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Advogado
CASO PRÁTICO 1
1 – Encontra-se a correr inquérito contra António pela suspeita da prática de crime de furto
qualificado de objeto transportado em viatura, objeto esse de valor não diminuto;
2 – O António foi submetido a reconhecimento e não foi identificado, a única testemunha dos factos
apenas refere que o viu com outros suspeitos naquele dia perto da viatura e o António em 1.º
interrogatório não judicial remeteu-se ao silêncio, não prestando declarações;
3 – O António já tem antecedentes criminais pela prática de crime da mesma natureza;
4 – O Ministério Público convoca o António para interrogatório complementar e propõe uma
suspensão provisória de processo, mediante as seguintes condições: confissão dos factos, mostrar
arrependimento e prestar 100 horas de trabalho a favor da comunidade.
1. Descrição do tipo de crime – 202º alínea c), 204º nº1 alínea b) e n.º 4 CP;
2. Requisitos da suspensão provisória de processo – 281º CPP;
3. Regras dos interrogatórios de arguido em liberdade: 144º e 141º CPP;
4. Proposta de conselho: não aceitar a suspensão provisória de processo.
CASO PRÁTICO 2
António tem uma discussão na via pública com Bento, na qual aquele se dirige a este como
“palerma”, “filho da puta” e “aldrabão”, na presença de vários transeuntes. Imagine que, passados
10 dias, Bento o consulta, comunica-lhe os factos ocorridos e manifesta a vontade de que António
seja objeto de procedimento penal pelos mesmos, conferindo-lhe mandato judicial para o
representar.
Questão: Como Advogado(a) de Bento, como deverá proceder com vista a abertura do
procedimento pretendido?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 2
Questão 1: Além dos aspetos referidos na resposta ao Caso 2, quais os que deverá ter em
atenção para a constituição de assistente?
Questão 2: Redija o requerimento de constituição de assistente;
Questão 3: Onde e como remeteria este requerimento?
Questão 4: Qual a tramitação processual do requerimento apresentado?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 3
Acórdão nº 3/2015
«O prazo de 20 dias para o assistente requerer a abertura de instrução, nos termos do artigo 287º,
nº 1, alínea b), do Código de Processo Penal, conta-se sempre e só a partir da notificação do
despacho de arquivamento proferido pelo magistrado do Ministério Público titular do inquérito ou
por quem o substitua, ao abrigo do artigo 277º do mesmo código, não relevando para esse efeito a
notificação do despacho do imediato superior hierárquico que, intervindo a coberto do artigo 278º,
mantenha aquele arquivamento». Manuel Braz (Relator)
DR, 56, Série I, 2015-04-20
Acórdão nº 12/2016
«Após a publicação da sentença proferida em 1.ª instância, que absolveu o arguido da prática de
um crime semipúblico, o ofendido não pode constituir-se assistente, para efeitos de interpor
recurso dessa decisão, tendo em vista o disposto no art. 68.º, n.º 3, do CPP, na redacção vigente
antes da entrada em vigor da Lei 130/2015, de 04-09». Isabel São Marcos (Relatora)
DR, 191, Série I, 2016-10-04
Acórdão nº 15/2016
«Nos termos do art.º 70.º, n.º 1, do CPP, o ofendido que seja advogado e pretenda constituir-se
assistente, em processo penal, tem de estar representado nos autos por outro advogado». Souto de
Moura (Relator)
DR, 233, Série I, 2016-12-06
CASO PRÁTICO 4
António tomou conhecimento de que Bento, seu filho, com que se mostrava desavindo algum
tempo, na sequência de uma visita de cortesia à mãe, aproveitando uma ausência de António da
habitação, furtou-lhe um aparelho de DVD, no valor de € 100,00. Imagine que, passados 10 dias,
Bento o consulta, comunica-lhe os factos ocorridos e manifesta a vontade de que António seja
objeto de procedimento penal pelos mesmos, conferindo-lhe mandato judicial para o representar.
Questão: Como Advogado(a) de Bento, como deverá proceder com vista a abertura do
procedimento pretendido?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 4
António foi detido em flagrante delito enquanto roubava o automóvel de Bernardo, quando este
circulava com o veículo na via pública.
Questão 2: António vem a ser acusado pela prática de um crime de roubo. Inconformado
pretende reagir. Que iniciativa poderá António adotar, em que prazo e sob que formalismo?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 5
Questão 1:
1. Flagrante Delito ‐ 256º nº1 CPP ;
2. Constituição de Arguido – 58º nº1 c) CPP;
3. Finalidade é apresentar o detido a primeiro interrogatório judicial, a iniciar no prazo máximo
de 48 horas – 254º nº1 a) CPP;
4. Primeiro interrogatório do Arguido detido ‐ 141º CPP;
5. Ouvido por Juiz de Instrução Criminal e não por Ministério Público como seria norma se não
estivesse detido ‐ 141ºnº1 CPP vs 144º nº1 CPP;
6. Com assistência obrigatória de Defensor e não facultativa como seria norma se não estivesse
detido - 141º nº2 CPP e 64º nº1 a) vs 144º nº4 CPP e 61 nº1 f);
7. Objetivo é a validação da detenção e aplicação das medidas de coação ‐ 194º nº2 e nº 3 CPP;
Questão 2:
1. Arguição de nulidade no prazo de 5 dias – 120º nº3, al. c) CPP –
2. Requerimento de abertura de instrução no prazo de 20 dias a contar da notificação da acusação –
287º nº1 CPP.
CASO PRÁTICO 6
António é agredido por Bento na via pública e, em resultado dessa agressão, o António ficou grave e
permanentemente desfigurado no rosto. No decurso do Inquérito, o Ministério Público, por entender
que o termo de identidade e residência já prestado não era medida suficiente e adequada,
entendeu requerer a medida de coação de obrigação de apresentações diárias, por entender que se
verificava, no caso, o perigo de perturbação do decurso do inquérito. Ouvido o arguido, na presença
do seu defensor oficioso, o Juiz decidiu aplicar a prisão preventiva, fundamentando o seu despacho.
Questão 2: Poderiam ser cumuladas as medidas de coação de TIR já prestado e a requerida pelo Mº
Pº?
Questão 1: O Juiz não poderia aplicar medida mais grave do que a requerida pelo Mº Pº – artº 144º;
194º nº 1, nº 3 e nº 4; 204º, al. b) CPP;
Questão 2: As medidas de coação em causa podiam ser cumuladas – artº 198º nº 2 CPP;
Questão 3:
Após o primeiro interrogatório judicial, António ficou a aguardar julgamento em liberdade, sujeito a
termo de identidade e residência e a apresentações diárias na esquadra da PSP da sua área de
residência. Na sequência de uma proposta de trabalho irrecusável, pretende aceitar e ausentar-se
para os Açores.
Questão: Sabendo que até àquela data, mostrando-se excedido o respetivo prazo legal e o
processo se encontrar ainda em fase de inquérito, que conselho daria a António de como
deveria proceder, caso quisesse aceitar a proposta de emprego?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 7
Questão 1: Sim, pois que o processo não se encontra em segredo de justiça - 89º nº 1 CPP;
Questão 2: Requerimento dirigido ao processo - 89º nº 1 CPP;
Questão 3: Apresentação do requerimento ao JIC para despacho, o qual é irrecorrível - 89º nº 1
CPP;
Questão 4: Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - Serviços do Ministério Público
1ª Secção do DIAP - Processo: XX
F, Advogada, portadora da cédula profissional nº ______________, com domicilio profissional na
Rua ______________, na qualidade de Mandatária do Arguido ____________vem, ao abrigo do
disposto no artigo 89º 1º CPP, requerer a confiança do processo à margem referenciado, por um
período nunca inferior a cinco dias, para exame no seu escritório.
E.D. A Advogada, ;
Questão 5: Sim - 89º nº 4, 86º n.os 1, 4 e 5 CPP;
Questão 6: Requerimento dirigido ao processo - 89º nº 4 CPP;
Questão 7: Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - Serviços do Ministério Público
1ª Secção do DIAP - Processo: XX
F, Advogada, portadora da cédula profissional nº ______________, com domicilio profissional na
Rua ______________, na qualidade de Mandatária do Arguido ____________ vem, ao abrigo do
disposto no artigo 89º 4º CPP, requerer a confiança do processo à margem referenciado, por um
período nunca inferior a cinco dias, para exame no seu escritório.
E.D. A Advogada,
CASO PRÁTICO 9
O juiz, em processo sumaríssimo, notificou um arguido ao abrigo do artº 396º, n.º 1, al. b) do CPP,
imputando-lhe a prática de um crime de desobediência e indicando-lhe a pena proposta pelo
Ministério Público. Tendo sido nomeado defensor oficioso e, após conferência com o arguido, este
decide opor-se à sanção proposta, o que faz no prazo legal e demais condições estabelecidas no artº
396º do CPP.
O MP deduz acusação em processo abreviado.
Questão : Não. Não há lugar a instrução nos processos especiais - artº 286º n.º 3 do CPP.
CASO PRÁTICO 10
Recebendo a acusação pelo crime do artº 203º do CP, o Tribunal aplica a medida de coação de
obrigação de permanência na habitação. António pretende reagir contra o despacho que
recebeu a acusação e contra a medida de coação que lhe foi aplicada.
Questão 1: António podia recorrer quer do despacho que designou dia para julgamento quer do que
lhe fixou a medida de coação?
Questão 2: Que tipo de requerimento de interposição de recurso deveria António fazer apresentar
se pretendesse atacar a legalidade da medida de coação?
Questão 3: Qual o regime de subida, os efeitos e possíveis despacho(s) antes de remessa ao
tribunal superior?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 10
Questão 1:
a) Do despacho que designou dia para julgamento não poderia recorrer – artº 399º “à contrário” e
313º, n.º 4 CPP;
b)Do despacho que lhe fixou a medida de coação podia recorrer - artº 399º CPP;
Questão 3:
a) Regime de subida: Imediata – artº 407º 2 al. c) CPP - , em separado, com pedido de certidão
para instruir recurso – artº 406º nº 2 CPP - sem efeito suspensivo – artº 408.º “à contrário”
CPP;
b) O juiz que proferiu a decisão, antes de remessa ao Tribunal de Recurso, terá de atender ao artº
414º CPP, nomeadamente, o previsto no nº 1, isto é, proferir despacho e, em caso de admissão,
fixar o efeito e regime de subida e no n.º 4, ou seja, sustentar ou reparar a decisão (não é
obrigatório).
CASO PRÁTICO 11
Os autos prosseguiram para julgamento, tendo sido proferido despacho a admitir a acusação e a
designar o dia 27 de Setembro de 2017, às 9 horas e 30 minutos, para realização da audiência de
julgamento, notificado ao arguido por via postal simples, com depósito no dia 31 de Maio de 2017 e
ao(à) mandatário(a) por via postal registada, enviada em 29 de maio de 2017.
Questão 2: A peça processual é a contestação e rol de testemunhas, no prazo de 20 dias – artº 315º
nº 1 CPP;
Questão 3:
a) O prazo para a respetiva apresentação terminaria no dia 26 de Junho de 2017 – artº 113º n.º
10 CPP;
b) Regra da continuidade dos prazos - art.º 138º do CPP aplicável ex vi do art.º 104º, n.º 1 do
CPP
c) Da possibilidade da prática do ato processual em causa nos 3 dias úteis subsequentes ao termo
do prazo normal – artº 107º nº 5 e artº 107-A CPP (deverá fazer-se uma interpretação
atualizada da norma em que a remessa é para o atual artº 139º nº 5 do CPC) – o ato poderia
assim ser praticado até ao dia 29 de junho de 2017.
CASO PRÁTICO 12
Suponha que no mesmo processo, existe um preso preventivo que se considera notificado no dia 30
de junho de 2017 do despacho a admitir a acusação e a designar o dia 27 de Setembro de 2017, às 9
horas e 30 minutos, para realização da audiência de julgamento.
Questão: Quando terminará o respetivo prazo para a apresentação da sua peça processual
subsequente?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 12
Questão:
Questão: Enquanto Defensor do Arguido e tendo presente apenas esta factualidade, o que faria
neste momento com vista a salvaguardar o interesse do seu constituinte?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 13
Questão:
1. Inexistem informações sobre o ocorrido, não fazendo sentido requerer a justificação da falta;
2. Inexistem razões para requerer o adiamento, uma vez que estavam todos presentes;
3. O julgamento não é adiado - art.º 333º, nº 2 do CPP - não faz sentido requerê-lo;
4. O Defensor deveria requerer a audição do arguido na segunda data designada para a
continuação do julgamento, nos termos do disposto nos artigos 333º, nº 3 e 312º, nº 2 do CPP.
CASO PRÁTICO 14
Após o interrogatório do Arguido, que admitiu os factos em causa e após ter sido consignado em ata
essa confissão, integral e sem reservas, o Arguido relatou a sua situação económica e pessoal, tendo
o Ministério Público e a Defesa apresentado as suas alegações.
Ouvido o Arguido pela última vez, a Sr.ª Juíza retirou-se por breve instantes da sala por se
encontrar mal disposta. Passados poucos momentos voltou um Sr. Juiz dando conta que a sua colega
tinha sido conduzida ao Hospital e que seria ele próprio a proferir a sentença, o que imediatamente
fez, condenando o arguido.
1. Não é admissível o depoimento sobre o conteúdo das declarações prestados pelo Arguido – artº
357º nº 1 al. b) (a contrario) CPP;
2. A leitura de quaisquer declarações prestadas pelo arguido em inquérito ou a simples referência
a elas é proibida, face à recusa do arguido em prestar declarações em julgamento sobre os
factos – artº 357º nº 2 e nº 3 CPP e artº 356º nº 7 do CPP
CASO PRÁTICO 17
Imagine que no decurso de uma audiência de discussão e julgamento, o Ministério Público requereu
a leitura do depoimento da ex-companheira do Arguido, prestado em sede de inquérito e o Juiz, não
obstante a oposição do Arguido, defere o requerido e ordena a leitura.
Imagine que é contactado por um arguido enquanto advogado(a), que lhe faz o relato dos factos que
irão ser submetidos a julgamento e, sem lhe passar uma procuração escrita, pretendeu que o
patrocinasse na audiência de julgamento.
Questão: O que devia fazer o arguido logo no início dessa audiência de julgamento?
(Nota: para efeitos da presente questão, considere como já cumpridas as normas deontológicas aplicáveis à
situação).
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 18
No dia de julgamento de António, constata-se, aquando da chamada para a audiência, que o seu
Defensor não compareceu. Imagine que, estando de escala de urgência, é de imediato nomeado
para substituir o Defensor ausente e, como é natural, não conhece nem António, nem o processo.
Questão: Como deve proceder para garantir uma defesa efetiva de António?
Questão: Imagine que António, durante a audiência, se dispõe a prestar declarações e que o juiz
presidente lhe faz perguntas sobre os factos. Como Defensor, considera ser inconveniente à sua a
resposta a algumas dessas perguntas. O que deverá fazer?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 19
Resposta Questão 1:
Resposta Questão 2:
Recomendar ao arguido que não responda a perguntas: artº 61º nº 1 al. d) CPP; artº 343º nº 5
CPP; artº 345º nº 1 (parte final) CPP;
CASO PRÁTICO 20
Questão: Na qualidade de Defensor, considerando que Carlos não está arrolado como testemunha
nos autos e pretendendo que ele seja ouvido pelo Tribunal, indique os aspetos necessários no
requerimento que, para esse efeito, ditaria para a ata da audiência.
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 21
1. Requerimento oral;
2. O requerimento deve mencionar a essencialidade da inquirição do Carlos que é necessária para
a descoberta da verdade, uma vez que o mesmo presenciou os factos que confirmam o alegado
pela defesa;
3. O requerimento deverá igualmente mencionar que a inquirição é necessária para a boa decisão
da causa, uma vez que aquela testemunha não está arrolada e não existem mais testemunhas
da defesa;
4. O requerimento deverá igualmente referir que a identificação da testemunha Carlos apenas
agora foi conhecida, pelo que não poderia ter sido arrolada com a contestação;
5. Fundamento legal: Art.º 340º, nº 1 e nº 4, al. a) (segunda parte) CPP
CASO PRÁTICO 22
No dia 22 de Abril de 2017, pelas 22:00 horas, Álvaro passeava com Maria na zona da Ribeira, no
Porto. Nessa altura, Bento, ex-cônjuge de Maria, aproximou-se e, sem que nada o fizesse prever,
desferiu um soco em Álvaro, fugindo de imediato. Inconformado com o sucedido, Álvaro apresentou
queixa-crime contra Bento, indicando como testemunha Maria. No decurso do inquérito entretanto
aberto, o Procurador do processo, entendendo não ser suficiente o termo de identidade e residência
aplicado a Bento aquando da sua constituição como arguido, requereu a aplicação da medida de
coação de proibição de contacto com a Maria, uma vez que, não tendo esta ainda sido ouvida nos
autos, existiria perigo de perturbação do decurso do inquérito, designadamente perigo do arguido
Bento tentar amedrontar e condicionar aquela testemunha, pois que têm um filho menor em
comum a cargo desta. No dia 7 de Junho de 2017, foi o arguido ouvido na presença do seu defensor
e, no final da diligência, o juiz de instrução proferiu decisão de aplicação da medida de coação de
prisão preventiva, entendendo que a medida promovida pelo Ministério Público era insuficiente para
o fim pretendido.
Questão: Enquanto defensor de Bento, diga, fundamentadamente, de que modo(s) poderia opor–se
à decisão do JIC e em que prazo(s).
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 22
1. O crime de ofensa à integridade física simples não admite a aplicação da medida de coação de
prisão preventiva, uma vez que não é crime do catálogo (a pena máxima aplicável é de 3 anos):
artº 202º CPP e artº 143º CP;
2. O JIC, no caso, não pode aplicar medida mais grave: artº 194º nº 3 e artº 204º b) CPP;
3. Formas de oposição:
Faça uma breve exposição acerca da “proibição de valoração de provas do artigo 355º do CPP.”
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 14
Cfr. Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, Processo 120/06.8TAVLF.C1: “I. – Na formação da convicção do
tribunal não valem outras provas que não as que hajam sido produzidas em julgamento, de harmonia com o disposto no artigo
355.º do C.P.P.II. - O preceito referido no item antecedente, que consagra o principio da imediação, não abrange a prova
documental e outros meios de obtenção de prova, designadamente, os autos de exames, revistas, buscas, apreensões e escutas
telefónicas, que podem ser invocados na fundamentação da sentença ainda que não tenham sido formalmente examinados em
audiência. III. - É que, sendo o inquérito conhecido da defesa, pode esta, se assim o entender, contrariar atempadamente o
valor probatório quer dos documentos, quer dos meios de obtenção de prova que se encontram nos autos, assim ficando
eficazmente assegurado o princípio do contraditório (cfr. Prof. Paulo Pinto de Albuquerque, Comentário do Código de
Processo Penal, UCE, 873 e ss., e Acs. do TC nº 87/99, proc. nº 444/98, 1ª secção, em http://www.tribunalconstitucional.pt,
do STJ de 23/02/2005, CJ, S, XIII, I, 210 e da R. de Coimbra de 19/09/2001, CJ, XXVI, IV, 50).”
CASO PRÁTICO 24
Em processo comum, para julgamento perante Tribunal Coletivo, o Ministério Público deduziu
acusação contra António, por factos ocorridos em 25 de Setembro de 2014, pela prática em autoria
material e na forma consumada, de um crime de furto qualificado, p. e p. pelo 204º, n.º 1, alínea f)
do CP. Após prestar termo de identidade e residência no âmbito daquele processo, ausentou-se para
parte incerta no Congo. Regularmente notificado para a audiência de julgamento, veio o mesmo a
realizar-se sem a sua presença, tendo sido condenado em pena de quatro anos e seis meses de
prisão efetiva. Regressado a Portugal em 30 de Maio de 2017 foi de imediato preso por órgão de
polícia criminal da área da sua residência, que o notificou da sentença e conduziu ao
estabelecimento prisional.
Questão: Como reagiria a esta situação, tendo como efeito pretendido o de um meio célere que
ponha fim à prisão ilegal?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 24
Nota: no caso concreto, a interposição de recurso não seria o mecanismo mais célere para fazer face á situação do
arguido mas, como mecanismo, não deixaria de ser relevado em consideração.
CASO PRÁTICO 25
Questão: Estamos perante qualquer vício, se sim, qual e como reagiria como defensor do arguido?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 26
1. A situação relatada não integra qualquer das nulidades da sentença - art.º 379.º, n.º 1 CPP;
2. Estamos perante a falta de leitura pública obrigatória da sentença na referida sessão de
audiência de julgamento, pois que nessa data ainda não tinha sido (pré) elaborada, assinada,
não existia e, portanto, não podia ter sido lida – art.ºs 372º e 373º CPP;
3. O prazo para a leitura da sentença estabelecido no indicado art.º 373.º é meramente ordenador
não afetando o valor do ato nem acarretando quaisquer consequências jurídicas (cfr. ACSTJ de
15/10/1997, CJ, Ano V, Tomo 3, página 197), o mesmo não acontecendo com a falta da sua leitura;
4. A consequência dessa falta de leitura pública da sentença, depois de elaborada, é a nulidade
insanável da audiência de julgamento onde é suposto ter tido lugar e não teve e dos termos
subsequentes – Artº 119º e 321º nº 1 CPP;
5. A exclusão da publicidade, mesmo quando admitida, não abrange, “em caso algum, a leitura da
sentença” - artº 87º, nº 5 CPP;
6. A nulidade poderia ser invocada em sede de recurso – artº 399º e artº 400º “a contrario” CPP;
7. Poderia ser arguida em requerimento autónomo
CASO PRÁTICO 27
Questão: Encontrando-se hoje o arguido detido para ser presente a juiz, pelas 15:00, para primeiro
interrogatório judicial e tendo sido contatado(a) para o representar, que posição tomaria nesta
diligência perante a factualidade descrita?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 27
a) A diligência requerida pelo arguido era obrigatória – artº 292º, n.º 2 CPP;
b) O tribunal incorreu na nulidade prevista na al. d) do n.º 2 do artigo 120º CPP, que deveria ser
arguida, sob pena de sanação, no prazo previsto no art. 120º, n.º 3, al. c) CPP, ou seja, até ao
encerramento do debate instrutório;
c) Logo, na presente data já não se poderia reagir contra este despacho.
2. Despacho de fls. 50 a 55: Não admite recurso: artº 310º, n.º 1 CPP
CASO PRÁTICO 29
Questão: Como Defensor(a) do Arguido, que posição deveria tomar relativamente à ausência
dessas testemunhas?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 29
Apresente uma exposição acerca do regime das declarações de arguido em processo penal.
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 30
Questão: Estamos perante qualquer vício, se sim, qual e como reagiria como defensor do arguido?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 31
1. Um dos direitos do arguido é o de estar presente a todos os atos processuais que lhe digam
respeito, sendo inequivocamente um desses atos o da leitura da sentença, que representa o
culminar do procedimento penal – art.º 61.º n.º 1, alínea a) do CPP;
2. Art.º 113.º n.º 10 CPP - «As notificações do arguido, do assistente e das partes civis podem ser
feitas ao respetivo defensor ou advogado. Ressalvam-se as notificações respeitantes à acusação,
à decisão instrutória, à designação para julgamento e à sentença, bem como as relativas à
aplicação de medidas de coação e de garantia patrimonial e à dedução do pedido de
indemnização civil, as quais, porém, devem igualmente ser notificadas ao advogado ou defensor
nomeado»;
3. Constitui nulidade insanável a ausência do arguido nos casos em que a lei determinar a sua
obrigatoriedade, situação que também se verifica nos casos em que o arguido está ausente
processualmente, em virtude de não lhe ter sido garantido o direito de estar presente, por não
ter sido regularmente notificado da data da leitura da sentença – Art.º 119.º al. c) CPP;
4. A nulidade poderia ser invocada em sede de recurso – artº 399º e artº 400º “a contrario” CPP;
5. Poderia ser arguida em requerimento autónomo – artº 119º, 120.º, 122º CPP
CASO PRÁTICO 32
Encontrando - se presentes o arguido António e o seu mandatário, no dia 14/07/2016, às 15h, foi
lida sentença, em processo sumário, no âmbito do processo n.º 420/16.6PFALM, da Instância Local
de Almada, que condenou o arguido pela prática, na forma consumada e como autor material, de
um crime de condução de veículo em estado de embriaguez, p. e p. no art. 292º, n.º 1, do CP, na
pena de 65 dias de multa à taxa diária de € 5,50, perfazendo o montante de € 357,50 e na sanção
acessória de proibição de condução de veículos motorizados de qualquer categoria pelo período de
5 meses e 15 dias, nos termos do art. 69º, n.º 1, alínea a), do CP.
A sentença, elaborada ao abrigo do disposto no n.º 5 do art.º 389.º - A CPP, foi nessa mesma data
depositada na secretaria.
Por não se conformar o arguido com a sentença, foi apresentado recurso no dia 30/09/2016,
primeiro dia para além do prazo, tendo sido junto comprovativo do pagamento da respetiva multa.
Em 13/10/2016, o Mmº juiz proferiu despacho não admitindo o recurso por o considerar
extemporâneo, o qual foi notificado ao mandatário do arguido através de carta registada expedida
em 14/10/2016.
Questão: Poderia reagir a este despacho e, caso responda afirmativamente, com que fundamentos?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 33
António, ofendido melhor identificado nos Autos do Processo n.º 112/16.9T8VNG, a correr termos no
Juízo Local Criminal de Vila Nova de Gaia, Juiz 1, cujo crime imputado ao arguido Bernardo era de
ofensas à integridade física simples, p. e p. pelo art.º 143.º n.º 1 do CP, notificado para a audiência
de discussão e julgamento para o dia 22 de junho de 2017, vem requerer, no dia 19 de junho de
2017 a sua constituição como assistente.
No dia 30 de março de 2017, António vê a sua mulher que muito ama aos beijos e abraços com um
antigo namorado e, por motivos de ciúmes e num impulso de momento, mata-o. Bernardo, agente
da PSP que passava no local, assistiu a tudo e procedeu à imediata detenção de António, constituiu-
o como arguido e apresentou-o de seguida ao MP. Este Magistrado validou a constituição de António
como Arguido e, após sumária inquirição onde esteve também presente o defensor, ordenou a sua
imediata condução ao TIC para 1º interrogatório judicial e aplicação de medida de coação,
promovendo desde logo a aplicação da prisão preventiva por entender que existia, no caso, perigo
de fuga. O Juiz, em 1º interrogatório judicial, durante o qual foram devidamente observadas todas
as normas processuais, considerou estar-se em face de um crime de homicídio privilegiado (art.º
133º do CP), entendendo igualmente existir perigo de fuga, pelo que, cumprindo todas as regras
constantes do artº 194º do CPP, aplicou a António a medida de coação de prisão preventiva.
Questão 1:
A detenção foi legal pois há flagrante delito, o crime é público e punível com pena de prisão e a
detenção foi efetuada por uma entidade policial – arts. 256º; 255º n.º 1 al. a) CPP e 133 CP;
Questão 2:
O crime integra-se no conceito “criminalidade violenta”, pelo que pode o António sujeito à medida
de coação de prisão preventiva: arts. 1º, al. j); 202º, nº1, al. b) e 204º, al. a) CPP;
Questão 3:
Nota: não se trata da nulidade insanável prevista na al. f) do art.º 119.º do CPP porquanto esta refere-se,
atenta a forma de processo em análise, exclusivamente, à dedução de acusação em processo abreviado
quando não se encontrem preenchidos os requisitos previstos no art. 391.º-A do CPP.
CASO PRÁTICO 36
1. Bernardo foi detido em flagrante delito por uma entidade policial e por crime punível com pena
de prisão cujo limite máximo é de três anos;
2. A detenção em flagrante delito é válida já que, tratando-se de um crime semipúblico, o titular
do direito de queixa exerceu aquele direito em ato seguido à detenção;
3. Bernardo foi presente ao MP e validamente constituído como Arguido;
4. A audiência teve lugar antes de esgotado o prazo de 48 horas após a detenção;
5. A sujeição de Bernardo a julgamento em processo sumário é legal;
6. Art.º 203 n.º 1 e n.º 3 CP;
7. Artigos 254.º n.º 1, al. a); 255.º n.º 1 al. a) e n.º 3; 256.º n.º 2; 381.º n.º 1, al. a); 382.º; 387.º
CPP;
8. Acórdão do TC com Força Obrigatória Geral n.º 174/2014.
CASO PRÁTICO 37
António recebe um postal da PSP de Vila Nova de Gaia a notifica-lo para comparecer na Esquadra de
Oliveira do Douro, no Núcleo de Investigação Criminal, no dia 30/06/2017, pelas 09:30, a fim de
“tratar de assunto do seu interesse”, pelo que o mesmo contactou com o seu advogado para que o
acompanhasse no referido dia e hora.
No indicado dia e hora, António e o seu advogado deslocaram-se à referida esquadra e no decurso
da sua inquirição, o investigador informa o António de que o mesmo foi indicado como suspeito na
prática de um crime de furto qualificado ocorrido na habitação de Floribela.
Questão: Atento o enunciado, como defensor, o que aconselharia, naquele momento, ao seu
constituinte?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 37
Uma vez que recai a suspeita de o António ter praticado os factos em investigação, o conselho seria
o de pedir imediatamente a sua constituição como arguido e, consequentemente, recusar-se a
prestar quaisquer declarações, porquanto passaria a beneficiar, neste caso, do direito do silêncio:
art.º 59.º n.º 2 e n.º 3, art.º 58.º n.º 4 e art.º 61.º n.º 1 al. d) CPP.
CASO PRÁTICO 38
Questão: Era possível valorar como prova a leitura das declarações de Bernardo em audiência de
julgamento?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 38
1. Dado que a situação descrita se não enquadra em nenhuma das alíneas do nº 1 do art.º 357.º n.º
1 do CPP, a leitura de declarações anteriormente prestadas pelo arguido não é permitida pelo
que a realização de tal leitura constitui prova proibida e, como tal, não pode ser valorada;
2. Artigos 125.º, 355.º n.º 1 e n.º 2 “a contrario”, 356.º n.º 4 “a contrario”, n.º 7 a 9, 357.º CPP.
CASO PRÁTICO 39
Questão: Na posição de defensor do arguido, tendo em conta a posição manifestada pelo arguido,
deveria reagir e, na hipótese positiva, como o deveria fazer?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 39
Com referência às disposições legais diretamente aplicáveis, digam a quem dirige as seguintes
peças processuais:
Um processo crime contém peças cuja cronologia obedece a uma ordem temporal, sendo que o
“principio da preclusão” obriga à existência dessa ordem. Tendo isto em consideração e admitindo
que todos os actos foram praticados no tempo devido, ordene pela respetiva sequência, mediante
simples enumeração, os que aqui são indicados:
A - Acusação pelo MP;
B – Apresentação das Motivações de Recurso;
C - Requerimento, por declaração para a ata, de interposição de recurso da decisão final;
D - Intervenção Hierárquica provocada dirigida ao Superior Hierárquico;
E - Exposições introdutórias em audiência de julgamento;
F - Sentença final de 1ª Instancia;
G - Apresentação da Contestação;
H - Despacho de Arquivamento do Inquérito após a inquirição de varias testemunhas, do Arguido e
do Ofendido;
I - Acusação pelo Assistente e dedução de Pedido de Indemnização Civil;
J – Notificação de despacho que designou data para julgamento;
K - Despacho de admissão do Recurso da decisão que colocou termo à causa, fixou do seu efeito e
regime de subida;
L - Queixa por crime de natureza semipública e requerimento para a constituição como Assistente.
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 41
1. L;
2. H;
3. D;
4. A;
5. I;
6. J;
7. G;
8. E;
9. F;
10. C;
11. B;
12. K.
CASO PRÁTICO 42
No dia 20/02/2017 António foi surpreendido na sua caixa do correio com uma notificação do
Tribunal ali depositada nesse dia que, recebendo a acusação que contra si era deduzida pelo MP,
imputava-lhe a prática de um crime de furto simples p e p. pelo art.º 203º n.º 1 do CP, designava
para julgamento o dia 19/04/2017. Dado que nenhum ilícito havia praticado e nunca tendo sido
notificado ou sequer ouvido no processo, António entendeu a notificação como um lapso que a
“divina providência” se encarregaria de resolver e, no dia e hora designados, não compareceu em
tribunal. Também nunca contactou ou foi contactado pelo defensor que lhe foi nomeado o qual foi
notificado do mesmo despacho que designou dia para julgamento por carta enviada em 21/02/2017.
No dia designado e porque o Tribunal não considerou absolutamente indispensável a presença de
António, o julgamento realizou-se e, a final, o Tribunal deu como provada toda a matéria constante
da acusação e condenou António a uma pena de dois anos e três meses de prisão, sentença esta que
foi logo ditada para a ata.
No dia seguinte António foi detido, notificado da sentença e, mais tarde, conduzido ao
estabelecimento prisional para cumprimento da pena em que foi condenado.
Questão 1:
a) Era obrigatório o interrogatório do António como arguido - art.º 272º nº 1 CPP;
b) A omissão desta diligência dará origem à insuficiência do inquérito o que configura nulidade dependente
de arguição – artº 120º, nº 2, al. d) CPP;
c) A nulidade deveria ser arguida até ao encerramento do debate instrutório ou, não havendo lugar a
instrução, até cinco dias após a notificação do despacho que tiver encerrado o inquérito (art.120º, nº3, al.
c) CPP). Porém, considerando que o António nunca foi notificado do encerramento do inquérito, mas da
data da audiência de julgamento, entendo que deverá ser interpretado extensivamente a al. c) do n.º 3 do
art.º 120º CPP também a esta situação;
Questão 2:
a) O julgamento não poderia ter sido realizado por ser obrigatória a presença do arguido, só podendo ser
efetuada na sua ausência nos casos definidos na lei e desde que tenha prestado termo de identidade e
residência: art.º 32º, nº 6 da CRP; 196.º n.º 3 al. d), 332.º n.º 1, 333.º e 334.º CPP;
b) Não se verifica qualquer uma das situações a que aludem os nºs 1 e 2 do art.º 334º CPP;
c) Não verifica a situação do art.º 333º CPP pois o arguido não está regularmente notificado para a audiência
pois foi notificado por via postal simples o que só seria admitido caso tivesse indicado a sua residência (ou
domicilio profissional) à autoridade policial ou judiciária que tivesse elaborado o auto de notícia ou o
tivesse ouvido em inquérito ou instrução – arts. 113, nº 1 al. c), 283º, nº6 e 196º, nº 3. al. c) CPP;
d) A realização do julgamento configura a nulidade insanável: art.º 119º, al. c) CPP;
Questão 3:
a) Meio adequado para reagir à decisão seria o recurso, a interpor no prazo de 30 dias para o Tribunal da
Relação: art.º 411.º n.º 1, 432.º “à contrário” e 427.º CPP - em que a alegação - nulidade insanável pela
realização do julgamento na ausência do Arguido –art. 119.º al. c) CPP;
b) Habeas corpus: art.º 222.º n.º 1, n.º 2 al. b); art.º 223.º e art.º 467.º CPP.
CASO PRÁTICO 43
Imaginem que receberam um telefonema de António, vosso cliente, que o questiona e pede
esclarecimentos sobre como “está o processo” e o porquê da “demora no seu andamento”, pedindo-
lhe que faça alguma coisa no sentido de o processo andar mais rápido e o arguido vir a ser acusado
o mais depressa possível.
Ao consultarem o processo, na data de hoje, aperceberam-se que a queixa, pela prática de um
crime de ofensas à integridade física simples, p. e p. pelo artigo 143.º n.º 1 do CP, foi apresentada
em 08 de Agosto de 2016 e que até este momento ainda não foi proferida acusação ou despacho de
arquivamento.
Questão: Atento o enunciado, haveria alguma coisa que poderia ser feita no sentido de satisfazer a
pretensão do cliente? Em caso positivo, diga o que poderia ser feito.
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 43
1. O prazo máximo de inquérito já se mostrava ultrapassado (8 meses): art.º 276.º n.º 1 CPP;
2. O prazo terminava em 10 de Abril 2017;
3. Sim, requerimento de aceleração processual, dirigido ao Procurador Geral da República e
entregue nos serviços do DIAP onde o processo se encontre: art.º 108.º e 109.º CPP.
CASO PRÁTICO 44
Qual o tribunal competente para o julgamento de um processo pela prática de um crime de furto
qualificado, p. e p. pelo artigo 204.º n.º 2 al. e) do CP?
SUGESTÃO DE RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 44
A competência é do Tribunal Coletivo: art.º 204.º n.º 2 al. e) do CP e art.º 14.º n.º 2 al. b) CPP.
Porém, caso o M.º P.º entenda, na acusação ou em requerimento, que não deva ser aplicada pena
de prisão superior a 5 anos, a competência cabe ao Tribunal Singular: art.º 16.º n.º 3 CPP.
CASO PRÁTICO 45
Questão: Considerando que o António nunca foi confrontado na fase de instrução com a
possibilidade de a sua conduta ter lesado a Camara Municipal de D nem de ter atuado em coautoria
com o Bernardo, diga, fundadamente, enquanto Defensor do António, se e de que modo poderia
reagir contra o despacho de pronúncia proferido.
RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 46
1. Tribunal Central de Instrução Criminal: art.º 116º, 120º nº 1 da LOTJ (Lei 62/2013 de 06/08);
2. Sim, poderia reagir;
3. Alteração substancial dos factos descritos na acusação (art.º 1, al. f) CPP);
4. Nulidade da decisão instrutória: art.º 309.º n.º 1 CPP – prazo de arguição de 8 dias: art.º 309.º
n.º 2 CPP;
5. Recurso do despacho que indeferir a arguição de nulidade: art.º 310.º n.º 3 CPP;
6. Alteração da qualificação jurídica dos factos descritos na acusação: art.º 303.º n.º 5 CPP;
7. Irregularidade: art.º 118.º n.º 1 e n.º 2 e art.º 123.º CPP – prazo de arguição no próprio ato
ou nos 3 dias seguintes: art.º 123.º n.º 1 CPP;
8. Arguição cumulativa dos vícios apontados.
CASO PRÁTICO 47
António Malvisto, de quem é Defensor Oficioso, é coarguido num processo de furto qualificado em
que se encontra preso preventivamente Celestino, coarguido no mesmo processo.
António Malvisto foi notificado do despacho que designa data para a realização da audiência de
discussão e julgamento para o dia 04 de setembro de 2017, por carta depositada no dia 31 de março
de 2017, conforme declaração do distribuidor postal.
O Defensor, por sua vez, foi notificado do aludido despacho por carta expedida pelo tribunal em 30
de março de 2017.
Questão 1:
Contestação e Rol de Testemunhas: art.º 315.º CPP;
Questão 2:
20 dias: art.º 315.º CPP;
Questão 3:
1. Notificação do Arguido: 05/04/2017 (31/03/2017 + 5 dias): art.º 113.º n.º 1 al. c) e n.º 3 e
art.º 196.º n.º 2 CPP;
2. Notificação do Defensor: 03/04/2017 (30/03/2017 + 3.º dia útil posterior): art.º 113.º n.º 1 al.
b) e n.º 2 CPP;
3. Notificação para a audiência de julgamento, o arguido e o defensor têm de ser notificados, pelo
que o prazo para a prática de ato processual subsequente conta-se a partir da data da
notificação efetuada em último lugar: art.º 113.º n.º 10 CPP;
4. Último dia do prazo normal: 26/04/2017 (prazo urgente em virtude de arguidos preventivos):
art.º 103 n.º 2 al. a) e 104.º n.º 1 e n.º 2 CPP; art.º 138.º CPC;
5. Último dia prazo com multa: 02/05/2017 (01 de Maio, feriado): art.º 104.º e 107.º - A do
CPP; art.º 138.º e 139.º CPC;
RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 48
Em 15 de maio de 2017, no Judicial Local Criminal de Vila Nova de Gaia, Juiz 1, António foi
absolvido pelo crime de ofensas a integridade física simples na pessoa de Carlos, ofendido melhor
identificado nos autos, por em audiência de julgamento se ter feito prova de que a queixa não tinha
sido apresentada em tempo. O processo fora iniciado em 23 de Novembro de 2016 e a acusação
notificada pessoalmente a todos os interessados (arguido, ofendido e lesados) a 09 de fevereiro de
2017, sendo certo que os factos ocorreram em 12 de Fevereiro de 2016.
António, à data do julgamento, estava sujeito às medidas de coação de TIR e de prestação de
caução no montante de 1000 €, que tinha prestado durante o inquérito mediante depósito em
numerário, à ordem do processo.
Questão 1:
1. Carlos poderia recorrer;
2. Para tanto teria de estar constituído assistente: artº 401.º n.º 1 al. b) CPP;
3. A constituição como assistente deveria ser requerida no prazo do recurso: artº 68º, 3 al. c)
CPP.
Questão 2:
As medidas de coação extinguem-se com a sentença absolutória, mesmo que dela se tenha
interposto recurso: art.º 214.º, 1 d) CPP – pelo que, além da imediata extinção do TIR, o montante
da caução seria imediatamente devolvido a António.
CASO PRÁTICO 49
1. Constituição como Assistente: art.º 256.º CP; art.º 68º, nº 1, al. a) e n.º 3 al. b) CPP;
2. Representação judiciária dos assistentes (advogado): art.º 70º CPP;
3. Pagamento da taxa devida pela constituição de assistente (1UC): art.º 8.º n.º 1 do RCP e art.º
519.º n.º 1 CPP;
4. Requerimento de Abertura de Instrução: art.º 69º, nº 1 e nº 2, al. a); art.º 277º, nº 3 CPP;
artº 286º n.º 1 CPP; art.º 287º, nº 1, al. b) e nº 2 CPP (+ 283º, nº 3, als. b) e c) CPP);
5. Pagamento da taxa devida pela abertura de instrução (1UC): art.º 8.º n. 2 do RCP;
6. Intervenção no debate instrutório: art.º 302º CPP;
7. Arguição de nulidade do despacho de pronúncia: art.º 308º CPP e art.º 309º CPP;
8. Recurso do despacho que indeferir a nulidade da decisão instrutória: art.º 310.º n.º 3 CPP;
CASO PRÁTICO 50
António agrediu Bernardo, com murros e pontapés, na cidade de Paços de Ferreira, no passado dia
01 de junho de 2017, cerca das 19:30. Bernardo, passados uns dias e recuperado parcialmente das
lesões sofridas, contactou-o no seu escritório a fim de o aconselhar e quais as formalidades que
devia tomar para apresentar queixa criminal contra António.
Considerando o enunciado e, além do CPP, a Lei de Organização do Sistema Judiciário e respetivo
Regulamento, nas mais recentes alterações, responda ao seguinte:
Questão 1: Qual o Departamento de Investigação e Ação Penal competente para receber a queixa,
determinar a abertura de inquérito e a sua investigação?
Questão 2: Na hipótese de Bernardo pretender a sua constituição como assistente, qual o Tribunal,
na fase de inquérito, ao qual deverá ser dirigido o requerimento e competente para a sua decisão?
Questão 3: Na hipótese de acusação e remessa dos autos para o julgamento, qual o Tribunal
competente para o seu julgamento?
Questão 4: Na hipótese de recurso da decisão final, qual o Tribunal competente para a sua
apreciação?
RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 50
Questão 1:
Resposta: DIAP de Paços de Ferreira (Comarca de Porto Este): art.º 262.º, 263.º e 264.º CPP; art.º
33.º n.º 2 (Anexo II) e 152.º Lei 40-A/2016, 22/12; art.º 14.º (Anexo II) Dl 86/2016, 27/12;
Questão 2:
Resposta: Juízo de Instrução Criminal de Penafiel (Comarca de Porto Este): art.º 17.º, 68.º n.º 3
(corpo), 269.º n.º 1 al. f) CPP; art.º 33.º n.º 2 (Anexo II), 81.º n.º 1, n.º 3 al. f), 119.º Lei 40 –
A/2016, 22/12; art.º 6.º, 14.º (Anexo I) DL 86/2016, 27/12;
Questão 3:
Resposta: Juízo Local Criminal de Paços de Ferreira (Comarca de Porto Este): art.º 16.º n.º 2 al. b),
19.º n.º 1 CPP; art.º 33.º n.º 1 e n.º 2 (Anexo II), 81.º n.º 1, n.º 3 al. d), 130.º (atenção ao n.º 2
al. a)), 132.º Lei 40 – A/2016, 22/12; art.º 14.º (Anexo I) DL 86/2016, 27/12;
Questão 2:
Resposta: Tribunal da Relação do Porto: art.º 12.º n.º 1 e n.º 3, al. b), 432.º “a contrario”, 427.º
CPP; art.º 32.º (Anexo I), 67.º Lei 40 – A/2016, 22/12;
E nunca se esqueçam: