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CASOS PRÁTICOS 1

DIREITO CONSTITUCIONAL I – Ano letivo 2020/2021

TURMA C - Subturmas 15 e 18

Caso 1

Nas eleições de 11 de janeiro, o Partido Liberal vence as eleições legislativas, elegendo


95 Deputados. Na noite eleitoral, o Partido Democrático, que elegeu 75 Deputados e o
Partido Radical, que elegeu 45 Deputados, anunciam que tencionam formar uma
coligação. O Presidente da República opta por indigitar o líder do Partido Liberal como
Primeiro-Ministro. Concorda com a decisão do Presidente?

Caso 2

Na discussão do Programa do Governo, o Partido Progressista apresenta uma moção


de rejeição do programa. Submetida a votação, a moção de rejeição recolheu 100
votos a favor, 95 contra e 35 abstenções. O Primeiro-Ministro considera que se
encontra demitido. Tem razão?

Caso 3

O Partido Renovador vence as eleições legislativas, elegendo a maioria absoluta dos


Deputados. O Presidente da República nomeia o respectivo líder como Primeiro-
Ministro, determinando ainda quem deverá ser o Ministro dos Negócios Estrangeiros e
o Ministro da Defesa Nacional, atentas as suas competências próprias nessas matérias.
No dia seguinte à posse, o Conselho de Ministros do novo Governo aprova um
Decreto-Lei que determina a privatização da RTP. 15 dias depois, a 1 de março, é
apreciado na Assembleia da República o programa do novo Governo, não se
verificando qualquer votação.

a) Aprecie a conduta do Presidente da República.


b) Pronuncie-se sobre o Decreto-Lei aprovado em Conselho de Ministros.
c) Foram cumpridos todos os procedimentos constitucionais relativos à formação
do Governo?
Caso 4

Numa Assembleia da República eleita em janeiro de 2012, o Grupo Parlamentar do


Partido do Centro decide apresentar uma moção de censura ao Governo. Discutida
três semanas depois do seu anúncio, a moção de censura recolhe 110 votos a favor,
100 contra e 20 abstenções. Considerando que o Governo se encontra demitido, o
Presidente da República opta por dissolver a Assembleia da República no dia 1 de abril,
depois de ouvir o Governo, convocando novas eleições para o dia 31 de julho. Até essa
data, o Presidente da República nomeia um Governo de independentes, liderado pelo
até aí Governador do Banco de Portugal.

Caso 5

Desagradado com o rumo da governação do País, o Presidente da República pondera


proceder à dissolução da Assembleia da República. Convocado para analisar esta
hipótese, o Conselho de Estado pronunciou-se contra a dissolução, pelo que o
Presidente da República entendeu estar vinculado a essa decisão, desistindo da sua
intenção inicial. Alternativamente, por entender que as opções políticas fundamentais
do Governo contrariariam as necessidades do país, o Presidente demite o Governo e
nomeia o líder parlamentar do maior partido com representação parlamentar como
Primeiro-Ministro, incumbindo-o de criar uma coligação alargada, de salvação
nacional. Perante a recusa deste, o Presidente apresenta a sua própria demissão e
parte para o estrangeiro. Face à tremenda crise política em curso, o Presidente da
República interino entende que a melhor opção era mesmo a proposta inicial do seu
antecessor, e dissolve a Assembleia da República.

a) Procedeu correctamente o PR em não dissolver a Assembleia?


b) Como analisa o seu comportamento posterior?
c) Procedeu correctamente o PR interino em dissolver a Assembleia?
Caso 6

O Governo apresenta na Assembleia da República um pacote de medidas de


austeridade, que considera essenciais para obter um empréstimo externo necessário a
garantir a estabilidade orçamental. Votadas as iniciativas, é chumbado o pacote de
austeridade por 50 votos contra, 40 votos a favor e 20 abstenções. Entendendo não ter
condições para se manter em funções, o Primeiro-Ministro apresenta a sua demissão
ao Presidente da República. O Presidente, no entanto, recusa-se a aceitar a sua
demissão, determinando pelo contrário, a entrada de dois outros partidos no Governo
através da nomeação dos respectivos líderes como Ministros das Finanças e da
Economia.

a) Analise a votação do pacote de austeridade apresentado pelo Governo.


b) Como analisa a conduta do Presidente da República?

Caso 7

1. Na sequência de intensa tensão registada no seio da coligação governativa entre o


Partido Republicano e o Partido Nacional, o Primeiro-Ministro decide solicitar um voto
de confiança à Assembleia da República. Numa reunião realizada no dia seguinte, a
Assembleia procede à votação que regista o seguinte resultado: 115 votos a favor, 115
votos contra. O Primeiro-Ministro considera confirmada a confiança no seu governo e
parte em viagem oficial para o Canadá, sem solicitar autorização à Assembleia ou ao
Presidente da República.

2. Indignados com o sucedido, 15 Deputados do Partido Trabalhista, à revelia do seu


Grupo Parlamentar, apresentam uma moção de censura ao Governo. Submetida de
imediato a votação, e depois de vários partidos manifestarem o seu desagrado com os
termos em que a mesma vinha redigida, a moção é rejeitada com 117 votos contra e
100 a favor e 13 abstenções. Inconformados com o resultado, os 15 Deputados
alteram o texto da moção e conseguem obter o apoio de outro grupo de 47 Deputados
dissidentes do Partido Autonomista, que haviam abandonado o respetivo partido e
que há alguns meses exerciam o seu mandato como independentes, e apresentam
nova moção de censura. Chocado com esta atitude de obstrução, o Presidente da
República ouve o Conselho de Estado e opta por dissolver a Assembleia, que no seu
entender se estava a tornar um fator de instabilidade, convocando novas eleições.
Caso 8

1. Em 25 de Abril de 2018 realizaram-se eleições legislativas, determinando os


resultados eleitorais a seguinte composição da Assembleia da República: PSD, 99
Deputados; PS, 95 Deputados; BE, 22 Deputados; CDS, 7 Deputados; e CDU, 5
Deputados.

Na noite eleitoral, os líderes do PS e do BE indicaram a sua intenção de formar uma


coligação governamental e comunicaram à imprensa que aguardariam a indigitação
pelo Presidente da República. Determinado a empossar rapidamente o novo Governo,
o Presidente ouviu o Primeiro-Ministro cessante e convocou o Conselho de Estado no
dia seguinte às eleições, que se pronunciou pela indigitação do líder do PSD como
Primeiro-Ministro, enquanto líder do partido mais votado, o que o Presidente decidiu
fazer, no dia 27 de abril.

Contudo, de forma a dotar o novo Governo de maior estabilidade, o Presidente


comunicou ao novo Primeiro-Ministro que idealmente o Ministério das Finanças e o
Ministério da Economia deveriam ser confiados a ministros a indicar pelo CDS. O
Primeiro-Ministro indigitado hesitou, mas acabou por ceder ao pedido do Presidente
da República.

O novo Governo tomou posse no dia 1 de maio de 2010 e logo no dia 2 aprovou um
decreto-lei contemplando linhas de crédito urgentes para acorrer às cheias verificadas
pouco antes nalgumas zonas do país. No dia seguinte, propôs ao Presidente da
República a designação de um novo Representante da República para os Açores.

a) O processo de designação do novo Governo e os actos por este praticados são


conformes à Constituição?

2. O PS e o BE, seguindo aquilo que já haviam anunciado publicamente, apresentaram


uma moção de rejeição do Programa do Governo. Numa sessão realizada em 8 de
maio, votaram favoravelmente a moção 123 Deputados, votaram contra 97 Deputados
e abstiveram-se 10 Deputados. Na sequência da votação, o Primeiro-Ministro
considerou o Governo demitido e fez aprovou com o Ministro da Justiça uma proposta
de lei à Assembleia da República, no sentido de alterar o sistema eleitoral,
abandonando o sistema proporcional e introduzindo um sistema maioritário, capaz de
assegurar maior estabilidade governativa. A Assembleia da República aprovou a
proposta apresentada por 115 votos a favor e 53 contra e 20 abstenções, que remeteu
ao Presidente da República para promulgação no dia 1 de junho.

b) Analise a conformidade constitucional dos atos praticados pela Assembleia da


República e pelo Governo.
3. O Presidente da República entende ser extemporânea a intervenção parlamentar e
veta o diploma no dia 10 de Junho. A Assembleia da República, contudo, opta por
confirmar o diploma a 1 de julho, desta vez com uma votação de 130 votos a favor e
100 contra. Entendendo já não haver condições para assegurar a governabilidade e
face à obrigatoriedade constitucional de convocar eleições na sequência da referida
demissão do Governo, o Presidente da República dissolve a Assembleia da República
no dia 15 de julho e marcou novo ato eleitoral ao qual se iria aplicar a nova legislação
eleitoral, que o Presidente promulgaria no final da semana seguinte, a 25 de julho.

c) Pronuncie-se sobre a conduta do Presidente da República.

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