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Direito das Obrigações – Ano letivo 2023/2024 – Turmas 1 e 2

Caso prático n.º 9

No dia 3 de outubro de 2023, por volta das 13h30, ocorreu um embate na Estrada
Municipal que liga Lama a Oliveira, em Barcelos, no qual intervieram o veículo
ciclomotor de matrícula 11-22-ZZ, propriedade de Bruno e conduzido pelo seu filho
António (a quem o primeiro empresta o veículo regularmente para deslocações ao fim do
dia e ao fim-de-semana), e o veículo ligeiro de mercadorias de matrícula 44-55-TT,
conduzido pelo respetivo proprietário, Carlos, dono de uma empresa de mobiliário.
O ciclomotor circulava pela referida Estrada Municipal no sentido Oliveira - Lama.
Por seu lado, o veículo ligeiro de mercadorias circulava em sentido contrário. No local
do embate, a estrada tem 5,70 m, duas faixas de rodagem, uma para cada sentido de
trânsito, com piso em paralelo, seco e com aderência. A estrada apresenta uma ligeira
curva.
No que concerne às circunstâncias em que o acidente se produziu, apenas se prova
que:
− ambos os veículos circulavam a velocidade não superior a 50 kms/hora;
− os condutores de ambos os veículos travaram, deixando o veículo ligeiro de
mercadorias marcado no pavimento um rasto de travagem com a extensão de
11,50 m;
− António e o ciclomotor foram cair na berma do lado direito da Estrada Municipal,
atento o sentido Oliveira - Lama.

(Adaptação do Acórdão do STJ de 19 de Setembro de 2006, in: www.dgsi.pt).

Pergunta-se:

1. Recai sobre António alguma presunção de culpa?

2. A resposta seria a mesma se o veículo de mercadorias de Carlos fosse conduzido


pelo seu empregado, Dário, que procedia ao transporte de uma mobília a casa de
um cliente? Quid iuris quanto aos danos derivados do acidente?

3. Voltando à hipótese inicial, e supondo que (i) do acidente resultam danos em


ambos os veículos: 1.500 € no ciclomotor e 750 € no veículo de mercadorias; e

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(ii) o motociclo contribuiu em 1/3 para o acidente e veículo de mercadorias em


2/3.

a) Quid iuris?
b) Considerando a situação fáctica da alínea anterior, suponha, agora, que A
transportava um iPad que ficou totalmente destruído. O iPad valia 500 €. Quid
iuris?
c) Suponha, por fim, que António transportava no motociclo uma amiga, Marta,
a quem estava a “dar boleia”. Em consequência da colisão, Marta sofreu vários
ferimentos e o seu computador portátil ficou inutilizado. Quid iuris?

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