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SílviaComissário
A LUZ DO CÓDIGO DO PROCESSO
PENAL DE 2019, APROVADO PELA LEI
N.º 25/2019, DE 26 DE DEZEMBRO
SílviaComissário
FORMAS DO PROCESSO
NO CÓDIGO DE 1929
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CÓDIGO DO PROCESSO PENAL
DE 1929
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PROCESSOS ESPECIAIS
CPP/1929
I. Processos de ausentes.Art.º 562.º e ss
II. Processo por difamação, calúnia e injúria. Art.º 587.º e ss
III. Processo por infracções cometidas pelos juízes de direito de 1.ª instância e
pelos magistrados do Ministério Público junto deles, no exercício das suas
funções ou por causa delas. Art.º 595.º e ss
IV. Processo por infracções cometidas pelos juízes de direito de 1.ª instância e
pelos magistrados do Ministério Público junto deles, estranhas ao exercício
das suas funções. Art.º 609.º e ss
V. Processo por infracções cometidos pelos juízes das Relações ou do
Tribunal Supremo, pelos magistrados do Ministerio Público junto deles, ou
outros de igual categoria. Art.º 613.º e ss
VI. Processo de reforma de autos, perdidos, extraviados ou destruídos. Art.º
617.º e ss
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CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL DE 2019
Mantém a distinção em duas formas do processo penal:
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Formas de Processo Especial
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Quanto as formas de processo:
Embora continuamos a dispor de duas formas de
processo, denotamos no Código de 2019
Quanto ao Processo Comum uma simplificação
relativamente ao Código de 1929, que descrevia para
cada tipo de processo, uma tramitação/ritual diferente,
para a acusação, defesa e julgamento.
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Audiência preliminar
Legitimidade (cont.)
O Juiz deve rejeitar a acusação se manifestamente
infundada, considerando a lei que assim é, faltando:
A identificação do arguido;
A narração dos factos;
que as fundamentam e
Se os factos não constituírem crime.
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Audiência preliminar
Legitimidade (cont.)
A LEGITIMIDADE PARA REQUERER A ABERTURA DA
AUDIÊNCIA PRELIMINAR É:
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Da admissão da audiência
preliminar
A audiência preliminar é sempre admissível, a não
ser que:
I.Seja extemporâneo, isto é, tenha sido requerido passados os 8 dias
após a notificação da acusação ou do arquivamento (art.º 333 n.º 1);
II.Por incompetência do Juiz de instrução, pois ter-se-á em conta as
regras da competência do tribunal (art.º 19 e 23 e as disposições da
LOJ por exemplo art.º 84 n.º 2 alínea b)- crime superior a 12 anos);
III.Por inadmissibilidade legal da audiência preliminar, nos casos em que
a forma de processo é o processo especial, caso seja admitido a
audiência preliminar, estaremos perante a nulidade insuprível, de
conhecimento oficioso, a todo o tempo (art.º 332 n.º 2 in fine
conjugado com o art.º 135 corpo alínea e).
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Prazos da audiência
preliminar
O prazo conta-se à partir do recebimento do requerimento
para a abertura da audiência preliminar (art.º 352 n.º 3).
Prazo de 2 meses – Nos processos com arguido preso ou
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Tramitação do debate
preliminar
O debate preliminar é sempre obrigatório, sempre que se
requeira a abertura da audiência preliminar.
Pode ser requerido a abertura de audiência preliminar apenas
visando o debate preliminar (art.º 343)
Só podem intervir no debate preliminar os sujeitos processuais
(Tribunal, Ministério Público, arguido e assistente. (art.º 335
n.º 1);
Obedece o debate preliminar ao princípio do contraditório
implicando um debate oral (art.º 344)
O juiz a finale, começa por sanear os autos (354 n.º 3),
decidindo sobre nulidades (art.º 132 a 238), excepções (art.º
140 a 154), outras questões prévias ou incidentais que possa
conhecer.
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Tramitação do debate
preliminar (cont.)
Finda a audiência o juiz profere o despacho de pronúncia,
havendo indícios suficientes de verificação de eventual
aplicação ao arguido de uma pena ou medida de segurança e
no caso contrário profere o despacho de não pronúncia;
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(Ir)recorribilidade do despacho de
pronúncia
Ao contrário do que sucedia no Código de 1929, é irrecorrível o
despacho que tiver pronunciado o arguido pelos factos
constantes da acusação do Ministério Público, art.º 356 n.º 1 e
452 n.º 1 alínea f).
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Do julgamento em processo comum
SANEAMENTO
Após o recebimento dos autos no Tribunal competente para o
julgamento da causa, não obstante ter sido o processo
submetido a audiência preliminar, procede o juiz da causa o
saneamento dos autos verificando quanto as nulidades e
outras questões prévias ou incidentais.
Recebe o juiz a acusação, quando não tenha passado o
processo pela audiência preliminar e deve o juiz rejeitar a
acusação, se considerar manifestamente infundada (art.º
357 n.º 2 e 3 alíneas a) a d).
O despacho que rejeita a acusação é recorrível nos termos
gerais do art.º 451.
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Do julgamento em processo comum
DESPACHO QUE DESIGNA DATA DE JULGAMENTO
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Da intervenção e competência do
tribunal
Intervenção do julgamento é feito por um juiz singular, (Juiz de Direito),
nos termos do disposto no art.º 366 conjugado com o art.º 20.
Desde que não estejamos perante um crime cuja obrigatoriedade de
intervenção do tribunal colegial se impõe, como é o caso de crimes de
homicídio e violação de menores.
Nos demais TLC é facultativa a sua intervenção que apenas ocorre por
determinação do juiz, promoção do MP ou a requerimento do arguido e do
assistente, nestes casos a falta dos juízes eleitos comina com a nulidade
insanável nos termos do art.º 135, corpo, alínea a).
Constitui tribunal colegial, nos termos do art.º 21, 366 n.º 2 ambos do CPP
e 17 n.º 3 parte final da LOJ, um juiz profissional e dois juízes eleitos, sendo
a participação dos juízes eleitos restrita a discussão da matéria de facto
(art.º 17 n.º 4 e 366 n.º 3)
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Do julgamento em processo comum
Direitos do arguido expressamente
consignados
É notório no âmbito do Código de 2019, o tratamento do arguido enquanto
verdadeiro sujeito processual com direitos e deveres inerentes a essa
qualidade.
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No âmbito da prova
Afloram na audiência de julgamento os princípios da publicidade, do
contraditório, da mediação e da concentração.
Refere o art.º 400, sob epígrafe valoração de provas, no seu n.º 1 que ” vale
em julgamento, nomeadamente para o efeito de formação da convicção do
tribunal, quaisquer provas que não tiverem sido produzidas ou examinadas em
audiência.”
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No âmbito da prova (cont.)
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Do julgamento na ausência
(revelia)
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Do julgamento na ausência
(revelia)
b)Doença grave ou
c)Residência no estrangeiro.
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Do julgamento na ausência
(revelia)
O disposto no art.º 379 n.º 1, faz menção dos casos em que o
tribunal, ouvido o MP, possa determinar que a audiência de
julgamento tenha lugar na ausência do arguido:
a.Quando ao caso couber a forma de processo especial, neste
caso do processo sumarissimo (art.º 434 n.º 1);
b.Não tenha sido possível a notificação do arguido da data que
designa a audiência de julgamento (mas foi aplicada o TIR);
c.O arguido faltar injustificadamente.
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Regime da Contumácia
Não abrangendo as circunstâncias já descritas para a ausência do
arguido nos termos do art.º 378 e 379, não se fazendo o arguido
presente a audiência e depois de terem sido feitas diligências
necessárias a sua notificação, nos termos do art.º 380 n.º 1
conjugado com os artigos 122, 123, 124 n.º 2 e 5 e mesmo
assim não ser possível notificar o arguido, da data que designa o
dia para a audiência de julgamento e nem executar a detenção
ou prisão preventiva (art.º 132 n.º 1 e 297)
É notificado o arguido por éditos, para se fazer presente em juízo,
sob pena de ser declarado contumaz
A declaração da contumácia abrange a arguidos que n ão tenham prestado
TIR (art.º 237 n.º 3 alínea d) e não foi possivel notificar do despacho que
designa data para a audiência.
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Regime da contumácia
éditos
A notificação por éditos cumprirá com:
i.Fixação dos editais a porta do tribunal;
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Regime da Contumácia
EFEITOS
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Regime da Contumácia
Ao despacho que declara a contumácia é aplicado o regime dos éditos e
publicação de anúncios atento ao art.º 380 n.º 3 e 4.
Estes éditos e anúncios são feitos, sem prejuízo de notificação do defensor,
parente ou pessoa de confiança do arguido (art.º 382 n.º 1 e 2 ).
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Regime de contumácia
CONCLUSÃO
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Regime de contumácia
CONCLUSÃO
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A SENTENÇA
É feita publicamente, de imediato ou até
10 dias após o julgamento atenta a
especial complexidade da causa (art.º 412)
Na leitura o relatório pode ser omitido, o
mesmo não se pode dizer quanto a leitura
da fundamentação, bem como do
dispositivo, sob pena de nulidade (art.º
411 n.º 3)
Dever de fundamentação
art.º 8
”Toda a decisão de autoridade judiciária,
seja ela do Juiz ou do Ministério Público,
proferida no âmbito do processo penal,
deve ser fundamentada com precisão e
clareza, tanto no que se refere de facto,
quanto no que diz respeito à
argumentação jurídica”
Dever de fundamentação (cont.)
art.º 413 n.º 2
Estabelece a lei que na fundamentação
consta a enumeração dos factos provados
e não provados, bem como uma exposição
tanto quanto possível completa, ainda que
concisa, dos motivos de facto e de direito
que fundamentam a decisão, com
indicação e exame crítico das provas que
serviram para formar a convicção do
tribunal
Requisitos da Sentença- 413.º
Relatório (n.º 1 alíneas a) a d),
indicação do arguido, assistente e das partes civis,
indicação do crime imputado ao arguido, segundo a
acusação ou a pronúncia, indicação sucinta da
contestação, havendo.
Fundamentação (n.º 2)
• De Facto
• De Direito
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O PROCESSO SUMÁRIO
Art.º 420 a 430
É aplicável o processo sumário, os autos mediante os
seguintes pressupostos:
Art.º 420
Detenção em flagrante delito, art.º 297 e 298 n.º 1 alínea a) e b);
De crimes cuja pena abstractamente aplicada, não seja superior a 5 anos de
prisão;
Detenção procedida por qualquer autoridade judiciária ou entidade policial;
As infrações de natureza contravencional, quando puníveis com pena de
prisão e quando tenham sido detidos em flagrante delito;
Audiência com início máximo de 2 dias ou até 5 dias após a detenção.
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O PROCESSO SUMÁRIO
FUNDAMENTO
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Breve Tramitação (cont.)
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Breve Tramitação (cont.)
Se a audiência não se realizar em dois dias após a detenção é
obrigatória a soltura do arguido. (art.º 426 n.º 1 e 421 n.º 4);
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Breve Tramitação (cont.)
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Do adiamento e reenvio do processo
sumário para o processo comum
Preconiza o art.º 420 n.º 1 que a audiência de julgamento é realizada
até 2 dias após a detenção e com o limite máximo de 5 dias.
Porém, mesmo que sobre a égide do princípio da celeridade, não
poderá este princípio sacrificar o direito de ampla defesa do arguido
assim sendo, a audiência pode ser adiada, desde que, não
ultrapasse os 5 dias :
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Do adiamento e reenvio do processo sumário
para o processo comum (cont.)
No que concerne aos casos de reenvio
1.Desde logo é determinado pelo MP, aquando da apresentação
do arguido, quando o leva crer que n ão poderão ser respeitados
os prazos do processo sumário (art.º 421 n.º 3);
2.O reenvio é ainda decidido pelo tribunal a todo o tempo, por
despacho irrecorrível remetendo-se os autos ao Ministério Público,
nos termos do art.º 429 n.º 1, alinea a) a c), sempre que:
a.Ao caso concreto não seja aplicável o processo sumário;
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Casos de nulidade
Da aplicação do processo especial
No caso de ter sido remetido para a forma de processo
especial, um auto cuja moldura penal abstractamente aplicável
importe a tramitação em processo comum (art.º 136 n.º 2 alínea
a), comina-se com nulidade, porém sanável, devendo ser
arguida logo no início da audiência, nos termos do art.º 136 n.º
3 alínea d);
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Processo Sumaríssimo
art.º 431 a 435
São tramitados na forma de processo sumaríssimo:
1)Os crimes puníveis até 1 ano, ainda que com multa;
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Processo Sumaríssimo
Breve Tramitação (cont.)
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Processo Sumaríssimo
Breve Tramitação (cont.)
No caso em que o arguido não aceite as imputações
constantes do requerimento do MP, ou aceite em parte o
julgamento segue, com a produção de prova, reduzindo-
se os actos ao minímo possível e indispensável ao
conhecimento e boa decisão da causa. (434 n.º 5);
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Processo por difamação, calúnia e
injúrias- art.º 437 a 440
Segue esta forma de processo os termos do processo comum, com as
necessárias adaptações.
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PROCESSO DE TRANSGRESSÃO
BREVE TRAMITAÇÃO
Não havendo pagamento voluntário, tendo o transgressor apresentado a
sua defesa ou não tendo sido notificado pessoalmente ou tratar-se de
contravenção punida com pena de prisão é designada data do julgamento
e notificada o transgressor com 10 dias de antecedência.
Podem ser apresentadas testemunhas até 5 dias antes da audiência ou
antes do início da audiência, por simples declaração verbal.
A sentença pode ser proferida oralmente e ditada na acta e só é admissível
o recurso do despacho e sentença que ponham termo ao processo.
É aplicável as disposições do processo sumário com as necessárias
adaptações. (art.º 428 e 449 n.º 1).
Não é susceptível de arquivamento ou suspensão (art.º 450, 327, 328 e
329).
A prescrição de transgressão passou a ser de 2 anos, (art.º 155 n.º 3 do
CP/2019), antes previa o art.º 151 n.º 3 do CP/2014 e o art.º 11 do Dec
Lei 28/75, 3 anos para a prescrição.
SílviaComissário
CONCLUSÃO
A conclusão a que chegamos, no que concerne ao processo sumário é que na
prática a sua tramitação trará efeitos negativos para a celeridade que visa.
SílviaComissário
CONCLUSÃO
Vislumbramos que o processo sumaríssimo que também se
afigura célere, porque de simples tramitação, decorre até o
julgamento prazos até 15 dias.
A experiência ditará, o mérito da solução avançada, porque
devemos lembrar que, aplica-se ao processo sumário aos
crimes cuja moldura penal são até 5 anos, mas que se não
forem em flagrante delito, seguirá a tramitação comum.
Nos casos de adiamento que levem mais de 5 dias, reenvia-
se ao processo comum, teremos um aumento acentuado do
processo mais solene, com todas as consequências que daí
advêm com o aumento do pendência.
SilviaComissário
Bibliografia e legislação
BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, MARIA JOÃO, Direito Processual Penal, Reimpressão, ALMEDINA,
2016;
GONÇALVES, MANUEL LOPES MAIA, Código do Processo Penal Anotado-legislação
complementar, 16.ª edição, ALMEDINA, 2007
MENDES, PAULO DE SOUSA, lições de Direito Processual Penal, 2.ª reimpressão,
ALMEDINA, 2014;
LEGISLAÇÃO
Código de Processo Penal de 1929; Decreto Lei 19 271, de 14 de Janeiro de
1931;
Código de Processo Penal de 2019, aprovado pela Lei n.º 25/2019, de 26 de
Dezembro;
Có́digo Penal de 2014, aprovado pela Lei n.º 35/2014, de 31 de Dezembro;
Código Penal de 2019, aprovado pela Lei n.º 24/2019, de 24 de Dezembro;
Constituiç̧ão da República de Moçambique;
Lei Orgânica do Ministério Público, (Lei n.º 4/2017 de 18 de Janeiro);
Lei da Organização Judiciária (Lei n.º 24/2007, de 20 de Agosto);
Lei n.º 11/2018, de 18 de Março, que procede a alterações a LOJ.
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OBRIGADA!
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