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º 6
No final do inquérito movido contra A e B, com base em queixas-crime recíprocas por ofensa
à integridade física simples, o Ministério Público, depois de obtida a concordância do Juiz de
Instrução Criminal, determinou o arquivamento dos autos para dispensa de pena com fundamento
na circunstância de os arguidos se terem agredido mutuamente e não existirem elementos
probatórios para determinar quem iniciou as agressões (art. 143.º, n.º 3, al. a), CP).
Um ano mais tarde, uma testemunha ocular, C, veio ao processo informar que foi A quem
agrediu B em primeiro lugar, exibindo uma gravação obtida pela câmara de vigilância do seu
supermercado em corroboração das declarações prestadas.
CASO N.º 7
Chegou ao Ministério Público da comarca de Coimbra uma denúncia anónima por crime de
violência doméstica cometido por A sobre B. Constituído arguido e informado dos seus direitos, A
admitiu em interrogatório judicial que discutiu com o namorado no dia referido na denúncia e que
no contexto dessa discussão ambos trocaram palavras azedas, negando, todavia, ter havido entre
eles qualquer gesto de violência física.
Findo o inquérito, o MP determinou, a pedido de B e depois de verificar que não existia
qualquer condenação ou suspensão provisória do processo por crimes da mesma natureza, a
suspensão do processo pelo período de um ano. O JIC inviabilizou a solução por ter entendido que
«não há no caso indícios suficientes da prática do crime imputado, sendo certo que, se os
houvesse, a suspensão do processo só poderia ter lugar mediante imposição ao arguido de
injunções e regras de conduta».
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Faculdade de Direito da Universidade do Porto – DPP I (Criminologia/Direito)
a) Comente criticamente o despacho do JIC, aludindo ao sentido e alcance do instituto
da suspensão provisória do processo no âmbito específico dos crimes de violência
doméstica.
b) Poderá interpor-se recurso da decisão do JIC que negou a concordância à
suspensão? Justifique.
CASO N.º 8
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