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CASOS PRÁTICOS

GRUPO II

Caso prático n.º 1


Em janeiro de 2018, a Câmara Municipal do Porto deliberou contratar por
ajuste direto uma empresa privada de jardinagem para manutenção dos
espaços do domínio público municipal.

Da ata consta o voto de vencido de um vereador que entende:


a) Que a competência exercida está delegada no Presidente da Câmara
Municipal, pelo que a Câmara Municipal não podia deliberar sobre tais
matérias;
b) Que o serviço de jardinagem contratado é do enteado de um vereador
que, de acordo com a ata, terá participado na deliberação;
c) Que a contratação deste serviço é absolutamente desnecessária uma
vez que o município possui serviços próprios capazes de executar essa
tarefa.

1. Analise o argumento apresentado na alínea a) considerando duas


hipóteses:
a) A delegação é válida e eficaz.
b) O ato de delegação não foi publicado.

2. Aprecie a validade da deliberação considerando os argumentos


apresentados nas alíneas b) e c).

1
Caso prático n.º 2

Numa reunião da Câmara Municipal do mais pequeno município português,


um vereador propôs que o “Largo da Sé” passasse a designar-se “Largo
escritos Camilo de Queirós”, proposta aprovada por 2 votos a favor, o do
proponente e o do Presidente, e 1 voto contra.

O vereador derrotado pretende que seja lavrado em ata o seu voto de vencido,
que fundamenta no seguinte:
a) a competência exercida está subdelegada nele próprio, pelo que a
Câmara Municipal não podia deliberar sobre tais matérias;
b) o vereador que propôs a nova denominação era filho do escritor, pelo
que falta o quórum necessário para a deliberação.

Tem razão?

Caso prático n.º 3

Considere as seguintes situações:


a) No exercício de competências subdelegadas, o subdelegado pratica um ato
administrativo nulo por desvio de poder. O que é o delegante e o subdelegado
poderiam fazer, respetivamente, quanto ao ato de delegação e de subdelegação de
poderes?
b) Um superior hierárquico pretende exercer a competência que delegou no seu
subalterno. E entende que o pode fazer de imediato, por ser superior hierárquico.
Comente.

Caso prático n.º 4


a) Que tipo de relação jurídica se estabelece entre diferentes pessoas
coletivas?
b) Os órgãos de uma determinada pessoa coletiva integram-se sempre
numa estrutura hierárquica?
c) Qual é o regime de funcionamento dos órgãos colegiais?

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Caso prático n.º 51
Nos termos da alínea y) do n.º 1 do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro é da competência da Câmara Municipal “exercer o controlo prévio,
designadamente nos domínios da construção, reconstrução, conservação ou
demolição de edifícios, assim como relativamente aos estabelecimentos
insalubres, incómodos, perigosos ou tóxicos”.

Por deliberação da Câmara Municipal foi decidida a atribuição de duas


licenças de construção que permitem aos seus requerentes construir,
respetivamente, um imóvel com quinze andares e outro com dez. A
deliberação foi aprovada pela maioria exigida e da mesma foi lavrada ata,
aprovada e publicitada nos termos legais.

O Ministro da Saúde, no âmbito de uma inspeção à atividade daquele


município, veio revogar tal deliberação “por ser altamente inconveniente para
os interesses do município”.

Indignados, os membros da câmara municipal alegam que as licenças não


podem ser revogadas porque são conformes com os planos urbanísticos em
vigor2, sendo irrelevante a sua conveniência para os interesses do município.

1
Sobre a autonomia local, cfr. Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 494/2015, disponível em
www.tribunalconstitucional.pt.
2
Veja-se o disposto no Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE), aprovado pelo Decreto-
Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, sucessivamente alterado, com a última alteração introduzida pelo
Decreto-Lei n.º 66/2019, de 21 de maio:
- artigo 67.º: “A validade das licenças ou das autorizações de utilização depende da sua conformidade com
as normas legais e regulamentares aplicáveis em vigor à data da sua prática, sem prejuízo do disposto no
artigo 60.º”.
- artigo 68.º: “Sem prejuízo da possibilidade de atribuição de efeitos jurídicos a situações de facto
decorrentes de atos nulos nos termos gerais de direito, bem como do disposto no artigo 70.º, são nulas as
licenças, as autorizações de utilização e as decisões relativas a pedidos de informação prévia previstos no
presente diploma que: a) Violem o disposto em plano municipal ou intermunicipal de ordenamento do

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Indiferente a este argumento, e em face desta revogação, a Assembleia
Municipal apresentou uma moção de censura contra a Câmara Municipal.

1. Identifique as figuras organizatórias referidas supra,


enquadrando-as na organização administrativa portuguesa.
2. Analise a deliberação da Câmara Municipal, não esquecendo
de se pronunciar quanto ao quórum e maioria de aprovação.
3. Aprecie a validade do ato ministerial e os argumentos
apresentados pela Câmara Municipal.
4. Que considerações lhe suscita a moção de censura apresentada
pela Assembleia Municipal contra a Câmara Municipal?
5. Imagine que a Câmara Municipal tinha delegado a
competência para decidir licenças de construção no seu
presidente e que este, por sua vez, optara por delegar esta
mesma competência no Vereador responsável pelo pelouro do
urbanismo. Identifique as normas de habilitação e os requisitos
de que depende a validade e a eficácia destes atos.

Caso prático n.º 6

Considere a seguinte situação:


A Câmara Municipal de Vila Flor (município com mais de 10 070 eleitores)
deliberou prolongar a Avenida da República e, para o efeito, destruir o Parque
D. Sebastião. A deliberação foi aprovada com 3 votos a favor e 2 votos contra.
Os moradores da área elaboraram um abaixo-assinado, dirigido ao Governo,
a protestar contra o prolongamento da Avenida da República e a destruição

território, plano especial de ordenamento do território, medidas preventivas ou licença ou comunicação


prévia de loteamento em vigor; b) [Revogada]; c) Não tenham sido precedidas de consulta das entidades
cujos pareceres, autorizações ou aprovações sejam legalmente exigíveis, bem como quando não estejam
em conformidade com esses pareceres, autorizações ou aprovações”.

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do Parque D. Sebastião, alegando: (i) que as referidas obras afetam as
condições de ecologia e salubridade naquela zona; (ii) que existem
irregularidades financeiras na adjudicação das obras à empresa “Fernandes
& Fernandes, S.A.”.

Aprecie a validade dos atos jurídicos praticados.

Caso prático n.º 7


Considere a prática de um ato administrativo pelo Presidente de uma Câmara
Municipal que se encontra numa situação de impedimento. Constituiu causa
de perda de mandato? Quem é competente para intentar a correspondente
ação, e quais são os tribunais competentes para a decidir?

Caso prático n.º 8


a) Quais são os critérios que permitem qualificar uma pessoa coletiva como
pública? Quando é que esses critérios são relevantes?
b) Os institutos públicos constituem sempre formas de administração
indireta?
d) As Universidades Públicas são sempre fundações públicas de Direito
privado?
e) Às Universidades Públicas é aplicável a Lei-Quadro das Fundações?

Caso prático n.º 9


Identifique e classifique de acordo com a teoria da organização
administrativa:
1. Direção Geral dos Impostos (DGCI);
2. Instituto de Emprego e Formação Profissional, I.P. (IEFP);
3. Hospital de São João, E.P.E.;

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4. Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense,
S.A.;
5. Área Metropolitana de Lisboa;
6. Ordem dos Advogados;
7. Comissão Nacional de Eleições;
8. Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos;
9. ICP – Autoridade Nacional de Comunicações (ICP – ANACOM);
10. Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM);
11. Freguesia;
12. Empresa concessionária de um determinado serviço público.

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