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Rede Ferroviária Nacional – REFER, EP

Documento N.º IT.CAT.028

Designação Medidas de segurança a adoptar nas construções nas


proximidades das linhas electrificadas 25 kV-50 Hz

Versão 02

Data 21.12.2004

Ficheiro It_cat_028.doc

Classificação EXT

Aprovado por despacho do Sr. Director Geral de Engenharia de 30/12/2004


IT.CAT.028 Versão: 02
Data: 21.12.2004
Medidas de segurança a adoptar nas
construções nas proximidades das Ficheiro: It_cat_028.doc
linhas electrificadas 25 kV-50 Hz Classificação: EXT

Índice:

Pág.
Índice I
Participantes na elaboração do documento normativo II
Histórico do Documento III
1. Introdução 1
1.1. Âmbito 1
1.2. Documentos normativos revogados 1
1.3. Abreviaturas, siglas e símbolos 1
1.4. Documentos de referência 1
2. Aspectos Gerais 1
3. Generalidades 1
3.1. Origem dos perigos de electrocussão 1
3.2. Acidentes eléctricos 2
4. Regras de segurança a respeitar 3
4.1. No respeitante a pessoal 3
4.2. No respeitante às instalações 4
5. Atribuição de responsabilidades 5

- I/III -
IT.CAT.028 Versão: 02
Data: 21.12.2004
Medidas de segurança a adoptar nas
construções nas proximidades das Ficheiro: It_cat_028.doc
linhas electrificadas 25 kV-50 Hz Classificação: EXT

Participantes na elaboração do documento normativo:

Nome Empresa Cargo / Órgão


Duarte Martins REFER Director do Departamento de
Catenária e Energia de Tracção

- II/III -
IT.CAT.028 Versão: 02
Data: 21.12.2004
Medidas de segurança a adoptar nas
construções nas proximidades das Ficheiro: It_cat_028.doc
linhas electrificadas 25 kV-50 Hz Classificação: EXT

Histórico do Documento:

Versão Descrição Data


01 Medidas de segurança a adoptar nas construções nas proximidades das Janeiro.1989
linhas electrificadas 25 kV
02 Medidas de segurança a adoptar nas construções nas proximidades das 21.12.2004
linhas electrificadas 25 kV-50 Hz

- III/III -
IT.CAT.028 Versão: 02
Data: 21.12.2004
Medidas de segurança a adoptar nas
construções nas proximidades das Ficheiro: It_cat_028.doc
linhas electrificadas 25 kV-50 Hz Classificação: EXT

1. Introdução
1.1. Âmbito
A presente Instrução Técnica tem por objectivo enunciar a origem dos perigos que podem
ocorrer em construções próximas da catenária, estabelecer as regras fundamentais a cumprir
para protecção de pessoas e de instalações e definir a atribuição das responsabilidades à
Entidade responsável pela construção.

1.2. Documentos normativos revogados


IT-C-028 Medidas de segurança a adoptar nas construções nas proximidades das
linhas electrificadas 25 kV, versão 01, de Janeiro de 1989.

1.3. Abreviaturas, siglas e símbolos


V, kV Volt, quilovolt (unidades de medida de tensão eléctrica)
Hz Hertz (unidade de medida de frequência)
m, cm Metro, centímetro (unidades de medida de comprimento)
2
mm Milímetro quadrado (unidade de medida de superfície)
Ω Ohm (unidade de medida de resistência eléctrica)

1.4. Documentos de referência


IT.CAT.041 Regulamento de segurança de linhas de tracção eléctrica
RGS IX Regulamento geral de segurança IX – Exploração de catenária 25kV-50Hz

2. Aspectos Gerais
Designamos por catenária o conjunto dos dois condutores de cada linha aérea (fio de contacto e cabo
suporte) e respectivas ligações entre ambos (pêndulos, shunts).
Designamos por "feeder", qualquer cabo aéreo de alimentação que se estenda paralelamente à
catenária e que seja parte do sistema de catenárias ou que se destine a facilitar a exploração da
mesma.

3. Generalidades
3.1. Origem dos perigos de electrocussão
O equipamento aéreo das instalações fixas de tracção eléctrica da REFER (catenária, "feeders",
cabos de alimentação, barramentos de postos de catenária) é alimentado a 25 kV-50 Hz.

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O emprego do sistema de alimentação monofásico, 25 kV-50 Hz, na tracção eléctrica, obriga a


cuidados rigorosos e especiais quando haja que efectuar trabalhos nas próprias instalações ou
na sua proximidade.
A origem dos perigos é devida:
1. A elevada tensão de alimentação utilizada;
2. A utilização do carril para o retorno da corrente de tracção, originando o aparecimento de
tensões eléctricas:
− Entre o carril e o solo;
− Entre um e outro topo de um carril partido ou de uma junta isolante;
− Entre uma fila de carris e uma massa metálica qualquer;
− Entre uma fila de carris isolados e uma fila de carris destinada à condução da
corrente de retorno.
3. A indução electromagnética, resultante da presença de correntes alternadas, origina, nas
instalações vizinhas (carris, linhas aéreas e cabos, fios de transmissão, estruturas metálicas,
etc.), forças electromotrizes dependentes de vários factores (intensidade de corrente que
circula nos condutores, configuração da instalação, comprimento do paralelismo e distância
entre a instalação vizinha e a instalação de tracção eléctrica, etc.);
4. A influência eléctrica, resultante da presença de tensões eléctricas, origina, nas instalações
vizinhas (carris, linhas aéreas e cabos, fios de transmissão, estruturas metálicas, etc.),
diferenças de potencial dependentes de vários factores (tensão da instalação, distâncias
relativas entre a instalação de tracção, o solo e o elemento metálico que sofre a influência,
etc.).

3.2. Acidentes eléctricos


Haverá, pois, que tomar em atenção os múltiplos aspectos que poderão pôr em risco os que
trabalham na proximidade do equipamento aéreo das instalações fixas de tracção eléctrica.
Com base nestes elementos, os acidentes eléctricos poderão resultar de:
− Contactos acidentais com as instalações em tensão ou sendo sede de fenómenos
electromagnéticos e ou de influência eléctrica.
− Arcos eléctricos que poderão, eventualmente, saltar entre as partes em tensão e as partes
ligadas à massa (qualquer parte do corpo humano, extremidade de ferramenta ou aparelho,
quando não convenientemente isolados, ou ainda qualquer material, etc.) quando estas se
aproximam em excesso daquelas, não respeitando as distâncias mínimas de isolamento.

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4. Regras de segurança a respeitar


4.1. No respeitante a pessoal
1. Deve sempre partir-se do princípio que as instalações fixas de tracção eléctrica –
equipamento aéreo – estão em tensão, mesmo quando caídas, enquanto não houver a
certeza absoluta do corte de tensão e respectiva ligação à terra.
1
2. Quando o trabalho a realizar se executa a menos de 2,5 m de qualquer dos elementos em
tensão constituintes do equipamento aéreo das instalações fixas de tracção eléctrica, deve-
se pedir ao Órgão competente da REFER a realização de um corte de tensão, efectuando-se
a ligação à terra do equipamento aéreo junto ao local dos trabalhos, respeitando sempre as
normas de segurança e as regras estabelecidas na REFER.
1
3. Se os trabalhos a realizar se executam a mais de 2,5 m de qualquer dos elementos em
tensão, constituintes do equipamento aéreo das instalações fixas de tracção eléctrica, há
que tomar medidas de segurança de modo a prevenir e a evitar acidentes, resultantes de
qualquer contacto acidental e intempestivo com as partes em tensão, do estabelecimento de
arcos eléctricos, de fenómenos de indução electromagnética e ou de influência eléctrica;
1
4. A distância de 2,5 m considera-se entre qualquer ponto ao potencial da terra – parte do
corpo humano, extremidade de uma ferramenta ou aparelho, quando não
convenientemente isolados, do material, etc. - e a parte mais próxima das instalações fixas
de tracção eléctrica em tensão;
5. Em qualquer dos casos 2 ou 3, a protecção das pessoas é obtida por ligação à terra das
peças metálicas que pela sua proximidade ao equipamento aéreo em tensão possam
adquirir potenciais eléctricos perigosos. Assim, durante os trabalhos de construção haverá
que realizar ligações à terra provisórias de estruturas metálicas quer sejam:
− armaduras para construção em betão armado;
− estruturas metálicas integrantes da obra;
− cimbres, andaimes etc.;
− gruas ou outros equipamentos auxiliares de construção.
6. Para além da ligação à terra acima referida, haverá que assegurar a continuidade eléctrica
entre os vários elementos de uma estrutura metálica; só assim se poderá garantir que a
ligação à terra interessa toda a estrutura;
7. As ligações a eléctrodos de terra e as ligações entre elementos de estruturas metálicas
devem ser feitas em cabo isolado com condutor multifilar de secção não inferior a 35 mm2
se o condutor for de cobre ou de secção electricamente equivalente se de outro material;

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Um isolador ligado a uma parte da instalação sob tensão, é considerada como sendo parte sob tensão.

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8. As ligações à terra serão feitas a eléctrodos de terra próprios e independentes dos circuitos
de terra das instalações fixas de tracção eléctrica da REFER;
9. Os eléctrodos de terra deverão obedecer ao estipulado nos artigos 156 a 158 do
Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão, não devendo a sua
resistência de terra ultrapassar o valor de 20 Ω.
10. A localização dos eléctrodos de terra e das valas que seja necessário estabelecer deverá ser
devidamente autorizada pela REFER;
11. As ligações à terra definitivas deverão ser objecto de prévia aprovação da REFER que
fiscalizará a sua montagem e o cumprimento das regras estabelecidas.
12. Os equipamentos auxiliares de construção deverão estar providos de limitadores de curso a
fim de:
− Ser garantido o cumprimento das medidas de segurança requeridas no parágrafo 3;
− Impedir o contacto com as instalações fixas de tracção eléctrica, no caso previsto no
parágrafo 2.
Nota: As medidas de segurança indicadas no capítulo 4, são exigências mínimas da REFER que
deverão ser tomadas em consideração pelo Empreiteiro responsável pela construção ou pelos
trabalhos, que poderá considerar as medidas complementares que entender necessárias.
São de total e inteira responsabilidade do Empreiteiro responsável pela construção ou pelos
trabalhos, a definição e a instalação das ligações à terra provisórias a montar no decorrer da
obra.

4.2. No respeitante às instalações


Deve ser feito com o devido cuidado o manuseamento e/ou a montagem provisória ou definitiva
de materiais ou elementos construtivos quando na proximidade do equipamento aéreo das
instalações fixas de tracção eléctrica, de modo a nunca por em perigo a própria instalação.
Todos os elementos fixos, quer constituintes da obra, quer auxiliares de construção, deverão
1
respeitar uma distância útil mínima de 50 cm em relação a qualquer elemento em tensão do
equipamento aéreo, admitindo-se a redução dessa distância para 40 cm no caso de construção
de tabuleiros de viadutos sobre o caminho de ferro.
A movimentação de pessoas nesses elementos fixos a distâncias da catenária inferiores a 2,5 m
pressupõe que a constituição desses elementos impede o contacto directo com o equipamento
aéreo.

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Um isolador ligado a uma parte da instalação sob tensão, é considerada como sendo parte sob tensão.

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Quando houver cabos enterrados, na proximidade da zona de trabalhos, que alimentem as


instalações fixas de tracção eléctrica, a REFER avisará o Empreiteiro ou Entidade responsável
pela execução da obra, delimitando e definindo as condições de segurança a respeitar durante a
execução dos trabalhos; após o referido aviso aplicam-se as mesmas determinações no
respeitante à responsabilidade que cabe ao Empreiteiro ou Entidade responsável pela execução
da obra, pelo incumprimento das indicações que a REFER lhe forneceu em devido tempo.

5. Atribuição de responsabilidades
A REFER declina toda e qualquer responsabilidade resultante do desrespeito das medidas indicadas
nos pontos anteriores, reservando-se ainda o direito de pedido de responsabilidade ou de
indemnização à Entidade responsável pela construção, pelos prejuízos ou danos que possam causar
quer nas instalações do caminho de ferro, quer em pessoas (público ou funcionários da REFER).
Para fixação dos períodos de trabalho, quando estes exijam cortes de tensão, deverão os interessados
entender-se por escrito (poderá ser utilizada outra via a definir na ocasião), prévia e oportunamente,
com o Órgão da REFER a que diz respeito a zona de trabalhos, ficando desde já assente que os
mesmos períodos serão definidos de acordo com as possibilidades de exploração da REFER .
Contudo, a execução dos trabalhos durante esses períodos pode, sem qualquer encargo ou
indemnização, ser cancelada pela REFER sem aviso prévio, se por qualquer motivo ela o entender
conveniente.
O corte de tensão será executado em conformidade com os regulamentos de segurança e as normas
estabelecidas na REFER, havendo um prévio acordo no local dos trabalhos entre os representantes do
Empreiteiro e da REFER quanto às medidas de segurança a adoptar.
Todas as despesas resultantes da utilização de pessoal ou de materiais da REFER devido à
colaboração desta nos trabalhos de construção, quer por imperativos de segurança ou outros, serão
da responsabilidade da Entidade construtora.
No decorrer de trabalhos de construção em obras a executar total ou parcialmente no domínio público
ferroviário, poderá, eventualmente, ser da conveniência da REFER ordenar a deslocação de técnicos
que fiscalizem a forma de como está a ser dada execução às directrizes por ela emanadas; contudo,
não há qualquer responsabilidade da REFER resultante de tal fiscalização.
Deverá a Entidade responsável pela construção possibilitar e facilitar a referida fiscalização.

- 5/5 -

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