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PROTEÇÃO DE BARRAMENTO E PROTEÇÃO DE FALHA DE

DISJUNTOR

Versão 2 - 2012

CLIENTE

PROJETO DETALHE

CURSO DE PROTEÇÃO Proteção de Barras e Falha de Disjuntor


Direitos Reservados: Autor: Instrutor: Total de Páginas
Virtus Consultoria e Serviços Ltda. Paulo Koiti Maezono Paulo Koiti Maezono
47
CURSO DE PROTEÇÃO
BARRAMENTO E FALHA DE DISUNTOR

SOBRE O AUTOR

Eng. Paulo Koiti Maezono

Formação

Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969. Mestre
em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos obtidos em 1974
através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio em Sistemas Digitais de
Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC – Electric Power Development Co. de
Tokyo – Japão.

Engenharia Elétrica

Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de Controle e
Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de proteção, com ênfase
em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de desempenho.

Atualmente é consultor e sócio administrador da Virtus Consultoria e Serviços Ltda. em São Paulo – SP. A
Virtus tem como clientes empresas concessionárias, empresas projetistas na área de Transmissão de
Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle e supervisão.

Área Acadêmica

Foi professor na Escola de Engenharia e na Faculdade de Tecnologia da Universidade Presbiteriana


Mackenzie no período de 1972 a 1987. É colaborador na área de educação continuada da mesma
universidade, de 1972 até a presente data.

Foi colaborador do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da EPUSP – Escola


Politécnica da Universidade de São Paulo, de 1999 a 2002, com participação no atendimento a projetos
especiais da Aneel, Eletrobrás e Concessionárias de Serviços de Eletricidade.

Introdução e Índice 2 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO
BARRAMENTO E FALHA DE DISUNTOR

INDICE

1.  PROTEÇÃO DE BARRAMENTOS ...................................................................................................................... 4 


1.1  OBJETIVO ........................................................................................................................................................ 4 
1.2  MODOS DE PROTEÇÃO ................................................................................................................................. 4 
1.2.1  Proteção Remota ........................................................................................................................................... 4 
1.2.2  Proteção Local (Diferencial) ........................................................................................................................ 5 
1.3  CONFIGURAÇÃO DE BARRAS E ZONAS DE PROTEÇÃO........................................................................ 6 
1.3.1  Barra Simples ................................................................................................................................................ 6 
1.3.2  Barra Simples com Seccionamento ............................................................................................................... 6 
1.3.3  Barra Simples com Disjuntor de Seccionamento .......................................................................................... 7 
1.3.4  Barra Dupla .................................................................................................................................................. 8 
1.3.5  Barra Dupla com Barra e Disjuntor de Transferência ................................................................................. 9 
1.3.6  Barra Dupla com Seccionamento de Barras e Dois Disjuntores de Acoplamento ..................................... 10 
1.3.7  Esquema Disjuntor e Meio .......................................................................................................................... 11 
1.3.8  Esquema com Dois Disjuntores por Circuito .............................................................................................. 12 
1.4  O PROBLEMA DA SATURAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE CORRENTE .......................................... 13 
1.4.1  Descrição .................................................................................................................................................... 13 
1.4.2  Resposta de TC em condição normal, sem saturação ................................................................................. 16 
1.4.3  Resposta de TC com saturação devido a componente DC (simulado) ........................................................ 17 
1.4.4  REMANÊNCIA NO NÚCLEO DO TC ........................................................................................................ 18 
1.5  PROTEÇÃO DIFERENCIAL ......................................................................................................................... 22 
1.5.1  Conceito ...................................................................................................................................................... 22 
1.5.2  Proteção de Barras (87B) ........................................................................................................................... 23 
1.5.3  Proateção Diferencial do Tipo Simples Balanço de Corrente .................................................................... 24 
1.5.4  Proteção Diferencial do Tipo Percentual ................................................................................................... 25 
1.5.5  Proteção Diferencial de Alta Impedância ................................................................................................... 27 
1.5.6  Tipos de Proteção Diferencial quanto ao Modo de Instalação ................................................................... 29 
1.5.6.1  Instalação Centralizada ........................................................................................................................................ 29 
1.5.6.2  Instalação Distribuída .......................................................................................................................................... 31 
1.5.7  Conceito de Zona de Proteção .................................................................................................................... 33 
1.5.8  Conceito de “Check Zone” ......................................................................................................................... 34 
1.5.9  Configuração Dinâmica da Topologia........................................................................................................ 35 
1.5.10  Análise das Zonas de Proteção ............................................................................................................... 36 
1.5.10.1  Curto-Circuito na Barra de Transferência............................................................................................................ 36 
1.5.10.2  Curto-Circuito Externo ........................................................................................................................................ 39 
1.5.10.3  Curto-Circuito Interno na Barra P ....................................................................................................................... 41 
1.5.10.4  Conclusão ............................................................................................................................................................ 42 
2.  PROTEÇÃO DE FALHA DE DISJUNTOR ....................................................................................................... 43 
2.1  CONCEITO ..................................................................................................................................................... 43 
2.2  ESQUEMAS DE FALHA DE DISJUNTOR ................................................................................................... 45 
2.3  OPÇÕES DE APLICAÇÃO ............................................................................................................................ 47 
2.4  O SENSOR DE CORRENTE 50BF................................................................................................................. 48 

Introdução e Índice 3 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1. PROTEÇÃO DE BARRAMENTOS

1.1 OBJETIVO

A finalidade de uma proteção de barras ou de um sistema de barramentos é detectar curtos-


circuitos que possam ocorrer no ponto que, eletricamente, pode ser considerado como um nó
em um sistema elétrico de potência, desligando automaticamente os disjuntores que estejam
conectados a esse nó e somente esses.

Observa-se, portanto, que uma proteção de barramento tem os seguintes aspectos


importantes relativos à Proteção:

 Sensibilidade para detectar curto-circuito em barra.


 Seletividade para determinar o nó elétrico onde ocorre a falta.
 Estabilidade para faltas externas, mesmo com saturação de TC.
 Rapidez no desligamento dos disjuntores.

1.2 MODOS DE PROTEÇÃO

A proteção de barras pode ser feita através de dois modos distintos, quanto à filosofia:

 Proteção Remota
 Proteção Local

1.2.1 Proteção Remota

Nesta filosofia, a falta na barra é detectada pelas proteções de distância ou direcionais de


sobrecorrente das outras extremidades das linhas de transmissão que estão conectados
ao barramento, ou através das proteções de sobrecorrente dos transformadores que
estejam diretamente conectados a esse barramento.

A seletividade é obtida através de temporização. Isto é, as proteções dos terminais opostos


das linhas conectadas ao barramento atuam com um tempo equivalente ao tempo da
segunda zona das respectivas proteções de distância (0,5 s em média) ou um pouco maior
caso a proteção atuante é do tipo direcional de sobrecorrente, de fase ou de terra.

Trata-se de um modo econômico e aceitável de proteção, quando:

 O barramento em questão não seja um ponto significativo no Sistema Interligado, no


sentido de que um curto-circuito nessa barra, sendo eliminado com tempo entre 0,4 e
0,7 s, não traga conseqüências para o sistema, como por exemplo uma instabilidade.
Isto é, não deve haver risco em potencial de que isso venha a ocorrer.

Objetivo e Modos de Proteção 4 de 48


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 O barramento em questão não esteja localizado em um ponto do sistema (topologia da


rede), de tal modo que o uso de proteção remota leve ao desligamento de muitos
consumidores ou suprimentos quando de falta nesse barramento.

A figura a seguir ilustra o mencionado:

2a. Zona 2a. Zona


0,5 s 0,5 s

2a. Zona
Sobrecorrente 0,5 s
0,8 s
Curto-circuito

Figura 1-1 – Proteção Remota para Barra

1.2.2 Proteção Local (Diferencial)

A proteção local de barras é feita através da proteção diferencial (87B). Neste caso, para
qualquer curto-circuito na barra, a mesma é desconectada do sistema sem temporização
intencional.

O esquema de barramentos de uma subestação é feito com base em um determinado


índice de confiabilidade desejada para essa subestação. Assim sendo, diversas
configurações são possíveis.

A proteção diferencial deve discriminar o local da falta e desligar os disjuntores


estritamente necessários para isolar o ponto em curto-circuito.

Objetivo e Modos de Proteção 5 de 48


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1.3 CONFIGURAÇÃO DE BARRAS E ZONAS DE PROTEÇÃO

A seguir são apresentadas algumas das configurações típicas de barramentos, e comentários


sobre a proteção diferencial, com suas zonas de proteção.

1.3.1 Barra Simples

A figura a seguir mostra o esquema de uma barra simples.

Barra

Zona
Única

Figura 1-2 – Barra Simples e Zona de Proteção

Observa-se que há apenas uma zona de proteção delimitada por disjuntores. Neste caso,
utiliza-se uma proteção diferencial trifásica ou três monofásicas (uma por fase). É a
configuração mais simples possível numa subestação que exige proteção diferencial de
barras.

Nota-se que há um espaço, entre os TC’s dos circuitos e os respectivos disjuntores que é
chamada de zona morta. Para detecção de curto-circuito nesse ponto, apesar da baixa
probabilidade de sua ocorrência, há necessidade de esquemas ou lógicas específicas.
Trata-se de um problema comum na área de proteção.

1.3.2 Barra Simples com Seccionamento

A figura a seguir mostra um esquema de barramento, cuja barra simples é seccionada


através de seccionadora.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 6 de 48


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Barra A Barra B

ZONA A ZONA B Zona Única

Figura 1-3 – Barra Simples com Seccionamento

Para essa situação, tem-se uma única zona de proteção com a seccionadora fechada, e
duas zonas de proteção com a seccionadora aberta.

Uma proteção diferencial aplicada para proteção dessa barra simples (seccionada) deve-
se adequar (automaticamente) a essa possibilidade de operação com seccionadora aberta.

1.3.3 Barra Simples com Disjuntor de Seccionamento

A figura a seguir mostra um esquema de barramento, cuja barra simples é seccionada


através de disjuntor. Para essa situação, têm-se duas zonas distintas de proteção
delimitadas por disjuntores.

Barra 1 Barra 2

Zona A Zona B

Figura 1-4 – Barra Simples com Seccionamento por Disjuntor

Observa-se uma zona morta entre os TC’s e o disjuntor de seccionamento.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 7 de 48


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Neste caso, pode-se utilizar uma única proteção diferencial para o sistema, ou
alternativamente uma proteção para cada trecho (zona), cada proteção com os respectivos
TC’s delimitando a zona.

1.3.4 Barra Dupla

A figura a seguir mostra um esquema denominado “barra dupla”. Esse esquema possui,
sempre, um disjuntor de acoplamento de barras (que alguns denominam “paralelo de
barras”).

Barra 1

Barra 2

Disjuntor de
Acoplamento

ZONA A ZONA B

Figura 1-5 – Barra Dupla e Zona de Proteção

Nota-se que há, sempre, duas zonas distintas delimitadas por disjuntores.

Uma proteção diferencial (constituída de 01 ou mais relés) aplicada para proteção desse
barramento duplo deve adequar-se à configuração e ser seletiva para faltas em cada uma
das zonas.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 8 de 48


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1.3.5 Barra Dupla com Barra e Disjuntor de Transferência

A figura a seguir mostra um esquema de barramento com barra dupla e barra de


transferência, havendo adicionalmente um disjuntor de transferência (que pode substituir
qualquer dos disjuntores dos circuitos, no caso de manutenção desse último).

Barra 1

Barra 2

Bay de
Transferência
Disjuntor de
Acoplamento

Barra de
Transferência

Zona A Zona B
Barra 2 +
Transferência Barra 1

Figura 1-6 – Barra Dupla com Barra e Disjuntor de Transferência

Observa-se que esta situação é bastante semelhante à anterior, sendo que a Barra de
Transferência pode ser incluída na Zona A ou na Zona B, dependendo da barra à qual está
conectada na ocasião.

Uma proteção diferencial (constituída de 01 ou mais relés) aplicada para proteção desse
barramento duplo deve adequar-se automaticamente à configuração, dependendo da
posição das chaves seccionadoras. E deve ser seletiva para faltas em cada uma das
zonas.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 9 de 48


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1.3.6 Barra Dupla com Seccionamento de Barras e Dois Disjuntores de Acoplamento

A figura a seguir mostra um esquema de barramento relativamente complexo e oneroso.

Barra 1A Barra 1B

Barra 2A Barra 2B

Disjuntores de
Seccionamento

Disjuntor de Disjuntor de
Acoplamento Acoplamento

Zona A Zona B

Zona D Zona C

Figura 1-7 – Barra Dupla com Seccionamentos e Disjuntores de Acoplamento

Observa-se que há quatro zonas distintas de proteção, delimitada por disjuntores.

Uma proteção diferencial (constituída de 01 ou mais relés) aplicada para proteção desse
esquema de barras deve adequar-se automaticamente à configuração, dependendo da
posição das chaves seccionadoras. E deve ser seletiva para faltas em cada uma das
zonas.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 10 de 48


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1.3.7 Esquema Disjuntor e Meio

A figura a seguir mostra um esquema de barramento disjuntor e meio, geralmente utilizado


para sistemas de Extra Alta Tensão. Com a utilização de 0,5 disjuntor a mais por circuito,
atingem-se vários objetivos:

 Possibilidade de efetuar manutenção de disjuntor sem interrupção dos fluxos de


energia.
 Zonas distintas de proteção, com facilidade de aplicação de proteção diferencial.
 Sem interrupção dos fluxos de energia, mesmo falta em uma barra e desligamento dos
respectivos disjuntores.

Pode-se afirmar que é um esquema que EXIGE proteção diferencial para o pleno
aproveitamento de suas vantagens e do investimento adicional.

Barra 1

Zona A

Zona B

Barra 2

Figura 1-8 – Esquema Disjuntor e Meio

Observam-se duas zonas distintas de proteção delimitadas pelos respectivos disjuntores.

Pode-se aplicar uma proteção para cada zona, com os respectivos TC’s.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 11 de 48


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1.3.8 Esquema com Dois Disjuntores por Circuito

A figura a seguir mostra um esquema com dois disjuntores por circuito. É raramente
utilizado mas é possível encontrar esse esquema em sistemas de Extra Alta Tensão. No
Brasil existe na subestação de 500 kV da UHE Água Vermelha, nas interligações com
Furnas e Cemig.

Barra 2

Barra 1

ZONA A ZONA B

Figura 1-9 – Esquema com Dois Disjuntores

Evidentemente, todas as vantagens do esquema disjuntor e meio são aqui observadas e


também há duas zonas distintas de proteção delimitadas pelos respectivos disjuntores.

Pode-se aplicar uma proteção para cada zona, com os respectivos TC’s.

Configuração de Barras e Zonas de Proteção 12 de 48


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1.4 O PROBLEMA DA SATURAÇÃO DE TRANSFORMADOR DE CORRENTE

1.4.1 Descrição

O núcleo do transformador de corrente também pode saturar devido a duas condições:


 Presença de componente DC na corrente (sempre existe em maior o menor grau para
uma ou mais fases).
 Fluxo remanente no núcleo.

Em vista da presença de componente DC na corrente primária, há fluxo DC no núcleo do


TC em condição transitória, com possibilidade de saturação do mesmo. A saturação
causará uma não linearidade fazendo que a corrente secundária do TC não corresponda à
corrente primária, enquanto saturado.

O núcleo de um TC poderá, também, ter fluxo remanente após a ocorrência de correntes


elevadas, por exemplo. Do mesmo modo que ocorre num transformador de potência, isso
pode levar à saturação do núcleo.

A representação de um TC na sua forma mais simples é mostrada na figura a seguir,


referido ao lado secundário:

Ip Ip' TC Is
Ideal

Rs / n 2 Rc / n 2

Xm Imag

N1:N2
Ip
N2 / N1 = n

Figura 1-10 – Modelo matemático de um TC

Ip = Corrente primária.
Xm = Reatância de magnetização.
Imag = Corrente de magnetização (em condições normais desprezíveis).
Rs = Resistência da cablagem secundária
Rc = Resistência da carga ligada no TC (burden).
n = relação de espiras.

Saturação de TC 13 de 48
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Neste modelo estão desprezadas as reatâncias de dispersão do TC e as reatâncias do


lado secundário.

Como mencionado, pode haver deslocamento do eixo na corrente primária, que na sua
condição máxima pode ser expresso por:

Ip = Ip (sen t + e- t /  )
O fluxo no núcleo (circuito magnético) pode ser expresso aproximadamente por:

 = 108/N1 .  v.dt e v = ip (Rs / n2 + Rc / n2)


Analisando o efeito do transitório DC, considerando inicialmente que não haja saturação,
pode-se deduzir que:

AC = 108. (N1/N22).(RS+RC). (1/).cos t

DC = -108. (N1/N22).(RS+RC)..( e-t / )


Com os seguintes valores máximos:

AC_Máx = 108. (N1/N22).(RS+RC). (1/)

DC_Máx = -108. (N1/N22).(RS+RC).

A constante de tempo do sistema no ponto de curto circuito pode ser expressa por:

 = L/R = X / (2..f).R
Onde X e R são os valores equivalentes de impedância de curto-circuito.

Para um sistema de 60 Hz, temos:

Constante de tempo  DC_Máx / AC_Máx

0.150 (próximo à Geração extremamente forte) 57,2 x

0.05 18,8 x

0.04 15 x

0.01 3,8 x

Saturação de TC 14 de 48
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Considerando uma constante de tempo médio (comum) da ordem de 0,04 s, para um TC


transformar corretamente uma corrente primária deslocada, ele deverá ter uma tensão de
saturação igual ou superior a 15 x àquela necessária para transformar a componente AC.
Próximo a uma Geração extremamente forte, a situação piora, devido a grande valor da
constante de tempo.

Assim, é possível que haja TC completamente saturado em determinadas condições de


configuração e de curto-circuito.

Ainda sem saturação, analisando somente as componentes DC, tem-se a figura seguinte:

Ip Imag
Is'

Figura 1-11 – Componente DC da corrente, em um TC

Ainda sem considerar a saturação, haveria fluxo DC somado ao fluxo AC, conforme
figura a seguir:

Fluxo

Figura 1-12 – Desenvolvimento do Fluxo no núcleo do TC considerado sem saturação

Saturação de TC 15 de 48
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E a corrente de magnetização correspondente seria algo como:

Imag

Figura 1-13 – Corrente de magnetização do TC considerado sem saturação

Mas, se o núcleo pode não desenvolver o fluxo (no caso de ocorrer DC_Máx / AC_Máx,
superior ao limite superior do TC), o mesmo pode saturar.

1.4.2 Resposta de TC em condição normal, sem saturação

Para fins de ilustração, mostra-se na figura a seguir um TC transformando corretamente


uma corrente primária.

RESPOSTA DO TC PARA CORRENTE PRIMÁRIA NÃO DESLOCADA

4
2
Iprim / 400 A

-2

-4
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2
Satura com 10 p.u.)

1
P.U. de Fluxo (TC

0.8

0.4

-0.4
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2

Figura 1-14 – Resposta de TC sem Saturação – Simulado

Saturação de TC 16 de 48
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1.4.3 Resposta de TC com saturação devido a componente DC (simulado)

Ainda para fins de ilustração, mostra-se na figura a seguir um TC com característica 10x
com corrente primária deslocada de modo que se teria DC_Máx / AC_Máx, superior a
10x. Neste caso, há saturação e a corrente secundária não corresponde à corrente
primária. Lembrar também que, caso haja fluxo remanente no núcleo (“imantação”), o
problema da saturação pode ser agravado.
Saturação de TC - Corrente Primária x Secundária

6
Iprim / 400 A

-2
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Tempo (s)
15
P.U. de Fluxo no TC

10

-5
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Tempo (s)

Figura 1-15 – Resposta de TC com Saturação - Simulado

Importante notar que existe um tempo desde o início da corrente de curto-circuito, até que
o TC sature (por exemplo, 5 a 10 ms).

A figura a seguir procura ilustrar teoricamente um caso de componente DC em TC, com


períodos de saturação e não saturação do núcleo..

Iprim e Isec

fluxo transitório prospectivo


(o que seria, sem saturação)
fluxo

nível de saturação

fluxo real

fluxo em regime

Figura 1-16 – Resposta de TC com Saturação – Simulado

Saturação de TC 17 de 48
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1.4.4 REMANÊNCIA NO NÚCLEO DO TC

Remanência ou Magnetização Residual no núcleo do TC é causada por faltas (correntes


com componentes DC) e podem chegar a 80% do nível de saturação da Densidade do
Fluxo desse TC, dependendo do tipo do núcleo e das condições de fluxo no momento da
interrupção da corrente pelo TC.

Pode ser causa também por qualquer ensaio que exija circulação de corrente contínua pelo
enrolamento do TC (por exemplo, medida da resistência secundária por ponte resistiva ou
multímetro, ou ensaio de continuidade).

Uma vez estabelecida, essa remanência permanece até a próxima ocorrência de falta de
intensidade através do TC.

A figura a seguir mostra TC tipo toroidal de janela, barra ou bucha, com alto grau de
remanência, caso construído com núcleo sem entreferro:

Figura 1-17 – TC toroidal de janela, barra ou de bucha

A figura a seguir mostra o gráfico B-H de histerese de um TC. Os pontos que cruzam o eixo
vertical mostram a máxima remanência possível:

Figura 1-18 – Curva de Histerese de um TC

O nível de remanência é medido como % entre o Brmax e o Bmax:

Kr = 100 x (Br/Bmax)
Bmax é o máximo fluxo desenvolvido no TC.

Saturação de TC 18 de 48
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Br é o máximo de fluxo residual possível.

O Kr pode ser reduzido utilizando núcleo com entreferro.

NORMA IEC

Estabelece TC’s do tipo TPZ ou TPY como aqueles com ENTREFERRO, com Kr < 10%
Estabelece TC do tipo TPX como aquele sem entreferro, com Kr chegando a 80%.

A figura a seguir mostra as características desses núcleos:

Figura 1-19 – TC’s TCX, TCY e TCZ

NORMA ANSI

Não possui classificação como na IEC. Mas menciona “GAPPED CORE CT”, como aquele
com entreferro.

REMANÊNCIA

A figura a seguir mostra o mecanismo da remanência:

Saturação de TC 19 de 48
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Figura 1-20 – Fluxo remanente Br devido a Corrente de Curto-Circuito no TC

A figura a seguir mostra como um TC de alta remanência pode saturar com mais facilidade:

Figura 1-21 – Maior Fluxo Remanente no TC sem entreferro no núcleo.

Uso de TC’s (tipo de núcleo):

Saturação de TC 20 de 48
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Para sistemas com alto X/R de curto-circuito, deve-se usar TC’s de PROTEÇÃO com núcleos
com entreferro (tipo TPY ou TPZ na norma IEC ou “Gapped Core” na norma ANSI). Para
sistemas de subtransmissão ou distribuição a exigência é menor.

Sistemas com alto X/R: sistemas AT e EAT (tensão igual ou superior a 230 kV), usinas
geradoras.

Mesmo para TC’s de bucha, caso sistema de EAT (TC’s de bucha de ATRs, TRs, Reatores) é
altamente desejável núcleos TPY. Para TC’s de bucha de geradores também é altamente
desejável em qualquer nível de kV.

Saturação de TC 21 de 48
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1.5PROTEÇÃO DIFERENCIAL

1.5.1 Conceito

Na proteção de sistemas elétricos de potência, uma das funções mais utilizadas na


proteção de equipamentos, máquinas, barras ou na proteção de linhas é a função
DIFERENCIAL. Como o próprio nome indica, seu princípio de funcionamento baseia-se
na comparação entre grandezas (ou composição de grandezas) que entram no circuito
protegido e grandezas de mesma natureza que saem do circuito protegido.

Equipamento, Máquina, Barra


ou Circuito Protegido
Grandezas ou Grandezas ou
composição de composição de
grandezas que grandezas que SAEM
ENTRAM

Função
DIFERENCIAL

Comparação das Grandezas segundo


critério estabelecido pelo princípio de
medição

Dentro de uma mesma SE: Entre Subestações:

- Cabos de cobre - OPLAT


- Fibra óptica - Microondas (rádio)
- Fibra óptica / dielétrico
- Fio Piloto
- OPGW

Figura 1-22 – Princípio da Proteção Diferencial

No caso de se apurar diferença entre grandezas comparadas, descontando-se os


aspectos esperados das condições de contorno como erros de TC´s, defasamentos
angulares e diferenças de potencial entre os lados comparados, pode-se concluir quanto
à existência de anormalidade no componente protegido.

A função DIFERENCIAL é utilizada na proteção de transformadores, equipamentos de


compensação reativa, máquinas rotativas, sistemas de barramentos, cabos e linhas de
transmissão.

Falha de Disjuntor 22 de 48
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1.5.2 Proteção de Barras (87B)

Os seguintes são os requisitos básicos para uma proteção diferencial de barras:

 Deve considerar os efeitos de erros de precisão nos TC’s utilizados para conexão da
proteção.

 Preferencialmente não deve exigir TC’s com características especiais, diferentes


daqueles comumente aplicados em sistemas de AT e EAT.

 Deve manter a estabilidade (não atuar) para curto-circuito externo à área protegida,
mesmo com saturação de TC.

 Deve ter rápida atuação para curto-circuito interno (zona de proteção), mesmo para
aquelas faltas de baixa corrente.

 Deve ser seletiva quando às zonas de proteção, conforme mostrado anteriormente


para barras simples e duplas, com ou sem barra de transferência, adaptando-se
automaticamente à topologia do esquema de barramento.

 Deve ter concepção adequada para minimizar o risco de atuações acidentais (muito
importante).

A proteção considera todos os terminais que chegam ou saem da barra ou do sistema de


barramentos, adquirindo os valores respectivos de corrente através de TC’s, que estão
todos no mesmo nível de tensão.

Eletricamente o sistema de barramento corresponde a um nó e a proteção diferencial faz


a verificação de “Kirschoff” para ver sé há falta interna ou não.

Para a maior parte das proteções convencionais, a preferência é que todos os TC’s
tenham a mesma relação de transformação. Para relés numéricos de tecnologia digital
pode-se fazer o condicionamento dos dados de cada TC e há muita flexibilidade quanto a
este aspecto.

Além disso, as proteções numéricas possuem recursos para aumentar a confiabilidade


contra atuações acidentais e correta atuação mesmo com TC saturado.

Falha de Disjuntor 23 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.3 Proateção Diferencial do Tipo Simples Balanço de Corrente

Uma proteção que utilizasse um simples relé de sobrecorrente para medir a corrente
diferencial seria chamada de “simples balanço de corrente”. A corrente diferencial seria
a soma de todas as correntes medidas com base numa referência única (polaridades
coerentes):

IDiferencial = ∑(IA + IB + IC + .... IX)

Observa-se que mesmo em condições normais de carga, sem curto-circuito, haveria


corrente diferencial devido a erros nos TC’s. Chamando de IA a corrente que “entra”
num trecho protegido e IB a corrente que “sai”, a corrente diferencial (Id) seria:

Equipamento ou
Área Protegida
Carga ou
Curto Externo

ID= Existe, devido a


erro de TC

Figura 1-23 – Corrente Diferencial

Em condição normal de carga, o erro pode não ser muito grande, mas numa condição
de curto circuito, esse erro seria amplificado.

Assim, esse relé de sobrecorrente que mediria ID teria que ser ajustado com um valor
relativamente alto, o que impediria que a proteção tivesse sensibilidade para curtos
internos de baixa corrente.

Esse esquema de simples balanço de corrente foi tentado apenas nos primórdios da
tecnologia de Proteção (primeira metade do século 20), ou adotado apenas em
esquemas improvisados na falta de outros melhores.

No Brasil existem, ainda, subestações muito antigas que utilizam esse tipo de esquema
(Média Tensão / Tensão de Distribuição).

Falha de Disjuntor 24 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.4 Proteção Diferencial do Tipo Percentual

O chamado princípio “diferencial percentual” tem a finalidade de permitir uma proteção


sensível para curtos-circuitos internos à área protegida, apresentando, ao mesmo
tempo, uma boa estabilidade para curtos-circuitos externos, mesmo com erros de
transformação nos TC’s (em condição de curto pode chegar a 10% cada TC). O
princípio está ilustrado na figura a seguir:

Equipamento ou
Área Protegida
Carga ou
Curto Externo

IA IB
Re strição  I A  I B

r r
o
ID
Operação   I A  IB 

Figura 1-24 – Princípio da Função Diferencial Percentual

As correntes |IA| + |IB| no circuito de restrição (r) tendem a RESTRINGIR a atuação do


relé. A corrente diferencial (IA + IB) pelo circuito de operação (o) tende a OPERAR o
relé e é ajustado num valor percentual com relação à restrição.

Para um curto externo, com grande corrente diferencial, a restrição também seria
grande, com o valor percentual da corrente diferencial não atingindo o valor de atuação.
Para um curto interno, a restrição continuaria grande, mas percentualmente a corrente
diferencial seria grande, e a proteção atuaria.

O esquema acima foi desenhado para uma “barra” com dois circuitos e com uma
representação eletromecânica, apenas para mostrar o princípio. As modernas
proteções numéricas também utilizam, amplamente, o princípio diferencial de
“Operação vs. Restrição”, sobre um valor percentual ajustado.

O módulo da soma das correntes seria a corrente de Operação e a soma dos


módulos da corrente seria a corrente de Restrição. Num gráfico, teríamos:

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BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

ID
Operação Zona de
Operação

Zona de
Restrição
ID_Mínima

Restrição

Figura 1-25 – Característica da Proteção Diferencial Percentual

Em condição onde há possibilidade de saturação total de um TC (por exemplo, em


sistema de EAT próximo a grande SE Geradora), uma proteção diferencial percentual
sem maiores recursos para detectar essa condição de saturação poderia apresentar
problema de estabilidade.

Nos relés digitais, foram implementadas medidas especiais para detecção da


saturação.

Na proteção diferencial percentual são importantes dois ajustes:

ID_Minima

Mínima corrente diferencial de atuação que pode ser expressa em % do TC que


representa a RTC do conjunto – é adotado TC de maior relação de transformação.

Esse ajuste varia (na prática) entre 0,45 e 1,00 I/Inominal do TC, dependendo do valor
total de curto circuito na barra.

ID_Alarme TC

Mínima corrente diferencial que pode ocorrer em condição de carga, com secundário do
TC aberto. Quando um secundário do TC abre, a corrente diferencial teórica será a
corrente de carga que existia no secundário aberto.

Como a carga pode ser mínima, esse ajuste deve:

 Ser menor (bem menor) aque a corrente diferencial mínima de atuação.


 Ser maior que erros esperados de TC, mesmo em carga pesada.

Como os erros esperados em carga são da ordem de 1 a 3% do valor nominal do TC a


plena carga, o ajuste deve ser superior a isso.

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BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Um ajuste superior a 5% (acima da faixa de erros do TC) e inferior a 10% do TC é


adequado.

1.5.5 Proteção Diferencial de Alta Impedância

A chamada proteção de “alta impedância” é indicada onde há possibilidade de


saturação completa de TC e se deseja, mesmo assim, estabilidade da proteção
diferencial para curto-circuito externo à área protegida.

Seu princípio de funcionamento se baseia nas seguintes premissas:

 Quando um TC está totalmente saturado, o seu circuito secundário pode ser


representado por um valor resistivo, sem imposição de corrente pelo seu lado
primário.

 A corrente diferencial resultante da situação percorre o circuito diferencial e também


o circuito secundário desse TC saturado.

Nessas condições, haveria uma divisão de corrente, em circuitos resistivos. A figura a


seguir ilustra o mencionado:

CURTO
EXTERNO

Divisor de
corrente

ID

V R
Ajustável

Secundário de
TC totalmente
Saturado

R do
secundário do
TC

Figura 1-26 – Princípio da Proteção de Alta Impedância

Instala-se uma resistência ajustável no circuito diferencial, de modo que a tensão


através desse circuito diferencial tenha um determinado valor para um TC totalmente
saturado como mostrado na figura.

Se a proteção for ajustada para operar com valor de I para que a tensão através do
circuito diferencial seja > V, então ela será estável para curto externo, mesmo com

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

um TC totalmente saturado. Para ajuste dessa proteção há necessidade de se


conhecer:

 Valor das resistências dos cabos secundários dos TC’s até a proteção (adota-se a
maior resistência).

 Valor da resistência do secundário do TC (valor de fábrica).

 “Burden” (carga) imposta pelo relé.

Para curto interno à área protegida, a possibilidade de saturação de TC é mínima.


Então haverá grande corrente diferencial e a tensão através do circuito diferencial será
sempre maior que o V ajustado.

Esse tipo de proteção é muito utilizado para proteção de barras que não exija
adequação para várias configurações de seccionadoras e barras. Isto é, é utilizado para
barramentos dos tipos “disjuntor e meio” , “Dois Disjuntores” e “Barra Simples com
Disjuntor de Seccionamento (com TC’s)”, sendo uma proteção (trifásica ou três
monofásicos) para cada zona de proteção.

As seguintes proteções, por exemplo, são de alta impedância:

 Proteção 7VH80 e 7VH83 da Siemens.


 Proteção SEL587Z da Schweitzer

 Proteção P72x da Schneider

Falha de Disjuntor 28 de 48
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BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.6 Tipos de Proteção Diferencial quanto ao Modo de Instalação

Há dois tipos básicos de proteção de barras no que se refere ao modo de instalação:

 Proteção com Instalação Centralizada


 Proteção com Instalação Distribuída

1.5.6.1 Instalação Centralizada

A figura a seguir mostra o conceito de instalação centralizada de proteção diferencial.


De barras. Trata-se do conceito que era utilizado antes mesmo do advento da proteção
com tecnologia digital.

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BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Casa de Relés
Painel de Proteção
Diferencial de Barras.

Relés de Proteção de
Barras

Cablagem de
Cobre

Figura 1-27 - Princípio da Instalação Centralizada

Nota-se que há ampla utilização de cabos de cobre, seja para TC’s e TP’s como
também para comando e controle de disjuntores e seccionadoras, o que pode ser
bastante oneroso para instalações amplas e complexas, com grandes distâncias
envolvidas.

Há também o aspecto da interferência eletromagnética em cabos de controle, que


podem percorrer grandes distâncias e que sempre são considerados nos projetos de
cablagem.

A utilização de cabos de cobre implica também no uso de painéis de interligação, sejam


no pátio da subestação ou na casa de relés.

Entretanto, para proteção não complexa (tipo barra simples ou barras de esquema
disjuntor e meio), esses aspectos relacionados à instalação centralizada podem não ser
considerados como desvantagens, pelos custos envolvidos em outros itens.

As seguintes proteções, por exemplo, são para instalação centralizada:

 Proteção P740 (P741, P742/3) da Schneider


 Proteção 7SS60 da Siemens.
 Proteção SEL487B da Schweitzer..

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.6.2 Instalação Distribuída

A figura a seguir mostra o conceito de instalação distribuída de proteção diferencial de


barras. Trata-se de conceito que só foi possível implementar com o advento da
tecnologia digital microprocessada e comunicação por fibras ópticas.

UNIDADE
CENTRALIZADA

Sala de Controle
FIBRA ÓPTICA
Painel de Proteção
Diferencial de Barras.

Unidade Unidade Unidade Unidade Unidade


de Bay de Bay de Bay de Bay de Bay

CABLAGEM
COBRE

Figura 1-28 - Princípio da Instalação Distribuída

Nesse tipo de instalação, a aquisição de dados analógicos e cabos de controle de cobre


percorrem distâncias relativamente curtas, uma vez que os painéis de aquisição são
instalados no pátio, junto aos bays respectivos.

A digitalização é feita localmente através das chamadas “Unidades de Bays”, com toda
“inteligência” local já incorporada. Isto e, todo processamento possível de ser feito
apenas com os dados locais, é feito nessa unidade de bay. Assim sendo, não apenas a
instalação é distribuída como também o processamento é distribuído, o que contribui
para a rapidez da proteção.

Toda conexão entre os painéis de pátio e a “Unidade Central” da proteção é feita


através de fibra óptica, eliminando os efeitos da interferência eletromagnética nessas
conexões.

Falha de Disjuntor 31 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

A topologia do sistema de barramento, a cada instante, é adquirida através das


Unidades de Bay (estados de seccionadoras e disjuntores respectivos) e as lógicas de
desligamento dos disjuntores da zona de proteção onde se localiza a falta é feita em
conjunto com a Unidade Central que recebe dados de todas as unidades
descentralizadas, sendo tudo feito digitalmente.

Geralmente a Unidade de Bay incorpora também as seguintes funções adicionais,


opcionais ou não, dependendo do fabricante:

 Função de Falha de Disjuntor, sendo que as lógicas de desligamento de disjuntores


e transferência de sinais de disparo podem estar na Unidade Central. Essa
incorporação pode trazer economia de escala.

 Função de sobrecorrente.

 Função de proteção para zona morta (“end fault”)

 Outras.

As seguintes proteções, por exemplo, são para instalação distribuída:

 Proteção P740 (P741 + P742/3) da Schneider


 Proteção 7SS522 + 7SS523 da Siemens.
 Proteções REB670 e REB500 da ABB.
 Proteção B90 da GE

Falha de Disjuntor 32 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.7 Conceito de Zona de Proteção

Numa proteção diferencial, denomina-se zona de proteção (“Bus Zone”) toda região do
barramento delimitada por medição de corrente (TC’s). cuja soma de correntes é zero em
condições normais de carga ou curto-circuito externo.

Figura 1-29 - Zonas de Proteção

Dependendo do modelo do relé, essa delimitação de zonas é feita por fase, considerando
entradas monofásicas de todas as correntes envolvidas:

Figura 1-30 - Zonas de Proteção Discriminadas por Fase

Há disponibilidade de N zonas de proteção e se utiliza conforme necessidade que


depende da topologia do barramento.

Falha de Disjuntor 33 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

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1.5.8 Conceito de “Check Zone”

Numa proteção diferencial, denomina-se zona de abrangente (“ CHECK ZONE”) uma


zona que abrange todo o barramento da subestação, independente da existência de
disjuntor de acoplamento de barras (“tie”) ou entre barras. Essa zona que soma as
correntes que entram e saem da SE como um todo chama-se “check zone”.

Ela existe para garantir seguranção à proteção de barra como um todo. Para o curto na
barra 1 por exemplo, deve atuar função daquela zona e também o check zone. Caso atue
apenas zona expecífica sem o check zone, é sinal de problema:

Figura 1-31 - Conceito de Check Zone

Há situação que não há necessidade de ativar “check zone”, uma vez que a zona de
proteção coincide com o check zone. Caso de barra simples sem “tie”:

Figura 1-32 - Check Zone Desnecessária

Falha de Disjuntor 34 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.9 Configuração Dinâmica da Topologia

Dependendo da posição de chaves seccionadoras em alguns tipos de barramentos, um


TC pode estar em uma zona (por exemplo Barra 1) ou em outra zona (por exemplo Barra
1). Assim sendo, não é possível fixar de anteção a qual zona um determinado TC de uma
unidade de bay pertence.

As proteções possuem recursos que, dependendo da posição das seccionadoras, aquele


TC (unidade de bay) deva ser dirigido a uma determinada zona. Um exemplo simples é a
configuração com barramento principal e transferência, com disjuntor “tie”:

Figura 1-33 - Barra Dupla / Transferência

Falha de Disjuntor 35 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Dependendo da posição das seccionadoras X ou DP, cada TC (unidade de bay) estará


configurada para a zona de proteção Barra P (secc. X fechada) ou Barra T (Secc. DP
fechada).

1.5.10 Análise das Zonas de Proteção

O objetivo deste capítulo é caracterizar as zonas de proteção da proteção de barras da


figura anterior. Isto é, buscar subsídios para determinar a quantidade de barras que
devem ser parametrizadas para a proteção.

- Todos os TC’s estão posicionados no lado da linha.


- O disjuntor de transferência possui TC’s e está equipado com uma unidade de
posição específica.

1.5.10.1 Curto-Circuito na Barra de Transferência

Disjuntor de Transferência, substituindo um disjuntor do ATR.

A situação seria a mostrada na figura a seguir:

Figura 1.34 – Falta na Barra de Transferência, com o disjuntor de transferência substituindo


disjuntor do ATR.

Falha de Disjuntor 36 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Deverão estar habilitadas todas as unidades de posição, inclusive a do disjuntor de


transferência.

Desde que sejam utilizadas as imagens das seccionadoras, a situação seria a seguinte:

Barra P

Unidade de posição da LT M1 = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT M2 = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT F = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT Y = ativada (X fechada)

Unidade de posição do disj. de transferência = ativada (Barra 1: Direta, X e Y fechadas)

Falta: “EXTERNA”

Barra T

Unidade de posição do ATR = ativada para Barra P (BP fechada)

Unidade de posição do disj. de transferência = ativada (Barra 2: inversa, X e Y fechadas)

Falta: “INTERNA”. Falta localizada na Zona de Proteção “Barra T”.

Haverá abertura do disjuntor de transferência substituindo o disjuntor do ATR. Haverá


abertura do disjuntor do outro lado do ATR (por projeto).

Com o fechamento da seccionadora BP, a proteção deve entender que o bay do TFA
estará conectado na Barra T.

Falha de Disjuntor 37 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Disjuntor de Transferência, substituindo um disjuntor do Bay M1:

A situação seria a mostrada na figura a seguir:

Figura 1.35 – Falta na Barra de Transferência, com o disjuntor de transferência substituindo


disjuntor da LT M1.

A situação seria semelhante, com falta “EXTERNA” para a Barra P e interna para a Barra
T.

Haverá abertura do disjuntor de transferência substituindo o disjuntor da LT para M1.


Deverá haver TDD para outra extremidade da LT (por projeto).

Com o fechamento da seccionadora BP, a proteção deve entender que o bay M1 estará
conectado na Barra T.

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.10.2 Curto-Circuito Externo

Substituindo um disjuntor do ATR

Ocorrerá uma situação conforme mostrada na figura a seguir:

Figura 1.36 – Falta Externa (LT M1), com o disjuntor de transferência substituindo disjuntor do
ATR.

Deverão estar habilitadas todas as unidades de posição, inclusive a do disjuntor de


transferência.

Desde que sejam utilizadas as imagens das seccionadoras, a situação seria a seguinte:

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Barra P

Unidade de posição da LT M1 = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT M2 = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT F = ativada (X fechada)

Unidade de posição da LT Y= ativada (X fechada)

Unidade de posição do disj. de transferência = ativada (Barra 1: Direta, X e Y fechadas)

Falta: “EXTERNA”

Barra T

Unidade de posição do ATR = ativada para Barra P (BP fechada)

Unidade de posição do disj. de transferência = ativada (Barra 2: inversa, X e Y fechadas)

Falta: “EXTERNA”. Falta localizada fora da Zona de Proteção “Barra T”.

Não há atuação da Proteção Diferencial de Barras.

Com o fechamento da seccionadora BP, a proteção deve entender que o bay do TFA
estará conectado na Barra T.

Falha de Disjuntor 40 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

1.5.10.3 Curto-Circuito Interno na Barra P

Ocorrerá uma situação conforme mostrada na figura a seguir:

Figura 1.37 – Falta Interna na Barra P em situação normal.

Deverão estar habilitadas todas as unidades de posição.

A unidade do disjuntor de transferência estará desativada (X e/ou Y abertas).

Desde que sejam utilizadas as imagens das seccionadoras, a situação seria a seguinte:

Falha de Disjuntor 41 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Barra P

Unidade de posição da LT M1 = ativada (X fechada)


Unidade de posição da LT M2 = ativada (X fechada)
Unidade de posição da LT F = ativada (X fechada)
Unidade de posição da LT Y= ativada (X fechada)
Unidade de posição do bay ATR 138 = ativada (X fechada)
Unidade de posição do disj. de transferência = desativada

Falta: “INTERNA”

Barra T

Desativada (Sem disjuntor BP fechado) .

1.5.10.4 Conclusão

- As duas barras P (1) e T (2) devem ser configuradas como zonas de proteção distintas.

- A proteção da barra T (2) estará ativa quando uma das seccionadoras BP estiver
fechada (configurando a sua unidade de posição na “Barra 2”, e quando Y do disjuntor
de transferência estiver fechada.

NOTA: Caracterizando a barra T como uma zona de proteção, haverá seletividade quando
de curto na barra T. Deverá haver abertura do disjuntor de transferência e também
transferência de disparo para a outra extremidade (no caso de LT) ou para o lado do ATR,
quando o disjuntor de transferência estiver sendo usado para substituir disjuntor titular.

Falha de Disjuntor 42 de 48
CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

2. PROTEÇÃO DE FALHA DE DISJUNTOR

2.1 CONCEITO

Trata-se de uma função que tem a finalidade de detectar falha de abertura de disjuntor
quando de um comando automático de desligar. O disjuntor é parte integrante do sistema de
proteção, sendo que sua função é, através do seu desligamento, isolar o componente ou
trecho sob falha ou sob anormalidade.

No caso de ocorrência de não desligamento quando de um comando dado por uma proteção,
haverá necessidade imediata de desconectar outros disjuntores cujos circuitos alimentam
diretamente o disjuntor defeituoso. Estes outros disjuntores podem estar na mesma
subestação ou em uma subestação remota.

Na figura a seguir, ocorrendo falha de abertura do disjuntor A, o esquema desliga os


disjuntores D, B e C da subestação e deve, obrigatoriamente, transmite sinal de disparo
direto para o disjuntor X da subestação remota.

D A

X
Via Teleproteção
Transferência de
Disparo
B

Figura 2.1 – Esquema Falha de Disjuntor. Exemplo 01.

Na figura a seguir, ocorrendo falha de abertura do disjuntor A, o esquema desliga os


disjuntores de todas as máquinas geradoras e o disjuntor B da subestação e transmite sinal
de disparo para o disjuntor X da subestação remota.

A X

Figura 2.2 – Esquema Falha de Disjuntor. Exemplo 02.

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Observa-se que a configuração dos disjuntores influi diretamente nas conseqüências da


falha de um disjuntor. A configuração mais favorável entre os mostrados nos exemplos é
aquela denominada “disjuntor e meio”, que preserva, em grande parte, a continuidade do
serviço.

Há, evidentemente, situações onde não é necessária a transmissão de sinal de disparo


direto como mostram as figuras a seguir:

Falha de
Disjuntor
BF

Figura 2.3 – Esquema Falha de Disjuntor. Exemplo 03.

Falha de
Disjuntor
BF

Figura 2.4 – Esquema Falha de Disjuntor. Exemplo 04.

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

2.2 ESQUEMAS DE FALHA DE DISJUNTOR

O esquema básico de falha de disjuntor é mostrado na figura a seguir:

Esquema Lógico
Proteção de
Linha ou de Abertura do
Equipamento Disjuntor
OU

Timer (62)

50BF Abertura de Todos


E os Disjuntores que
OU Alimentam a Falta

Diagrama Funcional

Proteção 50BF

50BF 62BF

62
BF 86
BF

Figura 2.5 – Esquema Básico de Falha de Disjuntor

Após a atuação da proteção, desde que o sensor de corrente 50BF ainda detecte a existência
de corrente (disjuntor não abriu), conta-se um tempo através do temporizador 62BF
(geralmente 0,3 s) e se aciona o esquema de desligamentos na subestação e a transferência
direta de sinal para o disjuntor da outra extremidade (ser for o caso).

No caso de proteção de transformador de potência, há possibilidade de atuação de


proteção do mesmo para faltas insipientes ou por dispositivo de proteção inerente. Neste
caso e em caso de pouquíssima carga, não haveria corrente suficiente para acionar o sensor
50BF. Nesse caso se utiliza uma variação do esquema anterior, acrescentado contato tipo NA
(tipo a) do disjuntor supervisionado, conforme se mostra funcionalmente, a seguir:

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

Figura 2.6 – Esquema FUNCIONAL de Falha de Disjuntor de Tranformador

O mesmo esquema pode ser representado de modo lógico, como mostra a figura a seguir:

Esquema Lógico
Proteção de LT
ou do Abertura do
REATOR
Disjuntor
OU

50BF
Timer (62)
E Abertura de Todos
os Disjuntores que
OU
Contato NA (tipo a) OU Alimentam a Falta
do Disjuntor
supervisionado E

Figura 2.7 – Esquema LÓGICO de Falha de Disjuntor de Tranformador

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

2.3 OPÇÕES DE APLICAÇÃO

O usuário tem duas alternativas para aplicação do esquema BF (falha de disjuntor):

 Utilizar relés específicos para a função.


 Utilizar funções incorporadas em proteções multifuncionais de distância, sobrecorrente ou
diferenciais.

A existência ou não da função BF incorporada em proteções multifuncionais depende da


especificação do usuário, que optará por essa solução.

Para disjuntores do sistema de EAT (345 kV e superiores), costuma-se utilizar proteção


específica de Falha de Disjuntor para cada disjuntor. Para disjuntores dos demais níveis de
tensão podem-se, opcionalmente, utilizar funções de falha de disjuntor (50BF + 62BF)
incorporadas em proteções multifuncionais.

Para esquema de “disjuntor e meio” ou “dois disjuntores”, eventualmente se faz obrigatória à


utilização de relés específicos, uma vez que cada disjuntor deve ter seu respectivo sensor
de corrente, sendo que a proteção da LT utiliza a somatória das correntes dos dois TC’s da
saída de LT, como mostra a figura a seguir:

Transformador Linha

50BF 50BF 50BF

Proteção
de Trafo Proteção
de Linha

Figura 2.8 – Falha de Disjuntor. Conexão dos sensores por disjuntor.

Alguns fabricantes já pensam em lançar ou já lançaram proteções de LT para duas entradas


trifásicas de corrente, com sensor 50BF para cada entrada. Entretanto, a solução de relé
específico também é atrativa, uma vez que em EAT se utilizam proteções Primárias e
Alternadas, o que levaria a um excesso de funções multifuncionais, o que também por se
tornar um complicador.

No caso de relés específicos, dependendo do fabricante, há opção não apenas da função


de Falha de Disjuntor (BF) como também de outras funções de monitoramento do
disjuntor, o que pode ser constatado na documentação técnica de cada fornecedor /
fabricante de relé de proteção.

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CURSO DE PROTEÇÃO

BARRAMENTO E FALHA DE DISJUNTOR

2.4 O SENSOR DE CORRENTE 50BF

É sempre desejável que o sensor de corrente 50BF detecte correntes de fase e também de
terra, para que o mesmo tenha sensibilidade suficiente para curtos a terra com baixa
corrente.

Para linhas de transmissão há necessidade de haver segregação de fases para o sensor


50BF, isto é, tenha um para cada fase, de modo que a eventual falha de disjuntor seja
discriminada por fase. Isso é necessário para linhas onde se deseja utilizar esquema de
religamento automático monopolar.

A unidade 50BF necessita ser ajustado de tal modo que detecte a EXISTÊNCIA DE
CORRENTE no disjuntor respectivo. Em algumas instalações, essas correntes podem ser
inferiores à corrente de carga (para sensores de fase). Neste caso, pode-se manter esses
ajustes inferiores à carga (funções digitais), portanto com o elemento 50BF constantemente
atuado em condição de carga.

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