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AFO – ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF

PDF SINTÉTICO

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240117386709

MANUEL PIÑON

Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é


Professor, voltado para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e
Controle) da Controladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência)
em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do
Brasil) em 1998.

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Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF
Manuel Piñon

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Introdução ao Estudo da LRF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1. Aspectos Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Abrangência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3. Pressupostos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4. Princípios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.5. Equilíbrio das Contas Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.6. Planejamento na LRF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2. Resultado Nominal e Resultado Primário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3. Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. Receita Pública na LRF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1. Receita Corrente Líquida – RCL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2. Renúncia de Receita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5. Despesa Pública na LRF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.1. Geração da Despesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.2. Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.3. A Regra de Ouro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.4. Despesa com Pessoal – Limites. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5.5. Despesa com Seguridade Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6. Transparência, Controle e Fiscalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6.1. Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
6.2. Relatório de Gestão Fiscal – RGF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
6.3. Escrituração, Consolidação e Prestação De Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
7. Destinação de Recursos para Setor Privado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
8. Transferências Voluntárias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

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9. Gestão Patrimonial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
10. O Banco Central na LRF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
11. Dívida Pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
12. Controle, Fiscalização e Prestação de Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
13. Vedações na LRF no Âmbito do Endividamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

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APRESENTAÇÃO
Escrever um livro é algo desafiador. Porém, escrever para o público concurseiro torna
a tarefa ainda mais árdua.
Afinal, há candidatos com diferentes níveis de conhecimento, estudando para seleções
de áreas variadas.
No entanto, existe algo em comum entre aqueles que se preparam para um concurso
público: todos querem a aprovação o mais rápido possível e não têm tempo a perder!
Foi pensando nisso que esta obra nasceu.
Você tem em suas mãos um material sintético!
Isso porque ele não é extenso, para não desperdiçar o seu tempo, que é escasso. De
igual modo, não foge da batalha, trazendo tudo o que é preciso para fazer uma boa prova
e garantir a aprovação que tanto busca!
Também identificará alguns sinais visuais, para facilitar a assimilação do conteúdo. Por
exemplo, afirmações importantes aparecerão grifadas em azul. Já exceções, restrições ou
proibições surgirão em vermelho. Há ainda destaques em marca-texto. Além disso, abusei
de quadros esquemáticos para organizar melhor os conteúdos.
Tudo foi feito com muita objetividade, por alguém que foi concurseiro durante
muito tempo.
Para você me conhecer melhor, comecei a estudar para concursos ainda na adolescência,
e sempre senti falta de ler um material que fosse direto ao ponto, que me ensinasse de um
jeito mais fácil, mais didático.
Enfrentei concursos de nível médio e superior. Fiz desde provas simples, como recenseador
do IBGE, até as mais desafiadoras, sendo aprovado para defensor público, promotor de
justiça e juiz de direito.
Usei toda essa experiência de 16 anos como concurseiro e de outros tantos ensinando
centenas de milhares de alunos de todo o país para entregar um material que possa
efetivamente te atender.
A Coleção PDF Sintético era o material que faltava para a sua aprovação!
Aragonê Fernandes

APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Para você me conhecer melhor, sou Administrador de Empresas, com especialização em
Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
e Professor desde 2014, nas disciplinas Administração Financeira e Orçamentária (AFO),
Direito Financeiro e Finanças e Economia. Também fui Auditor de Finanças e Controle da CGU.

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Como concurseiro, fiz meu primeiro concurso e fui aprovado em 1998, para Auditor da
Receita Federal. Trabalhei por dois anos, pedi exoneração e fui trabalhar na iniciativa privada.
Seis anos depois, voltei a estudar para concursos públicos. Tive algumas reprovações até
ser aprovado na CGU. Ainda na CGU, continuei os estudos até ser aprovado novamente
como Auditor da Receita Federal, em 2010, onde me encontro até hoje, super realizado
profissionalmente.
Assim, venho aprimorando nossos PDFs ao longo desses anos e este material procura
sintetizar toda essa experiência adquirida como concurseiro e como professor.
Espero que goste e que seja decisivo em sua aprovação.

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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LRF

1.1. ASPECTOS INICIAIS

A LRF surge como “Código de Boas Condutas Fiscais”, buscando estabelecer um novo
paradigma para as finanças públicas de nosso país, após anos de alta inflação, sucessivas
crises econômicas e aumento do endividamento público.
A LRF baseia-se nos princípios da administração pública e tem como objetivos
diminuição da dívida pública, estabilização dos preços, desenvolvimento sustentável, entre
outros, de modo que o orçamento público seja efetivamente mecanismo de limitação de
gastos, organização estatal e representação dos anseios sociais.
A LRF regulamenta parte do artigo 163 e todo o contexto do artigo 169 da Constituição
Federal de 1988, no capítulo relativo às finanças públicas, estabelecendo normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, bem como disciplina
outras providências.

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Embora a LRF estabeleça normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na


gestão fiscal, seu objetivo não é revogar nem preencher as lacunas da Lei n. 4.320/1964,
ou seja, a Lei n. 4.320/1964 continua valendo para o ciclo orçamentário, sendo que
a LRF aborda apenas alguns aspectos, como quando acrescenta funções à LOA e,
especialmente à LDO.
RESUMO DA ÓPERA: a LRF não cumpre a função da vindoura Lei Complementar que
disciplinará todo o § 9º do artigo 165 da CF/1988 e que revogará a Lei n. 4.320/1964.

1.2. ABRANGÊNCIA
Em verdade, em termos de abrangência, a LRF estabelece normas de finanças públicas,
a serem observados pelos três Poderes nas três esferas de Governo: federal, estadual,
distrital e municipal, voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
No que diz respeito à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão
compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de
Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as respectivas Administrações

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diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Ainda, a Estados


entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal
de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos
Municípios e Tribunal de Contas do Município.

A LRF é uma lei federal com efeitos gerais ou nacionais, de modo que inexiste necessidade
de outra lei para dar aplicabilidade a seus dispositivos, assim como também inexiste
previsão de lei no âmbito de qualquer âmbito que venha sobrepor a LRF.

Repare que a empresa estatal não dependente (ou independente) não faz parte do
campo de aplicação da LRF, já que é autossustentável, não sofrendo as restrições da LRF,
para poder concorrer com a iniciativa privada em igualdade de condições.

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Nesse contexto, destaque-se que:


1) uma empresa controlada é uma sociedade cuja maioria do capital social com direito
a voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
2) uma empresa estatal dependente é uma empresa controlada que recebe do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio
em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária.
Nem toda empresa estatal controlada é obrigada a cumprir a LRF, mas toda estatal
que segue a LRF é uma estatal controlada.
Note que uma estatal pode ser controlada e não receber do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária, ou
seja, nesse caso é uma estatal controlada independente.

1.3. PRESSUPOSTOS
É importante destacar ainda que responsabilidade na gestão fiscal, por sua vez,
pressupõe:
• ação planejada e transparente;
• prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas;

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• garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados entre


receitas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita e a geração
de despesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de crédito, concessão de
garantia e inscrição em restos a pagar.

1.4. PRINCÍPIOS
São quatro as vigas mestras que sustentam a LRF em seu audacioso projeto de moralizar
a gestão pública brasileira:
1) Planejamento.
2) Transparência.
3) Controle.
4) Responsabilização.
O Planejamento serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a serem
realizadas, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução.
O Planejamento em questão diz respeito às metas, limites e condições para renúncia
e arrecadação de receitas e geração de despesas, refletidas nas peças orçamentárias,
ou seja, no PPA, na LDO e na LOA.
Podemos dizer que o Planejamento é a base do processo de gestão fiscal, já que é por
meio dele que se programará a execução do orçamento, adequando as ações governamentais
ao que fora planejado.
Já a Transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados
com publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios e para isso implica
na divulgação irrestrita dos projetos e dos resultados da administração pública, e para isso
cria novas peças e procedimentos, como o AMF – Anexo de Metas Fiscais, o ARF – Anexo
de Riscos Fiscais, o RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o RGF –
Relatório de Gestão Fiscal, com foco também no uso da internet para essa divulgação.

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No âmbito da Transparência, a LRF prevê ainda a participação popular no orçamento


público, indo além da simples divulgação de dado, buscando dar condições e subsídios à
população, por meio de informações claras e objetivas, para que a sociedade acompanhe
e fiscaliza a atividade dos gestores públicos.
Por seu turno, o pilar do Controle diz respeito a um efetivo acompanhamento da
arrecadação e dos gastos públicos, de modo a possibilitar a efetiva correção nas condutas
gerenciais equivocadas dos administradores, gerenciando o risco por meio de ações
fiscalizadoras e de imposição de prazos na gestão de políticas e de procedimentos, que
podem ser de natureza legal, técnica ou de gestão.
Importante destacar que a LRF, no âmbito do Controle, estabelece diversos mecanismos
de correção de desvios, definindo prazos, formas de adequação e, por último, sanções
institucionais, em caso de descumprimento.
Em verdade, a LRF nos traz um Sistema de Controle Institucional múltiplo que permite
que todos os poderes estejam sujeitos igualmente ao cumprimento de regras e a serem
fiscalizados nesse sentido.
Finalmente, no que diz respeito à Responsabilização, que é a obrigação de prestar
contas e responder por suas ações, a LRF imputa sanções administrativas ao agente e ao
Ente Federado, que violar a norma, tais como o impedimento de receber transferências
voluntárias, a proibição de contratar operações de crédito e prestação de garantias.
Vale destacar que as sanções para condutas, como as que citamos, estão previstas
na Lei 10.028/2000, na Lei de Improbidade 8.429/1992, dentre outras.
Os principais princípios específicos da LRF, que devem ser utilizados na sua
interpretação, são:
• Planejamento ou ação planejada.
• Transparência na gestão fiscal ou das contas públicas – ação transparente.
• Equilíbrio das contas públicas (a seguir comentado).
• Responsabilidade na gestão fiscal ou dos recursos públicos.
• Cumprimento de metas de resultado.

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• Obediência a limites e condições para realização de operações de crédito, inclusive


por antecipação de receita orçamentária.
• Obediência a limites para a dívida consolidada, inclusive para a dívida mobiliária.
• Obediência a limites para despesas com pessoal.
• Cumprimento de condições para geração de despesas de pessoal.
• Cumprimento de condições para geração de despesas da seguridade social (saúde,
previdência e assistência social).
• Cumprimento de condições para geração de despesas obrigatórias de caráter
continuado.
• Cumprimento de condições para renúncia de receita.

1.5. EQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS


Segundo o princípio do equilíbrio orçamentário, o orçamento sempre estará equilibrado,
uma vez que se trata de uma demonstração contábil.

Diferentemente do equilíbrio orçamentário preconizado pelo princípio do equilíbrio, a Lei


de Responsabilidade Fiscal traz uma nova noção de equilíbrio para as contas públicas: o
equilíbrio das chamadas “contas primárias”, traduzida no Resultado Primário equilibrado.

Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio autossustentável,


ou seja, aquele que prescinde de operações de crédito e, portanto, que não resulta em
aumento da dívida pública.

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1.6. PLANEJAMENTO NA LRF


O planejamento serve para determinar os objetivos e as ações a serem realizadas,
compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução, envolvendo também
os limites e condições para renúncia e arrecadação de receitas e geração de despesas,
refletidas nas peças orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual – PPA, na Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO (e seus anexos) e na Lei Orçamentária Anual – LOA.

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A Lei Complementar – LC 200/2023, que instituiu o novo regime fiscal (arcabouço)


fiscal, trouxe novos dispositivos para a LRF, ampliando ainda mais as atribuições da LRF.
Assim, a LDO deve apresentar um quadro demonstrativo do cálculo da meta do resultado
primário que evidencie os principais agregados de receitas e despesas, os resultados,
comparando-os com os valores programados para o exercício em curso e os realizados
nos 2 (dois) exercícios anteriores, e as estimativas para o exercício a que se refere a lei de
diretrizes orçamentárias e para os subsequentes.
No caso da União, o Anexo de Metas Fiscais deve contemplar:
I – as metas anuais para o exercício a que se referir e para os 3 (três) seguintes, com o
objetivo de garantir sustentabilidade à trajetória da dívida pública;
II – o marco fiscal de médio prazo, com projeções para os principais agregados fiscais que
compõem os cenários de referência, distinguindo-se as despesas primárias das financeiras
e as obrigatórias daquelas discricionárias;
III - o efeito esperado e a compatibilidade, no período de 10 (dez) anos, do cumprimento
das metas de resultado primário sobre a trajetória de convergência da dívida pública,
evidenciando o nível de resultados fiscais consistentes com a estabilização da Dívida Bruta
do Governo Geral (DBGG) em relação ao Produto Interno Bruto (PIB);
IV – os intervalos de tolerância para verificação do cumprimento das metas anuais de
resultado primário, convertido em valores correntes, de menos 0,25 p.p. (vinte e cinco
centésimos ponto percentual) e de mais 0,25 p.p. (vinte e cinco centésimos ponto percentual)
do PIB previsto no respectivo projeto de lei de diretrizes orçamentárias;
V – os limites e os parâmetros orçamentários dos Poderes e órgãos autônomos compatíveis
com as disposições estabelecidas na LRF;
VI – a estimativa do impacto fiscal, quando couber, das recomendações resultantes da
avaliação das políticas públicas;
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar essas medidas, total
ou parcialmente.
A LDO não pode dispor sobre a exclusão de quaisquer despesas primárias da apuração
da meta de resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

2. RESULTADO NOMINAL E RESULTADO PRIMÁRIO


Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas primárias, delas excluídos
os juros, receitas financeiras (aplicações), receita de privatizações, encargos e o principal
da dívida pública (pagos e recebidos) etc.
As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias deduzidas as
operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações financeiras e retorno

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de operações de crédito ( juros e amortizações), o recebimento de recursos oriundos de


empréstimos concedidos e as receitas de privatizações.
As despesas primárias correspondem ao total das despesas orçamentárias deduzidas as
despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com a aquisição de títulos de
capital integralizado e as despesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.
Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e todas as despesas
empenhadas, incluindo os juros e o principal da dívida e ainda acrescentando as receitas
financeiras.
O Demonstrativo do Resultado Nominal apresenta a apuração do resultado nominal.
Esse demonstrativo integra o RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e
deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre.
O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evolução da Dívida
Fiscal Líquida.
Bem, em relação ao cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, a LRF
orienta a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente.
Visando sempre a responsabilização do titular do Poder ou órgão, no que se refere à
gestão dos recursos e do patrimônio públicos, a regra matriz do cumprimento de metas
de resultado é disciplinada nos artigos 14 e 17 da LRF.
O artigo 14, que trata da renúncia de receita, prevê que a concessão ou ampliação de
incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá
estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em
que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias e ainda a demonstração, pelo proponente, de que a renúncia foi considerada
na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados
fiscais previstas no anexo próprio da LDO.
O cumprimento de metas de resultado pode ser alcançado por meio do monitoramento
constante entre a arrecadação de receitas e o dispêndio de recursos.
Assim, deve sempre ser verificado, ao final de cada bimestre, se a realização da receita
comporta a execução das despesas fixadas, caso contrário, o cumprimento das metas de
resultado primário e nominal estaria comprometido.

Obs.: Caso seja verificado, ao final de cada bimestre, que a realização da receita poderá
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão,
por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes,
limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados
pela LDO.

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Amigo(a), chamo a sua atenção para o fato de que o cumprimento das metas de
resultado primário e nominal é demonstrado no Anexo de Metas Fiscais.
Pode-se observar que a essência da LRF (em termos de resultado) são as metas de
resultado primário e nominal.

3. EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E CUMPRIMENTO DE METAS


De acordo com o artigo 8º da LRF, até trinta dias após a publicação dos orçamentos (da
LOA), nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a programação
financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Importante destacar que, em atendimento ao artigo 8º parágrafo único da LRF, aqueles
recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão utilizados exclusivamente
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
No que diz respeito aos precatórios, a LRF em seu artigo 10 dispõe que: “a execução
orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais,
por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância
da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição”.
Por sua vez, o artigo 13º da LRF determina que o Poder Executivo deve, até trinta dias
após a publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das receitas em metas
bimestrais de arrecadação, informando quais medidas serão adotadas para o combate
à sonegação, na cobrança da dívida ativa e referente aos créditos executáveis pela via
administrativa.
Ressalte-se a importância dessa medida, uma vez que tais metas bimestrais de
receita servirão de parâmetro para a limitação de empenho e movimentação financeira.
Falando em limitação de empenho e movimentação financeira, o artigo 31, § 1º, II,
da LRF determina que limitação de empenho também será promovida pelo ente que
ultrapassar o limite para a dívida consolidada, para que obtenha o resultado primário
necessário à recondução da dívida ao limite.
Em função de decisão do STF (ADIN 2238), atualmente o Poder Executivo não pode
limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público caso estes não promovam a
limitação no prazo estabelecido no caput do artigo 9º, ou seja, existe a limitação de empenho
aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por ato
próprio e não pelo executivo.
Essa decisão do STF, que julgou como inconstitucional o § 3º do artigo 9º da LRF foi
baseada na ideia de que esse dispositivo feria o Princípio da Separação dos Poderes.
É importante destacar que a LRF, em seu artigo 9º, § 2º, apresenta despesas que
não podem sofrer a limitação de empenho, que é o caso das despesas que constituam

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obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do


serviço da dívida, além daquelas ressalvadas pela LDO.
A LC 177, de 12/01/2021 também incluiu nesse rol as relativas à inovação e ao
desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo criado para tal finalidade.
Ainda sobre esse tema, a LRF, em seu artigo 9º, § 1º, dispõem que caso ocorra o
restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados ocorrerá de forma proporcional às reduções efetivadas.
Destaque-se ainda que, de acordo com o artigo 65 da LRF, em situações extremas,
como estado de defesa e/ou de sítio, decretado na forma da Constituição, ou na ocorrência
de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas
Assembleias Legislativas, na hipótese dos estados e municípios, enquanto perdurar a
situação serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de
empenho prevista no art. 9º dessa norma.

4. RECEITA PÚBLICA NA LRF


No âmbito da Receita Pública, a LRF nos diz ser requisito essencial da responsabilidade
na gestão fiscal, a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos
da competência constitucional do Ente.

Fica proibida a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe tal
determinação no que se refere aos impostos, ou seja, a vedação quanto às transferências
voluntárias se refere apenas aos impostos e não aos tributos, não alcançando, entretanto,
as transferências voluntárias destinadas às ações nas áreas de assistência social, saúde
e educação.

No que tange às previsões de receitas, a LRF em seu artigo 12 assim dispõe:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos
das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos
últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia
de cálculo e premissas utilizadas.

Registre-se ainda que, de acordo com o artigo 13 da LRF, as receitas previstas serão
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação,

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da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

4.1. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA – RCL


A Receita Corrente Líquida – RCL, que representa o total das receitas correntes, diminuídas
de algumas receitas estabelecidas pela própria LRF, será apurada somando-se as receitas
arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades
(portanto pode exceder um exercício financeiro).
Na UNIÃO as deduções são:
• valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal;
• contribuições sociais para a seguridade social do trabalhador e dos demais segurados
da previdência social;
• contribuições sociais para a seguridade social do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
• a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência;
• arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social – PIS
e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP;
• as receitas provenientes da compensação financeira dos diversos regimes de
previdência, na contagem recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana. É imprescindível, para tanto, que as
referidas receitas estejam adequadamente contabilizadas em contas próprias que as
identifiquem. Quando a compensação for entre o Regime Próprio de Previdência do
Servidor e o Regime Geral de Previdência Social, essa receita deverá ser computada
como intraorçamentária.
Para os Estados, DF e Municípios não se aplicam as Contribuições do Empregador e
Trabalhadores para a Seguridade Social, pois se referem às contribuições para o RGPS,
exclusivo da União. Também não se aplicam às Contribuições para PIS/PASEP.
Para os Estados, nas parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional
ou legal, serão consideradas as transferências constitucionais ou legais entre entes, de modo a
identificar a receita que efetivamente pertence a cada ente, ou seja, são consideradas apenas as
transferências que tratam de repartição de receita tributária. Nesse contexto, estão inseridas
as repartições da arrecadação do ICMS, do IPVA, bem como das receitas provenientes da Lei
Complementar n. 61/1989, que dispõe sobre o IPI, e da Lei Complementar n. 87/1996 (Lei Kandir).

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Serão computados, ainda, os valores pagos e recebidos em decorrência do Fundo de


Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação – FUNDEB, estabelecido no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.
Para os Estados, as deduções são:
• as parcelas entregues aos Municípios, por determinação constitucional ou legal;
• a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência;
• as receitas provenientes da compensação financeira dos diversos regimes de previdência,
na contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana. É imprescindível, para tanto, que as referidas receitas estejam
adequadamente contabilizadas em contas próprias que as identifiquem.
Na RCL dos Estados do Amapá e de Roraima, não serão considerados os recursos
recebidos para atendimento das despesas com pessoal a cargo da União prevista nos
incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e no art. 31 da Emenda Constitucional n. 19.
As Transferências Constitucionais e Legais não se aplicam aos municípios, pois estes
não possuem transferências para União ou Estados, nem as Contribuições para o Custeio
de Pensões Militares, visto que não possuem força militar.
Para os Municípios, as deduções são:
• a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência;
• as receitas provenientes da compensação financeira dos diversos regimes de previdência,
na contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade
privada, rural e urbana. É imprescindível, para tanto, que as referidas receitas estejam
adequadamente contabilizadas em contas próprias que as identifiquem.
No caso do DF temos particularidades inerente ao fato de que esse ente tem
competências tributárias de Estado e de Município e que na RCL do Distrito Federal, não
serão considerados os recursos recebidos para atendimento das despesas com pessoal
a cargo da União prevista nos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e no art. 31 da
Emenda Constitucional n. 19.

4.2. RENÚNCIA DE RECEITA


A partir da vigência da LRF, tais iniciativas deverão atender, não só ao que dispuser a
LDO, mas também aos seguintes requisitos:
• Estimar o impacto orçamentário financeiro no exercício inicial de sua vigência e nos
dois seguintes.
• Demonstrar que a renúncia delas decorrente foi considerada ao se estimar a receita
do orçamento e que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na LDO.

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• Prever medidas de compensação nos três exercícios já referidos, podendo ser por
meio de: elevação de alíquota, ampliação da base de cálculo ou novos tributos ou
contribuições, sendo que nos dois últimos casos o benefício só entrará em vigor após
a ocorrência do aumento da receita.
Essas medidas deverão observar ainda, o princípio da anterioridade, nos termos do
Código Tributário Nacional. Guarde que estão isentos das restrições anteriores apenas
os cancelamentos de débitos em valor inferior aos seus custos de cobrança, assim como
às alterações das alíquotas dos tributos de natureza extrafiscal (II, IE, IPI, IOF).
Ainda a respeito da renúncia de receitas, lembre-se que, de acordo com artigo 5º, II,
da LRF, o projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA e com a LDO será
acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira,
tributária e creditícia, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e
ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado.

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5. DESPESA PÚBLICA NA LRF

5.1. GERAÇÃO DA DESPESA


A geração de despesa é o aumento de despesa por meio de criação, expansão ou
aperfeiçoamento de ação governamental.
A regra básica da LRF para todo e qualquer aumento de despesa pode ser assim traduzida:
toda e qualquer despesa que não esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro nos três primeiros exercícios de sua vigência, da sua adequação (declarada pelo
Ordenador da despesa) orçamentária e financeira com a LOA, e compatibilidade com o
PPA e a LDO e, no caso de despesa obrigatória de caráter continuado, de suas medidas
compensatórias, é considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público.

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Atenção: a despesa precisa estar adequada à LOA e compatível com o PPA e a LDO.
Cuidado com um eventual trocadilho de palavras!
Uma despesa é adequada à LOA quando dispõe de dotação específica e suficiente,
ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que, somadas todas as despesas
da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam
ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício.
Podemos dizer que uma despesa é compatível com PPA e LDO quando está de acordo
com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas neles previstos e não contrarie suas
disposições.
Essa norma é condição prévia, não só para a aquisição de bens, serviços e obras, como
também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo com a Constituição,
deverá ser paga em dinheiro.

5.2. DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO – DOCC


A DOCC – Despesa Obrigatória de Caráter Continuado é a despesa corrente derivada
de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a
obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios financeiros.
A LRF considerou que as DOCCs são despesas com maior potencial ofensivo ao equilíbrio
das contas públicas. Logo, devem ser objeto de maior rigor para serem contraídas.
A despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente:
• derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo; e
• geradora de obrigação legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios.
Guarde esses 5 pontos relevantes para que seja possível a criação ou aumento das DOCCs:
1) Os atos que criarem ou aumentarem despesa deverão ser instruídos com a estimativa
prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
2) O ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada
não afetará as metas de resultados fiscais, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos
seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente
de despesa.
3) Considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas,
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
4) A comprovação referida no item 3, apresentada pelo proponente, conterá as premissas
e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa
com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

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5) A DOCC não será executada antes da implementação das medidas referidas no item
2, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
O roteiro é o seguinte:
Ao se criar uma despesa obrigatória de caráter continuado, o poder público deverá
inserir no ato de sua criação, comprovação de que a despesa criada ou aumentada não
afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais, devendo seus
efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente
de receita ou pela redução permanente de despesa.
Essa comprovação anteriormente mencionada será efetivada mediante demonstração
das premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo da compatibilidade da
despesa com as demais regras do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
Por sua vez, o aumento permanente de receita é o proveniente da elevação de alíquotas,
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
A despesa de caráter continuado não poderá ser executada antes da comprovação de que
esse gasto não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais.

Observe que já listamos uma série de vedações impostas pela LRF aos Gestores Públicos
no intuito de torná-los responsáveis. Essa é a idéia da LRF.
A geração de despesa de caráter continuado destinada ao serviço da dívida e
ao reajustamento de remuneração ou subsídio dos servidores públicos dispensa a
demonstração da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes.
Em relação ao reajustamento de remuneração ou subsídio dos servidores público
anteriormente excepcionada, estamos falando apenas daquela revisão geral anual, sempre
na mesma data e sem distinção de índices da remuneração dos servidores e do subsídio de
membro de Poder, de detentor de mandato eletivo, de Ministros de Estado e de Secretários
Estaduais e Municipais, que é uma revisão para apenas manter o poder de compra.

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Os reajustes para aumentar o poder aquisitivo, como os que ocorrem em percentuais


acima da inflação do período, devem seguir as regras da LRF.
Também considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela despesa criada
por prazo determinado.

5.3. A REGRA DE OURO


A chamada “regra de ouro” pretende dificultar a contratação de empréstimos para
financiar gastos correntes, evitando que o Ente tome dinheiro emprestado de terceiros
para pagar despesas de pessoal, juros ou outros gastos de custeio.
RESUMO DA ÓPERA: o endividamento público, se houver, deve ser vinculado à realização
de investimentos, e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços.
A “regra de ouro”, prevista na CF/1988, previu exceção, mas pela redação da LRF,
não são admitidas exceções.

Não serão computadas como despesas de capital para esta finalidade:


1) o montante referente às despesas realizadas, ou constantes da lei orçamentária,
conforme o caso, em cumprimento da devolução a que se refere o art. 33 da Lei Complementar
n. 101, de 2000.
2) as despesas realizadas e as previstas que representem empréstimo ou financiamento
a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de

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competência do ente da Federação, se resultar na diminuição, direta ou indireta, do


ônus deste; e
3) as despesas realizadas e as previstas que representem inversões financeiras na
forma de participação acionária em empresas que não sejam controladas, direta ou
indiretamente, pela União ou pelos demais entes da Federação, excetuando-se aquelas
decorrentes da participação em organismos financeiros internacionais.
As receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública
mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada
a respectiva despesa.
As operações de antecipação de receitas orçamentárias não serão computadas para
os fins de cumprimento da regra de ouro, desde que liquidadas no mesmo exercício em
que forem contratadas.
Aqui, além de as empresas controladas não dependentes (independentes) não
integrarem o orçamento, cabe o comentário de que a contabilidade empresarial, que é
utilizada pelas sociedades de economia mista, se sociedade anônima, obrigatoriamente,
por força da Lei n. 6.404 e empresas públicas, não apresenta a dicotomia, própria da
administração pública, entre despesas de capital e despesas correntes.
Aliás, admitir-se que a “regra de ouro” alcança as estatais não dependentes levaria a
uma situação no mínimo esdrúxula: a administração direta, pela exceção constante do
art. 167, III, pode, presente autorização orçamentária excepcional, realizar operações de
crédito além do montante das despesas de capital. Às estatais não dependentes, por não
serem, de modo algum, objeto de legislação orçamentária, o impedimento seria absoluto.
Como as receitas e despesas das controladas não dependentes (independentes)
não integram o orçamento do ente político, não há como onerar o limite de operações
de crédito deste com as operações daquelas.

5.4. DESPESA COM PESSOAL – LIMITES


É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido
nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
A CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,
inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A ideia aqui também é evitar o aumento do endividamento para gastar com despesas
correntes, o que agride frontalmente a regra de ouro.

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A LRF estabelece os limites máximos para a despesa total com com pessoal de cada
Poder e órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as
despesas com pessoal será realizada ao final de cada quadrimestre.

A LRF estabeleceu em seu artigo 18 o que se entende por despesa total com pessoal,
compreendendo o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e
os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares
e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos
e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões,
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza,
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
É importante destacar que outras despesas consideradas como indenizatórias não
são consideradas espécies remuneratórias, não entrando, dessa forma, no cálculo do
percentual de despesas com pessoal, tais como auxílio-alimentação, assistência pré-
escolar e auxílio-transporte.
É importante destacar ainda que os Tribunais de Contas devem alertar os Poderes
quando constatarem que a despesa com pessoal chegou a 90% do limite, os montantes
de dívida consolidada e mobiliária forem superiores a 90% do limite (LIMITE DE ALERTA) e
quando os gastos com inativos e pensionistas esteja acima do limite definido em lei.
Vale ressaltar que se a despesa com pessoal exceder 95% dos limites (LIMITE
PRUDENCIAL) estabelecidos, o Poder ou órgão NÃO PODE: dar aumento aos servidores –
ressalvada a revisão anual (inflação), criar cargo, emprego ou função, conceder hora extra,

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fazer alteração na estrutura que gere aumento de despesa, dar provimento de cargo
público (a não ser que haja aposentadoria ou falecimento do servidor nas áreas de saúde,
educação e segurança.

Em relação aos estouros das Despesas com pessoal, a LRF determina que deve ser
reconduzida ao limite nos próximos 2 quadrimestres, sendo de pelo menos 1/3 nos
primeiros 4 meses. No tocante à Dívida pública, a LRF obriga o ente a reconduzi-la ao limite
nos próximos 3 quadrimestres, sendo pelo menos 25% no primeiro.

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5.5. DESPESA COM SEGURIDADE SOCIAL


No que diz respeito às despesas com a seguridade social, guarde a regra geral é que
nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado
ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências
do artigo 17 da LRF que trata das despesas obrigatórias de caráter continuado.

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A seguridade social engloba saúde, previdência e assistência social, inclusive os


destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

Mas aqui também temos exceções, ou seja, é dispensada da compensação por aumento
permanente de receita ou pela redução permanente de outras despesas se o aumento
de despesa decorrer de:
1) concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista
na legislação pertinente;
2) expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
3) reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

6. TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO


Consideram-se instrumentos de transparência, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público, de acordo com o seu artigo 48:
• os planos, os orçamentos e a LDO;
• as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e a sua versão simplificada;
• RGF – Relatório de Gestão Fiscal e a sua versão simplificada.
A transparência da gestão pública exige também o incentivo à participação popular
e pela realização de audiências públicas, tanto durante a elaboração como no curso da
discussão dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos.

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Como foco na promoção da transparência da gestão pública, a Lei Complementar – LC n.


131/2009 reforçou o incentivo à participação popular e à realização de audiências públicas,
e também a liberação de informações em tempo real e a adoção de um Sistema Integrado
de Administração Financeira.
Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à
disposição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder Legislativo como do órgão
técnico responsável por sua elaboração.
Tratando-se da União, as contas devem ser acompanhadas por demonstrativos,
confeccionados pelo Tesouro Nacional e pelas agências financeiras oficiais de fomento,
especificando as aplicações efetuadas com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social, assim como o impacto fiscal das operações realizadas pelas agências
de fomento.
Nessa pegada, a LC n. 131/2009 e a LC n. 156/2016 agregaram dispositivos à LRF com
o objetivo de fortalecer das regras de transparência e viabilizar o controle social, ou
seja, a participação da sociedade no acompanhamento e na verificação da execução das
políticas públicas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados, visando assegurar
que os recursos públicos sejam bem empregados em benefício da população.

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É importante destacar que as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo


devem ficar disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no
órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos
e instituições da sociedade.

Vale ressaltar ainda que, para os Municípios, de acordo com a CF/1988, as contas devem
permanecer, durante 60 dias, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação,
o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF ampliou o
prazo constitucional de 60 dias para todo o exercício também para as contas municipais.

No caso da prestação de contas da União, guarde que ela deve conter demonstrativos
do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o BNDES,
especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos
orçamentos fiscais e da seguridade social e no caso das agências financeiras, avaliação
circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
Ainda em relação à Transparência na Gestão Fiscal, a LRF enfatiza o papel da fiscalização
da gestão fiscal.
Assim, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas,
e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o
cumprimento das normas da LRF, com ênfase no que se refere a:
1) Atingimento das metas estabelecidas na LDO.
2) Limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em restos a pagar;
3) Medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal.
4) Providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolidada e
mobiliária aos respectivos limites.
5) Destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos.
6) Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
É de competência privativa do Presidente da República prestar, anualmente, ao
Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior.
Em decisão proferida na ADIN 2324, o STF suspendeu a aplicação do caput dos artigos
56 e 57 da LRF no sentido de que esses dispositivos são incompatíveis com o texto da
CF/1988, no que diz respeito ao fato de que apenas as contas do Poder Executivo devem ser
julgadas pelo Poder Legislativo, cabendo ao TCU a competência de julgar as contas dos demais
poderes. Assim, tais dispositivos não tem aplicabilidade prática, estando suspensos.

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Se na questão falar “nos termos da literalidade da LRF”, você pode marcar como
está escrito na LRF. Entretanto, se na questão disser “de acordo com a jurisprudência”
siga o entendimento do STF na ADIN 2324.
Guarde ainda que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do
Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas na LRF.
Falando em Tribunais de Contas, é importante destacar que eles cumprem o relevante
papel de verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder
e órgão e de alertar os Poderes ou órgãos quando constatarem:
1) A possibilidade de a realização da receita não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO.
2) Quando o montante da despesa total com pessoal e das dívidas consolidada e mobiliária,
das operações de crédito e da concessão de garantia se encontrarem acima do limite de
alerta, ou seja, acima de 90% dos respectivos limites.
3) Quando os gastos com inativos e pensionistas se encontrarem acima do limite
definido em lei.
4) Fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de
irregularidades na gestão orçamentária.
O TCU ainda exerce, especificamente, o papel de acompanhar o Banco Central (BACEN)
para garantir que ele apenas compre diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua carteira, e o papel e de garantir que
o Tesouro Nacional não compre títulos da dívida pública federal existentes na carteira do
BACEN, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

6.1. RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA – RREO


A LRF, em seus artigos 52 e 53, especificou e uniformizou em caráter nacional, os
parâmetros necessários à elaboração do chamado Relatório Resumido da Execução
Orçamentária – RREO, de modo a permitir que a sociedade conheça, acompanhe e analise o
desempenho da execução orçamentária de cada ente ainda durante o exercício financeiro.
Trata-se de documento cuja publicação é comandada pela própria Constituição
Federal, por intermédio de seu § 3º do art. 165, devendo ocorrer em até trinta dias após
o encerramento de cada bimestre.
O RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária é composto de duas peças
básicas e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são:
1) balanço orçamentário, cuja função é especificar por categoria econômica, as receitas
por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; as despesas
por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo.

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2) o demonstrativo de execução das receitas (por categoria econômica e fonte) e das


despesas (por categoria econômica, grupo de natureza, função e sub função).
Nessas peças, devem constar também os valores referentes ao refinanciamento da dívida
mobiliária destacados dentre as demais receitas de operações de crédito e as despesas
com amortização de dívida.
Já os demonstrativos de suporte visam evidenciar a receita corrente líquida, as receitas
e despesas previdenciárias, os resultados primário e nominal, as despesas com juros e os
valores inscritos em restos a pagar.
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por
divulgar semestralmente os demonstrativos de suporte do RREO, mas o RREO em si
deve ser divulgado bimestralmente por todos os entes, sem exceção.
Tratando-se do Relatório de último bimestre de cada exercício, exige-se a
demonstração das projeções atuariais dos regimes de previdência social (geral e próprio
dos servidores), da variação patrimonial (evidenciando a alienação de ativos e a aplicação
dos respectivos recursos) e da conformidade do montante das operações de crédito
com aquele das despesas de capital, nos termos previstos no inciso III do art. 167 da
Constituição.
As limitações impostas ao empenho de dotações devem ser justificadas, assim como
relacionadas as medidas destinadas à elevação da arrecadação, no caso de frustração na
previsão de receitas.
Destaque-se ainda que um eventual descumprimento do prazo de publicação do RREO
impedirá, até a sua regularização, que o Ente receba transferências voluntárias e contrate
operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da
dívida mobiliária.

6.2. RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL – RGF


Do ponto de vista do regime de finanças públicas implantado com a LRF, o Relatório de
Gestão Fiscal – RGF ocupa posição central no que diz respeito ao acompanhamento das
atividades financeiras do Estado.
Cada um dos Poderes, além do Ministério Público, deve emitir o seu próprio Relatório
de Gestão Fiscal, a cada quadrimestre, abrangendo todas as variáveis imprescindíveis à
consecução das metas fiscais e à observância dos limites fixados para despesas e dívida.
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar
semestralmente o Relatório de Gestão Fiscal.
O RGF deve ser publicado até 30 dias após o encerramento do período a que
corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

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O descumprimento do prazo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o Ente
receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas
ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
Constam, portanto, do RGF:
• as informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de que trata
a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas consolidada e mobiliária, da concessão
de garantias, das operações de crédito e das despesas com juros;
• elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos seus
respectivos limites; tratando-se do último quadrimestre, demonstração do montante das
disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despesas inscritas em restos a pagar.
Somente no último quadrimestre, o RGF deve conter os seguintes demonstrativos:
1) Do montante das disponibilidades de caixa em 31/12;
2) Da inscrição em restos a pagar, das despesas liquidadas; empenhadas e não
liquidadas; empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade
de caixa; não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram
cancelados; e
3) Do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do artigo 38, que
trata das operações de crédito por ARO – Antecipação de Receita Orçamentária.
É importante destacar ainda que o RREO e o RGF devem ser elaborados de forma
padronizada e seus modelos podem ser atualizados pelo conselho de Gestão Fiscal – CGF.
Falando em conselho de Gestão Fiscal – CGF, que ainda não existe por falta de lei
para sua implementação, é importante informar que a ele caberá o acompanhamento e a
avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal, sendo
composto representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público
e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:
1) harmonização e coordenação entre os entes da Federação.
2) disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do
gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência
da gestão fiscal.
3) adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações
de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata a LRF, normas
e padrões mais simples para os pequenos municípios, bem como outros, necessários ao
controle social.
4) divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
No âmbito da LRF, o CGF deve fomentar premiação e reconhecimento público aos titulares
de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social,
conjugados com a prática de uma gestão fiscal.

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Ressalte-se que, enquanto não implantado o Conselho de Gestão Fiscal, edição


de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de
contabilidade da União.

6.3. ESCRITURAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS


De acordo a LRF, em seu artigo 50, além de obedecer às demais normas de contabilidade
pública, a escrituração das contas públicas deve evidenciar:
1) a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos
vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados
de forma individualizada.
2) a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de
competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros
pelo regime de caixa.
3) as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações
e as operações de cada órgão, fundo ou entidade da Administração direta, autárquica e
fundacional, inclusive empresa estatal dependente.
4) as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos
financeiros e orçamentários específicos.
5) as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de
financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas
de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando,
pelo menos, a natureza e o tipo de credor.
6) a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos
recursos provenientes da alienação de ativos.
A LRF ainda obriga a implantação de um sistema de custos que permita a avaliação e
o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, e que, no caso de
elaboração de demonstrações conjuntas, sejam excluídas as operações intragovernamentais
(dentro da mesma esfera de governo).
Além disso, a LRF dispõe que a edição de normas gerais para consolidação das contas
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado
o conselho de gestão fiscal.
De acordo a LRF, em seu artigo 51, no que diz respeito à consolidação das contas
públicas, o Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de junho, a consolidação,
nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício
anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
Para isso, os estados e os municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da
União até o dia 30 de abril.

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Seguindo a mesma linha do que vale para o RGF e para o RREO, o descumprimento dos
mencionados prazos, até que a situação seja regularizada, impede que o ente da Federação
receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas
ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Importante registrar que os principais dispositivos da LRF que tratam sobre prestação
de contas estão com eficácia liminarmente suspensa devido a uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade – ADIN no STF.

Nesse ponto, o STF diz que qualquer prestação de contas por órgão não vinculado ao
Executivo somente pode ser objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal de Contas e
que a inclusão das contas referentes às atividades financeiras dos Poderes Legislativo,
Judiciário e do Ministério Público, dentre aquelas prestadas anualmente pelo Chefe do
EXECUTIVO, tornaria inócua a distinção entre apreciar e julgar as contas, já que todas as
contas seriam passíveis de controle técnico, a cargo do Tribunal de Contas, e político, de
competência do Legislativo.
Dessa forma, o caput do artigo 56 da LRF, que determina que “as contas prestadas
pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes
dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, as quais
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas” está suspenso.
O STF também suspendeu os seguintes dispositivos:

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de
sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais
ou nas leis orgânicas municipais.
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes
o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou
órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

O entendimento do STF é o de que a referência, nele contida, a “contas de poder”


evidencia a abrangência do termo “contas” constante do caput desse artigo, relativas à
atividade financeira dos administradores e demais responsáveis por dinheiros e valores
públicos, que somente poderiam ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas
competente, nos termos do artigo 71, inciso II, da CF/1988.

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Essa decisão reforça esse entendimento o fato de que essa regra disciplina o procedimento
de apreciação das contas especificadas no artigo 56 da LRF, que também pretendia as
contas resultantes da atividade financeira dos órgãos componentes de outros poderes à
opinião do Tribunal de Contas.

Obs.: Por seu turno, o TCU – Tribunal de Contas da União manifestou entendimento de
que a medida cautelar concedida pelo STF em que foi suspensa a eficácia do caput
dos artigos 56 e 57 da LRF não alterou a estrutura do relatório sobre as contas do
Governo da República, já que continua contemplando a gestão e o desempenho dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e do MPU – Ministério Público da União.
Ressalte-se, entretanto, que o parecer prévio é exclusivo para o Chefe do Poder Executivo,
cujas contas serão julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional, mas o TCU pode apreciar,
em processo específico, o cumprimento, por parte dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, das disposições da LRF.
Guarde ainda que continuam válidas as demais determinações da LRF sobre as prestações
de contas:
1) as contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito da União, pelos
Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos
respectivos tribunais; dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando
as dos demais tribunais.
2) A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à
previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e
combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa
e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de
contribuições.
3) Deve ser dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas
ou tomadas.
4) Para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas próprias contas, a CMO
– Comissão Mista de Orçamento prevista na CF/1988, ou equivalente das Casas Legislativas
estaduais e municipais, deve emitir parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas.

7. DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA SETOR PRIVADO


O artigo 26 da LRF estabelece a regra básica para toda e qualquer destinação de
recursos públicos ao setor privado: a sua autorização por lei específica. E, como requisitos
adicionais, é exigida a observância das disposições da LDO, além da sua previsão na lei
orçamentária ou em crédito adicional.

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Obs.: Equiparam-se às transferências e sujeitam-se às mesmas normas, as concessões de


empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, prorrogação e composição de dívidas,
concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.
Sempre que o ente beneficiário de uma operação de crédito não estiver sob controle
direto do ente transferidor dos recursos, os encargos financeiros da operação, as comissões
e outras despesas não poderão ser inferiores ao que dispuser a lei ou ao seu custo
de captação.
Por sua vez, a LRF proíbe taxativamente o socorro às instituições do Sistema
Financeiro Nacional – SFN.
Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a repetição de programas nos moldes
do PROER, feito para socorrer instituições integrantes do SFN.
Para tanto, a solução para eventuais situações de insolvência é a criação de fundos
e outras formas legais que forneçam cobertura a essas instituições.

8. TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
A transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não
decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
A LRF resguarda em seu artigo 25, a garantia para a continuidade de transferências
voluntárias relativas as ações de saúde, educação e assistência social. Isto no que diz
respeito àqueles convênios já em execução.

Em regra, o ente que estivesse descumprindo a LRF não podia contratar novos convênios,
nem mesmo aqueles destinados às ações de saúde, educação e assistência social. Entretanto
com a modificação no artigo 65 da LRF trazida pela LC 173/2020, tal exigência foi
excepcionada.

A LRF também estabelece regras para transferências voluntárias de recursos entre os


entes da federação e destinação de recursos públicos para o setor privado.
Relacionamos a seguir as exigências para a realização de transferência voluntária,
além daquelas estabelecidas na respectiva LDO:
• dotação específica;
• não usar os recursos para pagar despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

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• comprovar que o beneficiário:


− que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financia-
mentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
recursos anteriormente dele recebidos;
− cumpre os limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
− observa os limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa
total com pessoal;
− dispões de previsão orçamentária de contrapartida.
Guarde ainda que é vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da
pactuada e que, para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias
constantes da LRF, são exceção ações das áreas de educação, saúde e assistência social.
Para municípios com menos de 50.000 habitantes são estabelecidas regras de transição
e tratamento diferenciado às suas administrações. Essas regras têm bastante fundamento,
posto que esses municípios são carentes de recursos humanos, materiais e financeiros.

9. GESTÃO PATRIMONIAL
O tema gestão patrimonial está presente nos artigos 43 a 47 da LRF, onde a LRF trata
dos seguintes tópicos sobre gestão patrimonial:
1) disponibilidades de caixa;
2) preservação do patrimônio público; e
3) empresas controladas pelo setor público.
A LRF determina ainda regras de gerência das gestões patrimonial e financeira relacionadas
às disponibilidades de caixa, preservação do patrimônio público e empresas controladas,
além de impor restrições de gastos no último ano do final dos mandatos do Presidente
da República, Governadores de Estados e Distrito Federal, Prefeitos, presidentes dos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Tribunais de Contas, presidentes de
autarquias, dirigentes de fundações públicas, reitores das universidades entre outros.
As regras acerca das disponibilidades de caixa é o assunto que é mais cobrado em
provas dentro do tema gestão patrimonial.
A Conta Única do Tesouro visa, em conformidade com o disposto no artigo 164 da
CF/1988, centralizar as disponibilidades financeiras da União. Esse dispositivo, determina
que as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos
estados, do Distrito Federal, dos municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público
e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os
casos previstos em lei.

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A LRF determina ainda que as disponibilidades de caixa dos regimes de previdência


social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos
a que se referem os artigos 249 e 250 da CF/1988 ficarão depositadas em conta separada
das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com
observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira
Existe a proibição de que essas disponibilidades sejam aplicadas em:
1) Títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis
relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação.
2) Empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a
suas empresas controladas.
Na segunda parte da LRF que trata da gestão patrimonial, onde temos os artigos 44 a
46, temos dispositivos que visam a preservação do patrimônio público.
A ideia é impedir que os entes públicos dilapidem o seu patrimônio, via alienação
desregrada de bens e direitos, para gastar com despesas correntes, exceto nos casos
legalmente previstos (aplicação nos regimes de previdência). É como se fosse uma regra onde
uma família não pode vender a casa ou o carro para gastar com supermercado ou telefone.
A ideia do artigo 46 é assegurar que existam recursos para a desapropriação antes da
expedição do ato.
Na terceira parte da LRF que trata da gestão patrimonial, onde temos o artigo 47,
temos dispositivos que visam regular os casos em que empresas controladas pelo Estado
que firmarem contrato de gestão para ampliar sua autonomia gerencial, orçamentária
e financeira.

Obs.: Uma empresa controlada é aquela sociedade cuja maioria do capital social com
direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.

10. O BANCO CENTRAL NA LRF


No artigo 34 da LRF temos explicitado que o BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN não
poderá emitir títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação da LRF.
Assim, já tem mais de 20 anos que o BACEN não pode mais fazer isso.
Ainda na LRF temos outras vedações à atuação do BACEN como a que proíbe a compra
de título da dívida, na data de sua colocação no mercado.
O BACEN somente pode comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. Mesmo assim, essa operação
deve ser realizada uma taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público.
A LRF ainda proíbe ao BACEN a troca ainda que temporária, usando uma instituição
financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida pública

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federal, bem como a operação de compra e venda, a termo, daquele título, cujo efeito
final seja semelhante à permuta. Ressalte-se que essa proibição não se aplica ao estoque
de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na carteira das instituições
financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de venda a termo.
A LRF veda ao BACEN conceder garantia, sendo proibido ao Tesouro Nacional adquirir
títulos da dívida pública federal da carteira do BACEN, mesmo com cláusula de reversão,
exceto se for para reduzir a dívida mobiliária.
Cabe ao TCU fazer o acompanhamento do cumprimento dessas proibições.
Ainda em relação ao BACEN você deve ir para a prova sabendo que as suas despesas
relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a
benefícios e assistência aos servidores e a investimentos integram as despesas da União
e devem ser incluídas na LOA.
Guarde também que o resultado positivo do BACEN, apurado após a constituição
ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o
décimo dia útil subsequente à aprovação dos balanços semestrais.
O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro e deve ser consignado em
dotação específica no orçamento.
RESUMO DA ÓPERA: o Tesouro Nacional se beneficia dos resultados positivos do BACEN,
apurados após a constituição ou a reversão de reservas, e é prejudicado por seus resultados
negativos.
A LRF determina ainda que tanto o impacto quanto o custo fiscal das operações realizadas
pelo BACEN sejam demonstrados trimestralmente, de acordo com o disposto na LDO.

11. DÍVIDA PÚBLICA


A regulação do crédito público na CF/1988 engloba a competência para legislar e
fiscalizar, o limite global e as condições de operações de crédito público.
Além da CF/1988, alguns de seus aspectos são tratados em leis complementares e por
Resoluções do Senado Federal.
No artigo 21 da CF/1988 é atribuída à União o papel de fiscalizadora das operações de
crédito público, e o artigo 22 da CF/1988 atribui à União a competência privativa para
legislar sobre o assunto.
O artigo 34, V, da CF/1988 dispõe que a União não intervirá nos estados e nem no
Distrito Federal, exceto, entre outros motivos, para reorganizar as finanças da unidade
da Federação que suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior.
RESUMO DA ÓPERA: deixar de pagar a dívida fundada pode gerar até mesmo uma
intervenção federal.

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Não confundir dívida pública (que é um passivo) com dívida ativa (que é um ativo).
Enquanto a dívida pública representa as obrigações do Ente Público para com terceiros, a
dívida ativa abrange os direitos/créditos a favor da Fazenda Pública.

Na prática, a função de fiscalizar atribuída a União é exercida pelo Ministério da


Fazenda, que tem essa competência amparada pelo artigo 32 da LRF.
LRF, artigo 29, inciso I:

Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados
ou da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.

Vale destacar que a dívida consolidada ou fundada tem prazo de amortização superior a
doze meses, com exceção das autorizações de operações de crédito feitas no orçamento
e os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento que tiverem
sido incluídos.
LRF, artigo 29, inciso III:

Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,


emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

Existem algumas classificações dos empréstimos públicos.


Quanto ao prazo, de acordo com a Lei n. 4.320/1964, eles podem integrar a dívida:
• flutuante, ou seja, aquele empréstimo com pagamento em até doze meses, em
consonância com o artigo 92 da Lei n. 4.320/1964. Esse tipo de empréstimo é usado,
normalmente, para suprir deficiências de caixa e custear despesas correntes (custeio
da máquina pública), não sendo permitido captar esse tipo de empréstimo para a
realização de investimentos;
• fundada ou consolidada, ou seja, aquela operação de crédito com prazo de resgate
superior a doze meses, em consonância com o artigo 98 da Lei n. 4.320/1964 e com
o artigo 29, inciso I da LRF. Esse tipo de empréstimo é usado, normalmente, para
amenizar desequilíbrio orçamentário ou financiar obras e serviços públicos.
Déficit Público é o nome que se dá para a situação em que o valor total das despesas
públicas é maior que valor total das receitas públicas.

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Resultado (Superávit ou Déficit) Primário: representa a origem e a fonte de


realimentação do déficit público, e, consequentemente, da dívida pública, desconsiderando
seus respectivos juros.
De modo simplificado, podemos dizer que o déficit primário (também chamado de
déficit fiscal) ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação de tributos no
período considerado.
A LRF manda incluir também na dívida pública consolidada da União os valores
relativos à emissão de títulos de responsabilidade do BACEN e as operações de crédito
de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado do orçamento, e determina
que, para fins de aplicação dos limites ao endividamento, integrem a dívida pública
consolidada, os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em
que houverem sido incluídos.
A CF/1988 atribuiu competências ao Congresso Nacional e separadamente ao Senado
Federal. Assim, ficou definido que compete privativamente ao Senado Federal, via
resolução:
1) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos
estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios;
2) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da
dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Ainda não existe a definição da dívida consolidada federal, bem como da dívida mobiliária
federal, por falta, respectivamente, de Resolução do Senado e de Lei Ordinária Federal.

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3) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Público federal.
4) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações
de crédito externo e interno.
5) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Exercendo essa competência, a Resolução do Senado Federal n. 43/01 conceituou
dívida pública consolidada, mobiliária e dívida consolidada líquida da seguinte forma:
• Dívida pública consolidada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, do Estado, do Distrito
Federal ou do Município, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior
a 12 (doze) meses, dos precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000
e não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos, e
das operações de crédito, que, embora de prazo inferior a 12 (doze) meses, tenham
constado como receitas no orçamento;

• Dívida pública mobiliária: “dívida pública representada por títulos emitidos pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”;
• Dívida consolidada líquida: “Dívida pública consolidada deduzidas as disponibilidades
de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros”. Deve-se considerar
ainda as obrigações a pagar, posto que devam ser deduzidas das disponibilidades
financeiras.
O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não deve exceder, ao final de cada
ano, o valor final do ano anterior somado ao valor total das operações de crédito autorizadas
no orçamento e efetivamente realizadas, acrescido da respectiva atualização monetária.

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As despesas com juros e encargos não devem ser computadas como refinanciamento
da dívida.

Obs.: Ao CN – Congresso Nacional coube, com a sanção do Presidente da República,


dispor sobre matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e
suas operações; bem como sobre moeda, seus limites de emissão, e montante da
dívida mobiliária federal.
Guarde ainda que para fins de LRF são equiparadas à operação de crédito a assunção,
o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.
As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (Antecipação de
Receita Orçamentária – ARO) são empréstimos realizados com o objetivo de atender as
insuficiências de caixa durante o exercício financeiro.
De acordo com a LRF, a operação de crédito ARO deve cumprir as seguintes exigências
(artigo 38):

I – realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício.


II – deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10 de dezembro de
cada ano.
III – não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir.
IV – estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente
resgatada, bem como no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Como as operações de crédito do tipo ARO integram a dívida flutuante, não são
computadas nos limites ao endividamento público (dívida fundada).
Também não são computadas para efeito do que dispõe a regra de ouro, mas somente
se forem liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10 de dezembro
de cada ano.
As operações de créditos normais ou usuais são subdivididas nas seguintes espécies:
• compromisso financeiro assumido em razão de mútuo;
• abertura de crédito;
• emissão e aceite de título;
• aquisição financiada de bens;
• recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços;
• arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
derivativos financeiros.

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12. CONTROLE, FISCALIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS


O Ministério da Fazenda é responsável por verificar o cumprimento dos limites e
condições à realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das
empresas por eles controladas, direta ou indiretamente, devendo divulgar, mensalmente, a
relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.
O parágrafo 1º do artigo 32 da LRF dispõe que o MF deve verificar:

I – existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária,


em créditos adicionais ou lei específica.
II – inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação,
exceto no caso de operações por antecipação de receita.
III – observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal.
IV – autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo.
V – atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988).
VI – observância das demais restrições estabelecidas na LRF.

O Ministério da Fazenda deve fazer o registro eletrônico centralizado e atualizado das


dívidas públicas interna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão,
conforme o parágrafo 4º do artigo 32 da LRF:

I – encargos e condições de contratação;


II – saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito
e concessão de garantias.

Os contratos de operação de crédito externo não podem conter cláusula que importe
na compensação automática de débitos e créditos.
Um ente público pode alterar da finalidade de operação de crédito, sem a necessidade
de nova verificação pelo Ministério da Fazenda, desde que:
• haja prévia e expressa autorização para tanto, no texto da lei orçamentária, em
créditos adicionais ou em lei específica;
• que se demonstre a relação custo-benefício e o interesse econômico e social da
operação; e
• que não configure infração a dispositivo da LRF.

Obs.: Uma operação realizada com infração do disposto na LRF deve ser considerada
nula e, assim, cancelada e efetuada a devolução do principal, vedados o pagamento
de juros e demais encargos financeiros. Caso a devolução não seja efetuada no
exercício de ingresso dos recursos, deve ser consignada reserva específica na
LOA do exercício seguinte.

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Como pré-condição, qualquer garantia exige que o seu beneficiário ofereça


contragarantia, em valor igual ou superior à garantia a ser recebida, e, adicionalmente,
a plena adimplência para com o ente garantidor.
No âmbito das garantias, as entidades da Administração indireta, inclusive suas empresas
controladas e subsidiárias, não podem conceder garantia, ainda que com recursos de fundos,
não sendo, entretanto, aplicada essa proibição se a concessão de garantia for realizar por:
• empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia
nas mesmas condições;
• instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
São exceção às regras dispostas na LRF acerca de garantia, aquelas prestadas por
instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições
financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente; bem como a prestada pela
União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta
e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.
A LRF não dispôs sobre os limites e condições para a dívida flutuante (curto prazo)
dos Entes Federados.
O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema
de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento
das normas da LRF com ênfase no que se refere a limites e condições para realização de
operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar.
Em relação aos Restos a Pagar não existem limites estabelecidos na LRF, mas sim condições
estabelecidas em seu artigo 42, sendo vedado ao titular de Poder ou órgão nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Os limites globais para a dívida consolidada dos três níveis de governo deverão ser
verificados a partir de percentual da Receita Corrente Líquida – RCL, representando o
nível máximo admitido para cada um deles, sendo que a verificação do seu atendimento
será realizada ao final de cada quadrimestre, ou semestre, no caso dos Municípios com
menos de 50 mil habitantes.
Se verificada a ultrapassagem do limite ao final de um quadrimestre, a ele deve retornar
nos três quadrimestres seguintes, eliminando-se pelo menos 25% já no primeiro período.
A forma prevista na LRF para o retorno ao limite legal é a geração de superávit primário
para amortização da dívida, pagamento do principal até a eliminação do excesso.
A relação dos Entes Federados que ultrapassarem esses limites é divulgada mensalmente
pelo Ministério da Fazenda.

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A LRF não determina os limites de endividamento, mas sim o Senado Federal.

Exercendo a sua competência constitucional, o Senado Federal por intermédio das


Resoluções do Senado 40/2001, 43/2001 e 48/2007 definiu os limites de endividamento
da União, Estados, DF e Municípios em relação à Receita Corrente Líquida, conforme a
seguinte tabela:

% DE LIMITE DE ENDIVIDAMENTO EM RELAÇÃO À RCL


OBJETO UNIÃO ESTADOS/DF MUNICÍPIOS
Dívida Consolidada Não existe 200 120
Contratação de operação de
60 16 16
crédito
Concessão de garantias 60 22 22
Pagamento de serviços da
Não existe 11,5 11,5
dívida
Contratação de operações
Não existe 7 7
via ARO

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A LRF determina que, enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido
está sujeito às seguintes sanções:
1) fica proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação
de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
2) terá que obter resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite,
promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho.
Nos casos em que o ente não consegue readequar sua dívida ao limite no prazo, enquanto
perdurar o excesso, ele fica impedido de receber transferências voluntárias da União ou do
estado, exceto aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.
Exceções aos prazos do artigo 31 da LRF para recondução da dívida aos limites:
1) as restrições devem ser aplicadas imediatamente se o montante da dívida exceder o
limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
2) em caso de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da
União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos estados e municípios; e em caso
de estado de defesa ou de sítio decretado na forma da constituição, enquanto perdurar a
situação, ficam suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas no artigo 31.
3) em caso de crescimento real baixo ou negativo do PIB – Produto Interno Bruto nacional,
regional ou estadual, por período igual ou superior a quatro trimestres, os prazos do artigo 31
ficam duplicados. Baixo crescimento, nesse caso, é a taxa de variação real acumulada do PIB
inferior a 1%, no período correspondente aos quatro últimos trimestres.
4) quando ocorrerem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e
cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo poderá ser ampliado em até quatro
quadrimestres.

13. VEDAÇÕES NA LRF NO ÂMBITO DO ENDIVIDAMENTO


De acordo com o artigo 35, os Entes Federativos ficam, em regra, proibidos de realizar
operações de crédito entre si, seja direta, seja indiretamente via fundos, autarquias, estatal
dependente ou qualquer entidade da administração indireta.
O STF decidiu (ADI 2250) que a União pode por meio de Lei Complementar (no caso
a própria LRF) disciplinar as normas de gestão financeira aplicáveis a todos os entes da
federação.
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Excetuam-se dessa as operações entre instituição financeira estatal e outro ente


da Federação, inclusive suas entidades da Administração indireta, que não se destinem
a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; e que não se destinem a
refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente. Em outras
palavras, é permito o refinanciamento de dívidas contraídas junto à instituição concedente.

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