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SEFAZ-BA

SECRETARIA DO ESTADO DA FAZENDA DA BAHIA

ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS


FINANÇAS PÚBLICAS E ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

Pós-edital

Livro Eletrônico
© 04/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR(A): Camilla Machado

DIAGRAMADOR: Washington Nunes Chaves

CAPA: Washington Nunes Chaves

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MANUEL PIÑON

Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da


Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil –
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje,
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN
(Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em
1998.

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ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
Finanças Públicas e Economia do Setor Público
Prof. Manuel Piñon

1. Déficit Público e Dívida Pública..................................................................6


1.1. Introdução...........................................................................................6
1.2. Déficit Público.......................................................................................8
1.2.1. Resultado (Superávit/Déficit) Primário................................................. 10
1.2.2. Resultado (Superávit/Déficit) Nominal................................................. 10
1.2.3. Resultado(Superávit/Déficit) Operacional............................................. 11
1.3. O Financiamento do Déficit Público........................................................ 12
1.4. NFSP – Necessidade de Financiamento do Setor Público........................... 14
1.5. Conceitos de Dívida Pública do Brasil..................................................... 15
1.6. Dívida Pública no Brasil: Causas, Efeitos, Gerenciamento e Evolução.......... 17
1.7. Relação Entre Déficit Público, Poupança Interna e Resultado das Contas
do Setor Externo....................................................................................... 22
2. Inflação................................................................................................ 25
3. Política Fiscal......................................................................................... 38
4. Pacto Federativo e Federalimo Fiscal......................................................... 49
Resumo.................................................................................................... 58
Mapa Mental............................................................................................. 68
Exercícios................................................................................................. 69
Gabarito................................................................................................... 91
Gabarito Comentado.................................................................................. 92

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Finanças Públicas e Economia do Setor Público
Prof. Manuel Piñon

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

O nosso objetivo hoje nesta aula é fazer a transição, ou seja, fechar o estudo da

parte de Economia e iniciar os tópicos de Finanças Públicas do nosso edital, sendo

que parte desses assuntos já foi vista parcialmente em aulas anteriores.

Vamos nos esforçar bastante hoje, pois, como diria Michael John Bobak: “Todo

progresso acontece fora da zona de conforto”.

Boa aula!

Prof. Manuel Piñon

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1. Déficit Público e Dívida Pública


1.1. Introdução

Amigo(a), a atividade financeira do Estado existe para atender às necessidades

de sua sociedade organizada. Assim, o Estado, seja ele a União, os Estados, o DF

ou os Municípios, é na verdade o sujeito, ou seja, todos os entes da Federação são

titulares do dever de garantir a manutenção da estrutura administrativa estatal, de

modo a satisfazer as necessidades públicas, usando, para isso, os recursos públicos.

O bem comum, por meio do atendimento das necessidades públicas, como, por

exemplo, da educação, da saúde, da segurança, da alimentação, da habitação,

do transporte, do lazer etc., é obrigação do Estado atender, como cansa a nossa

CF/1988 de reforçar.

E como obter dinheiro para suprir essas necessidades?

O financiamento das atividades públicas é obtido por diversas fontes, tais como:

• a arrecadação de receitas públicas;

• os empréstimos tomados pelo governo (crédito público);

• os recursos transferidos por outra entidade; e

• a emissão de moeda (senhoriagem).

Dentre as receitas públicas, destaca-se a receita tributária, já que, sem dúvida,

essa á principal financiadora do Estado.

Mas aqui vale registrar que o Governo “recebe” também outras receitas, como,

por exemplo, do aluguel dos seus imóveis ou dos dividendos de estatais como a

Petrobras ou ainda de leilões e concessões como os realizados pela ANP – Agência

Nacional do Petróleo na camada pré-sal.

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Já a fonte oriunda de recursos transferidos por outra entidade vale dizer que é

mais usual para os Estados e os Municípios que realizam convênios com a União

para aplicarem recursos em determinada obra ou programa de governo.

Um dos princípios orçamentários mais significativos é o princípio do equilíbrio,

que visa dar transparência maior à obtenção de recursos, ou seja, o orçamento

sempre deve estar equilibrado, uma vez que se trata de uma demonstra-

ção contábil.

Dispositivos constitucionais contidos no art. 166, § 3°, II, da Constituição Fede-

ral tratam da necessidade de se indicar os recursos disponíveis para o atendimento

às emendas ao projeto de lei orçamentária ou aos projetos que a modifiquem, de

forma a manter o equilíbrio entre receitas e despesas.

Apesar de equilibrado, o orçamento pode ser deficitário, o que significa que con-

tém autorizações de despesas acima dos recursos previstos, estabelecendo moda-

lidades de financiamento do déficit.

A Constituição Federal prevê a contratação de operações de crédito para

a cobertura do excesso de gastos em relação à receita primária. Contudo,

não há sentido em orçamento superavitário, uma vez que significaria exigência, à

sociedade, de contribuição financeira sem justificativa.

A gestão fiscal visando ao equilíbrio orçamentário apoia-se no seguinte:

Receita Pública: representa os ingressos de recursos que entrarão para os

cofres públicos, servindo para financiar as atividades estatais;

Despesa Pública: representa a aplicação desses recursos, ou seja, de que

forma o Governo irá gastar os recursos arrecadados, obtidos junto à sociedade,

quando estiver executando suas ações;

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A Dívida Pública representa os compromissos assumidos pelo Governo no pas-

sado, perante a sociedade, e que deverão ser de alguma forma financiados pela

obtenção de novos recursos no futuro;

E o Orçamento Público, que vai permitir ao Governo controlar seus fluxos de

receita e de despesa, com impactos sobre o montante da dívida pública.

Vale lembrar que o Setor Público corresponde à presença o Governo nas três

esferas: a União, os Estados e o Distrito Federal e os Municípios, bem como os três

Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

O Governo interfere na economia por meio da Tributação (T) e dos Gastos Pú-

blicos (G).

Fazendo-se um encontro de contas, ou seja, considerando o que o Governo co-

bra da sociedade por meio da Tributação (T) em comparação com o seu retorno

por meio dos Gastos Públicos (G), o Governo poderá apresentar, durante um

determinado período de tempo, as seguintes situações:

1 – se os Gastos Públicos forem superiores à Tributação (G > T), teremos o

temido déficit fiscal;

2 – por sua vez, se os Gastos Públicos forem no mesmo montante da Tributação

(G = T), teremos o equilíbrio no orçamento público (é o famoso zero a zero);

3 – mas, se os Gastos Públicos forem inferiores à Tributação (G < T), teremos

tão desejado superávit fiscal.

1.2. Déficit Público

Déficit Público é o nome que se dá para a situação em que o valor total das

despesas públicas é maior que valor total das receitas públicas.

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Embora essa conceituação do déficit público, em termos de diferença entre

as receitas e despesas de setor público, seja de definição simples e de fácil com-

preensão, ela também pode ser elaborada de modo mais aprofundado, por

meio da inclusão de diversos componentes do processo orçamentário que

são indispensáveis para a determinação das causas do déficit, permitindo

uma avaliação mais apurada da política fiscal de um Governo.

Desse modo, “embutidos” na definição de déficit, temos certos fatores que apa-

rentemente estavam “escondidos”:

1 – os métodos de financiamentos utilizados;

2 – a contribuição de déficits passados para o atual déficit;

3 – o impacto das dívidas interna e externa sobre o déficit;

4 – a necessidade de emissão de moeda;

5 – o efeito da inflação sobre a receita e os gastos do governo;

6 – o efeito de variações nas taxas de juros;

7 – a cobrança de imposto inflacionário;

8 – a existência de erros e omissões nas contas governamentais.

Como podemos ver, o déficit público (também chamado de governamental) en-

globa diversas características do processo orçamentário, cuja análise é fundamen-

tal para a determinação das causas do “rombo”.

Alguns desses fatores são: a contribuição do déficit passado para o atual, o

efeito da inflação sobre a receita e despesa do governo e o efeito da variação das

taxas de juros.

A partir dos fatores mencionados acima, é possível chegar aos outros conceitos

de déficit, derivados do público, como, por exemplo:

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1.2.1. Resultado (Superávit/Déficit) Primário

Representa a origem e a fonte de realimentação do déficit público e, consequen-

temente, da dívida pública, desconsiderando seus respectivos juros.

É o resultado das contas públicas que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência

Social e o Banco Central, além de constituir o melhor método de avaliação do im-

pacto da política fiscal.

De modo simplificado, podemos dizer que o déficit primário (também

chamado de déficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arreca-

dação de tributos no período considerado.

É muito comum ouvirmos nos noticiários a respeito da meta de superávit pri-

mário do Governo. É verdade, o Governo tenta de todo modo gerar o tal superávit

primário, ou seja, ter um valor maior de arrecadação de tributos do que seus gas-

tos (exceto juros) justamente para pagar os juros dos seus credores (aqueles que

compraram seus títulos públicos tipo Tesouro Direto, por exemplo).

Podemos concluir, portanto, que uma situação de déficit primário é muito grave,

é como se você tivesse uma dívida com um Banco X, mas gastasse todo o seu salá-

rio sem conseguir pagar nada ao Banco X. A consequência é o aumento da dívida,

como uma bola de neve.

Vamos ver agora outra “modalidade” de déficit: o déficit nominal.

1.2.2. Resultado (Superávit/Déficit) Nominal

Representa a diferença entre as receitas de despesas públicas, em especial a

parcela referente aos juros nominais incidentes sobre a dívida interna e externa. É

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também obtido por meio da soma dos incrementos da base monetária e do incre-

mento da dívida interna e da dívida externa expressa em moeda nacional.

Quando se fala em déficit nominal ou total, inclui-se mais uma despesa nas

contas: o gasto do governo com as dívidas passadas. O Estado pode ter emitido

dinheiro ou pegado empréstimo para pagá-las. No último caso, vendeu títulos da

dívida pública a brasileiros ou estrangeiros, para quem precisa pagar juros.

Vale destacar que o déficit nominal é também chamado de Necessida-

des de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à quan-

tidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer.

1.2.3. Resultado(Superávit/Déficit) Operacional

Consiste no deflacionamento dos valores monetários das variáveis orçamen-

tárias e financeiras, bem como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real

esperada para um determinado período.

Em outras palavras, podemos dizer que o déficit operacional, do qual se ouve

falar mais em tempos de inflação alta, inclui nos gastos o pagamento dos juros (ju-

ros reais, ou seja, descontada a inflação do período). Isso porque, com o aumento

de preços, a moeda nacional perde poder de compra. Em períodos de inflação ele-

vada, pode ser que os juros pagos ao final do período sequer cubram essa perda.

Nesse caso-limite, o governo sairá ganhando da transação, já que vai devolver

menos poder de compra do que pegou emprestado. Sendo assim, os juros não po-

dem entrar com sinal negativo nas suas contas.

Por isso, o déficit operacional é, muitas vezes, considerado a medida mais ade-

quada dos resultados do governo.

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1.3. O Financiamento do Déficit Público

Para financiar o déficit, seja para qualquer conceito utilizado, o governo recorre a

duas fontes de recursos: a emissão de moeda e a venda de títulos da dívida pública.

Emissão de moeda: ocorre através de criação de moeda pelo Banco Central

para financiar dívida do Tesouro Nacional. Esse procedimento traz a vantagem de

não gerar déficits futuros e não ter que elevar a taxa de juros. Porém, traz a des-

vantagem de gerar pressão inflacionária, em face da colocação de moeda

em quantidade superior à necessidade da economia.

Colocação de títulos da dívida pública: possibilita ao governo trocar título,

ativo financeiro não monetário, por moeda que está em circulação para financiar

seu déficit. Esse procedimento traz, também, vantagem e desvantagem.

Como vantagem, a venda de títulos públicos evita a ocorrência de pressões

inflacionárias, uma vez que não necessita recorrer à emissão de moeda. Mas traz

também desvantagem, uma vez que a colocação de títulos públicos à disposição

no mercado implica em oferecer taxas de juros atrativas, com impacto no total do

endividamento e no custo do seu financiamento.

O importante é sabermos que tais procedimentos implicam em riscos e normal-

mente trazem consequências desastrosas para a economia.

Vamos vê-las!

A persistente emissão de moeda como forma de enfrentar o déficit público estimula

o processo inflacionário a perseguir trajetória ascendente, com riscos de ocorrência

de hiperinflação.

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Essa receita que o governo passa a obter com a emissão de moeda para pagar

suas contas é chamada de receita de senhoriagem (vem de senhorio, ou me-

lhor, de “signorage”). Se um desses três termos aparecer em sua prova, não se

assuste, é apenas o governo usando a sua maquininha de fabricar dinheiro.

Nessa situação, a taxa de inflação chega a superar dois dígitos mensais, provoca

sérios danos na estrutura produtiva, dentre os quais a perda do valor da moeda

nacional, e sua consequente substituição como meio de troca.

O exemplo clássico é a inflação da Alemanha no ano de 1923, quando em janei-

ro 1 dólar valia 18 mil marcos e, no final do ano, em novembro, a cotação passou

a ser 1 dólar por 4,2 trilhões de marcos e as mercadorias passaram a ser trocadas

por outras mercadorias, já que a moeda não valida mais nada.

Em menor escala, vivemos situação com alguma semelhança no Brasil até a

implantação do Plano Real.

Por outro lado, o forte financiamento do déficit público, a partir da colo-

cação de títulos, pode chegar numa situação em que o montante de títulos atin-

ge um valor tão expressivo que exige cada vez mais taxas de juros elevadas para

atrair o credor privado, gerando dúvidas sobre a capacidade de o governo honrar

os seus compromissos e impulsionando cada vez mais a elevação da taxa de juros,

com impacto sobre o serviço da dívida pública (amortização e juros). É um ciclo

vicioso, pois a dívida cresce porque a taxa de juros sobe e essa taxa de juros sobe

porque a dívida cresce.

No Brasil, temos como exemplo o crescimento da dívida interna no final do ano

1989, sob o governo José Sarney, cuja taxa de juros elevada era a única forma de

manter os credores adquirindo títulos do governo, levando posteriormente o gover-

no Collor de Mello, no início de 1990, a bloquear os ativos financeiros por 18 meses.

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1.4. NFSP – Necessidade de Financiamento do Setor Público

De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a necessidade do

setor público em se financiar por meio de dívida.

A NFSP também é chamada de déficit nominal ou resultado nominal, e corres-

ponde à variação nominal dos saldos da dívida interna líquida mais os fluxos exter-

nos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de compra.

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De acordo com a definição oficial apresentada pelo Banco Central, temos as

seguintes conceituações:

NFSP – conceito nominal: calculada a partir da variação mensal da Dívida

Fiscal Líquida (DFL).

NFSP – conceito operacional: conceito nominal excluída a atualização mo-

netária incidente sobre a DLSP (para o cálculo da atualização monetária mensal,

utiliza-se como deflator o IGP-DI centrado ao final do mês – média geométrica do

IGP-DI do mês e do mês subsequente).

NFSP – conceito primário: conceito nominal excluídas as despesas de juros

nominais incidentes sobre a DLSP, calculadas pelo critério de competência, e incluí-

das as receitas de juros relativas às reservas internacionais (utiliza-se a taxa média

de câmbio de compra para converter os valores expressos em dólares para reais).

NFSP – Juros reais: representa a diferença entre os encargos financeiros to-

tais (juros nominais) e a parcela de atualização monetária no mês.

1.5. Conceitos de Dívida Pública do Brasil

Amigo(a), vamos ver agora uma síntese dos conceitos relevantes sobre dívida

pública no Brasil a partir das definições adotadas pelo Banco Central do Bra-

sil e pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Dívida Pública Bruta: dívida do setor público não financeiro e do Banco Cen-

tral com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não financeiro e

o resto do mundo.

Dívida Pública Líquida: Dívida Pública Bruta menos a soma dos créditos do

setor público não financeiro e do Banco Central. Deve-se mencionar ainda que, di-

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ferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida utilizado no Brasil con-

sidera os ativos e passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dessa forma, a

base monetária.

Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal (DPMF): total dos títulos

públicos federais fora do Banco Central. Inclui, além dos títulos de emissão do Te-

souro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central. Como se trata de dívida

consolidada, os títulos de emissão do Tesouro Nacional pertencentes à carteira do

Banco Central não entram.

Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal Interna (DPMFi): total dos

títulos públicos federais fora do Banco Central em poder do público. Inclui, além

dos títulos de emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central.

Dívida Mobiliária dos Governos Estaduais e Municipais: total dos títulos

emitidos pelos tesouros desses entes da Federação.

Dívida Externa Bruta: soma da dívida externa bruta do setor público não fi-

nanceiro, das três esferas de Governo e do Banco Central.

Dívida Externa Líquida: Dívida Externa Bruta menos as aplicações em moe-

da estrangeira. Como o Banco Central está incluído, as reservas internacionais do

Banco Central também são consideradas como aplicações e, portanto, deduzidas

do total.

Dívida Mobiliária Externa: Dívida Reestruturada (Bradies) mais Dívida Sobe-

rana (títulos de emissão voluntária).Dívida Contratual Externa: BID/BIRD, Clube

de Paris e Agências Governamentais.

Dívida Pública Federal: DPMFi + Dívida Mobiliária Externa + Dívida Contratual

Externa

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1.6. Dívida Pública no Brasil: Causas, Efeitos, Gerenciamento


e Evolução

Vamos traçar um histórico sobre a gestão das finanças públicas no Brasil

e seu impacto na dívida pública.

Começando pela década de 70, as finanças do setor público eram norteadas por

uma grande multiplicidade orçamentária: a existência do Orçamento Geral

da União, o orçamento das empresas estatais, o orçamento monetário e a

conta da dívida. Até o final da década, as receitas e despesas das empresas es-

tatais não haviam sido agregadas em um orçamento consolidado.

Na verdade, somente com a criação da Secretaria de Controle das Empresas

Estatais (SEST) em 1979 é que o governo pôde ter um conhecimento preciso do

número total de entidades estatais e fazer um orçamento geral das empresas esta-

tais para o ano seguinte.

O orçamento monetário, destinado somente ao BACEN, funcionava como

uma ferramenta de controle do passivo monetário e não monetário que era utiliza-

do, de uma forma geral, para política cambial, subsídios, linhas de crédito, dentre

outros programas.

Observe que cada orçamento era aprovado por uma autoridade pública

diferente e em momentos também diferentes, o que causava a total desar-

ticulação entre as políticas econômicas implementadas pelo governo.

Como se não bastasse, havia ainda a conta da dívida que, a partir do iní-

cio da década de 70, funcionou de forma autônoma e garantiu a cobertura

dos juros e amortizações (serviço da dívida) sempre através da emissão

de novos títulos. Esse processo ficou conhecido como o “giro da dívida in-

terna”.

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Era impossível efetuar um controle eficaz da política monetária e do endivida-

mento público sem que antes fosse realizada uma reforma que fortalecesse o

Banco Central e reordenasse o controle financeiro do governo.

A dívida foi evoluindo em função de diversos fatores, inclusive em função de

si própria e do financiamento de gastos extraorçamentários. Obviamente não se

soube o quanto do crescimento da dívida foi devido a cada fator.

Por fim, observa-se que a estratégia adotada pelo governo, ao longo da década

de 70, foi de utilização da autoridade monetária como banco de fomento, no pro-

cesso de desenvolvimento econômico, como forma de atender a meta de “cresci-

mento com endividamento”. Grandes volumes de recursos eram levantados sem

elevação na carga tributária, ou seja, sem desestabilizar o regime militar vigente.

A contrapartida era sempre a expansão monetária ou elevação da dívida. Com

o segundo choque do petróleo em 1979, o governo deparou-se com uma crise que

forçou um ajuste na economia brasileira e, consequentemente, nas finanças públi-

cas.

Já estamos no período entre os anos de 80 e 94, que foi caracterizado por in-

tensas divergências entre economistas. Enquanto alguns defendiam o ajuste fiscal

acima de tudo, os demais não davam importância ao déficit, e buscavam o comba-

ter apenas a inércia inflacionária.

Quando foi feito o primeiro acordo com o FMI, ainda no período dos governos

militares, tivemos a implementação de políticas econômicas de cunho essencial-

mente voltado para o combate à inflação de demanda. Estas não alcançaram êxito

na busca pela estabilidade e os teóricos que defendiam essa linha de pensamento

perderam sua credibilidade.

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Tivemos então a implementação de diversos planos econômicos ela-

borados por economistas ditos heterodoxos, os quais não tinham grande

preocupação com o déficit fiscal brasileiro. Todos eles – o Plano Cruzado,

Bresser, Verão, Collor I e Collor II – não obtiveram sucessos duradouros

na busca pela estabilização.

O fim do ciclo militar no Brasil surgiu de uma aliança entre o PMDB (Tancredo

Neves) e a Frente Liberal (José Sarney). Com a morte do presidente eleito, Sarney

foi quem assumiu a função, mas não pôde desempenhá-la de forma satisfatória,

pois não contou com o apoio dos deputados e senadores peemedebistas.

O que elevou ainda mais a fragilidade política do governo Sarney foi a eclosão

de demandas populares por investimentos e gastos públicos, demandas essas que

eram anteriormente sufocadas pelo regime autoritário.

Com a implementação de diversas alterações na legislação a partir de 1985 e

com a promulgação da Constituição Federal de 1988, vieram diversas mudanças

institucionais.

Do ponto de vista das finanças públicas, destacamos alguns pontos po-

sitivos, como a extinção da conta-movimento do Banco do Brasil (autofi-

nanciamento), a incorporação do orçamento monetário ao OGU (Orçamen-

to Geral da União), tornando o orçamento uno, a extinção das funções de

fomento do Banco Central, a criação da STN (Secretaria do Tesouro Nacio-

nal), a incorporação das despesas com pagamentos de juros da dívida ao

OGU, e alguns pontos negativos, como a elevação do repasse de verbas a

Estados e Municípios, a sobrecarga do sistema previdenciário e uma eleva-

ção no volume de receitas vinculadas.

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Esse último ponto destacado provocou a redução na margem de manobra do

Poder Executivo no que tange à alocação de recursos, um dos problemas do fede-

ralismo fiscal.

Todos esses fatores somados aos impactos da crise externa e a ação dos hetero-

doxos (keynesianos) contribuíram para uma elevação no déficit já a partir de 1987,

quando se passou a observar uma combinação de níveis de arrecadação constantes

e gastos públicos crescentes.

A partir do governo de Fernando Collor, o Brasil experimentou uma grande aber-

tura econômica acompanhada de um processo de privatização.

Naquele momento, observou-se que, embora a inflação provesse recursos para

o governo, essa mesma inflação depreciava o valor dos tributos e, portanto, a pró-

pria receita pública. Esse fenômeno foi chamado “efeito Tanzi”. Ele foi amenizado

no Brasil através de uma profunda indexação das obrigações tributárias.

Com a implantação do Plano Real em 1994, a condução das contas públicas

passou a ter outra vertente, expurgando-se a inflação como uma das grandes res-

ponsáveis pelas distorções nos resultados das contas públicas no país.

As contas públicas no país têm se comportado de forma relativamente positiva.

Dentre o conjunto de medidas tomadas pelo Governo Federal e pelo Banco

Central após a grave crise financeira vivida no fim dos anos de 1998/1999 estão

o estabelecimento da delimitação dos saldos de resultado primário das contas pú-

blicas em relação ao total do Produto Interno Bruto – PIB, o regime de metas de

inflação assim como a promulgação de Lei de Responsabilidade Fiscal, o que pode,

aos poucos, especialmente a partir da metade do primeiro mandato do Presidente

Lula, reorientar a formação da dívida pública a partir das sucessivas ocorrências de

déficits.

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O estabelecimento de metas de cumprimento de resultado primário positivo

(superávit) em percentual do PIB capacitou o governo a gerar saldos para paga-

mentos cada vez maiores dos juros da dívida (resultado operacional), diminuindo

evolução da dívida pública.

O regime de metas de inflação funcionou e ainda funciona com um parâmetro

para estabelecimento de níveis máximos de variação dos preços no país.

Essa política tendeu a reduzir a necessidade de subida das taxas de juros pelo

Banco Central, via-se apenas a sinalização de que, caso ocorressem picos inflacio-

nários, a autoridade monetária encontrar-se-ia disposta a elevar a taxa de juros.

O resultado da política embasa-se apenas na confiança da ação do Bacen, quan-

do necessário, reduzindo assim a necessidade da subida dos juros.

Pela análise das contas públicas, a elevação dos juros tende a aumentar as ne-

cessidades de financiamento do setor público sob o conceito operacional e conse-

quentemente nominal, diminuindo a capacidade do governo de realizar políticas de

estímulo ao crescimento via investimentos públicos.

Finalmente, a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabeleceu

norma de Finanças Públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, pro-

curou promover sensíveis melhoras nas contas públicas e consequente diminuição

de déficits via prevenção de risco e desvios capazes de afetar o equilíbrio das con-

tas, especialmente através do cumprimento de metas de resultado de receitas e

despesas.

Não se pode afirmar que essa série de medidas impediu por completo o cresci-

mento da dívida pública, haja vista a série de políticas assistencialistas implemen-

tadas pelo governo central, bem como as turbulências sofridas pelo país advindas

do exterior.

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Não obstante, verifica-se a tendência da diminuição das NFSP no conceito no-

minal em relação ao PIB, passando de cerca de 10% em 2002 para cerca de 2%

em 2007.

A dívida líquida do setor público brasileiro, como porcentagem do PIB, teve um

comportamento explosivo desde a implantação do Plano Real, saltando de 32,5%

em 1994 para mais de 57% em 2002.

Outro fator de aumento na relação dívida / PIB foi o reconhecimento de dívidas

até então não contabilizadas (os chamados “esqueletos”, tais como o Fundo de

Compensação da Variação Salarial do Sistema Financeiro da Habitação).

Evolução Recente da Dívida Pública Brasileira

1981/1984 – Elevação da relação dívida/PIB, num contexto de forte déficit

fiscal e estagnação econômica;

1985/1989 – Queda da relação dívida/PIB (graças ao crescimento do PIB);

1990/1994 – Queda da relação dívida/PIB (NFSP operacionais nulas);

1995/1998 – Déficits fiscais elevados e crescimento da dívida;

1999/2002 – Elevados superávits primários, mas com crescimento da dívida;

2003/2012 – Retorno da queda relação dívida/PIB;

2014/2018 – Déficits fiscais e crescimento da dívida.

1.7. Relação Entre Déficit Público, Poupança Interna e


Resultado das Contas do Setor Externo

Ainda não existe consenso entre os economistas sobre a relação entre déficit

público, déficit em transações correntes e poupança nacional.

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Muitos usam o argumento de que o déficit público resulta em déficit em transa-

ções correntes do balanço de pagamentos (déficits gêmeos).

Nessa linha de raciocínio, em teoria, as ideias que ajudaram na defesa da liber-

dade total para os fluxos cambiais foram a chamada “teoria dos déficits gêmeos”

– segundo a qual o déficit externo de um país era consequência do seu déficit fiscal.

Entretanto, os mecanismos através dos quais o déficit público causa um déficit

externo não são, em geral, demonstrados nos estudos sobre o tema.

Por outro lado, acabamos de conhecer o conceito de déficit público. Podemos

ver que o déficit público nada mais é do que uma espécie de poupança negativa do

setor público, ou seja, quando o governo gasta mais do que arrecada.

Bem, o déficit público tem íntima relação com a poupança interna. Lembrando

a igualdade entre Investimento e Poupança, temos que:

I = Sp + Sg + Se

Onde:

Sp = poupança do setor privado;

Sg = poupança do governo; e

Se = poupança externa.

Assim, a poupança interna é dada pela soma Sp + Sg, ou seja, pela soma da

poupança do setor privado com a poupança do setor público.

Em uma situação de déficit público, a poupança privada precisa ultrapassar o

seu valor para que o saldo da poupança interna seja positivo.

Na verdade, o financiamento do déficit público é feito internamente, via exces-

so de poupança privada em relação ao investimento privado, e externamente, por

meio das poupanças dos demais países.

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Em relação à poupança externa, precisamos lembrar que o balanço de paga-

mentos demonstra o saldo das transações econômicas realizadas entre os residen-

tes do país com os residentes dos demais países.

Na situação em que o balanço de pagamentos apresente resultado ne-

gativo, o país deve cobrir o déficit com reservas internacionais. Se as reser-

vas não cobrirem o déficit apresentado, o país tem que recorrer a empréstimos no

sistema financeiro internacional para cumprir seus compromissos.

Na verdade, um país utiliza poupança externa quando o seu balanço de paga-

mentos demonstra que houve déficit em transações correntes. Assim podemos

entender que poupança externa aparece para “cobrir o rombo” das transações cor-

rentes.

Já em contexto de superávit, o resultado possibilita ao país aumentar

sua conta de reservas internacionais.

Dentre os bancos integrantes desse sistema financeiro, cita-se o Fundo Monetá-

rio Internacional – FMI, que, como vimos, é uma instituição criada com a finalidade

de zelar pela estabilidade financeira e econômica e prestar assistência aos países

com dificuldades no balanço de pagamentos.

Tenha em mente que o saldo da variação das reservas internacionais sempre

iguala, com o sinal trocado, o saldo do balanço de pagamentos. Nesse sentido, se

houve variação negativa das reservas internacionais, isso significa que o saldo do

BP foi positivo.

No Brasil, temos reflexos relevantes da participação do setor externo na econo-

mia, especialmente no que diz respeito à quantidade de reservas, à taxa de juros,

ao câmbio e à política fiscal e do investimento.

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O déficit em conta-corrente do balanço de pagamentos corresponde à poupança

externa, ou seja, a poupança externa é demonstrada por meio do déficit na conta de

transações correntes no balanço de pagamentos ou, em outras palavras, pelo saldo

da conta de transações correntes líquidas dos investimentos estrangeiros diretos.

2. Inflação

Amigo(a), lembre-se do ano de 1994, ano em que, além de ganharmos o Tetra,

também foi o ano do Plano Real. O Plano Real conseguiu estabilizar os preços, e a

inflação foi reduzida ao nível aproximado dos países desenvolvidos.

Se, por sorte, você não vivenciou a época em que os preços de quase todos os

produtos eram aumentados diariamente, às vezes até mais de uma vez no mesmo

dia, hoje você já pode ver que o tema aumento de preços e inflação ainda aparece

no noticiário.

Mas o que é mesmo a inflação?

Claro que todos nós sabemos que é o aumento de preços.

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Mas e o que é a inflação para a Teoria Econômica?

O fenômeno da inflação não é pacífico na teoria econômica no que diz respeito

à sua conceituação. Em geral, é definido como o aumento continuado, perma-

nente e generalizado dos níveis de preços em uma economia.

Observe bem: o aumento de preços, para que possa ser considerado o fenôme-

no inflação, tem que atender cumulativamente a três requisitos:

Continuado/Permanente: a elevação dos preços ocorre, seja diária ou sema-

nalmente, e a expectativa é de que vai continuar ocorrendo persistentemente;

Generalizado: a elevação dos preços tem que atingir todos os produtos/servi-

ços de uma economia de forma geral.

Vamos ver os principais tipos de inflação expressos em seu edital, classificados

de acordo com a Teoria Econômica em função das suas causas.

A inflação é o efeito. Assim, os economistas tipificaram a mencionada classificação

em função da causa desse efeito inflacionário.

INFLAÇÃO DE DEMANDA

Ocorre quando a demanda agregada supera a oferta agregada por bens e ser-

viços.

Em outras palavras, refere-se ao excesso de procura de produtos/serviços pelos

consumidores em relação à produção disponível de bens e serviços pelas empresas

na economia.

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É aquela estória: quando tem muita gente procurando algo escasso, o preço

sobe. Agora imagine uma economia que não produza de um modo geral os bens e

serviços na quantidade suficiente que as pessoas querem comprar.

O que acontece?

Os preços sobem de modo contínuo, persistente e generalizado.

Ou seja, o excesso de demanda (procura) em relação ao que é ofertado na eco-

nomia inflacionou (aumentou os preços) o mercado de bens e serviços.

Pode-se dizer ainda a inflação de demanda é causada pelo crescimento dos

meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção.

Ocorre apenas quando a economia está próxima do pleno emprego, ou seja,

não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços no curto prazo.

Ou seja, as empresas não podem produzir mais do que estão produzindo no curto

prazo.

Suas causas podem ser as mais diversas, dentre elas:

• aumento dos gastos governamentais;

• choque de demanda (euforia);

• excesso de moeda;

• excesso de crédito.

Questão 1    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) Para combater uma inflação o governo

pode

a) aumentar a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

b) reduzir a oferta agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

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c) aumentar a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.

d) reduzir a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.

e) reduzir a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

Letra e.

A causa mais comum de inflação no mundo é o excesso de demanda em relação à

capacidade de oferta de uma economia. Claro que existe também a inflação de cus-

tos (choque de custos como tivemos no Brasil em 2015) e a inercial (como tivemos

no Brasil até 1994 – Plano Real).

Mas, sem dúvida, é uma demanda superaquecida a principal causa de inflação.

Seguindo essa linha de pensamento, reduzir a demanda agregada é a medida mais

indicada nessa situação, mas isso também pode gerar um efeito indesejado, que é

o aumento do desemprego.

INFLAÇÃO DE CUSTO (OU DE OFERTA)

Ocorre quando o aumento do custo de produção é repassado aos preços para o

consumidor. Depende de um mercado concentrado. Assim, quanto maior a concen-

tração do mercado (menor concorrência), mais os empresários possuem o poder de

repassar o aumento dos custos para os preços finais.

Em outras palavras, pode-se dizer que a inflação de custos tem suas causas nas

condições de oferta de bens e serviços na economia. O nível da demanda perma-

nece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam, levando à

retração da oferta e provocando um aumento dos preços de mercado.

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A inflação de custo pode ser causada, ainda, pelo choque de oferta quando fe-
nômenos inesperados afetam a produção (como a quebra de uma safra causada
por fenômenos naturais).

Questão 2    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) O aumento de preços causado por


pressões autônomas de grupos específicos de agentes econômicos caracteriza o
conceito de inflação de
a) custos.
b) demanda.
c) demanda e inercial.
d) expectativas.
e) expectativa e de demanda.

Letra a.
O examinador refere-se claramente à inflação de custos, que pode se dar por pres-
sões autônomas em setores específicos da economia.
Um exemplo clássico é um forte aumento do preço do petróleo no mercado mun-
dial. Como tal produto é a base energética da produção de uma economia como o
Brasil, um aumento significativo de seu preço tende a gerar pressão inflacionária.

INFLAÇÃO INERCIAL

Esse tipo de inflação tem sua cauda no efeito psicológico dos agentes, quando
acreditam na elevação dos níveis de preço e agem de tal modo que a inflação de
fato se concretize.

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Em outras palavras, está relacionada às expectativas dos agentes e sua memó-

ria inflacionária. Presente em economias com preços indexados.

Pode-se dizer ainda que é a aquela em que a inflação presente é uma função da

inflação passada.

Sua causa é, portanto, a inércia inflacionária, que é a resistência que os preços

de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causas pri-

márias da inflação.

Seu grande vilão é a “indexação”, que é o reajuste do valor das parcelas de con-

tratos pela inflação do período passado.

INFLAÇÃO MONETÁRIA

A inflação cuja causa é monetária, como o próprio nome sugere, vem da emis-

são de moeda/meios de pagamentos, é causada pelo crescimento dos meios de

pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Basicamente

é a emissão exagerada e até certo ponto descontrolada de moeda por parte do

governo.

Dentro desse contexto, a inflação da moeda é estreitamente relacionada com a

inflação de demanda, pois, quando o governo pratica a emissão de moeda (aumen-

tando a base monetária), cria na população, a curto prazo, a ideia do aumento do

poder aquisitivo.

INFLAÇÃO REPRIMIDA

Os preços não sobem ou sobem pouco devido às medidas governamentais de

contenção como tabelamento de preços, racionamento etc.

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INFLAÇÃO ESTRUTURAL

Ocorre pela elevação dos custos de produção; porém, ao contrário da inflação

de custo, é causada pela configuração da infraestrutura existente no local (estra-

das, transporte, energia etc.), que afeta os custos dos processos de produção, dis-

tribuição e fornecimento.

Os economistas da chamada corrente estruturalista dizem que a inflação em pa-

íses em vias de desenvolvimento é essencialmente causada por pressões de custos

derivados de questões estruturais como a agrícola e a de comércio internacional.

Para eles, de modo distinto, a inflação de demanda é acarretada basicamente

por uma certa defasagem entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada,

sendo essa última bem maior do que a primeira, causando dessa forma uma pres-

são nos preços em função de um certo patamar de demanda reprimida.

IMPOSTO INFLACIONÁRIO

É a desvalorização contínua dos recursos em poder dos contribuintes

(que não estão aplicados em nenhum investimento), como, por exemplo, o dinhei-

ro depositado em conta-corrente, visto que, ao longo do tempo, devido à alta dos

preços, passam a ter um poder de compra cada vez menor.

Uma característica importante do imposto inflacionário é o seu caráter alta-

mente regressivo, pois as classes com renda mais baixa são as mais prejudicadas

por possuírem poucas possibilidades de aplicar seus escassos recursos no mercado

financeiro para se proteger da inflação.

Como o imposto inflacionário acaba sendo uma tributação indireta, não

pode ter sua “alíquota” aumentada indiscriminadamente (grandes taxas de infla-

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ção), pois isso causaria uma retração da demanda por depósitos em conta-corren-

te, que não são indexados (encaixes bancários) e, consequentemente, o governo

perderia uma de suas fontes de financiamento (emissão de moeda).

Questão 3    (FGV/TCM-SP/AGENTE-FISCAL/2015) Considere a seguinte situação: a

variação nominal da base monetária representa apenas a recomposição, pelas pes-

soas, da perda do valor real de seus encaixes monetários provocado pela inflação.

A receita dessa emissão monetária feita pelo governo, definida também como a

taxa de inflação esperada multiplicada pelo valor real da base monetária, é o(a):

a) Receita Intertemporal do Governo;

b) Imposto Inflacionário;

c) Senhoriagem Monetária;

d) Custo de Oportunidade da Senhoriagem;

e) Equivalência Ricardiana.

Letra b.

Quando temos um contexto inflacionário, a receita decorrente da emissão monetá-

ria feita pelo governo, definida também como a taxa de inflação esperada multipli-

cada pelo valor real da base monetária, é chamada de imposto inflacionário.

Guarde que consideramos imposto inflacionário a receita que o governo ganha

quando emite moeda para recompor a perda do valor real dos chamados encaixes

monetários do público.

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RECEITA DE SEIGNIORAGE

A receita de “seignorage” ou de senhorio é o lucro do governo decorrente do

monopólio da emissão de moeda (aumento da base monetária).

A seigniorage é necessária, pois, com a inflação e o consequente aumento ge-

neralizado de preços, torna-se necessário aumentar o volume de dinheiro no mer-

cado, e isso é feito através da emissão de moeda.

EFEITO TANZI

O efeito Tanzi é a perda real do valor da arrecadação tributária em virtude

da inflação quando ocorre inflação no interregno entre a ocorrência do fato

gerador do tributo e o seu recolhimento aos cofres governamentais.

Soluções adotadas no Brasil, em períodos de inflação, para atenuar o efeito Tanzi:

• Redução do prazo de recolhimento dos tributos

• Indexação da base de cálculo e do imposto a recolher (o valor a ser cobrado

do imposto era expresso em UFIR, cujo valor se alterava de acordo com a

inflação).

Questão 4    (INÉDITA/2018) A inflação, por provocar deslocamentos de renda den-

tro da economia em favor do setor público, tem gerado o que se costuma denomi-

nar de imposto inflacionário, entretanto essa mesma inflação provoca outros efei-

tos sobre o sistema tributário, modificando os impactos previstos em sua definição

original. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.

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A perda de valor real da receita de um tributo em função da inflação, denominada

efeito Tanzi, não pode decorrer da perda de valor da base de cálculo ou da defa-

sagem entre a ocorrência do fato gerador e a data da apuração do imposto e do

espaço de tempo existente entre a apuração e o recolhimento do valor do imposto

aos cofres públicos.

Errado.

A perda de valor real da receita de um tributo em função da inflação pode, sim,

decorrer da perda de valor da base de cálculo ou da defasagem entre a ocorrência

do fato gerador e a data da apuração do imposto e do espaço de tempo existente

entre a apuração e o recolhimento do valor do imposto aos cofres públicos.

Isso pode ocorrer em função do chamado efeito Tanzi, um dos efeitos perversos da

inflação contra o próprio governo, que representa a perda de poder aquisitivo da

moeda que ocorre em situação de inflação alta, entre a data do fato gerador de um

tributo e a data do seu efetivo recolhimento aos cofres públicos.

CURVA DE PHILLIPS E EQUAÇÃO DE FISHER

É muito comum aparecerem questões de prova sobre inflação mencionando dois

economistas e suas teorias: Phillips e Fisher.

Vamos conhecer um pouquinho suas ideias!

A chamada “curva de Phillips” é um conceito da economia, mais especificamente

da macroeconomia, que relaciona inflação com desemprego. Através dessa análise,

pode-se ver como se relacionam esses dois conceitos.

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A teoria desenvolvida por Phillips dizia que a relação da inflação e da

taxa de desemprego é inversamente proporcional, ou seja, quando cresce

a inflação, cai a taxa de desemprego.

Essa teoria foi comprovada a partir da análise de curto período das taxas de in-

flação e desemprego no Reino Unido no período de 1957 a 1961 e, posteriormente,

analisando curtos períodos das mesmas informações nos EUA, pôde-se comprovar

o funcionamento desta teoria.

No entanto, posteriormente, economistas, ao analisarem mais profundamente,

perceberam que não é uma regra geral, que essa relação só se aplica dessa

forma quando a taxa de inflação está acima do esperado, sendo que, a médio

prazo, essa taxa superior acaba sendo a taxa esperada, invalidando essa relação.

Verificou-se que a relação correta se dava entre a taxa de desemprego e a

variação em si da taxa de inflação.

Assim, pela chamada “curva de Phillips”, esperava-se que uma inflação alta

manteria um desemprego menor. Ou seja, que se poderia “escolher” entre um de-

semprego de 5% com uma inflação de 1%, ou um desemprego de 4% com inflação

de 2%, e assim por diante. Isso com fundamento lógico na constatação de que,

com inflação mês a mês, aumentando os preços dos produtos fabricados mês após

mês, e mantendo-se fixos os salários por um ano todo, fica cada vez mais fácil às

empresas manter e até contratar mais empregados.

Por sua vez, o economista Irving Fisher, em 1962, ampliou o estudo de

Phillips para avaliar a relação entre a taxa de desemprego e a inflação.

Resumidamente, de acordo com Fisher, ao investir, os agentes levam em

consideração a taxa de juros real, e não nominal.

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Nessa linha de raciocínio, como, ao investir, eles não sabem a inflação que ocor-

rerá no período em que estarão pagando esses juros ou abrindo mão deles (custo

de oportunidade), eles se pautam pela inflação esperada.

Assim, de acordo com o chamado efeito Fisher, para dada taxa de juros,

quanto maior a inflação esperada, menor os juros reais e, assim sendo,

maior é o investimento.

Questão 5    (FCC/TCE-PR/AC/2011) Em relação à curva de Phillips ampliada pelas

expectativas, é correto afirmar que

a) choques de oferta não afetam a taxa de inflação, porque nesse modelo a inflação

é predominantemente de demanda.

b) a persistência do desemprego abaixo da taxa natural só é possível se a inflação

for decrescente e valerem as expectativas adaptativas.

c) não há trade-off entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego, considerando

expectativas adaptativas.

d) uma política de combate à inflação que tenha credibilidade perante os agentes

econômicos manterá o nível de desemprego próximo de sua taxa natural, na versão

forte da teoria das expectativas racionais.

e) a curva sanciona o uso de políticas fiscais expansionistas para reduzir perma-

nentemente a taxa de desemprego.

Letra d.

Amigo(a), vamos analisar as alternativas e escolher a correta.

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a) Errada. Repare que tanto um choque de oferta quanto um choque de demanda

afetam a inflação.

b) Errada. Pode ocorrer, a título de exemplo, uma política de incentivo ao consu-

mo por parte do Governo, gerando inflação crescente, mas a taxa de desemprego

permanecer abaixo do nível natural por certo tempo.

c) Errada. Sempre terá que ser feita, no curto prazo, uma escolha entre desem-

prego e inflação, em se tratando de expectativas adaptativas.

d) Certa! Sim, é verdade que, em se tratando de expectativas racionais, pode o

governo conseguir conciliar redução de desemprego com redução de inflação.

e) Errada. A política fiscal só tem efeito na inflação no curto prazo.

REGIME DE METAS PARA INFLAÇÃO

O Brasil adotou o regime de metas para inflação desde 1999. Nos últimos anos,

tivemos grande dificuldade do Governo em atingir a meta de 4,5% ao ano para

inflação (centro da meta) ou até mesmo o seu limite máximo de 6,5% ao ano, já

que, para 2015 e 2016, a inflação ficou próxima de 10%. Em 2017, conse-

guimos atingir a meta e, para 2018, tudo indica que também conseguire-

mos.

Mas você sabe o que é esse tal de regime de metas para a inflação?

Bem, vamos conceituá-lo para você:

O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o

Banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação

efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publi-

camente.

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Mas, amigo(a), tecnicamente você sabe quais elementos caracterizam um regi-

me de metas para a inflação?

Então vamos saber agora!

O regime de metas para a inflação caracteriza-se geralmente por quatro

elementos básicos:

1) conhecimento público de metas numéricas de médio prazo para a inflação;

2) comprometimento institucional com a estabilidade de preços como objetivo

primordial da política monetária;

3) estratégia de atuação pautada pela transparência para comunicar claramente

ao público sobre os planos, os objetivos e as razões que justificam as deci-

sões de política monetária; e

4) mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo cum-

primento das metas para a inflação.

Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o anúncio pú-

blico de metas numéricas para a inflação. A transparência e a prestação de contas

regulares à sociedade e aos seus representantes são elementos essenciais desse

regime.

3. Política Fiscal
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade

produtiva e despesas planejadas, com objetivo de permitir que a economia opere

a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda.

A política econômica é entendida como o conjunto de ações – ou a inação

– do Governo relativa(s) aos componentes monetário, fiscal, cambial e de

rendas.

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O componente monetário refere-se às intervenções do Banco Central no mer-

cado monetário, aumentando ou diminuindo a quantidade de moeda em circulação,

buscando manter as taxas de juros de curto prazo em um patamar que não com-

prometa o crescimento da economia.

O componente fiscal compreende aquelas decisões que o Governo toma

sobre gastos e tributos, e que determinam as necessidades de financia-

mento do setor público.

Já a intervenção do Governo no mercado de câmbio por meio de medidas

regulatórias busca criar as condições para a integração competitiva da economia

aos mercados internacionais, de forma a incorporar ganhos tecnológicos que per-

mitam a manutenção de um parque industrial no estado da arte.

Por último, mas não menos importante, a determinação legal do salário mínimo,

pelo impacto sobre a renda de diversas categorias profissionais e sobre os rendi-

mentos de aposentados e pensionistas.

Vamos agora nos aprofundar na política fiscal!

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Guarde que a política fiscal corresponde a todos os instrumentos de que o

Governo dispõe para arrecadação de tributos e o controle de suas despe-

sas, ou seja, são variações no orçamento público com o objetivo de modifi-

car seus agregados, tais como a receita/despesa pública e o investimento.

Outro conceito para política fiscal é: denominação dada à política de tributa-

ção (receitas) e gastos (despesas) que um governo adota em determinado

momento.

Para combater o déficit público, uma política fiscal pode optar pela re-

dução das despesas e/ou aumento de receitas pela majoração de impos-

tos, mas, além da questão do nível de tributação, a política tributária, por

meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para

estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado.

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A política fiscal praticada pelo Governo tem a capacidade de interferir na econo-

mia sob diferentes formas.

Se, por um lado, o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de

inflação, as medidas fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos

públicos e/ou o aumento da carga tributária (o que inibe o consumo). Ou

seja, visam diminuir os gastos da coletividade. É a chamada política fiscal redu-

cionista ou contracionista.

Assim, a política fiscal constitui, também, um instrumento útil para o

combate ao processo inflacionário. Em situação de excesso de demanda

frente a determinado quadro de oferta de bens e serviços, a procura excessiva

pode ser contraída através de redução dos gastos públicos, bem como por

meio da elevação dos tributos.

Nesse aspecto, a adoção de medidas de contração de gastos públicos afeta ne-

gativamente o consumo, enquanto o aumento da carga tributária também indireta-

mente reduz os níveis de consumo.

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Mas, por outro lado, se o objetivo for um maior crescimento e emprego,

os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para ele-

var a demanda agregada. É a chamada política fiscal expancionista.

Considerando ser o objetivo da política fiscal impulsionar a produção e

o emprego, os gastos públicos provocam efeito multiplicador na economia.

Nesse sentido, ao ampliar seus gastos, o governo está aumentando a

demanda, por consequência estimulando a estrutura produtiva a elevar

sua oferta.

Dessa forma, quando, por exemplo, o governo contrata uma empresa emprei-

teira para a construção de uma estrada, conduz essa empresa a gastos com aqui-

sição de insumos e equipamentos, pagamento de salários e outras prestações de

serviços etc.

Por sua vez, os fornecedores e os trabalhadores contratados efetuam outros

gastos a partir das remunerações recebidas com outros agentes econômicos, e as-

sim por diante.

Questão 6    (INÉDITA/2018) Com relação à política fiscal, seus instrumentos e ob-

jetivos, julgue o item subsecutivo.

O SIMPLES Nacional, por oferecer regime de tributação favorecido para as empre-

sas nele enquadradas, caracteriza política fiscal expansionista com base na redução

do gasto público.

Errado.

Na verdade, O SIMPLES Nacional, por oferecer regime de tributação favorecido

para as empresas nele enquadradas, caracteriza política fiscal expansionista com

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base na redução da tributação, e não com base na redução do gasto público, como

disse o examinador. Na verdade, existe uma redução do gasto apenas por parte das

empresas optantes do SIMPLES Nacional não tendo impacto nos gastos do governo.

Fazendo um link entre resultado fiscal, inflação e taxa de juros, em nossa eco-

nomia contemporânea, a presença de constantes déficits públicos (resultado fiscal

negativo), normalmente gerados por descontrole nos gastos públicos, gera a que-

da da confiança dos investidores e, em consequência, a retirada do selo de bom

pagador pelas agências internacionais de rating, gerando, assim, aumento de taxa

de juros.

Assim, para reverter esse ciclo vicioso, a primeira medida a ser tomada é a ge-

ração de superávit, usando os instrumentos de política fiscal restritiva devidos, que

também contribuem para conter a inflação.

Guarde então que a aplicação de uma política fiscal restritiva contribui para

a redução da inflação, possibilitando maior flexibilidade ao Banco Central

para conduzir a política monetária, fazendo com que a meta de inflação seja

alcançada e que a taxa de juros possa ser reduzida.

A combinação de responsabilidade fiscal com meta de inflação é o caminho para

que, simultaneamente, déficit público, inflação e taxa de juros diminuam.

Vale chamar a sua atenção agora para um assunto cobrado em provas: a cha-

mada função estabilizadora do sistema tributário composta pela influência

da política fiscal e seus respectivos estabilizadores automáticos!

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Calma, não se assuste! Vamos sem medo...

Saiba que um estabilizador automático é qualquer ação do sistema econômi-

co que tende a reduzir mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão da

demanda, sem que sejam necessárias medidas discricionárias de política econômica.

Calma que vou explicar de outro modo...

Os dois principais tipos de política fiscal usados pelo governo são as políticas

discricionárias fiscais (aquelas que são deliberadas e aprovadas em uma base

caso a caso, dependendo da situação econômica), e os estabilizadores automá-

ticos, que são projetados para entrar em vigor automaticamente ao certo situa-

ções, como um sobreaquecimento da economia ou um período de fraco desempe-

nho econômico.

O importante é entender o benefício dos estabilizadores automáticos, e

esse benefício é o fato de que eles não precisam ser objeto de debate e de

procedimentos burocráticos antes de tomar efeito para que eles possam

lidar com situações econômicas mais rapidamente.

De início, saiba que os principais estabilizadores automáticos das economias são:

1) as variações automáticas nas receitas fiscais, associadas à própria composi-

ção dessas receitas;

2) os subsídios de desemprego e outras transferências sociais do Estado.

Vamos então analisar esses dois tópicos e destrinchá-los! Vamos por partes!

Em primeiro lugar, a atuação das variações das receitas fiscais como es-

tabilizador automático está associada ao peso e à influência dos impostos

progressivos sobre os agentes econômicos (impostos que aumentam mais

do que proporcionalmente face a aumentos do rendimento dos contribuin-

tes).

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Um bom exemplo de imposto progressivo é o Imposto de Renda: quanto mais

você ganha, maior a alíquota!

Voltando então: no caso de uma economia entrar em recessão, a diminuição do

rendimento dos contribuintes a ela associada implica, logicamente, em uma dimi-

nuição automática das receitas fiscais, sem que tenha de haver qualquer interven-

ção do Estado.

A ideia aqui é que, se a renda em geral cai, a arrecadação com tributos cai!

Tranquilo?

Tratando-se de impostos progressivos, como o Imposto de Renda, a diminuição

mais do que proporcional de receitas fiscais, associada à diminuição do rendimento

e respectivo efeito no rendimento disponível, contribui desde logo para a suaviza-

ção do impacto da recessão em causa.

Ficou claro?

Confesso que não entendi isso na primeira vez que estudei esse assunto... en-

tão vou explicar de novo para aqueles ainda sem segurança no tema.

Veja: no caso dos impostos progressivos, o efeito da arrecadação é maior que a

simples queda geral da economia. Assim, o sistema tributário progressivo é um dos

principais estabilizadores automáticos usados para ajudar a regular a economia.

Nessa toada, o sistema tributário progressivo é usado para desacelerar uma

economia que pode estar em superaquecimento.

A ideia é que, à medida que os rendimentos de alguns indivíduos sobem, eles

entram em faixas mais elevadas de tributação, o que significa que mais e mais do

seu dinheiro é tomado em impostos, para que eles tenham menos dinheiro para

gastar do que deveriam.

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Da mesma forma, uma expansão inflacionista da economia é suavizada pelo

aumento da carga fiscal que imediatamente deriva dessa situação, com base na

progressividade dos impostos.

Em suma, o aumento automático das receitas fiscais em períodos de inflação

e a sua diminuição também automática em períodos de recessão contribuem por

vezes decisivamente para a moderação dos ciclos económicos e estabilidade das

economias.

Questão 7    (INÉDITA/2018) Acerca da função estabilizadora do sistema tributário

composta pela influência da política fiscal e seus respectivos estabilizadores auto-

máticos, julgue o item subsequente.

O Imposto de Renda e o seguro-desemprego não podem ser considerados como

estabilizadores automáticos da economia, inserindo-se como políticas públicas de

estabilização econômica.

Errado.

Na verdade, um estabilizador automático funciona como uma ação do sistema eco-

nômico que visa reduzir mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão

da demanda, sem que sejam necessárias medidas discricionárias de política eco-

nômica.

Nessa pegada, tanto o Imposto de Renda, no caso de forte expansão econômica,

quanto o seguro-desemprego, em situação inversa, ou seja, em recessão, desem-

penham esse papel, sendo considerados como estabilizadores automáticos da eco-

nomia.

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O papel dos subsídios de desemprego e outras transferências sociais do

Estado para os particulares, como estabilizadores automáticos, deriva do

fato de se adaptarem automaticamente às mudanças na envolvente ma-

croeconômica.

Assim, no caso de uma recessão, o aumento do desemprego a ela associado

implica automaticamente o aumento dos subsídios de desemprego que, por sua

vez, se assumem desde logo como meio de manter ou amenizar a diminuição do

rendimento dos agentes, limitando o impacto da referida recessão.

Mais uma vez, esse processo não depende de tomadas de decisão diretas e loca-

lizadas das entidades competentes, verificando-se de forma imediata e automática.

Entenda que as prestações de desemprego são os principais estabilizadores

automáticos utilizados para promover a recuperação econômica durante uma re-

cessão.

A ideia é que, à medida que mais pessoas ficam desempregadas, elas coletam

benefícios do governo, o que significa que eles têm dinheiro para gastar em bens

e serviços.

Veja que, sem subsídios de desemprego, os consumidores como um todo teriam

menos dinheiro para gastar e, logicamente, a economia iria se recuperar muito

mais lentamente.

Outra forma de o governo estimular a produção e o emprego na econo-

mia ocorre através da diminuição da carga tributária. Ao reduzir os impostos

sobre os produtos considerados estratégicos pelo seu efeito desencade-

ador, o governo pode contribuir para aumentar a demanda dos agentes, assim

como pode, através da diminuição dos impostos, estimular o consumo de

produtos de forma generalizada.

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Essa situação é muito presente na vida do brasileiro desde a crise mundial de

2008, quando o governo baixou a alíquotas de IPI dos carros, dos eletrodomésticos

e de vários outros produtos, especialmente de máquinas e equipamentos indus-

triais.

Desse modo, o governo, ao reduzir os impostos sobre máquinas e equipamen-

tos, contribui para a diminuição dos custos de aquisição desses produtos, cuja

demanda crescente estimula a oferta do segmento do segmento industrial corres-

pondente.

Outra contribuição da política fiscal ocorre na área externa da econo-

mia. A carga tributária pode estimular, bem como desestimular, as impor-

tações e as exportações, trazendo consequências sobre a estrutura produ-

tiva interna de um país.

A carga tributária elevada desestimula a demanda por produtos adqui-

ridos no exterior, assim como o inverso contribui para aquecer a procura pelos

produtos estrangeiros.

Um bom exemplo para ilustrar essa situação foi a redução da carga tributária

para importação de produtos pelo Brasil a partir de 1994, que, junto com a valori-

zação da moeda nacional, levou a balança comercial (exportação menos importa-

ção) a ficar negativa pelos anos seguintes.

Destaca-se, ainda, outro impacto da prática da política fiscal sobre a

economia. Essa referência ocorre na área de distribuição de renda.

O gasto público voltado para atender segmentos da população de me-

nor poder aquisitivo constitui uma forma indireta de distribuir renda. O

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exemplo clássico é o programa Bolsa Família, com propósito de melhorar as

condições de vida de parte da população.

Outra forma de atuação na área de distribuição de renda é a adoção de

um sistema tributário progressivo, como o Imposto sobre a Renda, possibili-

tando ao Governo arrecadar mais recursos de quem ganha mais, para serem des-

tinados à melhoria do sistema de atendimento social.

Importante dizer que a políticas fiscal e monetária representam meios

alternativos diferentes para as mesmas finalidades (pleno emprego, com

baixas taxas de inflação e uma distribuição justa de renda).

Na verdade, a política econômica deve ser executada através de uma combina-

ção adequada de instrumentos fiscais e monetários.

Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma

melhoria na distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo

aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos.

4. Pacto Federativo e Federalimo Fiscal

Colega, quando falamos na estrutura tributária brasileira, não podemos dei-

xar de levar em consideração que vivemos em uma federação e, nesse sentido,

o aspecto tributário é muito relevante no que diz respeito à repartição das com-

petências tributárias, bem como das respectivas fontes de receita entre os

entes federados.

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Assim, ganha relevância conhecer o termo “pacto federativo”, que é frequen-

temente citado nos jornais e programas de TV. Em época de eleição, é um tal de

“pacto federativo” para lá, “pacto federativo” para cá... E você sabe bem o signifi-

cado dessa expressão?

No Brasil, existe uma Constituição Federal que visa manter as unidades unidas

à União federal. Assim, podemos dizer que o pacto federativo é um acordo fir-

mado entre a União e os Estados federados e que nesse acordo estão esta-

belecidas as funções, os direitos e os deveres dos entes.

Desse modo, por ser uma União Federativa, teoricamente, o governo deveria

ser descentralizado, assim como a arrecadação tributária, deixando ao Governo Fe-

deral as funções como a defesa nacional, emissão da moeda, e a política externa,

como funciona no modelo dos EUA.

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Entretanto, o pacto federativo brasileiro centraliza o poder na capital

federal e distribui os recursos arrecadados de maneira questionada, ge-

rando guerras fiscais entre os Estados.

Os Estados são obrigados a reduzirem a arrecadação para atrair empresas, em

contraste com a majoração frequente dos tributos.

Por isso, especialmente em época de eleição, é tão frequente ouvirmos falar

numa eventual reforma no pacto federativo, dando prioridade, por exemplo, aos

Municípios, de modo que estes possam administrar uma maior fatia do que ali é

produzido.

Na verdade, a repartição das receitas e das responsabilidades entre os entes é o

tema central da crítica ao modelo implementado pela Constituição Federal de 1988,

pois o Brasil hoje vive uma fase de redefinições e alguns passos ora em gestação

devem delinear a nova estrutura das relações federativas

A mudança na realidade macroeconômica do pais, com dificuldade crescente

dos Estados de conviver com a crise financeira, fortaleceu a União com a imposição

de regras de atuação aos governos estaduais no que tange às finanças públicas.

Nesse sentido, um dos temas mais abordados é a necessidade de uma Reforma

Tributária e aliada à redistribuição das receitas tributárias entre os entes.

É interessante observar que a definição detalhada das receitas referen-

tes por esfera de governo não foi acompanhada pela definição rígida das

responsabilidades de cada ente pela utilização do conceito de competên-

cias concorrentes – mais adequado ao caso brasileiro pelas disparidades

regionais que o caracterizam.

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No que tange à estrutura tributária brasileira, merece destaque o fato de que o

modelo federativo brasileiro após a CF/1988 usa mecanismos compensa-

tórios, os chamados sistema de transferências, para minimizar os efeitos

sobre a arrecadação dos Estados decorrentes das disparidades regionais

presentes no Brasil.

Importante destacar que as receitas estaduais têm basicamente duas fon-

tes: a arrecadação proveniente de tributos de sua competência e a decor-

rente das transferências constitucionais, ou seja, o Fundo de Participação

dos Estados – FPE.

A nível estadual, merece destaque o ICMS, uma espécie de imposto sobre valor

adicionado, diferente da experiência internacional. Assim, o ICMS é responsável

por cerca de 25% da carga tributária doméstica e corresponde a aproximadamente

60% da receita corrente líquida dos Estados.

A arrecadação com ICMS pelos Estados reproduz as diferenças regionais, exi-

gindo, por conseguinte, adoção de mecanismos compensatórios para reduzir essas

diferenças via sistema de transferências. Assim, os recursos destinados ao FPE e

ao FPM são oriundos de parte da receita do Imposto de Renda – IR e do Imposto

sobre Produtos Industrializados – IPI.

Questão 8    (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) Sobre o Federalismo Fiscal, é correto

afirmar:

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a) Tal forma de organização fiscal não guarda qualquer relação, dentre outros fato-

res, com a extensão territorial e a heterogeneidade regional de um país.

b) O Federalismo Fiscal diz respeito à gestão federal da arrecadação tributária, já

que esse nível de governo concentra toda a coleta no âmbito nacional.

c) No caso brasileiro, instituiu-se, desde a Constituição de 1988, um desequilíbrio

a partir de uma concentração da arrecadação nos níveis estadual e municipal e um

acúmulo de responsabilidades no plano federal.

d) Os problemas de política monetária devem ser cuidadosamente considerados,

particularmente no Brasil, para evitar perdas fiscais para os governos municipais.

e) Há uma persistente tensão entre as definições de política fiscal tomadas no pla-

no federal e as demandas locais que afetam as autoridades estaduais e municipais,

como no caso da distribuição dos royalties do petróleo a ser extraído do Pré-Sal.

Letra e.

Vamos analisar as alternativas e marcar a correta!

a) Errada. Claro que guarda! E é determinante na forma de tributação e na estru-

tura do gasto público.

b) Errada. Nesse caso, não existiriam os tributos estaduais e municipais, como o

ICMS, o IPTU etc.!

c) Errada. É justamente o contrário!

d) Errada. A política não provoca esse efeito direto nos Municípios!

e) Certa. Perfeita.

Em termos de teoria econômica, existem algumas correntes teóricas sobre o

Federalismo Fiscal.

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Vamos conhecê-las!

Comecemos pela denominada corrente normativa. Ela, vamos dizer a grosso

modo, é a favor do governo local e prefere os possíveis defeitos das instituições

locais ao centralismo, o que implica o estabelecimento de um sistema de arrecada-

ções próprias e partilhadas.

O foco da teoria normativa é distribuir racionalmente, entre os entes, as compe-

tências tributárias e as responsabilidades no tocante à provisão de bens públicos.

É da diferença entre a capacidade de tributar e a de gastar que surgem as transfe-

rências intergovernamentais.

A segunda corrente é denominada “flypaper effect”. Caracteriza-se como um

sistema estruturado na arrecadação centralizada de tributos, com posterior redis-

tribuição mediante transferências do governo nacional para os governos subna-

cionais, podendo ocasionar gastos excessivos. Existe a possibilidade de o governo

local aumentar seus dispêndios sem que ocorra elevação na tributação, tendo em

vista que os recursos arrecadados – para viabilizarem as transferências – provêm

de uma base que engloba todo o país. Assim, o crescimento no gasto será maior

para um aumento das transferências intergovernamentais comparativamente ao

crescimento decorrente de majoração da arrecadação tributária local. Eis “flypaper

effect”.

A terceira corrente é a chamada “MARKET PRESERVING FEDERALISM”. Tra-

ta-se de abordagem neoliberal e é sinônimo de federalismo competitivo, pois en-

cara a “competição” como instrumento de eficiência no gasto público. Isso requer

a efetivação de programas de investimentos e implica uma “competição” intrínseca

às ações governamentais e, não raro, “guerras” fiscais.

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A quarta e talvez mais famosa e mais presente em provas de concursos é a cor-

rente de Charles Tiebout, que constatou que o nível de gasto e a sua composição

diferem entre localidades. Logo, as pessoas escolherão residir nos locais em

que a oferta de bens públicos satisfaça as suas preferências.

O modelo presume que:

a) as pessoas têm a liberdade de se locomover entre as municipalida-

des;

b) possuem completo conhecimento da estrutura tributária dos diver-

sos municípios.

Os pressupostos do modelo de Tiebout são:

• o equilíbrio é atingido quando as pessoas decidem residir nas comunidades

que melhor satisfazem as suas preferências;

• nenhuma externalidade é produzida a partir do comportamento dos governos

locais;

• mobilidade total dos indivíduos e perfeita informação dos agentes no tocante

às comunidades;

• existência de um número considerável de localidades para que a pessoa pos-

sa encontrar alguma que satisfaça plenamente suas demandas por bens pú-

blicos;

• se a quantidade de serviços públicos aumenta, seu custo aumenta na mesma

proporção;

• os serviços públicos são financiados mediante tributação direta.

Por fim, temos a quinta corrente, a qual é adepta da TEORIA DE OATES, que

estuda o federalismo como instrumento de cooperação entre níveis de governo.

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Logo, a divisão de tarefas deveria ser de acordo com a abrangência territorial do

bem público. Assim, os governos locais conheceriam melhor as preferências de

seus cidadãos do que o governo central.

Guarde que, enquanto Tiebout se apoiava na mobilidade como mecanismo para

revelar as preferências dos indivíduos, Oates defende que o governo local possui

melhores condições de conhecer tal preferência.

O dilema da descentralização fiscal: jurisdições grandes são capazes de gerar

ganhos de escala em termos de benefícios, porém as jurisdições pequenas podem

oferecer bens públicos mais próximos da preferência do cidadão.

Questão 9    (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) Sobre o modelo brasileiro de federalis-

mo fiscal, é correto afirmar:

a) A Constituição promulgada em 1988 refletiu o conflito federativo no país ao de-

terminar a repartição das principais fontes da arrecadação federal (IPI e IR) com

estado e municípios, além de estabelecer que qualquer novo imposto criado pela

União deve ser partilhado com os outros níveis de governo.

b) Os municípios são responsáveis pela arrecadação de impostos sobre patrimônio

de baixa mobilidade, como o Imposto Territorial Rural − ITR e o Imposto Predial e

Territorial Urbano − IPTU, cabendo aos estados o recolhimento do Imposto sobre

Veículos Automotores − IPVA, outra forma de tributação de patrimônio.

c) A heterogeneidade dentro da federação quanto à renda, às condições de vida, ao

grau de urbanização, ao tamanho dos estados e municípios não afeta os níveis de

capacidade administrativa e fiscal das unidades estaduais e locais, pois as deman-

das por serviços se ajustam às características locais.

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d) A tributação do consumo é compartilhada apenas entre o governo federal, que

recolhe o Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza − ISSQN, e os estados,

que coletam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços − ICMS.

e) O Fundo de Participação dos Estados é um instrumento apenas marginalmente

redistributivo, haja vista que apenas 15% dos recursos são destinados aos estados

da federação, partilhados em direta proporção à renda per capita de cada unidade

federativa.

Letra a.
Vamos destrinchar e julgar cada uma das assertivas e escolher a correta!

a) Humm, já temos a correta, pois está de acordo com a equalização fiscal entre

os entes federativos e a repartição do produto da arrecadação. Vamos ver os erros

das demais!

b) Errada, já que apesar da possibilidade de os municípios cobrarem o ITR, a com-

petência tributária para instituir o tributo é da União.

c) Errada, pois seis critérios devem ser levados em consideração quando da dis-

tribuição das receitas e encargos em uma federação. Esses critérios afetam os en-

tes federativos e cada ente deve buscar se adaptar às realidades apresentadas no

âmbito de sua jurisdição.

d) Errada, pois a arrecadação é compartilhada entre todos os entes da Federação

(da União para os Estados, da União para os Municípios e dos Estados para os Mu-

nicípios) e o ISS é de competência municipal.

e) São distribuídos 21,5% dos recursos e o critério de partilha é uniforme, não sen-

do o FPE repartido pela “renda per capita de cada unidade federativa”, o que nos

permite concluir que a alternativa é errada.

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RESUMO
DÍVIDA PÚBLICA, DÉFICT, NFSP E FINANCIAMENTO PÚBLICO

Resultado (Superávit ou Déficit) Primário: representa a origem e a fonte de

realimentação do déficit público e, consequentemente, da dívida pública, desconsi-

derando seus respectivos juros.

Resultado (Superávit ou Déficit) Nominal: representa a diferença entre as

receitas de despesas públicas, em especial a parcela referente aos juros nominais

incidentes sobre a dívida interna e externa. É também obtido por meio da soma

dos incrementos da base monetária e do incremento da dívida interna e da dívida

externa expressa em moeda nacional.

Vale destacar que o déficit nominal é também chamado de Necessida-

des de Financiamento do Setor Público (NFSP), já que corresponde à quan-

tidade de empréstimos a que o setor público precisa recorrer.

Resultado (Superávit ou Déficit) Operacional: consiste no deflaciona-

mento dos valores monetários das variáveis orçamentárias e financeiras, bem

como pelo cálculo dos juros por meio da taxa de juros real esperada para um de-

terminado período.

O financiamento do déficit público

Para financiar o déficit, seja para qualquer conceito utilizado, o governo

recorre a duas fontes de recursos: a emissão de moeda e a venda de títulos

da dívida pública.

Emissão de moeda: ocorre através de criação de moeda pelo Banco Central

para financiar dívida do Tesouro Nacional.

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Colocação de títulos da dívida pública: possibilita ao governo trocar título,

ativo financeiro não monetário, por moeda que está em circulação para financiar

seu déficit.

Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP)

De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a necessidade do

setor público em se financiar por meio de dívida.

A NFSP também é chamada de déficit nominal ou resultado nominal, e corres-

ponde à variação nominal dos saldos da dívida interna líquida, mais os fluxos exter-

nos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de compra.

NFSP – conceito nominal: calculada a partir da variação mensal da Dívida

Fiscal Líquida (DFL).

NFSP – conceito operacional: conceito nominal excluída a atualização mo-

netária incidente sobre a DLSP (para o cálculo da atualização monetária mensal,

utiliza-se como deflator o IGP-DI centrado ao final do mês – média geométrica do

IGP-DI do mês e do mês subsequente).

NFSP – conceito primário: conceito nominal excluídas as despesas de juros

nominais incidentes sobre a DLSP, calculadas pelo critério de competência, e incluí-

das as receitas de juros relativas às reservas internacionais (utiliza-se a taxa média

de câmbio de compra para converter os valores expressos em dólares para reais).

NFSP – juros reais: representa a diferença entre os encargos financeiros to-

tais (juros nominais) e a parcela de atualização monetária no mês.

Dívida Pública Bruta: dívida do setor público não financeiro e do Banco Cen-

tral com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não financeiro e

o resto do mundo.

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Dívida Pública Líquida: Dívida Pública Bruta menos a soma dos créditos do

setor público não financeiro e do Banco Central. Deve-se mencionar ainda que, di-

ferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida utilizado no Brasil con-

sidera os ativos e passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dessa forma, a

base monetária.

Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal (DPMF): total dos títulos

públicos federais fora do Banco Central. Inclui, além dos títulos de emissão do Te-

souro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central. Como se trata de dívida

consolidada, os títulos de emissão do Tesouro Nacional pertencentes à carteira do

Banco Central não entram.

Dívida Pública Mobiliária do Governo Federal Interna (DPMFi): total dos

títulos públicos federais fora do Banco Central em poder do público. Inclui, além

dos títulos de emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central.

Dívida Mobiliária dos Governos Estaduais e Municipais: total dos títulos

emitidos pelos tesouros desses entes da Federação.

Dívida Externa Bruta: soma da dívida externa bruta do setor público não fi-

nanceiro e do Banco Central.

Dívida Externa Líquida: Dívida Externa Bruta menos as aplicações em moe-

da estrangeira. Como o Banco Central está incluído, as reservas internacionais do

Banco Central também são consideradas como aplicações e, portanto, deduzidas

do total.

Dívida Mobiliária Externa: Dívida Reestruturada (Bradies) mais Dívida Sobe-

rana (títulos de emissão voluntária).Dívida Contratual Externa: BID/BIRD, Clube

de Paris e Agências Governamentais.

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Dívida Pública Federal: DPMFi + Dívida Mobiliária Externa + Dívida Contratual

Externa.

“Teoria dos déficits gêmeos” – segundo a qual o déficit externo de um país

era consequência do seu déficit fiscal.

O déficit público tem íntima relação com a poupança interna. Lembrando a

igualdade entre Investimento e Poupança, temos que:

I – = Sp + Sg + Se

Onde:

Sp = poupança do setor privado;

Sg = poupança do governo; e

Se = poupança externa.

Assim, a poupança interna é dada pela soma Sp + Sg, ou seja, pela soma da

poupança do setor privado com a poupança do setor público.

Um país utiliza poupança externa quando o seu balanço de pagamentos de-

monstra que houve déficit em transações correntes. Assim podemos entender que

poupança externa aparece para “cobrir o rombo” das transações correntes.

INFLAÇÃO

O fenômeno da inflação é definido como o aumento continuado, permanen-

te e generalizado dos níveis de preços em uma economia, ou seja, esse

aumento deve ser:

Continuado/Permanente: a elevação dos preços ocorre, seja diária ou sema-

nalmente, e a expectativa é de que vai continuar ocorrendo persistentemente;

Generalizado: a elevação dos preços tem que atingir todos os produtos/servi-

ços de uma economia de forma geral.

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A inflação é o efeito. Assim, os economistas tipificaram a mencionada

classificação em função da causa desse efeito inflacionário.

INFLAÇÃO DE DEMANDA

Ocorre quando a demanda agregada supera a oferta agregada por bens e ser-

viços.

Em outras palavras, refere-se ao excesso de procura de produtos/serviços pelos

consumidores em relação à produção disponível de bens e serviços pelas empresas

na economia.

Ocorre apenas quando a economia está próxima do pleno-emprego, ou seja,

não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços no curto prazo.

Ou seja, as empresas não podem produzir mais do que estão produzindo no curto

prazo.

Suas causas podem ser as mais diversas, dentre elas:

• aumento dos gastos governamentais;

• choque de demanda (euforia);

• excesso de moeda;

• excesso de crédito.

INFLAÇÃO DE CUSTO (OU DE OFERTA)

Ocorre quando o aumento do custo de produção é repassado aos preços para

o consumidor. Dependem de um mercado concentrado; assim, quanto maior a

concentração do mercado (menor concorrência), mais os empresários possuem o

poder de repassar o aumento dos custos para os preços finais.

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Em outras palavras, pode-se dizer que a inflação de custos tem suas causas nas

condições de oferta de bens e serviços na economia. O nível da demanda perma-

nece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam, levando à

retração da oferta e provocando um aumento dos preços de mercado.

A inflação de custo pode ser causada, ainda, pelo choque de oferta, quando

fenômenos inesperados afetam a produção (como a quebra de uma safra causada

por fenômenos naturais).

INFLAÇÃO INERCIAL

Esse tipo de inflação tem sua cauda no efeito psicológico dos agentes, quando

acreditam na elevação dos níveis de preço e agem de tal modo que a inflação de

fato se concretize.

Em outras palavras, está relacionada às expectativas dos agentes e sua me-

mória inflacionária. Presente em economias com preços indexados. Pode-se dizer

ainda que é a aquela em que a inflação presente é uma função da inflação passada.

Sua causa é, portanto, a inércia inflacionária, que é a resistência que os preços

de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causas pri-

márias da inflação.

Seu grande vilão é a “indexação”, que é o reajuste do valor das parcelas de con-

tratos pela inflação do período passado.

INFLAÇÃO MONETÁRIA

A inflação cuja causa é monetária, como o próprio nome sugere vem da emis-

são de moeda/meios de pagamentos, é causada pelo crescimento dos meios de

pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Basicamente

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é a emissão exagerada e até certo ponto descontrolada de moeda por parte do

governo.

Dentro desse contexto, a inflação da moeda é estreitamente relacionada com a

inflação de demanda, pois, quando o governo pratica a emissão de moeda (aumen-

tando a base monetária), cria na população, a curto prazo, a ideia do aumento do

poder aquisitivo.

CURVA DE PHILLIPS E EQUAÇÃO DE FISHER

É muito comum aparecerem questões de prova sobre inflação mencionando dois

economistas e suas teorias: Phillips e Fisher.

Vamos conhecer um pouquinho suas ideias!

A chamada “curva de Phillips” é um conceito da economia, mais especificamente

da macroeconomia, que relaciona inflação com desemprego. Através dessa análise,

pode-se ver como se relacionam esses dois conceitos.

A teoria desenvolvida por Phillips dizia que a relação da inflação e da

taxa de desemprego é inversamente proporcional, ou seja, quando cresce

a inflação, cai a taxa de desemprego.

Essa teoria foi comprovada a partir da análise de curto período das taxas de in-

flação e desemprego no Reino Unido no período de 1957 a 1961 e, posteriormente,

analisando curtos períodos das mesmas informações nos EUA, pôde-se comprovar

o funcionamento desta teoria.

No entanto, posteriormente, economistas, ao analisarem mais profundamente,

perceberam que não é uma regra geral, que esta relação só se aplica dessa

forma quando a taxa de inflação está acima do esperado, sendo que, a médio

prazo, essa taxa superior acaba sendo a taxa esperada, invalidando essa relação.

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Verificou-se que a relação correta se dava entre a taxa de desemprego e a

variação em si da taxa de inflação.

Assim, pela chamada “curva de Phillips”, esperava-se que uma inflação alta

manteria um desemprego menor. Ou seja, que se poderia “escolher” entre um de-

semprego de 5% com uma inflação de 1%, ou um desemprego de 4% com inflação

de 2%, e assim por diante. Isso com fundamento lógico na constatação de que,

com inflação mês a mês, aumentando os preços dos produtos fabricados mês após

mês, e mantendo-se fixos os salários por um ano todo, fica cada vez mais fácil às

empresas manter e até contratar mais empregados.

Por sua vez, o economista Irving Fisher, em 1962, ampliou o estudo de

Phillips para avaliar a relação entre a taxa de desemprego e a inflação.

Resumidamente, de acordo com Fisher, ao investir, os agentes levam em

consideração a taxa de juros real, e não nominal.

Nessa linha de raciocínio, como, ao investir, eles não sabem a inflação que ocor-

rerá no período em que estarão pagando esses juros ou abrindo mão dele (custo

de oportunidade), eles se pautam pela inflação esperada.

Assim, de acordo com o chamado efeito Fisher, para dada taxa de juros,

quanto maior a inflação esperada, menor os juros reais e, assim sendo,

maior é o investimento.

REGIME DE METAS PARA INFLAÇÃO

O Brasil adotou o regime de metas para inflação desde 1999. Nos últimos anos,

tivemos grande dificuldade do Governo em atingir a meta de 4,5% ao ano para in-

flação (centro da meta) ou até mesmo o seu limite máximo de 6,5% ao ano, já que

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para 2015 e 2016 a inflação ficou próxima de 10%. Em 2017 conseguimos

atingir a meta e, para 2018, tudo indica que também conseguiremos.

Mas você sabe o que é esse tal de regime de metas para a inflação?

Bem, vamos conceituá-lo para você:

O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o

Banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação

efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publi-

camente.

O regime de metas para a inflação caracteriza-se geralmente por quatro

elementos básicos:

1) conhecimento público de metas numéricas de médio prazo para a inflação;

2) comprometimento institucional com a estabilidade de preços como objetivo

primordial da política monetária;

3) estratégia de atuação pautada pela transparência para comunicar claramente

ao público sobre os planos, os objetivos e as razões que justificam as deci-

sões de política monetária; e

4) mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo cum-

primento das metas para a inflação.

Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o anúncio pú-

blico de metas numéricas para a inflação. A transparência e a prestação de contas

regulares à sociedade e aos seus representantes são elementos essenciais desse

regime.

Política Fiscal: variações no orçamento público com o objetivo de modificar

seus agregados, tais como a receita/despesa pública e o investimento.

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Se, o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas

fiscais normalmente utilizadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento

da carga tributária (o que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os gastos da

coletividade. É a chamada política fiscal reducionista ou contracionista.

Entretanto, se o objetivo é um maior crescimento e emprego, os instrumentos

fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada.

É a chamada política fiscal expancionista.

Espero que tenha gostado da aula!

Como diria Mark Twain: “Daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das

coisas que fez, mas das que deixou de fazer. Por isso, veleje longe do seu porto

seguro. Pegue os ventos. Explore. Sonhe. Descubra.” E ESTUDE!!!

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MAPA MENTAL

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EXERCÍCIOS
Questão 1    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) Para combater uma inflação o governo

pode

a) aumentar a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

b) reduzir a oferta agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

c) aumentar a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.

d) reduzir a demanda agregada o que pode levar a uma queda de desemprego.

e) reduzir a demanda agregada o que pode levar a um aumento de desemprego.

Questão 2    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) O aumento de preços causado por

pressões autônomas de grupos específicos de agentes econômicos caracteriza o

conceito de inflação de

a) custos.

b) demanda.

c) demanda e inercial.

d) expectativas.

e) expectativa e de demanda.

Questão 3    (FGV/TCM-SP/AGENTE-FISCAL/2015) Considere a seguinte situação: a

variação nominal da base monetária representa apenas a recomposição, pelas pes-

soas, da perda do valor real de seus encaixes monetários provocado pela inflação.
A receita dessa emissão monetária feita pelo governo, definida também como a
taxa de inflação esperada multiplicada pelo valor real da base monetária, é o(a):

a) Receita Intertemporal do Governo;

b) Imposto Inflacionário;

c) Senhoriagem Monetária;

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d) Custo de Oportunidade da Senhoriagem;

e) Equivalência Ricardiana.

Questão 4    (INÉDITA/2018) A inflação, por provocar deslocamentos de renda den-

tro da economia em favor do setor público, tem gerado o que se costuma denomi-

nar de imposto inflacionário, entretanto essa mesma inflação provoca outros efei-

tos sobre o sistema tributário, modificando os impactos previstos em sua definição

original. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.

A perda de valor real da receita de um tributo em função da inflação, denominada

efeito Tanzi, não pode decorrer da perda de valor da base de cálculo ou da defa-

sagem entre a ocorrência do fato gerador e a data da apuração do imposto e do

espaço de tempo existente entre a apuração e o recolhimento do valor do imposto

aos cofres públicos.

Questão 5    (FCC/TCE-PR/AC/2011) Em relação à curva de Phillips ampliada pelas

expectativas, é correto afirmar que

a) choques de oferta não afetam a taxa de inflação, porque nesse modelo a inflação

é predominantemente de demanda.

b) a persistência do desemprego abaixo da taxa natural só é possível se a inflação

for decrescente e valerem as expectativas adaptativas.

c) não há trade-off entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego, considerando

expectativas adaptativas.

d) uma política de combate à inflação que tenha credibilidade perante os agentes

econômicos manterá o nível de desemprego próximo de sua taxa natural, na versão

forte da teoria das expectativas racionais.

e) a curva sanciona o uso de políticas fiscais expansionistas para reduzir perma-

nentemente a taxa de desemprego.

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Questão 6    (INÉDITA/2018) Com relação à política fiscal, seus instrumentos e ob-

jetivos, julgue o item subsecutivo.

O SIMPLES Nacional, por oferecer regime de tributação favorecido para as empre-

sas nele enquadradas, caracteriza política fiscal expansionista com base na redução

do gasto público.

Questão 7    (INÉDITA/2018) Acerca da função estabilizadora do sistema tributário,

composta pela influência da Política Fiscal e seus respectivos estabilizadores auto-

máticos, julgue o item subsequente.

O Imposto de Renda e o seguro-desemprego não podem ser considerados como

estabilizadores automáticos da economia, inserindo-se como políticas públicas de

estabilização econômica.

Questão 8    (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) Sobre o Federalismo Fiscal, é correto

afirmar:

a) Tal forma de organização fiscal não guarda qualquer relação, dentre outros fato-

res, com a extensão territorial e a heterogeneidade regional de um país.

b) O Federalismo Fiscal diz respeito à gestão federal da arrecadação tributária, já

que esse nível de governo concentra toda a coleta no âmbito nacional.

c) No caso brasileiro, instituiu-se, desde a Constituição de 1988, um desequilíbrio

a partir de uma concentração da arrecadação nos níveis estadual e municipal e um

acúmulo de responsabilidades no plano federal.

d) Os problemas de política monetária devem ser cuidadosamente considerados,

particularmente no Brasil, para evitar perdas fiscais para os governos municipais.

e) Há uma persistente tensão entre as definições de política fiscal tomadas no pla-

no federal e as demandas locais que afetam as autoridades estaduais e municipais,

como no caso da distribuição dos royalties do petróleo a ser extraído do Pré-Sal.

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Questão 9    (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) Sobre o modelo brasileiro de federalis-

mo fiscal, é correto afirmar:

a) A Constituição promulgada em 1988 refletiu o conflito federativo no país ao de-

terminar a repartição das principais fontes da arrecadação federal (IPI e IR) com

estado e municípios, além de estabelecer que qualquer novo imposto criado pela

União deve ser partilhado com os outros níveis de governo.

b) Os municípios são responsáveis pela arrecadação de impostos sobre patrimônio

de baixa mobilidade, como o Imposto Territorial Rural − ITR e o Imposto Predial e

Territorial Urbano − IPTU, cabendo aos estados o recolhimento do Imposto sobre

Veículos Automotores − IPVA, outra forma de tributação de patrimônio.

c) A heterogeneidade dentro da federação quanto à renda, às condições de vida, ao

grau de urbanização, ao tamanho dos estados e municípios não afeta os níveis de

capacidade administrativa e fiscal das unidades estaduais e locais, pois as deman-

das por serviços se ajustam às características locais.

d) A tributação do consumo é compartilhada apenas entre o governo federal, que

recolhe o Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza − ISSQN, e os estados,

que coletam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços − ICMS.

e) O Fundo de Participação dos Estados é um instrumento apenas marginalmente

redistributivo, haja vista que apenas 15% dos recursos são destinados aos estados

da federação, partilhados em direta proporção à renda per capita de cada unidade

federativa.

Questão 10    (FCC/ELETROSUL/ECONOMISTA/2016) Uma medida implantada no

Brasil em 1999, para enfrentar os problemas então sofridos pela economia Brasilei-

ra, foi a criação do sistema de metas de inflação. A respeito desse sistema é correto

afirmar que

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a) aprofundou o controle quantitativo da oferta monetária.

b) aprimorou a execução do orçamento monetário utilizado nos anos 70.

c) as metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância são fixados pelo

Banco Central do Brasil.

d) uma das razões da criação do sistema consistiu nas dificuldades associadas às

alternativas de controle monetário até então utilizadas.

e) é instrumentalizado por meio das âncoras monetária e cambial.

Questão 11    (FCC/ALMS/ECONOMISTA/2016) Na política fiscal contracionista ocorre

a) aumento de taxa de juros.

b) aumento de gastos privados.

c) emissão de moeda.

d) aumento de gastos públicos.

e) aumento de impostos.

Questão 12    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Considere as seguintes característi-

cas relativas ao modelo de Metas de Inflação, que ganhou força na década de 1990,

como novo mecanismo de preservação do valor da moeda pelos governos:

I – Anúncio público da meta quantitativa para a inflação.

II – Definição da meta quantitativa de emissão de moeda.

III – Anúncio público da taxa de juros de longo prazo, considerada como taxa na-

tural.

IV – Definição do índice de preços a ser utilizado.

Está correto o que consta em

a) I, II e III, apenas.

b) III e IV, apenas.

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c) II e IV, apenas.

d) I e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

Questão 13    (FCC/TCE-AM/AUDITOR/2015) Define-se a política fiscal de um certo

país como a administração exclusivamente

a) dos impostos dos governos federais, estaduais e municipais.

b) de gastos dos governos federais, estaduais e municipais.

c) de impostos, gastos e transferências dos governos federais, estaduais e muni-

cipais.

d) do orçamento federal.

e) dos impostos e gastos dos municípios.

Questão 14    (FCC/TCM-GO/AUDITOR/2015) A Secretaria do Tesouro Nacional do

Brasil é responsável pela gestão da política econômica

a) monetária.

b) fiscal.

c) cambial.

d) de gerenciamento dos bancos comerciais.

e) relacionada ao Mercosul.

Questão 15    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) Julgue:

O uso das políticas fiscal e monetária serve para garantir o bom uso dos recursos

apenas em momentos de recessão, quando o desemprego aumenta e a taxa de

câmbio se valoriza.

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Questão 16    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) As Necessidades de Financiamento do

Setor Público − NFSP NÃO

a) dependem, dentre outros fatores, do déficit fiscal do governo.

b) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

c) denotam a variação da dívida líquida do setor público somada ao saldo líquido

dos ajustes patrimoniais do setor público.

d) representam o estoque total da dívida pública de um país.

e) dependem da diferença entre o serviço de juros da dívida pública e o superávit

primário.

Questão 17    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) De acordo com a teoria

das finanças públicas, julgue a assertiva abaixo:

O financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de senhoria-

gem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

Questão 18    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) De acordo com a teoria

das finanças públicas, julgue a assertiva abaixo:

As necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre in-

vestimento do governo e poupança do governo.

Questão 19    (FCC/TCE-CE/TÉCNICO/2015 – ADAPTADA) Julgue a assertiva abaixo:

Existe uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e o

aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio de

senhoriagem real.

Questão 20    (FCC/METRO-SP/ADV-JR/2014) A tabela a seguir apresenta a evolu-

ção de dois índices de preços mensurados em uma determinada economia.

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Índice de Preços Índice de Preços


Ano
ao Consumidor no Atacado
2009 95,00 95,00
2010 100,00 90,00
2011 110,00 100,00
2012 120,00 115,00
2013 150,00 135,00

Considerando esses dados, é correto afirmar:

a) Em todos os anos houve inflação nos preços no atacado.

b) Entre 2010 e 2013 a taxa de inflação nos preços ao consumidor foi igual àquela

verificada para os preços no atacado.

c) Entre 2010 e 2011 a taxa de inflação nos preços ao consumidor foi igual àquela

verificada para os preços no atacado.

d) Em 2009 os preços no atacado eram iguais aos preços ao consumidor.

e) Entre 2011 e 2012 a taxa de inflação dos preços no atacado foi superior à taxa

de inflação dos preços ao consumidor em menos que 50%.

Questão 21    (FCC/METRO-SP/ADV-JR/2014) Em relação ao processo inflacionário

experimentado pela economia brasileira no final do século XX, é correto afirmar:

a) O bloqueio de recursos das contas bancárias promovido pelo Plano Collor I tinha

por objetivo eliminar a inflação de custos presente no país.

b) Os Choques do Petróleo da década de 1970 aceleraram a inflação brasileira,

sendo, portanto, típicas causas da inflação de demanda.

c) Uma das consequências da aceleração do processo inflacionário nas décadas de

1980 e 1990 foi a desindexação da economia, de modo a melhor garantir o poder

de compra dos brasileiros de menor renda.

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d) O congelamento de preços proposto pelo Plano Cruzado tinha como um de seus

objetivos romper o processo de inflação inercial que se havia instalado por meio da

indexação da economia.

e) O êxito do Plano Real no combate à inflação reside no fato do correto diagnóstico

de inflação de custos e adequado remédio de congelamento de preços e salários.

Questão 22    (FCC/TCE-RO/AUDITOR/2010) Sobre tipos e teorias da inflação, é

correto afirmar:

a) A Curva de Phillips expressa uma relação direta entre a taxa de inflação e a taxa

de desemprego de um país.

b) A inflação inercial decorre de choques exógenos na oferta agregada da econo-

mia, tal como uma quebra de safra agrícola em virtude de condições climáticas

desfavoráveis.

c) A inflação consiste em uma alta persistente de alguns dos preços da economia.

d) Uma política fiscal expansiva, tudo o mais permanecendo constante, tende a

provocar uma inflação de demanda.

e) Um aumento real de salários dos trabalhadores no mesmo percentual do au-

mento em sua produtividade é uma das causas possíveis da inflação de custos.

Questão 23    (FCC/SEFAZ-SP/AFR/2006) No que diz respeito às relações entre a

taxa de desemprego e a taxa de inflação, é correto afirmar que

a) a curva de Phillips, no longo prazo, é vertical.

b) ambas as variáveis são positivamente correlacionadas.

c) choques de oferta não têm impacto sobre a taxa de inflação e, consequentemen-

te, sobre a taxa de desemprego.

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d) há uma correlação negativa entre as duas variáveis, se os agentes econômicos

têm expectativas racionais.

e) quanto mais baixa for a taxa de inflação no curto prazo, a economia estará mais

perto de sua taxa de desemprego natural.

Questão 24    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Diversos planos econômicos de es-

tabilização no Brasil contemplaram diferentes modelos de congelamento de preços.

Sobre o congelamento de preços, considere:

I – O congelamento de preços é uma característica comum aos planos de esta-

bilização do Brasil desde do século XIX.

II – O Plano Cruzado e Plano Bresser incluíram algum tipo de congelamento de

preços.

III – Mesmo com o congelamento de preços, a inflação voltou a subir nos planos

implantados na década de 1980.

IV – Apenas o Plano Cruzado incluiu congelamento de preços.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

Questão 25    (FCC/PGE-MT/ECONOMISTA/2016) Considerando como medidas anti-

-inflacionárias ortodoxas aquelas que buscam estancar a emissão monetária com

redução da demanda, e como heterodoxas aquelas que entendem que a inflação

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não decorre do excesso de demanda resultante da emissão monetária, em relação

aos planos econômicos implantados nas décadas de 1980 e 1990,

a) o Plano Bresser se caracterizou como um plano inteiramente ortodoxo.

b) as medidas ortodoxas não foram contempladas no Plano Verão.

c) o congelamento de preços e salários é uma medida tipicamente ortodoxa.

d) o Plano Real contou com elemento ortodoxo, ao implementar ajuste fiscal com

o Plano de Ação Imediata.

e) a contenção dos gastos públicos, considerada isoladamente, é uma medida tipi-

camente heterodoxa.

Questão 26    (FCC/ARSETE/ECONOMISTA/2016) Considere as afirmações seguin-

tes relativas ao ambiente de ajuste conduzido pelo Plano Real.

I – O setor bancário privado demonstrou dificuldades para administrar os riscos

existentes no novo cenário, levando à necessidade de programa específico

para a reestruturação e fortalecimento do sistema financeiro.

II – A busca de equilíbrio macroeconômico levou o Governo a adotar, nos anos

seguintes ao Plano, uma política de câmbio flexível, para normalizar as con-

tas externas.

III – As taxas de juros foram utilizadas para não colocar em risco o financiamento

dos déficits em transações correntes.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I e II.

c) I.

d) II.

e) I e III.

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Questão 27    (FCC/SEFAZ-SP/AFR/2013) Com base no modelo de Tiebout, é corre-

to afirmar que:

a) a elevação da taxa de inflação, tudo o mais constante, vai diminuir a carga tri-

butária dos entes da federação, estimulando-os a procurarem outras hipóteses de

incidência para seus tributos.

b) os impostos sobre vendas não cumulativos de competência dos entes da fede-

ração com alíquotas fixas favorecerão os estados cuja produção seja maior que o

consumo.

c) a guerra fiscal entre estados pode ser evitada por meio da adoção do princípio

da tributação no destino para os impostos sobre vendas não cumulativos de com-

petência estadual.

d) as estruturas tributárias dos estados pertencentes a uma mesma federação vão

ser semelhantes no longo prazo, devido à possibilidade de migração do cidadão de

um estado para o outro sem perder sua nacionalidade.

e) a redistribuição da arrecadação dos impostos do ente confederado para os es-

tados da federação deve ter como um de seus objetivos reduzir as disparidades

regionais de renda.

Questão 28    (FCC/SEPLA-DR-SP/EPP/2009) Com relação ao modelo de federalismo

fiscal de Tiebout, considere:

I – Segundo esse modelo, os cidadãos são vistos como atores públicos que pro-

curam lutar pela redução dos custos dos serviços por meio da ação política

frente aos governos locais.

II – Segundo esse modelo, a centralização de uma política é a solução para os

problemas fiscais.

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III – Esse modelo aplica-se melhor à escala regional/local, especialmente a regi-

ões metropolitanas, pois pressupõe uma mobilidade perfeita dos indivíduos.

IV – O modelo do “votos com os pés” de Tiebout só se aplica quando a eficiência

das políticas públicas não depende de economias de escala e os custos admi-

nistrativos não são excessivamente altos em nível local.

V – Os resultados desse modelo permitem concluir que a competição interjurisdi-

cional, quando não regulada pelo governo central, não levaria à guerra fiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e III.

b) I e V.

c) II e IV

d) III e IV.

e) III, IV e V.

Questão 29    (FCC/ELETROSUL/ECONOMISTA/2016) Sobre finanças públicas, con-

sidere:

I – A Necessidade de Financiamento do Setor Público − NFSP, no conceito nomi-

nal, exclui os juros sobre a dívida pública.

II – Para o cálculo do resultado das contas públicas, o conceito “abaixo da linha”

mede o resultado pelo lado do financiamento.

III – No conceito operacional da NFSP, considera-se o componente financeiro real

do resultado fiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) III.

b) II.

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c) I.

d) I e II.

e) II e III.

Questão 30    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Avalie a afirmação: “Quando o dé-

ficit público é positivo, ele aumenta a dívida pública e, quando negativo, reduz a

dívida pública”.

Essa afirmação é

a) incorreta, pois o déficit não influencia a dinâmica da dívida pública.

b) incorreta, pois déficit e dívida representam conceito de fluxo.

c) correta, sendo déficit um conceito de fluxo e dívida um conceito de estoque.

d) incorreta, pois déficit é um conceito de dispêndio usado para medir o gasto

agregado enquanto a dívida pública é medida pelo Tesouro Nacional.

e) incorreta, pois ambos, déficit e dívida são conceitos de estoques e um não in-

fluencia o outro.

Questão 31    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015) Considerando-se a natureza

e os instrumentos da política fiscal,

a) o efeito do orçamento equilibrado sobre a renda agregada mostra que déficits

fiscais sistemáticos, independentemente da conjuntura econômica, são uma boa

forma de controlar a inflação, pois levam a taxas de juros cada vez mais elevadas.

b) os gastos do governo são importante instrumento de estabilização da economia,

pois garantem diretamente um equilíbrio estável da taxa de câmbio, independen-

temente do nível da taxa de juros e das reservas internacionais.

c) a política fiscal no Brasil é gerida pelo Tesouro Nacional e representa a composição do

gasto público e da arrecadação de tributos e a trajetória do endividamento do setor públi-

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co nos diferentes níveis de governo e, portanto, não tem qualquer relação instrumental

direta com a política monetária, a qual é de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

d) cabe à política fiscal o controle dos agregados monetários e das reservas inter-

nacionais.

e) a política cambial é determinante para os resultados fiscais do setor público, pois

uma parte substancial dos gastos e arrecadações é feita em divisas estrangeiras.

Questão 32    (FCC/TCM-GO/AUDITOR/2015) A Secretaria do Tesouro Nacional do

Brasil é responsável pela gestão da política econômica

a) monetária.

b) fiscal.

c) cambial.

d) de gerenciamento dos bancos comerciais.

e) relacionada ao Mercosul.

Questão 33    (FCC/SEFAZ-PI/ATE/2015) Considere que a condição de equilíbrio da

relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:

h = d. [(i − y) / (1 + y)] − s

Onde:

h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB

d = relação Dívida Pública/PIB

y = taxa de variação nominal do PIB

i = taxa nominal de juros

s = relação de senhoriagem/PIB

Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como propor-

ção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função

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a) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

b) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função inversa

do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem negativa.

c) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

d) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

direta do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

e) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função direta

do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

Questão 34    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) De acordo com a teoria das finanças

públicas,

a) o financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de senho-

riagem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

b) o orçamento público é constituído pelo conjunto de recursos arrecadados na

forma de tributos e pelo direcionamento desses recursos ao suprimento das neces-


sidades da sociedade, na forma de gastos públicos. O equilíbrio entre os dois lados

do orçamento, caracteriza um superávit fiscal primário.

c) o teorema do orçamento equilibrado estabelece que um aumento no gasto fi-

nanciado inteiramente por meio de maior arrecadação gera efeitos nulos sobre a

atividade econômica.

d) as necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre

investimento do governo e poupança do governo.

e) a obtenção de um superávit primário é condição suficiente para garantir o equi-

líbrio das contas públicas, mesmo na presença de obrigações na forma de serviço

de juros sobre a dívida pública.

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Questão 35    (FCC/SEAD-PI/ANALISTA/2015) Considere os dados extraídos da con-

tabilidade de um governo estadual referente ao primeiro bimestre do exercício fi-

nanceiro de 2012 (valores expressos em milhões de reais):

Realizada no Liquida no
Especificação Especificação
Bimestre Bimestre
Receitas Correntes 4.500,00 Despesas Correntes 4.380,00
Receita Tributária 2.350,00 Pessoal e Encargos Sociais 2.200,00
Receita de Contribuição 100,00 Juros e Encargos da Dívida 180,00
Receita Patrimonial 850,00 Outras Despesas Correntes 2.000,00
Transferências Correntes 1.110,00 Despesas de Capital 1.600,00
Demais Receitas Correntes 90,00 Investimentos 1.150,00
Receitas de Capital 1.500,00 Inversões Financeiras 150,00
Operações de Crédito 1.420,00 Amortização da Dívida 300,00
Transferências de Capital 80,00

Sabendo-se que, dos R$ 850 milhões de Receita Patrimonial, R$ 25 milhões foram

oriundos de rendimentos de Aplicações Financeiras, o resultado primário no primei-

ro bimestre de 2012 foi, em milhões de reais,

a) superavitário em 120,00.

b) superavitário em 95,00.

c) deficitário em 945,00.

d) deficitário em 1.000,00.

e) deficitário em 1.025,00.

Questão 36    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

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A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal exige que o Banco Central reduza a taxa de

juros básica, de sorte a não sobrecarregar as contas públicas com elevados servi-

ços de juros da dívida pública.

Questão 37    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

A política monetária deve perseguir metas de taxa de câmbio para melhorar o ren-

dimento do nosso setor exportador, enquanto cabe à política fiscal conceder em-

préstimos subsidiados ao setor privado nacional e internacional.

Questão 38    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

A supervisão das políticas monetária, fiscal e cambial de cada nível de governo da

federação cabe ao Banco Central do Brasil, para evitar a ocorrência de crises siste-

máticas de balanço de pagamentos.

Questão 39    (FCC/SERGAS/ECONOMISTA/2010) Em uma economia fechada que

apresente desemprego de mão de obra no curto prazo e onde os preços podem ser

considerados rígidos, o efeito mais provável de uma política fiscal expansiva é

a) o crescimento do produto e a redução da taxa de juros.

b) o crescimento do produto e da taxa de juros.

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c) o aumento da taxa de juros e o decréscimo do produto.

d) o decréscimo do produto e da taxa de juros.

e) deixar inalterados tanto o produto, quanto a taxa de juros.

Questão 40    (CESPE/PF/APF/2012) Julgue o item que se segue, a respeito da eco-

nomia do setor público.

No final do século passado, apesar de o Brasil ter apresentado constantes superá-

vits primários, ele não necessariamente pagou os juros da dívida pública acumula-

da em períodos anteriores.

Questão 41    (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) Conforme números divulga-

dos pelo Banco Central, nos últimos dois anos o resultado fiscal do setor público foi

deficitário, o que resultou no aumento da dívida pública em termos de percentual

do PIB. Julgue os itens a seguir, com relação à dívida pública e à necessidade de

financiamento do governo.

A relação dívida líquida-PIB registrou aumento contínuo a partir de 2003.

Questão 42    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A propósito das políticas econômicas

adotadas pelos últimos governos e do comportamento recente da economia brasi-

leira, julgue o item que se segue.

A política de desonerações tributárias, como estratégia de estímulo à economia em

resposta aos efeitos da crise financeira internacional de 2008, marcou o primeiro

mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff, tendo impactado negativamente os re-

sultados primários, principalmente com o arrefecimento do crescimento econômico.

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Questão 43    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A propósito das políticas econômicas

adotadas pelos últimos governos e do comportamento recente da economia brasi-

leira, julgue o item que se segue.

O primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva caracterizou-se pela

forte elevação das despesas do governo, principalmente com pessoal e programas

sociais, o que reverteu a tendência de queda do endividamento público que vinha

se consolidando desde a implantação do Plano Real, em 1994.

Questão 44    (CESPE/TCU/AUFC/2015) A respeito do financiamento do setor públi-

co no Brasil, julgue o item a seguir.

Para que a condição de equilíbrio da relação dívida pública/PIB ocorra, a expectati-

va de um menor crescimento econômico do Brasil, nos próximos anos, ceterispari-

bus, exige uma geração de superávits primários maiores no período.

Questão 45    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Acerca de macroeconomia, julgue o

item subsequente.

O conceito de dívida bruta do governo geral abrange o total de débitos do governo

federal e os débitos de responsabilidade das empresas estatais da esfera federal.

Questão 46    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017)

necessidade de financiamento do setor público (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

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evolução recente do resultado primário e de juros nominais (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

Os gráficos precedentes apresentam, como percentual do produto interno bruto

(PIB), a evolução das necessidades de financiamento do setor público (NFSP), do

resultado primário e da despesa com juros, conforme apuração do Banco Central

do Brasil. A partir dessas informações e dos conceitos de contabilidade fiscal, julgue

o item seguinte.

As dívidas dos estados e dos municípios não são consideradas no cálculo da dívida

bruta do governo geral (DBGG), razão pela qual o indicador não é adequado para

comparar a dívida do Brasil com a de outros países, por subestimá-la.

Questão 47    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No que se refere ao financiamento do

déficit público no Brasil a partir da década de 80 do século passado e de sua relação

com a inflação e o crescimento econômico, julgue o próximo item.

No Brasil, a inflação elevada da década de 80 do século passado ampliou as neces-

sidades operacionais de financiamento do setor público, uma vez que as receitas

tributárias eram estabelecidas em termos nominais e as despesas possuíam sofis-

ticada estrutura de indexação.

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Questão 48    (INÉDITA/2018) Julgue a assertiva abaixo:

Em países de inflação crônica, a defasagem de tempo ocorrida entre o fato gerador

do tributo e a sua efetiva arrecadação aos cofres públicos tende a deteriorar a ar-

recadação tributária em termos reais. Esse fenômeno é chamado seigniorage.

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GABARITO
1. e 25. d

2. a 26. e

3. b 27. d

4. E 28. d

5. d 29. e

6. E 30. c

7. E 31. c

8. e 32. b

9. a 33. c

10. d 34. d

11. e 35. c

12. d 36. E

13. c 37. E

14. b 38. E

15. E 39. b

16. d 40. C

17. E 41. E

18. C 42. C

19. C 43. E

20. b 44. C

21. d 45. E

22. d 46. E

23. a 47. E

24. b 48. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 10    (FCC/ELETROSUL/ECONOMISTA/2016) Uma medida implantada no

Brasil em 1999, para enfrentar os problemas então sofridos pela economia Brasilei-

ra, foi a criação do sistema de metas de inflação. A respeito desse sistema é correto

afirmar que

a) aprofundou o controle quantitativo da oferta monetária.

b) aprimorou a execução do orçamento monetário utilizado nos anos 70.

c) as metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância são fixados pelo

Banco Central do Brasil.

d) uma das razões da criação do sistema consistiu nas dificuldades associadas às

alternativas de controle monetário até então utilizadas.

e) é instrumentalizado por meio das âncoras monetária e cambial.

Letra d.

O Brasil usava a âncora cambial até essa época, o que tornava a política monetária

ineficaz. Entretanto, a partir do momento em que a âncora cambial foi abandonada,

a política monetária passou a desempenhar papel ativo na condução da oferta de

moeda e no controle da inflação.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:

a) Na verdade, o regime de metas mexe nas expectativas dos agentes econômi-

cos e na prioridade do Banco Central em controlar a inflação, mas não na oferta

de moeda, que é manipulada de maneira a atingir a meta da taxa básica de juros

estipulada pelo Comitê de Política Monetária.

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b) O regime de metas para a inflação não influencia no orçamento monetário, que

é a previsão feita pela BACEN de como os meios de pagamento se comportarão no

futuro.

c) Na verdade, as metas e os intervalos são fixados pelo Conselho Monetário Na-

cional – CMN.

e) A âncora cambial foi abandonada e substituída pelo regime de metas para a in-

flação, só existindo, desde então, a âncora monetária.

Questão 11    (FCC/ALMS/ECONOMISTA/2016) Na política fiscal contracionista ocorre

a) aumento de taxa de juros.

b) aumento de gastos privados.

c) emissão de moeda.

d) aumento de gastos públicos.

e) aumento de impostos.

Letra e.

A política fiscal contracionista é aquela que visa contrair da demanda agregada por

bens e serviços, sendo efetivada via redução de gastos públicos ou de elevação de

tributos, retirando recursos da economia.

Vamos apontar os erros das demais alternativas:

a) Não é instrumento direto de política fiscal.

b) Não é medida direta de política fiscal.

c) Emissão de moeda é política monetária expansionista.

d) É medida de política fiscal expansionista

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Questão 12    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Considere as seguintes característi-

cas relativas ao modelo de Metas de Inflação, que ganhou força na década de 1990,

como novo mecanismo de preservação do valor da moeda pelos governos:

I – Anúncio público da meta quantitativa para a inflação.

II – Definição da meta quantitativa de emissão de moeda.

III – Anúncio público da taxa de juros de longo prazo, considerada como taxa na-

tural.

IV – Definição do índice de preços a ser utilizado.

Está correto o que consta em

a) I, II e III, apenas.

b) III e IV, apenas.

c) II e IV, apenas.

d) I e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

Letra d.
Vamos julgar as assertivas e marcar a alternativa correspondente:

I – Certa! Exato! Aqui a meta quantitativa é anunciada mais de um ano antes do

início do período a que se refere.

II – Errada! A meta é para a inflação, e não para a emissão de moeda.

III – Errada! O que se faz a cada reunião do COPOM (Comitê de Política Monetá-

ria) é estabelecer a meta para a taxa de juros de curto prazo, sempre se levando

em conta a inflação efetiva e a meta para tal.

IV – Certa! O índice utilizado para a meta de inflação é o IPCA – Índice de Preços

ao Consumidor Amplo.

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Questão 13    (FCC/TCE-AM/AUDITOR/2015) Define-se a política fiscal de um certo

país como a administração exclusivamente

a) dos impostos dos governos federais, estaduais e municipais.

b) de gastos dos governos federais, estaduais e municipais.

c) de impostos, gastos e transferências dos governos federais, estaduais e municipais.

d) do orçamento federal.

e) dos impostos e gastos dos municípios.

Letra c.

Define-se a política fiscal de um certo país como a administração exclusivamente

de impostos, gastos e transferências dos governos federais, estaduais e municipais.

Guarde: são todos os entes (embora pudesse falar também em distritais) e envolve

receitas e despesas.

Questão 14    (FCC/TCM-GO/AUDITOR/2015) A Secretaria do Tesouro Nacional do

Brasil é responsável pela gestão da política econômica

a) monetária.

b) fiscal.

c) cambial.

d) de gerenciamento dos bancos comerciais.

e) relacionada ao Mercosul.

Letra b.

Enquanto o BACEN exerce papel preponderante na política monetária brasileira,

cabe ao Tesouro Nacional gerir o caixa do país, ou seja, as receitas e as despesas,

ou, em outras palavras, a política fiscal.

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Questão 15    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) Julgue:

O uso das políticas fiscal e monetária serve para garantir o bom uso dos recursos

apenas em momentos de recessão, quando o desemprego aumenta e a taxa de

câmbio se valoriza.

Errado.

A assertiva é falsa, já que ideia é usar as políticas fiscal e monetária, principal-

mente, quando tudo está bem, inclusive para evitar recessão e desemprego, e não

apenas em momentos de recessão, quando o desemprego aumenta e a taxa de

câmbio se valoriza.

Questão 16    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) As Necessidades de Financiamento do

Setor Público − NFSP NÃO

a) dependem, dentre outros fatores, do déficit fiscal do governo.

b) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos.

c) denotam a variação da dívida líquida do setor público somada ao saldo líquido

dos ajustes patrimoniais do setor público.

d) representam o estoque total da dívida pública de um país.

e) dependem da diferença entre o serviço de juros da dívida pública e o superávit

primário.

Letra d.

Vamos analisar as alternativas e marcar a incorreta.

a) Certa. Sim, o déficit fiscal alimenta a dívida.

b) Certa. Sim, maneira muito usada pelo Tesouro Nacional com o famoso Tesouro

Direto.

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c) Certa. Sim, vale a variação liquida entre ambos.

d) Errada. A necessidade é fluxo para determinado período, não é estoque que

reflete um momento!

e) Certa. Perfeito.

Questão 17    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) De acordo com a teoria

das finanças públicas, julgue a assertiva abaixo:

O financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de senhoria-

gem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

Errado.

Senhoriagem significa ganhar com a inflação, ou seja, monetizar o déficit, o que

traz consequências catastróficas para toda a sociedade.

Questão 18    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015 – ADAPTADA) De acordo com a teoria

das finanças públicas, julgue a assertiva abaixo:

As necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre in-

vestimento do governo e poupança do governo.

Certo.

Precisa e sucinta definição da FCC às necessidades de financiamento do governo.

Questão 19    (FCC/TCE-CE/TÉCNICO/2015 – ADAPTADA) Julgue a assertiva abaixo:

Existe uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e o

aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio de

senhoriagem real.

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Certo.

Quando não existe financiamento dos resultados fiscais deficitários via senhoria-

gem real, o governo precisa se financiar via emissão de títulos – o que faz a sua

dívida aumentar. Reveja graficamente esse processo vicioso:

Questão 20    (FCC/METRO-SP/ADV-JR/2014) A tabela a seguir apresenta a evolu-

ção de dois índices de preços mensurados em uma determinada economia.

Índice de Preços Índice de Preços


Ano
ao Consumidor no Atacado
2009 95,00 95,00
2010 100,00 90,00
2011 110,00 100,00
2012 120,00 115,00
2013 150,00 135,00

Considerando esses dados, é correto afirmar:

a) Em todos os anos houve inflação nos preços no atacado.

b) Entre 2010 e 2013 a taxa de inflação nos preços ao consumidor foi igual àquela

verificada para os preços no atacado.

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c) Entre 2010 e 2011 a taxa de inflação nos preços ao consumidor foi igual àquela

verificada para os preços no atacado.

d) Em 2009 os preços no atacado eram iguais aos preços ao consumidor.

e) Entre 2011 e 2012 a taxa de inflação dos preços no atacado foi superior à taxa

de inflação dos preços ao consumidor em menos que 50%.

Letra b.

Amigo(a), vamos analisar a veracidade das alternativas em relação aos dados apre-

sentados na tabela. É só ter atenção que não vamos errar!

a) Errada. Veja que em 2009 houve deflação pelos dois índices.

b) Certa! Isso! Entre 2010 e 2013, a inflação ao consumidor foi de 50% (150/100)

e no atacado também (135/90 = 50%).

c) Errada. Entre 2010 e 2011, a inflação ao consumidor foi 10% (110/100), ao

passo que no atacado foi 11,11%.

d) Errada. O fato de os índices serem iguais não tem nenhuma relação com os

preços em si (no atacado, os preços são mais baratos).

e) Errada. Nesse período, a inflação do consumidor foi de 9,09% (120/110), e no

atacado de 15% (115/100), o que não dá 50% de diferença entre elas.

Questão 21    (FCC/METRO-SP/ADV-JR/2014) Em relação ao processo inflacionário

experimentado pela economia brasileira no final do século XX, é correto afirmar:

a) O bloqueio de recursos das contas bancárias promovido pelo Plano Collor I tinha

por objetivo eliminar a inflação de custos presente no país.

b) Os Choques do Petróleo da década de 1970 aceleraram a inflação brasileira,

sendo, portanto, típicas causas da inflação de demanda.

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c) Uma das consequências da aceleração do processo inflacionário nas décadas de


1980 e 1990 foi a desindexação da economia, de modo a melhor garantir o poder
de compra dos brasileiros de menor renda.
d) O congelamento de preços proposto pelo Plano Cruzado tinha como um de seus
objetivos romper o processo de inflação inercial que se havia instalado por meio da
indexação da economia.
e) O êxito do Plano Real no combate à inflação reside no fato do correto diagnóstico
de inflação de custos e adequado remédio de congelamento de preços e salários.

Letra d.
Amigo(a), vamos analisar as alternativas e escolher a correta.
a) Errada. Queria reduzir a inflação monetária enxugando a liquidez da economia.
b) Errada. O aumento do preço do petróleo ocasionou inflação de custos.
c) Errada. Na verdade, houve foi indexação, que gerou inflação inercial. A desin-
dexação não gera inflação, muito pelo contrário.
d) Certa! Exatamente! Mas, depois de um tempo, naufragou, já que os ofertantes
reduziram a oferta gerando, por exemplo, desabastecimento.
e) Errada. O Plano Real atacou a inflação inercial via desindexação e fortalecimen-
to da nova moeda: o Real.

Questão 22    (FCC/TCE-RO/AUDITOR/2010) Sobre tipos e teorias da inflação, é


correto afirmar:
a) A Curva de Phillips expressa uma relação direta entre a taxa de inflação e a taxa
de desemprego de um país.

b) A inflação inercial decorre de choques exógenos na oferta agregada da econo-

mia, tal como uma quebra de safra agrícola em virtude de condições climáticas

desfavoráveis.

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c) A inflação consiste em uma alta persistente de alguns dos preços da economia.

d) Uma política fiscal expansiva, tudo o mais permanecendo constante, tende a

provocar uma inflação de demanda.

e) Um aumento real de salários dos trabalhadores no mesmo percentual do au-

mento em sua produtividade é uma das causas possíveis da inflação de custos.

Letra d.

Amigo(a), vamos analisar as alternativas e escolher a correta.

a) Errada. A relação citada é inversa!

b) Errada. Ela ocorre, via de regra, da indexação da economia.

c) Errada. Na verdade, para caracterizar a alta de preços, tem que ser GENERALI-

ZADA em toda a economia!

d) Certa! Quando o Governo aumenta seus gastos, pode acabar por superaquecer

a demanda, podendo gerar inflação de demanda.

e) Errada. Nesse caso, não existe impacto inflacionário.

Questão 23    (FCC/SEFAZ-SP/AFR/2006) No que diz respeito às relações entre a

taxa de desemprego e a taxa de inflação, é correto afirmar que

a) a curva de Phillips, no longo prazo, é vertical.

b) ambas as variáveis são positivamente correlacionadas.

c) choques de oferta não têm impacto sobre a taxa de inflação e, consequentemen-

te, sobre a taxa de desemprego.

d) há uma correlação negativa entre as duas variáveis, se os agentes econômicos

têm expectativas racionais.

e) quanto mais baixa for a taxa de inflação no curto prazo, a economia estará mais

perto de sua taxa de desemprego natural.

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Letra a.

Amigo(a), vamos analisar as alternativas e escolher a correta.

a) Certa. No longo prazo, a hipótese keynesiana de rigidez de preços e salários não

prevalece. Assim, considerando que a curva de Phillips é derivada a partir da curva

de oferta agregada, ambas são verticais no LP.

b) Errada, já que a relação é inversa.

c) Errada, pois, sem dúvida, os choques de oferta têm impacto inflacionário, se-

jam eles favoráveis (uma supersafra, por exemplo) ou desfavoráveis (uma quebra

de safra, por exemplo).

d) Errada, já que, no caso de expectativas racionais, não existe a correlação.

e) Errada, pois não existe essa padronização de comportamento.

Questão 24    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Diversos planos econômicos de es-

tabilização no Brasil contemplaram diferentes modelos de congelamento de preços.

Sobre o congelamento de preços, considere:

I – O congelamento de preços é uma característica comum aos planos de esta-

bilização do Brasil desde do século XIX.

II – O Plano Cruzado e Plano Bresser incluíram algum tipo de congelamento de

preços.

III – Mesmo com o congelamento de preços, a inflação voltou a subir nos planos

implantados na década de 1980.

IV – Apenas o Plano Cruzado incluiu congelamento de preços.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

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c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

Letra b.

Vamos avaliar uma por uma e marcar a alternativa correspondente:

I – Errada. Embora o congelamento de preços tenha sido utilizado na maioria dos

planos de estabilização brasileiros, não foi usado em todos – como, por exemplo, o

Plano Real que usou esse artifício.

II – Certa! O Plano Cruzado (1986) decretou congelamento de todos os bens e

serviços por prazo indeterminado e acabou sendo a experiência mais famosa do

país no que diz respeito a congelamento de preços. Também o Plano Bresser (1987)

congelou preços por três meses.

II – Certa! O Plano Cruzado (1986) até conseguiu sucesso inicial, mas todos os

planos da década de 1980 acabaram por fracassar e a inflação voltou a subir sig-

nificativamente. Em 1989, por exemplo, a inflação foi superior a incríveis 1.700%.

IV – Errada, já que, apenas na década de 1980, outros dois planos utilizaram con-

gelamento de preços: planos Bresser (1987) e Verão (1989).

Questão 25    (FCC/PGE-MT/ECONOMISTA/2016) Considerando como medidas anti-

-inflacionárias ortodoxas aquelas que buscam estancar a emissão monetária com

redução da demanda, e como heterodoxas aquelas que entendem que a inflação

não decorre do excesso de demanda resultante da emissão monetária, em relação

aos planos econômicos implantados nas décadas de 1980 e 1990,

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a) o Plano Bresser se caracterizou como um plano inteiramente ortodoxo.

b) as medidas ortodoxas não foram contempladas no Plano Verão.

c) o congelamento de preços e salários é uma medida tipicamente ortodoxa.

d) o Plano Real contou com elemento ortodoxo, ao implementar ajuste fiscal com

o Plano de Ação Imediata.

e) a contenção dos gastos públicos, considerada isoladamente, é uma medida tipi-

camente heterodoxa.

Letra d.

O Plano Real, em verdade, foi um plano híbrido, já que visava atacar os componen-

tes inercial e de demanda da inflação. Primeiro foi feito um plano de ajuste fiscal

lançado em 1993 para redefinir as relações entre os federados e combater a sone-

gação para conter o déficit público, reduzindo a pressão de demanda sobre o nível

de preços, uma medida ortodoxa.


Vamos agora apontar os erros das demais alternativas:

a) O Plano Bresser era composto de medidas ortodoxas e heterodoxas, ou seja, um

plano híbrido.

b) Da mesma forma que o Plano Bresser, o Plano Verão era um plano híbrido, com

medidas ortodoxas e heterodoxas.

c) O congelamento de preços e salários é uma medida tipicamente heterodoxa,

porque ataca o componente inercial da inflação, a indexação da economia. Medidas

ortodoxas são aquelas de políticas contracionistas, como a redução dos gastos pú-

blicos ou a elevação da taxa de juros.

e) Em verdade, as medidas de contração da demanda agregada são medidas or-

todoxas.

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Questão 26    (FCC/ARSETE/ECONOMISTA/2016) Considere as afirmações seguin-

tes relativas ao ambiente de ajuste conduzido pelo Plano Real.

I – O setor bancário privado demonstrou dificuldades para administrar os riscos

existentes no novo cenário, levando à necessidade de programa específico

para a reestruturação e fortalecimento do sistema financeiro.

II – – A busca de equilíbrio macroeconômico levou o Governo a adotar, nos anos

seguintes ao Plano, uma política de câmbio flexível, para normalizar as con-

tas externas.

III – As taxas de juros foram utilizadas para não colocar em risco o financiamento

dos déficits em transações correntes.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) I e II.

c) I.

d) II.

e) I e III.

Letra e.

Vamos analisar as assertivas e marcar a alternativa correspondente.

I – Certa, já que a queda brusca da inflação alterou a rentabilidade, a composição

e as necessidades das operações bancárias.

No que diz respeito à rentabilidade, alguns bancos tinham sua baixa eficiência

operacional escondida pelo processo hiperinflacionário. Veja o que disse sobre esse

tema o mestre Fábio Giambiagi em Economia Brasileira Contemporânea:

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“No que se refere ao sistema financeiro, com os problemas associados ao desapa-

recimento das receitas de float dos bancos após o fim da alta inflação, as ineficiên-

cias do setor ficaram expostas. Em tal contexto, os anos de 1995-1997 foram mar-

cados pelas crises dos bancos Econômico, Nacional e Bamerindus, além dos casos

inicialmente não resolvidos dos bancos estaduais, notadamente Banespa e Banerj.

O governo atuou, então, em diversas frentes, propiciando, entre outras coisas, uma

solução de mercado para esses três bancos privados, que foram absorvidos por

outras instituições financeiras, também privadas”.

II – Errada, já que a prioridade absoluta era a estabilidade dos preços, o que fez

o governo manter um sistema de câmbio valorizado e praticamente fixo, as cha-

madas minibandas, para poder elevar a oferta global e atrelar a inflação dos bens

comercializáveis à inflação externa. Em consequência, tivemos um rápidoaumento

da dívida externa.

III – Essa afirmativa é verdadeira, já que, como o câmbio valorizado gerava ex-

pressivos déficits em conta-corrente, a solução encontrada foi obter superávits com

atração de capitais de curto prazo, sendo necessário aumentar significativamente a

taxa de juros para financiar os déficits em conta-corrente.

Questão 27    (FCC/SEFAZ-SP/AFR/2013) Com base no modelo de Tiebout, é corre-

to afirmar que:

a) a elevação da taxa de inflação, tudo o mais constante, vai diminuir a carga tri-

butária dos entes da federação, estimulando-os a procurarem outras hipóteses de

incidência para seus tributos.

b) os impostos sobre vendas não cumulativos de competência dos entes da fede-

ração com alíquotas fixas favorecerão os estados cuja produção seja maior que o

consumo.

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c) a guerra fiscal entre estados pode ser evitada por meio da adoção do princípio

da tributação no destino para os impostos sobre vendas não cumulativos de com-

petência estadual.

d) as estruturas tributárias dos estados pertencentes a uma mesma federação vão

ser semelhantes no longo prazo, devido à possibilidade de migração do cidadão de

um estado para o outro sem perder sua nacionalidade.

e) a redistribuição da arrecadação dos impostos do ente confederado para os es-

tados da federação deve ter como um de seus objetivos reduzir as disparidades

regionais de renda.

Letra d.

O velho Charles Tiebout que constatou que o nível de gasto e a sua composição

diferem entre localidades. Ele concluiu que as pessoas escolherão residir nos locais

em que a oferta de bens públicos satisfaça as suas preferências.

Vamos relembrar que o modelo de Tiebout presumiu que as pessoas têm a liber-

dade de se locomover entre as municipalidades e possuem completo conhecimento

da estrutura tributária dos diversos municípios.

Dentre os pressupostos do modelo de Tiebout, temos:

• que o equilíbrio é atingido quando as pessoas decidem residir nas comunida-

des que melhor satisfazem as suas preferências.

• nenhuma externalidade é produzida a partir do comportamento dos governos

locais;

• mobilidade total dos indivíduos e perfeita informação dos agentes no tocante

às comunidades;

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• existência de um número considerável de localidades para que a pessoa pos-

sa encontrar alguma que satisfaça plenamente suas demandas por bens pú-

blicos;

• se a quantidade de serviços públicos aumenta, seu custo aumenta na mesma

proporção.

A conclusão que Tiebout chegou é que as estruturas tributárias dos estados per-

tencentes a uma mesma federação vão ser semelhantes no longo prazo, devido à

possibilidade de migração do cidadão de um estado para o outro sem perder sua

nacionalidade.

Questão 28    (FCC/SEPLA-DR-SP/EPP/2009) Com relação ao modelo de federalismo

fiscal de Tiebout, considere:

I – Segundo esse modelo, os cidadãos são vistos como atores públicos que pro-

curam lutar pela redução dos custos dos serviços por meio da ação política

frente aos governos locais.

II – Segundo esse modelo, a centralização de uma política é a solução para os

problemas fiscais.

III – Esse modelo aplica-se melhor à escala regional/local, especialmente a regi-

ões metropolitanas, pois pressupõe uma mobilidade perfeita dos indivíduos.

IV – O modelo do “votos com os pés” de Tiebout só se aplica quando a eficiência

das políticas públicas não depende de economias de escala e os custos admi-

nistrativos não são excessivamente altos em nível local.

V – Os resultados desse modelo permitem concluir que a competição interjurisdi-

cional, quando não regulada pelo governo central, não levaria à guerra fiscal.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e III.
b) I e V.
c) II e IV
d) III e IV.
e) III, IV e V.

Letra d.
A FCC cobrou o modelo de federalismo fiscal de Tiebout. Observe que a questão
da mobilidade da população, característica marcante de Tiebout, está presente nas
alternativas III e IV.

Questão 29    (FCC/ELETROSUL/ECONOMISTA/2016) Sobre finanças públicas, con-


sidere:
I – A Necessidade de Financiamento do Setor Público − NFSP, no conceito nomi-
nal, exclui os juros sobre a dívida pública.
II – Para o cálculo do resultado das contas públicas, o conceito “abaixo da linha”
mede o resultado pelo lado do financiamento.
III – No conceito operacional da NFSP, considera-se o componente financeiro real
do resultado fiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III.
b) II.
c) I.
d) I e II.
e) II e III.

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Letra e.
Vamos analisar as assertivas e marcar a alternativas correspondentes.
I – Errada, já que o conceito apresentado na assertiva é o conceito primário.
No conceito nominal, os juros estão incluídos no cálculo.
II – Certa, já que, no conceito “acima” da linha, o resultado é medido simplesmen-
te confrontando-se receitas e despesas, enquanto o conceito “abaixo” da linha, no
entanto, mede a variação do endividamento.
Guarde que os resultados apurados pelos dois métodos devem ser iguais, mas o
Banco Central apura as NFSP pelo conceito “abaixo da linha”, já que a variação da
dívida mede o resultado fiscal sem a necessidade de computar todas as receitas e
despesas do ente.
III – Certa! O conceito operacional é aquele que desconta do cálculo das NFSP
o efeito da correção monetária sobre a dívida pública. Assim, expurga-se o efeito
que a inflação gera sobre o resultado fiscal. Se descontarmos o efeito da inflação,
teremos o componente financeiro real do resultado fiscal.

Questão 30    (FCC/AL-MS/ECONOMISTA/2016) Avalie a afirmação: “Quando o dé-


ficit público é positivo, ele aumenta a dívida pública e, quando negativo, reduz a
dívida pública”.
Essa afirmação é
a) incorreta, pois o déficit não influencia a dinâmica da dívida pública.
b) incorreta, pois déficit e dívida representam conceito de fluxo.
c) correta, sendo déficit um conceito de fluxo e dívida um conceito de estoque.
d) incorreta, pois déficit é um conceito de dispêndio usado para medir o gasto
agregado enquanto a dívida pública é medida pelo Tesouro Nacional.
e) incorreta, pois ambos, déficit e dívida são conceitos de estoques e um não in-
fluencia o outro.

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Letra c.

Sim, a afirmativa é correta, sendo o déficit um conceito de fluxo e a dívida um con-

ceito de estoque. Raciocine que, como um déficit positivo representa gastos maio-

res do que arrecadação, a sua ocorrência gera aumento da dívida pública. Também

estão corretas as definições de conceitos de fluxo e de estoque.

Guarde que a dívida é um montante dado, é um “patrimônio negativo”, enquanto

o déficit é o fluxo de diferença entre gastos e receitas de um período, ou seja, é o

resultado.

Agora vamos apontar os erros das demais alternativas:

a) O resultado fiscal é que dá origem à dívida pública. Se o déficit é positivo (resul-

tado negativo), a dívida pública aumenta.

b) O déficit é um conceito de fluxo, mas a dívida é um conceito de estoque.

d) O déficit não é um conceito de dispêndio. É a diferença entre o gasto e a receita

pública.

e) O déficit é um conceito de fluxo e um influencia no outro sim.

Questão 31    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015) Considerando-se a natureza

e os instrumentos da política fiscal,

a) o efeito do orçamento equilibrado sobre a renda agregada mostra que déficits

fiscais sistemáticos, independentemente da conjuntura econômica, são uma boa

forma de controlar a inflação, pois levam a taxas de juros cada vez mais elevadas.

b) os gastos do governo são importante instrumento de estabilização da economia,

pois garantem diretamente um equilíbrio estável da taxa de câmbio, independen-

temente do nível da taxa de juros e das reservas internacionais.

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c) a política fiscal no Brasil é gerida pelo Tesouro Nacional e representa a composição do

gasto público e da arrecadação de tributos e a trajetória do endividamento do setor públi-

co nos diferentes níveis de governo e, portanto, não tem qualquer relação instrumental

direta com a política monetária, a qual é de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

d) cabe à política fiscal o controle dos agregados monetários e das reservas inter-

nacionais.

e) a política cambial é determinante para os resultados fiscais do setor público, pois

uma parte substancial dos gastos e arrecadações é feita em divisas estrangeiras.

Letra c.

Vamos analisar as alternativas e escolher a correta.

a) Errada. O governo alimenta a inflação com seus déficits fiscais.

b) Errada. É taxa de juros que garante de modo direto um equilíbrio na taxa de

câmbio.

c) Certa. De fato, não há uma relação instrumental entre ambas.

d) Errada. É responsabilidade da política monetária.

e) Errada. A maior parte dos gastos e das receitas é feita em Real.

Questão 32    (FCC/TCM-GO/AUDITOR/2015) A Secretaria do Tesouro Nacional do

Brasil é responsável pela gestão da política econômica

a) monetária.

b) fiscal.

c) cambial.

d) de gerenciamento dos bancos comerciais.

e) relacionada ao Mercosul.

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Letra b.

Enquanto o BACEN exerce papel preponderante na política monetária brasileira,

cabe ao Tesouro Nacional gerir o caixa do país, ou seja, as receitas e as despesas,

ou, em outras palavras, a política fiscal.

Questão 33    (FCC/SEFAZ-PI/ATE/2015) Considere que a condição de equilíbrio da

relação Dívida Pública/PIB, seja igual a fórmula:

h = d. [(i − y) / (1 + y)] − s

Onde:

h = superávit primário do setor público, expresso como proporção do PIB

d = relação Dívida Pública/PIB

y = taxa de variação nominal do PIB

i = taxa nominal de juros

s = relação de senhoriagem/PIB

Essa fórmula indica que, em termos algébricos, o superávit primário como propor-

ção do PIB, requerido para estabilizar a relação dívida/PIB, é uma função

a) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

direta do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

b) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função inversa

do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem negativa.

c) direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

inversa do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

d) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros nominal e uma função

direta do crescimento nominal da economia e da razão senhoriagem/PIB.

e) inversa da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros real e uma função direta

do crescimento nominal da economia e da senhoriagem negativa.

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Letra c.

O superávit primário deve aumentar quando a relação dívida pública/PIB e a taxa

de juros aumentam (relação direta), e pode diminuir quando ocorre o crescimento

nominal do PIB e quando os ganhos de “senhoriagem” aumentam (relação inversa).

Tendo isso em vista, a única correta é a “c”, que nos diz isso dispondo que o supe-

rávit primário tem relação direta da própria relação dívida/PIB e da taxa de juros

real e uma função inversa do crescimento nominal da economia e da razão senho-

riagem negativa.

Questão 34    (FCC/TCE-CE/AUDITOR/2015) De acordo com a teoria das finanças

públicas,

a) o financiamento de um déficit público nominal pode ser feito por meio de senho-

riagem, pois sinaliza que o governo perdeu o controle das contas públicas.

b) o orçamento público é constituído pelo conjunto de recursos arrecadados na

forma de tributos e pelo direcionamento desses recursos ao suprimento das neces-

sidades da sociedade, na forma de gastos públicos. O equilíbrio entre os dois lados

do orçamento, caracteriza um superávit fiscal primário.

c) o teorema do orçamento equilibrado estabelece que um aumento no gasto fi-

nanciado inteiramente por meio de maior arrecadação gera efeitos nulos sobre a

atividade econômica.

d) as necessidades de financiamento do governo são dadas pela diferença entre

investimento do governo e poupança do governo.

e) a obtenção de um superávit primário é condição suficiente para garantir o equi-

líbrio das contas públicas, mesmo na presença de obrigações na forma de serviço

de juros sobre a dívida pública.

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Letra d.

a) Errada. Senhoriagem significa ganhar com a inflação, ou seja, monetizar o dé-

ficit, o que traz consequências catastróficas para toda a sociedade.

b) Errada. O resultado primário não leva em conta todas as despesas públicas, já

que não contempla os juros da dívida pública.

c) Errada. Esse efeito não é nulo! Lembre-se do efeito multiplicador dos gastos

que vimos na teoria keynesiana.

d) Certa. Perfeita.

e) Errada. Não é suficiente, pois os juros da dívida podem ser maiores que esse

superávit, aumentando assim o endividamento ainda mais.

Questão 35    (FCC/SEAD-PI/ANALISTA/2015) Considere os dados extraídos da con-

tabilidade de um governo estadual referente ao primeiro bimestre do exercício fi-

nanceiro de 2012 (valores expressos em milhões de reais):

Realizada no Liquida no
Especificação Especificação
Bimestre Bimestre
Receitas Correntes 4.500,00 Despesas Correntes 4.380,00
Receita Tributária 2.350,00 Pessoal e Encargos 2.200,00
Sociais
Receita de Contribuição 100,00 Juros e Encargos da 180,00
Dívida
Receita Patrimonial 850,00 Outras Despesas Cor- 2.000,00
rentes
Transferências Correntes 1.110,00 Despesas de Capital 1.600,00
Demais Receitas Correntes 90,00 Investimentos 1.150,00
Receitas de Capital 1.500,00 Inversões Financeiras 150,00
Operações de Crédito 1.420,00 Amortização da Dívida 300,00
Transferências de Capital 80,00

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Sabendo-se que, dos R$ 850 milhões de Receita Patrimonial, R$ 25 milhões foram

oriundos de rendimentos de Aplicações Financeiras, o resultado primário no primei-

ro bimestre de 2012 foi, em milhões de reais,

a) superavitário em 120,00.

b) superavitário em 95,00.

c) deficitário em 945,00.

d) deficitário em 1.000,00.

e) deficitário em 1.025,00.

Letra c.

Tenha em mente que o resultado primário é a diferença entre as receitas e despe-

sas primárias, ou seja, as receitas e despesas totais excluídas as receitas e despe-

sas financeiras.

Agora vamos aos cálculos:

Receita Primária

Receita Total = R$ 6.000,00

Receita Financeira = R$ 1.445,00 (R$ 1.420,00 de operações de crédito + R$ 25 de

rendimentos de aplicações financeiras)

Receita Primária = R$ 4.555,00.

Despesa Primária

Despesa total = R$ 5.980,00

Despesa Financeira = R$ 480,00 (R$ 180 de juros e encargos da dívida + R$

300,00 de amortização da dívida).

Despesa Primária = R$ 5.500,00.

Como a despesa primária supera a receita primária em R$ 945, temos déficit pri-

mário de R$ 945,00.

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Questão 36    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal exige que o Banco Central reduza a taxa de

juros básica, de sorte a não sobrecarregar as contas públicas com elevados servi-

ços de juros da dívida pública.

Errado.

Tal exigência não existe na LRF. Além disso, não cabe ao BACEN atuar no âmbito

da política fiscal, mas na política monetária. Além disso, quando, por ventura, o

COPOM (e não o BANCEN) reduz a taxa de juros básica da economia (SELIC), o ob-

jetivo é aumentar a liquidez da economia, e não reduzir o custo da dívida pública.

Tenha em mente que a principal função da política monetária é manter a estabilida-

de dos preços e atingir a meta de inflação, mesmo com taxas de juros maiores do

que o governo, os empresários, o BACEN e a população gostariam.

Questão 37    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

A política monetária deve perseguir metas de taxa de câmbio para melhorar o ren-

dimento do nosso setor exportador, enquanto cabe à política fiscal conceder em-

préstimos subsidiados ao setor privado nacional e internacional.

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Errado.

Tenha em mente que o foco da política monetária é cumprir a meta de inflação. No

tocante ao câmbio, outros fatores internos também influenciam, como o desem-

penho da economia nacional, e também fatores externos, como o desempenho da

economia mundial e o nível das taxas de juros internacionais.

Questão 38    (FCC/MANAUSPREV/ECONOMISTA/2015 – ADAPTADA) Há uma ínti-

ma relação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, de maneira que vários

regimes de política econômica podem surgir, a depender do instrumento principal

escolhido para manter estabilizada a economia de um país. Sobre o caso do Brasil,

nos anos 2000, julgue:

A supervisão das políticas monetária, fiscal e cambial de cada nível de governo da

federação cabe ao Banco Central do Brasil, para evitar a ocorrência de crises siste-

máticas de balanço de pagamentos.

Errado.

Assertiva com erros. Vamos apontá-los:

1) Política fiscal é com o Tesouro Nacional, e não com o BACEN.

2) As políticas monetária e cambial são atribuições exclusivas da União via BACEN.

Questão 39    (FCC/SERGAS/ECONOMISTA/2010) Em uma economia fechada que

apresente desemprego de mão de obra no curto prazo e onde os preços podem ser

considerados rígidos, o efeito mais provável de uma política fiscal expansiva é

a) o crescimento do produto e a redução da taxa de juros.

b) o crescimento do produto e da taxa de juros.

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c) o aumento da taxa de juros e o decréscimo do produto.

d) o decréscimo do produto e da taxa de juros.

e) deixar inalterados tanto o produto, quanto a taxa de juros.

Letra b.

Fique ligado(a) no fato de que o examinador determinou que estamos tratando de

uma economia fechada. Nesse tipo de economia, temos Y = C + I + G, ou seja, a

renda (o produto e a despesa) é a soma do consumo das famílias, dos investimen-

tos e dos gastos do governo.

Isso posto, as alterações na renda, para determinada taxa de juros, fazem com que

o feito da política fiscal expansionista via aumento de gastos públicos eleve o pro-

duto e a renda. E, quando a renda aumenta, a curva de juros de desloca para cima.

Questão 40    (CESPE/PF/APF/2012) Julgue o item que se segue, a respeito da eco-

nomia do setor público.

No final do século passado, apesar de o Brasil ter apresentado constantes superá-

vits primários, ele não necessariamente pagou os juros da dívida pública acumula-

da em períodos anteriores.

Certo.

Essa questão exigiu um pouco de esforço de interpretação.

É sabido que a política de superávits primários ganhou muita força no governo FHC.

Sem dúvida um dos objetivos era pagar os juros da dívida pública.

No entanto, esse esforço não foi suficiente para pagar todos os juros da dívida pú-

blica acumulada em períodos anteriores, havendo inclusive aumento do seu saldo.

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Questão 41    (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) Conforme números divulga-


dos pelo Banco Central, nos últimos dois anos o resultado fiscal do setor público foi
deficitário, o que resultou no aumento da dívida pública em termos de percentual
do PIB. Julgue os itens a seguir, com relação à dívida pública e à necessidade de
financiamento do governo.
A relação dívida líquida-PIB registrou aumento contínuo a partir de 2003.

Errado.
Na verdade, a relação dívida líquida – PIB, que em 2003 era de 54,8%, caiu conti-
nuamente até 2008, quando atingiu seu menor valor desde 1997: 38,5%. Somente
após a crise de 2008 é que a razão dívida líquida – PIB voltou a subir, embora não
continuamente.

Questão 42    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A propósito das políticas econômicas


adotadas pelos últimos governos e do comportamento recente da economia brasi-
leira, julgue o item que se segue.
A política de desonerações tributárias, como estratégia de estímulo à economia em
resposta aos efeitos da crise financeira internacional de 2008, marcou o primeiro
mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff, tendo impactado negativamente os re-
sultados primários, principalmente com o arrefecimento do crescimento econômico.

Certo.
Dilma assumiu seu primeiro mandato em 2011, após o Brasil ter crescido 7,5% do
PIB em 2010, muito em função dos estímulos fiscais concedido pelo Governo em
2009 e 2010 para reagir à crise de 2008. Entretanto, a partir de 2012, o superávit
primário começou a cair, até que, a partir de 2014, já começou a apresentar déficits
primários crescentes.

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Questão 43    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) A propósito das políticas econômicas

adotadas pelos últimos governos e do comportamento recente da economia brasi-

leira, julgue o item que se segue.

O primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva caracterizou-se pela

forte elevação das despesas do governo, principalmente com pessoal e programas

sociais, o que reverteu a tendência de queda do endividamento público que vinha

se consolidando desde a implantação do Plano Real, em 1994.

Errado.

Na verdade, no primeiro mandato de Lula (2003/2006), tivemos a meta de supe-

rávit primário elevada de 3,75% para 4,25% do PIB, gerando queda da relação

dívida/PIB.

Questão 44    (CESPE/TCU/AUFC/2015) A respeito do financiamento do setor públi-

co no Brasil, julgue o item a seguir.

Para que a condição de equilíbrio da relação dívida pública/PIB ocorra, a expectati-

va de um menor crescimento econômico do Brasil, nos próximos anos, ceterispari-

bus, exige uma geração de superávits primários maiores no período.

Certo.

Se o PIB não cresce, ou seja, se o denominador não aumenta, temos que reduzir o

numerador via superávits maiores.

Questão 45    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Acerca de macroeconomia, julgue o

item subsequente.

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O conceito de dívida bruta do governo geral abrange o total de débitos do governo


federal e os débitos de responsabilidade das empresas estatais da esfera federal.

Errado.

Cuidado para não confundir Governo com Setor Público!

Tecnicamente falando, quando usamos o termo “GOVERNO” as empresas estatais

NÃO estão incluídas. Já quando falamos em “SETOR PÚBLICO”, aí sim incluímos as

estatais.

Questão 46    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017)

necessidade de financiamento do setor público (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

evolução recente do resultado primário e de juros nominais (%PIB)

Fonte: BCB. Elaboração: STN (com adaptações).

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Os gráficos precedentes apresentam, como percentual do produto interno bruto

(PIB), a evolução das necessidades de financiamento do setor público (NFSP), do

resultado primário e da despesa com juros, conforme apuração do Banco Central

do Brasil. A partir dessas informações e dos conceitos de contabilidade fiscal, julgue

o item seguinte.

As dívidas dos estados e dos municípios não são consideradas no cálculo da dívida

bruta do governo geral (DBGG), razão pela qual o indicador não é adequado para

comparar a dívida do Brasil com a de outros países, por subestimá-la.

Errado.

Existe um erro conceitual na questão! Quando falamos em dívida bruta do governo

geral (DBGG), na verdade, estamos falando das três esferas de Governo.

Falou em “GOVERNO GERAL”, falou nas três esferas de Governo.

Dessa forma, o mencionado indicador é adequado para comparar a dívida do Brasil

com a de outros países, já que não a subestima.

Questão 47    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) No que se refere ao financiamento do

déficit público no Brasil a partir da década de 80 do século passado e de sua relação

com a inflação e o crescimento econômico, julgue o próximo item.

No Brasil, a inflação elevada da década de 80 do século passado ampliou as neces-

sidades operacionais de financiamento do setor público, uma vez que as receitas

tributárias eram estabelecidas em termos nominais e as despesas possuíam sofis-

ticada estrutura de indexação.

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Errado.

Na verdade, ocorria justamente o inverso do que diz a assertiva! O governo usava

indexadores (como a UFIR – Unidade Fiscal de Referência) para fazer com que as

receitas tributárias fossem atualizadas pela inflação, e, por outro lado, as despesas

“possuíam certa rigidez nominal”, de modo que certos atrasos de pagamento gera-

vam ganhos reais para o Governo em virtude da não correção dessas despesas em

muitas situações.

Questão 48    (INÉDITA/2018) Julgue a assertiva abaixo:

Em países de inflação crônica, a defasagem de tempo ocorrida entre o fato gerador

do tributo e a sua efetiva arrecadação aos cofres públicos tende a deteriorar a ar-

recadação tributária em termos reais. Esse fenômeno é chamado seigniorage.

Errado.

A receita de “seignorage” ou de senhorio é o lucro do governo decorrente do mo-

nopólio da emissão de moeda (aumento da base monetária).

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