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ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO

CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA ADJUNTA AO COMANDO DO EXÉRCITO
NÚCLEO DE CONTENCIOSO JUDICIAL

NOTA n. 00163/2022/CONJUR-EB/CGTJ/AGI)

NUP: 00731.000374/2022-94
INTERESSADOS: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA E OUTROS
ASSUNTOS:

Senhor Consultora Jurídica,

1. A Consultoria Jurídica do Ministério da Defesa encaminha o OFÍCIO n. 01572/2022/SGCT/AGU, por meio do qual
a Secretaria Geral de Contencioso, ao tempo em que noticia o julgamento da ADI n° 6603, questiona a existência de interesse
institucional na oposição de embargos declaratórios.

2. O Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Direta de Inconstimcionalidade n" 6603 , proposta pelo
Procurador-Geral da República em face do artigo 3o da Lei n° 13.109/20í 5, que estabelecia prazos distintos, em relação à
maternidade biológica, para licença maternidade decorrente da adoção e, ainda, periodos diferentes em razão da idade da criança
adotada.

3. O acórdão recebeu a seguinte ementa:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 3o DA LEI 13.109/2015. LICENÇA


MATERNIDADE ÀS ADOTANTES NO ÂMBITO DAS FORÇAS ARMADAS. PROTEÇÃO Ã MULHER, Ã
MATERNIDADE, Ã CRIANÇA E Ã FAMÍLIA. DISTINÇÃO ENTRE MATERNIDADE BIOLÓGICA E
SOCIOAFETIVA. IMPOSSIBILIDADE . PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
1. Nos termos da Jurisprudência firmada por esta Suprema Corte, a Constituição da República não permite
discrímen entre a mãe biológica e a mãe adotiva, de modo que se revela inconstitucional ato normativo que institui
periodos distintos de licença maternidade para as hipóteses e, da mesma forma, mostram-se colidentes com a Carta
Política prazos de licença diferentes em razão da idade da criança adotada.
2. O art. 3o, caput, § Io e 2°, da Lei 13.109/2015, estabeleceu prazos distintos, em relação á maternidade biológica,
para licença maternidade decorrente da adoção e, ainda, periodos diferentes em razão da idade da criança adotada, a
evidenciar a manifesta ineonstitucionalídade dos dispositivos impugnados.
3. Ação direta de ineonstitucionalídade conhecida. Pedido julgado procedente.

4. Ressalta-se que a decisão é de caráter imperativo para a Administração Pública Federal (artigo 102, § 2o, da
Constituição) e possui eficácia desde a publicação da ata da sessão de julgamento contendo a parte dispositiva do acórdão, ocorrida
em 28/09/2022.

5. Sobre o tema, a Consultoria Jurídica do Ministério da Defesa, por meio do PARECER n. 00391/2017/CONJUR-
MD/CGU/AGU, aprovado pelos DESPACHOS n. 01494/2017/CONJUR-MD/CGU/AGU e n. 01706/2017/CONJUR-
MD/CGU/AGU, (todos disponíveis na NUP 60582.000060/2017-15), já havia firmado a orientação no sentido de que "o texto do
artigo 7°, inciso XVIII, da CF/88, ao se valer da expressão licença gestante, assegurou o beneficio tanto para a mãe gestante
quanto para a mãe adotante, sem diferenciar entre filhos biológicos e adotivos, fixando a tese de que os prazos da licença
adotante não podem ser inferiores aos prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações".

6. A respeito do objeto da ADI n° 6.603, a Subchefia para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da
República (SAJ/SG/PR), através da Nota SAJ n° 437/2020/CGIP/SAJ/SG/PR, disponível no sequencial 16
do NUP 00692.003730/2020-73 (principal), já havia manifestado pela "[...] procedência d o pedido, declarando-
se inconstitucionais as disposições constantes do art. 3°, caput, §1"e § 2'\ da Lei n.° 13.109/201 5".

7. Nada obstante, verificou-se que a Portaria - C EX n° 1.377, de 15 de dezembro de 2020, que aprova as Instruções
Gerais para a Concessão de Licenças no Âmbito do Exército (EBlO-IG-02.016), reproduz em seu art. 40 as disposições do artigo 3o
da Lei n° 13.109/2015, objeto da aludida ADI n° 6.603.

8. Por essa razão, sugere-se encaminhamento da presente manifestação e dos documentos acostados a este NUP para a
Assessoria do Gabinete do Comandante do Exército, bem como para o DGP, questionando eventual existência de interesse "no
esclarecimento dos termos do acórdão e/ou na modulação dos efeitos do julgado em questão, a partir de fundamentos compatíveis
com os limites da via dos embargos de declaração". até o dia 04/10/2022.

9. Importante alertar, consoante solicitação da SGCT, que ” em caso de existência de interesse institucional no
esclarecimento dos termos do acóidão e/ou na modulação dos efeitos do julgado em questão, a partir de fundamentos compatíveis
com os limites da via dos embargos de declaração, é conveniente que a unidade interessada veicule demanda fundamentada nesse
sentido até o dia 4 de outubro de 2022 (antevéspera do encerramento do prazo para EDs), via SAPIENS, ao Departamento de
Controle Concentrado da Secretaria-Geral de Contencioso, se possível com antecipação do pedido, via e-mail, para
daniel. alvim@agu.gov.br ".

A consideração superior.
Brasília, 03 de outubro de 2022.

GABRIELA BARACHO MOREIRA


ADVOGADA DA UNIÃO

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NÚCLEO DE CONTENCIOSO JUDICIAL

DESPACHO n. 01286/2022/CONJUR-EB/CGU/AGU

NUP; 00731.000374/2022-94
INTERESSADOS: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA E OUTROS
ASSUNTOS:

1. Aprovo a NOTA n° 163/2022/CONJUR-EB/CGU/AGU.

2. Anoto apenas que, na forma do OFÍCIO n. 01572/2022/SGCT/AGU, "a decisão é de caráter imperativo para a
Administração Pública Federal (artigo 102, § 2o. da Constituição) e possui eficácia desde a publicação da ata da sessão de
julgamento contendo a parte dispositiva do acórdão, ocorrida em 28/09/2022".

3. Portanto, estão de fato suspensos os efeitos do artigo 3o da Lei n° 13.109/2015, de forma que recomenda-se a pronta
correção do ato interno da Força Terrestre que traz a sua reprodução, salvo seja encaminhada manifestação de interesse de oposição
de embargos de declaração para "esclarecimentos dos termos do acórdão e/ou modulação de seus efeitos ",

4. A Secretaria desta CONJUR-EB para anotações de praxe e encaminhamento de cópia integral destes autos ao
Gabinete do Comandante do Exército - A2 e ao Departamento-Geral do Pessoal para avaliação do interesse de apresentação de
embargos.

Brasília, 04 de outubro de 2022.

MARIANE KÜSTER
CONSULTORA JURÍDICA
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