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JURIDISDIÇÃO PENAL

TRAMITAÇÃODO PROCESSO COMUM EM


PRIMEIRA INSTÂNCIA.
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

SílviaComissário
A LUZ DO CÓDIGO DO PROCESSO
PENAL DE 2019, APROVADO PELA LEI
N.º 25/2019, DE 26 DE DEZEMBRO

SílviaComissário
FORMAS DO PROCESSO
NO CÓDIGO DE 1929

O Código de 1929 e atento ao Decreto 19 271, de 24 de Janeiro de


1931, distinguia duas formas de processo, a forma comum e a
forma de processo especial.

Distinguia na forma de processo, comum os diferentes ritos e/ou


tramitação no que concerne a acusação, defesa e julgamento.

SílviaComissário
CÓDIGO DO PROCESSO PENAL
DE 1929

SílviaComissário
PROCESSOS ESPECIAIS
CPP/1929
I. Processos de ausentes.Art.º 562.º e ss
II. Processo por difamação, calúnia e injúria. Art.º 587.º e ss
III. Processo por infracções cometidas pelos juízes de direito de 1.ª instância e
pelos magistrados do Ministério Público junto deles, no exercício das suas
funções ou por causa delas. Art.º 595.º e ss
IV. Processo por infracções cometidas pelos juízes de direito de 1.ª instância e
pelos magistrados do Ministério Público junto deles, estranhas ao exercício
das suas funções. Art.º 609.º e ss
V. Processo por infracções cometidos pelos juízes das Relações ou do
Tribunal Supremo, pelos magistrados do Ministerio Público junto deles, ou
outros de igual categoria. Art.º 613.º e ss
VI. Processo de reforma de autos, perdidos, extraviados ou destruídos. Art.º
617.º e ss

SílviaComissário
CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL DE 2019
Mantém a distinção em duas formas do processo penal:

A forma de processo comum- aplicável a todos os casos que não


correspondam a forma do processo especial e

A forma de processo especial, que aplica-se aos casos expressamente


consignados na lei.

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Formas de Processo Especial

SílviaComissário
Quanto as formas de processo:
Embora continuamos a dispor de duas formas de
processo, denotamos no Código de 2019
Quanto ao Processo Comum uma simplificação
relativamente ao Código de 1929, que descrevia para
cada tipo de processo, uma tramitação/ritual diferente,
para a acusação, defesa e julgamento.

No Processo Especial, vislumbra-se a diminuição de


tipos de processo especial, de (6) seis tipos de processo
especial no Código de 1929, para (4) quatro tipos de
processo especial no Código de 1929.
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Tramitação do processo comum em primeira
instância
Da audiência preliminar (mudança de terminologia)
Finda a INSTRUÇÃO, (antes denominada de instrução preparatória por
contraposição com a instrução contraditória).

Tendo sido recolhidos indícios suficientes da existência de um crime e de quem


foi o seu agente o MINISTÉRIO PÚBLICO (MP), deduzirá a acusação, atento
aos pressupostos do art.º 330 e 331.

A acusação será dirigida ao Presidente do Tribunal competente para o


julgamento, atento as regras de competência estatuído pelo artigo 18 e ss e
das disposições relativas a competência da LOJ.
A acusação será depositada junto ao JUIZ DE INSTRUÇÃO, (JIC), caso tenha
sido requerido a abertura da audiência preliminar.
(art.º 331.º n.º 5 e 333 n.º 1, 322 n.º 4)
SílviaComissário
Audiência Preliminar
competências do Juiz de instrução
Esta fase é presidida pelo JIC, cujas competências foram
alargadas no âmbito do Código de 2019, conforme se pode
depreender do artigo 19.
O JIC passa, não só a exercer as competências jurisdicionais que
o assistem no âmbito da INSTRUÇÃO ( art.º 313 e 314), como
também passa a dirigir a audiência preliminar (art.º 334 e 336) e
a decidir em consequência disso quanto a pronúncia ou não
pronúncia (art.º 354).
A separação da entidade que reforça o objecto do processo, com
a decisão da submissão do arguido ao julgamento (JIC), por
considerar existir indícios suficientes para que ao arguido seja
aplicada uma pena ou medida de segurança e da entidade que
procede o julgamento (juiz da causa), é um acentuar da estrutura
acusatória que corresponde ao nosso processo penal.
SílviaComissário
Da audiência preliminar
Finalidade da audiência preliminar

Deduzida a acusação, pelo MP, este manda notificar ao


ARGUIDO e ao ASSISTENTE (se for o caso), para que no prazo
de 8 dias contados da notificação da acusação ou do
arquivamento, requeiram a abertura da audiência preliminar
(324 n.º 3, 331 n.º 6 e 333.º n.º 1)
 A audiência preliminar é uma fase facultativa (332 n.º 2)

Visa obter decisão de submissão da causa ao julgamento,


através da comprovação de deduzir a acusação ou de arquivar
os autos de instrução.
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Audiência preliminar
legitimidade
QUEM NÃO TEM LEGITIMIDADE:

1.MINISTÉRIO PÚBLICO – Decorrente do facto de ter sido retirado a


possibilidade de dedução da acusação provisória, (341 e 342 CPP/1929), que
permitia ao MP requerer a abertura da então instrução contraditória, para o
propósito de esclarecer e completar a prova indiciária da acusação (art.º 327
do CPP/1929, art.º 26 do Decreto 35007 e art.º 1 n.º 2 da Lei n.º 9/92, de 6
de Maio).
2.O JUIZ- que à luz do Código de 1929 poderia de forma oficiosa determinar a
abertura da instrução contraditória, sempre que julgue necessário para realizar
diligências complementares de prova, antes de receber ou rejeitar a acusação.
Ora, não permite o Código de 2019 a rejeição da acusação do MP, fundado no
entendimento do Juiz, no mérito ou demérito da instrução ou seja, na eventual
falta de diligências no âmbito da instrução.

SílviaComissário
Audiência preliminar
Legitimidade (cont.)
O Juiz deve rejeitar a acusação se manifestamente
infundada, considerando a lei que assim é, faltando:

 A identificação do arguido;
A narração dos factos;

A indicação das disposições legais aplicáveis e as provas

que as fundamentam e
Se os factos não constituírem crime.

(Art.º 357 n.º 2 e 3 )

SílviaComissário
Audiência preliminar
Legitimidade (cont.)
A LEGITIMIDADE PARA REQUERER A ABERTURA DA
AUDIÊNCIA PRELIMINAR É:

1.DO ARGUIDO- quanto aos factos deduzidos na


acusação do Ministério Público (art.º 333, n.º 1 alínea a);
2.DO ASSISTENTE- Relativamente aos factos que o
Ministério Público não tenha deduzido na acusação (art.º
333 n.º 1 alínea b) e também aquando do arquivamento
da instrução.

SílviaComissário
Da admissão da audiência
preliminar
A audiência preliminar é sempre admissível, a não
ser que:
I.Seja extemporâneo, isto é, tenha sido requerido passados os 8 dias
após a notificação da acusação ou do arquivamento (art.º 333 n.º 1);
II.Por incompetência do Juiz de instrução, pois ter-se-á em conta as
regras da competência do tribunal (art.º 19 e 23 e as disposições da
LOJ por exemplo art.º 84 n.º 2 alínea b)- crime superior a 12 anos);
III.Por inadmissibilidade legal da audiência preliminar, nos casos em que
a forma de processo é o processo especial, caso seja admitido a
audiência preliminar, estaremos perante a nulidade insuprível, de
conhecimento oficioso, a todo o tempo (art.º 332 n.º 2 in fine
conjugado com o art.º 135 corpo alínea e).

SílviaComissário
Prazos da audiência
preliminar
O prazo conta-se à partir do recebimento do requerimento
para a abertura da audiência preliminar (art.º 352 n.º 3).
 Prazo de 2 meses – Nos processos com arguido preso ou

sob obrigação de permanência na habitação.


 Prazo de 3 meses- Nos processos com arguido preso ou

sob obrigação de permanência na habitação, quando, está


em causa crime de terrorismo, criminalidade violenta ou
altamente organizada, bem como quando se trata de crimes
cuja moldura penal abstractamente aplicável seja superior a
8 anos de prisão (art.º 352 n.º 1 e 256 n.º 2).
 Prazo de 4 meses- Não havendo arguido preso ou sob

obrigação de permanência na habitação (art.º 352 n.º 1 in


fine)
SílviaComissário
Da alteração substancial e não substancial da acusação ou
do requerimento para a abertura da audiência preliminar
Existindo alteração não substancial dos factos descritos na
acusação ou no requerimento para a abertura da audiência preliminar
(art.º 349), o JIC oficiosamente ou a requerimento comunica ao
defensor e interroga ao arguido se possível sobre os factos, concedendo
para o efeito prazo não superior a 8 dias, para preparar a sua defesa,
podendo adiar o debate preliminar se necessário. (art.º 346).

A alteração substancial consiste:


a)Na imputação de crime diverso ou

b)Na agravação dos limites máximos da sanção aplicável.


 Existindo alteração substancial dos factos, abre o Ministério

Público obrigatoriamente a instrução quanto a eles. (art.º 284)

SílviaComissário
Tramitação do debate
preliminar
 O debate preliminar é sempre obrigatório, sempre que se
requeira a abertura da audiência preliminar.
 Pode ser requerido a abertura de audiência preliminar apenas
visando o debate preliminar (art.º 343)
 Só podem intervir no debate preliminar os sujeitos processuais
(Tribunal, Ministério Público, arguido e assistente. (art.º 335
n.º 1);
 Obedece o debate preliminar ao princípio do contraditório
implicando um debate oral (art.º 344)
 O juiz a finale, começa por sanear os autos (354 n.º 3),
decidindo sobre nulidades (art.º 132 a 238), excepções (art.º
140 a 154), outras questões prévias ou incidentais que possa
conhecer.

SílviaComissário
Tramitação do debate
preliminar (cont.)
 Finda a audiência o juiz profere o despacho de pronúncia,
havendo indícios suficientes de verificação de eventual
aplicação ao arguido de uma pena ou medida de segurança e
no caso contrário profere o despacho de não pronúncia;

 Dita o Juiz despacho imediatamente para a acta ou procede a


leitura no prazo de 10 dias após o debate preliminar, tratando-
se de processo com alguma complexidade. Ditando para acta
poderá fundamentar as razões de facto e de direito por
remissão ao despacho de acusação ou do requerimento da
abertura da audiência preliminar (art.º 353 n.º 1 e 2)

SilviaComissário
(Ir)recorribilidade do despacho de
pronúncia
Ao contrário do que sucedia no Código de 1929, é irrecorrível o
despacho que tiver pronunciado o arguido pelos factos
constantes da acusação do Ministério Público, art.º 356 n.º 1 e
452 n.º 1 alínea f).

Caso o despacho de pronúncia contenha factos diversos da


acusação ou do requerimento para a abertura da audiência
preliminar, o mesmo é NULO.

A nulidade é porém sanável, se não for arguida em 8 dias a


contar da notificação do despacho de pronúncia (art.º 355)
SílviaComissário
(Ir)recorribilidade do despacho de
pronúncia (cont.)

Havendo nulidade, o despacho de pronúncia é sujeito a


reclamação que é dirigida para o juiz de instrução que
decidiu da pronúncia (art.º 355 n.º 2 ao contrario sensu).
Caso o JIC indefira a reclamação relativa a nulidade do

despacho de pronúncia, esta reclamação é recorrível nos


termos do art.º 356 n.º 2 e 451 (princípio geral relativo
aos recursos e 452 n.º 1 alínea f).

SilviaComissário
Do julgamento em processo comum
SANEAMENTO
Após o recebimento dos autos no Tribunal competente para o
julgamento da causa, não obstante ter sido o processo
submetido a audiência preliminar, procede o juiz da causa o
saneamento dos autos verificando quanto as nulidades e
outras questões prévias ou incidentais.
Recebe o juiz a acusação, quando não tenha passado o
processo pela audiência preliminar e deve o juiz rejeitar a
acusação, se considerar manifestamente infundada (art.º
357 n.º 2 e 3 alíneas a) a d).
O despacho que rejeita a acusação é recorrível nos termos
gerais do art.º 451.

SílviaComissário
Do julgamento em processo comum
DESPACHO QUE DESIGNA DATA DE JULGAMENTO

A designação da data do julgamento, não excederá os 45 dias após a


recepção dos autos no tribunal e este despacho é irrecorrível (art.º 358 n.º 6),
sendo que as partes são notificadas pelo menos 15 dias antes da data fixada
para a audiência (art.º 359)
Deverá conter sob pena de nulidade:
a)A indicação dos factos e disposições legais aplicáveis (que poderá ser feito
por remissão ao despacho de pronúncia, havendo audiência preliminar ou por
remissão ao despacho de acusação, não havendo audiência preliminar).
b)A hora, data e local da audiência;

c)Nomeação do defensor, não existindo defensor constituído, (havendo


defensor constituído o tribunal concertará a data, a semelhança do que sucede
na tramitação cível, constante no art.º 156/A do CPC).
d)Data e assinatura.

SílviaComissário
Da intervenção e competência do
tribunal
 Intervenção do julgamento é feito por um juiz singular, (Juiz de Direito),
nos termos do disposto no art.º 366 conjugado com o art.º 20.
 Desde que não estejamos perante um crime cuja obrigatoriedade de
intervenção do tribunal colegial se impõe, como é o caso de crimes de
homicídio e violação de menores.
 Nos demais TLC é facultativa a sua intervenção que apenas ocorre por
determinação do juiz, promoção do MP ou a requerimento do arguido e do
assistente, nestes casos a falta dos juízes eleitos comina com a nulidade
insanável nos termos do art.º 135, corpo, alínea a).
 Constitui tribunal colegial, nos termos do art.º 21, 366 n.º 2 ambos do CPP
e 17 n.º 3 parte final da LOJ, um juiz profissional e dois juízes eleitos, sendo
a participação dos juízes eleitos restrita a discussão da matéria de facto
(art.º 17 n.º 4 e 366 n.º 3)

SílviaComissário
Do julgamento em processo comum
Direitos do arguido expressamente
consignados
É notório no âmbito do Código de 2019, o tratamento do arguido enquanto
verdadeiro sujeito processual com direitos e deveres inerentes a essa
qualidade.

Desde logo o leque de deveres e direitos processuais aquando da constituição


em arguido (art.º 66 n.º 2 e 3 e art.º 69;
Realçamos o direito que o arguido tem desde o início do processo em n ão

responder as perguntas, feitas por qualquer entidade, quanto aos factos a si


imputados; (art.º 69 n.º1 alínea c), não podendo o silêncio desfavorecê-lo art.º
388;
Direito do arguido declarar sentado no decurso do interrogatório judicial

(procederá de pé quanto a declaração sobre a sua identidade, nome,


naturalidade e residência, sendo que o restante interrogatório quanto aos
factos responderá sentado). (art.º 174 n.º 2).
SílviaComissário
Do julgamento em processo comum
Direitos do arguido expressamente consignados
Não ser obrigado a responder quanto aos seus antecedentes
criminais. (Art.º 387 em consonância com com princípio Nemo tenetur se
ipsum accusare), enuncia o artigo na fase do julgamento a obrigatoriedade do
arguido responder quanto a sua identificação, sob cominação legal em caso da
sua falta (ref. Ac. TC 695/95 de 5 de Dezembro)

Não consideramos suficientes apenas a menção em sede de


julgamento.
Porquanto obriga ainda ao arguido na resposta quanto aos antecedentes, no
primeiro interrogatório judicial do arguido detido (art.º 175 n.º 3) e no primeiro
interrogatório não judicial (art.º 177 n.º 2), bem como no âmbito de outros
interrogatórios, que seguem o mesmo regime do primeiro interrogatório judicial
do arguido detido (art.º 178)
Junção da certidão do registo criminal na fase da instrução (321) e na
audiência preliminar (341).

SílviaComissário
No âmbito da prova
Afloram na audiência de julgamento os princípios da publicidade, do
contraditório, da mediação e da concentração.

Refere o art.º 400, sob epígrafe valoração de provas, no seu n.º 1 que ” vale
em julgamento, nomeadamente para o efeito de formação da convicção do
tribunal, quaisquer provas que não tiverem sido produzidas ou examinadas em
audiência.”

Esta redacção representa um retrocesso se compararmos ao disposto no art.º


405, do CPP/1929, sob epígrafe Proibição de referência a documentos não
juntos ao processo e nem guardados no tribunal, que preconiza que “nem
a acusação nem a defesa podem fazer qualquer referência a documentos que se
não encontrem juntos ao processo ou não estejam guardados pelo tribunal (...)”

SílviaComissário
No âmbito da prova (cont.)

A proibição de utilização de prova que não foram reproduzidas


ou examinadas na audiência, para efeitos de convicção do
tribunal é um corolário do princípio do contraditório e da
imediação da prova, albergando ainda o direito a ampla defesa
do arguido constitucionalmente consagrado no art.º 65 n.º 1 da
CRM.

Consideramos por isso que o n.º 1 do art.º 400, esta eivado de


inconstiticionalidade.

SílviaComissário
Do julgamento na ausência
(revelia)

O Código de 1929, previa o julgamento na ausência como um tipo


de processo especial, “dos processos de ausentes (art.º 562 e
ss).”

No Código de 2019, o regime do julgamento na ausência,


mostrasse plasmado enquanto uma circunstância do processo
comum, constante nos artigos 378 e 379.

SílviaComissário
Do julgamento na ausência
(revelia)

O arguido é devida e regularmente notificado do despacho que


designa data do julgamento, mesmo assim não comparece.

Toma o juiz as medidas necessárias e legalmente admissíveis,


para obter a sua comparência e neste caso a audiência é adiada,
pois entenderá o tribunal que a presença do arguido desde o
início é imprescindível para a descoberta da verdade material.
Do julgamento na ausência
(revelia)
Pode o tribunal entender iniciar a audiência sem a presença do arguido, nos
casos em que a ausência é justificada (art.º 133 n.º 2).
Neste caso a audiência não é adiada e serão inquiridas as testemunhas
presentes, sem prejuízo do arguido prestar declarações até ao
encerramento da audiência, permitindo ainda a lei que o defensor possa
requerer que o arguido seja ouvido em outra data designada pelo juiz.

O arguido pode requerer ou consentir que o julgamento ocorra sem a sua


presença (art.º 379 n.º 2), apenas nos casos de impossibilidade prática que
a lei classifica com situações de:
a)Idade avançada do arguido;

b)Doença grave ou

c)Residência no estrangeiro.

SílviaComissário
Do julgamento na ausência
(revelia)
O disposto no art.º 379 n.º 1, faz menção dos casos em que o
tribunal, ouvido o MP, possa determinar que a audiência de
julgamento tenha lugar na ausência do arguido:
a.Quando ao caso couber a forma de processo especial, neste
caso do processo sumarissimo (art.º 434 n.º 1);
b.Não tenha sido possível a notificação do arguido da data que
designa a audiência de julgamento (mas foi aplicada o TIR);
c.O arguido faltar injustificadamente.

Destarte, as circunstâncias, mencionadas, se o tribunal


considerar que a presença do arguido é absolutamente
indispensável, assim ordena, interrompendo ou adiando a
audiência (art.º 379 n.º 3)

SílviaComissário
Regime da Contumácia
Não abrangendo as circunstâncias já descritas para a ausência do
arguido nos termos do art.º 378 e 379, não se fazendo o arguido
presente a audiência e depois de terem sido feitas diligências
necessárias a sua notificação, nos termos do art.º 380 n.º 1
conjugado com os artigos 122, 123, 124 n.º 2 e 5 e mesmo
assim não ser possível notificar o arguido, da data que designa o
dia para a audiência de julgamento e nem executar a detenção
ou prisão preventiva (art.º 132 n.º 1 e 297)
É notificado o arguido por éditos, para se fazer presente em juízo,
sob pena de ser declarado contumaz
A declaração da contumácia abrange a arguidos que n ão tenham prestado
TIR (art.º 237 n.º 3 alínea d) e não foi possivel notificar do despacho que
designa data para a audiência.
SílviaComissário
Regime da contumácia
éditos
A notificação por éditos cumprirá com:
i.Fixação dos editais a porta do tribunal;

ii.última residência conhecida do arguido;

iii.Na sede de administração local.

Sem prejuízo de anúncios em jornal de maior circulação, na


circunscrição da última da residência do arguido ou no jornal de
maior circulação a nível nacional (art.º 380 n.º 2 e 4).
Devem os éditos conter:
i.A identificação do arguido;

ii.O crime que lhe é imputado e as disposições legais que o


punem e;
iii.A indicação do prazo a apresentar-se.
SílviaComissário
Regime da Contumácia
EFEITOS
A competência para exarar o despacho que declara a
contumácia é do juiz que preside a causa.
A declaração da contumácia, importa a suspensão dos
ulteriores termos e deixa de correr o prazo da prescrição do
procedimento criminal. (art.º 155 n.º 9 alínea c) do CP).

Na declaração da contumácia, deve-se especificar os efeitos da


mesma, nomeadamente:
A)A passagem imediata do mandado de detenção;

B)Ou a aplicação da medida de prisão preventiva.

SílviaComissário
Regime da Contumácia
EFEITOS

Tem como outros efeitos civis:

a)A anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza


patrimonial, celebrados após a declaração da contumácia;
b)Proibição de obter determinados documentos, certidões
junto as autoridades públicas;
c)Arresto parcial ou total dos bens do arguido (art.º 382).

SílviComissário
Regime da Contumácia
Ao despacho que declara a contumácia é aplicado o regime dos éditos e
publicação de anúncios atento ao art.º 380 n.º 3 e 4.
Estes éditos e anúncios são feitos, sem prejuízo de notificação do defensor,
parente ou pessoa de confiança do arguido (art.º 382 n.º 1 e 2 ).

A contumácia é aplicado apenas uma vez, atento a sujeição ao TIR, aquando


da apresentação voluntária ou detenção do arguido, dando desta feita a
possibilidade do tribunal julgar a revelia do arguido atento ao dispsoto no
art.º 237 n.º 1 e 3 alínea d) conjugado com o art.º 378.

(O TIR que é susceptível de ser passada por qualquer autoridade judiciária e


órgãos de serviço de investigação criminal é crucial para determinarmos se
procedemos ao julgamento a revelia ou nos sujeitamos ao regime de
contumácia art.º 237 n.º alinea d).

SílviaComissário
Regime de contumácia
CONCLUSÃO

 Esperamos que não vislumbremos um avolumar dos processos


nos tribunais, atento ao efeito de suspensão dos actos, até a
comparência voluntária ou detenção do arguido;
 Estas ilações decorrem da nossa realidade, no sentido da
maioria dos concidadãos em conflito com a lei, sequer
apresentar um documento de identificação, de onde possamos
aferir os seus dados.
 Até que ponto os efeitos de proibição de obter determinados
documentos será eficaz por exemplo em 80% dos casos?

SílviaComissário
Regime de contumácia
CONCLUSÃO

 O cidadão declarado contumaz no tribunal de Nacala


Porto, Província de Nampula, que encontra-se em
Maputo, pretendendo retirar uma certidão na 2.ª
Conservatória da Cidade de Maputo, Distrito Municipal
KaMpfumu, vai ou não lograr seus intentos?

 Esperemos que a aplicação da contumácia seja residual,


atento ao regime julgamento na ausência. Para isso é
preciso, proceder a constituição de arguido e a sujeição
do TIR

SílviaComissário
A SENTENÇA
 É feita publicamente, de imediato ou até
10 dias após o julgamento atenta a
especial complexidade da causa (art.º 412)
 Na leitura o relatório pode ser omitido, o
mesmo não se pode dizer quanto a leitura
da fundamentação, bem como do
dispositivo, sob pena de nulidade (art.º
411 n.º 3)
Dever de fundamentação
art.º 8
 ”Toda a decisão de autoridade judiciária,
seja ela do Juiz ou do Ministério Público,
proferida no âmbito do processo penal,
deve ser fundamentada com precisão e
clareza, tanto no que se refere de facto,
quanto no que diz respeito à
argumentação jurídica”
Dever de fundamentação (cont.)
art.º 413 n.º 2
 Estabelece a lei que na fundamentação
consta a enumeração dos factos provados
e não provados, bem como uma exposição
tanto quanto possível completa, ainda que
concisa, dos motivos de facto e de direito
que fundamentam a decisão, com
indicação e exame crítico das provas que
serviram para formar a convicção do
tribunal
Requisitos da Sentença- 413.º
 Relatório (n.º 1 alíneas a) a d),
indicação do arguido, assistente e das partes civis,
indicação do crime imputado ao arguido, segundo a
acusação ou a pronúncia, indicação sucinta da
contestação, havendo.
 Fundamentação (n.º 2)
• De Facto

• De Direito

 Dispositivo (n.º 3 alíneas a) a e),


disposições legais aplicáveis, decisão condenatória ou
absolutória, destino a dar aos objectos do crime, remessa
ao boletim ao registo criminal, data e assinatura e ainda
a decisão quanto as custas.
Nulidade de sentença
art.º 418
 A falta de menção da fundamentação e do
dispositivo na sentença dá lugar a nulidade, que
é arguida ou conhecida em sede de recurso
(art.º 413 n.º 2 e 3, 418 n.º 1 alínea a) e n.º 2).
 Ao condenar por factos diversos dos descritos da
acusação ou da pronúncia (418 n.º 1 alínea b).
 Quando não se pronuncie sobre questões que
devesse apreciar ou conheça de questões que
não podia tomar conhecimento (art.º 418 n.º 1
alínea c).
Rectificação da sentença
art.º 419
 Nos casos da não observação dos requisitos da
sentença, que não contendam com a nulidade é
susceptível de rectificação da sentença que pode
ser feito oficiosamente pelo tribunal ou a
requerimento.

 É ainda passível de rectificação da sentença


aquando da existência de erro, lapso,
obscuridade ou ambiguidade, cuja eliminação
não importe modificação essencial.
Formas de Processo Especial

SílviaComissário
O PROCESSO SUMÁRIO
Art.º 420 a 430
É aplicável o processo sumário, os autos mediante os
seguintes pressupostos:
Art.º 420
Detenção em flagrante delito, art.º 297 e 298 n.º 1 alínea a) e b);
De crimes cuja pena abstractamente aplicada, não seja superior a 5 anos de
prisão;
Detenção procedida por qualquer autoridade judiciária ou entidade policial;
As infrações de natureza contravencional, quando puníveis com pena de
prisão e quando tenham sido detidos em flagrante delito;
Audiência com início máximo de 2 dias ou até 5 dias após a detenção.

SílviaComissário
O PROCESSO SUMÁRIO

FUNDAMENTO

Subjaz nesta forma do processo, o princípio da


celeridade do julgamento, sendo assim sacrificada a
fase da instrução.

Obedece a ideia de simplicidade e celeridade, que


decorre do facto de tratar-se de uma detenção em
flagrante delito, que pressupõe que as provas
revistam desta simplicidade.
SílviaComissário
Breve Tramitação
 Havendo detenção em flagrante delito, de crimes cuja moldura
penal não ultrapasse os 5 anos de prisão (art.º 298 e 299);
 É obrigatória a constituição do suspeito em arguido (art.º 66 n.º
1, alínea c);
 A autoridade policial ou judiciária, (se não for o MP), faz a
apresentação imediata do arguido ao MP, junto do tribunal
competente para o julgamento (art.º 421 n.º 1 );
 O MP se for caso disso promove ao Juiz de instrução o
arquivamento ou suspensão provisória do processo (art.º 423
conjugado com art.º 327 e 328);
 Ou apresenta o arguido ao tribunal competente para o
julgamento (art.º 421 n.º 2 );

SílviaComissário
Breve Tramitação (cont.)

 A acusação é dispensável, quando tenha sido lavrado auto de


notícia art.º 298 n.º 2 e 428 n.º 3).

 Após a detenção, pode o arguido beneficiar-se de TIR ou ser


apresentado pelo Ministério Público ao JIC, para a aplicação de
medidas de coação ou de garantia patrimonial.

SílviaComissário
Breve Tramitação (cont.)
Se a audiência não se realizar em dois dias após a detenção é
obrigatória a soltura do arguido. (art.º 426 n.º 1 e 421 n.º 4);

Levanta-nos algumas dúvidas, pois havendo circunstâncias de aplicação de


medidas nos termos do disposto no art.º 245 ou se mostrar imprescindível por
exemplo para a protecção da vítima, parece-nos que o legislador não aventou
essas hipóteses, pode o juiz ou o MP, crendo haver um juízo de prognose de
vir a acontecer algo que ponha em crise o processo e atendendo ao princípio
de legalidade de aplicação das medidas (art.º 232), vir a aplicar medidas de
coação que contrariem este comando legal.

Assim sendo o critério do legislador impondo uma obrigação de soltura sem


senão, colocará na prática estas questões de actuação.

SílviaComissário
Breve Tramitação (cont.)

 No início da audiência, não estando presente o Ministerio Público, este é


substituído pelo seu substituto legal, nos termos da lei orgânica do MP. (art.º
428 n.º 1, CPP e art.º 10 n.º 4 e 5 da Lei 4/2017, de 18 de Janeiro);

 A sentença é logo ditada para a acta, a n ão ser em caso de alguma


complexidade, neste caso será lida até 8 dias (art.º 428 n.º 6).

 No processo sumário só são recorríveis a sentença ou o despacho que puser


termo ao processo ( art.º 430).

 Importa salientar quanto ao processo sumário a declaração da


inconstitucionalidade pelo ácordão n.º 4/CC/2020, relativamente ao art.º 428 n.º
4, referente ao pronunciamento dos sujeitos processuais, antes do interrogatório
do arguido, que não prescindem de recurso, culminando com a decisão da
redacção das declarações na acta por extracto ou não.

SílviaComissário
Do adiamento e reenvio do processo
sumário para o processo comum
Preconiza o art.º 420 n.º 1 que a audiência de julgamento é realizada
até 2 dias após a detenção e com o limite máximo de 5 dias.
Porém, mesmo que sobre a égide do princípio da celeridade, não
poderá este princípio sacrificar o direito de ampla defesa do arguido
assim sendo, a audiência pode ser adiada, desde que, não
ultrapasse os 5 dias :

i.A requerimento do arguido para melhor preparar a sua defesa;


ii.Nos casos em que falte uma testemunha que o MP, assistente ou o
arguido dela não prescindam ou
iii.No caso do tribunal oficiosamente ou a requerimento do MP,
entender necessário levar a cabo quaisquer diligências de prova e
essenciais para a descoberta da verdade material, ao abrigo do art.º
425 alíneas a) a c).

SílviaComissário
Do adiamento e reenvio do processo sumário
para o processo comum (cont.)
No que concerne aos casos de reenvio
1.Desde logo é determinado pelo MP, aquando da apresentação
do arguido, quando o leva crer que n ão poderão ser respeitados
os prazos do processo sumário (art.º 421 n.º 3);
2.O reenvio é ainda decidido pelo tribunal a todo o tempo, por
despacho irrecorrível remetendo-se os autos ao Ministério Público,
nos termos do art.º 429 n.º 1, alinea a) a c), sempre que:
a.Ao caso concreto não seja aplicável o processo sumário;

b.Atento a complexidade da causa e da necessidade de diligências


de prova, para a descoberta da verdade material, havendo
possibilidade destas diligências não se realizarem no prazo
máximo de 5 dias após a detenção.

SílviaComissário
Casos de nulidade
Da aplicação do processo especial
 No caso de ter sido remetido para a forma de processo
especial, um auto cuja moldura penal abstractamente aplicável
importe a tramitação em processo comum (art.º 136 n.º 2 alínea
a), comina-se com nulidade, porém sanável, devendo ser
arguida logo no início da audiência, nos termos do art.º 136 n.º
3 alínea d);

 Diferente é a aplicação do processo especial em casos não


previstos por lei, esta situação é cominada com nulidade
insanável, nos termos do disposto no art.º 135 corpo, alínea e)

SílviaComissário
Processo Sumaríssimo
art.º 431 a 435
São tramitados na forma de processo sumaríssimo:
1)Os crimes puníveis até 1 ano, ainda que com multa;

2)Crimes puníveis com penas só de multa.

É feito o requerimento para esta forma de tramitação pelo


Ministério Público.
Sendo o requerimento deduzido a escrito, constando a
identificação do arguido e a descrição sumária dos factos
imputados, bem como a menção das disposições violadas e a
prova existente.
O julgamento é designado nos 15 dias úteis a entrada do
requerimento, avisando o cartório, as partes, pelo meio expedito,
(mormente via telefone), lavrando no auto a cota pertinente, tendo o
aviso o valor de uma notificação judicial para todos os efeitos.
SílviaComissário
Processo Sumaríssimo
Breve Tramitação
 Não é obrigatória a presença do arguido que se fará
representar por defensor constituído e caso não o tenha feito,
lhe será nomeado um (art.º 434 n.º 1);

 Na audiência do julgamento o Juiz dá conhecimento ao arguido


do requerimento do MP e pergunta-lhe se aceita os factos que
contra ele pesam, explicando a sanção aplicável, acrescida de
indeminização civil havendo, imposto de justiça e custas (art.º
434 n.º 2);

SílviaComissário
Processo Sumaríssimo
Breve Tramitação (cont.)

Aceitando o arguido as sanções na íntegra e sem


reservas, manda o Juiz escrever a declaração, procede a
assinatura do arguido e profere o despacho de
concordância com o requerimento do MP, ao qual
acrescenta a condenação, o imposto de justiça e as custas
reduzidas a metade. (434 n.º 3);
Tem este despacho o valor de uma sentença condenatória

e transita imediatamente em julgado. (434 n.º 4).

SílviaComissário
Processo Sumaríssimo
Breve Tramitação (cont.)
 No caso em que o arguido não aceite as imputações
constantes do requerimento do MP, ou aceite em parte o
julgamento segue, com a produção de prova, reduzindo-
se os actos ao minímo possível e indispensável ao
conhecimento e boa decisão da causa. (434 n.º 5);

 Não há adiamento por falta de ofendido e as


testemunhas em número máximo de 3, são
apresentadas na audiência de julgamento (art.º 434 n.º
6 e 7).

SílviaComissário
Processo por difamação, calúnia e
injúrias- art.º 437 a 440
Segue esta forma de processo os termos do processo comum, com as
necessárias adaptações.

Não constituí nenhuma inovação enquanto tal, nos termos


comparativos com o Código de 1929.
Sendo que a inovação irá decorrer da aplicação do processo comum, com as
inovações dela inerentes.

Não obstante concluímos que o disposto no art.º 438 do CPP/2019, sob


epígrafe ”Prova da verdade das imputações”, que preceitua no seu n.º 2,
que “quando a imputação for de factos criminosos, só é admissível prova
resultante de condenação com trânsito em julgado.”
Esta disposição anteriormente constava no direito substantivo, no art.º 408 n.º
2 do CP/1886 e mantido no CP/2014, no seu art.º 230 n.º 1, alínea c)
SílviaComissário
Processo por difamação, calúnia e
injúrias
 Ademais vislumbramos que o disposto no art.º 418 do CP/1886 e o art.º
239 do CP/2014, sob epígrafe “explicações satisfatórias”, permitia ao
arguido dar explicações e caso o assistente aceite o processo é arquivado,
observando as custas nos termos do art.º 151 do CCJ e que constava
igualmente esta disposição no CPP/1929, no art.º 589.
 Deixou de existir na lei adjectiva, mormente, na tramitação do processo por
difamação, calúnia e injúrias, (CPP/2019).
 Encontrando-se disposição a propósito no CP/2019, no art.º 243, sob
epígrafe “dispensa da pena”.

Não nos pronunciaremos sobre mérito ou demérito das soluções do legislador


na retirada de um disposição do direito adjectivo para o substantivo e vice e
versa, porque de qualquer das formas, continuam aplicáveis nos precisos
termos do regime anterior.
SílviaComissário
Processo de Transgressões
ART.º 441 a 450
É aplicável o processo de transgressão independentemente
das disposições legais em que estejam previstas, nas
seguintes situações:

i.Contravenções punidas com multa;


ii.Contravenções punidas com pena de prisão e multa;

iii.Transgressões a regulamentos, editais, posturas ou


quaisquer disposições que devam qualificar-se de
regulamentares, atendendo à entidade que as formula.

SílviaComissário
PROCESSO DE TRANSGRESSÃO
BREVE TRAMITAÇÃO
 Não havendo pagamento voluntário, tendo o transgressor apresentado a
sua defesa ou não tendo sido notificado pessoalmente ou tratar-se de
contravenção punida com pena de prisão é designada data do julgamento
e notificada o transgressor com 10 dias de antecedência.
 Podem ser apresentadas testemunhas até 5 dias antes da audiência ou
antes do início da audiência, por simples declaração verbal.
 A sentença pode ser proferida oralmente e ditada na acta e só é admissível
o recurso do despacho e sentença que ponham termo ao processo.
 É aplicável as disposições do processo sumário com as necessárias
adaptações. (art.º 428 e 449 n.º 1).
 Não é susceptível de arquivamento ou suspensão (art.º 450, 327, 328 e
329).
 A prescrição de transgressão passou a ser de 2 anos, (art.º 155 n.º 3 do
CP/2019), antes previa o art.º 151 n.º 3 do CP/2014 e o art.º 11 do Dec
Lei 28/75, 3 anos para a prescrição.
SílviaComissário
CONCLUSÃO
A conclusão a que chegamos, no que concerne ao processo sumário é que na
prática a sua tramitação trará efeitos negativos para a celeridade que visa.

Será uma tramitação de meras declarações de intenções, sem resultados que


não sejam de morosidade, atento aos prazos demasiados curtos de apenas 5
dias.

Olhando ao direito comparado e atento ao ordenamento que calculamos ser de


inspiração do legislador, este mesmo ordenamento, tramita o processo sumário
até um prazo de 20 dias.

SílviaComissário
CONCLUSÃO
 Vislumbramos que o processo sumaríssimo que também se
afigura célere, porque de simples tramitação, decorre até o
julgamento prazos até 15 dias.
 A experiência ditará, o mérito da solução avançada, porque
devemos lembrar que, aplica-se ao processo sumário aos
crimes cuja moldura penal são até 5 anos, mas que se não
forem em flagrante delito, seguirá a tramitação comum.
 Nos casos de adiamento que levem mais de 5 dias, reenvia-
se ao processo comum, teremos um aumento acentuado do
processo mais solene, com todas as consequências que daí
advêm com o aumento do pendência.

SilviaComissário
Bibliografia e legislação
BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, MARIA JOÃO, Direito Processual Penal, Reimpressão, ALMEDINA,
2016;
GONÇALVES, MANUEL LOPES MAIA, Código do Processo Penal Anotado-legislação
complementar, 16.ª edição, ALMEDINA, 2007
MENDES, PAULO DE SOUSA, lições de Direito Processual Penal, 2.ª reimpressão,
ALMEDINA, 2014;
LEGISLAÇÃO
Código de Processo Penal de 1929; Decreto Lei 19 271, de 14 de Janeiro de
1931;
Código de Processo Penal de 2019, aprovado pela Lei n.º 25/2019, de 26 de
Dezembro;
Có́digo Penal de 2014, aprovado pela Lei n.º 35/2014, de 31 de Dezembro;
Código Penal de 2019, aprovado pela Lei n.º 24/2019, de 24 de Dezembro;
Constituiç̧ão da República de Moçambique;
Lei Orgânica do Ministério Público, (Lei n.º 4/2017 de 18 de Janeiro);
Lei da Organização Judiciária (Lei n.º 24/2007, de 20 de Agosto);
Lei n.º 11/2018, de 18 de Março, que procede a alterações a LOJ.

SílviaComissário
OBRIGADA!

SílviaComissário

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