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PLANEJAMENTO AMBIENTAL E

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Autor
João Carlos Barreto
Apresentação
Todos sabem que o planejamento estratégico é algo fundamental para a consolidação de uma
empresa no mercado, entretanto, poucos praticam isso. Dados do Sebrae apontam que mais de
60% das micro e pequenas empresas (MPEs) não fazem planejamento antes (plano de negócio) e
durante a sua permanência no mercado. Se considerarmos que entre 97% e 99% das empresas
no Brasil são MPEs, esse é um dado alarmante que precisa ser, urgentemente, corrigido.

E por que essa urgência? Ora, se não há planejamento estratégico, existe então planejamento
estratégico ambiental? É muito provável que não, porém, considerando que existe a necessidade
da gestão ambiental estar presente nas atividades das empresas, seja na administração dos
recursos disponíveis ou ainda na exigência crescente da sociedade, o desenvolvimento
sustentável vem à tona e, com ele, o planejamento. No entanto, para que tudo funcione com o
objetivo de suprir as necessidades do presente sem afetar o atendimento da demanda no futuro,
é preciso, sem dúvida alguma, discutir sobre um trade-off difícil de ser solucionado: produção e
gestão ambiental. Como produzir, independentemente do fim a que se destina o produto ou
serviço, sem causar dano permanente ao meio ambiente? Parece esse o grande desafio dos
próximos anos, tornando o desenvolvimento (contínuo) sustentável a cada vez que haja
aproximação da produção e gestão ambiental. Ainda há muito a fazer mas é possível fazer!

Bons estudos!

Videoaula - Planejamento ambiental e o estratégico.mp4

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1. Planejamento estratégico

1.1 Introdução

Se o objetivo de um projeto ou de uma atividade é o planejamento ambiental e desenvolvimento


sustentável, não há dúvida que o início está no planejamento estratégico. É a partir dessa ação,
incluindo a missão, visão e valores de uma empresa, que é possível chegar ao propósito, pois, se
a organização sequer tem como um de seus valores a busca pelo uso de materiais renováveis,
por exemplo, é bem provável que não haja uma preocupação ambiental, como deveria haver.

Com o planejamento estratégico estabelecido, é o momento de inserir de maneira mais intensa


as questões ambientais. Obviamente, tais ações já devem fazer parte dos processos e projetos
de uma empresa, ainda assim, é preciso também fazer um planejamento ambiental com o
propósito de, cada vez mais, alcançar resultados financeiros, aumento de market share etc.,
alinhados com o desenvolvimento sustentável. É nesse momento que há um trade-off,
relacionando a empresa e a venda de seus produtos com o impacto ambiental que eles causam,
quando não gerenciados após o uso e/ou consumo.
Figura 1 - Mapeamento do desenvolvimento sustentável - empresa

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

Observe que o alcance do desenvolvimento sustentável passa por um planejamento estratégico


ambiental – que pode ser direto no produto ou proveniente do planejamento estratégico geral –
porém, cria uma pergunta que precisa ser respondida relacionada à preocupação ambiental e ao
engajamento da empresa nesse tema.

Por sua vez, a participação da sociedade em geral – e não apenas nas empresas em seus
processos – para que o objetivo seja alcançado, é fundamental atender a demanda atual, sem
prejudicar o atendimento da demanda futura de outras gerações. O desafio está aí, vamos tentar
entender um pouco mais sobre tudo isso.

1.2 A ação de planejar

O planejamento é algo inerente ao ser humano, por mais que não possa parecer, por exemplo,
quando ainda na fase infantil, o objetivo pode estar relacionado à viagem dos sonhos ou à uma
festa de aniversário e apesar de ser associado às crianças, tais objetivos podem ser ainda de um
adolescente ou adulto, ou seja, não importa o objetivo, se há interesse em conquistá-lo, é preciso
fazer um planejamento.
Obviamente, nem tudo que se planeja, se alcança, isso porque existem diversos aspectos
envolvidos, principalmente relacionados aos prazos, recursos e custos. Por exemplo, você pode
ter feito um planejamento para concluir uma pós-graduação, mas com o passar do tempo
descobriu que não seria possível, seja por uma gravidez indesejada, desemprego ou qualquer
outra situação que impossibilitaria cumprir o objetivo, é então nesse momento que não basta ter
um planejamento, é preciso ajustar as expectativas.

1.3 Origem do planejamento estratégico

A evolução dos negócios, demonstrada pelas quatro revoluções industriais, é um dos aspectos
mais marcantes para se entender o planejamento estratégico, isso acontece desde a Era
artesanal e segue alcançando as tecnologias avançadas que estão disponíveis nos dias atuais.
No Brasil, o primeiro planejamento estratégico pode ser representado na criação das capitanias
hereditárias, por volta de 1534.

Não é possível definir a origem, mas há quem diga que a estratégia tenha surgido no ambiente
militar, ou seja, em ações de como ganhar uma guerra, apesar de ser percebida na administração
de reis e governantes ao longo do tempo. O que se sabe é que o planejamento estratégico e as
estratégias adotadas foram implementadas e, da mesma maneira que acontece com qualquer
setor da sociedade, seja ele o primeiro (governos), segundo (empresas privadas) ou terceiro
(organizações não-governamentais), houve mudanças ao longo do tempo.

Um dia, quando perguntaram a Alexandre se ele estaria disposto a competir na corrida dos jogos

olímpicos, o príncipe respondeu que correria, mas apenas se pudesse competir contra reis. Se

alguém ainda duvidava de seu desejo de governar e buscar a glória no campo de batalha, ele baniu

estas dúvidas quando tinha apenas dezesseis anos. Enquanto estava ocupado liderando uma

expedição contra seu aliado rebelde Bizâncio, Felipe deixou seu filho em Pela como regente do reino

macedônio. Quando Felipe entregou a Alexandre o anel com o selo real, garantindo-lhe poder para

reinar em seu lugar, com certeza deu conselhos paternos para que não fosse feito nada drástico. O

anel era como um teste. Se Alexandre conseguisse resistir às tentações de tal poder por alguns

meses, sua posição como herdeiro seria assegurada. (FREEMAN, 2011, p. 32).

Alexandre, o Grande, morreu com apenas 33 anos de idade, mas o seu planejamento estratégico
foi considerado muito avançado para aquela época, pois, um dos princípios adotados se tornaria
um recurso indispensável não só para as guerras que viriam, mas também para as atividades
das empresas: a logística.
Figura 2 - O império de Alexandre

Fonte: Freeman (2011, p. 10).

Estima-se que a estratégia de Alexandre fez movimentar uma grande quantidade, até então
impensável, de recursos – armas e alimentos – que foram determinantes em suas vitórias.
Avanço fulminante em dez anos, ele expandiu as fronteiras de um pequeno reino europeu até a

Índia:

1. Alexandre nasce em 356 a.C. em Pella, capital do reino da Macedônia. Quando chega aos 18 anos,

seu pai, Filipe II, parte para campanhas militares e deixa nas mãos do filho a defesa do país. Com a

morte do pai, em 336 a.C., Alexandre herda um império que mal ultrapassa as fronteiras da atual

Macedônia.

2. Em 334 a.C., ele lidera um exército com 14 mil macedônios e 7 mil aliados gregos na invasão da

Frígia (na atual Turquia). Em Gordium, capital da região, Alexandre teria sido desafiado a desatar o

“nó górdio”, que, segundo a tradição local, só seria desfeito pelo homem que governaria a Ásia. Ele

teria resolvido a questão cortando o nó com a espada…

3. Um ano depois, Alexandre obtém uma vitória decisiva contra os persas na cidade de Issus. O rei

persa Dario III foge às pressas, deixando a família real nas mãos do conquistador. Com a vitória,

Alexandre pode avançar pela costa do Mediterrâneo rumo ao sul, invadindo a Síria e a Fenícia.

4. Em 332 a.C., o império se estende até o Egito, que antes estava sob domínio persa. Além de

reorganizar a administração da região e fundar a cidade de Alexandria, ele viaja até o oásis de Siwa,

onde um oráculo o saúda como faraó, dando-lhe o direito divino de governar o Egito.

5. Após a conquista do Egito, ele volta à região do Oriente Médio e parte para vitórias na

Mesopotâmia (atual Iraque) e no próprio território da Pérsia (Irã). Ocupa também a região da

Babilônia e escolhe a cidade de Susa, capital desta província, como o local de onde irá governar o

império.

6. Alexandre segue conquistando territórios asiáticos, que hoje correspondem a países como

Uzbequistão e Paquistão. No ano 326 a.C., já dentro das atuais fronteiras da Índia, os soldados se

recusam a avançar e Alexandre permite que parte deles retorne para a Pérsia. O império atingira seu

auge. No dia 13 de junho de 323 a.C., Alexandre morre em Susa, vítima de um grave desarranjo

intestinal. (NAVARRO, 2011).

Apesar de retratarmos a guerra, é possível também perceber o planejamento e a estratégia no


mercado, nesse caso, saem de cena os armamentos e entram os produtos e serviços. Kim (2005,
p. 24) cita que o “Cirque du Soleil foi bem-sucedido por ter percebido que, para vencer no futuro,
as empresas devem parar de competir umas com as outras. A única maneira de superar os
concorrentes é não mais tentar superar os concorrentes”. Na prática, isso significou a reinvenção
de um segmento com tendência à extinção, como era o circo. A maneira de oferecer
entretenimento mudou e, com isso, o interesse das pessoas também se transformou, é por isso
que a estratégia é um dos elementos-chave do planejamento, sendo um meio para alcançar o
fim.
Videoaula - Plano e estratégia

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1.4 Ter um plano, ter uma estratégia


Figura 3 - Maneiras de aprimorar um determinado negócio

Fonte: Mintzberg et al. (2006, p. 126).

A ação de pensar no presente o que vai acontecer no futuro, com o propósito de se preparar
adequadamente é denominada de plano. Por outro lado, apenas pensar não é suficiente, é
preciso minimizar o erro, ou seja, chegar o mais próximo possível da realidade e é por isso que o
plano não funciona sem estratégia.
Estratégia é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar, preferencialmente de

maneira diferenciada, os objetivos, desafios e metas estabelecidos, no melhor posicionamento da

empresa perante seu ambiente. É importante estabelecer estratégias alternativas para facilitar as

alterações dos caminhos ou ações de acordo com as necessidades. (DE OLIVEIRA, 2009, p. 53).

A junção do plano (objetivo) e estratégia (ferramentas disponíveis) propõe uma série de ações
que uma empresa precisa adotar para alcançar suas metas e propósitos, desde o lançamento de
um produto ou serviço no mercado.

Os autores e a literatura de um modo geral pontuam quatro maneiras de aprimorar um negócio,


são elas:

Estratégias de penetração: crescimento orgânico ou por meio de integração.


Desenvolvimento de mercado: uma nova região de atendimento, por exemplo.
Desenvolvimento de produto: um novo produto para consolidar a posição da empresa na região.
Diversificação: entrada de novos produtos e serviços no mercado, não necessariamente relacionados
aos já disponíveis.

1.5 Fases do planejamento estratégico

O planejamento estratégico, considerando que é uma percepção da sequência de eventos que


podem ocorrer em um determinado período, pode ser dividido em quatro fases, conforme sugere
De Oliveira (2009):

Fase 1 - Diagnóstico estratégico

Trata-se da análise sobre o ambiente interno e externo, essa fase separa-se em:

i. Identificação da visão: entendendo as expectativas dos acionistas e a apresentação do


esboço do planejamento estratégico.

Os diversos objetivos traçados por uma empresa ao longo do tempo devem ter um

direcionamento macro, a chamada visão, ou seja, motivar as pessoas e deixar claro onde se quer

chegar e em quanto tempo. (BARRETO, 2021, p. 515).

ii. Análise interna: entendendo os pontos fortes e fracos.

iii. Análise externa: entendendo as ameaças e oportunidades.


iv. Análise da concorrência: estendendo o entendimento da análise externa com relação às
vantagens competitivas dos concorrentes.

Uma unidade de negócios deve monitorar importantes forças macroambientais e significativos

fatores microambientais que afetam sua capacidade de obter lucros. Ela deve estabelecer um

sistema de inteligência de marketing para acompanhar tendências e mudanças relevantes, além

de identificar as oportunidades e ameaças associadas a elas. (KOTLER; KELLER, 2012, p. 49).

Fase 2 – Definição da missão

É a definição do posicionamento estratégico que a empresa deve buscar ao longo do período.


Também pode ser composta em quatro etapas:

i. Missão: é a razão do planejamento estratégico dentro de uma empresa.

ii. Propósitos: é a definição clara dos objetivos atuais e futuros, envolvendo todas as áreas de
uma empresa.

Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos e

estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais, que

melhorem a vida das pessoas. (DEFINIÇÃO, [20--]).

iii. Visão: é a definição das medidas e critérios para o planejamento da organização.

iv. Definição da estratégia: é a definição do posicionamento a partir dos diversos fatores


abordados.

Fase 3 - Instrumentos prescritivos e quantitativos

É a aplicação prática das ações programadas pela empresa.

i. Instrumentos prescritivos: retrata o objetivo, a meta, os desafios etc.

ii. Instrumentos quantitativos: retrata as projeções financeiras do planejamento estratégico,

envolvendo o uso dos recursos disponíveis, o retorno previsto etc.

Fase 4 - Controle e análise

Esse é o momento da avaliação de desempenho, por meio de indicadores.


O que não se mede, não se controla. Se não mede, não é relevante. Se não é relevante, dê pouca

ou nenhuma atenção. É assim que você deve enxergar algo a ser controlado. Muitas empresas

têm confundido necessidade de controle com excesso de ações controladas, a maioria delas sem

qualquer objetivo. Ao fim de cada período, não sabem o que fazer com tantas informações

geradas.

Considerando apenas o que é relevante, os indicadores-chave de desempenho, também

denominados de KPIs, permitem medir o desempenho de uma empresa e, assim, garantem que

todos os empregados, independentemente do nível hierárquico, tenham as mesmas informações

e o mesmo objetivo. Além disso, os KPIs identificam problemas e oportunidades. (BARRETO,

2021, p. 59).

Fase 1 - Diagnóstico estratégico

Trata-se da análise sobre o ambiente interno e externo, essa fase separa-se em:

i. Identificação da visão: entendendo as expectativas dos acionistas e a apresentação do esboço


do planejamento estratégico.

Os diversos objetivos traçados por uma empresa ao longo do tempo devem ter um direcionamento

macro, a chamada visão, ou seja, motivar as pessoas e deixar claro onde se quer chegar e em quanto

tempo. (BARRETO, 2021, p. 515).

ii. Análise interna: entendendo os pontos fortes e fracos.

iii. Análise externa: entendendo as ameaças e oportunidades.

iv. Análise da concorrência: estendendo o entendimento da análise externa com relação às


vantagens competitivas dos concorrentes.

Uma unidade de negócios deve monitorar importantes forças macroambientais e significativos

fatores microambientais que afetam sua capacidade de obter lucros. Ela deve estabelecer um

sistema de inteligência de marketing para acompanhar tendências e mudanças relevantes, além de

identificar as oportunidades e ameaças associadas a elas. (KOTLER; KELLER, 2012, p. 49).

Fase 2 – Definição da missão


É a definição do posicionamento estratégico que a empresa deve buscar ao longo do período.
Também pode ser composta em quatro etapas:

i. Missão: é a razão do planejamento estratégico dentro de uma empresa.

ii. Propósitos: é a definição clara dos objetivos atuais e futuros, envolvendo todas as áreas de
uma empresa.

Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos e

estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais, que

melhorem a vida das pessoas. (DEFINIÇÃO, [20--]).

iii. Visão: é a definição das medidas e critérios para o planejamento da organização.

iv. Definição da estratégia: é a definição do posicionamento a partir dos diversos fatores


abordados.

Fase 3 - Instrumentos prescritivos e quantitativos

É a aplicação prática das ações programadas pela empresa.

i. Instrumentos prescritivos: retrata o objetivo, a meta, os desafios etc.

ii. Instrumentos quantitativos: retrata as projeções financeiras do planejamento estratégico,

envolvendo o uso dos recursos disponíveis, o retorno previsto etc.

Fase 4 - Controle e análise

Esse é o momento da avaliação de desempenho, por meio de indicadores.

O que não se mede, não se controla. Se não mede, não é relevante. Se não é relevante, dê pouca ou

nenhuma atenção. É assim que você deve enxergar algo a ser controlado. Muitas empresas têm

confundido necessidade de controle com excesso de ações controladas, a maioria delas sem

qualquer objetivo. Ao fim de cada período, não sabem o que fazer com tantas informações geradas.

Considerando apenas o que é relevante, os indicadores-chave de desempenho, também

denominados de KPIs, permitem medir o desempenho de uma empresa e, assim, garantem que

todos os empregados, independentemente do nível hierárquico, tenham as mesmas informações e o

mesmo objetivo. Além disso, os KPIs identificam problemas e oportunidades. (BARRETO, 2021, p. 59).
1.6 Transparência e competitividade

Tempos atrás, principalmente no começo da década de 1981, a sociedade de uma maneira geral
começava a perceber a importância de outros fatores para definir a sua opção de compra de um
produto ou serviço, relacionando esse produto com o comportamento da empresa – fabricante
ou detentora – sob o princípio da transparência das informações.

Com o avanço da tecnologia, no começo do século XXI tal exigência passa a ser ainda mais
contundente, o que pode gerar uma correlação positiva nesse processo: quanto mais acesso à
informação, mais ética a empresa demonstra ser, o que pode resultar em ganho de
competitividade.

Nos negócios, esse tipo de atuação pode ser exemplificado por um indicador no setor privado
denominado value reporting, definido como uma proposta de governança corporativa para
melhorar a relação entre a administração da empresa e as partes interessadas (HONG, 2006).
Entretanto, isso não deve estar restrito ao ambiente privado, pois, conforme citam Castro e
Castro (2014, p. 112) “é de suma importância que as instituições públicas tenham um modelo de
gestão definido [...]”, o que significa, entre outras coisas, anuência da população por meio de dois
princípios básicos: informação acessível e transparência.

Voltando ao âmbito privado, a informação acessível, bem como a transparência é percebida por
meio da responsabilidade social corporativa (RSC), o que na prática significa que as pessoas
estão mais engajadas em causas que acreditam e as empresas podem ser uma das maneiras de
tornar tais causas possíveis (operacional e financeiramente), o que por sua vez, pode gerar uma
melhoria na imagem corporativa e solidificação da marca perante os consumidores.

Por sua vez, a responsabilidade social tem objetivos distintos, considerando práticas voluntárias
e/ou involuntárias, o que fez surgir algumas extensões que complementam ou criam um novo
conceito:

Responsabilidade Social Corporativa (RSC).


Responsabilidade Social Empresarial (RSE).
Responsabilidade Socioambiental (RSA).

É fundamental que se saiba que a responsabilidade social e suas extensões não podem ser
confundidas com simples ações de filantropia, são na verdade, uma contribuição da empresa
para a melhoria de qualidade de vida e bem-estar dos envolvidos, o que sugere, entre outros
fatores, a responsabilidade socioambiental.
Videoaula - Planejamento estratégico ambiental

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1.7 Planejamento estratégico ambiental

A RSA vai além dos compromissos de uma empresa em manter seus processos dentro de
condições que busquem a redução do impacto ao meio ambiente, está também na adoção de
práticas por todos os envolvidos, ou seja, a sociedade em geral.

Está ligada (RSA) a ações que respeitam o meio ambiente e a políticas que tenham como um dos

principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela preservação ambiental:

governos, empresas e cada cidadão.

O Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis é uma ação do MMA que tem o objetivo

de fomentar políticas, programas e ações que promovam a produção e o consumo sustentáveis no

país. Enfoca em seis áreas principais: Educação para o Consumo Sustentável; Varejo e Consumo

Sustentável; Aumento da reciclagem; Compras Públicas Sustentáveis; Construções Sustentáveis e

Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). Esse último programa incentiva a incorporação

de atitudes sustentáveis na rotina dos órgãos públicos do país. (BRASIL, 2020b).

Para que esse plano de ação seja implementado e os objetivos propostos sejam atingidos, o
planejamento estratégico ambiental deve passar por todos da sociedade. Do ponto de vista das
organizações privadas, é a RSC incorporada na RSA que novamente traz à tona a ética, agora
transformada em compliance.
Compliance é um conjunto de regras, padrões, procedimentos éticos e legais, que, uma vez definido

e implantado, será a linha mestra que orientará o comportamento da instituição no mercado em que

atua, bem como a atitude dos seus funcionários. (CANDELORO; RIZZO; PINHO, 2012, p. 30).

Figura 4 - Mapa estratégico – MMA (2014-2022)

Fonte: Brasil (2017).

Esse conjunto de regras é uma preocupação em alta nas empresas, pois a transparência das
informações é um dos pilares da boa governança corporativa, o que pode resultar em
investimento e outras ações de mercado.
Observa-se que a prática do comportamento ético no âmbito empresarial, interno ou externo, pode

ser adotada e impulsionada tanto pela cooperação quanto pela imposição, sendo a primeira muito

mais eficiente, pois demonstra a alteração de mentalidade dos atores envolvidos. As empresas

somente adotarão uma política de compliance quando o aumento no valor da produção por ela

gerado for perceptivel mente maior que os custos incorridos para implementá-la. (RIBEIRO; DINIZ,

2015, p. 95).

E o que tudo isso tem a ver com o planejamento estratégico ambiental? Para responder essa
pergunta, veja o planejamento estratégico ambiental sob o ponto do principal órgão interessado,
o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A participação da sociedade é fundamental para que o planejamento estratégico ambiental seja


implementado (em sua plenitude) e tenha a missão alcançada, ou seja, “políticas públicas de
forma articulada e pactuada com os atores públicos e a sociedade para o desenvolvimento
sustentável”. Isso pode ser percebido em algumas ações propostas:

Promover a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).


Desenvolver ações de conservação.
Estabelecer um modelo de diálogo e integração.
Promover a gestão ambientalmente adequada dos recursos naturais e do uso múltiplo da água.

A última proposta destacada merece uma reflexão, afinal: Como fazer isso acontecer
efetivamente se o consumismo e o ganho das empresas são colocados à frente da gestão
ambiental?
Recapitulando a Unidade 1
Apesar de estar mais associado às empresas, o planejamento acontece em diversos momentos
na vida particular, com planos de viagem, estudos etc. Dessa forma, se há um plano (objetivo) é
preciso ter uma estratégia (ferramentas para alcançá-lo).

Nesse momento é que surgem os desafios, isso porque, a concorrência, as ações


governamentais e, principalmente, o ambiente em que a empresa está inserida, somados à
gestão dos prazos, recursos e custos internos, fazem com que o planejamento estratégico seja
fundamental para o ganho de competitividade, apesar das mudanças constantes que ele possa
sofrer.

De qualquer maneira, o planejamento estratégico é encarado de diversas maneiras, mas todos


direcionam para as questões relacionadas à visão, missão e valores de uma empresa, o
entendimento do ambiente interno e externo e, a partir das ações geradas, a análise do
desempenho.

Em paralelo, as empresas perceberam que a sociedade exige – em um ambiente que proporciona


tal ação – transparência e ética (denominada de compliance) nas relações comerciais, assim
como deve acontecer com os órgãos públicos, o que fez surgir, entre tantas outras situações, a
responsabilidade social corporativa (RSC) e, posteriormente, a responsabilidade socioambiental
(RSA), essa última como uma maneira de implementação da gestão ambiental nas empresas e
sociedade em geral.

Entretanto, para que a gestão ambiental seja realmente executada, é preciso que os órgãos
públicos fomentem tais práticas, incentivando outros órgãos públicos, as empresas privadas e a
sociedade de uma maneira geral, com o propósito de uso dos recursos naturais em acordo com
as necessidades, mas sem causar dano, ou seja, um desafio e tanto em uma sociedade
consumista.
Videoaula - Consumo x gestão ambiental

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2. Produção x Gestão Ambiental

2.1 O trade-off produção e consumo x gestão ambiental


Figura 5 - Trade-off: produção x gestão ambiental

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

Não há dúvida que muitas lacunas ainda precisam ser preenchidas para que a gestão ambiental
seja aplicada intensivamente na sociedade, para isso, é preciso o envolvimento das empresas,
dos órgãos públicos e da comunidade. O problema é que os interesses comerciais, muitas vezes,
estão à frente dos interesses ambientais, o que cria um trade-off entre o que deveria ser feito e o
que está sendo feito em relação ao desenvolvimento sustentável.

A Figura 5 ilustra três pontos centrais para análise:

1. O primeiro deles trata da tríade (i) produção, (ii) consumo, (iii) faturamento, determinando que um é
complementado pelo outro.
2. O segundo é a gestão ambiental, que consta como uma seta para o lado do crescimento e também da
redução, pois depende das ações das partes envolvidas.
3. O terceiro é o desenvolvimento sustentável, em um processo que se desenvolve a partir do momento em
que há interesse e aplicação de ações sustentáveis.

2.2 A produção, a gestão ambiental e a legislação


Figura 6 - Produção reversa

Apresenta o fluxo de uso e consumo. Fonte: Barreto (2021, p. 288).

A primeira parte dessa difícil equação é a junção da produção e da gestão ambiental de tal maneira que

nenhuma das ações saia prejudicada. Trata-se de um conceito definido como produção reversa.

Ao se discutir sobre produção reversa, percebe-se a necessidade de abordar o environmental footprint, ou seja,

o rastro ambiental em uma cadeia de suprimentos, consequência do fluxo de materiais transitando entre os

diversos pontos, desde a fábrica, passando pelos armazéns e alcançando os consumidores. O alcance da

produção reversa em sua plenitude vai depender do grau de envolvimento da empresa, passando por dois

momentos, o primeiro trata da fase em que a empresa se encontra e o segundo da mudança de comportamento

compulsória.

Quadro 1: Produção reversa – Momentos 1 e 2

Engajamento – Momento 1

FASE 1 FASE 2

FASE 3 FASE 4

Questionamento – Momento 2

FATOR ENGAJAMENTO FATOR EXECUÇÃO

FATOR RESPONSABILIDADE FATOR PROCESSO

FATOR ESTRUTURAÇÃO FATOR CONTRIBUIÇÃO

Fonte: Barreto (2021, p. 290).

Fase 1

INDIFERENÇA (taxa zero): A maior parte dos produtos da empresa tem destino incerto, causando danos ao meio

ambiente.
Fase 2

NEGAÇÃO (taxa baixa): A empresa não se sente responsável pelo seu produto após a venda e, muito menos,

após o uso/consumo.

Fase 3

TRANSIÇÃO (taxa média): Com a maior preocupação ambiental e discussão na sociedade, aumenta a atenção

da empresa com o gerenciamento de resíduos, fazendo-a avaliar a implementação da produção reversa.

Fase 4

AUTORRESPONSABILIDADE (taxa alta): A aplicação de ações concretas está relacionada com as obrigações

legais, melhoria da imagem corporativa ou a necessidade de uma resposta à sociedade em geral, fazendo com

que a empresa se movimente e implemente, parcial ou totalmente, a produção reversa.

Fator Engajamento

Em que fase da produção reversa a empresa está atualmente?

Fator Execução

É possível reparar, reutilizar ou reciclar os produtos ou parte deles?

Fator Responsabilidade

Quem são os responsáveis pelas atividades da produção reversa, considerando o retorno do produto?

Fator Processo

É possível integrar os pontos de origem primário e secundário?

Fator Estruturação

Como as atividades serão realizadas?

Fator Contribuição

Como a empresa pretende agregar valor à produção reversa?


O que se propõe no Quadro 1 é que a gestão ambiental e consequente desenvolvimento sustentável deve ser

uma combinação de ações que vão desde a voluntariedade até a compulsoriedade, traduzida em obrigações

das partes envolvidas. A Lei 12.305/2010 é um pouco da fase 4 do momento 1 e está destacada em alguns

trechos abaixo.

Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios,

objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e

do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou

privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que

desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por (...):

IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a

obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;

V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição

ou composição;

XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um

conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos

resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos

produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada […]. (BRASIL, 2010).

O último dos itens citados trata da logística reversa, amplamente divulgada como fator determinante na gestão

ambiental e, consequentemente, no desenvolvimento sustentável. Mas, é preciso ir além e separar as duas

ações, a produção reversa, considerada aqui como o principal fator da gestão ambiental no âmbito empresarial,

e a logística reversa, atividade de complementação da própria produção reversa.


- Logística Reversa é uma parte da produção reversa responsável pela coleta do bem em seu

ponto de origem secundário e entrega no ponto de transformação (ponto de origem primário ou

outro qualquer).

- Produção reversa é o processo de fabricação de um bem que tem quatro objetivos centrais: a

venda ao consumidor; o retorno ao ponto de origem (primário ou não) após o tempo de

uso/consumo; a destinação adequada; o valor agregado às partes interessadas.

Nesse conceito, é importante observar duas situações:

1) Todas as fábricas têm processo de produção, mas nem todas têm produção reversa.

2) Podemos determinar dois pontos de origem: o primário, localizado no processo de fabricação, e

o secundário, localizado onde há o uso/consumo do produto (embalagem e outros insumos)

pronto para ser coletado. (BARRETO, 2021, p. 289).

Essa separação consiste na necessidade da gestão ambiental se iniciar onde realmente vai fazer diferença, na

produção de um bem. É nesse momento que, se temos intenção de buscar o desenvolvimento sustentável,

podemos fazê-lo por meio das matérias-primas utilizadas, do uso de embalagens e de outros tantos recursos

nesse processo. Em paralelo, para que isso aconteça, é preciso que ao menos um de três pilares seja percebido

pelas empresas envolvidas.

Retenção de clientes: Acontece quando as ações de produção reversa causam impacto no comportamento de

seus clientes/consumidores ao ponto de os fidelizarem. Exemplo: empresas que fabricam produtos com

materiais que não agridem o meio ambiente ou tratam os resíduos adequadamente (BARRETO, 2021, p. 291).

Redução de custos: Ocorre quando as ações de produção reversa causam impacto financeiro no processo da

empresa, sendo capaz de minimizar custos ou maximizar receita. Exemplo: empresas que ao fazerem coleta de

seus materiais, os reutilizam em seu processo novamente, reduzindo assim, a compra ou produção desses

materiais (BARRETO, 2021, p. 291).

Imagem corporativa: Realiza-se quando as ações de produção reversa causam impacto na sociedade, sendo

capaz de melhorar a percepção da marca. Exemplo: empresas que adotam métodos, práticas e ações e as

divulgam por meio de ações de marketing para alcançar o máximo de consumidores, governo e sociedade em

geral (BARRETO, 2021, p. 291).

A relação consumo x gestão ambiental tem um capítulo importante no entendimento desses pilares, o ganho de

valor para as empresas. Para acontecer, é preciso que as partes envolvidas – órgãos públicos, empresas e

sociedade em geral – tenham um conjunto de ações, tais como leis ambientais que forçam as empresas a

receberem seus produtos após uso/consumo, com o objetivo de destinação adequada, benefícios econômicos

para as empresas – quando esses produtos retornam ao seu ponto de origem – e apoio da sociedade em
uso/consumo de produtos oriundos de empresas que praticam a produção reversa; esse pode ser o verdadeiro

desenvolvimento sustentável.

Videoaula - Produção reversa

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Videoaula - A destinação adequada e o desenvolvimento


sustentável-

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2.3 A destinação adequada


É fato que a produção reversa, ainda que com o nome de logística reversa, é discutida há tempos
quanto à necessidade de aplicação, bem como a destinação adequada dos resíduos gerados,
tanto no processo produtivo, quanto no pós-venda, isto é, produtos ou materiais que surgem no
descarte dos produtos e que retornam ao ciclo produtivo, também pode estar relacionado com o
consumidor ou com empresas, outro ponto em discussão é o pós-consumo, ou seja, produtos
adquiridos e descartados pelo consumidor.

Figura 7 - Destino dos produtos e materiais após uso e consumo

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

O refugo foi acrescentado junto aos 3Rs, já conhecidos no mercado pela necessidade de adotar,
ainda que como uma opção intermediária, esse tipo de atividade. Nesse caso, é possível incluir
incineração ou qualquer outra ação não constante nos 3Rs.

Sobre a reciclagem, talvez seja o “R” mais importante pelo aumento do interesse da sociedade
em geral por essa atividade e pelas diversas possibilidades existentes, a sua implementação em
larga escala é, sem dúvida, fundamental. Os números de apenas um segmento de negócio já
demonstram tal necessidade.

Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano;


Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana;
Somente 145.043 toneladas de lixo plástico são recicladas;
2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular;
7,7 milhões de toneladas ficam em aterros sanitários;
Mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no País. (COELHO, 2019).

Sobre o reuso, contempla principalmente os bens duráveis, ou seja, vida útil considerada longa,
não há uma certeza nesse prazo, mas é direcionado aos itens com mais de dois anos. O reparo é
típico de bens duráveis, como veículos, máquinas e equipamentos diversos. Os quatro somados
devem estar na estrutura do desenvolvimento sustentável.

2.4 Estruturação do desenvolvimento sustentável

Nesse momento, a estruturação do desenvolvimento sustentável já está, de certa forma, com


uma base sólida para sua implementação posterior. Assim, vamos separar e combinar as
diversas ações ao longo do tempo e as ações a serem realizadas, criando um único modelo. Para
começar, vamos conhecer um pouco mais sobre a história da gestão ambiental e da
consequente necessidade de desenvolvimento sustentável.
Naquelas primeiras décadas do século XX, a acelerada colonização do norte do Paraná e a extração

florestal desenfreada riscavam rapidamente da paisagem os pinheirais nativos que caracterizavam

a região. Reacendia-se, assim, nas cabeças de cientistas e intelectuais, uma preocupação que

começara no século 19, quando os cursos d’água que abasteciam a cidade do Rio de Janeiro

minguaram por causa do desmatamento das encostas do Maciço da Tijuca nos duzentos anos

anteriores. Não por acaso, o símbolo da Sociedade dos Amigos das Árvores era a Araucária

angustifólia, o pinheiro-do-paraná. Embora sem nunca terem chegado a galvanizar a opinião

pública, os conservacionistas contabilizaram avanços naquele período. Da reunião de 1933

resultaram subsídios para a elaboração do Código Florestal, no ano seguinte. Em 1937, um decreto

federal criava o primeiro parque nacional brasileiro, o de Itatiaia, na divisa do Estado do Rio e Minas

Gerais. A luta por sua criação tinha começado em 1913, por iniciativa do botânico Alberto Loefgren.

Dois anos depois, a Serra dos Órgãos, também no Estado do Rio, e a região das Cataratas do Iguaçu,

no Paraná, ganhavam o mesmo status. (ALMEIDA, 2002, p. 14).

É importante destacar que a transição até o conceito de gestão ambiental é um processo lento,
realizado ao longo de aproximadamente 30 anos até que o primeiro parque nacional fosse criado.
No entanto, isso não era problema apenas no Brasil, somente em 1962 um estudo da bióloga
Rachel Louise Carson apresentou que a gestão ambiental estava além da preservação das
árvores, ao abordar o impacto dos produtos químicos na natureza. No Brasil, somente no
começo dos anos de 1980, a Lei 6938/1981 instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente,
alocando outros recursos naturais à gestão ambiental.

Já no início de 1990, com o crescimento econômico mundial, principalmente motivado pelo ainda
recente término da Guerra Fria, surge o termo desenvolvimento sustentável e com ele a busca
por iniciativas para viabilizar a atividade econômica. Além disso, os termos “consciência
ecológica”, “consumo sustentável” e “produção limpa” podem ter sua origem nesse período, e
claro, a tal sustentabilidade.

A noção de sustentabilidade pode ser melhor entendida quando atribuímos um sentido


amplo à palavra “sobrevivência”. O desafio da sobrevivência – luta pela vida – sempre
dominou o ser humano.

Inicialmente, no enfrentamento dos elementos naturais, e mais tarde, sobretudo agora


no século XXI, no enfrentamento das consequências trazidas pelo imenso poder de
transformação desses elementos, acumulado pelo homem.
No mundo atual, a percepção de que tudo afeta a todos, cada vez com maior
intensidade e menor tempo para absorção, gerou o processo de redefinição, conceitual e
pragmático – porque não há mais tempo a perder – do desenvolvimento clássico
consumidor de recursos naturais, no qual o homem é incluído como mero animal de
produção; e levou à formulação do conceito de desenvolvimento sustentável.

A base conceitual é tão fácil de explicar quanto difícil de implementar, trata-se da


gestão do desenvolvimento – pontual ou abrangente, nos governos ou nas empresas –
que leve em consideração as dimensões ambiental, econômica e social e tenha como
objetivo assegurar a perenidade da base natural, da infraestrutura econômica e da
sociedade.

Para a colocação desses conceitos em prática há pré-requisitos indispensáveis:

- democracia e estabilidade política;

- paz;

- respeito à lei e à propriedade;

- respeito aos instrumentos de mercado;

- ausência de corrupção;

- transparência e previsibilidade de governos;

- reversão do atual quadro de concentração de renda esferas local e global. (ALMEIDA,


2002, p. 28).

A partir desse momento, diversas ações foram propostas para alcançar o desenvolvimento
sustentável conforme a definição proposta por Almeida (2002). Uma das ações foi, por exemplo,
diferenciar resíduos de lixo.

Resíduos eletroeletrônicos: são os produtos eletroeletrônicos descartados, incluindo todos seus


componentes e periféricos que faziam parte do equipamento (BRASIL, 2019).

Rejeitos eletroeletrônicos: resíduos eletroeletrônicos que, depois de esgotadas todas as


possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, incluídas a desmontagem, a descaracterização e a reciclagem, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada (BRASIL,
2019).

Rejeitos eletroeletrônicos perigosos: rejeitos eletroeletrônicos classificados como perigosos,


conforme norma ABNT NBR 10004:2004 ou norma que venha a substituí-la (BRASIL, 2019).

Apesar dessa definição, é comum o termo “lixo eletrônico” para designar pilhas, celulares,
impressoras e outros equipamentos que estão sendo descartados após o uso, tornando-se um
rejeito antes mesmo de ser um resíduo.

Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias devem

disponibilizar aos consumidores locais para o recebimento das pilhas e baterias inservíveis. Os

consumidores que desejam descartar suas pilhas devem levá-las até o ponto de entrega mais

próximo. Os pontos de entrega armazenam as pilhas recebidas e, ao atingir determinada

quantidade, encaminham o material para o sistema de coleta e triagem. (BRASIL, 2020a).

Mas, o lixo é muito mais que o eletrônico.

O Brasil gerou, em 2018, 79 milhões de toneladas de lixo por ano, um aumento de quase 1% em

relação ao ano anterior, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2018, elaborado pela Associação

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Deste total, a estimativa

é de que somente 3% sejam de fato reciclados, sendo que o potencial é de até 30%. “Não mudou muito

a visão de que basta ter lixeiras e o sistema de coleta já está resolvido. Não está”, diz Ana Maria Luz,

presidente do Instituto GEA — Ética e Meio Ambiente, organização que tem como finalidade

desenvolver a educação ambiental. (MARASCIULO, 2020).

Outra ação necessária para o desenvolvimento sustentável é o incentivo aos programas de


leasing. No começo do século XXI, Almeida (2002, p. 66) já citava um exemplo da maior
fabricante de tapetes e carpetes comerciais do mundo, que apenas durante um ano, deixou de
descartar inadequadamente mais de 1 milhão de metros.
Essa marca foi alcançada graças a um criativo programa de reaproveitamento, que a empresa

oferece como um serviço para os clientes. Através desse serviço, batizado de Reentry, a Interface se

compromete a pegar de volta o carpete após um determinado período, pré-estabelecido com o

próprio cliente no momento da compra. E responsabiliza-se pela gestão do final da sua vida útil. Em

termos bem simples: o fabricante do carpete compromete-se a recebê-lo de volta quando não servir

mais para o usuário e fazer de tudo para reaproveitá-lo, retardando ao máximo sua destinação final.

O procedimento da Interface é um dos mais bem-acabados exemplos de gestão do ciclo de vida de

um produto, do começo ao fim – ou, como já se convencionou dizer, “do berço ao túmulo”. Tudo isso

com agregação de valor. Além de fabricar os tapetes e carpetes, a empresa oferece ao comprador um

serviço de manutenção, com mão de obra treinada e materiais de limpeza desenvolvidos para

aumentar ao máximo a durabilidade do produto. Quando, finalmente, o cliente o considera

imprestável, o carpete é recolhido.

De posse do carpete velho, a empresa avalia, pela condição, tipo e medidas do produto e outros

critérios econômicos e ambientais, a melhor forma de reaproveitá-lo. Dentre as possibilidades estão

a reciclagem (transformar o carpete velho em matéria-prima para produção de novas peças); a

reutilização (transformar um grande carpete em pequenas peças para automóveis, por exemplo); e

até a doação para comunidades carentes e organizações sociais. A única ordem é não deixar que o

carpete vá simplesmente para o lixo. (ALMEIDA, 2002, p. 66).

Observe que a produção reversa não é nenhuma novidade, ela apenas precisa ser praticada para
que o desenvolvimento sustentável seja possível. Para isso, podemos separar em duas partes, a
primeira é acentuar o conceito do “berço à cova”, ou seja, os fabricantes devem se preocupar
com o destino do produto após o uso/consumo e isso deve acontecer desde o projeto deste
produto. As principais características desse processo, ora denominado como produção limpa
são, segundo Barreto (2021, p. 294) são:

Utilização de materiais não tóxicos e reutilizáveis.


Processos limpos e com baixo consumo de energia.
Mínima utilização de embalagens.
Fácil de montar, desmontar, consertar e reciclar.
Destinação final ambientalmente adequada gerida pelo fabricante. (BARRETO, 2021, p. 294).

A segunda parte sugere o envolvimento e entendimento do conceito do desenvolvimento


sustentável a partir da perspectiva do consumo e da motivação da sociedade em geral, na
prática de ações com o propósito de gestão ambiental.
Figura 8 - Quebrando paradigmas na gestão ambiental

Fonte: Barreto (2021, p. 312).

Nessa proposta, a quebra de paradigma começa no direcionamento das ações com o propósito
de gerar ganho antes mesmo do esforço em colaborar com a gestão ambiental e o consequente
desenvolvimento sustentável. A partir disso, pode ser possível gerar propostas que realmente
contribuam, de maneira mais abrangente, no objetivo da sustentabilidade. Caso você não
concorde, tente responder essas duas questões e reflita sobre o assunto:

Quantas pessoas você conhece que realmente fazem reciclagem?


Quantas pessoas você conhece que entregam as pilhas e baterias em pontos de coleta?

Infelizmente, a sua resposta deve ser bem próxima da minha, conhecemos pouquíssimas
pessoas (isso quando conhecemos) que estão realmente engajadas com a gestão ambiental,
talvez pela falta de incentivo ao processo. Obviamente tal engajamento deveria ser voluntário,
mas o incentivo pode ser o melhor caminho nesse momento de solidificação de um conceito que
deveria estar há muito tempo na sociedade. Pense nisso.
Práticas profissionais - Resíduos e sua destinação

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Práticas profissionais - Refugo aproveitado

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Recapitulando a Unidade 2
Um produto deve nascer com o princípio de retorno ao seu ponto de origem para destinação
adequada, para isso, a produção reversa pode ser o caminho necessário para que a gestão
ambiental e o consequente desenvolvimento sustentável sejam verdadeiramente implementados
na sociedade. Entretanto, não basta que as empresas busquem tais objetivos, é preciso que
sejam gerados benefícios aos praticantes da produção reversa ao mesmo tempo em que a
população faça uso/consumo de produtos oriundos dessas empresas, resultando em aumento
da imagem corporativa, redução de custos e retenção de clientes, ou seja, pilares fundamentais
da motivação às práticas ambientais.

Como consequência, surge o tal desenvolvimento sustentável, e apesar de ser requerido por
muitos, acaba, de certa maneira, sendo praticado por poucos se considerarmos a quantidade de
lixo gerada pelas pessoas, a falta de reciclagem e outras ações importantes como a utilização de
materiais não tóxicos e reutilizáveis, poucas embalagens e facilidade para montar, desmontar,
consertar, reciclar etc. Porém, nem tudo está perdido, é preciso que o desenvolvimento
sustentável tenha ações de motivação às empresas, aos governos e à própria sociedade,
gerando ganhos por meio de práticas de preocupação ambiental. Ao que se identifica até agora,
somente com esses recursos a gestão ambiental vai acontecer em larga escala, garantindo o
atendimento da demanda atual, sem deixar de atender as demandas das próximas gerações.
Considerações Finais
Apesar de parecer algo que todos desejam, o desenvolvimento sustentável precisa ainda ser
praticado de fato pela sociedade em geral e isso deve acontecer desde os princípios da
fabricação de um bem. Para isso, é preciso que os consumidores adquiram produtos com os
propósitos ambientais estudados, porém, é fato que a criação de leis e determinações
ambientais ainda precisam de consolidação, principalmente as não compulsórias, pois, ainda é
incipiente a quantidade de empresas realmente preocupadas com a destinação de seus
produtos, bem como não é amplamente comum encontrarmos consumidores que realizam o
descarte adequado após o uso/consumo desses bens.

O que se precisa é criar mecanismos de incentivo à gestão ambiental, com bonificações, redução
de tributos e outras sugestões para que os consumidores se interessem pela prática recorrente,
pois é pelo consumidor que o processo pode funcionar, isto é, consumidores, ao fazerem
uso/consumo de produtos dentro do conceito do berço à cova forçam as empresas não atuantes
a adotarem tais medidas, gerando o desejado desenvolvimento sustentável.

Outros aspectos relacionados ao desenvolvimento sustentável como a democracia e


estabilidade política, paz, respeito à lei e à propriedade etc., é um passo adiante, principalmente
em países como o Brasil, que ainda estão em desenvolvimento. Ainda há um longo caminho a ser
percorrido, porém, mais importante que isso, este é um caminho que pode e deve ser trilhado,
antes que seja tarde demais.
Autoria
João Carlos Barreto
Autor
Doutor em Engenharia (área de cadeia de suprimentos) pela Unicamp-SP, Mestre em
Administração, Especialista em Logística, MBA em Administração da Qualidade, Graduação e
Tecnólogo em Administração. Linha de pesquisa em logística e produção, gestão de MPEs,
comércio exterior e empreendedorismo-inovação (orientação empreendedora-OE). Tem larga
experiência de carreira em multinacionais de diversos segmentos. Atua como Gestor de
Negócios nas áreas de cadeia de suprimentos e administração de empresas. Palestrante e autor
de artigos publicados em revistas e congressos especializados. Coordenador adjunto e Professor
de cursos presenciais e EAD de MBA/graduação.
Glossário
Environmental footprint

O efeito que uma pessoa, empresa, atividade, etc. tem no meio ambiente, por exemplo, a
quantidade de recursos naturais que utilizam e a quantidade de gases nocivos que produzem.
Toda organização deve trabalhar em direção a uma pegada ambiental zero, conservando,
restaurando e substituindo os recursos naturais usados ​em suas operações. Fonte: Cambridge
Dictionary / https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/environmental-footprint
[https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/environmental-footprint] .

Leasing

A legislação brasileira classifica o leasing como um contrato de arrendamento mercantil. O bem,


que pode ser carro, imóvel, barco ou smartphone de última geração, fica no nome da empresa de
leasing. Quem assina o contrato do leasing, mesmo não sendo o proprietário, ganha o direito de
usufruir desse bem. E é nesse ponto que essa modalidade se diferencia do financiamento.
Quando você financia algo, o bem fica em seu nome. Já as cláusulas do leasing dão a
possibilidade de o bem ser adquirido ou não no final do prazo estipulado em contrato. Fonte:
https://www.serasa.com.br/ensina/te-explica/leasing-o-que-e-e-como-funciona-entenda/
[https://www.serasa.com.br/ensina/te-explica/leasing-o-que-e-e-como-funciona-entenda/]

Market share

É a participação de mercado de uma empresa, de um produto ou qualquer outra medição,


geralmente apresentado por meio de porcentagem.

Trade-off

É uma troca compensatória entre duas ou mais situações apresentadas.

Crescimento orgânico

Os produtos e serviços têm aumento nas vendas.

Crescimento por integração

Por meio de aquisição total (a compra de um concorrente da região, por exemplo), aquisição de
controle acionário (entrada na parte societária) ou ainda fusão (união com uma ou mais
empresas). Fonte: Mintzberg et al., 2006.
Bibliografia
Bibliografia Clássica

ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. São Paulo: Nova Fronteira, 2002.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Casa civil. Brasília, DF: Presidência da República,
2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm.
Acesso em: 16 fev. 2022.

DE OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento Estratégico. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MINTZBERG, H. et al. O processo de estratégia. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

Bibliografia Geral

BARRETO, J. C. Gestão de negócios x Cadeia de suprimentos: a difícil arte de tomar decisões. São
Paulo: Amazon Books, 2021.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/Ibama. Instrução normativa nº 24, de 21 de novembro de


2019. [S. l.]: Ministério do Meio Ambiente, 2019. Disponível em:
https://www.in.gov.br/web/dou/-/instrucao-normativa-n-24-de-21-de-novembro-de-2019-
229118595. Acesso em: 16 fev. 2022.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Mapa estratégico – Ministério do Meio Ambiente - 2014-
2022. [S. l.]: Ministério do Meio Ambiente. Revisão: 2017. Disponível em:
https://antigo.mma.gov.br/images/arquivos/o_ministerio/Gestao_estrategica/planejamento_estrateg
Acesso em: 15 fev. 2022.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Pilhas e baterias. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
2020a. Disponível em: https://sinir.gov.br/logistica-reversa/portarias-mma/63-logistica-
reversa/126-pilhas-e-baterias. Acesso em: 16 fev. 2022.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Responsabilidade socioambiental. 24 nov.
2020b.Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.html. Acesso
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CANDELORO, A. P. P.; RIZZO, M. B. M.; PINHO, V. Compliance 360º: riscos, estratégias, conflitos e
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CASTRO, A. C.; CASTRO, C. O. Gestão pública contemporânea. Curitiba: InterSaberes, 2014.

COELHO, T. Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo e recicla apenas 1%. G1, [s. l.],
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FREEMAN, P. Alexandre, o Grande. Tradução: Marília Chaves, Marcia Men. São Paulo: Editora
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RIBEIRO, M. C. P.; DINIZ, P. D. F. Compliance e Lei Anticorrupção nas empresas. Revista de


Informação Legislativa, [s. l.], ano 52, n. 205, p. 87-105, 2015. Disponível em:
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[https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/52/205/ril_v52_n205_p87.pdf] . Acesso em: 10 fev.
2022.

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