O documento discute quatro casos relacionados à legislação e fiscalização constitucional no direito português. O primeiro caso trata da competência das regiões autônomas para legislar sobre serviços essenciais em greves. O segundo caso trata da constitucionalidade de um decreto sobre funcionários públicos. O terceiro caso trata da contabilização do tempo de serviço em cargos políticos. O quarto caso trata da proporcionalidade na representação municipal.
O documento discute quatro casos relacionados à legislação e fiscalização constitucional no direito português. O primeiro caso trata da competência das regiões autônomas para legislar sobre serviços essenciais em greves. O segundo caso trata da constitucionalidade de um decreto sobre funcionários públicos. O terceiro caso trata da contabilização do tempo de serviço em cargos políticos. O quarto caso trata da proporcionalidade na representação municipal.
O documento discute quatro casos relacionados à legislação e fiscalização constitucional no direito português. O primeiro caso trata da competência das regiões autônomas para legislar sobre serviços essenciais em greves. O segundo caso trata da constitucionalidade de um decreto sobre funcionários públicos. O terceiro caso trata da contabilização do tempo de serviço em cargos políticos. O quarto caso trata da proporcionalidade na representação municipal.
Imagine que a Assembleia Legislativa regional dos Açores legislou sobre o alargamento do elenco das actividades consideradas destinadas à satisfação de necessidades sociais impreteríveis em caso de greve. O supracitado decreto legislativo regional, visava, assim, alargar o âmbito dos trabalhadores que deveriam prestar os serviços mínimos indispensáveis em caso de greve. Face ao exposto, o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores requereu ao Tribunal Constitucional a apreciação do decreto legislativo regional que lhe tinha sido enviado para assinatura, tendo este se pronunciado pela inconstitucionalidade do mesmo. Quid Juris?
Caso nº 2- Processo legislativo e admissão de funcionários
públicos
Imagine que em 12 de Maio de 2005, o Governo, mediante uma autorização legislativa
que lhe tinha sido concedida em 24 de Março, por um período de 90 dias pela Assembleia da República, legislou sobre o regime de admissões, condições de trabalho, vencimentos e demais prestações de carácter remuneratório dos funcionários públicos, sem ter previamente auscultado as associações sindicais da Administração Pública. O Chefe de Estado veio a promulgar o decreto em causa em 25 do mesmo mês. Em 18 de Junho de 2007, o Tribunal Constitucional, após solicitação do Procurador- Geral da República, veio a declarar com força obrigatória geral a inconstitucionalidade do citado decreto-lei. Quanto aos efeitos da declaração, era salientado nesse acórdão do TC que, após a entrada em vigor daquele diploma, ter-se-ão criado inúmeras expectativas aos funcionários públicos entretanto admitidos ao abrigo dessa legislação, expectativas que agora importaria acautelar, sob pena da sua desvinculação da função pública com todas as consequências daí inerentes. Pergunta-se: a) O Governo era competente para legislar sobre a matéria? b) Que tipo de fiscalização foi exercida pelo Tribunal Constitucional? Foi a mesma exercida atempadamente? c) E o Procurador-Geral podia requerê-la? d) Face ao presente texto, qual o fundamento que teria estado na origem da inconstitucionalidade declarada pelo Tribunal Constitucional? Caso nº 3- Processo Legislativo e progresso nas carreiras profissionais.
Imagine que o Governo, ao abrigo de uma autorização legislativa, legislou para os
institutos públicos cujo pessoal é regido pelo contrato individual de trabalho. No preâmbulo do decreto-lei, afirmava-se que era necessário pôr termo às situações em que alguns trabalhadores estão durante muitos anos afastados dos respectivos lugares de origem, sem que por esse motivo venham a ter, aquando do seu regresso, qualquer penalização em termos de progressão nas carreiras. Subjacente a este diploma, estava igualmente em causa uma melhor gestão dos dinheiros públicos. Assim, dispunha um dos preceitos do supracitado decreto do Governo: “não será contabilizado para efeitos de progressão nas carreiras profissionais do lugar de origem, o tempo de serviço prestado no exercício de cargos políticos ou de altos cargos públicos”. De outra sorte, era incluída uma disposição que consagrava que após o regresso ao lugar de origem, o trabalhador ficaria impedido de receber o prémio de produtividade do final do ano sem que antes completasse 12 meses de prestação efectiva de trabalho. O Presidente da República enviou o diploma para o Tribunal Constitucional, tendo este se pronunciado pela inconstitucionalidade relativamente ao normativo que mencionava a não contabilização do tempo nos cargos políticos e altos cargos públicos para efeitos na carreira de origem. Acto contínuo, o diploma foi devolvido ao Governo pelo Presidente da República, que confirmou o diploma. a) Quid Juris? b) Imagine que em vez de ter exercido a fiscalização preventiva, o Presidente da República tinha optado pelo direito de veto político?
Caso nº 4 – Processo legislativo e proporcionalidade
nas Assembleias Municipais Suponha que a Assembleia da República com a finalidade de simplificar a vida política, aprovou um decreto por 118 votos a favor, 36 abstenções e 68 votos contra, introduzindo uma alteração à lei das autarquias com graves consequências na proporcionalidade dos eleitos às assembleias municipais. Face a dúvidas suscitadas, o Presidente da República requereu ao Tribunal Constitucional a apreciação do decreto da Assembleia. Responda justificadamente às seguintes questões: a) A Assembleia é competente para legislar sobre a matéria em causa?. b) O decreto da Assembleia da República foi correctamente aprovado? c) Qual o mecanismo constitucional utilizado pelo Chefe de Estado? d) Qual teria sido a fundamentação do Tribunal Constitucional ao pronunciar-se pela inconstitucionalidade? e) Suponha que após o Tribunal Constitucional se pronunciar, a Assembleia da República procedia a alterações. Podia o Presidente da República voltar a proceder do mesmo modo? f) Imagine que o Presidente da República optava por enviar uma mensagem à Assembleia da República sustentando a inoportunidade do decreto, e aquele órgão legislativo voltava a aprovar posteriormente o diploma por 124 votos a favor, 30 abstenções e 20 votos contra. Qual foi o mecanismo constitucional agora utilizado pelo Presidente da República? Podia fazê-lo? E quais seriam as consequências da posição da Assembleia da República?