não mudou. As despesas são fixadas,
são objeto de uma espécie de limite para gastar, ainda mais no âmbito do novo regime fiscal:
o teto de gastos. Então a LOA continua tendo o papel de funcionar como uma autorização do
parlamento para que o executivo realize determinado limite máximo de gastos.
Note que o dispositivo mencionado contém a palavra “poderá”, ou seja, é uma possibilida-
de, funcionando com um algo a mais, mas que não exclui a fixação da despesa, afinal ainda
temos o § 8º do artigo 165 que nos informa:

“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.

DICA:
Leve para a prova que a LOA fixa a despesa, mas pode conter
(aqui não extrapole a literalidade) previsões de despesas para
exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos
plurianuais e daqueles em andamento.

§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por
Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informa-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
ções sobre a execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019)
(Produção de efeito).”
§ 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitora-
mento e da avaliação das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

Note que o parágrafo 16 foi incorporado à nossa Carta Magna por meio da EC 109/2021, como
forma de dar efetividade ao comando determinado pelo parágrafo 16 do artigo 37 (Adminis-
tração Pública) que também surgiu com a EC 109/2021, de modo que os órgãos e entidades
da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados. A
ideia é que a legislação orçamentária também atue no sentido de promover a transparência
da avaliação das políticas públicas e os resultados alcançados.

2.2 Artigo 166 – Do Processo Legislativo

Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo dos temas abordados nesse artigo,
especialmente quando estudarmos o Ciclo Orçamentário que inclui o estudo do Processo
Legislativo.

Vamos agora fazer leitura do artigo 166 para que você vá se familiarizando com a sua li-
teralidade (muito cobrada em prova), mas não se preocupe, já que em aulas seguintes e ainda
hoje nas questões, vamos trabalhá-lo exaustivamente.

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

007. (CESPE/TRT-8/TÉCNICO/2016) Julgue o item a seguir.


Conforme a CF, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,
ao orçamento anual e aos créditos adicionais deverão ser apreciados, na forma do regimento
comum, pela Câmara Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

Basta lembrar do artigo 166, caput, da CF/1988, que dispõe:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum”.

Assim, o erro da assertiva foi colocar TCU no lugar que deveria constar Senado Federal.
Errado.

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:


I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresenta-
das anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
tos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo
da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com
o art. 58.

Importante destacar que a mencionada comissão atualmente denomina-se CMO – Co-


missão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. Muito disputada no Congresso
Nacional (imagine o seu poder), essa CMO tem como funções precípuas emitir parecer sobre
os projetos de PPA, LDO e LOA e sobre a prestação de contas do Presidente da República,
além de fiscalizar a execução das Leis Orçamentárias.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e aprecia-
das, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

As emendas parlamentares servem para aperfeiçoar o que o Poder Executivo propôs por
meio dos instrumentos de planejamento e orçamento e tem o poder de influenciar no que
tange à alocação do dinheiro público.
Nessa toada, as emendas parlamentares devem ser apresentadas na Comissão Mista,
que deve emitir um parecer sobre elas, para depois serem apreciadas no plenário das 2 casas
do CN – Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

Note que as emendas parlamentares para serem aprovadas devem respeitar as restrições
relacionadas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 166 da CF/1988.

§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo-
dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.

Importante registrar ainda que, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista (não
é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta, o Presidente da República pode enviar men-
sagem para propor modificação nos projetos do PPA, da LDO, da LOA e de Créditos Adicionais.

008. (CESPE/DEPEN/AGENTE/2015) Julgue o item a seguir.


Em observância ao princípio da separação de poderes, o presidente da República não poderá
propor modificações no projeto de lei relativo ao PPA.

Opa, pode sim o Presidente da República propor modificações no projeto de lei relativo ao
PPA, desde que não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual se-
rão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complemen-
tar a que se refere o art. 165, § 9º.

Note que o Presidente da República deve encaminhar ao Parlamento os projetos de lei do


PPA, da LDO e da LOA. Destaque-se que essa competência é exclusiva do CHEFE DO PODER
EXECUTIVO, função essa exercida pelo Presidente da República (ou Governadores e Prefei-
tos). Em suma, tenha em mente que a iniciativa é sempre do Poder Executivo.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

O § 8º do artigo 166 deixa claro que os recursos que sobrarem no orçamento, em decor-
rência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados como fonte para a
abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais.

009. (CESPE/TJ-PI/NOTÁRIO/2013-ADAPTADA) Julgue acerca do disposto na CF sobre


orçamentos.
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, ficarem sem
despesas correspondentes não poderão ser utilizados mediante créditos especiais ou su-
plementares.

Na verdade, poderão sim ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou su-
plementares, desde que com prévia e específica autorização legislativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Em outras palavras, os recursos que sobraram no orçamento, em decorrência de veto, emen-


da ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados como fonte para a abertura de créditos
adicionais suplementares ou especiais.
Errado.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)

DICA:
Note que mesmo após a EC 105/19, subsiste a obrigação de o
parlamentar destinar metade dos recursos das emendas indi-
viduais criadas pela EC 86/15 a ações e serviços públicos de
saúde.

010. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR/2018) De acordo com a disciplina constitucional em matéria


de lei orçamentária anual federal,
a) cabe a uma comissão mista permanente de Senadores e Deputados, dentre outras com-
petências, examinar e emitir parecer sobre o respectivo projeto de lei e exercer o acompa-
nhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do
Congresso Nacional e de suas Casas.
b) é vedada a aprovação de emendas parlamentares ao projeto de lei orçamentária anual na
hipótese de os respectivos recursos serem provenientes de anulação de despesas.
c) os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, me-
diante créditos especiais ou suplementares, independentemente de prévia e específica auto-
rização legislativa.
d) as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária anual serão aprovadas no limite de
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto en-
caminhado pelo Presidente da República, devendo dois terços desse percentual ser destinado
a ações e serviços públicos de saúde.
e) é obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações contidas na Lei Or-
çamentária Anual, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento)
da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

A alternativa “a” se refere corretamente à chamada Comissão Mista de Planos, Orçamentos


Públicos e Fiscalização com papel previsto no artigo 166, § 1º, da CF/1988. Confira, com gri-
fos nossos:

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresenta-
das anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
tos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo
da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com
o art. 58”.

Vamos agora apontar os erros das demais alternativas:


b) Errada. A anulação de despesas é hipótese, segundo o artigo 166, § 3º, da CF/1988, que
permite a aprovação de emendas ao projeto de lei orçamentária.
c) Errada. É necessária prévia e específica autorização legislativa, nos termos do artigo 166,
§ 8º, da nossa Carta Magna.
d) Errada. Na verdade, nos termos do artigo 166, § 9º, da CF/1988, metade desse percentual
ser destinado a ações e serviços públicos de saúde e não dois terços como diz a alternativa.
e) Errada. De acordo com o artigo 166, § 9º, da CF/1988, a obrigatoriedade é das emendas
parlamentares individuais.
Letra a.

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º,
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada
a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º
deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa
da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 86, de 2015)

Basicamente, o percentual de 1,2% da RCL – Receita Corrente Líquida fica vinculado às


emendas individuais dos deputados e senadores, sendo que metade desse percentual (0,6%)
deve ser destinado às ações e serviços públicos da área de saúde, sendo que tais gastos são

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

computados no montante anual de gastos com saúde para atender a vinculação constitucio-
nal de mínimo de gastos com essa natureza.
Além disso, o parágrafo 10 traz a ideia de evitar que tais recursos sejam destinados a “in-
char a máquina pública” por meio do pagamento de despesas com pessoal e seus encargos.

§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações
incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito
Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
Com a entrada em vigor da EC 100/2019, passou a ser obrigatória também a execução da progra-
mação orçamentária proveniente de emendas de bancada dos parlamentares. Assim, a execução
obrigatória das emendas de bancada deve seguir as mesmas regras das emendas individuais e
devem corresponder a 1% da RCL a partir de 2021, sendo de 0,8% para 2020.
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execu-
ção obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 100, de 2019)
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução
deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e ve-
rificação de eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à
viabilização da execução dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 100, de 2019)

Note que, de acordo com a redação dos parágrafos 13 e 14 do artigo 166 da CF/1988, só
não haverá execução obrigatória nos casos de impedimento de ordem técnica que impossibi-
litem a realização do empenho da despesa.
§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)

§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos
§§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)

A redação trazida pela EC 100/2019 ao parágrafo 16 do artigo 166 da CF/1988 teve por
objetivo evitar que situação financeira ruim de Estados e Municípios (incluindo atrasos de
pagamentos de parcelas de obrigações junto à União) impedisse que os recursos das emen-
das parlamentares fossem bloqueados e que tais gastos sejam computados para fins de
limites com despesa de pessoal. Em suma, os parlamentares pensaram “farinha pouca, meu
pirão primeiro”.

§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12


poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6%

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
(seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as progra-
mações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as progra-
mações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)

A EC 100/2019, na redação dada ao § 17 do artigo 166 da CF/1988, dispôs acerca dos


restos a pagar no âmbito do orçamento impositivo, determinando que os restos a pagar pro-
venientes das programações orçamentárias previstas nos § 11 e 12 (emendas impositivas
individuais e de bancada) poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução
financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da RCL realizada no exercício anterior,
para as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por
cento), para as programações das emendas de bancada.
Atente, portanto, ao fato de que metade das emendas impositivas (0,6% e 0,5%, respecti-
vamente dos 1,2% para as emendas individuais e do 1% para as emendas de bancada) podem
ser destinadas para o pagamento de restos a pagar.

§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumpri-
mento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limita-
ção incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 100, de 2019)

O § 18 do artigo 166 visa a preservação do cumprimento da meta fiscal estabelecida na


LDO, sendo que também as emendas parlamentares impositivas ficam alcançadas pela res-
trição da mesma forma que as demais despesas da União.

§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe
critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresen-
tadas, independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)

O § 19 do artigo 166 dispôs acerca do critério equitativo para execução das emendas,
definindo como equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe
critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas
apresentadas, independentemente da autoria.

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investi-
mentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido inicia-
da, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão
da obra ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)”.

Guarde que o §20 traz a previsão que, caso a emenda de bancada verse sobre início de
investimento com duração superior a um exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

iniciada, a mesma bancada é que deverá apresentar emendas, a cada exercício, até a conclu-
são da obra ou do empreendimento.

Agora vem uma novidade: a EC 105/2019 incluiu o artigo 166-A na CF/1988.

Na prática, o resultado dessa EC 105/2019 é que vai ficar mais fácil o acesso aos recursos
das emendas parlamentares individuais, já que a partir do Orçamento Geral da União de 2020,
ela autoriza a transferência direta de recursos de emendas parlamentares para Estados, ao DF
e a Municípios sem vinculação a uma finalidade específica, ou seja, o Congressista e o Ente
que receber os recursos de sua emenda parlamentar passam a dispor de maior liberdade na
aplicação dos recursos públicos.

“Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado,
do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa
com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado,
vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no paga-
mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
De acordo com esse novo artigo, os municípios, o Distrito Federal e Estados poderão deixar esses
recursos de fora do cálculo de limites com despesas de pessoal, de endividamento e para reparti-
ção – no caso dos Estados, para com os municípios em seu território.
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração
de convênio ou de instrumento congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 105, de 2019)
III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo
do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 105, de 2019)

Na transferência especial o dinheiro é repassado diretamente, sem necessidade de con-


vênio ou qualquer outro instrumento e pertencerá ao ente federado após concluído o repasse.
Uma vez incorporado à receita do beneficiado, o recurso deverá ser aplicado em programa-
ções finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste
artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento
da execução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105,
de 2019)

O município beneficiado pode firmar contratos de cooperação técnica relacionados ao


acompanhamento da execução orçamentária. Atualmente, esse serviço é prestado pela Caixa
Econômica Federal.

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os
recursos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 105, de 2019)
II – aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 105, de 2019)
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do
caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se
refere o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)”

Utilização dos recursos – deve ser respeitado o mínimo de 70% para despesas de capital,
exceto encargos da dívida. Assim, 30% podem ser usados para despesas de custeio, como
insumos, materiais de consumo, contas de serviços públicos, entre outras.

 Obs.: Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo desse artigo e vamos conhe-
cer um pouco mais sobre as Emendas Constitucionais 86/2015, 100/2019, 102/2019,
105/2019, 106/2020 e 109/2021.

2.3 Artigo 167 – Vedações em Matéria Orçamentária


Vá logo se ambientando com as ideias básicas de algumas vedações impostas por nos-
sos constituintes:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

No artigo 167 da CF/1988 temos os dispositivos constitucionais proibitivos, ou seja, as


vedações constitucionais em matéria orçamentária.

“Art. 167. São vedados:


I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

Podemos ver que o inciso I proíbe o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.
Em outras palavras, mesmo com previsão no PPA ou na LDO acerca da realização de
despesas vinculadas a determinadas ações ou programas governamentais, o efetivo gasto
e, assim, a execução do projeto, somente poderão ir adiante se houver previsão específica
quanto às receitas e às despesas na LOA, em consonância com o princípio da universalidade
(estudado na aula de Princípios Orçamentários).

011. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018-ADAPTADA) No que se refere a vedações constitucio-


nais em matéria orçamentária dispostas nas normas gerais de direito financeiro da CF, julgue:
O início de programas e projetos não incluídos na LOA é admitido excepcionalmente pela CF,
desde que a sua execução não ultrapasse a previsão orçamentária fixada no exercício finan-
ceiro anterior.

Não existe exceção para isso. O início de programas e projetos não incluídos na LOA é veda-
do pela CF.
Errado.

II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orça-


mentários ou adicionais;

O inciso II proíbe a realização de despesas que superem os créditos orçamentários ou


adicionais, ou seja, toda despesa deve estar vinculada a uma receita, não sendo permitido
assumir obrigações sem a indicação da respectiva fonte de financiamento.

III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; (a regra de ouro foi dispensada durante o
regime extraordinário – “orçamento de guerra” – para combate à pandemia pela EC 106/2020 –
durante o ano de 2020, voltando a valer em 2021).

Podemos ver que no inciso III, existe um limite quanto à realização de operações de crédito,
tendo em vista que ao serem contratadas e contraídas aumentam o endividamento do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Essa é a chamada “Regra de Ouro” das Finanças Públicas. De acordo com a “Regra de Ouro”
das Finanças Públicas, a contratação de operações de crédito não poderá ser superior ao
montante das despesas de capital, a não ser que haja autorização específica pelo Poder Le-
gislativo, por maioria absoluta, mediante crédito adicional suplementar ou especial, com fi-
nalidade precisa. Ela tenta garantir que as receitas advindas do endividamento estejam no
mesmo patamar do gasto com investimentos.

DICA:
A EC 106/2020 (Orçamento de Guerra) dispensou, durante a
integralidade do exercício financeiro em que vigore a calami-
dade pública nacional da pandemia (que ainda não foi prorro-
gada, ou seja, encerrou-se em 31/12/2020), a obrigatoriedade
de atender a chamada regra de ouro das finanças públicas.
Ainda de acordo com a EC 106/2020, o Ministério da Econo-
mia deve publicar, a cada 30 (trinta) dias, relatório com os va-
lores e o custo das operações de crédito realizadas no período
de vigência do estado de calamidade pública nacional relativa
à pandemia.

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do


produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recur-
sos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino
e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por anteci-
pação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

O inciso IV dispõe sobre o Princípio Orçamentário da Não Vinculação da Receita de Im-


postos a Órgão, Fundo ou Despesa (estudado na aula de Princípios Orçamentários).

V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indica-
ção dos recursos correspondentes;

No inciso V combinado com os §§ 2º e 3º, que tratam de créditos adicionais, aparecem os


mecanismos que retificam o orçamento anual.

VI – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indi-
cação dos recursos correspondentes;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

O inciso VI combinado com o § 5º (exceção) tratam do Princípio da Proibição do Estorno


de Verbas.

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;


VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, in-
clusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

No inciso IX temos a vinculação da instituição de fundos, aqueles instrumentos orçamen-


tários criados com o objetivo de destinar recursos a programas, projetos e atividades gover-
namentais, à prévia autorização legislativa.

012. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Julgue o item subsequente, relativo ao


sistema tributário, ao sistema financeiro, ao orçamento público e ao controle externo confor-
me as disposições da CF.
No âmbito das finanças públicas, é necessária a existência de prévia autorização legislativa
para a instituição de fundos de qualquer natureza.

Sim, é necessária a existência de prévia autorização legislativa para a instituição de fundos


de qualquer natureza, já que a constituição, em seu artigo 167, inciso IX, veda a instituição de
fundos sem prévia autorização legislativa.
Certo.

X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipa-


ção de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento
de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios.

No inciso X, a vedação visa limitar a facilitação do aumento e superação de limites em


relação às despesas de pessoal. Em outras palavras, fica vedada a transferência voluntária de
recursos e a concessão de empréstimos pelo Governo Federal e Estadual e respectivas insti-
tuições financeiras, cujo objetivo seja o pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
pensionista dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Note, portanto, que as transferências constitucionais (tipo FPE e FPM) e as legais (tipo
FUNDEB) não sofrem qualquer restrição pelo dispositivo anterior, o que tem toda lógica. Por
outro lado, continuam permitidas as transferências voluntárias, desde que os recursos NÃO
SEJAM aplicados no pagamento da folha de ativos e inativos do ente recebedor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Exemplo:
Assim, não pode a UNIÃO repassar recurso via transferência voluntária para o município X
para pagar o salário dos seus funcionários e aposentados, mas pode UNIÃO repassar recurso
via transferência voluntária para o município X para construir uma escola ou um hospital, por
exemplo.

XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a,
e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previ-
dência social de que trata o art. 201.

O inciso XI limita a utilização dos recursos/receitas decorrentes da arrecadação de con-


tribuições destinadas ao financiamento da Seguridade Social ao pagamento do regime geral
de previdência social, disciplinado no artigo 201 da CF/1988.

O PULO DO GATO
Em outras palavras, enquanto nas receitas dos impostos, a regra é a da não vinculação, quan-
do se trata da disciplina das contribuições, a norma constitucional é inversa: deve haver vin-
culação à finalidade pela qual o tributo foi exigido.

XII – na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recur-
sos de regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos
no art. 249, para a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários
do respectivo fundo vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao
seu funcionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
XIII – a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções
pela União e a concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras fede-
rais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras
gerais de organização e de funcionamento de regime próprio de previdência social. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

DICA:
A Reforma da Previdência Social, implementada por meio da
EC 103/2019 trouxe para nossa Carta Magna os incisos XII e
XIII do artigo 167. Embora não tratem diretamente da reforma
previdenciária em si, tais incisos foram agregados no âmbito
das finanças públicas com o objetivo de permitir maior rigor
no controle das contas públicas no que diz respeito à gestão
do RPPS.
Basicamente, no inciso XIII o legislador procurou dificultar a
utilização dos recursos do RPPS – Regime Próprio de Previ-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

dência Social para finalidade diversa de pagar aposentadorias


e pensões.
Já no inciso XIII a preocupação do legislador foi proibir que a
União “passe a mão na cabeça dos demais entes por meio de
transferência voluntária de recursos, a concessão de avais,
as garantias e as subvenções ou por meio da concessão de
empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras
federais, quando tais entes descumprirem aas regras gerais
de organização e de funcionamento de seu RPPS.

XIV – a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados median-
te a vinculação de receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por pro-
gramação orçamentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

A EC 109/2021 inseriu no artigo 167 uma nova vedação absoluta. A ideia foi proibir a criação
de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados por meio da vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orça-
mentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública.

Continuando...

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exer-
cício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevi-
síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, obser-
vado o disposto no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas
“a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento
de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)

Perceba que foi feito um ajuste no princípio da não afetação da Receita Pública. Na práti-
ca, a União pode exigir como garantia ou contragarantia para quitar débitos todas as receitas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

e respectivas repartições de recursos, exceto aquelas relativas à CIDE – Contribuição de In-


tervenção no Domínio Econômico.

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-


mação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova-
ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato
do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo”.

013. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o


próximo item.
É dispensável a prévia autorização legislativa para a transferência de recursos de uma cate-
goria de programação para outra, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação,
com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções.

Amigo(a), o lance aqui é que a EC 85/2015 incluiu o § 5º no artigo 167 da CF/1988, que é uma
exceção à vedação do inciso VI, especificamente para as atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com base na ideia de que essa área precisa de um pouco mais de flexibilidade que
as demais. Confira, novamente, com grifos nossos:

“Art. 167. São vedados:


...
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-
mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
...
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-
mação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova-
ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato
do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)”
Certo.

Por meio da EC 109/2021, foi inserido o artigo 167-A, relativo a um regime fiscal faculta-
tivo para Estados e Municípios. A ideia é que o Poder Executivo Estadual ou Municipal seja
pressionado nas renegociações com a União para a adotar tal regime.
Vamos apresentar os artigos e depois comentá-los:

Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e
receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Fe-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
deral e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério
Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação,
aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração
de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto
dos derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao
início da aplicação das medidas de que trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
II – criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
IV – admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de forma-
ção de militares; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
V – realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV
deste caput; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VI – criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou be-
nefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Po-
der, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de
militares, ou ainda de seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada
em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VII – criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
VIII – adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da infla-
ção, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
IX – criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renego-
ciação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
subvenções; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
X – concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por cento) da receita corrente,
sem exceder o percentual mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem
ser, no todo ou em parte, implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência ime-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
diata, facultado aos demais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos
âmbitos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação
do Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – rejeitado pelo Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime a sua apreciação; ou (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo, mesmo após a sua
aprovação pelo Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 5º As disposições de que trata este artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem
sobre o erário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e le-
gais que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele pre-
vistas tenham sido adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com
declaração do respectivo Tribunal de Contas, é vedada: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação,
diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais de-
pendentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente, ressalvados os financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na
forma de operações típicas das agências financeiras oficiais de fomento. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)

Temos de início a hipótese de aplicação do ajuste fiscal, que ocorre com a verificação de
que a relação entre despesas e receitas correntes é superior a 95% no período de 12 meses. O
§4 do art. 167-A prevê que a apuração deve ser realizada bimestralmente, sendo essa dispo-
sição bem semelhante ao previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Existem diversas vedações a serem aplicadas caso o limite seja atingido. A primeira de-
las trata da concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de
militares, sendo excepcionados os derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de
determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata esse artigo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Também ficam proibidas a criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de
despesa; alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa e admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título. Nesse último caso, ficam ressalvadas:
• as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa;
• as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
• as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do artigo 37 desta
Constituição; e
• as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos
de formação de militares.

Merece registro também a proibição que trata da realização de concurso público. Repare
que a vedação se aplica a novos cargos, mas não impede a reposição das vacâncias.
Repare também que existe ainda a vedação de criação ou majoração de auxílios, van-
tagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclu-
sive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da
Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus
dependentes, com exceção dos derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de
determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de ajuste fiscal.
Finalizando o rol de proibições temos:
1) a criação de despesa obrigatória;
2) a adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação
da inflação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do art. 7 da CF;
3) a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento;
4) a remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das
despesas com subsídios e subvenções e concessão ou ampliação de incentivo ou benefício
de natureza tributária.
Importante registrar ainda que, enquanto as medidas anteriormente relacionadas não fo-
rem cumpridas, ficam vedadas:
a) a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido;
b) a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Fe-
deração, diretamente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas
estatais dependentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente. Aqui temos como exceção os financiamentos destinados
a projetos específicos celebrados na forma de operações típicas das agências financeiras
oficiais de fomento.
Importante guardar que a EC 109/2021 determina as medidas a serem tomadas quando
apurado que a despesa corrente supera 85% da receita corrente, sem exceder o percentual de
95%. Essas medidas poderão ser tomadas no todo ou em parte e deverão ser implementadas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata. Além disso, faculta-se aos de-
mais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos.
Vale destacar ainda que o ato deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação do
Poder Legislativo, perdendo eficácia em caso de rejeição, decurso de 180 dias sem aproxima-
ção ou quando não for mais verificada a hipótese que o autorizou.
Também por meio da EC 109/2021 passaram a integrar a nossa CF/1988 os artigos 167-
B a 167-G que tratam do regime extraordinário na União em caso de pandemia. São regras
permanentes que podem ser acionadas caso seja declarada calamidade pública e que tratam
da aplicação do ajuste fiscal pelos entes.
Vamos apresentar os artigos e depois comentá-los:

Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes,
somente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos termos definidos
nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 109, de 2021)
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos
sociais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos
simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, servi-
ços e compras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os
concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso
IX do caput do art. 37 desta Constituição, limitada a dispensa às situações de que trata o referido
inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos competentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de
enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos res-
tritos à sua duração, desde que não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam
dispensados da observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiço-
amento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação
de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art.
167-B, não se aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a cala-
midade pública de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Consti-
tuição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B
desta Constituição: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade
pública, os limites, as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de ope-
rações de crédito, bem como sua verificação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
II – o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao reconhe-
cimento pode ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calami-
dade pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 109, de 2021)
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis du-
rante a vigência do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta
Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações ou de empréstimos
compulsórios, de transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das
receitas de capital produto de operações de financiamento celebradas com finalidades contratual-
mente determinadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade
pública, as vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 109, de 2021)
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultra-
passem a sua duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput
do art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea “c” do inciso I do caput do art. 159
desta Constituição, devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos
mesmos montantes transferidos no exercício anterior à decretação da calamidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações re-
feridas no caput, nos termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão
submetidos às restrições do § 6º do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus
efeitos para a União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

No que diz respeito ao artigo 167-B, guarde que ele dispõe acerca da adoção do regime
extraordinário fiscal durante o estado de calamidade pública, mas será cabível somente na-
quilo em que a urgência for incompatível com o regime regular.
Já no artigo 167-C temos a permissão para adoção de processos simplificados de con-
tratação de pessoal e a possibilidade de dispensa da observância de limites legais pelas pro-
posições legislativas quando tiverem propósito exclusivo de enfrentar a calamidade e suas
consequências sociais e econômicas, sendo a vigência restrita à sua duração e não podendo
tratar de despesa obrigatória de caráter continuado.
Visando reforçar nossa previdência social, a pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Tivemos ainda outras previsões aplicáveis durante a vigência da calamidade pública,


como a dispensa, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade
pública, dos limites, das condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação
de operações de crédito, bem como sua verificação. Guarde ainda que durante a vigência da
calamidade pública o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente
anterior ao reconhecimento pode ser destinado à cobertura de despesas oriundas das medi-
das de combate à calamidade pública de âmbito nacional
Em relação ao artigo 167-G, merece destaque previsão de faculdade dos demais entes
para aplicar as vedações, embora essa faculdade se torne uma obrigatoriedade visto que os
entes estarão submetidos às restrições do § 6º do artigo 167-A até que tenham adotado as
medidas em sua integralidade.
A EC 109/2021 também alterou alguns dispositivos do artigo 109 do ADCT, que passou a
prever um limite menor que o anterior no que diz respeito às despesas obrigatórias primárias.
Na redação anterior tínhamos a aplicação de vedações caso o ente atingisse o limite indi-
vidualizado quanto às despesas (“teto de gastos” previsto no art. 107 do ADCT).
Com a EC 109/2021 o limite passou a ser de 95% da despesa obrigatória primária em re-
lação à despesa primária total.
Merece destaque a previsão de que se a União extrapolar o limite previsto, não será pos-
sível que conceda reajuste, no lapso temporal prevista no artigo 106 (até 2036, ou seja, 20
exercícios financeiros após a promulgação da EC 95/2016).

2.4 Artigo 168 – Autonomia dos Poderes e Órgãos


Vamos fazer a leitura, ver uma questão para ver a sua aplicação em prova e, em seguida,
ver o posicionamento do STF.

“Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Minis-
tério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodé-
cimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º”.

014. (CESPE/DEFENDORIA-PÚBLICA-DF/DEFENSOR/2013) Considerando as disposições da


CF sobre os orçamentos e as finanças públicas, julgue o item subsecutivo.
Os recursos orçamentários destinados aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao MP e à DP
devem ser entregues pelo Poder Executivo, em duodécimos, até o dia vinte de cada mês.

A assertiva em tela está de acordo com o artigo 168 da CF/1988, de acordo com o qual as
dotações orçamentárias destinadas aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao MP e à DP devem

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

ser entregues pelo Poder Executivo, em duodécimos, até o dia vinte de cada mês, na forma da
Lei Complementar referida no § 9º do artigo 165 da CF/1988.
Certo.

Jurisprudência:
De acordo com o STF, cujo trecho do MS 34.483 (Min. Dias Toffoli, j. 22-11-2016, 2ª T,
DJE de 8-8-2017) a seguir reproduzimos, “o direito prescrito no art. 168 da CF/1988 ins-
trumentaliza o postulado da Separação de Poderes e, dessa perspectiva, institui um dos
fundamentos essenciais para a permanência do Estado Democrático de Direito, impe-
dindo a sujeição dos demais Poderes e órgãos autônomos da República a arbítrios e
ilegalidades perpetradas no âmbito do Poder Executivo respectivo. É dever de cada um
dos Poderes, por ato próprio, proceder aos ajustes necessários, com limitação de empe-
nho (despesa), ante a frustração de receitas que inviabilize o cumprimento de suas obri-
gações (LC 101/2000, art. 9º), operando-se esses ajustes em um ambiente de diálogo
institucional, em que o Poder Executivo sinaliza o montante da frustração de receita
– calculada a partir do que fora projetado no momento da edição da lei orçamentária
e a receita efetivamente arrecadada no curso do exercício financeiro de referência – e
os demais Poderes e órgãos autônomos da República, no exercício de sua autonomia
administrativa, promovem os cortes necessários em suas despesas para adequarem as
metas fiscais de sua responsabilidade aos limites constitucionais e legais autorizados,
conforme sua conveniência e oportunidade”.

Por meio da EC 109/2021, foram inseridos novos parágrafos no artigo 168 da nossa
Carta Magna.

§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais.


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve
ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das pri-
meiras parcelas duodecimais do exercício seguinte. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)

Note, portanto, que outra novidade trazida pela Emenda foi a inserção do §1º e do §2º ao
artigo 168, vedando a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses
duodecimais e prevendo que o saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma
do caput desse artigo deve ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá
seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do exercício seguinte.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

2.5 Artigo 169 – Despesas com Pessoal


Interessante ter uma visão inicial superficial das principais ideias desse artigo. Depois
vamos esmiuçá-lo.

Agora vamos fazer a leitura e, em seguida, apresentar algumas considerações acerca


desse artigo. A EC 109/2021 inseriu o termo pensionista (antes só apareciam ativo e inativo)
no artigo 169 que trata da despesa com pessoal. Confira a nova redação:

“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

A Carta Magna, em seu artigo 169 determina o estabelecimento de limites para as despe-
sas com pessoal ativo e inativo da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a
partir de lei complementar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, em-
pregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (dispensada apenas o
ano de 2020 quando – vide EC 106/2020 – tivemos o ORÇAMENTO DE GUERRA)

Note que o § 1º do artigo 169 da nossa Carta Magna nos diz que os aumentos de despe-
sas com pessoal, independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e
aos acréscimos dela decorrentes ou se houver autorização específica na LDO, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.

I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas fede-
rais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referi-
dos limites.

O § 2º determina que decorrido o prazo estabelecido na Lei Complementar, ou seja, na


LRF, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado
na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ado-
tarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegu-
rar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspon-
dente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, veda-
da a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no
§ 4º”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Ainda no que concerne a aumento de despesa com pessoal, guarde que é nulo de pleno
direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anterio-
res ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
Guarde também que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pen-
sionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A LRF estabeleceu os limites máximos para a despesa total com com pessoal de cada
Poder e órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as
despesas com pessoal será realizada ao final de cada quadrimestre.

Importante destacar que a LDO de cada Ente Federado pode definir limites inferiores aos es-
tabelecidos na LRF. A própria LRF estabeleceu como limite de alerta 90% do limite que não
pode ser ultrapassado.

015. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endividamento e


de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.
Não é exigível prévia dotação orçamentária para a concessão de vantagem ou aumento de
remuneração em recomposição salarial orientada pela reposição do poder aquisitivo em vir-
tude da inflação.

Para responder a essa questão, precisamos conhecer os dispositivos constitucionais que


tratam das regras de aumento das despesas com pessoal ativo e inativo no âmbito da União,
Estados, DF e Municípios, presentes no artigo 169 da nossa CF/1988.
Assim, precisamos conhecer quais são as situações em que são permitidas as concessões de
vantagens ou afins que causem aumentos nas despesas com pessoal.
Nessa toada, temos, no inciso I desse dispositivo, a exigência de dotação orçamentária prévia
e suficiente para atender às projeções de despesa com pessoal decorrentes das concessões
das vantagens, aumentos EFETIVOS de remuneração, criação de cargos etc., mais quaisquer
acréscimos decorrentes dessas projeções.
Entretanto, a variação do poder aquisitivo da moeda (inflação) não se enquadra como aumen-
to efetivo já que não pode ser tratada como uma recomposição salarial efetiva, mas apenas
como uma recomposição ou revisão geral anual.
Em suma, leve para a prova que não se exige dotação orçamentária prévia no caso das varia-
ções das despesas com pessoal decorrentes de efeitos inflacionários.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Nós sabemos que os gastos com a folha de pagamento de pessoal e inativos e pensionis-
tas representam o “carro chefe” das despesas de todo o setor público brasileiro. Assim, uma
das regras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para
os gastos com pessoal.
A definição desse limite é um verdadeiro princípio e busca simplesmente permitir que o
gestor público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à popu-
lação, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de tributos.
Jurisprudência:

Existe jurisprudência do STF no sentido de que a conduta de outros órgãos sobre os


quais o Poder Executivo não pode exercer ingerência não lhe pode trazer tais consequ-
ências danosas, ou seja, o descumprimento de limites de gastos previstos na legislação
orçamentária realizado pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público Esta-
duais, órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa, não pode
ensejar a inscrição do Poder Executivo do estado-membro nos sistemas restritivos ao
crédito utilizados pela União.

Jurisprudência:

Importante deixar registrado também que o STF firmou JURISPRUDÊNCIA acerca do


artigo 169, § 1º, DA CF/1988, entendendo que a ausência de dotação orçamentária
prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade da
lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele exercício financeiro. Assim, caso
uma lei conceda um aumento de remuneração a servidores sem dotação suficiente na
LOA ou sem autorização na LDO, ela não será declarada inconstitucional.

Nessa linha de raciocínio, a única restrição é que a referida lei não poderá ser aplicada na-
quele exercício financeiro. Caso, no exercício seguinte, exista dotação na LOA, e autorização
na LDO, a lei que concede o aumento poderá ser aplicada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

RESUMO
A Atividade Financeira do Estado – AFE consiste em obter, criar, gerir e despender o di-
nheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras
pessoas de direito público.

As Finanças Públicas, o Direito Financeiro e o Orçamento Público (e AFO) têm a sua “gê-
nese normativa” na Constituição Federal de 1988, especialmente entre os artigos 165 e 169.
Merece destaque a Lei n. 4.320/1964 (Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro, tam-
bém conhecida como Lei do Orçamento Público), que é uma lei formalmente ordinária, apro-
vada por meio de processo legislativo ordinário, quórum de deliberação parlamentar maioria
simples, e materialmente complementar, pois a matéria que ela trata é de Lei Complementar,
com fulcro no artigo 165, § 9º, I, CF/1988.
O Orçamento Público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas
e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza,
por meio de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina admi-
nistrativa.
Todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas propostas orçamentárias, porém
nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada
diretamente ao Congresso Nacional. Essa competência é privativa do Presidente da Repúbli-
ca (Inciso XXIII, do art. 84, da CF). Mas quem tem competência para dispor sobre orçamento
público no Brasil, é exclusivamente do Congresso Nacional.
O artigo 165 da CF/1988 dispõe sobre o Orçamento Público em sentido amplo, ou seja,
trata das Leis Orçamentárias que são:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

PPA – Plano Plurianual


LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual, composta pelos Orçamentos Fiscal (OF), da Seguridade
Social (OSS) e de Investimentos da Estatais não dependentes (OI).
Vá logo associando esses verbos a cada uma das leis orçamentárias:

Cabe ao PPA estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM)


da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as relativas aos programas de duração continuada.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o PPA e apreciados pelo Congresso Nacional.
A LDO deve compreender as metas e prioridades da administração pública federal, esta-
belecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas em consonância com trajetória
sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências fi-
nanceiras oficiais de fomento.
A LOA, que deve tratar de orçamento e não de matérias estranhas a esse tema (com as
exceções previstas na CF/1988) é composta por:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos
e mantidos pelo Poder Público.
São apenas os orçamentos fiscal e o orçamento de investimento das estatais não depen-
dentes que tem entre suas funções reduzir as desigualdades regionais, ou seja, o orçamento
da seguridade social não tem essa função.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

A LOA prevê a receita e fixa a despesa, mas pode conter (aqui não extrapole a literalidade)
previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plu-
rianuais e daqueles em andamento.
O artigo 166 da CF/1988 dispõe sobre o Processo Legislativo das Leis Orçamentárias.
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,
na forma do regimento comum.
Nesse Processo, tem papel relevante a CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização, que tem como funções precípuas emitir parecer sobre os projetos de
PPA, LDO e LOA e sobre a prestação de contas do Presidente da República, além de fiscalizar
a execução das Leis Orçamentárias.
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem so-
mente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias e indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os prove-
nientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e
seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais para Estados,
Municípios e Distrito Federal.
No âmbito do processo legislativo orçamentário, o Presidente da República poderá en-
viar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere
esse artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.
No artigo 167 da CF/1988, temos as vedações constitucionais em matéria orçamentária
a seguir resumidas.
É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA, assim como a realização
de despesas que superem os créditos orçamentários ou adicionais.
Temos também a chamada “Regra de Ouro” das Finanças Públicas (suspensa tempora-
riamente ao longo de 2020 em função das medidas de combate à pandemia do COVID 19),
que nos diz que a contratação de operações de crédito não poderá ser superior ao montante
das despesas de capital, a não ser que haja autorização específica pelo Poder Legislativo, por
maioria absoluta, mediante crédito adicional suplementar ou especial, com finalidade precisa.
Temos ainda o Princípio Orçamentário da Não Vinculação da Receita de Impostos a Órgão,
Fundo ou Despesa e a vedação da abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes, bem como a abertura
de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes, a concessão ou utilização de créditos ilimitados, a instituição de
fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa e a utilização, sem autori-
zação legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Também, de acordo com o artigo 167 da CF/1998, é proibida a utilização dos recursos/
receitas decorrentes da arrecadação de contribuições destinadas ao financiamento da Segu-
ridade Social ao pagamento do regime geral de previdência social, sendo vedada também a
transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos pelo Governo Federal e
Estadual e respectivas instituições financeiras, cujo objetivo seja o pagamento de despesas
com pessoal ativo, inativo e pensionista dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
A EC 109 inseriu, no artigo 167, uma nova vedação absoluta. A ideia foi proibir a criação
de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados por meio da vinculação de
receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orça-
mentária e financeira de órgão ou entidade da administração pública
Por meio da EC 109/2021 também foi inserido o artigo 167-A, relativo a um regime fiscal
facultativo para Estados e Municípios. A ideia é que o Poder Executivo Estadual ou Municipal
seja pressionado nas renegociações com a União para a adotar tal regime.
Ainda por meio da EC 109/2021 passaram a integrar a nossa CF/1988 os artigos 167-B a
167-G que tratam do regime extraordinário na União em caso de pandemia. São regras per-
manentes que podem ser acionadas caso seja declarada calamidade pública.
O artigo 168 da CF/1988 trata da autonomia dos poderes e órgãos em termos de Orça-
mento Público.
De acordo com esse artigo, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias (in-
cluindo os créditos adicionais suplementares e especiais) destinados aos órgãos dos Pode-
res Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, devem ser-lhes
entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos.
O artigo 169 da CF/1988 dispõe sobre as Despesas com Pessoal e determina o estabeleci-
mento de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios a partir de lei complementar, que, no caso, foi a LRF.
Nessa linha, determina que os aumentos de despesas com pessoal, independentemente
da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes ou se
houver autorização específica na LDO, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
Define ainda que é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pesso-
al expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
Também veda a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, in-
clusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios.
Agora vamos resolver mais questões para fixar nosso entendimento acerca desses as-
suntos e aplicarmos o que aprendemos hoje.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o
item seguinte.
Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro regulamenta a atividade
financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pública,
crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução orçamentária.

002. (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Julgue:


A atividade financeira do Estado, caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurídi-
ca de direito público, tem como principal finalidade a arrecadação de recursos.

003. (CESPE/TCDF/PROCURADOR/2004) A respeito do tratamento constitucional e doutri-


nário vigente conferido ao orçamento público, julgue o item a seguir.
A disciplina básica do orçamento público é estabelecida pela Constituição da República, que
estatui os seus princípios e as regras que tratam da receita e da despesa, desde a autorização
para a cobrança de tributos até a previsão para os gastos, sendo reconhecida pela doutrina a
existência de uma verdadeira constituição orçamentária.

004. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Julgue o item seguinte acerca do PPA, da LDO e da LOA,


conforme a CF.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, previstos na CF, devem ser elaborados
em consonância com a LDO e apreciados pelo MPU.

005. (CESPE/MPU/ANALISTA/2010) Julgue o próximo item, referente a orçamento público.


Para que se atinja o equilíbrio distributivo e se reduzam as possíveis desigualdades inter-regio-
nais, o orçamento fiscal deve ser compatível com o plano plurianual.

006. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR/2019) De acordo com os princípios constitucionais or-


çamentários e o disposto na CF acerca das finanças públicas, as autorizações para a abertura
de créditos suplementares e para a contratação de operações de créditos constituem exce-
ções ao princípio da
a) legalidade orçamentária.
b) universalidade orçamentária.
c) pureza orçamentária.
d) não afetação da receita.
e) quantificação dos créditos orçamentários.

007. (CESPE/TRT-8/TÉCNICO/2016) Julgue o item a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Conforme a CF, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,


ao orçamento anual e aos créditos adicionais deverão ser apreciados, na forma do regimento
comum, pela Câmara Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

008. (CESPE/DEPEN/AGENTE/2015) Julgue o item a seguir.


Em observância ao princípio da separação de poderes, o presidente da República não poderá
propor modificações no projeto de lei relativo ao PPA.

009. (CESPE/TJ-PI/NOTÁRIO/2013-ADAPTADA) Julgue acerca do disposto na CF sobre


orçamentos.
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, ficarem sem
despesas correspondentes não poderão ser utilizados mediante créditos especiais ou su-
plementares.

010. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR/2018) De acordo com a disciplina constitucional em matéria


de lei orçamentária anual federal,
a) cabe a uma comissão mista permanente de Senadores e Deputados, dentre outras com-
petências, examinar e emitir parecer sobre o respectivo projeto de lei e exercer o acompa-
nhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do
Congresso Nacional e de suas Casas.
b) é vedada a aprovação de emendas parlamentares ao projeto de lei orçamentária anual na
hipótese de os respectivos recursos serem provenientes de anulação de despesas.
c) os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, me-
diante créditos especiais ou suplementares, independentemente de prévia e específica auto-
rização legislativa.
d) as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária anual serão aprovadas no limite de
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto en-
caminhado pelo Presidente da República, devendo dois terços desse percentual ser destinado
a ações e serviços públicos de saúde.
e) é obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações contidas na Lei Orça-
mentária Anual, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior.

011. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018-ADAPTADA) No que se refere a vedações constitucio-


nais em matéria orçamentária dispostas nas normas gerais de direito financeiro da CF, julgue:
O início de programas e projetos não incluídos na LOA é admitido excepcionalmente pela CF,
desde que a sua execução não ultrapasse a previsão orçamentária fixada no exercício finan-
ceiro anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

012. (CESPE/CGM-JOÃO-PESSOA/AUDITOR/2018) Julgue o item subsequente, relativo ao


sistema tributário, ao sistema financeiro, ao orçamento público e ao controle externo confor-
me as disposições da CF.
No âmbito das finanças públicas, é necessária a existência de prévia autorização legislativa
para a instituição de fundos de qualquer natureza.

013. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o


próximo item.
É dispensável a prévia autorização legislativa para a transferência de recursos de uma cate-
goria de programação para outra, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação,
com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções.

014. (CESPE/DEFENDORIA-PÚBLICA-DF/DEFENSOR/2013) Considerando as disposições da


CF sobre os orçamentos e as finanças públicas, julgue o item subsecutivo.
Os recursos orçamentários destinados aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao MP e à DP
devem ser entregues pelo Poder Executivo, em duodécimos, até o dia vinte de cada mês.

015. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endividamento e


de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.
Não é exigível prévia dotação orçamentária para a concessão de vantagem ou aumento de
remuneração em recomposição salarial orientada pela reposição do poder aquisitivo em vir-
tude da inflação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

QUESTÕES DE CONCURSO
016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Estado Alfa apurou que, em período de 12 meses, sua
receita corrente foi de 10 bilhões de reais, e sua despesa corrente de 9,6 bilhões de reais. Tal
Estado deseja contrair empréstimo com a União. Diante desse cenário, o Estado poderá reali-
zar sem que seja impedido de fazer tal empréstimo:
a) concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária;
b) refinanciamento de dívidas que implique ampliação das despesas;
c) alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
d) reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
e) criação de despesa obrigatória.

017. (FGV/TCE-MA/AUDITOR-MP-CONTAS/2021) Comissão mista permanente de Senado-


res e Deputados, incumbida de examinar e emitir parecer prévio sobre os projetos de leis
orçamentárias, bem como sobre planos e programas governamentais, realizando, ainda, o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, solicitou ao Tribunal de Contas pronuncia-
mento conclusivo, no prazo de trinta dias, sobre a existência de indícios de despesas não
autorizadas em uma estrutura governamental.
À luz da sistemática constitucional vigente, essa solicitação:
a) não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou e o seu
destinatário;
b) pressupõe a prévia solicitação de informações à autoridade governamental competente;
c) pressupõe o prévio julgamento das contas de governo pelo Congresso Nacional;
d) dependeria de prévia aprovação do plenário do Congresso Nacional;
e) somente poderia ser feita pelo Presidente do Congresso Nacional.

018. (FGV/TCE-AM/AUDITOR-MP-CONTAS/2021) Por ocasião das discussões a respeito do


projeto de lei orçamentária anual, encaminhado pelo Presidente da República ao Congres-
so Nacional, os parlamentares dos partidos políticos Alfa e Beta deliberaram que as emen-
das individuais impositivas iriam alocar recursos, para os Municípios escolhidos, por meio
de transferência especial. Ao tomar conhecimento dessa deliberação, um jornal de grande
circulação afirmou que essa espécie de transferência (1) exigia a celebração de convênio ou
instrumento congênere para a sua efetivação; (2) pertenceria ao respectivo Município no ato
da efetiva transferência financeira; e (3) seria aplicada em programações finalísticas das áre-
as de competência do Poder Executivo municipal, sendo uma parte em despesas de capital,
observados os balizamentos constitucionais. À luz da sistemática constitucional, é correto
afirmar, quanto às informações veiculadas, que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

a) todas estão corretas;


b) apenas a 1 está correta;
c) apenas a 2 está correta;
d) apenas a 1 e a 3 estão corretas;
e) apenas a 2 e a 3 estão corretas.

019. (FGV/TCE-PI/ASSISTENTE/2021) O Chefe do Poder Executivo do Estado Beta, com o ob-


jetivo de ampliar o direito fundamental à informação, inseriu, no projeto de lei orçamentária
anual, comando que disciplinava o acesso, por qualquer do povo, às informações de natureza
administrativa, financeira e orçamentária. A inserção do referido comando no projeto de lei
orçamentária anual é:
a) compatível com a ordem constitucional, em razão da pertinência temática;
b) incompatível com a ordem constitucional, pois a iniciativa legislativa é exclusiva do Poder
Legislativo;
c) compatível com a ordem constitucional, desde que haja autorização na lei de diretrizes
orçamentárias;
d) incompatível com a ordem constitucional, pois não versa sobre a previsão da receita e a
fixação da despesa;
e) compatível com a ordem constitucional, desde que o projeto seja aprovado por maioria
absoluta no Poder Legislativo.

020. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Chefe do Poder Executivo do Estado Alfa encaminhou ao


Poder Legislativo o projeto de lei orçamentária anual. Enquanto o projeto estava em discus-
são na Comissão competente da Assembleia Legislativa, o Governador do Estado propôs a
modificação do projeto. Além disso, foram posteriormente apresentadas emendas, no âmbito
da Comissão, nas quais era proposta a anulação de despesas relacionadas à amortização de
empréstimos contraídos em exercícios pretéritos, com a sua redistribuição para outros pro-
gramas orçamentários relacionados aos direitos sociais e que eram compatíveis com o plano
plurianual. À luz dessa narrativa e da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) não há qualquer irregularidade na narrativa apresentada;
a) a única irregularidade existente é a proposta de anulação de dotações destinadas à amor-
tização de empréstimos;
b) a única irregularidade existente é a proposta de modificação, pelo Governador do Estado,
do projeto já apresentado;
c) tanto a proposta de modificação do projeto já apresentado como a de anulação das despe-
sas indicadas são irregulares;
d) não há irregularidade na narrativa apresentada, desde que as ações estejam autorizadas
na lei de diretrizes orçamentárias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

021. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO-SUPERIOR/2019) A Emenda Constitucional (EC) n. 86/2015


criou dispositivos para regular a aprovação e a execução de emendas individuais ao projeto
de lei orçamentária. De acordo com os dispositivos da EC n. 86/2015, o limite para aprovação
das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária corresponde a 1,2% da receita corren-
te líquida:
a) prevista no projeto de LOA;
b) prevista no projeto de LOA, corrigida pela meta de inflação;
c) realizada no exercício anterior;
d) realizada no exercício anterior, corrigida pela inflação do período;
e) sendo 50% para ações e serviços públicos de saúde.

022. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO-SUPERIOR/2019) A legislação que trata da execução do orça-


mento pelos entes públicos apresenta autorizações e vedações, tendo em vista garantir o
cumprimento dos princípios que regem a administração pública, bem como o equilíbrio finan-
ceiro e orçamentário. Uma das autorizações refere-se:
a) à concessão de créditos ilimitados, quando previstos no PPA;
b) à abertura de crédito especial pendente de autorização legislativa;
c) ao início de programas não incluídos na Lei Orçamentária Anual;
d) à assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários;
e) à vinculação de receita de impostos para ações e serviços públicos de saúde.

023. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA/2018) A Secretaria de Finanças do Município


Beta informou ao Prefeito Municipal que dispunha de recursos em conta corrente, mas não
seria possível realizar a compra de móveis solicitada. Como justificativa, esclareceu que as
despesas dessa natureza já teriam exaurido os créditos orçamentários existentes. O Prefeito
não acatou a justificativa e determinou a realização da compra, o que levou ao pedido de exo-
neração do Secretário, já que este último considerou a ordem manifestamente ilegal.
À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, deve ser reconhecido que:
a) a ordem do Prefeito Municipal é legal, pois há recursos em conta para realizar a compra
dos móveis;
b) a informação do Secretário é correta, pois não podem ser realizadas despesas excedentes
aos créditos orçamentários;
c) a ordem do Prefeito Municipal é legal, já que a compra de móveis independe de previsão
orçamentária;
d) a informação do Secretário é incorreta, pois a lei orçamentária não contempla créditos,
mas despesas;
e) a ordem do Prefeito é legal, pois as finanças públicas são regidas pelo critério financeiro,
não orçamentário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

024. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA/2018) Os instrumentos de planejamento previs-


tos na Constituição da República de 1988 apresentados na figura têm prazos e conteúdos
específicos para auxiliar na gestão e no controle dos recursos públicos. Esses instrumentos
são elaborados sob a forma de lei, com a seguinte configuração:
a) apenas o PPA e a LOA são elaborados por iniciativa do Poder Executivo;
b) apenas a LDO e a LOA são elaboradas por iniciativa do Poder Executivo;
c) a LOA é elaborada por uma comissão mista com representantes dos Poderes Executivo e
Legislativo;
d) todos os instrumentos são elaborados por iniciativa do Poder Executivo;
e) todos os instrumentos são elaborados por iniciativa do Poder Legislativo.

025. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ESPECIALISTA/2018) O Vereador João, ao analisar o projeto


de Lei Orçamentária Anual apresentado pelo Chefe do Poder Executivo, decidiu apresentar
uma emenda que se mostrava plenamente compatível com o plano plurianual e a Lei de Dire-
trizes Orçamentárias. Ocorre que, para apresentá-la, deveria indicar os recursos necessários.
À luz da sistemática constitucional, esses recursos podem advir da anulação de despesas
que digam respeito a:
a) dotações para pessoal;
b) serviço da dívida;
c) programas sociais;
d) transferências tributárias para outros Municípios;
e) dotações para encargo de pessoal.

026. (FGV/CGM-NITERÓI/ANALISTA/2018) O Prefeito Municipal encaminhou o projeto de lei


orçamentária anual à Câmara Municipal. Para sua surpresa, no texto aprovado, foram anula-
das, parcialmente, as despesas destinadas ao pagamento de pessoal, que permitiriam o cum-
primento da lei municipal que aumentara os vencimentos dos servidores, a partir do exercício
financeiro seguinte. Os recursos, por sua vez, foram destinados à implementação de progra-
mas sociais nas áreas de saúde e educação.
À luz da sistemática constitucional, o procedimento da Câmara Municipal está
a) correto, pois esta pode apreciar livremente o projeto de lei orçamentária, podendo anular e
criar as despesas que melhor lhe aprouverem.
b) incorreto, pois os recursos destinados à implementação dos programas sociais não pode-
riam resultar da anulação, ainda que parcial, das despesas com pessoal.
c) correto, pois esta somente está autorizada a destinar recursos à implementação de progra-
mas sociais caso resultem da anulação de despesas com pessoal.
d) incorreto, pois o projeto de lei orçamentária anual apresentado pelo chefe do Poder Execu-
tivo não pode sofrer alterações no Legislativo.
e) correto, pois esta somente pode criar uma despesa quando indica os recursos necessários,
os quais devem resultar da anulação de outra, qualquer que seja ela.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

027. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA), assinale


a afirmativa correta.
a) Deve conter uma estimativa das receitas e das despesas em um exercício.
b) Deve conter a fixação para as receitas e para as despesas em um exercício.
c) As despesas e as receitas apresentadas devem ter valores iguais.
d) Deve compreender o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
e) Deve compreender o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, sem incluir as fundações instituídas e manti-
das pelo Poder Público.

028. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018) De acordo com a Constituição da República, sob


pena de crime de responsabilidade, nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exer-
cício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão
a) nas diretrizes orçamentárias.
b) no plano plurianual.
c) no anexo de metas fiscais.
d) no orçamento anual.
e) no orçamento bianual.

029. (FGV/SASDH-NITERÓI/ASSISTENTE/2018) Em matéria de orçamento público, observe


os conceitos das principais leis que formam seu tripé.
I – Estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte e, para tal, fixa o mon-
tante de recursos que o governo pretende economizar, traça regras, vedações e limites para
as despesas dos Poderes, autoriza o aumento das despesas com pessoal etc.;
II – Define o planejamento que indica quanto e onde gastar o dinheiro público no período de
um ano, com base no valor total arrecadado pelos impostos;
III – Dispõe sobre o planejamento de médio prazo, identificando as prioridades para o período
de quatro anos e os investimentos de maior porte.
As leis definidas acima são chamadas, respectivamente, de:
a) Lei Tributária Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Plano Plurianual;
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e Plano Plurianual;
c) Lei Orçamentária Anual, Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Diretrizes Orçamentárias;
d) Plano Plurianual, Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Diretrizes Orçamentárias;
e) Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.

030. (FGV/SEPOG-RO/ANALISTA/2017) Com relação às vedações orçamentárias constitu-


cionais, analise as afirmativas a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

I – Para fazer frente a uma calamidade pública, por meio de Medida Provisória, é possível a
abertura de crédito extraordinário.
II – O déficit de fundação pública, sem fins lucrativos, pode ser suprido por recursos do orça-
mento fiscal sem necessidade de autorização legislativa específica.
III – Realizar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, sem prévia in-
clusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, pode gerar crime de respon-
sabilidade.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

031. (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) Nos termos do que prevê a Constituição, a lei orçamen-


tária anual:
a) pode permitir ilimitada abertura de créditos adicionais;
b) pode ser objeto de emenda legislativa, baseada em corte de despesas com o serviço
da dívida;
c) pode autorizar a contratação de operações de crédito por antecipação da receita or-
çamentária;
d) não inclui as entidades de direito privado da Administração Pública;
e) pode, em casos excepcionais, permitir a criação de novos cargos públicos.

032. (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) Na elaboração do orçamento de um exercício financeiro, o


Poder Legislativo da União, através de emenda, incluiu um dispositivo relacionado às atribui-
ções de um cargo da estrutura da Presidência da República. Nesse caso foi violado o princípio
orçamentário:
a) da Igualdade;
b) da Anualidade;
c) do Orçamento Bruto;
d) da Exclusividade;
e) do Equilíbrio.

033. (FGV/MRE/DIPLOMATA/2016) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumen-


to que auxilia no planejamento orçamentário das entidades públicas brasileiras, a partir das
disposições constitucionais e legais. Considerando tais disposições, é correto afirmar que
a LDO deve:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

a) apresentar o orçamento fiscal para cada poder e órgão da administração direta;


b) apresentar o orçamento de investimento das empresas estatais;
c) consignar dotação para investimentos com prazo superior a doze meses;
d) dispor sobre as alterações na legislação tributária;
e) ser elaborada no primeiro ano de mandato para vigência nos demais anos.

034. (FGV/PREF-CUIABÁ/AUDITOR/2016) Após a apresentação do projeto de lei do orçamen-


to anual pelo Chefe do Poder Executivo, determinado deputado federal decidiu apresentar
uma emenda que se mostrava absolutamente compatível com o Plano Plurianual e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Ao consultar sua assessoria, foi informado que a emenda deveria indicar os recursos neces-
sários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, isso com as ressalvas
previstas na Constituição da República.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que poderia ser anulada despe-
sa associada
a) ao serviço da dívida pública.
b) ao programa de implementação de direitos sociais.
c) à dotação para pessoal e seus encargos.
d) às transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.
e) à contribuição previdenciária.

035. (FGV/PREF-PAULÍNIA/PROCURADOR/2016) Ao determinar a elaboração do projeto de


lei orçamentária anual, o Prefeito Municipal foi informado pela Procuradoria do Município que
era vedada a inclusão de “caudas orçamentárias” nesse projeto, vale dizer, de matérias que
eram incompatíveis com a matéria orçamentária propriamente dita.
À luz da sistemática constitucional, é considerado “cauda orçamentária” o dispositivo que
a) autorize a abertura de crédito suplementar.
b) defina o valor de gratificação estatutária.
c) permita a contratação de operação de crédito.
d) estabeleça balizamentos para o pagamento da dívida fundada.
e) fixe o valor da despesa total com os servidores públicos.

036. (FGV/TCM-SP/AGENTE/2015) O Chefe do Poder Executivo de determinado ente fede-


rativo, após ampla análise técnica, encaminhou o projeto de lei orçamentária anual ao Poder
Legislativo. Considerando a sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) o orçamento fiscal, em razão de suas características essencialmente tributárias, integra
documento autônomo, estranho à lei orçamentária anual;
b) as emendas parlamentares ao projeto de lei orçamentária não podem indicar, como fonte
de recursos, aqueles provenientes da anulação de despesa com o serviço da dívida;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

c) a receita e a despesa das universidades públicas, entes que têm sua autonomia reconheci-
da pela Constituição da República, não devem ser inseridas no orçamento anual;
d) a abertura de créditos orçamentários especiais, como são aqueles destinados à cobertura
de despesas não previstas na lei orçamentária, independe de autorização legislativa;
e) a lei orçamentária anual não pode conter autorização para contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita.

037. (FGV/DPE-MT/ANALISTA-ADVOGADO/2015) Com o objetivo de assegurar a urbaniza-


ção do respectivo território, determinada Constituição Estadual dispôs que certo percentual
da receita pública deveria ser aplicada, pelo Estado e pelos Municípios, na pavimentação das
vias públicas, observada a esfera de competências de cada qual. Consoante a sistemática
estabelecida pela Constituição da República, é correto afirmar que comando dessa natureza é
a) inconstitucional somente em relação aos Municípios, isso por afrontar a autonomia política
desses entes federados.
b) constitucional, pois a Constituição Estadual deve disciplinar a realização da despesa públi-
ca pelo Estado e pelos Municípios nele inseridos.
c) inconstitucional, pois a matéria é da alçada da lei complementar federal, que deve discipli-
nar a matéria de modo uniforme em todo o território nacional.
d) constitucional, somente em relação aos Municípios, entes federados menores que estão
sujeitos às normas estabelecidas pelo ente federado maior, o Estado.
e) inconstitucional, pois a matéria é afeta à lei orçamentária, de iniciativa do Chefe do Poder
Executivo, estadual ou municipal.

038. (FGV/PGE-RO/ANALISTA/2015) Determinado Município aprovou a sua lei orçamentária


anual e nela autorizou a realização de obras públicas tidas como necessárias. Considerando
a sua precária situação financeira, foi igualmente autorizada a contratação de empréstimo
interno, sendo que metade do valor seria destinado ao pagamento das referidas obras e a
outra metade seria utilizada para as despesas correntes, de caráter geral, da Administração
Pública. À luz dessa narrativa, é correto afirmar que a referida lei é:
a) constitucional, pois a lei orçamentária é a sede adequada para a previsão da receita e a
autorização da despesa pública;
b) inconstitucional, por afrontar a competência legislativa privativa da União para legislar so-
bre direito econômico;
c) constitucional, pois o Município possui competência concorrente para legislar sobre direito
financeiro;
d) inconstitucional, já que a operação de crédito excede o montante das despesas de capital;
e) constitucional, desde que a operação de crédito a que se refere a lei orçamentária tenha
sido previamente autorizada pelo Senado Federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

039. (FGV/CGE-MA/AUDITOR/2014) Assinale a alternativa que completa corretamente o


fragmento a seguir.
A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá _____.
a) as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública, de forma regionalizada.
b) as metas e as prioridades da Administração Pública.
c) a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
d) o orçamento de investimento das empresas estatais
e) as alterações na legislação tributária.

040. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO/2014) Processo de Aprovação de Orçamento:


“A presidente Dilma Rousseff sancionou com vários vetos o projeto da Lei de Diretrizes Orça-
mentárias (LDO) da União para 2014, na virada da quinta para esta sexta-feira. Nenhum deles,
entretanto, atingiu o artigo 52, que torna obrigatória a execução orçamentária e financeira, de
forma equitativa, da programação de despesas incluídas no orçamento por emendas parla-
mentares individuais. A LDO resultante da sanção parcial foi publicada em edição extra do
‘Diário Oficial da União’ que circula hoje com data de ontem. Ao converter o projeto na Lei n.
12.919/2013 preservando a regra do ‘orçamento impositivo’, a presidente cumpriu acordo fir-
mado com o Congresso para viabilizar politicamente a aprovação da lei orçamentária de 2014,
concluída na madrugada do último dia 18. O Congresso só aprovou a proposta para a LDO de
2014 em novembro passado, quando o orçamento do ano que vem já estava em fase avança-
da de tramitação. Um dos motivos da demora foi a polêmica em torno da regra do orçamento
impositivo, que também é objeto de uma Proposta de Emenda Constitucional – PEC”.
Considerando as circunstâncias envolvendo o trâmite da Lei Orçamentária Anual (LOA) de
2014 relatadas no texto”Processo de Aprovação de Orçamento”, é correto afirmar que a sua
elaboração foi orientada pela
a) disponibilidade na pauta de votações do Congresso Nacional em 2013.
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014.
c) Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 2001.
d) aprovação da regra relativa ao “orçamento impositivo” para 2014.
e) lei que instituiu o Plano Plurianual para o período 2011-2014.

041. (FGV/PREFEITURA-CUIABÁ/AUDITOR/2014) Conforme prevê a Constituição da Repúbli-


ca, a Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da ad-
ministração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, de-
tenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vin-
culados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Ainda segundo a Constituição da República, dois desses três orçamentos, “compatibilizados


com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério _____”.
Assinale a opção que indica os dois orçamentos que se prestam a reduzir desigualdades in-
ter-regionais e o critério que preenche a lacuna do fragmento acima.
a) I e II populacional
b) I e III populacional
c) II e III geográfico
d) I e II geográfico
e) II e III populacional

042. (FGV/PREF-NITERÓI/PROCURADOR/2014) A respeito da sistemática constitucional afe-


ta ao orçamento, assinale a afirmativa correta.
a) Cada instituição dotada de autonomia financeira possui iniciativa legislativa privativa para
apresentar sua proposta orçamentária ao Poder Legislativo.
b) As normas que concedem benefícios fiscais no âmbito municipal, por não terem natureza
orçamentária, não são alcançadas pela reserva de iniciativa do Executivo.
c) Uma lei de iniciativa parlamentar pode impor ao Executivo a consignação de dotação orça-
mentária anual destinada a certa finalidade.
d) A Constituição Estadual pode impor aos Municípios a aplicação de percentual do seu orça-
mento em finalidades específicas.
e) As leis orçamentárias, por serem gerais e abstratas, não estão sujeitas ao controle concen-
trado de constitucionalidade.

043. (FGV/CÂMARA-RECIFE/ASSESSOR/2014-ADAPTADA) Julgue o item seguinte.


É incorreto dizer que há algum óbice constitucional à apresentação de emendas parlamenta-
res, isso porque o orçamento é aprovado pelo Poder Legislativo, que é plenamente autônomo
em relação ao Executivo.

044. (FGV/PREF-RECIFE/ANALISTA/2014) Quanto ao regramento constitucional sobre o or-


çamento, assinale a afirmativa incorreta.
a) A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os
objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes, assim como para as relativas aos programas de duração continuada.
b) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e as prioridades da administra-
ção pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

c) À lei ordinária cabe dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora-
ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamen-
tária anual.
d) A lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo estranho à previsão da receita e
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
e) A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público.

045. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR/2011) O projeto de lei relativo ao plano plurianual relacionado


ao orçamento da União deve ser apreciado
a) pelas duas Casas Legislativas.
b) por comissão permanente do Senado Federal.
c) na forma do regimento do Senado.
d) de acordo com o regimento da Câmara.
e) por comissão mista do Executivo.

046. (FGV/TCM-RJ/AUDITOR/2008) É vedada a realização de operações de créditos que ex-


cedam o montante das despesas de capital, salvo autorizações específicas, no âmbito orça-
mentário, abrangendo aquelas a seguinte rubrica:
a) pessoal civil.
b) pessoal militar.
c) serviços operacionais.
d) obras públicas.
e) serviços de terceiros.

047. (FGV/TCM-RJ/AUDITOR/2008) O Poder Executivo publicará, após o encerramento de


cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária até:
a) 60 dias.
b) 120 dias.
c) 90 dias.
d) 30 dias.
e) 150 dias.

048. (FGV/OAB/EXAME-ANUAL/2021) Diante das intensas chuvas que atingiram o Estado


Alfa, que se encontra em situação de calamidade pública, o Presidente da República, ante a
relevância e urgência latentes, edita a Medida Provisória n. XX/19, determinando a abertura de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

crédito extraordinário para atender às despesas imprevisíveis a serem realizadas pela União,
em decorrência do referido desastre natural. A partir da situação hipotética narrada, com base
no texto constitucional vigente, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição de 1988 veda, em absoluto, a edição de ato normativo dessa natureza so-
bre matéria orçamentária, de modo que a abertura de crédito extraordinário deve ser feita por
meio de lei ordinária de iniciativa do Chefe do Executivo.
b) A Constituição de 1988 veda a edição de ato normativo dessa natureza em matéria de or-
çamento e créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a possibilidade de abertura de
crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
de calamidade pública.
c) O ato normativo editado afronta o princípio constitucional da anterioridade orçamentária,
o qual impede quaisquer modificações nas leis orçamentárias após sua aprovação pelo Con-
gresso Nacional e consequente promulgação presidencial.
d) O ato normativo editado é harmônico com a ordem constitucional, que autoriza a edição de
medidas provisórias que versem sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamen-
to e créditos adicionais, suplementares e extraordinários, desde que haja motivação razoável.

049. (FCC/TJ-SC/NOTÁRIO/2021) O Estado Alfa realizou operação de crédito com a institui-


ção financeira XX, de modo a antecipar receita para fazer face à insuficiência de caixa. O ob-
jetivo dos recursos assim obtidos seria o de permitir o pagamento dos vencimentos dos ser-
vidores públicos e, na parte que sobejasse, possibilitar a aquisição de bens de capital. Tanto
a receita obtida, como a despesa a ser realizada, estavam previstas na lei orçamentária anual.
À luz da sistemática constitucional, a narrativa acima:
a) não apresenta qualquer incorreção;
b) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito para fazer face à despe-
sa pública;
c) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o valor das des-
pesas de capital;
d) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o montante das
despesas de custeio;
e) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o montante das
despesas de pessoal.

050. (FGV/MPE-GO/PROMOTOR-DE-JUSTIÇA/2022) O governador do Estado-membro Alfa


apresentou o projeto de lei orçamentária anual. Por ocasião de sua análise no âmbito da co-
missão permanente com competência na matéria, foi apresentada emenda parlamentar que
ampliava a dotação direcionada a um programa específico de assistência social. Para tanto,
foram indicados, como recursos a serem utilizados para cobrir a referida dotação, aqueles
decorrentes da anulação parcial de despesas com (1) os juros a serem pagos em razão da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

dívida pública; (2) as transferências voluntárias que seriam realizadas a municípios situados
no Estado-membro Alfa; e (3) o programa de construção de residências populares. Mostra-se
compatível com a sistemática constitucional a anulação das despesas referidas:
a) em 1, 2 e 3;
b) apenas em 2 e 3;
c) apenas em 1;
d) apenas em 2;
e) apenas em 3.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

GABARITO
1. E 37. E
2. E 38. D
3. C 39. A
4. E 40. B
5. C 41. A
6. C 42. B
7. E 43. E
8. E 44. C
9. E 45. A
10. A 46. D
11. E 47. D
12. C 48. B
13. C 49. C
14. C 50. Gab. Preliminar. Letra b.
15. C
16. D
17. B
18. E
19. D
20. B
21. A
22. E
23. B
24. D
25. C
26. B
27. D
28. B
29. B
30. D
31. C
32. D
33. D
34. B
35. B
36. B

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

GABARITO COMENTADO
016. (FGV/TCE-AM/AUDITOR/2021) O Estado Alfa apurou que, em período de 12 meses, sua
receita corrente foi de 10 bilhões de reais, e sua despesa corrente de 9,6 bilhões de reais. Tal
Estado deseja contrair empréstimo com a União. Diante desse cenário, o Estado poderá reali-
zar sem que seja impedido de fazer tal empréstimo:
a) concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária;
b) refinanciamento de dívidas que implique ampliação das despesas;
c) alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
d) reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
e) criação de despesa obrigatória.

A resposta está no artigo 167-A da CF/1988. Vamos correlacionar as alternativas aos seus
dispositivos:

Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e
receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério
Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação,
aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração
de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos
derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da
aplicação das medidas de que trata este artigo;
II – criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Letra C)
IV – admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas:
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa;
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de forma-
ção de militares;
V – realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV
deste caput;
VI – criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou be-
nefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de milita-
res, ou ainda de seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada em jul-
gado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este artigo;
VII – criação de despesa obrigatória; (Letra E)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
VIII – adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da in-
flação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta
Constituição;
IX – criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, rene-
gociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
subvenções; (Letra B)
X – concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. (Letra A)

Note que não existe vedação para as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos
ou vitalícios.
Letra d.

017. (FGV/TCE-MA/AUDITOR-MP-CONTAS/2021) Comissão mista permanente de Senado-


res e Deputados, incumbida de examinar e emitir parecer prévio sobre os projetos de leis
orçamentárias, bem como sobre planos e programas governamentais, realizando, ainda, o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, solicitou ao Tribunal de Contas pronuncia-
mento conclusivo, no prazo de trinta dias, sobre a existência de indícios de despesas não
autorizadas em uma estrutura governamental.
À luz da sistemática constitucional vigente, essa solicitação:
a) não apresenta qualquer irregularidade, considerando o órgão que a formulou e o seu
destinatário;
b) pressupõe a prévia solicitação de informações à autoridade governamental competente;
c) pressupõe o prévio julgamento das contas de governo pelo Congresso Nacional;
d) dependeria de prévia aprovação do plenário do Congresso Nacional;
e) somente poderia ser feita pelo Presidente do Congresso Nacional.

Vamos ver como nossa CF/1988 dispõe:

Art. 166 § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:


I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresenta-
das anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
tos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo
da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com
o art. 58.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despe-
sas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios
não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco
dias, preste os esclarecimentos necessários.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Note que, inicialmente, a CMO – Comissão Mista de Orçamento deveria ter solicitado à au-
toridade governamental responsável para que, no prazo de cinco dias, prestasse os escla-
recimentos necessários e, depois disso, caso não fosse atendida, a CMO solicitaria ao TCU
pronunciamento conclusivo.
Vamos comentar as demais alternativas.
a) Conforme exposto, houve irregularidade.
c) O julgamento prévio pelo CN – Congresso Nacional não é necessário.
d) A CMO tem competência para exercer tal acompanhamento sem prévia aprovação do ple-
nário do CN.
e) Sem fundamentação legal.
Letra b.

018. (FGV/TCE-AM/AUDITOR-MP-CONTAS/2021) Por ocasião das discussões a respeito do


projeto de lei orçamentária anual, encaminhado pelo Presidente da República ao Congres-
so Nacional, os parlamentares dos partidos políticos Alfa e Beta deliberaram que as emen-
das individuais impositivas iriam alocar recursos, para os Municípios escolhidos, por meio
de transferência especial. Ao tomar conhecimento dessa deliberação, um jornal de grande
circulação afirmou que essa espécie de transferência (1) exigia a celebração de convênio ou
instrumento congênere para a sua efetivação; (2) pertenceria ao respectivo Município no ato
da efetiva transferência financeira; e (3) seria aplicada em programações finalísticas das áre-
as de competência do Poder Executivo municipal, sendo uma parte em despesas de capital,
observados os balizamentos constitucionais. À luz da sistemática constitucional, é correto
afirmar, quanto às informações veiculadas, que:
a) todas estão corretas;
b) apenas a 1 está correta;
c) apenas a 2 está correta;
d) apenas a 1 e a 3 estão corretas;
e) apenas a 2 e a 3 estão corretas.

Vamos avaliar as informações veiculadas.


1) Incorreta. A transferência especial não depende de convênio ou de instrumento congênere.
Confira na CF/1988:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração
de convênio ou de instrumento congênere;

2) Correta. Confira na CF/1988:

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e

3) Correta. Confira na CF/1988:

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual
poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I – transferência especial; ou
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo
do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.
Letra e.

019. (FGV/TCE-PI/ASSISTENTE/2021) O Chefe do Poder Executivo do Estado Beta, com o ob-


jetivo de ampliar o direito fundamental à informação, inseriu, no projeto de lei orçamentária
anual, comando que disciplinava o acesso, por qualquer do povo, às informações de natureza
administrativa, financeira e orçamentária. A inserção do referido comando no projeto de lei
orçamentária anual é:
a) compatível com a ordem constitucional, em razão da pertinência temática;
b) incompatível com a ordem constitucional, pois a iniciativa legislativa é exclusiva do Poder
Legislativo;
c) compatível com a ordem constitucional, desde que haja autorização na lei de diretrizes
orçamentárias;
d) incompatível com a ordem constitucional, pois não versa sobre a previsão da receita e a
fixação da despesa;
e) compatível com a ordem constitucional, desde que o projeto seja aprovado por maioria
absoluta no Poder Legislativo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Confira a base da resposta no § 8º do artigo 165 da CF/1988:

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Esse artigo traz um Princípio Orçamentário muito importante, o Princípio da Pureza ou Exclu-
sividade, e as suas exceções. A ideia básica é que a Lei Orçamentária deve tratar de orçamen-
to e não de matérias estranhas a esse tema. Dessa forma, a mencionada ementa ao Projeto
de Lei viola o princípio da exclusividade orçamentária.
Letra d.

020. (FGV/TCE-PI/AUDITOR/2021) O Chefe do Poder Executivo do Estado Alfa encaminhou ao


Poder Legislativo o projeto de lei orçamentária anual. Enquanto o projeto estava em discus-
são na Comissão competente da Assembleia Legislativa, o Governador do Estado propôs a
modificação do projeto. Além disso, foram posteriormente apresentadas emendas, no âmbito
da Comissão, nas quais era proposta a anulação de despesas relacionadas à amortização de
empréstimos contraídos em exercícios pretéritos, com a sua redistribuição para outros pro-
gramas orçamentários relacionados aos direitos sociais e que eram compatíveis com o plano
plurianual. À luz dessa narrativa e da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) não há qualquer irregularidade na narrativa apresentada;
a) a única irregularidade existente é a proposta de anulação de dotações destinadas à amor-
tização de empréstimos;
b) a única irregularidade existente é a proposta de modificação, pelo Governador do Estado,
do projeto já apresentado;
c) tanto a proposta de modificação do projeto já apresentado como a de anulação das despe-
sas indicadas são irregulares;
d) não há irregularidade na narrativa apresentada, desde que as ações estejam autorizadas
na lei de diretrizes orçamentárias.

Essa medida é incompatível com a vedação do artigo 166, § 3º, II, “b”, da CF/1988, que com-
pulsoriamente deve ser seguida pelos Estados. Essa emenda não poderia anular despesa
oriunda do serviço da dívida pública. A compatibilidade com o plano plurianual é exigida pelo
§ 4º do artigo 166. Confira na CF/1988:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

Vamos comentar as demais alternativas.


a) Errada. A anulação de dotações destinadas à amortização de empréstimos é incons-
titucional.
c) Errada. Não é caso de irregularidade, já que, de acordo com a CF/1988:

Art. 166....
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo-
dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.

d) Errada. Somente a anulação da despesa fere a CF/1988.


e) Errada. Irregularidades já apontadas nas alternativas anteriores.
Letra b.

021. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO-SUPERIOR/2019) A Emenda Constitucional (EC) n. 86/2015


criou dispositivos para regular a aprovação e a execução de emendas individuais ao projeto
de lei orçamentária. De acordo com os dispositivos da EC n. 86/2015, o limite para aprovação
das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária corresponde a 1,2% da receita corren-
te líquida:
a) prevista no projeto de LOA;
b) prevista no projeto de LOA, corrigida pela meta de inflação;
c) realizada no exercício anterior;
d) realizada no exercício anterior, corrigida pela inflação do período;
e) sendo 50% para ações e serviços públicos de saúde.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

O limite para aprovação das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária corresponde
a 1,2% da receita corrente líquida prevista no projeto de LOA. Confira na letra da CF/88, com
grifos nossos:

“Art. 166 § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de
1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encami-
nhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e servi-
ços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)”.

Você pode ter ficado em dúvida e marcado a alternativa E, uma vez que realmente os percen-
tuais nela dispostos estão realmente corretos.
Entretanto, em questões de múltipla escolha, temos que escolher a questão MAIS CORRETA,
que não deixe nenhuma margem de dúvida. Note que o enunciado da questão faz menção
direta ao “limite para aprovação das emendas individuais ao projeto de lei orçamentária cor-
responde a 1,2% da receita corrente líquida”, ou seja, o examinador pede a melhor a alternativa
que complete o enunciado, que no caso é a letra a.
Em outras palavras, note que a questão solicita a referência do limite para aprovação das
emendas, que no caso é a prevista no Projeto da LOA.
Letra a.

022. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO-SUPERIOR/2019) A legislação que trata da execução do orça-


mento pelos entes públicos apresenta autorizações e vedações, tendo em vista garantir o
cumprimento dos princípios que regem a administração pública, bem como o equilíbrio finan-
ceiro e orçamentário. Uma das autorizações refere-se:
a) à concessão de créditos ilimitados, quando previstos no PPA;
b) à abertura de crédito especial pendente de autorização legislativa;
c) ao início de programas não incluídos na Lei Orçamentária Anual;
d) à assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários;
e) à vinculação de receita de impostos para ações e serviços públicos de saúde.

A vinculação de receita de impostos para ações e serviços públicos de saúde é uma das res-
salvas às vedações previstas no artigo 167, da CF/88. Confira, com grifos nossos:

“Art. 167. São vedados:


...
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo”;

Vamos agora apontar os erros das demais alternativas:


a) Errada. O inciso VII do art. 167 da CF/88 veda a concessão de créditos ilimitados. Confira:

“Art. 167. São vedados:


(...)
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados”;

b) Errada. A abertura de créditos suplementares ou especial necessita de prévia autorização


legislativa, diferentemente do crédito extraordinário.
c) Errada. O artigo 167, I, da CF/88, veda o início de programas ou projetos não incluídos na
lei orçamentária anual.
d) Errada. O artigo 167, II, da CF/88, veda a realização de despesas ou a assunção de obriga-
ções diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
Letra e.

023. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA/2018) A Secretaria de Finanças do Município


Beta informou ao Prefeito Municipal que dispunha de recursos em conta corrente, mas não
seria possível realizar a compra de móveis solicitada. Como justificativa, esclareceu que as
despesas dessa natureza já teriam exaurido os créditos orçamentários existentes. O Prefeito
não acatou a justificativa e determinou a realização da compra, o que levou ao pedido de exo-
neração do Secretário, já que este último considerou a ordem manifestamente ilegal.
À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, deve ser reconhecido que:
a) a ordem do Prefeito Municipal é legal, pois há recursos em conta para realizar a compra
dos móveis;
b) a informação do Secretário é correta, pois não podem ser realizadas despesas excedentes
aos créditos orçamentários;
c) a ordem do Prefeito Municipal é legal, já que a compra de móveis independe de previsão
orçamentária;
d) a informação do Secretário é incorreta, pois a lei orçamentária não contempla créditos,
mas despesas;
e) a ordem do Prefeito é legal, pois as finanças públicas são regidas pelo critério financeiro,
não orçamentário.

Não se esqueça que a nossa CF/88 veda a realização de operações de crédito para cobrir des-
pesas (art. 167, III), bem como o remanejamento de créditos orçamentários sem autorização

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

legislativa (art. 167, VI, CF). Nessa toada, no caso em tela, o Município não poderia remanejar
recursos para a compra de móveis solicitada, sem autorização legislativa específica. Confira
no artigo 167, II, da CF/88, com grifos nossos:

“Art. 167. São vedados:


I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orça-
mentários ou adicionais;
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
..........
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-
mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa”;

Vamos agora apontar os erros das demais alternativas:


a) Errada. O fato de haver recursos financeiros não significa que há recursos orçamentários,
para aquela despesa específica, já que tais recursos financeiros em caixa se referem a outras
rubricas orçamentárias.
c) Errada. Toda compra ou aquisição de bens ou serviços deve ter autorização orçamentária.
d) Errada. O orçamento compreende os créditos ordinários, suplementares, especiais ou ex-
traordinários, conforme artigo 165, III, § 8º, da CF/88.
e) Errada. Toda despesa deve estar autorizada na LOA ou via créditos adicionais.
Letra b.

024. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA/2018) Os instrumentos de planejamento previs-


tos na Constituição da República de 1988 apresentados na figura têm prazos e conteúdos
específicos para auxiliar na gestão e no controle dos recursos públicos. Esses instrumentos
são elaborados sob a forma de lei, com a seguinte configuração:
a) apenas o PPA e a LOA são elaborados por iniciativa do Poder Executivo;
b) apenas a LDO e a LOA são elaboradas por iniciativa do Poder Executivo;
c) a LOA é elaborada por uma comissão mista com representantes dos Poderes Executivo e
Legislativo;
d) todos os instrumentos são elaborados por iniciativa do Poder Executivo;
e) todos os instrumentos são elaborados por iniciativa do Poder Legislativo.

De acordo com o artigo 165 da nossa Constituição Federal, todos os instrumentos são elabo-
rados por iniciativa do Poder Executivo. Confira, com grifos nossos:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
Letra d.

025. (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ESPECIALISTA/2018) O Vereador João, ao analisar o projeto


de Lei Orçamentária Anual apresentado pelo Chefe do Poder Executivo, decidiu apresentar
uma emenda que se mostrava plenamente compatível com o plano plurianual e a Lei de Dire-
trizes Orçamentárias. Ocorre que, para apresentá-la, deveria indicar os recursos necessários.
À luz da sistemática constitucional, esses recursos podem advir da anulação de despesas
que digam respeito a:
a) dotações para pessoal;
b) serviço da dívida;
c) programas sociais;
d) transferências tributárias para outros Municípios;
e) dotações para encargo de pessoal.

Com exceção da alternativa C (programas sociais), todas as alternativas estão erradas, já que
são vedações contidas no texto constitucional. Confira o artigo 166, § 3º, II, da nossa CF/88,
com grifos nossos:

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
........
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal”;
Letra c.

026. (FGV/CGM-NITERÓI/ANALISTA/2018) O Prefeito Municipal encaminhou o projeto de lei


orçamentária anual à Câmara Municipal. Para sua surpresa, no texto aprovado, foram anula-
das, parcialmente, as despesas destinadas ao pagamento de pessoal, que permitiriam o cum-
primento da lei municipal que aumentara os vencimentos dos servidores, a partir do exercício

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

financeiro seguinte. Os recursos, por sua vez, foram destinados à implementação de progra-
mas sociais nas áreas de saúde e educação.
À luz da sistemática constitucional, o procedimento da Câmara Municipal está
a) correto, pois esta pode apreciar livremente o projeto de lei orçamentária, podendo anular e
criar as despesas que melhor lhe aprouverem.
b) incorreto, pois os recursos destinados à implementação dos programas sociais não pode-
riam resultar da anulação, ainda que parcial, das despesas com pessoal.
c) correto, pois esta somente está autorizada a destinar recursos à implementação de progra-
mas sociais caso resultem da anulação de despesas com pessoal.
d) incorreto, pois o projeto de lei orçamentária anual apresentado pelo chefe do Poder Execu-
tivo não pode sofrer alterações no Legislativo.
e) correto, pois esta somente pode criar uma despesa quando indica os recursos necessários,
os quais devem resultar da anulação de outra, qualquer que seja ela.

A CF/1988 veda esse tipo de remanejamento orçamentário em seu art. 166, § 3º, II, “a”. Con-
fira, com grifos nossos:

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
...
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei”.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:


a) Errada. Nesse ponto a CF/1988 estabeleceu limites à anulação de despesas.
c) Errada. A CF/88 não autoriza a subtração de despesas de pessoal para a realização de ou-
tras despesas.
d) Errada. Projeto de Lei apresentado pelo Chefe do Poder Executivo pode sofrer emendas
no Legislativo, observados os limites que a própria Constituição impõe (art. 166, §§ 2º e
3º, CF/88).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

e) Errada. Projeto de Lei apresentado pelo Chefe do Poder Executivo pode sofrer emendas
no Legislativo, observados os limites que a própria Constituição impõe (art. 166, §§ 2º e 3º,
da CF/88).
Letra b.

027. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA), assinale


a afirmativa correta.
a) Deve conter uma estimativa das receitas e das despesas em um exercício.
b) Deve conter a fixação para as receitas e para as despesas em um exercício.
c) As despesas e as receitas apresentadas devem ter valores iguais.
d) Deve compreender o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
e) Deve compreender o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, sem incluir as fundações instituídas e manti-
das pelo Poder Público.

A resposta está na literalidade do artigo 165, § 5º, da CF/88. Confira:

“Art. 165 – § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público”.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:


a) Errada. As despesas não são estimadas na LOA, mas sim fixadas.
b) Errada. Na verdade, as despesas são fixadas e as receitas previstas.
c) Errada. Na verdade, não se faz necessário que os montantes da receita e despesa sejam
iguais. Assim, se as receitas forem maiores, temos superávit e se as despesas forem maiores,
teremos déficit.
e) Errada. Incluiu fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
Letra d.

028. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018) De acordo com a Constituição da República, sob


pena de crime de responsabilidade, nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exer-
cício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

a) nas diretrizes orçamentárias.


b) no plano plurianual.
c) no anexo de metas fiscais.
d) no orçamento anual.
e) no orçamento bianual.

Questão do tipo “cara crachá” em que a FGV cobrou o conhecimento da literalidade do § 1º do


artigo 167 da nossa CF/1988. Confira:

“§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade”.

Vamos aproveitar e rever o artigo 169, § 9º, da CF/1988, com nossos grifos:

“Art. 169....
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos”.
Letra b.

029. (FGV/SASDH-NITERÓI/ASSISTENTE/2018) Em matéria de orçamento público, observe


os conceitos das principais leis que formam seu tripé.
I – Estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte e, para tal, fixa o mon-
tante de recursos que o governo pretende economizar, traça regras, vedações e limites para
as despesas dos Poderes, autoriza o aumento das despesas com pessoal etc.;
II – Define o planejamento que indica quanto e onde gastar o dinheiro público no período de
um ano, com base no valor total arrecadado pelos impostos;
III – Dispõe sobre o planejamento de médio prazo, identificando as prioridades para o período
de quatro anos e os investimentos de maior porte.
As leis definidas acima são chamadas, respectivamente, de:
a) Lei Tributária Anual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Plano Plurianual;
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e Plano Plurianual;
c) Lei Orçamentária Anual, Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Diretrizes Orçamentárias;
d) Plano Plurianual, Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Diretrizes Orçamentárias;
e) Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

I – É a LDO que estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte e, para
tal, fixa o montante de recursos que o governo pretende economizar, traça regras, vedações
e limites para as despesas dos Poderes, autoriza o aumento das despesas com pessoal etc.,
conforme dispõe o § 2º do artigo 165 da CF/88.
II – É a LOA que define o planejamento que indica quanto e onde gastar o dinheiro público no
período de um ano, com base no valor total arrecadado pelos impostos. A LOA ou Orçamen-
to Público é um documento que prevê as quantias de moeda que, num período determinado
(normalmente um ano), devem entrar e sair dos cofres públicos (receitas e despesas públi-
cas), com especificação de suas principais fontes de financiamento e das categorias de des-
pesas mais relevantes.
III – É o PPA quem dispõe sobre o planejamento de médio prazo, identificando as prioridades
para o período de quatro anos e os investimentos de maior porte. Em outras palavras, o PPA
deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da adminis-
tração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as rela-
tivas aos programas de duração continuada.
Letra b.

030. (FGV/SEPOG-RO/ANALISTA/2017) Com relação às vedações orçamentárias constitu-


cionais, analise as afirmativas a seguir.
I – Para fazer frente a uma calamidade pública, por meio de Medida Provisória, é possível a
abertura de crédito extraordinário.
II – O déficit de fundação pública, sem fins lucrativos, pode ser suprido por recursos do orça-
mento fiscal sem necessidade de autorização legislativa específica.
III – Realizar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, sem prévia in-
clusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, pode gerar crime de respon-
sabilidade.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

Vamos analisar as assertivas e marcar a alternativa correspondente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

I – Verdadeira, já que, para fazer frente a uma calamidade pública, por meio de Medida Provi-
sória, é possível a abertura de crédito extraordinário, conforme dispõe o parágrafo 3º do artigo
167 da nossa Carta Magna.
II – Falsa, já que inexiste essa determinação na LRF.
III – Verdadeira, já que está de acordo com o parágrafo primeiro do artigo 167 da nos-
sa CF/1988.
Letra d.

031. (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) Nos termos do que prevê a Constituição, a lei orçamen-


tária anual:
a) pode permitir ilimitada abertura de créditos adicionais;
b) pode ser objeto de emenda legislativa, baseada em corte de despesas com o serviço
da dívida;
c) pode autorizar a contratação de operações de crédito por antecipação da receita or-
çamentária;
d) não inclui as entidades de direito privado da Administração Pública;
e) pode, em casos excepcionais, permitir a criação de novos cargos públicos.

Note que as operações de ARO – Antecipação de Receita Orçamentária estão autorizadas no


artigo 165, § 8º, da CF/88:

“Art. 165......
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Letra c.

032. (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) Na elaboração do orçamento de um exercício financeiro, o


Poder Legislativo da União, através de emenda, incluiu um dispositivo relacionado às atribui-
ções de um cargo da estrutura da Presidência da República. Nesse caso foi violado o princípio
orçamentário:
a) da Igualdade;
b) da Anualidade;
c) do Orçamento Bruto;
d) da Exclusividade;
e) do Equilíbrio.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

O Princípio Orçamentário da Exclusividade está previsto no artigo 165, § 8º da CF/88 e deter-


mina que a LOA não deve conter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da des-
pesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Existe ainda outra exceção prevista no artigo 184, §4º, da CF/1988, que estabelece que LOA
fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de re-
cursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
Dessa forma, podemos concluir que as atribuições de cargos da estrutura da Presidência da
República devem ser tratadas em lei específica e não na LOA.
Letra d.

033. (FGV/MRE/DIPLOMATA/2016) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumen-


to que auxilia no planejamento orçamentário das entidades públicas brasileiras, a partir das
disposições constitucionais e legais. Considerando tais disposições, é correto afirmar que
a LDO deve:
a) apresentar o orçamento fiscal para cada poder e órgão da administração direta;
b) apresentar o orçamento de investimento das empresas estatais;
c) consignar dotação para investimentos com prazo superior a doze meses;
d) dispor sobre as alterações na legislação tributária;
e) ser elaborada no primeiro ano de mandato para vigência nos demais anos.

A resposta está na literalidade do § 2º do artigo 165 da CF/1988. Repare, com grifos nossos:

“§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal,..., orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento”.
Letra d.

034. (FGV/PREF-CUIABÁ/AUDITOR/2016) Após a apresentação do projeto de lei do orçamen-


to anual pelo Chefe do Poder Executivo, determinado deputado federal decidiu apresentar
uma emenda que se mostrava absolutamente compatível com o Plano Plurianual e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Ao consultar sua assessoria, foi informado que a emenda deveria indicar os recursos neces-
sários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, isso com as ressalvas
previstas na Constituição da República.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que poderia ser anulada despe-
sa associada
a) ao serviço da dívida pública.
b) ao programa de implementação de direitos sociais.
c) à dotação para pessoal e seus encargos.
d) às transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.
e) à contribuição previdenciária.

Tenha em mente que, dos gastos listados nas alternativas da questão, apenas aqueles rela-
cionados ao programa de implementação de direitos sociais podem ser anulados para aten-
der à emenda ao orçamento apresentada pelo deputado federal. Confira no dispositivo cons-
titucional abaixo reproduzido, com grifos nossos:

“Art. 166.........
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei”.

Note ainda que a contribuição previdenciária se insere dentre os encargos relativos às dota-
ções para pessoal (art. 166, § 3º, II, alínea “a”) sendo insuscetível de anulação para esse fim.
Letra b.

035. (FGV/PREF-PAULÍNIA/PROCURADOR/2016) Ao determinar a elaboração do projeto de


lei orçamentária anual, o Prefeito Municipal foi informado pela Procuradoria do Município que
era vedada a inclusão de “caudas orçamentárias” nesse projeto, vale dizer, de matérias que
eram incompatíveis com a matéria orçamentária propriamente dita.
À luz da sistemática constitucional, é considerado “cauda orçamentária” o dispositivo que
a) autorize a abertura de crédito suplementar.
b) defina o valor de gratificação estatutária.
c) permita a contratação de operação de crédito.
d) estabeleça balizamentos para o pagamento da dívida fundada.
e) fixe o valor da despesa total com os servidores públicos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

A ideia de “cauda orçamentária” é evitar que o orçamento traga matérias que não tenham a
ver com o tema orçamento público. Assim, a definição de valor de gratificação estatutária
deve vir em lei específica relacionada ao cargo respectivo, e posteriormente ser incluída na
fixação da despesa orçamentária da LOA.
O princípio da exclusividade orçamentária, consagrado no artigo 165, § 8º, que traz algu-
mas exceções:

“Art. 165......
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares
e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.

Além dessas ressalvas, o art. 184, §4º, estabelece uma outra exceção ao princípio da exclusi-
vidade, ao estabelecer que o orçamento (a lei orçamentária anual) fixará anualmente o volume
total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao progra-
ma de reforma agrária no exercício.
Letra b.

036. (FGV/TCM-SP/AGENTE/2015) O Chefe do Poder Executivo de determinado ente fede-


rativo, após ampla análise técnica, encaminhou o projeto de lei orçamentária anual ao Poder
Legislativo. Considerando a sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) o orçamento fiscal, em razão de suas características essencialmente tributárias, integra
documento autônomo, estranho à lei orçamentária anual;
b) as emendas parlamentares ao projeto de lei orçamentária não podem indicar, como fonte
de recursos, aqueles provenientes da anulação de despesa com o serviço da dívida;
c) a receita e a despesa das universidades públicas, entes que têm sua autonomia reconheci-
da pela Constituição da República, não devem ser inseridas no orçamento anual;
d) a abertura de créditos orçamentários especiais, como são aqueles destinados à cobertura
de despesas não previstas na lei orçamentária, independe de autorização legislativa;
e) a lei orçamentária anual não pode conter autorização para contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita.

De acordo com o artigo 166, § 3º, inciso II, da CF/1988, as emendas ao projeto de lei orça-
mentária não podem indicar como fonte de recursos de anulação de despesas proveniente de
serviço da dívida. Confira, com grifos nossos:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamen-
to anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
(...)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
(...)
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
(...)
b) serviço da dívida;
Letra b.

037. (FGV/DPE-MT/ANALISTA-ADVOGADO/2015) Com o objetivo de assegurar a urbaniza-


ção do respectivo território, determinada Constituição Estadual dispôs que certo percentual
da receita pública deveria ser aplicada, pelo Estado e pelos Municípios, na pavimentação das
vias públicas, observada a esfera de competências de cada qual. Consoante a sistemática
estabelecida pela Constituição da República, é correto afirmar que comando dessa natureza é
a) inconstitucional somente em relação aos Municípios, isso por afrontar a autonomia política
desses entes federados.
b) constitucional, pois a Constituição Estadual deve disciplinar a realização da despesa públi-
ca pelo Estado e pelos Municípios nele inseridos.
c) inconstitucional, pois a matéria é da alçada da lei complementar federal, que deve discipli-
nar a matéria de modo uniforme em todo o território nacional.
d) constitucional, somente em relação aos Municípios, entes federados menores que estão
sujeitos às normas estabelecidas pelo ente federado maior, o Estado.
e) inconstitucional, pois a matéria é afeta à lei orçamentária, de iniciativa do Chefe do Poder
Executivo, estadual ou municipal.

O artigo 165, inciso III, da CF/1988, determina que é de iniciativa do chefe do Poder Executivo
a elaboração de leis que tratem de orçamentos anuais, motivo pelo qual a questão apresenta
situação de inconstitucionalidade de dispositivo inserido em Constituição Estadual. Confira,
com grifos nossos:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


(...)
III – os orçamentos anuais.
Letra e.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

038. (FGV/PGE-RO/ANALISTA/2015) Determinado Município aprovou a sua lei orçamentária


anual e nela autorizou a realização de obras públicas tidas como necessárias. Considerando
a sua precária situação financeira, foi igualmente autorizada a contratação de empréstimo
interno, sendo que metade do valor seria destinado ao pagamento das referidas obras e a
outra metade seria utilizada para as despesas correntes, de caráter geral, da Administração
Pública. À luz dessa narrativa, é correto afirmar que a referida lei é:
a) constitucional, pois a lei orçamentária é a sede adequada para a previsão da receita e a
autorização da despesa pública;
b) inconstitucional, por afrontar a competência legislativa privativa da União para legislar so-
bre direito econômico;
c) constitucional, pois o Município possui competência concorrente para legislar sobre direito
financeiro;
d) inconstitucional, já que a operação de crédito excede o montante das despesas de capital;
e) constitucional, desde que a operação de crédito a que se refere a lei orçamentária tenha
sido previamente autorizada pelo Senado Federal.

Questão que aborda a famosa regra de ouro, presente no artigo 167, inciso III, da CF/88, que
veda a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital,
com as ressalvas que ele mesmo estabelece. Confira, com grifos nossos:

“Art. 167. São vedados:


.......................
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressal-
vadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprova-
dos pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”;

Note que, de um lado, a aplicação de metade do valor do empréstimo no pagamento de obras


é respeitada a regra de ouro, já que as obras são despesas de capital (investimentos). Entre-
tanto, de outra parte, a aplicação da outra metade em despesas do dia a dia, ou seja, despesas
correntes, viola a regra de ouro. Nesse caso, o município aumentou seu endividamento para
pagar despesas inerentes à própria sua manutenção, o que é proibido em nossa Carta Magna.
Letra d.

039. (FGV/CGE-MA/AUDITOR/2014) Assinale a alternativa que completa corretamente o


fragmento a seguir.
A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá _____.
a) as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública, de forma regionalizada.
b) as metas e as prioridades da Administração Pública.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

c) a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.


d) o orçamento de investimento das empresas estatais
e) as alterações na legislação tributária.

Note como a FGV cobrou a literalidade do artigo 165, § 1º, da CF/1988. Confira:

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren-
tes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Letra a.

040. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO/2014) Processo de Aprovação de Orçamento:


“A presidente Dilma Rousseff sancionou com vários vetos o projeto da Lei de Diretrizes Orça-
mentárias (LDO) da União para 2014, na virada da quinta para esta sexta-feira. Nenhum deles,
entretanto, atingiu o artigo 52, que torna obrigatória a execução orçamentária e financeira, de
forma equitativa, da programação de despesas incluídas no orçamento por emendas parla-
mentares individuais. A LDO resultante da sanção parcial foi publicada em edição extra do
‘Diário Oficial da União’ que circula hoje com data de ontem. Ao converter o projeto na Lei n.
12.919/2013 preservando a regra do ‘orçamento impositivo’, a presidente cumpriu acordo fir-
mado com o Congresso para viabilizar politicamente a aprovação da lei orçamentária de 2014,
concluída na madrugada do último dia 18. O Congresso só aprovou a proposta para a LDO de
2014 em novembro passado, quando o orçamento do ano que vem já estava em fase avança-
da de tramitação. Um dos motivos da demora foi a polêmica em torno da regra do orçamento
impositivo, que também é objeto de uma Proposta de Emenda Constitucional – PEC”.
Considerando as circunstâncias envolvendo o trâmite da Lei Orçamentária Anual (LOA) de
2014 relatadas no texto”Processo de Aprovação de Orçamento”, é correto afirmar que a sua
elaboração foi orientada pela
a) disponibilidade na pauta de votações do Congresso Nacional em 2013.
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014.
c) Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 2001.
d) aprovação da regra relativa ao “orçamento impositivo” para 2014.
e) lei que instituiu o Plano Plurianual para o período 2011-2014.

Esse é um dos papéis da LDO. Confira, com grifos nossos, o trecho do artigo 165 da CF/1988:

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal,..., orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
Letra b.

041. (FGV/PREFEITURA-CUIABÁ/AUDITOR/2014) Conforme prevê a Constituição da Repúbli-


ca, a Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da ad-
ministração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, de-
tenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vin-
culados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.
Ainda segundo a Constituição da República, dois desses três orçamentos, “compatibilizados
com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério _____”.
Assinale a opção que indica os dois orçamentos que se prestam a reduzir desigualdades in-
ter-regionais e o critério que preenche a lacuna do fragmento acima.
a) I e II populacional
b) I e III populacional
c) II e III geográfico
d) I e II geográfico
e) II e III populacional

Em outras palavras, o que § 7º do artigo 165 da CF/88 quis dizer é que os orçamentos fiscais
e de investimentos das estatais, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
Letra a.

042. (FGV/PREF-NITERÓI/PROCURADOR/2014) A respeito da sistemática constitucional afe-


ta ao orçamento, assinale a afirmativa correta.
a) Cada instituição dotada de autonomia financeira possui iniciativa legislativa privativa para
apresentar sua proposta orçamentária ao Poder Legislativo.
b) As normas que concedem benefícios fiscais no âmbito municipal, por não terem natureza
orçamentária, não são alcançadas pela reserva de iniciativa do Executivo.
c) Uma lei de iniciativa parlamentar pode impor ao Executivo a consignação de dotação orça-
mentária anual destinada a certa finalidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

d) A Constituição Estadual pode impor aos Municípios a aplicação de percentual do seu orça-
mento em finalidades específicas.
e) As leis orçamentárias, por serem gerais e abstratas, não estão sujeitas ao controle concen-
trado de constitucionalidade.

Na letra B, temos a confirmação do entendimento do STF no sentido de que as normas que


concedem benefícios fiscais no âmbito municipal, por não terem natureza orçamentária, não
são alcançadas pela reserva de iniciativa do Executivo. Confira a decisão do STF, com gri-
fos nossos:

“A iniciativa de leis que versem sobre matéria tributária é concorrente entre o chefe do Poder Exe-
cutivo e os membros do Legislativo. A circunstância de as leis que versem sobre matéria tributária
poderem repercutir no orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que sua iniciativa
é privativa do chefe do Executivo. (RE 590.697-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011”.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:


a) Errada. Quem possui o poder de propor projeto de lei tratando de orçamento público é o
chefe de cada Poder Executivo, nos termos do art. 165, III, da CF/88.
c) Errada. A lei de iniciativa parlamentar violaria a competência privativa do chefe do Executivo
d) Errada. A imposição deve decorrer da Constituição Federal.
e) Errada. O STF admite o controle de constitucionalidade de leis orçamentárias, mas em ca-
ráter excepcional.
Letra b.

043. (FGV/CÂMARA-RECIFE/ASSESSOR/2014-ADAPTADA) Julgue o item seguinte.


É incorreto dizer que há algum óbice constitucional à apresentação de emendas parlamenta-
res, isso porque o orçamento é aprovado pelo Poder Legislativo, que é plenamente autônomo
em relação ao Executivo.

Na verdade, existem SIM alguns óbices presentes em nossa CF/1988, como o artigo 63 que
dispõe que não pode haver aumento da despesa prevista nos projetos apresentados pelo Po-
der Executivo, que também não podem ser incompatíveis com o PPA e com a LDO, além das
proibições detalhadas no § 3º do artigo 166 da nossa Carta Magna.
Errado.

044. (FGV/PREF-RECIFE/ANALISTA/2014) Quanto ao regramento constitucional sobre o or-


çamento, assinale a afirmativa incorreta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

a) A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os


objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes, assim como para as relativas aos programas de duração continuada.
b) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e as prioridades da administra-
ção pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
c) À lei ordinária cabe dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elabora-
ção e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamen-
tária anual.
d) A lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo estranho à previsão da receita e
à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
e) A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público.

Note que a questão pede para marcarmos a errada. Com exceção da alternativa C, todas as
outras estão corretas.
O erro da C foi dizer que cabe à Lei Ordinária dispor sobre vigência, organização, elaboração,
prazos e exercício financeiro do PPA, da LDO e da LOA, quando, na verdade, esse papel cabe à
lei complementar, nos termos do artigo 165, §9º, I, da Constituição:

“Art. 165 § 9º – Cabe à lei complementar:


I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”;
Letra c.

045. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR/2011) O projeto de lei relativo ao plano plurianual relacionado


ao orçamento da União deve ser apreciado
a) pelas duas Casas Legislativas.
b) por comissão permanente do Senado Federal.
c) na forma do regimento do Senado.
d) de acordo com o regimento da Câmara.
e) por comissão mista do Executivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

Tenha em mente que, de acordo com o artigo 165 da CF/1988, leis de iniciativa do Poder Exe-
cutivo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais,
sendo que os respectivos projetos de lei devem ser apreciados pelas duas Casas do Congres-
so Nacional, na forma do regimento comum.
As atribuições da CMO – Comissão Mista de Orçamento, por seu turno, estão previstas no §1º
do artigo 166 da CF/1988. Confira:

“caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:


I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atua-
ção das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58”.
Letra a.

046. (FGV/TCM-RJ/AUDITOR/2008) É vedada a realização de operações de créditos que ex-


cedam o montante das despesas de capital, salvo autorizações específicas, no âmbito orça-
mentário, abrangendo aquelas a seguinte rubrica:
a) pessoal civil.
b) pessoal militar.
c) serviços operacionais.
d) obras públicas.
e) serviços de terceiros.

Lembre-se da regra de ouro, presente no artigo 167, inciso III, da CF/88, que veda a realização
de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, com as ressalvas
que ele mesmo estabelece. Confira, com grifos nossos:

“Art. 167. São vedados:


.......................
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”;

Com exceção da alternativa D, que é uma despesa de capital (investimento), todas as demais
referem-se a despesas correntes, aquelas destinadas à manutenção das atividades.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

047. (FGV/TCM-RJ/AUDITOR/2008) O Poder Executivo publicará, após o encerramento de


cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária até:
a) 60 dias.
b) 120 dias.
c) 90 dias.
d) 30 dias.
e) 150 dias.

Resposta na literalidade da CF/1988. Confira, com grifos nossos:

“Art. 165, § 3º – O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária”.
Letra d.

048. (FGV/OAB/EXAME-ANUAL/2021) Diante das intensas chuvas que atingiram o Estado


Alfa, que se encontra em situação de calamidade pública, o Presidente da República, ante a
relevância e urgência latentes, edita a Medida Provisória n. XX/19, determinando a abertura de
crédito extraordinário para atender às despesas imprevisíveis a serem realizadas pela União,
em decorrência do referido desastre natural. A partir da situação hipotética narrada, com base
no texto constitucional vigente, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição de 1988 veda, em absoluto, a edição de ato normativo dessa natureza so-
bre matéria orçamentária, de modo que a abertura de crédito extraordinário deve ser feita por
meio de lei ordinária de iniciativa do Chefe do Executivo.
b) A Constituição de 1988 veda a edição de ato normativo dessa natureza em matéria de or-
çamento e créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a possibilidade de abertura de
crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
de calamidade pública.
c) O ato normativo editado afronta o princípio constitucional da anterioridade orçamentária,
o qual impede quaisquer modificações nas leis orçamentárias após sua aprovação pelo Con-
gresso Nacional e consequente promulgação presidencial.
d) O ato normativo editado é harmônico com a ordem constitucional, que autoriza a edição de
medidas provisórias que versem sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamen-
to e créditos adicionais, suplementares e extraordinários, desde que haja motivação razoável.

A nossa Carta Magna, em seu artigo 62, apresenta um rol de matérias que não podem ser
veiculadas por medidas provisórias. Confira:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
...
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

Entretanto, na parte final da alínea “d”, temos uma ressalva. Então vamos ao mencionado
dispositivo:

Art. 167. São vedados:


(...)
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevi-
síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, obser-
vado o disposto no art. 62.

Assim, para crédito extraordinário, que tem como pressuposto para sua abertura a existência
de relevância e urgência (além da imprevisibilidade), a MP pode ser usada.
Letra b.

049. (FCC/TJ-SC/NOTÁRIO/2021) O Estado Alfa realizou operação de crédito com a institui-


ção financeira XX, de modo a antecipar receita para fazer face à insuficiência de caixa. O ob-
jetivo dos recursos assim obtidos seria o de permitir o pagamento dos vencimentos dos ser-
vidores públicos e, na parte que sobejasse, possibilitar a aquisição de bens de capital. Tanto
a receita obtida, como a despesa a ser realizada, estavam previstas na lei orçamentária anual.
À luz da sistemática constitucional, a narrativa acima:
a) não apresenta qualquer incorreção;
b) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito para fazer face à despe-
sa pública;
c) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o valor das des-
pesas de capital;
d) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o montante das
despesas de custeio;
e) está incorreta ao permitir a realização de operação de crédito que exceda o montante das
despesas de pessoal.

Note que, inicialmente, a questão ao fazer menção à antecipação de receita para fazer face à
insuficiência de caixa, indica que estamos tratando de uma operação do tipo ARO – Anteci-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

pação de receita orçamentária, que é receita extraorçamentária. Entretanto, na parte final, a


questão informa que a receita obtida estava prevista na LOA, indicando, assim, não se tratar
de uma operação do tipo ARO, mas sim de uma operação de crédito “normal”, que é uma re-
ceita orçamentária de capital.
A CF, no que diz respeito às vedações sobre o tema, dispõe:

Art. 167. São vedados:


(...)
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

Importante destacar que, como os recursos foram captados para viabilizar o pagamento dos
vencimentos dos servidores públicos (despesas correntes), o montante de operações de cré-
dito deve ter sido superior ao montante de despesas de capital, já que apenas o que sobrar
das despesas correntes (pagamento dos servidores) será utilizado para despesas de capital,
já que a questão não informa se existiram outras operações de créditos e outras despesas de
capital no orçamento do Estado Alfa.
Letra c.

050. (FGV/MPE-GO/PROMOTOR-DE-JUSTIÇA/2022) O governador do Estado-membro Alfa


apresentou o projeto de lei orçamentária anual. Por ocasião de sua análise no âmbito da co-
missão permanente com competência na matéria, foi apresentada emenda parlamentar que
ampliava a dotação direcionada a um programa específico de assistência social. Para tanto,
foram indicados, como recursos a serem utilizados para cobrir a referida dotação, aqueles
decorrentes da anulação parcial de despesas com (1) os juros a serem pagos em razão da
dívida pública; (2) as transferências voluntárias que seriam realizadas a municípios situados
no Estado-membro Alfa; e (3) o programa de construção de residências populares. Mostra-se
compatível com a sistemática constitucional a anulação das despesas referidas:
a) em 1, 2 e 3;
b) apenas em 2 e 3;
c) apenas em 1;
d) apenas em 2;
e) apenas em 3.

O recurso indicado com o número 1, relacionado ao pagamento do serviço da dívida pública,


é uma fonte vedada pelo inciso II, alínea “b”, §3º, do artigo 166 da CF/1988. Confira:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 96 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum.
...
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

O recurso indicado com o número 2, relativo às transferências voluntárias que seriam realiza-
das a municípios situados no Estado-membro Alfa, não é vedado pela CF/1988, já que o inciso
II, alínea “c”, § 3º, do artigo 166 veda a utilização de recursos das transferências tributárias
constitucionais obrigatórias e não as transferências voluntárias.
O recurso indicado com o número 3, relativo ao programa de construção de residências popu-
lares, não se inclui dentre as fontes vedadas pela Constituição para emendas à LOA
Gabarito preliminar – Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 97 de 99
FINANÇAS PÚBLICAS
Orçamento Público CF de 1988
Manuel Piñon

REFERÊNCIAS

1. PISCITELLI, Tathiane. Direito Financeiro. 6ª Edição. Editora Método.

2. BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 18ª Edição. Editora Método.

3. Giacomoni, James. Orçamento Público. Editora Atlas.

4 – Nascimento, Sávio. Finanças Públicas. Editora Campus.

5. PACELLI, Giovanni. Administração Financeira e Orçamentária. 2ª Edição. Editora Juspodium.

5. LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 9ª Edição. Editora Juspodium.

6. PALUDO, Augustinho. Orçamento Público (AFO e LRF). 10ª Edição. Editora Juspodium.

Espero que você tenha gostado desta aula inicial. Sei que foram muitos conceitos novos,
muita informação mesmo. Mas é para todo mundo.
Essa base de informações que você adquiriu hoje vai te ajudar em todo o curso e o mais
importante: vai ser decisiva para seu bom desempenho na prova.
Quem se esforçar, consegue. Como diria Thomas Jefferson:

“Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu
tenho”.

Agora quero pedir um favor.


Avalie nossa aula, é rápido e fácil, deixe sugestões de melhoria.
Ficarei extremamente feliz com o feedback e trabalharei ainda mais para torná-la
ainda melhor.
Tenho muito a aprender e você pode me ajudar nisso.
Pode ser?
Muito obrigado.
Siga-me (profmanuelpinon) no Instagram e Facebook. Temos excelentes cards para revisão.
Até a próxima ou ao fórum de dúvidas.
Professor Manuel Piñon
manuelpinon@hotmail.com

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 98 de 99
Manuel Piñon
Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado para a área
de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e Controle) da Controladoria-
Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar