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2023/2024
TURMA B
SUBTURMAS 10 e 16
Caso n.º 1
Imagine que, ao abrigo dos poderes que lhe são conferidos pelo artigo 35º da Lei de
Bases da Proteção Civil (aprovada pela Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, e sucessivamente
alterada)1, durante um incêndio florestal de avultadas proporções, o Presidente da
Câmara Municipal de Mação decide dar expressas instruções aos bombeiros que ali se
encontram, a combater os fogos, para que abandonem a zona principal do incêndio e se
dirijam para uma área ainda não ardida, de modo a protegerem as moradias da sua filha
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A legislação referida ao longo do bloco de estudos práticos encontra-se em vigor no ordenamento jurídico
português e pode ser consultada in www.dre.pt.
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e genro, que, apesar de poderem ser afetadas pelo fogo, ainda não se encontravam em
risco eminente.
Caso n.º 2
- A limitação do princípio da legalidade pela necessidade de ponderação das soluções a adotar quanto a
situações jurídico-administrativas concretas
- A interpretação pela Administração Pública: em especial, a aplicação de conceitos jurídicos
indeterminados
- A decisão de agir
- A discricionariedade administrativa
- As decisões fundadas em critérios técnico-científicos
- O risco de subtração ao controlo democrático e jurisdicional do poder técnico-científico
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empresa ter mais de 50% dos seus trabalhadores contratados entre pessoas portadoras
de deficiências e por os pareceres técnicos de eletrotecnia a confirmarem como a
proposta mais segura e amiga do ambiente.
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Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa não pode sindicar a justeza dos pareceres
técnicos que impuseram a decisão administrativa.
Caso n.º 3
- O âmbito aplicativo do CPA/2015: em especial, o problema da (falta de) regulação das atuações intra-
administrativas
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ii) O regulamento interno do INFARMED é ilegal, por não ter sido
aprovado pelo órgão competente e por configurar uma restrição
desproporcionada do direito constitucional à compatibilização entre a vida
profissional e a vida familiar.
Caso n.º 4
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Em 2 de fevereiro de 2024, DELFINA CUMPRIDORA solicitou à Câmara
Municipal de Cascais autorização para construir uma garagem a anexar à sua moradia,
sita em São Domingos de Rana.
Uma das suas vizinhas, que era a funcionária encarregue da organização dos
processos de pedidos de licenças para obras na Divisão de Urbanismo da Câmara
Municipal de Cascais, encontra-a perto de casa, em 25 de março de 2024, e solicita-
lhe que entregue naqueles serviços plantas atualizadas do prédio misto onde se
encontrava implantada a morada.
DELFINA CUMPRIDORA crê que tais plantas já se encontram juntas aos autos
do procedimento administrativo e, como tal, nada faz. Em 2 de abril de 2024,
temendo que haja demora na apreciação do pedido apresentado, aquela desloca-se à
Divisão de Urbanismo e solicita uma informação escrita sobre o estado do processo.
O funcionário que a atende informa-a que não pode emitir tal informação no
próximo mês, visto que a chefe daqueles serviços se encontra de gozo de licença de
maternidade e só regressará em 15 de maio de 2024.
Caso n.º 5
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sociedade comercial não tenciona realizar quaisquer obras de conservação daquele
espaço público, ainda que tal obrigação conste do contrato de concessão, alegando
que a crise financeira mundial afetou a sua capacidade de tesouraria. Contudo, corre
o boato entre os lojistas que a MARCASCAIS, S.A. tem gasto avultadas somas de
dinheiro na contratação de pareceres jurídicos ao irmão de um dos membros do
Conselho de Administração.
Em 10 de março de 2024, com vista a instaurar ação administrativa de
condenação à prática de ato devido, ALBERTINO SEM-PAVOR solicita à
MARCASCAIS, S.A. que lhe entreguem cópias dos contratos de prestação de serviços
de consultadoria jurídica, dos recibos de pagamento daqueles serviços e dos pareceres
jurídicos entregues pelo irmão do membro do Conselho de Administração.
A Secretária do Conselho de Administração informa ALBERTINO SEM-
PAVOR que tais documentos fazem parte da escrituração comercial da MARCASCAIS,
S.A., pelo que não podem ser facultados a terceiros. Para além disso, um dos
pareceres jurídicos versava sobre uma situação de alegado assédio sexual a uma das
funcionárias, pelo que não seria ético permitir que ALBERTINO SEM-PAVOR dele
tomasse conhecimento.
Caso n.º 6
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- A precariedade intrínseca dos atos administrativos constitutivos: a inovação tecnológica e científica como
fundamento da precarização
- As espécies de atos administrativos constitutivos primários
a) Atos impositivos (a administração agressiva ou de interferência)
▪ Em especial, os atos sancionatórios
b) Atos permissivos (a administração prestadora ou facilitadora)
c) Atos propulsores
- Os vícios da vontade: em especial, erro-vício e erro-obstáculo
- Os vícios relativos ao objeto: em especial, a impossibilidade objetiva
- Os vícios de forma: em especial, a preterição de formalidades essenciais e não essenciais
- O conflito com o princípio da primazia da materialidade subjacente e do aproveitamento dos atos
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fundamento na ausência de uma conferência procedimental entre a Câmara
Municipal de Mafra e a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P..
Caso n.º 7
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da Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa. Após envio de tal
questão à Secretária de Estado da Modernização Administrativa, esta viria a ordenar
a manutenção do contrato originário, em homenagem ao princípio da confiança
jurídica. A Diretora-Adjunta fica perplexa, pois julgava só estar sujeita a ordens
emitidas pelo Ministro da Educação.
- Os vícios materiais
- As fronteiras entre vícios materiais e meros vícios de forma
- Em especial, a ofensa ao conteúdo essencial de um direito fundamental (ex: falta de fundamentação e falta
de audiência prévia)
Caso n.º 8
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- A ineficácia
- A irregularidade
- O aproveitamento de efeitos jurídicos de atos inválidos
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1. Qualifique o desvalor jurídico associado à decisão administrativa de
remoção do cartaz de propaganda.
Caso n.º 9
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- Os atos administrativos declarativos: a sua distinção face aos atos reais meramente certificativos
- Distinção entre declarações de vontade e declarações de ciência
- A automatização e a emissão automatizada de declarações administrativas
- As espécies de atos administrativos declarativos
a) Atos de verificação
b) Atos de valoração
c) Atos de transmissão
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1) Aprecie os argumentos aduzidos pela Advogada.
Caso n.º 10
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Na sequência da aprovação da Lei n.º ZZZ/2020, que estabelecia medidas de
prevenção do contágio da gripe sazonal de tipo A, o Governo Regional dos Açores
aprovou o Decreto Legislativo Regional n.º AAA/2020 que permitia a delegação de
competência regulamentar no Instituto Regional da Saúde Pública. Ao abrigo de tal
decreto, o referido Instituto aprovou a Circular n.º ABC/2020, nos termos da qual se
determinava que os indivíduos que entrassem no arquipélago dos Açores,
provenientes de países com casos detetados de contaminação pelo vírus da gripe
sazonal de tipo A, ficavam sujeitos a uma quarentena vigiada, com duração até 90
dias, em estabelecimento médico público.
Após o início da execução daquelas medidas, várias empresas de turismo e
viagens protestaram contra a medida, alegando que a decisão era muito lesiva dos seus
interesses, diminuindo o fluxo de turistas, e que ninguém as tinha ouvido, antes da
adoção da Circular n.º ABC/2018.
Mais tarde, a Lei n.º ZZZ/2020 vem a ser substituída pela Lei n.º WWW/2024,
que reduz a intensidade das medidas de combate ao contágio e as empresas de turismo
e viagens acentuam o seu protesto, invocando que a Circular n.º ABC/2020 se
encontra desfasada do novo regime legal aplicável.
Perante o crescimento dos protestos, o Governo Regional aprova a Portaria
n.º CBA/2024, que procede à revogação integral da Circular n.º ABC/2020.
Caso n.º 11
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- O problema dos factos naturais com relevância jurídico-administrativa autónoma da vontade
- O problema da automatização e a pré-determinação volitiva
- A voluntariedade da ação
- A imputação da vontade subjetiva do titular de órgão à vontade funcional da pessoa coletiva pública
- As dimensões da vontade subjetiva: dolo direto, necessário e eventual / negligência consciente,
inconsciente e grosseira (remissão para o § 14º do programa)
- Exclusão: os atos reflexos (e sua distinção face aos automatismos)
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que perturbe o normal funcionamento do sistema informático da segurança social, todos
os pagamentos ficam suspensos, até serem confirmados, num prazo de 3 meses.
Caso n.º 12
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ter recebido qualquer resposta relativamente a um pedido de licenciamento urgente de
obra particular de recuperação do edifício onde está instalado o referido restaurante,
apesar de o pedido já ter sido entregue nos serviços da Câmara há mais de 9 meses.
CARLOTA ARRIVISTA comenta com ARLINDO DISTRAÍDO, que, por acaso do
destino, era cliente habitual do café pingado servido no restaurante: «Esta autorização
demora mais que um bébé a nascer! Aposto que deitaram o meu pedido para o caixote do lixo…».
ARLINDO DISTRAÍDO, resmunga, muito portuguesmente: «Esta nova Presidente de
Câmara é terrível. São todos iguais.».
Caso n.º 13
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O Conselho de Ministros aprovou, sob proposta da Ministra da Saúde o Plano
Nacional da Saúde Alimentar e Física, nos termos do qual se fixaram objetivos de
redução de consumo de gorduras animais, açúcar e sal e de aumento do tempo dedicado
à atividade física, ficando todos os serviços públicos encarregues de colaborar na
implementação desse mesmo plano.
O Conselho Nacional de Saúde ficou encarregue de aprovar um regulamento de
implementação daquele plano. O referido regulamento viria a determinar que os serviços
públicos apenas ficavam proibidos de vender ou disponibilizar aos utentes produtos com
níveis de açúcar ou de sal superiores aos fixados pelo comité conjunto de peritos da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e da
Organização Mundial de Saúde.
A Diretora do Agrupamento de Escolas Amadora Oeste decide: a) contratar, por
ajuste direto, uma empresa de fornecimento de máquinas automáticas de venda de
alimentos, que pertencia ao Presidente da Associação de Pais do referido agrupamento;
b) determinar a proibição de venda de produtos e bebidas açucaradas, bolachas,
chocolates e fritos, no bar e no refeitório daquelas escolas; c) ordenar, oralmente, às
funcionárias daquelas escolas que confisquem quaisquer alimentos trazidos pelos alunos,
que não sejam ali adquiridos.
A Associação de Estudantes protestou, alegando que:
i) As máquinas automáticas de venda de alimentos continuavam a vender
chocolates, bolos, fritos e refrigerantes, o que não só levava a uma
concentração de estudantes em torno das máquinas, como isso violava as
deliberações do Conselho de Ministros e do Conselho Nacional de Saúde;
ii) O procedimento de contratação da empresa do Presidente da Associação
de Pais levantava muitas dúvidas quanto à sua transparência;
iii) Os alunos não tinham sido ouvidos sobre quaisquer das medidas tomadas,
sendo que a proibição absoluta de venda era excessiva.
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Face a estes protestos, a Diretora solicita, no mesmo dia, um parecer à Assembleia
de Escola. O Presidente daquele órgão decide não convocar o órgão e emite, ele próprio,
um parecer, nos termos do qual invoca (alegados) pareceres técnicos proferidos por
especialistas pagos por empresas multinacionais do ramo alimentar, que comprovam que
os alimentos vendidos nas máquinas automáticas até são benéficos para a saúde.
Entretanto, com vista a cumprir a decisão de confisco de alimentos, os
funcionários da portaria das escolas procedem a revistas das mochilas e malas dos alunos,
sempre que os mesmos entram e saem das escolas, remexendo no seu conteúdo, mesmo
quando os alunos retiram os alimentos para os exibir.
Face a esta prepotência, os alunos fecham as escolas e realizam uma greve de
protesto. Tendo em conta que a Presidente da Câmara lhe telefonou, avisando que uma
equipa da SIC-Notícias já estava a caminho das escolas, a Diretora reuniu, de urgência,
com os alunos e prometeu-lhes que passaria a autorizar a entrada de alimentos saudáveis
na escola e que só haveria confisco quando os funcionários presenciassem, em flagrante,
o consumo de alimentos proibidos.
Porém, passados alguns dias, ALEXANDRE (conhecido por O GRANDE) foi
barrado à porta e viu-lhe serem confiscadas várias bolachas americanas hiperproteicas,
que – apesar da sua aparência e sabor deliciosos – tinham sido receitadas por um
nutricionista que o estava a ajudar a combater um problema de obesidade crónica e não
continham açúcares adicionados ou gorduras animais. Furioso, confrontou a Diretora,
que sorriu, cáustica: «Promessas, leva-as o vento!».
Caso n.º 14
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a) Reclamação
b) Recurso hierárquico
c) Recursos especiais
- As garantias jurisdicionais
a) Controlo por tribunais administrativos e fiscais
b) Controlo por outros tribunais do Estado (judiciais comuns e especializados e Tribunal de
Contas)
c) Controlo por tribunais arbitrais
- As garantias políticas
a) Controlo da administração pública por órgãos políticos: a responsabilidade política
b) Controlo da administração pública pelos cidadãos: os mecanismos de participação política e de
democracia direta
c) Controlo da administração pública pelos meios de comunicação social: os media tradicionais e as
redes sociais
d) A tipologia de garantias políticas
▪ Direito de petição
▪ Direito de ação popular
▪ Referendos locais
▪ Orçamentos participativos
▪ Sondagens e questionários
- As garantias de intervenção judicial em sede de execução administrativa: o regime previsto no artigo 8.º,
n.º 2, do DL que aprovou o CPA/2015.
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cessação de efeitos da certidão eletrónica, que foi emitida em 20 de janeiro de 2024, e a
modificação do respetivo registo:
a) Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Azeitão;
b) Presidente do Instituto de Registos e Notariado;
c) Ministra da Justiça;
d) Provedora da Justiça.
Caso n.º 15
- A responsabilidade civil da administração pública (e sua distinção face aos demais tipos de
responsabilidade civil das pessoas coletivas públicas)
- A tipologia de responsabilidade civil
a) Contratual
b) Extracontratual
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▪ Por facto ilícito
▪ Pelo risco
▪ Imprópria: por sacrifícios excessivos
- Os pressupostos da responsabilidade civil extracontratual (breve excurso sobre as especificidades do
regime aplicável às pessoas coletivas públicas)
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de Obras, constatou que o requerimento por si apresentado não se encontrava nos
arquivos daquele serviço público, apesar de haver registo informático da sua entrega.
Mais tarde, DEOLINDA METEDIÇA, funcionária de limpeza daquela empresa,
viria a contar a EDUARDO POUCA-SORTE que vários documentos administrativos
tinham sido destruídos porque, durante uma greve de professores, várias funcionárias
daquele serviço tinham levado os seus filhos para o local de trabalho, tendo aqueles
provocado um pequeno incêndio que havia consumido parte do arquivo.
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