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AFO – ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
Despesa Pública

PDF SINTÉTICO

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240117377684

MANUEL PIÑON

Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é


Professor, voltado para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e
Controle) da Controladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministério da Transparência)
em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do
Brasil) em 1998.

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Despesa Pública
Manuel Piñon

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Despesa Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Conceito de Despesa Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1. Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Diferenciação – Despesas Orçamentárias, Extraorçamentárias e
Intraorçamentárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3. Diferenciação – Enfoque Orçamentário e Patrimonial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2. Estágios da Despesa Pública Orçamentária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1. Diferença – Doutrina x Lei n. 4.320/1964 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2. Planejamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3. Execução da Despesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3. Classificação das Despesas Públicas Orçamentárias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1. Quanto à Forma de Ingresso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2. Classificação quanto à Efetividade/Afetação Patrimonial . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3. Classificação Institucional/Departamental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.4. Classificação Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.5. Classificação por Estrutura Programática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.6. Quanto à Natureza da Despesa (por Categorias) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.7. Classificação por Categoria Econômica (1º Nível) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.8. Quanto ao GND – Grupo de Natureza da Despesa (2º Nível). . . . . . . . . . . . . . 28
3.9. Quanto à Modalidade de Aplicação (3º nível) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.10. Quanto ao Elemento De Despesa (4º nível). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.11. Classificação da Lei n. 4.320/1964. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.12. Classificação na LRF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.13. Portaria Interministerial n. 163/2001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.14. Classificação Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.15. Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

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3.16. Quanto à Regularidade ou Periodicidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35


3.17. Quanto à Esfera Orçamentária. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.18. Por Identificador de Uso – IDUSO e por Identificador de Doação/
Operação de Crédito – IDOC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.19. Por Competência Institucional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4. Restos a Pagar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1. Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2. Classificação dos Restos a Pagar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3. Outros Aspectos Relevantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.4. Principais Alterações na Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.5. A Prescrição dos Restos a Pagar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.6. Cancelamento e “Reinscrição” dos Restos a Pagar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5. Despesas de Exercícios Anteriores – DEA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6. Dívida Passiva Flutuante e Fundada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6.1. Dívida Flutuante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6.2. Dívida Fundada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
7. Suprimento de Fundos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
7.1. Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
7.2. Tipos de Suprimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.3. Restrições à Concessão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.4. Prestação de Contas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

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APRESENTAÇÃO
Escrever um livro é algo desafiador. Porém, escrever para o público concurseiro torna
a tarefa ainda mais árdua.
Afinal, há candidatos com diferentes níveis de conhecimento, estudando para seleções
de áreas variadas.
No entanto, existe algo em comum entre aqueles que se preparam para um concurso
público: todos querem a aprovação o mais rápido possível e não têm tempo a perder!
Foi pensando nisso que esta obra nasceu.
Você tem em suas mãos um material sintético!
Isso porque ele não é extenso, para não desperdiçar o seu tempo, que é escasso. De
igual modo, não foge da batalha, trazendo tudo o que é preciso para fazer uma boa prova
e garantir a aprovação que tanto busca!
Também identificará alguns sinais visuais, para facilitar a assimilação do conteúdo. Por
exemplo, afirmações importantes aparecerão grifadas em azul. Já exceções, restrições ou
proibições surgirão em vermelho. Há ainda destaques em marca-texto. Além disso, abusei
de quadros esquemáticos para organizar melhor os conteúdos.
Tudo foi feito com muita objetividade, por alguém que foi concurseiro durante
muito tempo.
Para você me conhecer melhor, comecei a estudar para concursos ainda na adolescência,
e sempre senti falta de ler um material que fosse direto ao ponto, que me ensinasse de um
jeito mais fácil, mais didático.
Enfrentei concursos de nível médio e superior. Fiz desde provas simples, como recenseador
do IBGE, até as mais desafiadoras, sendo aprovado para defensor público, promotor de
justiça e juiz de direito.
Usei toda essa experiência de 16 anos como concurseiro e de outros tantos ensinando
centenas de milhares de alunos de todo o país para entregar um material que possa
efetivamente te atender.
A Coleção PDF Sintético era o material que faltava para a sua aprovação!
Aragonê Fernandes

APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Para você me conhecer melhor, sou Administrador de Empresas, com especialização em
Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
e Professor desde 2014, nas disciplinas Administração Financeira e Orçamentária (AFO),
Direito Financeiro e Finanças e Economia. Também fui Auditor de Finanças e Controle da CGU.

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Como concurseiro, fiz meu primeiro concurso e fui aprovado em 1998, para Auditor da
Receita Federal. Trabalhei por dois anos, pedi exoneração e fui trabalhar na iniciativa privada.
Seis anos depois, voltei a estudar para concursos públicos. Tive algumas reprovações até
ser aprovado na CGU. Ainda na CGU, continuei os estudos até ser aprovado novamente
como Auditor da Receita Federal, em 2010, onde me encontro até hoje, super realizado
profissionalmente.
Assim, venho aprimorando nossos PDFs ao longo desses anos e este material procura
sintetizar toda essa experiência adquirida como concurseiro e como professor.
Espero que goste e que seja decisivo em sua aprovação.

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DESPESA PÚBLICA

1. CONCEITO DE DESPESA PÚBLICA

1.1. DEFINIÇÕES
De acordo com a melhor Doutrina, a Despesa Pública representa o conjunto de dispêndios
do Estado, ou de outra pessoa de Direito Público, com a finalidade de funcionamento dos
serviços públicos e de atendimento às necessidades coletivas aplicando certa quantia dentro
de uma autorização legislativa, buscando a manutenção das atividades do ente estatal ou
para a conservação ou construção de bens públicos.

As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo, compondo o orçamento
público, com exceção das chamadas despesas extraorçamentárias.

1.2. DIFERENCIAÇÃO – DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS, EXTRAORÇAMENTÁRIAS


E INTRAORÇAMENTÁRIAS
A despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização legislativa, na
forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada, enquanto o dispêndio
extraorçamentário é aquele que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo
determinadas saídas de numerários decorrentes de depósitos, pagamentos de restos a
pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita e recursos transitórios.
Dessa forma, podemos sintetizar esse quadro dizendo que a despesa orçamentária
é toda transação que depende de autorização legislativa (LOA e Créditos Adicionais), na
forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
Já o chamado dispêndio extraorçamentário é aquele que não consta na LOA – Lei
Orçamentária Anual, e compreende certas saídas de numerário oriundas de depósitos,
pagamentos de restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita
ou ainda de recursos transitórios.

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Note, na figura anterior, que também os chamados “desembolsos extraorçamentários”


não caracterizam uma despesa pública, assim como uma despesa enquadrada como
intraorçamentária (mera “arrumação” de contas dentro do próprio orçamento do ente,
sem alterar o total da despesa pública).

1.3. DIFERENCIAÇÃO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO E PATRIMONIAL


No Direito Financeiro devemos usar o regime misto, onde receitas são contabilizadas pelo
regime de caixa (arrecadadas – entradas efetivas de dinheiro) para as receitas e regime de
competência para as despesas (empenhadas – comprometimento do recurso no orçamento).
Nosso mantra é o artigo 35 da Lei n. 4.320/1964 que define o seu enfoque orçamentário.
O objetivo desse enfoque orçamentário é evitar o risco de que a execução das despesas
orçamentárias ultrapasse a arrecadação efetiva que foi “colocada” na conta. Veja-o
novamente:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.

A despesa sob o enfoque patrimonial sempre gera diminuição do Patrimônio líquido


do ente, não se confundindo, assim, com a despesa sob a ótica orçamentária.

EXEMPLO
Note, por exemplo, que uma despesa de capital relativa à amortização de um empréstimo
obtido não é considerada despesa sob a ótica patrimonial.

Normalmente, o fato gerador será simultâneo tanto na liquidação da despesa, como na


aquisição de bens de consumo. Entretanto, em algumas situações, o fato gerador poderá
ocorrer em momento diferente da liquidação.

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EXEMPLO
Veja o caso da aquisição de um seguro com vigência de 12 meses. Enquanto no enfoque
patrimonial, temos a apropriação de um direito ao seguro. No enfoque orçamentário, a
despesa será reconhecida apenas na liquidação durante o exercício corrente e, ao final desse
exercício, por meio do empenho.

2. ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA

2.1. DIFERENÇA – DOUTRINA X LEI N. 4.320/1964


A execução da despesa orçamentária pública transcorre em três estágios, que conforme
previsto na Lei n. 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento. No entanto, a
doutrina majoritária inclui a Fixação da despesa como sendo um dos estágios, integrando
o Planejamento.

2.2. PLANEJAMENTO
A etapa do planejamento e contratação abrange, de modo geral, a fixação (ou programação
da despesa orçamentária), a descentralização e movimentação de créditos, a programação
orçamentária e financeira e o processo de licitação com a formalização do contrato, embora
não esteja prevista na Lei n. 4.320/1964.

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Nesse sentido, é importante destacar que a legislação não permite a troca de ordem
entre os estágios, com exceção apenas para o estágio da programação e apenas para
aquelas as despesas realizadas via abertura de créditos extraordinários, que, tendo em
vista a sua natureza de imprevisibilidade e urgência não passa pela fase da programação.

2.2.1. FIXAÇÃO DA DESPESA


A fase de fixação engloba a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada,
tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas
pelo governo. A criação ou expansão da despesa requer adequação orçamentária e
compatibilidade com a LDO e o PPA.
Note que a fixação da despesa tem como correspondente a etapa de previsão da receita
ainda durante o processo de elaboração da LOA e lembre-se que o processo da fixação da
despesa orçamentária é concluído com a autorização dada pelo poder legislativo por
meio da LOA-Lei Orçamentária Anual, ressalvadas, claro, as eventuais aberturas de créditos
adicionais no decorrer da vigência do orçamento.

2.2.2. DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS


A Descentralização de Créditos Orçamentários corresponde à movimentação de créditos
orçamentários para que outras unidades administrativas possam executar a despesa
orçamentária.

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2.2.3. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA


A Programação Orçamentária e Financeira basicamente é compatibilização do fluxo de
pagamentos ao fluxo de recebimentos, de modo a ajustar a execução da despesa fixada às
disponibilidades de caixa do ente.

2.2.4. PROCESSO DE LICITAÇÃO


O Processo de Licitação é um procedimento administrativo formal para contratação de
serviços ou aquisição de produtos pelos entes da Administração Pública direta ou indireta.

2.2.5. FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO


Findo o processo de licitação e selecionado o vencedor, firma-se um contrato administrativo
que também é objeto de estudo do Direito Administrativo.

Enquanto parte da Doutrina entende “pré-empenho” como sendo sinônimo de toda a


etapa de planejamento, outra parte da Doutrina entende a sistemática do “pré-empenho”,
como sendo uma etapa específica que antecede os estágios da execução da despesa,
e que funciona como uma espécie de reserva de dotação orçamentária, ocorrendo
após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu comprometimento para a
realização da despesa, de modo a “cobrir” o lapso de tempo inerente a todo o processo
licitatório de contratação dos respectivos bens e serviços a que se referem os gastos,
servindo para “guardar” o crédito até o final da licitação.

2.3. EXECUÇÃO DA DESPESA


Quando falamos em “executar o orçamento”, estamos falando que vamos realizar as
despesas públicas nele previstas e apenas estas, já que para que qualquer utilização de
recursos públicos seja efetuada, o primeiro requisito é que esse gasto tenha sido legalmente
autorizado pelo Poder Legislativo, e que sejam seguidas as 3 etapas da execução das
despesas previstos na Lei n. 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.

2.3.1. EMPENHO
O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. Nos termos do disposto no
art. 58 da Lei n. 4.320/1964:

o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição.

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O empenho gera somente obrigação orçamentária, ou seja, é uma autorização da


autoridade competente para a realização da despesa, ou seja, o empenho não cria obrigação
jurídica de pagar, mas destaca, das dotações orçamentárias destinadas à satisfação da
despesa, a quantia necessária ao resgate do débito.

Obs.: A obrigação jurídica de pagar decorre da etapa seguinte: a liquidação. Somente


com a liquidação, segundo estágio da execução da despesa, que será cobrada a
prestação dos serviços, a entrega dos bens ou a realização da obra, de modo a
impedir o pagamento sem o implemento de condição.
Guarde que, nos casos de despesas relativas a contratos ou convênios de vigência
plurianual, deve-se as empenhar em cada exercício financeiro a parte a ser executada no
referido exercício.

2.3.1.1. MODALIDADES DE EMPENHO


Usa-se o empenho ordinário para acudir despesas normais com montante previamente
conhecido e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.
Já o empenho global é aquele que serve para aquelas despesas com montante
previamente conhecido, mas cujo pagamento seja parcelado, como nos casos das despesas
com aluguéis, prestação de serviços, salários etc.
Por seu turno, para acolher despesas cujo valor não se possa determinar previamente,
usa-se o empenho por estimativa, como nos casos de contas de água, luz, telefone, diárias
etc. São gastos que ocorrem regularmente, mas cujos valores oscilam bastante.

2.3.1.2. ANULAÇÃO DE UM EMPENHO


Um empenho pode ser anulado, ao longo do exercício, seja parcial ou totalmente.
Ao final de cada exercício, o empenho deve ser totalmente anulado caso ainda não
tenha sido liquidado, exceto para aqueles que se enquadrarem nas condições previstas
para inscrição em Restos a Pagar.

E qual o destino dos valores correspondentes aos empenhos anulados?

Os valores correspondentes à anulação do empenho revertem ao programa de


trabalho, tornando-os novamente disponíveis para empenho.

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2.3.1.3. CARACTERÍSTICAS DO EMPENHO


O empenho serve, na verdade, para reservar parte dos créditos disponíveis, em
consonância com o artigo 60 da Lei n. 4.320/1964, que veda a realização de despesa sem
prévio empenho.

Obs.: O Decreto 93.872/1986 admite que, em caso de urgência, o ato do empenho seja
contemporâneo à realização da despesa, podendo ser dispensada a nota de
empenho, mas nunca o empenho.
A Nota de Empenho – NE é a materialização do empenho, sendo elaborada no SIAFI
quando da União (uma NE para cada empenho), e serve para registrar as operações que
geram o comprometimento de despesa, seu reforço ou anulação, indicando o nome do
credor, a especificação e o valor da despesa, bem como a dedução desse valor do saldo da
dotação própria.

2.3.1.4. OUTRA CLASSIFICAÇÃO DOS EMPENHOS

Obs.: Existem situações em que o valor do empenho original não é suficiente, sendo
necessário uma espécie de “empenho de reforço” para complementar o valor
original inicial.
Já o “empenho de anulação” é aquele empenho emitido posteriormente e que se
destina à anulação parcial ou total dos empenhos originais ou, eventualmente, dos
empenhos de reforço, que são chamados de empenho excedente (anulação parcial) e
empenho incorreto ou de objeto não cumprido (anulação total).

2.3.2. LIQUIDAÇÃO
A liquidação é o segundo estágio da execução despesa e é caracterizada pela entrega
dos bens e serviços contratados.
Nos termos do disposto no artigo 63 da Lei n. 4.320/1964, a liquidação da despesa
consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.
Aí você me pergunta:

E para que serve finalmente a liquidação?

Serve para verificar a correção da execução do contrato pelo fornecedor, para apurar:
• a origem e o objeto do que se deve pagar;
• a importância exata a pagar;
• a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
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A liquidação visa verificar a importância exata a pagar e a quem se deve pagar, para
extinguir a obrigação, sendo realizada no SIAFI, por meio da Nota de Lançamento – NL,
nos casos de despesas federais.
Além disso, é na fase de liquidação que é cobrada a prestação dos serviços ou a entrega
dos bens, ou, ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma, o pagamento sem o
implemento de condição.
De acordo com a Doutrina existe ainda a fase denominada “em liquidação”, entre o
empenho e a liquidação propriamente dita.
Ocorre por exemplo quando se recebe a nota fiscal, mas demora-se para conferir se
o serviço foi efetivamente prestado ou o material efetivamente recebido. Nesse caso,
registra-se essa nota fiscal como “em liquidação”.

2.3.3. PAGAMENTO
O pagamento é o terceiro e último estágio execução da despesa. Regulado no artigo
64 da Lei n. 4.320/1964, “a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa seja paga”.

Em regra, o pagamento deve ser realizado via ordem bancária, precedida da autorização
do titular da Unidade Gestora ou seu preposto. Em termos de União, é realizado via SIAFI,
mediante ordem bancária correspondente à respectiva dívida líquida. Em outros termos,
equivale à assinatura do gestor público determinando o pagamento.
RESUMO DA ÓPERA: no quadro seguinte, temos as principais características dos estágios
de execução da despesa:

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3. CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS ORÇAMENTÁRIAS


Seguindo o que a legislação orienta, com destaque para a Lei n. 4.320/1964, a classificação
da despesa no orçamento público deve ser desdobrada de acordo com os seguintes critérios:
institucional (órgão e unidade orçamentária), funcional (função e subfunção), por programas
(programa, projeto, atividade e operações especiais) e segundo a natureza (categorias
econômicas, grupos, modalidades de aplicação e elementos).
Temos ainda classificações doutrinárias que também são cobradas em prova.

Somente as despesas orçamentárias são objeto de classificação, ou seja, as despesas


extraorçamentárias nem classificadas são.

3.1. QUANTO À FORMA DE INGRESSO

3.1.1. DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS


As despesas orçamentárias são aquelas que PRECISAM estar previstas na LOA ou nas
Leis de Créditos Adicionais e que financiam o funcionamento dos serviços públicos.
Guarde que a sua realização depende de autorização legislativa.

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Em outras palavras, são as despesas fixadas nas leis orçamentárias ou nas de créditos
adicionais, instituídas em bases legais, dependendo de autorização legislativa e obedecendo
aos estágios da despesa: fixação, empenho, liquidação e pagamento.
Contabilmente falando, constituem despesas orçamentárias a redução do Ativo em
decorrência de desembolso financeiro pela execução da despesa à vista ou aumento do
Passivo em decorrência da despesa a prazo, posto que a despesa orçamentária deve seguir
o regime da competência.

A partir da classificação da despesa em orçamentária é que vem todas as demais


classificações, ou seja, as despesas extraorçamentárias não são objeto de outras
classificações.

3.1.2. DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS


São despesas extraorçamentárias aquelas que não constam na LOA ou nas leis de
Créditos Adicionais, tendo em vista o seu caráter transitório, ou seja, a sua realização
não se vincula à execução do orçamento.
Correspondem à devolução de recursos transitórios que foram obtidos como receitas
extraorçamentárias que pertencem a terceiros e não aos órgãos públicos.
Contabilmente falando, constituem despesas extraorçamentárias a redução do Ativo em
decorrência da desincorporação de bens e direitos e o aumento do passivo em decorrência
do surgimento de obrigações, ambas independentes da execução orçamentária.
Em suma, são, na verdade, restituição ou à entrega de valores arrecadados sob o
título de receitas extraorçamentárias.
Enquanto o pagamento do principal das operações de crédito por antecipação de receita
orçamentária (ARO) é despesa extraorçamentária, o pagamento da parte relativas aos
encargos referentes a tais despesas é despesa orçamentária classificada no elemento de
despesa “25 – Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita”.

3.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EFETIVIDADE/AFETAÇÃO PATRIMONIAL


Para fins contábeis, a despesa orçamentária pode ser classificada quanto ao impacto
na situação líquida patrimonial em:
Despesa Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento de sua realização, reduz a
situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.

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Despesa Orçamentária Não Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não
reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo.
Também chamada de despesa “por mutação/mudança patrimonial.
Geralmente, a despesa orçamentária efetiva é despesa corrente, mas pode haver
despesa corrente não efetiva como a despesa com a aquisição de materiais para estoque
e a despesa com adiantamentos, que representam fatos permutativos, embora sejam
despesas correntes.
Já a despesa não efetiva normalmente é uma despesa de capital, mas existem
despesas de capital que são efetivas como as transferências de capital, que causam variação
patrimonial diminutiva e, por isso, classificam-se como despesa efetiva, embora sejam
despesas de capital.

3.3. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL/DEPARTAMENTAL


A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários
e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.
Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias (art. 14 da Lei n. 4.320/1964).
Os órgãos orçamentários, por sua vez, correspondem a agrupamentos de unidades
orçamentárias.
As dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela realização
das ações.
Considerada como sendo uma classificação qualitativa, a classificação Institucional da
Despesa ordena as despesas de acordo com o ente político competente à sua instituição
ou realização, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal,
relacionando os órgãos orçamentários e suas respectivas unidades orçamentárias.
Sua principal utilidade é permitir a identificação da instituição responsável pela
execução e prestação de contas do programa ou ação governamental.
A ideia básica é que as dotações são confiadas diretamente a um Órgão, cujo dirigente
é o titular da responsabilidade pela execução e que, por sua vez, é subdividido em Unidades
Orçamentárias, às quais caberão a execução das despesas, bem como a fiscalização a ser
executada pelo órgão setorial de controle interno.

Obs.: Importante destacar que as Unidades Orçamentárias podem corresponder a uma


estrutura administrativa, como Tribunais, Ministérios etc., bem como podem se
constituir apenas em uma classificação para agrupar despesas afins, tais como
“Encargos Financeiros”, “Reserva de Contingência” etc.

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É importante destacar também que além das subdivisões de cada Órgão, são também
Unidades Orçamentárias os chamados órgãos autônomos, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
O código da classificação Institucional é composto por cinco dígitos, sendo que os dois
primeiros identificam o Órgão e os três últimos, a Unidade Orçamentária.

3.4. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL


A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções,
buscando responder basicamente à indagação “em que área” de ação governamental a
despesa será realizada.
A ideia-chave da classificação Funcional, considerada uma classificação qualitativa, é
funcionar como elemento de ligação dos gastos públicos nas três esferas de governo,
sendo utilizada, tanto no orçamento da União, quanto no orçamento dos Estados. Também
os Municípios estão obrigados a observar essa regra.
O objetivo é que as funções representem as ações desenvolvidas pelo Governo, seja direta
ou indiretamente, aglutinadas em grupos maiores, de acordo com os objetivos nacionais.
A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação
do setor público. Reflete a competência institucional do órgão, como cultura, educação, saúde,
defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. Há situações em que o órgão
pode ter mais de uma função típica, considerando-se que suas competências institucionais
podem envolver mais de uma área de despesa. Nesses casos, deve ser selecionada, entre
as competências institucionais, aquela que está mais relacionada com a ação.

Obs.: A classificação funcional é representada por cinco dígitos.


Os dois primeiros referem-se à função, enquanto os três últimos dígitos representam
a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das diversas áreas de
atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.

Destaca-se a função Encargos Especiais, que engloba as despesas que não podem
ser associadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais
como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma
agregação neutra. A utilização dessa função irá requerer o uso das suas subfunções típicas.
A subfunção representa uma partição da função, visando agregar determinado
subconjunto de despesas do setor público.

Obs.: É possível combinar as subfunções a funções diferentes daquelas a elas diretamente


relacionadas, o que se denomina “matricialidade”, ou seja, as subfunções poderão
ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

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A Portaria n. 42/1999 atualiza a discriminação da despesa por funções de que trata


a Lei n. 4.320/1964; estabelece os conceitos de função, sub função, programa, projeto,
atividade, operações especiais; e dá outras providências.

3.5. CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA


Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos
objetivos estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja, quatro anos.
A ótica de organização governamental integrando Planejamento e Orçamento está
consubstanciada na ligação das ações orçamentárias e não orçamentárias diretamente
aos novos programas.
O produto de uma ação, como resultado, deve visar a concretização/realização dos
objetivos pretendidos nos programas.
O conjunto dos produtos de determinadas ações viabilizará a execução do objetivo e
o cumprimento da meta geral estabelecida para um programa finalístico, mensurada por
um indicador de resultado.
Ao se resgatar o modelo lógico como organizador dos elementos constitutivos dos
programas do PPA, a metodologia visa contribuir para um adequado desenho dos programas,
o que posteriormente auxilia na avaliação das políticas públicas na medida em que identifica
claramente os objetivos e resultados esperados do programa, bem como os indicadores
de resultado.

No PPA 2020-2023 os programas são os finalísticos e o programa de gestão.

O Programa finalístico pode ser conceituado como sendo um conjunto de ações


orçamentárias e não orçamentárias suficientes para enfrentar um problema da sociedade
com definição de objetivos, metas e unidade responsável.
Os programas finalísticos resultam em bens e serviços diretamente prestados à
sociedade.

EXEMPLO: Programa Brasil Universitário.

O Programa de Gestão é um conjunto de ações orçamentárias e não orçamentárias


que não são passíveis de associação aos programas finalísticos, ou seja, abrange ações
de gestão governamental.

EXEMPLO: Programa Gestão da Política de Saúde.

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Somente os programas finalísticos têm definidos unidade responsável, objetivo, meta e


indicador, ou seja, os programas de gestão não têm esses atributos.

Guarde que, para alcançar os objetivos estratégicos definidos no PPA toda a ação do
governo deve estar estruturada em programas.

Obs.: Programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula


um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum
preestabelecido, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada
necessidade ou demanda da sociedade.
Em outras palavras, os programas nada mais são do que uma organização de ações, e,
devemos que destacar que são as execuções das ações que tornam um programa algo prático
por meio do alcance do seu objetivo e das suas metas, ou seja, as ações é que são executáveis.
RESUMO DA ÓPERA: as ações são instrumentos de realização dos programas.

Obs.: A ação orçamentária representa operação da qual resultam produtos (bens ou


serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se
também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros
entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções,
auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos.
É importante registrar que na LOA uma ação orçamentária padronizada pode estar
vinculada a mais de um objetivo e que as ações devem estar relacionadas às subfunções
relativas à finalidade do gasto, independente do ente público a que pertençam.
Quando do cadastro das ações, deve-se primeiro identificar se a ação é uma
atividade, um projeto ou uma operação especial e, em seguida, faz-se o registro das
demais características das ações como título, tipo, descrição, base legal, produto, unidade
de medida etc.
A Atividade é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo
e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da
ação de Governo.

EXEMPLOS:
Despesas com manutenção, com atividades de fiscalização e monitoramento e campanhas
anuais de vacinação.
Ação 4339 – Qualificação da Regulação e Fiscalização da Saúde Suplementar.

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O Projeto é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um


programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta
um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.
Pode-se dizer as ações do tipo projeto aumentam a produção pública e criam condições
para novas atividades ou que tratam de ações inéditas com prazo determinado.

EXEMPLOS:
Construção de uma escola ou de um hospital.
Ação 7M63 – Adequação de Trecho Rodoviário – km 714 – km 725 – na BR-364/RO.

Cada projeto ou atividade, devidamente quantificada em sua unidade de medida,


somente pode ser associada a um único produto, dando origem à respectiva meta.
A Operação Especial é usada para despesas que não contribuem para a manutenção,
expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto
e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

EXEMPLO
Pense, por exemplo, em uma despesa com juros da dívida pública ou em uma despesa com
contribuição para organismos internacionais como a ONU. Essas despesas não contribuem
para a manutenção das ações do governo e não geram bens e serviços para a população
sendo, portanto, operações especiais.

Obs.: Destaque-se que as operações especiais têm como característica não retratar
a atividade produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir
para a produção de bens ou serviços à sociedade, quando caracterizada por
transferências a outros entes.
O Plano Orçamentário – PO é uma identificação orçamentária, de caráter gerencial
(não constante da LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por finalidade permitir
que tanto a elaboração do orçamento quanto o acompanhamento físico e financeiro da
execução ocorram em um nível mais detalhado do que o do subtítulo (localizador de gasto)
da ação. O código do PO é uma identificação alfanumérica de quatro posições.
A estrutura da programação orçamentária da despesa é dividida em programação
qualitativa e programação quantitativa.
Programação qualitativa – o programa de trabalho define qualitativamente a programação
orçamentária e deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que
caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes
blocos de informação: Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação
Funcional, Estrutura Programática e principais informações do Programa e Ação.

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Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira.


A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto por meio da
meta “física”, que corresponde à quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma
regionalizada, se for o caso, num
determinado período e instituída para cada ano.
As metas físicas são indicadas são indicadas no nível de subtítulo e agregadas de acordo
com os respectivos projetos, atividades ou operações especiais. A territorialização das
metas físicas é expressa nos localizadores de gasto previamente definidos para a ação.

EXEMPLO
O exemplo clássico é o da vacinação dos idosos contra a gripe, onde a meta é regionalizada
de acordo com o número de idosos de cada Estado, mesmo sendo uma campanha nacional
e as vacinas sejam compradas pelo Governo Federal.

Já a programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, por meio da
natureza da despesa, identificador de uso, fonte de recursos, identificador de operações
de crédito, identificador de resultado primário, dotação e justificativa.

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É por meio da classificação quantitativa financeira que os recursos correspondentes


aos créditos orçamentários pretendidos são inseridos na programação, com a especificação
das respectivas fontes de recursos.

3.6. QUANTO À NATUREZA DA DESPESA (POR CATEGORIAS)


A classificação por natureza, na verdade, engloba as classificações por categoria
econômica, por grupo de despesa, por modalidade de aplicação e pelo elemento
de despesa.
A classificação econômica, basicamente divide as despesas em correntes (não contribuem
diretamente para a formação de ou aquisição de um bem de capital) e as despesas de capital
(que contribuem diretamente para a formação de ou aquisição de um bem de capital).
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Obs.: É importante informar que a classificação econômica foi instituída pela Lei n.
4.320/1964, sendo adotada até hoje, com as devidas atualizações instituídas pela
Portaria SOF/STN 163/2001. Aqui temos um ponto importante: as bancas cobram
tanto as classificações da Lei n. 4.320/1964 quanto da PORTARIA 163/2001. Por isso
precisamos conhecer as duas classificações e prestar MUITA ATENÇÃO AO COMANDO
DA QUESTÃO, de modo a identificar exatamente qual classificação a banca quer.
Pela Lei n. 4.320/1964, as despesas correntes são divididas em despesas de custeio e
transferências correntes. Já as despesas de capital são divididas em investimentos,
inversões financeiras e transferências de capital.
A Lei n. 4.320/1964 trata da classificação da despesa por categoria econômica e
elementos em seus artigos 12 e 13, mas atualmente, em regra, devemos seguir o
Anexo II da Portaria Interministerial SOF/STN 163/2001. Registre-se ainda que, de
acordo com o artigo 6º dessa Portaria, “Na LOA, a discriminação da despesa, quanto
à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza
de despesa e modalidade de aplicação”.

O conjunto de informações que formam o código é conhecido como classificação


por natureza de despesa e informa a Categoria econômica, o Grupo a que pertence, a
Modalidade de aplicação e o Elemento, e o desdobramento facultativo do elemento da
Despesa (subelemento).

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DICA
Mnemônico: C-G-MM-EE-DD ou CGMMEE.

Dessa forma, constitui-se um código de seis dígitos, no qual o primeiro dígito indica
a categoria econômica (3-corrente ou 4-capital), o segundo, o grupo de natureza de
despesa (1 a 6), o terceiro e quarto indicam a modalidade de aplicação e os dois últimos,
o elemento de despesa.
Memorize:
• Com 6 dígitos (sem os desdobramentos dos subelementos que são facultativos)
C-G-MM-EE.
• Com 8 dígitos (completo, com os subelementos) C-G-MM-EE-DD.
No que diz respeito a Categoria econômica obedece ao critério econômico, e denota o
impacto dos gastos públicos na economia do país, sendo classificada em duas categorias
econômicas, com os seguintes códigos:
3 – Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas
que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
4 – Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas
que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
No que diz respeito ao Grupo de natureza de despesa – GND, podemos dizer que é um
agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto.
No que diz respeito à Modalidade de aplicação, podemos dizer que, visando eliminar a
dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados, indica se os recursos serão
aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização
orçamentária para outros níveis de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para
entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela
unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do
mesmo nível de Governo. Ressalte-se que a modalidade de Aplicação 90 é a mais utilizada,
pois é a aplicação direta do recurso público pelo próprio ente.
No que diz respeito ao Elemento de despesa, podemos dizer que tem por finalidade
identificar os objetos de gasto, enquanto o seu desdobramento facultativo visa atender
necessidades específicas de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Obs.: A título meramente exemplificativo, podemos mencionar o caso das despesas com aquisição
de material de consumo que tem a natureza da despesa classificada como 3.3.90.30.
São classificadas como “3 – Despesas Correntes”, no grupo de despesa “3 – Outras
Despesas Correntes”. Como essa despesa executada diretamente pela União, quanto
à modalidade de aplicação é classificada “90 – Aplicações Diretas. Já o elemento
de despesa no qual devem ser registrados os gastos com aquisição de material de
consumo é o “30 – Material de Consumo”.
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A classificação por natureza de despesa é obrigatória para todos os entes da federação


e tem por finalidade a obtenção de informações macroeconômicas sobre os efeitos dos
gastos do setor público na economia e o controle gerencial do gasto.
Ressalte-se que a categoria econômica e o grupo de natureza integram a classificação
econômica, que tem por objetivo de evidenciar o efeito econômico da realização
da despesa.
Essa classificação viabiliza o fornecimento de elementos para avaliação do efeito
econômico das transações do setor público, com ênfase no efeito dos gastos sobre a economia.
A seguir uma visão sistematizada da classificação quanto à natureza da despesa:

Registre-se que o 5º nível, desdobramento facultativo ou subelemento deve ser aplicado


de acordo com a necessidades cada Ente em termos de escrituração contábil e controle
da execução orçamentária.

3.7. CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIA ECONÔMICA (1º NÍVEL)


A Lei n. 4.320/1964, em seu artigo 12, instituiu a classificação das despesas segundo
sua categoria econômica, que é dividida em duas categorias: Despesa Corrente e Despesa
de Capital.
As Despesas Correntes são as que não contribuem diretamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital. São, portanto, as que contribuem para a manutenção
das atividades.

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As Despesas de Capital, ao contrário, contribuem diretamente para a formação ou


aquisição de um bem de capital, implicando em aumento patrimonial.
Vamos detalhar mais isso.
Despesas Correntes
3. Despesas Correntes
3.1. Despesas de Custeio
3.2. Transferências Correntes
Segundo o artigo 12, § 1º, da Lei n. 4.320/1964, as Despesas de Custeio são aquelas
destinadas à manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a
atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
As Transferências Correntes, por outro lado, são as dotações para despesas às quais
não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços.
Além dessas, classificam-se como correntes as contribuições e subvenções destinadas
a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado, neste
caso, evidentemente, com contraprestação em bens ou serviços deficitários, mas de
interesse público.
As transferências podem ser constitucionais, legais, decorrentes de convênios ou
contratos de repasse ou simplesmente decorrentes de autorizações orçamentárias.
As subvenções são transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas, distinguindo-se como subvenções sociais e econômicas.
As subvenções sociais são as que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa.
As subvenções econômicas são as que se destinem a empresas públicas ou privadas
de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a empresa
de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido
expressamente autorizada em lei especial.
Despesas de Capital
4. Despesas de Capital
4.1. Investimentos
4.2. Inversões Financeiras
4.3. Transferências de Capital
Investimentos: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive
as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à sua realização, bem como
para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente e constituição ou aumento do capital de empresas industriais ou agrícolas.

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É importante destacar que são classificados como Investimentos, as Sentenças


Judiciárias e Despesas de Exercícios Anteriores, quando expressamente se referirem
a investimentos.
Inversões Financeiras: são as dotações destinadas à aquisição de imóveis, ou de bens
de capital já em utilização, aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento
do capital, e a constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
A construção de um prédio, portanto, constitui investimento, enquanto a aquisição de
um prédio já em utilização consiste em inversão financeira. A aquisição de um imóvel novo
para ser utilizado especificamente no fim a que se destina o órgão público é classificada
como investimento.

As despesas de capital do grupo investimento contribuem para a formação do Produto


Interno Bruto, diferentemente da despesa de capital do grupo inversão financeira, que
não contribui para o incremento do PIB.

Saiba que o Produto Interno Bruto (PIB) se refere ao valor agregado de todos os bens
e serviços finais produzidos dentro do território econômico do país, independentemente
da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços.
Assim, a despesa de capital só impacta o PIB se servir para agregar valor aos bens e
serviços finais dessa economia.
No caso de uma inversão financeira, como a aquisição de um prédio já pronto (usado)
para a instalação de um serviço público não agrega valor à economia, não alterando o PIB.
Já os investimentos são as despesas de capital que agregam valor aos bens e,
gerando acréscimos ao PIB.
Transferências de Capital: são as dotações para investimentos ou inversões financeiras
que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de
contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios
ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especial
anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

3.8. QUANTO AO GND – GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA (2º NÍVEL)


Basicamente, o grupo GND funciona como um agregador de elementos de despesa,
mantendo as mesmas características no que diz respeito ao objeto do gasto.
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Despesa Pública
Manuel Piñon

A ideia é que a classificação por Grupo de Natureza de Despesa – GND agrupe aquelas
despesas com características comuns.
Em termos de utilidade prática dessa classificação, podemos citar o caso do atendimento
às emendas no Congresso Nacional quando, por exemplo, por força de dispositivos
constitucionais, as despesas classificadas nos GND 1, 2 e 6 não podem ser canceladas.
A classificação por GND diverge daquela por Grupo de Despesa utilizada nas leis de
orçamento.

3.8.1. GND DAS DESPESAS CORRENTES


1 – pessoal e encargos sociais: despesas de natureza salarial decorrentes do pagamento
pelo efetivo exercício do cargo ou do emprego ou de função de confiança no setor público, quer
civil ou militar, ativo ou inativo, bem como das obrigações trabalhistas de responsabilidade
do empregador, incidentes sobre a folha de salários.
2 – juros e encargos da dívida: despesas com o pagamento de juros, comissões e outros
encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida
pública mobiliária federal.
3 – outras despesas correntes: despesas com aquisição de material de consumo,
pagamento de serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou pessoa
jurídica, independentemente de forma contratual, e outras da categoria econômica “Despesas
Correntes” não classificáveis nos grupos anteriores, como diárias, auxílio-alimentação e
auxílio transporte.

3.8.2. GND DAS DESPESAS DE CAPITAL


4 – investimentos: despesas com softwares e com o planejamento e a execução de
obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, com assim com os programas especiais de trabalho (regime de execução especial)
e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
5 – inversões financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens
de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento
do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
6 – amortização da dívida: despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal
e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou
mobiliária. Os GND 1, 2 e 3 constituem as despesas correntes, e os GND 4, 5 e 6, as despesas
de capital, segundo a classificação por categoria econômica.

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Despesa Pública
Manuel Piñon

Não confunda “amortização de dívida” com “amortização de empréstimos”, que é


uma das origens das receitas de capital.

Obs.: Guarde que o grupo “amortização da dívida” deve ser classificado na categoria
econômica das despesas de capital.
Guarde ainda que o grupo “juros e encargos da dívida” deve ser classificado na
categoria econômica de despesas correntes.

3.9. QUANTO À MODALIDADE DE APLICAÇÃO (3º NÍVEL)


Importante saber que a classificação por modalidade de aplicação serve para possibilitar
a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

Obs.: Assim, serve para indicar se os recursos serão aplicados:


Diretamente pela própria unidade detentora do crédito orçamentário ou pela
entidade no âmbito do mesmo nível de governo.
OU
Indiretamente, via transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização
orçamentária para outras esferas de governo, seus órgãos ou entidades, ou ainda
para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições.

No caso da União, a especificação da modalidade de aplicação observará, no mínimo,


o seguinte detalhamento:
30 – governo estadual;
40 – administração municipal;
50 – entidade privada sem fins lucrativos;
90 – aplicação direta; ou
99 – a ser definida.
RESUMO DA ÓPERA: a modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão
aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou transferidos,
ainda que na forma de descentralização, a outras esferas de governo, órgãos ou entidades,
de acordo com a especificação estabelecida pela Secretaria de Orçamento Federal, do
Ministério do Planejamento e Orçamento.
Vamos ao detalhamento.
20 – Transferências à União
Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante
transferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da
administração indireta.
30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal

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Despesa Pública
Manuel Piñon

Despesas realizadas mediante transferências de recursos financeiros da União


ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da
administração indireta.
40 – Transferências a Municípios
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos
Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta.
50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem
fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.
60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com
fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.
70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades nacionais,
criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação.
80 – Transferências ao Exterior
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades
governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos
por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.
90 – Aplicações Diretas
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos
de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da
Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo. Essa é a modalidade de aplicação
mais usada, já que é a aplicação direta do recurso pelo órgão.
99 – A Definir
Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou para classificação orçamentária
da Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS, vedada a execução orçamentária enquanto
não houver sua definição.

3.10. QUANTO AO ELEMENTO DE DESPESA (4º NÍVEL)


A Lei n. 4.320/1964, em seu artigo 15, estabelece o princípio da discriminação que
exige que as despesas sejam discriminadas, no mínimo, por elementos.
Em seguida, define elemento como “o desdobramento da despesa com pessoal, material,
serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução
dos seus fins”.

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Despesa Pública
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A LDO normalmente reafirma a necessidade de que as leis orçamentárias venham


discriminadas por elementos de despesa, mas abre a possibilidade de que essa discriminação
esteja disponível apenas em meio eletrônico.
Na prática, o projeto de LOA impresso é encaminhado ao Congresso Nacional sem a
discriminação por elemento de despesa. A informação, contudo, estará disponível em meio
eletrônico aos membros do Congresso.
Os elementos de despesa não são avaliados durante a tramitação do projeto de lei no
Congresso Nacional. Aprovada a lei orçamentária, o Poder Executivo faz as adequações
necessárias das despesas no nível de elemento.
A classificação da despesa quanto ao seu elemento de despesas visa identificar os
objetos de gasto, ou seja, aquilo que será adquirido, tais como vencimentos e vantagens
fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma,
subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios,
amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.
Como exemplos de elemento de despesa, temos: 01 – Aposentadorias e Reformas,
13 – Obrigações Patronais, 19 – Auxílio Fardamento, 43 – Subvenções Sociais, 51 – Obras e
Instalações, dentre outros.

3.11. CLASSIFICAÇÃO DA LEI N. 4.320/1964


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
Despesas de Custeio Investimentos
- Pessoa Civil -Obras Públicas
- Pessoal Militar -Serviços em Regime de Programação Especial
- Material de Consumo -Equipamentos e Instalações
- Serviços de Terceiros -Material Permanente
- Encargos Diversos -Participação em Constituição ou Aumento de Capital
Transferências Correntes de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
- Subvenções Sociais Inversões Financeiras
- Subvenções Econômicas - Aquisição de Imóveis
- Inativos - Participação em Constituição ou Aumento de Capital
- Pensionistas de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras
- Salário Família e Abono Familiar - Aquisição de Títulos Representativos de Capital de
- Juros da Dívida Pública Empresa em Funcionamento
-Contribuições de Previdência Social - Constituição de Fundos Rotativos
-Diversas Transferências Correntes. - Concessão de Empréstimos
- Diversas Inversões Financeiras
Transferências de Capital
- Amortização da Dívida Pública
- Auxílios para Obras Públicas
- Auxílios para Equipamentos e Instalações
- Auxílios para Inversões Financeiras
- Outras Contribuições.

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Despesa Pública
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É importante destacar que a participação em constituição ou aumento de Capital


de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas é considerada investimento e a
participação em constituição ou aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais
ou Financeiras é considerada inversão financeira.

Essa diferenciação aparece na literalidade do artigo 12 da Lei n. 4.320/1964, sendo


que esse dispositivo legal não foi revogado. Entretanto, no MTO-MANUAL TÉCNICO DO
ORÇAMENTO, essa diferenciação NÃO É APRESENTADA.
4 – Investimentos – Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução
de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
5 – Inversões Financeiras – Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já
em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer
espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição
ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

RESUMO DA ÓPERA: existem diferenças no conceito de inversões financeiras entre a


Lei n. 4.320/1964 e o previsto nos Manuais que orientam a Classificação por Natureza da
Despesa. Note que enquanto nos Manuais temos que são inversões financeiras a despesa
orçamentária com a constituição ou aumento do capital de empresas (sem restrições); a
Lei n. 4.320/1964 prevê que são inversões financeiras apenas as despesas orçamentárias
com a constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros (e as demais despesas
orçamentárias com a constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de
caráter comercial ou financeiro são classificadas como investimentos).
O artigo 15 da Lei n. 4.320/1964, diz que a despesa na lei do orçamento será detalhada
até o nível elemento e seu § 2º traz o requisito para classificação de material permanente
como duração superior a dois anos.
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Despesa Pública
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Note que de acordo com a Lei n. 4.320/1964, a Lei de Orçamento, a discriminação da


despesa far-se-á no mínimo por elementos (artigo 15), mas, de modo distinto, pela
Portaria 163/2001, na LOA, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-
se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade
de aplicação, ou seja, não vai até o elemento da despesa.

3.12. CLASSIFICAÇÃO NA LRF


A LRF também traz informações acerca da Classificação da Despesa, e determina que o
RREO – Relatório Resumido de Execução Orçamentária deverá conter o balanço orçamentário
e o demonstrativo de execução das despesas classificados quanto à natureza.

3.13. PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 163/2001


A portaria 163/2001 regulou o uso da classificação por natureza para elaboração e
controle dos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios e do Distrito Federal.

3.14. CLASSIFICAÇÃO REGIONAL


As despesas públicas são distribuídas por região, estados e municípios. Há casos em
que as despesas são especificadas até em bairros de cidades, mas essa localização não faz
parte da classificação regional.
A classificação regional consiste em instrumento que visa possibilitar a verificação do
atendimento ao dispositivo constitucional que determina o uso das leis orçamentárias,
compatibilizadas com o Plano Plurianual – PPA, para reduzir as desigualdades inter-
regionais segundo o critério populacional.
Para evitar confusão entre Municípios com o mesmo nome, mas em Estados diferentes,
cada Municípios recebe um código de identificação composto de cinco dígitos, que é
fornecido pelo IBGE no início de cada processo orçamentário no Congresso Nacional.

3.15. DESPESAS OBRIGATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO


A LRF introduziu na Administração Pública o conceito de despesa obrigatória de caráter
continuado, assim definida no art. 17 da LRF: “Considera-se obrigatória de caráter continuado
a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios”.

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A estimativa da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado é


um requisito introduzido pela LRF, para assegurar que não haverá a criação de nova despesa
sem fontes consistentes de financiamento, entendidas essas como aumento permanente
de receita ou redução de outra despesa de caráter continuado.
O aumento permanente de receita é definido como aquele proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo ou majoração ou criação de tributo ou contribuição
(§ 3º do art. 17 da LRF).
RESUMO DA ÓPERA: considera-se como obrigatória de caráter continuado a despesa
corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem
para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios
(caput do art. 17 da LRF).

3.16. QUANTO À REGULARIDADE OU PERIODICIDADE


Podem ser ordinárias, aquelas despesas perenes e que possuem característica de
continuidade, pois se repetem em todos os exercícios, como as despesas com pessoal,
encargos etc. ou extraordinárias, aquelas que não integram sempre o orçamento, pois são
despesas de caráter não continuado, eventual, inconstante, imprevisível, como as despesas
decorrentes de calamidade pública, guerras, comoção interna etc.

3.17. QUANTO À ESFERA ORÇAMENTÁRIA

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3.18. POR IDENTIFICADOR DE USO – IDUSO E POR IDENTIFICADOR DE


DOAÇÃO/OPERAÇÃO DE CRÉDITO – IDOC
A classificação por código do IDUSO serve para completar a informação concernente
à aplicação dos recursos e destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida
nacional de empréstimos, doações ou destinam-se a outras aplicações, constando da lei
orçamentária e de seus créditos adicionais.
As classificações por IDUSO são as seguintes:
0 Recursos não destinados à contrapartida.
1 Contrapartida de empréstimos do BIRD2.
2 Contrapartida de empréstimos do BID3.
3 Contrapartida de empréstimos por desempenho ou com enfoque setorial amplo.
4 Contrapartida de outros empréstimos.
5 Contrapartida de doações.
6 Recursos não destinados à contrapartida, para identificação dos recursos destinados
à aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde.
Já a classificação por IDOC identifica as doações de entidades internacionais
ou operações de crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem
contrapartida de recursos da União.
Os gastos referentes à contrapartida de empréstimos serão programados com o
Identificador de Uso – IDUSO – igual a 1, 2, 3 ou 4 e o IDOC com o número da respectiva
operação de crédito, enquanto para as contrapartidas de doações serão utilizados o IDUSO
5 e o respectivo IDOC.

3.19. POR COMPETÊNCIA INSTITUCIONAL


Trata-se de uma classificação doutrinária que classifica as despesas de acordo com o
ente político competente à sua instituição ou realização, quais sejam: Governo Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Municipal.

4. RESTOS A PAGAR

4.1. CONCEITO
São restos a pagar todas as despesas regularmente empenhadas, do exercício atual
ou anterior, mas não pagas até 31 de dezembro do exercício financeiro vigente.
É importante atentar que o conceito de Restos a Pagar (ou resíduos passivos) somente
abarca despesas que já foram empenhadas, ou seja, sem a emissão da nota de empenho
uma despesa não paga não pode ser enquadrada como restos a pagar.

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Obs.: Não confunda Restos a pagar com obrigações a pagar. Veja o termo obrigações a
pagar como sendo o gênero da qual restos a pagar é espécie, assim como outras
obrigações passadas, atuais e até mesmo futuras.

4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESTOS A PAGAR


De acordo com a Lei n. 4.320/1964, os “Processados” são os restos a pagar relativos às
despesas cuja execução alcançou o estágio da liquidação, enquanto os “Não Processados”
são os restos a pagar relativos às despesas cuja execução abrangeu apenas o estágio
do empenho.
Essa distinção no âmbito das fases, etapas ou estágios da despesa é importante. Guarde
que temos de um lado as despesas processadas referem-se a empenhos executados e
liquidados, prontos para o pagamento, e de outro as despesas não processadas que são os
empenhos de contratos e convênios ainda em plena execução, e, por isso, ainda não existe
direito líquido e certo do credor.

Não podem ser inscritos em restos a pagar não processados os valores relativos a
despesas com diárias, ajudas de custo e suprimento de fundos.

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Obs.: Diferença entre despesa em liquidação e despesa a liquidar


Serão inscritas em restos a pagar não processados as despesas não liquidadas,
nas seguintes condições: o serviço ou material contratado tenha sido prestado
ou entregue e que se encontre, em 31 de dezembro de cada exercício financeiro
em fase de verificação do direito adquirido pelo credor (despesa em liquidação);
ou o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente
(despesa a liquidar).

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Despesa Pública
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Existem três possíveis classificações para os restos a pagar de acordo com a Lei n.
4.320/1964 e com o Decreto n. 93.872/1986:
1 – por fase da despesa (processada e não processada)
2 – por ano de inscrição
3 – por credor
Em relação à classificação dos Restos a Pagar, preste muita atenção no comando da
questão e nas assertivas ou alternativas, já que todas as classificações apresentadas
são válidas e podem ser cobradas em sua prova.

4.3. OUTROS ASPECTOS RELEVANTES


Condições que devem ser cumpridas para que a inscrição em restos a pagar possa ser
realizada de acordo com o artigo 35 do Decreto n. 93.872/1986:

I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;
II – vencido o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida,
mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o
cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumido no exterior.

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Também deve existir suficiente disponibilidade de caixa para atender as despesas


inscritas, conforme determina o artigo 42 da LRF.
Nesse ponto merece destaque o fato de que para as despesas continuadas, como
limpeza e vigilância, o valor referente à disponibilidade de caixa abarca apenas os meses
do ano, ou seja, até 31 de dezembro.
Além disso, no caso dos restos a pagar não processados, conforme determina o Decreto
n. 7.654/2011, a inscrição da despesa empenhada em restos a pagar é condicionada à
indicação pelo ordenador de despesas.
Os restos a pagar inscritos que não forem pagos no exercício podem ser reinscritos,
mas tanto a inscrição quanto a reinscrição poderão ter limites estabelecidos pelo
Ministério da Fazenda.
Destaque-se também que as notas de empenho (processadas e não processadas)
indicadas pelo Ordenador de Despesa são inscritas automaticamente pelo SIAFI. Por
outro lado, os restos a pagar não processados e não indicados pelo ordenador de despesas
para inscrição são anuladas automaticamente pelo SIAFI em 31 de dezembro.
Na verdade, restos a pagar são “resíduos passivos” que poderão ou não serem pagos no exercício
seguinte, visto que a mera inscrição não gera direito garantido ao pagamento no exercício
seguinte, considerando ainda ser necessário cumprir satisfatoriamente a etapa da liquidação.
Seguindo essa linha de raciocínio, alguns empenhos inscritos em restos a pagar, mas ainda não
liquidados, podem ser cancelados caso não cumpram fielmente a etapa da liquidação.
Por sua vez, os restos a pagar processados não podem ser cancelados, pois, de acordo
com o Parecer 401/2000 da PGFN – Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, o cancelamento
de restos a pagar processados caracteriza enriquecimento ilícito do Estado, considerando
que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e que o Estado não
poderá descumprir com a obrigação de pagar.
O pagamento de restos a pagar é uma despesa extraorçamentária, uma vez que
ocorre com o empenho de exercício anterior.
Em relação aos Restos a Pagar, que integram a chamada dívida flutuante (excluídos
os serviços da dívida), é interessante registar que a despesa que tiver sido empenhada,
mas não paga dentro do exercício financeiro, deve ser considerada como efetivamente
realizada e registrada à conta da dotação respectiva, sendo, assim, relacionada em conta
própria dos Depósitos Especificados.
Vale destacar ainda que o pagamento que vier a ser reclamado em decorrência de
eventual cancelamento, pode ser atendido à conta de dotação constante da Lei Orçamentária
Anual ou de Créditos Adicionais abertos para esta finalidade no exercício em que ocorrer
o reconhecimento da dívida.
Guarde que a liquidação das despesas, consideradas Restos a Pagar não processadas,
deve ser feita quando do recebimento do material, prestação do serviço ou execução

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da obra, obedecendo às mesmas formalidades fixadas para as despesas orçamentárias


pagas no exercício.
Já a fase de pagamento das despesas inscritas em Restos a Pagar pela UG deverá ser
feita via SIAFI ou SIAFEM mediante emissão da respectiva AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO – AP.
Em casos excepcionais poderá haver pagamento de Restos a Pagar antes de sua
definitiva inscrição, utilizando-se para esta finalidade a emissão de AP – AUTORIZAÇÃO
DE PAGAMENTO em código provisório, que posteriormente deverá ser revertido para o
respectivo código de inscrição de Restos a Pagar.
Lembre-se de que, de acordo com a Doutrina existe a fase ou etapa da despesa
denominada em liquidação, entre o empenho e a liquidação propriamente dita.

EXEMPLO
Ocorre, por exemplo, quando se recebe a nota fiscal, mas demora-se para conferir se o serviço
foi efetivamente prestado ou o material efetivamente recebido. Nesse caso, registra-se essa
nota fiscal na contabilidade como “em liquidação” (liquidação contábil).

É importante destacar que para aqueles empenhos referentes a despesas já liquidadas


e não pagas, assim como os empenhos não anulados, a inscrição em restos a pagar no
encerramento do exercício (31/12) deve ser efetuada pelo valor devido, ou, caso ainda
não exatamente conhecido, pelo valor estimado, mas apenas se cumpridas as condições
inerentes ao empenho e liquidação da despesa, já que, em verdade, são encargos incorridos
no exercício.
No caso dos empenhos por estimativa podemos ter duas situações distintas:
1) Quando o valor real for maior que o valor inscrito em Restos à Pagar, a diferença
será empenhada à conta de despesas de exercícios anteriores.
2) Quando o valor real for inferior ao valor inscrito em restos a pagar, o saldo existente
será cancelado.
Os restos a pagar com prescrição interrompida são aqueles cuja inscrição tenha sido
cancelada, mas que ainda esteja em vigor o direito do credor. Nesses casos, o pagamento
deve ser registrado como despesas de exercícios anteriores.
No âmbito dos restos a pagar é importante que guarde eles devem constituir item
específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro
do limite de saque fixado, ou seja, os RP são constituídos por recursos correspondentes
a exercícios financeiros já encerrados, mas que integram a programação financeira do
exercício em curso.

Obs.: Outro ponto que merece destaque é o caso específico dos créditos orçamentários com
vigência plurianual. Os que não tenham sido liquidados, só devem ser computados

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como restos a pagar no último ano de vigência do crédito. Assim, nos anos anteriores
somente devem ser inscritos em restos a pagar os créditos plurianuais liquidados.

Entenda que quando tivermos a redução ou cancelamento dos restos a pagar no mesmo
exercício financeiro do empenho, teremos obrigatoriamente sua anulação, seja parcial ou
total. Nesse caso, o valor deve ser revertido à respectiva dotação orçamentária da despesa.

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4.4. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO


Com a edição do Decreto 9.428/2018 e do Decreto 10.535/2020 foi alterada a
sistemática dos Restos a Pagar no âmbito na União.
O ponto que merece destaque é o relativo ao instituto da prescrição que, a princípio,
foi retirado do ordenamento jurídico pelo Decreto n. 9.428/2018 à nível federal, mas que
merece uma análise mais aprofundada. Dada a grande relevância do tema, esse tema será
tratado em tópico específico.
Vamos às demais principais mudanças:
1) Não é mais possível que seja feita a inscrição automática de Restos a Pagar Não
Processados, já que tal inscrição passou a depender da observância de algumas regras do
Decreto 93.872/1986.
2) Em regra, os Restos a Pagar Não Processados terão validade até 30 de junho do
segundo ano subsequente ao da sua inscrição, ou seja, os restos a pagar não processados
que permaneceram sem ser liquidados serão bloqueados em 30 de junho do segundo ano
subsequente ao da sua inscrição, mas temos algumas exceções.
3) Temos aqui as exceções quanto ao bloqueio em 30 de junho do segundo ano
subsequente à inscrição dos RP não processados. Guarde que permanecem desbloqueados
mesmo após 30/06 do segundo ano subsequente ao da sua inscrição os RP não processados
relativos às despesas do Ministério da Saúde, ou decorrentes de emendas individuais
impositivas discriminadas com identificador de resultado primário 6, cujos empenhos tenham
sido emitidos a partir do exercício financeiro de 2016 ou ainda decorrentes de emendas
de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal impositivas
discriminadas com identificador de resultado primário 7, cujos empenhos tenham sido
emitidos a partir do exercício financeiro de 2020.

4.5. A PRESCRIÇÃO DOS RESTOS A PAGAR


O Decreto 9.428/2018 retirou do ordenamento jurídico federal o instituto da
prescrição sobre os Restos a Pagar Processados e Não Processados, ao revogar o artigo
70 do Decreto 93.872/1986, que tratava do tema prescrição dos Restos a Pagar.
De acordo com esse normativo, válido para a União, com o fim do instituto da prescrição,
os restos a pagar processados ficam abertos até o efetivo pagamento.
Pelo que determina esse Decreto, quando da inscrição dos restos a pagar processados,
como se trata de uma despesa já liquidada que recebeu o ateste, não há necessidade de
nenhuma confirmação do ordenador de despesas quanto à necessidade de inscrição.

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Entretanto, esse entendimento não é pacífico na Doutrina e no meio Jurídico. Boa parte
dos Doutrinadores e Juristas, considera que a prescrição dos Restos a Pagar continua sendo
de cinco anos, já que esse tema permanece regulado pelo Código Civil (Lei 10.406/2002).
Assim, para boa parte da Doutrina, apesar da revogação do artigo 70 do Decreto
n. 93.872/1986, considerando o disposto no Código Civil, permanece válido o prazo
prescricional de cinco anos para os restos a pagar, contado da data de sua inscrição
(31/12 do ano de da emissão da nota de empenho).

4.6. CANCELAMENTO E “REINSCRIÇÃO” DOS RESTOS A PAGAR


Merece destaque o fato de que o ordenamento jurídico federal passou a contar com o
instituto da “reinscrição” dos restos a pagar não processados bloqueados e que ainda não
foram cancelados. Nessas situações, as unidades gestoras responsáveis pelos saldos dos
restos a pagar bloqueados podem desbloqueá-los de modo a reinscrevê-los.
Em contraste, caso os restos a pagar inscritos em anos anteriores sejam cancelados,
inexiste possibilidade de “reinscrição”, podendo, entretanto, o fornecedor se habilitar,
entretanto, para pagamento via DEA – Despesas de Exercícios Anteriores.

5. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES – DEA


As Despesas de Exercícios Anteriores são despesas cujos fatos geradores ocorreram
em exercícios anteriores aquele em que deva ocorrer o pagamento.
Assim as DEAs são despesas cujas obrigações se referem a anos anteriores, mas que
não foram nem mesmo empenhadas, ou tiveram seus empenhos cancelados, seja
indevidamente ou por falta de saldo financeiro para sua inscrição em restos a pagar.

Note que diferentemente de restos a pagar, quando tivemos necessariamente o empenho,


no caso das DEAs nem mesmo o empenho foi realizado ou se realizado foi cancelado.

Classificam-se como despesas de exercícios anteriores, aquelas que podem ser atendidas
à conta de dotação específica consignada no orçamento anual do Estado ou em Créditos
Adicionais, desde que reconhecido o direito do requerente, e ainda:
• as despesas de exercícios JÁ encerrados para as quais o orçamento respectivo
consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, MAS que, por
motivo superveniente, não tenha sido empenhado na época própria, DESDE que

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o fornecimento do material, a prestação do serviço ou execução da obra JÁ tenha


efetivamente ocorrido;
• aqueles Restos a Pagar com prescrição interrompida; e
• os compromissos somente reconhecidos após o encerramento do exercício, DESDE QUE
que tenham decorrido de situação ou fato independente da vontade do ordenador
da despesa.
O pagamento de despesas de exercícios anteriores se processa nos mesmos modos
das demais despesas orçamentárias, já que são despesas orçamentárias, diferentemente
do pagamento de restos a pagar que são despesas extraorçamentárias. As DEAs embora
sejam relativas a despesas de anos anteriores são despesas orçamentárias, já que
a emissão da Nota de Empenho foi efetuada utilizando dotação orçamentária do
ano corrente.
Tabela comparativa entre Restos a Pagar e DEAs e seu efeito no orçamento:
Critério Restos a pagar DEAs
No Registro do empenho Despesa Orçamentária Despesa Orçamentária
Quando emite a Nota de No ano da despesa Em ano posterior
Empenho
Quando do pagamento Despesa Extraorçamentária Despesa Orçamentária

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6. DÍVIDA PASSIVA FLUTUANTE E FUNDADA


A Dívida Pública, de acordo com o prazo de vencimento, deve ser registrada no Passivo
Financeiro Circulante a chamada dívida flutuante, e no Passivo Financeiro de Longo Prazo,
a chamada dívida fundada.

6.1. DÍVIDA FLUTUANTE


A dívida flutuante é composta por passivos financeiros exigíveis em até 12 meses e que
não necessitam de autorização orçamentária para que sejam pagas. Na verdade, já foram
autorizadas anteriormente pelo Poder Legislativo faltando apenas a etapa do pagamento,
ou ainda são relativas a dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam tal
autorização. Integram a dívida flutuante:
• os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
• os serviços da dívida a pagar;
• os depósitos;
• os débitos de tesouraria.

6.2. DÍVIDA FUNDADA


Compõem a dívida fundada, também conhecida como dívida consolidada, os passivos
financeiros que tenha exigibilidade superior a 12 meses e que necessitem de autorização
do Poder Legislativo para seu pagamento, destacando-se que já devem ter ocorrido os
respectivos empenho e liquidação.

7. SUPRIMENTO DE FUNDOS

7.1. CONCEITO
Considerando a lentidão do processo tradicional da realização de despesas, principalmente
quando se exige prévia licitação, excepcionalmente, a autoridade competente pode autorizar
a realização da despesa por meio de suprimento de fundos (Regime de Adiantamentos),
quando essa não puder ser realizada pelo processo normal da execução orçamentária.
Sendo uma exceção à realização de um processo licitatório, o suprimento de fundos não
pode ser usado para despesas com caráter repetitivo que são tipicamente previsíveis,
sendo aplicável apenas os casos de despesas expressamente definidas em lei.
RESUMO DA ÓPERA: suprimento de fundos ou regime de adiantamentos é um
procedimento que consiste na entrega de numerário a um servidor, sempre precedida
de empenho na dotação própria à despesa a realizar, que não possa subordinar-se ao
processo orçamentário normal.

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7.2. TIPOS DE SUPRIMENTOS


Em relação aos tipos de suprimento de fundos, podemos dizer que são consideradas
situações passíveis de utilização de suprimento de fundos os seguintes casos:
• para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento em espécie;
• quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em
regulamento e constar do ato de concessão; ou
• para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor não
ultrapasse aos limites estabelecidos pela legislação.

7.3. RESTRIÇÕES À CONCESSÃO


Não pode ser concedido suprimento destinado a cobrir despesas de locomoção de
servidor em viagem quando esse houver recebido diárias, posto que essas se destinam
a suprir as despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana.
Com exceção das despesas sigilosas, as despesas que podem ser realizadas por meio
do suprimento de fundos devem necessariamente ser urgentes, eventuais e não podem
se sujeitar ao processo normal de aquisição por causarem algum prejuízo ao ente público.
Não poderá ser concedido suprimento de fundos a quem não seja servidor e a servidor:
• responsável por dois suprimentos;
• que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor;
• responsável por suprimento de fundos que não tenha prestado contas de sua aplicação
no prazo previsto; e
• declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito administrativo.

Obs.: Entende-se por servidor em alcance aquele que não tenha prestado contas de
suprimento, no prazo regulamentar, ou cujas contas não tenham sido aprovadas
em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores
confiados a sua guarda, verificados na prestação de contas.

7.4. PRESTAÇÃO DE CONTAS


No que diz respeito à comprovação, os documentos comprobatórios das despesas
efetuadas serão extraídos em nome da repartição onde o suprido esteja em exercício,
exigindo-se documento fiscal sempre que a operação estiver sujeita a tributação.
O servidor tem 30 dias para prestar contas do suprimento, todavia, se a importância
do suprimento for aplicada até o encerramento do exercício financeiro, ou seja, até 31
de dezembro, a despesa deverá ser comprovada até 15 de janeiro seguinte.

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Se, por outro lado, o suprido deixar de prestar contas no prazo estabelecido, deverá
ser procedida a tomada de contas especial, sem prejuízo das providências administrativas
para apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.
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