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SELETIVIDADE
3 – Instrumental de Proteção 15
3.1.1 – Definição 15
3.1.2 – Classificação 15
4.1.1 – Introdução 33
4.1.2 – Generalidades 33
4.1.4 – As Funções 33
4.2 – Fusíveis 34
4.2.2 – Quanto a Operação dos Fusíveis, Eles Podem Ser Distinguidos em: 34
7 – Relés Térmicos 43
7.1 – Generalidades 43
8 – Proteção de Transformadores 44
9 – Proteção de Motores 47
10 – Proteção de Cabos 50
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1 – FILOSOFIA DE PROTEÇÃO DOS SISTEMAS
1.1 EXPLORAÇÃO DE UM SISTEMA DE ENERGIA ELÉTRICA
Em oposição ao intento de garantir economicamente a qualidade do serviço e assegurar uma
vida razoável às instalações, os concessionários dos Sistemas de Energia Elétrica defrontam-
se com as perturbações e anomalias de funcionamento que afetam as redes elétricas e seus
órgãos de controle.
Mesmo fugindo, por vezes, à condição ideal de realização da rede em malha, devido a razões
como a extensão territorial e o custo, deve-se tentar atingir os objetivos seguintes:
3
No cumprimento dessas missões ele deve:
Geradores 7% ou 1 falta/40 MW
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b) tempo médio de interrupção de fornecimento aos usuários, em período de 10 anos,
devido a tempestades, foi de 2,3 min/ano, devido ao total de defeitos, foi de 12
min/ano;
c) os defeitos fugitivos ou passageiros constituíram 95% dos casos totais, e desses, 85%
foram do tipo fase-terra.
É fácil verificar-se que para um sistema com boa coleta de dados estatísticos, devidamente
tratados, pode-se prever um sistema de proteção adequado, dentro de riscos razoáveis.
Voltaremos ao assunto quando da aplicação dos diversos dispositivos de proteção. No
entanto, é bom indicar que atualmente as falhas em um sistema elétrico podem distribuir-se,
aproximadamente, em:
1) operação normal,
2) prevenção contra falhas elétricas,
3) e a limitação dos efeitos devidos às falhas.
Sendo, pois, fútil – se não antieconômico – pensar-se em eliminar por completo as falhas,
segundo as estatísticas que apresentamos, providências devem ser tomadas no sentido de
prevenção e/ou limitação dos efeitos das falhas.
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- A limitação dos efeitos das falhas inclui:
limitação da magnitude da corrente de curto-circuito (reatores);
projeto capaz de suportar os efeitos mecânicos e térmicos das correntes de defeito;
existência de circuitos múltiplos (duplicata) e geradores de reserva;
existência de releamento e outros dispositivos, bem como disjuntores com suficiência
capacidade de interrupção;
meios para observar a efetividade das medidas acima (oscilógrafos e observação humana);
finalmente, freqüentes análises sobre as mudanças no sistema (crescimento e
desdobramento das cargas) com os conseqüentes reajustes dos relés, reorganização do
esquema operativo, etc.
Verificar-se, pois, que o releamento é apenas uma das várias providências no sentido de
minimizar danos aos equipamentos e interrupções no serviço, quando ocorrem falhas elétricas
no sistema. Contudo, devido à sua situação de verdadeira “sentinela silenciosa” do sistema,
justifica-se a ênfase do presente estudo.
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a perda de renda e o agastamento das relações públicas, enquanto o equipamento está
fora de serviço.
1) Em nenhum caso a proteção deve dar ordem, se não existe defeito na sua zona de
controle (desligamentos intempestivos podem ser piores que a falha de atuação);
2) Se existe defeito nessa zona, as ordens devem corresponder exatamente aquilo que se
espera, considerada que seja a forma, intensidade e localização do defeito.
Disso resulta que a proteção por meio de relés, ou o releamento, tem duas funções:
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Dentro dessa idéia geral, os chamados princípios fundamentais do releamento compreendem
(Fig. 1.2):
releamento auxiliar.
Por vezes há certas contradições na aplicação conjunta desses termos; assim, por exemplo, a
velocidade de operação dos relés pode ter que ser controlada devido a razões de coordenação
com a velocidade de operação de outros relés em cascata, etc.
diminuir o tempo total de não liberação de potência, durante a verificação de dano, etc.
Evidentemente, relés rápidos devem ser associados a disjuntores rápidos, de modo a dar
tempo de operação total pequeno. De fato, com o aumento da velocidade do releamento, mais
carga pode ser transportada sobre um sistema, do que resulta economia global aumentada
(evita-se, às vezes, a necessidade de duplicar certas linhas: ver Fig. 1.3).
k = I cc min/I pp,
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Fig. 1.3 Relacionamento da potência transmitida e velocidade do releamento
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EXERCÍCIOS
1 - Para cada uma das condições seguintes, e conforme esquema da Fig. 1.4, indicar quais
disjuntores devem atuar. Supor inicialmente que só a proteção remota ou distante atue.
Repetir o problema supondo que ambas as proteções, local e remota, sejam usadas.
a) Falta em f1 e o disjuntor
9 falha na abertura
b) Falta em f2 e falha do
relé diferencial de barra
c) Falta em f3 e o disjuntor
5 falha na abertura
d) Falta em f4 e o disjuntor
3 falha na abertura
Fig. 1.4
Há uma grande variedade de relés, atendendo ás diversas aplicações, porém eles podem ser
reduzidos a um pequeno número de tipos, didaticamente falando.
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Por motivos de projeto, o valor I deve ser limitado e assim, sempre que excede um valor
prefixado Ia (denominado corrente de atuação, de picape, de acionamento ou de operação do
relé), o circuito deve ser interrompido, por exemplo, pelo fornecimento de um impulso de
operação (Iap) enviado à bobina do disparador do disjuntor, ou pelo menos, ser assinalada
aquela ultrapassagem por um alarme (lâmpada, buzina).
Fe ~ KI2,
Por outro lado, existe a força da mola (Fm), opondo-se ao deslocamento da armadura.
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Graficamente, uma função I(t) pode mostrar o funcionamento do relé [Fig. 2.2(a)], a partir de
um instante (t1) em que a corrente de carga inicial (Ii) começa a crescer, atingindo após certo
tempo (t2) o valor da corrente de acionamento (Ia). Durante um intervalo de tempo (t3 – t2) o
disjuntor atua abrindo o circuito, com o que em (t3) a corrente começa a decrescer; ao passar
por (t4), onde Fe < Fm, o relé abre seu circuito magnético.
Verifica-se, pois, que para um relé atuar é preciso haver uma força residual:
Outros tipos de estruturas, algo mais sofisticadas, serão apresentadas adiante. No entanto, o
princípio básico de funcionamento dos relés é o acima descrito.
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b) ser tão rápidos (razões de estabilidade do sistema) o quanto possível,
independentemente do valor, natureza e localização do defeito;
c) ter baixo consumo próprio (especificação dos redutores de medida);
d) ter alta sensibilidade e poder de discriminação (a corrente de defeito pode ser inferior
à nominal, e a tensão quase anular-se);
e) realizar contatos firmes (evitando centelhamento e ricochetes que conduzem a
desgaste prematuro);
f) manter sua regulagem, independente da temperatura exterior, variações de freqüência,
vibrações, campos externos, etc.;
g) ter baixo custo. A título de comparação são dados valores tirados de uma proposta de
fabricante, em valores relativos;
Nas condições acima, obviamente, há aspectos contraditórios que devem ser considerados em
cada caso.
3 – INSTRUMENTAL DE PROTEÇÃO
3.1.2 CLASSIFICAÇÃO
- elétricas;
- mecânicas;
- térmicas;
- óticas;
- etc.
- corrente;
- tensão;
- potência;
- freqüência;
- pressão;
- temperatura;
- etc.
c) Quanto à construção:
- eletromecânicos;
- mecânicos;
- eletrônicos;
- estáticos;
- térmicos;
- etc.
d) Quanto à função:
- sobrecorrente;
- sobretensão;
- subtensão;
- direcional;
- diferencial;
- distância:
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- seqüência negativa
- freqüência;
- etc.
- C.A.(AC);
- C.C (DC).
- Principal : (Primária);
- Normalmente aberto;
(NA / NO)
a ou
- Normalmente fechados
(NF / NC) b ou
i) Quanto a aplicação:
Geradores
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- Máquinas Transformadores
Capacitores
Reatores
Conversores
- Etc.
j) Quanto a temporização:
Instantâneas – Serão considerados como tais, aqueles que possuírem o tempo de operação
inferior a 10 (mseg).
Obs.:
2 - São considerados relés de alta velocidade aqueles que possuem um tempo de operação,
compreendido entre 5 a 40 mseg.
Obs:
As várias famílias de curvas originadas para cada uma dessas características, são geradas a
partir de equações previstas nas normas ANSI C 37.90 para relés “Americanos” e BS – 142
ou ICE 255 para relés “Europeus”.
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Fazendo-se comparação mais direta entre essas duas normas, verifica-se pequena discrepância
entre as correspondentes características de operação desses relés. Esse fato exige que, quando
se pretende utilizar um desses relés num projeto, deve-se verificar nas curvas fornecidas pelos
fabricantes em seus manuais de instrução, se os valores encontrados são compatíveis com os
desejados.
Observar e fazer esta comparação para diversas curvas e em diversos tapes disponíveis no
relé, pois pode ocorrer coincidências de valores apenas parcialmente, entre os valores
medidos ou esperados e os apresentados nos catálogos do equipamento.
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Fig. 3.3 – Característica Tempo Inverso
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OBS.:
A Norma Brasileira ABNT, não possui ainda instruções específicas sobre as condições
operativas dos Relés de Proteção, de forma que recomendamos observarem as existentes nas
Normas ANSI ou IEC.
A ABNT não possui também uma normalização completa sobre, identificação, utilização e/ou
recomendações nas aplicações de relés de proteção. De forma que é muito usual encontramos
em projetos nacionais, relés representados pelas suas numerações ANSI ou até mesmo pelos
símbolos utilizados e/ou apresentados nas normas IEC, BS, VDE, JS, etc.
A norma IEC recomenda alguns símbolos, que já possuem boa penetração nas representações
encontradas em projetos e/ou esquemas de proteção, principalmente quando tal projeto está
vinculado ao fornecimento de equipamentos a ser efetuado por um fabricante europeu. Assim,
são comumente encontradas simbologias IEC tais como:
I >> - Sobrecorrente instantâneo
I> - Sobrecorrente temporizado
U> - Sobretensão
U< - Subtensão
Z< - Subimpedância
I - Corrente diferencial, etc.
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O valor de “Drop-out” ou “drop-off” ou de restabelecimento, corresponde ao valor da
grandeza que libera o relé para uma nova operação, ou seja, que restitua a posição inicial aos
seus contatos.
O valor do “Reset ratio” ou relação de rearme, corresponde a grandeza que mede a capacidade
de recomposição do relé. Matematicamente ela é dada por:
dro − out
R=
pick − up
Para relés eletromecânicos, este valor de R está compreendido em média entre: 65% < R <
92% enquanto que para relés estáticos, encontramos a faixa de 85% < R < 98%.
É uma unidade do relé capaz de sinalizar ou identificar a sua atuação. Normalmente é operada
por um sinal DC.
Esta tem a finalidade de manter atuado o relé, quando seus contatos principais caracterizam
uma atuação; esta unidade evita o efeito de reconhecimento dos contatos principais do relé.
Para alguns fabricantes, esta unidade vem acoplada a sinalização e são identificadas nos
diagramas de comando através de:
Ainda, devemos observar que esta unidade está em série com a bobina de abertura do
disjuntor e que portanto, poderá introduzir uma queda de tensão para esta bobina (TC = trip.
coil) podendo comprometer sua operação. Os valores de correntes e tensões envolvidos nestes
casos, devem ser rigorosamente analisados. Verificar esquemas de comando de abertura de
disjuntores, apresentados no CAP.
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3.6 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE RELÉS
a) Princípios da Indução Eletromagnética
Conceitual e construtivamente, este é um dos tipos mais simples de relés de proteção. Baseia-
se no princípio de funcionamento de um motor de indução, que recebendo uma tensão (ou
corrente) em seu enrolamento primário ou em sua bobina, cria um fluxo que se fecha pelo
núcleo, induzindo um torque eletromagnético em seu secundário, que usualmente é um rotor,
na forma de um disco, ou um tambor, etc.
Existem dois tipos básicos de relés que utilizam este princípio: Tipo Disco e Tipo Copo de
Indução.
No núcleo, existe uma pequena saliência, sobre a qual se coloca um anel curto-circuitado ou
em alguns casos, até mesmo uma bobina, chamada “bobina de sobreamento”, a qual tem a
finalidade de produzir uma defasagem entre os fluxos aí originados e que incidirão sobre o
disco. Esta defasagem é fundamental e é responsável pela existência da força elétrica que dará
origem ao conjugado magnético que acionará o disco e conseqüentemente colocando em
operação o relé.
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Conforme se pode ver, o disco está solitário a um eixo apoiado sobre um sistema de baixo
atrito, a este eixo está presa uma mola espiral, que desenvolve uma ação de restrição ao
movimento do disco, permitindo assim estabelecer uma condição de controle para a operação
do relé, isto é se ação magnética for maior que a força mecânica da mola, o disco gira e o eixo
deslocará um contato móvel (-) montado sobre si, até se encontrar com um outro fixo (+),
caracterizando a completa operação do relé.
Podemos encontrar ainda, um dispositivo em forma de um “dial” que regula a distância entre
as posições dos contatos móvel e fixo. Evidentemente, para um mesmo pulso de corrente ou
tensão, o tempo de fechamento dos contatos será maior ou menor, dependendo da distância
relativa entre eles; assim, esse dispositivo será um controlador do tempo de operação desses
relés e é chamado Dial de Tempo (D.T) ou Alavanca.
Um imã permanente na forma U, normalmente envolve parte do disco e atua sobre o mesmo
como se fosse um freio magnético permitindo um aumento ou uma redução na ação de
restrição ao seu movimento. É um recurso auxiliar utilizado na regulagem do relé.
φ = φm . cos ωt (1)
φ1 = φ m1 . cos ωt (2)
φ2 = φ m 2 . cos ωt (3)
dφ1
e1 = − (4)
dt
dφ 2 (5)
e2 = −
dt
e 1 dφ1 (6)
i1 = 1 = − ≈ ωφ m1 sen ωt
R R dt
24
e 1 dφ 2 (7)
i2 = 2 = − ≈ ωφ m 2 sen (ωt + α)
R R dt
E como no caso, conforme mostrado na figura a seguir, temos dois fluxos e duas correntes
distintas, então a força resultante será
FR = F2 - F1 = φ2 i1 - φ1 i2 (9)
FR ≈ ωφ m1 φ m 2 sen α (10)
o que nos mostra que esta força possui uma dependência da freqüência do sistema, ω = 2πf,
da intensidade dos fluxos induzidos sobre o núcleo φm1 φm 2 os quais são funções dos
valores das grandezas AC que alimentam o relé, tensão ou corrente e ainda, que ela somente
existirá se houver a defasagem α entre esses fluxos.
Evidentemente, esta força será responsável pelo torque magnético imposto ao disco que
contrabalançado com a ação Km total de restrição, permite escrever a equação de operação do
relé:
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(12)
T = K1' φ 2m − K m
Assim, se o relé considerado for de corrente, teremos uma bobina de baixa impedância,
possuindo vários TAPES, e que será conectada ao secundário de um TC que a alimentará com
uma corrente, a qual será responsável pela indução do fluxo φm e portanto, uma equação de
operação do relé de corrente, dada por:
T = K1 I 2 - K m (13)
e analogicamente, se o relé for de tensão, teremos uma bobina de alta impedância conectada
ao secundário de um TP, cuja tensão aplicada induzirá o fluxo φm e portanto obtendo uma
equação de operação similar a anterior, ou seja
T = K2 V2 - Km (14)
Importante é observar que em ambas equações (13) e (14), a grandeza de operação é derivada
do fluxo φm existente no núcleo e variável com o quadrado de seu valor. (Eq. 12).
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Há normalmente dois ajustes (Fig. 3.4):
Um típico relé de sobrecorrente é mostrado na Fig. 3.6 (tipo RSA, da CdC). Nele vêem-se
duas armaduras; uma delas recebe a bobina com os tapes de tempo inverso e a outra
corresponde à atuação instantânea do relé. Nesse modelo o disco gira continuamente, para a
corrente nominal; se há corrente de falta, uma peça metálica (armadura de embreagem) é
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atraída pela armadura da bobina e, com isso, engrena o quadro embreagem, contendo um
parafuso sem fim, com o setor dentado portador de uma haste que, ao subir, bate na palheta de
disparo, com o que fecham os contatos do relé. Se a corrente de defeito é muito violenta, um
ressalto de regulagem do elemento instantâneo atua diretamente sobre peça em balanço,
fechando os contatos do relé, sem temporização.
Verifica-se que, a partir da equação universal dos relés, pode-se mostrar que o conjugado (C)
de um relé de corrente é
c = k1 I 2 − K 2 ,
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ANEXO I
Nomenclatura Asa (American Standard Association)
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24 – Reservado para futura aplicação
35 – Dispositivo para operação das escovas ou para curto-circuitar os anéis do coletor (brush-
operting, or slip-ring short-circuiting device)
63 – Relé de pressão de nível ou de fluxo, de líquido ou gás (liquid or gaz pressure, level, or
flow relay)
65 – Regulador (governor)
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4 – FUNDAMENTOS DE COORDENAÇÃO PROTEÇÃO E
SELETIVIDADE
4.1 PROCEDIMENTO PARA ESTUDO DE SELETIVIDADE
4 .1.1 INTRODUÇÃO
4.1.2 GENERALIDADES
4.1.4 AS FUNÇÕES
- interrupção :
Devem ser capazes de interromper as correntes anormais (curto
circuito e sobrecarga) por ação independente da operação do sistema.
- Detetora :
Devem detectar convenientemente as condições anormais e comandar
a interrupção das mesmas.
- Manobra :
Além das funções principais de proteção, devem possibilitar a
mudança de configuração por ação da operação do sistema.
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4.2 – FUSÍVEIS
4.2.1 QUANDO A TENSÃO DE EMPREGO, OS FUSÍVEIS PODEM SER CLASSIFICADOS EM:
Os corta circuitos são dispositivos de interrupção que associados a elos fusíveis (elementos
sensores), executam a função de proteção. Eventualmente possuem dispositivos que permitem
manobras. Os elos fusíveis empregados nos corta circuitos de distribuição são os tipos K, T e
N. Nos de força, o tipo EF. Não é rígida esta divisão, havendo corta circuitos de força
destinados a circuitos de distribuição.
4.2.2 QUANTO A OPERAÇÃO DOS FUSÍVEIS, ELES PODEM SER DISTINGUIDOS EM:
- Limitador;
- Não limitador;
Os fusíveis limitadores se caracterizam por terem um tempo de atuação inferior a 0,5 ciclo
para correntes elevados, de modo a limitar o valor da corrente de defeito a valores inferiores à
corrente de curto circuito que existiria sem a sua presença.
34
Fig. 2.1
A figura 2.1 mostra a operação deste fusível atuando em aproximadamente 0,25 ciclo. Este
valor é geral, desde que a corrente disponível seja de valor próximo à sua capacidade de
interrupção. Um ponto importante a salientar é que quando maior for o tamanho do fusível
limitador mais tempo leva a interromper a corrente e assim, tanto menor será o efeito
limitador.
Com efeito, os maiores fusíveis fundem tão pouco antecipadamente na onda de corrente, que
o efeito limitador é virtualmente nulo, embora eles possam interromper o valor de 200.000
ampéres, VMQ simétrico, a eles atribuição. Portanto, devemos entender, não é qualquer
tamanho de fusível que pode ser usado para limitar o nível de curto circuito a um determinado
valor abaixo daquele que de outra forma deveria ser atribuído ao sistema. Qualquer que seja
esse desejado nível inferior, existe sempre um fusível com um certo valor máximo acima do
qual o efeito “limitador” será insuficiente. Isto se aplica a todos os fusíveis limitadores de
corrente disponível hoje em dia.
O efeito é obtido nos fusíveis de baixa tensão por efeito térmico que funde o elo. Alguns
fusíveis de média tensão conseguem este efeito por meio de sensores eletrônicos alimentados
por transformadores de corrente, que monitoram a derivada da onda de corrente, podendo
assim, com a corrente ainda baixa, se antecipar a comandar um explosivo que rompe o elo
fusível antes da corrente atingir o valor máximo.
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4.2.3 CURVAS CARACTERÍSTICAS
- curva “corrente x tempo mínimo de fusão” que, como o seu nome indica, relaciona a
corrente que circula no fusível como tempo mínimo para o qual ele funde, ou
“queima”, como se diz usualmente.
Fig. 2.2
- curva “corrente x tempo total para a extinção do arco”, que é obtida adicionando-se à
curva “corrente x tempo máximo de fusão” o tempo necessário para a completa
extinção do arco.
- Curva “corrente x tempo curta duração” que relaciona a corrente que circula no fusível
com o tempo máximo permissível para que este fique enfraquecido no caso de
sobrecargas de curta duração.
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4.2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
- não é de ação repetitiva, deve ser trocado a cada operação, e há a possibilidade de ser
substituído inadequadamente;
- pode ter sua característica alterada por uma corrente de defeito que foi insuficiente
para queimá-lo ou que foi interrompida antes por outro fusível;
Esses tipos de disjuntores em caixa moldada, possuindo elementos de disparo instantâneo, não
permitem obter um coordenação perfeita a não ser que, entre disjuntores consecutivos exista
37
uma impedância suficientemente elevada, que garanta níveis diferentes de correntes, para
curtos localizados logo após cada um desses disjuntores.
Modelos mais recentes destes disjuntores tem substituído o elemento térmico, sem ajuste e de
operação imprecisa, por sensores eletrônicos com elementos de longo tempo de operação
(STD), instantâneo com ou sem retardo e várias possibilidades de ajustes. Alguns modelos
dispõem ainda de fusíveis ainda de fusíveis limitadores associados ao disjuntor propriamente
dito, possibilitando a utilização destes dispositivos em locais de elevado de curto circuito.
- podem ser associados a dispositivos que permitam seu comando a distância ou seu
desligamento por ação de outras proteção.
- prestam-se ao uso conjunto com disjuntores secos tipo força, conseguindo-se plena
coordenação.
- aqueles que possuem fusíveis limitadores associados, são de forma que não permitem
a operação em duas fases. A queima de um fusível comando a abertura do disjuntor.
Uma restrição que convém ser salientada é os disjuntores de caixa moldada, sem retardo no
elemento instantâneo, não são compatíveis com o arranjo em cascata. Com efeito um disjuntor
deste tipo pode facilmente operar mais rápido que o disjuntor principal, sendo portanto
forçado a interromper toda a corrente de curto circuito disponível.
38
39
6 – DISJUNTORES SECOS DE BAIXA TENSÃO, TIPO FORÇA
6.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
São tensão (600 V) que envolvem correntes relativamente altas (200 a 4000 A), com nível de
curto circuito da ordem de 100 KA.
Os disparadores mais comuns, responsáveis pela deteção das sobrecorrentes ou curto circuitos
e comando da abertura do disjuntor, são dispositivos colocados em série com os contatos do
disjuntor e atuam por dupla ação magnética.
40
Características de Operação dos Disparadores
41
Disparadores Combinando LTD, STD e Instantâneo
Fig. 2.8
Neste último caso, para correntes entre I1 e I2 o disparador atuaria num tempo relativamente
longo segundo a característica LTD e finalmente para correntes superiores a I3 o disparador
atuaria instantaneamente (nas características instantâneas é costume indicar-se o tempo que o
disjuntor demora para interromper o arco).
Os disparadores são definidos pela sua “corrente nominal” que é a corrente máxima que
podem suportar em regime contínuo de funcionamento. Geralmente os disparadores (LTD)
são calibráveis entre 80% a 160% da corrente nominal. A percentagem de ajuste aplicada à
corrente nominal do disparador fornece-nos a “corrente de acionamento” que é o mínimo
valor de corrente necessário para o acionamento do mecanismo de abertura do disjuntor.
42
6.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREGO
Disjuntores deste tipo são freqüentemente utilizados na entrada de centros de controle de
motores (CCM), em quadros distribuidores de baixa tensão, na proteção secundária de
transformadores e outros menos usuais. As opções comuns ao uso são o emprego de chaves
fusíveis ou disjuntores em faixa moldada. A decisão sobre seu emprego deve ser tomada
considerando-se principalmente os seguintes fatores:
- confiabilidade desejada;
- flexibilidade requerida;
- seletividade;
- economia;
- instalações já existentes.
Como nos disjuntores em caixa moldada, novos modelos destes disjuntores tem substituídos
os disparadores pneumceletromecânico por sensores eletrônicos ligados a transformadores de
corrente que entre outras apresentam as seguintes vantagens:
- pode ser incorporado elementos de falta a terra ;
- a operação é mais precisa ou seja as faixa das características de operação são mais
estreitas;
- existem mais flexibilidade de ajuste ou seja, maior quantidade de ajustes permite
conseguir uma curva de operação mais aproximada da ideal.
- maior facilidade de mudança das características nominais dos sensores, quando houver
necessidade, por mudança da carga a ser protegida.
7 – RELÉS TÉRMICOS
7.1 Generalidades
Em motores de média e baixa tensão é bastante comum o emprego de fusíveis associados e
contactores e relés térmicos. É usual também o emprego de disjuntores secos em caixa
moldada como alternativa ao emprego de fusíveis. Em baixa tensão os relés térmicos podem
ser diretores. Diretos quando ligados diretamente no circuito de força e indiretos quando
ligados a transformadores de corrente.
O ponto ANSI pode ser tirado da tabela 3.1. As normas ANSI estabelecem valores máximos
de corrente de curto circuito simétrico, que os transformadores devem suportar, durante
determinados tempos.
Tabela 3.1
Impedância Icc Tempo (segundo)
5% 20 x corrente nominal 3
44
- Os dispositivos instantâneos de proteção, instalados no primário de um transformador,
não devem operar para corrente máxima que flui através do transformador, na
ocorrência de um curto circuito nos terminais do secundário (corrente de curto circuito
trifásico, subtransitória assimétrica máxima).
Esta corrente deverá ser obtida multiplicando a corrente simétrica subtransitória (I"d)
pelo fator de assimetria (função da relação X/R no ponto de defeito).
45
Fig. pag. 27
Na figura 3.2 mostramos em um gráfico tempo x corrente, as curvas de operação dos diversos
dispositivos de proteção e a curva térmica do transformador.
Convém salientar que os valores sugeridos de máxima corrente de acionamento (2,5 ou 4,0 ou
6,0 vezes a corrente de plena carga) não devem ser ultrapassados. Entretanto, quase sempre é
possível ajustar os dispositivos de proteção temporizados, para correntes acionamento
menores, melhorando-se desta forma a proteção desejada.
46
É bastante comum ajustarmos esses elementos para uma corrente de acionamento entre 1,2 e
1,5 vezes a corrente de plena carga do transformador.
9 – PROTEÇÃO DE MOTORES
Para proteção de motores elétricos, por dispositivos de proteção sensores de corrente
(consideradas no estudo de seletividade), observamos os seguintes critérios:
- disjuntores secos tipo força (se o motor for de B.T.) associados a relés térmicos.
Na figura 3.3 mostramos um motor conectado a uma barra. Para o motor em pauta,
escolhemos como proteção relés térmicos e fusíveis.
47
Fig. 3.3
48
Fig. 3.4
49
10 – PROTEÇÃO DE CABOS
Os dispositivos de proteção de um circuito, devem proteger além do equipamento alimento
pelo mesmo, os cabos utilizados como meio de transporte para a energia.
Assim sendo qualquer que seja o dispositivo detector de faltas utilizado, relé, disjuntor seco,
fusível, etc., o mesmo deve proteger também os cabos.
Os cabos isolados têm seus limites de aquecimento dados por linhas inclinadas no plano
tempo-corrente. Portanto, verificar a coordenação entre o dispositivo de proteção e o cabo, é
necessário que não haja interseção entre a e b, da figura 3.5., onde:
Como exemplo, tomemos o circuito da figura 3.5., protegido neste caso por relés. Vemos que
o cabo 1/0 não é protegido pelo relé. Será necessário efetuarmos a troca do cabo por outro da
bitola superior (no caso 3/0 AWG).
50
Fig. 3.5
- sobre e sub-tensão;
- sobre velocidade;
- perda de sincronismo.
Vários relés foram estudados e projetados, sendo os mesmos hoje em dia amplamente
aplicados, com a finalidade de proteger os geradores elétricos contra tais anormalidades de
funcionamento.
51
Os relés considerados na coordenação são os relés de sobrecorrente, normalmente com
retenção, considerados como de proteção de retaguarda.
Proteção de retaguarda:
É aconselhável que o grupo de relés do circuito do gerador inclua, também outros relés que
possam oferecer uma proteção de retaguarda ao mesmo, para faltas nos sistemas adjacentes,
isto é, tais relés deverão operar quando uma falta nesses sistemas (como por exemplo nas
barras) não eliminada pela ação dos próprios relés desses sistemas.
Ale, disso, na ausência de relés diferenciais para as barras, estes relés constituem a única
proteção contra faltas entre fases, nas barras.
Como função secundária, também poderão oferecer uma proteção de retaguarda para os relés
diferenciais do gerador.
Do que foi explicado, pode-se compreender que os relés usados para esta proteção de
retaguarda, deverão operar seletivamente com os relés existentes nos sistemas adjacentes.
Isto significa que nas centrais elétricas, eles deverão operar coordenados com os relés
utilizados nos circuitos de saída.
Em geral os relés de sobrecorrente de terra são calibrados para uma corrente de acionamento
muito menor do que as dos re lês de fase.
A corrente de curto circuito para a terra circulando no sistema poderá ser detectada por um
relé de sobrecorrente ligado ao circuito residual de três transformadores de corrente (veja
figura 3.10) ou no secundário de um transformador de núcleo em janela, através do qual
passam os três condutores de fases (veja figura 3.11). O último arranjo denominado “ground-
sensor é mais rápido que o primeiro pois não está sujeito aos erros dos transformadores de
corrente, portanto, é idealmente adaptado à proteção de circuito alimentadores. Os relés de
sobrecorrente, que ligados aos circuitos resituais de transformadores de corrente, quer usados
no esquema “ground-sensor”, podem ter características temporizadas ou instantâneas.
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Fig. 3.9
Fig. 3.10
53
Fig. 3.11
Consideremos, por exemplo, a subestação indicada na figura 4.2, e suponhamos que, para
um curto circuito em F, desejamos que o disjuntor A abra primeiro do que o disjuntor B.
Verificamos, pela figura, que a corrente máxima de curto circuito simétrica (I’) através do
disjuntor A será de 3000 ampéres, enquanto através de cada disjuntor será obtida se o
espaçamento entre as curvas características dos relés em A e B for de 0,4 segundos para as
condições da máxima corrente de curto circuito, conforme esquematizado na figura 4.3. O
valor de 0,4 segundos para as condições da máxima corrente de curto circuito, conforme
esquematizado na figura 4.3. O valor de 0,4 segundos é obtido da seguinte maneira:
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Fig. 4.1
55
Fig. 4.2
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considerado entre os pontos L e M conforme indicado na figura 4.5. Com efeito, em
termos de corrente de curto circuito trifásico, os relés em A e B “sentem” no mesmo
instante, para um curto entre duas fases em B, uma corrente de curto circuito igual a 1,0 e
0,87 respectivamente. A coordenação pode ser simplesmente feita coordenando a
característica do relé A com a característica do relé B deslocada, esta última, de 16%, em
corrente, para à corrente, para à direita.
Se prevalecer a relação 0,58, ou seja se o curo entre fases no circuito em B resultar que
um relé no circuito A sinta apenas 58% da corrente sentida por outro relé, n mesma fase,
em B a coordenação não será prejudicada já que, neste caso, o relé em B terá o seu
acionamento acelerado em relação aquele situado em A.
Fig. 4.4
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Fig. 4.5
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13 – COORDENAÇÃO DOS FUSÍVEIS COM RELÉS
Quando num sistema industrial, um fusível se encontra em série com um relé de
sobrecorrente, dois casos podem ocorrer:
No primeiro caso haverá uma operação seletiva entre estes dois dispositivos de proteção,
quando para um curto circuito F, o fusível opera primeiro que o relé de sobrecorrente ou,
exprimindo-nos de uma forma mais precisa, desde que o fusível queime antes que o disjuntor
abra. No segundo caso, será obtida essa seletividade desde que o disjuntor abra antes que o
fusível queime ou altere suas caracterísitcas.
Com efeito, neste último caso, se ocorrer um curto circuito no ponto F, circulará uma corrente
de curto circuito no fusível, sendo que o tempo máximo de operação do mesmo é fornecido
pela sua curva “tempo total para extinção do arco”.
Com efeito no caso de um curto circuito o relé deverá operar e o disjuntor disparar, de acordo
com o seu tempo de operação (que poderá ser de 8, 5, 4, 3 e 2 etc. ciclos).
Enquanto se processam essas duas operações o fusível não de verá ser afetado. Para isso, é
suficiente que a curva “tempo de curta duração” esteja acima da curva característica do relé
sobrecorrente acrescida do tempo de interrupção do disjuntor.
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