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Este livro visa disponibilizar para os profissionais envolvidos com proteção de sistema de potência os
critérios e filosofia para definição dos ajustes dos dispositivos e esquemas lógicos de proteção.
Ele não substitui a criatividade das pessoas envolvidas com proteção, mas fornece passos iniciais para
definição de ajustes que poderão ser testados diante de várias condições de contingências e carga
utilizando-se programa de curto-circuito ou Programa de Estudo de Coordenação Gráfica, Simulador e
Coordenação.
O Sistema Elétrico de Potência, SEP, usado foi criado pelo autor assim bem como a escolha dos
dispositivos de proteção. Os dispositivos foram escolhidos considerando a evolução tecnológica,
iniciando pelo elo-fusível, passando por relé eletromecânico, estático e chegando ao dispositivo digital.
A forma simples e objetiva que foi adotada deixa em aberto o espaço para um maior aprofundamento nos
critérios nele relatados.
Este livro foi elaborado a partir de uma apostila do curso Proteção de Sistemas de Potência ministrado por
mim na Empresa que trabalho.
10 Apêndice ............................................................................................................................143
10.1 - Valor em Por Unidade (pu) ................................................................................... 143
10.2 – Operador a ..............................................................................................................143
10.3 – Componentes Simétricos .......................................................................................144
10.4 – Tabela para Tipos de Defeito no Ponto de Falta .................................................145
10.5 - Exemplo de Estudo de Falta .................................................................................146
10.6 – Representação do SEP no Programa de Curto-Circuito ANAFAS/CEPEL ....155
10.7 – Compensação de Seqüência Zero e Mútua ..........................................................156
10.8 – Classes de Transformadores de Corrente ...........................................................157
10.9 – Transformador de Corrente com Troca de Relação Primária .........................158
10.10 – Nomeclatura ASA(América Standard Association) – NEMA ........................160
10.11 – Referências Bibliográficas ..................................................................................162
O Estudo de Graduação da Proteção é aquele que, através de informação do Sistema Elétrico de Potência
(SEP) como fluxo de carga, curto-circuito e condições de energização de equipamentos, define os
parâmetros a serem ajustados nos dispositivos considerando critérios pré-estabelecidos.
Os dispositivos de proteção considerados neste trabalho seguirão a evolução tecnológica iniciando-se pelo
elo-fusível, relé analógico, relé estático e relé digital. A grade de tempo para coordenação entre proteções
será construída da carga para a fonte. À medida que os dispositivos forem sendo ajustados será dado um
destaque à filosofia e aos critérios de proteção adotados além dos esquemas funcionais que eles estão
inseridos. Será adotado um SEP particular para o projeto desse trabalho e disponibilizado um arquivo tipo
texto que poderá ser usado para rodar os casos de curto-circuito aqui apresentados.
Os dispositivos de proteção serão graduados no sentido da carga para a fonte na seguinte seqüência:
. Linha
A inclusão de uma linha ao SEP, dependendo da configuração, forçará a revisão dos ajustes implantados
nas proteções existentes de outros terminais, devido às mudanças dos níveis de curto-circuito provocados
por interligação com outros sistemas existentes, linhas paralelas e mútuas entre estas linhas.
A inclusão de banco de reatores e capacitores praticamente não interfere nos níveis de curto-circuito,
portanto, não exigem alterações de ajustes nos sistemas de proteção na vizinhança. As definições de
ajustes são apenas para aqueles dispositivos que fazem parte da proteção destes equipamentos.
Os dispositivos de proteção quando ajustados define um limite de corrente possível para que não haja
atuação pela corrente de carga. Quando a carga tende a ultrapassar estes limites os ajustes precisam ser
alterados aumentando-se a relação de transformação dos transformadores de corrente ou simplesmente
alterando os valores de tapes das proteções existentes.
Mudanças de configuração do SEP, com a entrada em operação de novos equipamentos, como máquinas
síncronas, gerações térmicas e eólicas levam à alteração dos níveis de curto-circuito sendo necessário
revisar os ajustes das proteções existentes.
. Linha
. Nominais da Linha
Serão necessárias as informações de impedância de seqüência positiva Z1, negativa Z2, zero Z0, de mútua
com linhas paralelas ZOM, carregamento máximo, capacitâncias e comprimento da linha. Estes dados
serão usados na construção do circuito de impedância de sequência positiva, negativa e zero para o
cálculo de curto-circuito como também para a definição de diversos parâmetros de ajustes da proteção.
. Carga Esperada
. Transformadores de Medidas
Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação.
Para os transformadores de potencial devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis, potência e a
classe de precisão.
O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos e digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.
. Canais de Comunicação
. Estudos Elétricos
O grupo de Estudos Elétricos deve fornecer os ajustes referentes ao religamento automático, sincronismo
entre a barra e a linha, sobretensão, oscilação de potência e perda de sincronismo.
. Projeto Executivo
O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.
. Transformador de Potência
. Nominais do Transformador
Serão necessárias as informações de potência, impedância de seqüência positiva Z1, negativa Z2, zero Z0,
tensão nominal, faixa de tensão de operação (LTC) e tipo de ligação dos enrolamentos. Estes dados serão
usados na construção do circuito de impedância de sequência positiva, negativa e zero para o cálculo de
curto-circuito, como também, para a definição de diversos parâmetros de ajustes da proteção.
. Transformadores de Medidas
Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação além da localização, se de bucha do transformador ou
externo.
Para os transformadores de potencial devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis, potência e
classe de precisão.
. Dispositivos de Proteção
O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos ou digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.
. Estudos Elétricos
O grupo de Estudos Elétricos deve fornecer estudo do transitório de energização para definição dos
ajustes para o novo equipamento e de vizinhança devido à corrente de Inrush, harmônicos e sobretensões.
O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.
. Transformador de Aterramento
. Transformadores de Medidas
Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação e a sua localização, se de bucha do transformador ou externo.
Para os transformadores de potencial de barra devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis,
potência e a classe de precisão.
. Dispositivos de Proteção
O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos ou digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.
. Estudos Elétricos
O grupo de Estudos Elétricos deve verificar se a relação X0/X1 no barramento de 69Kv está de acordo
com o padrão para se evitar sobretensões indesejadas sobre os equipamentos na falta monofásica.
. Projeto Executivo
O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.
. Detectar Defeitos
Os dispositivos de proteção deverão ser sensíveis para detectar as formas de falhas possíveis para cada
evento do SEP. As proteções digitais disponibilizam uma série de funções por modelo de acordo com as
necessidades do equipamento a ser protegido.
Os dispositivos de proteção devem ser instalados considerando a região dos eventos especificados a serem
protegidos. A proteção de linha, por exemplo, deverá ter como objetivo eliminar faltas internas à linha
podendo atuar como retaguarda para falhas dos dispositivos de outros equipamentos.
Os equipamentos são caros e de difícil substituição. O tempo de recomposição precisa ser rápido. O
dispositivo de proteção, atuando de forma correta, evita danos materiais e facilitam a recomposição do
SEP.
A atuação da proteção reduz o sinistro e, como conseqüência, acidentes envolvendo pessoas. O objetivo é
que os equipamentos sobre falta sejam desligados antes que haja sua danificação.
. Confiabilidade
O dispositivo de proteção deve atuar de acordo com o esperado porque a sua recusa ou incorreta operação
poderá trazer problemas sérios ao SEP, aos equipamentos e às pessoas.
. Rapidez
O dispositivo de proteção deve operar o mais rápido possível para garantir o isolamento da falta e evitar
oscilação de potência instável e destruição dos equipamentos envolvidos.
. Seletividade
O dispositivo de proteção deverá isolar apenas a região onde a falta acontece e os recobrimentos serem de
tal forma que não haja descoordenação entre sistemas de proteções.
. Economia
O dispositivo de proteção deverá atender as necessidades do SEP na forma mais simples e segura possível
para que não se torne um item muito caro no projeto.
. Simplicidade
O dispositivo de proteção deve disponibilizar as funções básicas necessárias na forma mais simples de
operar e ajustar evitando-se assim grandes quantidades de lógicas e elementos flexíveis que aumentem a
possibilidade de erros.
O sistema abaixo será usado para nosso estudo e os valores estão em por unidade (pu) na base de
100MVA e na a voltagem de cada setor. A impedância de sequência negativa Z2 foi considerada igual à
de sequência positiva Z1. A mútua entre linhas paralelas para falta entre fases foi desprezada. Existe
mútua para faltas envolvendo a terra apenas entre as linhas 04C1 e 04C2, que é dada por
Z OM = 0,17282 56,060 pu
.
. Transformador
Potência: 12,5MVA
Tensão: 69/13,8kV
Impedâncias: Z1=Z2=Z0=j9,175% na base de 12,5MVA
As impedâncias nominais do transformador deverão ser convertidas para as bases de 100MVA e tensão
de 69kV que são os valores de base adotados para esse sistema. A equação abaixo é utilizada para fazer
a mudança de base.
2 2
V S 69 100
Z novo = Z velho x basevelho x basenovo = 9,175 x x = 73,4%
Vbasenovo S basevelha 69 12,5
Z1 = Z 0 = j 73,4% = j 0,734 pu
Este será o valor da impedância do transformador que será aplicado no cálculo de curto-circuito.
. Elo-fusível
Um elo fusível é um fusível de construção flexível utilizado em uma chave fusível para mantê-la
fechada quando em funcionamento e provocar a sua abertura automática após a fusão do elemento
fusível, Fig.2. Ocorre a fusão do elemento fusível, quando o condutor atinge uma temperatura próxima
da máxima admissível. Após a fusão, o elemento fusível está interrompido, porém a corrente que o
levou à fusão não é interrompida de imediato, sendo mantida pela fonte e pela indutância do circuito.
Ela circula através do arco formado no ponto de interrupção do elemento fusível. O elo-fusível é
determinado por sua corrente nominal e tipo.
A corrente nominal do elo-fusível deverá ser igual ou maior do que a corrente de carga máxima no ponto
de instalação multiplicado pelo fator K.
I N . ELO = K ⋅ I CARGAMÁX
Como mostra o diagrama de impedância será definido o elo fusível para proteção do transformador
02T1-69/13,8kV considerando uma sobrecarga de 150%, ou seja, K=1,5.
12500
I sobrec arg a = KxI nom = 1,5 x = 156,89 A
3x69
O elo deve ser sensível para todas as faltas na barra de 13,8kV na condição de curto-circuito mínimo.
Neste caso deverão ser rodados diversos casos de curto-circuito para faltas no 13,8kV e a mínima corrente
por fase será a utilizada para a definição do elo. A corrente mínima de curto-circuito que circula pelo
fusível é de 665A para falta trifásica e 516A para falta fase-terra na barra de 13,8kV.
Às vezes acontece que para atender o critério de sensibilidade da proteção a carga pode ser limitada pelo
ajuste.
A Tabela 1 define os elos-fusíveis para cada transformador na tensão de 69kV de acordo com a corrente
de carga e o fator K igual a 1,5. Como se pode observar o limite máximo é a corrente de 200A. O
processo poderá ser utilizado para outros níveis de tensão.
O fusível tem duas curvas de operação, máxima e mínima, que são utilizadas para determinar o tempo de
rompimento do elo para a corrente aplicada.
Neste caso, o tempo de atuação do relé deverá ser maior do que o tempo máximo de rompimento do elo
mais 0,3s. Este critério é o que será adotado na configuração do SEP em estudo.
Neste caso, o tempo de rompimento do elo-fusível deverá ser maior do que o tempo de atuação do relé
mais 0,3s. Este intervalo de coordenação cobre o tempo de abertura do disjuntor mais os erros do relé.
Neste caso, o intervalo de coordenação entre elos-fusíveis deverá considerar o tempo máximo de
rompimento do elo-fusível no lado da carga e, acima deste tempo, considerar a curva mais rápida do elo-
fusível do lado da fonte aplicando 75% do tempo mínimo.
Como não foi definida proteção para o 13,8kV, a verificação de coordenação será feita com as proteções
de sobrecorrente de fase e neutro da linha 02J1-SE3/SE32 para faltas na entrada do transformador.
É necessário encontrar o valor do tempo de rompimento do elo-fusível definido acima para a curva
máxima e mínima nas falta trifásica e monofásica para atender o critério entre relé e fusível. A Fig.3
mostra como relacionar a corrente e o tempo para as curvas máxima e mínima [INDEL].
A Fig. 4 mostra as distribuições das correntes em pu (por unidade) para os diversos tipos de curto-circuito
no secundário de um transformador ligado em Delta/Estrela Aterrada. Os valores em pu deverão ser
multiplicados pelas correntes de base para tê-las em Ampère.
S base
I base =
3 xVbase
100 MVAbase
I base69 = = 836,74 A
3 x69kVbase
100 MVAbase
I base13,8 = = 4.183,7 A
3 x13,8kVbase
Z1 = 8,2746 + j12,1644&
Z 0 = 3,1756 + j12,3786&
L = 5,5km
Limite de Carregamento da linha: 400A
Carga esperada: 160A
V 2 ( f f ) (kV )692
Z BASE 69kV = ⋅ Z1 = = 47,61&
S BASE ( MVA) 100
100
Z1% = ⋅ Z1
Z BASE 69 kV
100
Z 1% = (8,2746 + j12,1644) = 17,38 + j 25,55%
47,61
Z 1%
Z 1 pu = = 0,1738 + j 0,2555 pu
100
100 100
Z 0% = ⋅ Z0 = (3,1756 + j12,3786) = 6,67 + j 26,00%
Z BASE 69kV 47,61
Z 0%
Z 0 pu = = 0,0667 + j 0,2500 pu
100
VSAT 800
ZB = = = 8&
20In 20 ⋅ 5
. Dispositivo de Proteção
Serão utilizados relés eletromecânicos para a linha de 69kV tendo como objetivo a evolução do estudo de
graduação. Os critérios definidos também se aplicam aos relés estáticos e digitais.
Nema:50/51-A/B/C
Tipo: CO-8
Gama Temporizada: 4-12A
Gama Instantânea: 10-80A
Carga: 1,0
Classificação: Eletromecânico
Fab.: WENCO [8]
Nema: 50/51-N
Tipo: CO-8
Gama Temporizada: 0,5-2,5A
Gama Instantânea: 10-40A
Carga: 3,0
Classificação: Eletromecânico
Fab.: WENCO [8]
A Relação do TC deve ser maior do que 150% da corrente de carga máxima, dividida pelo Fator Térmico
do TC(FT) ou maior que a corrente de curto-circuito máxima próxima à barra da SE31 por fase dividido
pelo Fator de Sobrecorrente do TC(FS).
Calculando
1,5 ⋅ 300
RTC ε ε 450 ou,
1
5.576,8
RTC ε ε 278,84
20
Esta verificação deve ser realizada para definir antes do projeto se os TCs estarão adequados para a carga
secundária esperada. A saturação completa ou parcial dos TCs poderá levar as proteções a operarem de
forma indevida. Para os casos analisados abaixo não está sendo considerado o fluxo residual dos TCs
devido à dificuldade de obter tais informações mas que pode influenciar bastante nos cálculos.
A nova impedância de carga ZB para a nova relação de 500/5A definida no cálculo é dada por:
RTC( desejada )
Np =
RTCtotal
500
.800
1000
ZB = = 4,0&
100
V NOMSAT = 20 xI N xZ B = 20 x5 x4 = 400V
RCABO = 0,32&
Considerando que a carga secundária maior acontece para falta fase-terra cujo valor será a soma das
resistências do relé de fase e de neutro mais duas vezes a resistência do cabo.
Pelo cálculo da impedância aplicada ao secundário do TC acontecerá a saturação com um erro acima de
10%, no caso 16%, se a corrente de curto-circuito secundária for 20In.
A influência da componente DC na corrente de curto-circuito eleva o seu valor, tendo o seu máximo a
um quarto de ciclo após a inserção da falta. Esta corrente é chamada de corrente assimétrica de curto-
circuito, Fig. 6.
1 X tg tg (113)
= x = = = 0,0062 s = 6,2ms
R 2 60
t = 8,33ms
t 8 , 33
I S = I CC 1 + e
= 5.577 1 + e 6,2
= 5.577(1 + 0,2609 ) = 7.032 A
IS 7.032
VCALSAT = xRSEC = x4,64 = 326,28V < 400V
RTC 100
Com a queda de tensão secundária conhecida, usando o gráfico de curva de saturação do transformador
de corrente levantada nos testes de tipo determina-se o valor da corrente de magnetização.
I CCPRIM 7.032
E % = 100% 1 = 100% 1 = 0,17%
I PRIMCAL 7.044
A classe de exatidão deste TC permite um erro de 10% do valor nominal sem que haja alteração no
valor da corrente secundária, como o valor encontrado é menor, conclui-se que não haverá saturação.
. Fator de Sensibilidade
A proteção deve ser sensível para as diversas condições de falta e contingência e isto nos força a definir
um fator de sensibilidade entre o ajuste do relé e a corrente para todo o tipo falta.
Os valores mostrados na Tabela 2 abaixo são múltiplos da corrente de falta em relação ao equilíbrio do
relé que garantem a sensibilidade adequada para os relés eletromecânicos.
Para os relés digitais pode ser usada a constante da configuração normal. Caso a proteção não seja
sensível para esta constante poderá ser aplicado um múltiplo um pouco acima do valor de erro do relé que
em sua grande maioria é de 10% do valor de tape.
O critério utilizado é que faixa de coordenação pré-estabelecida entre as proteções seja mantida,
independente dos níveis de curto-circuito ou do comprimento e tipo de linha.
. Linha Longa:
- Impedância grande
- Corrente de curto próximo é muito maior do que a corrente de curto no final da linha.
- Curva de tempo: Normal Inversa
. Linha Média
- impedância média
- corrente de curto próximo é muito maior do que a corrente de curto no final da linha.
- curva de tempo: Muito Inversa
. Linha Curta
- impedância pequena
- corrente de curto próximo é pouco maior do que a corrente de curto no final da linha.
- curva de tempo: Extremamente Inversa
É importante ressaltar que o tempo de atuação para a proteção de sobrecorrente é dependente também de
contingências no SEP, como perda de transformador, linha ou fonte geradora.
. Ajuste do Tape
. Pela Carga
A proteção de sobrecorrente de fase deverá ser ajustada com o objetivo de liberar a carga máxima
esperada. Sem esquecer da sensibilidade, o critério adotado será um ajuste de 15% a mais da carga
esperada. O valor 0,9 aplicado à fórmula representa quanto o limite de proteção deve ser do tape com o
objetivo de supervisionar o crescimento da carga. Quando a carga chega a 10% abaixo do valor ajustado,
de imediato os ajustes devem ser revistos.
. Pela Sensibilidade
A proteção de sobrecorrente de fase deve ser sensível para faltas entre fases na barra remota para a
mínima corrente de curto-circuito. Caso o critério de sensibilidade limite a corrente de carga, como por
exemplo, o valor da corrente de curto-circuito ser próxima da corrente de carga, deverá ser reavaliada a
necessidade de instalação de um dispositivo de proteção de distância ou de sobrecorrente por restrição de
tensão.
I cc 3mín1.665,2
Tap / Eq δ δ δ 7,93 A
K ⋅ RTC 2,1 ⋅ 100
O limite de base de proteção é utilizado como supervisão para se evitar que a carga ultrapasse o valor
ajustado do relé fazendo-o operar.
Para não ser pego de surpresa pelo aumento da corrente de carga ainda deve-se utilizar um valor de 10%
do limite de base de proteção que servirá como corrente de alerta.
. Ajuste da Curva
A regra básica para que haja coordenação entre as proteções é que seja dado um intervalo de tempo entre
elas de 0,4s.
Se os relés tiverem a mesma característica a diferença entre o tempo de atuação do relé 51a e o relé 51b
mostrado na Fig.11 permanecerá mesmo havendo mudanças de configurações no SEP. Caso os relés não
tenham as mesmas características essa diferença poderá variar durante um curto-circuito para
contingências no SEP.
Considerando que o elo fusível 150EF na SE 32 opera com 0,48s para falta trifásica na entrada do
transformador, a proteção de sobrecorrente deverá ter sua curva ajustada considerando o critério entre
relé e fusível:
A curva para o relé de sobrecorrente, tipo CO-8, da Westinghouse, é definida a partir do MPU (relação
entre a corrente de defeito e a corrente de equilíbrio do relé) e o tempo desejado, Fig.12.
A curva mais próxima para atender o tempo desejado será a curva 1,5 que corresponde a um tempo de
0,8s. Esse dial de curva não existe no relé, no entanto é possível colocar um valor intermediário.
1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX
I inst =
RTC
t
A corrente de assimetria para valores RMS é dada por I ASS = I CA .K FA = 2 .I CA .(1 + e ) , como visto no
parágrafo 7.3.2.
Outra maneira de encontrar o fator de assimetria K FA é calculando a tangente do ângulo da corrente de
falta, que representa a relação X/R, e aplicar este valor a uma curva específica mostrada na Fig. 13.
A corrente de curto-circuito máxima na barra remota: 1.869,4 950 A .
X
= 95° , aplicando à curva abaixo = [tan(95°)] = 11,43 K FA = 1,61 .
R
Para linhas radiais podem-se usar também as equações abaixo, cujos valores são aqueles equivalentes na
barra sobre defeito:
X X X 2X1 + X 0
( fase) = 1 ; (neutro) =
R R1 R 2 R1 + R0
Como não foi considerada no estudo a corrente de “inrush” para energização do transformador 02T1 vista
pela proteção da linha, será aplicada apenas a equação considerando o fator de assimetria.
. Ajuste do Tape
. Pela carga
. Pela sensibilidade
I cc1mín 1.205,3
Tap / Eq δ δ δ 4,0
K ⋅ RTC 3 ⋅ 100
. Ajuste da Curva
Considerando que o elo fusível 150EF na SE 32 opera com 1,3s para falta monofásica na entrada do
transformador, a proteção de sobrecorrente deverá ser ajustada aplicando o critério para relé e fusível.
Assim,
I CC1MÁX 1.273
MPU = = = 12,73
Eq ⋅ RTC 1 ⋅ 100
Considerando a proteção tipo CO-8, a curva para atender o tempo de 1,6s será:
C = 7,5 .
1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX
I inst =
RTC
. Transformador de Aterramento-02A1-SE31
. Transformador de Corrente
Relações Disponíveis:
Fase: 100/200/300/500/600/800-5A - Classe:C200
Neutro: 100/200/300/500/600/800-5A - Classe:C200
Fator térmico: 1,0
Fator de sobrecorrente: 20In
. Dispositivo de Proteção
Os relés de sobrecorrente , tipo 7SK88, da Siemens, é um dispositivo estático que utilizam eletrônica do
estado sólido para fazer comparações entre as correntes de defeito e o ajuste implantado para que atue de
acordo com o tape desejado.
Os transformadores de corrente utilizados para alimentar as proteções de sobrecorrente de fase são ligados
em delta para evitar atuação indevida para falta envolvendo a terra. Os ajustes são definidos para faltas
internas ao transformador de aterramento.
VN 72500
I MÁXFASE = = = 1.046,4 A
3Z 0 3 ⋅ 40
I ccmáx 5.576,8
RTC ε ε ε 278,8 ou,
20 20
I MAXFASE 1.046
RTC ε ε ε 52,3
20 20
I CC1MÁX 2.184,3
RTC ε ε = 109,22
20 20
RTC = 200 / 5 A
Esta proteção não tem compromisso de coordenação com as proteções à frente e deverá ser ajustadas no
tape mínimo possível para ter o máximo de sensibilidade para faltas internas, no entanto, deve ser
considerada a corrente circulante entre os relés, provocada pelo erro dos transformadores de corrente
durante um curto-circuito fase-terra ou bifásico a terra.
. Ajuste do Tape
k ⋅ 10% ⋅ I 0 MÁX
Tap ε
RTC
k : constante de segurança
10%: erro do TC.
I 0 MÁX = 1.046 A
A curva ficará no mínimo porque não tem compromisso para falta atrás
C = 0,05
. Ajuste do Tape
I MAIOREQULT 69 120
Tap ε ε ε 3,0 A
RTC 40
A corrente de maior equilíbrio para linhas paralelas será a soma das correntes de equilíbrio destas linhas.
O objetivo deste critério é tornar a proteção de neutro do transformador de aterramento menos sensível do
que a proteção de neutro da linha, cujo critério é melhor aplicado para coordenação entre relés
eletromecânicos.
3I 0 MÍN 1.978
Tap δ δ δ 16,48 A (perda de um transformador)
K ⋅ RTC 3 ⋅ 40
Será ajustado em 1,5s para defeito fase-terra máximo na barra e deverá coordenar com as proteções de
neutro da linha de 69kV. Caso alguma linha tenha religamento automático deverá ser considerado o
tempo de restabelecimento entre as proteções para evitar que não haja descoordenação com a proteção à
frente após religamento sobre defeito. Para os relés estáticos ou digitais o restabelecimento é instantâneo,
no entanto alguns fabricantes possibilitam modelar uma curva de restabelecimento para adequar o
dispositivo à necessidade do projeto.
I 3 I 0 máx
1.277
MPU = = = 8,51 C = 0,5 1,65s , ver Fig. 15.
TAP ⋅ RTC 3,75 ⋅ 40
A unidade instantânea será desligada para não descoordenar com as proteções de neutro das linhas.
. Ajustes
Para defeito monofásico no sistema de 69kV isolado da terra, a tensão no relé, devido ao deslocamento de
neutro, será dada por:
3
V pq = 3V0 = Vag + Vbg + Vcg = ( 3VLN cos 30 0 ).2 = 3.VLN . .2 = 3VLN
2
VRELÉ = 3V0 = 3 pu
VRELÉ = 1,5 pu
O relé deve ser ajustado abaixo de 1,0 pu tendo por base a tensão secundária do transformador de
potencial. O relé pode ser ligado em 66,4V ou 115V secundários, e deve ter um retardo de 1,3s para
coordenar com o tempo de disparo dos para-raios de óxido de zinco definido em 1,5s e 72kV-fase-terra,
que corresponde a 1,04pu.
69000 115
RTP = / = 600 / 1V
3 3
3.VSEC 3 x66,4
V59 R = = = 33,2V
6 6
A divisão da tensão por seis é para que o valor fique a metade da tensão secundária e menor do que a
tensão para falta bifásica a terra.
69000
RTP = / 115V = 346,4 / 1V
3
3.VSEC 3 x115
V59 R = = = 57,5V
6 6
As sobretensões no setor de 69kV dos transformadores devem ser analisadas pelo estudo elétrico para as
condições de perda de grandes blocos de carga.
Durante uma falta monofásica numa das fases no sistema solidamente aterrado haverão sobretensões nas
fases sãs. A equação que determina as tensões nas fases sãs para uma falta, por exemplo, fase A para a
terra é dada por:
2
9 x0 3
Vb = Vc = +
4 2 x1 + x0 4
A relação abaixo deve ser obedecida para evitar sobretensão indevida na barra de 69kV provocada por
falta monofásica.
X0
3δ δ 10
X1
A relação será:
X0 0,8506716
= = 5,71
X 1 0,14899945
Caso esse valor fosse maior que 10 seria necessário diminuir o valor de X0 instalando um transformador
de aterramento com valor de impedância por fase menor ou instalando outro em paralelo.
Verificação das tensões provocada pelos valores de X0 e X1 na falta.
2
9 0,8506716 3
Vb = Vc = + = 1,4085 pu
4 2 ⊕ 0,14899945 + 0,8506716 4
Aplicando esse valor à curva de suportabilidade do transformador Fig. 17, conforme NEMA CPI – 1969,
o tempo que a proteção de sobretensão deverá operar para a sobretensão calculada deverá ser menor do
15s.
O ajuste da proteção que será aplicado à barra de 69kV deverá considerar, além do estudo da contingência
de perda de carga e transitórios, a sobretensão provocada pela falta monofásica.
Potência: 100MVA
Tensão: 230kV/69kV
Impedância: Z1=Z0=12,0% em 100MVA
Ligação: YD1 (30°)
Faixa de LTC: 10R(184,9) a 6L(257,5) – TAPE FIXO: 230kV
. Transformador de Corrente
Setor 230kV
150/300/600/1200-5A – TCs Externos
Classe: 10B400 – FT:1,0
Neutro do Enrolamento Estrela
150/300/600/1200-5A – TCs de bucha do neutro do transformador
Classe: 10B400 – FT:1,0
Setor 69kV
500/750/1000/1500/2000-5A –TCs Externos – FT:1,0
Classe: B10F20C100
. Transformador de Tensão
. Setor 230kV
. Setor 69kV
S base
I base =
3 xVbase
100 MVAbase
I base 230 = = 251A
3 x 230kVbase
100 MVAbase
I base69 = = 836,74 A
3 x69kVbase
. Setor 230kV
100000
Corrente Nominal do Trafo: I NOM = = 251A
3 ⋅ 230
I MÁX 2826,8
RTC ε ε ε 141,34
20 20
3I 0 MÁX 1.968
RTC ε ε ε 98,4
20 20
. Setor 69kV
100000
Corrente Nominal do Trafo: I NOM = = 836,74 A
3 ⋅ 69
I MÁX 2.788,4
RTC ε ε ε 139,42
20 20
RTC = 1500 / 5 A
O relé de proteção tipo IJCV, da GE, é um relé eletromecânico alimentado por corrente de fase e tensão
de linha, ou seja, IA com VAB, IB com VBC e IC com VCA , que dependendo da tensão de curto-circuito
medida pelo relé este poderá operar mais rápido ou mais lento.
. Ajuste do Tape
O valor 0,85 da equação acima representa o limite de base da proteção que é baseado na tensão nominal
do relé que é de 110V entre fases. O tape é definido considerando o curto-circuito bifásico mínimo no
barramento remoto porque ele deve ser retaguarda das proteções das linhas conectadas ao barramento
local.
I CCMÍNBIF 2.414
Tap δ δ δ 4,47 A
K ⋅ RTC 1,8 ⋅ 300
O valor de K=1,8 aplica-se para uma condição de contingência na falta bifásica, ver Tabela 2 no
parágrafo 4.4.
Para atender a mínima corrente de defeito no barramento remoto utilizando relé de sobrecorrente, a
corrente de carga seria limitada pelo ajuste. Assim é utilizado um relé por restrição de tensão quando a
corrente de carga é próxima da corrente de curto-circuito. Quando a corrente de curto-circuito estiver
abaixo da corrente de carga deve-se utilizar um relé de sobrecorrente por bloqueio de tensão, tipo COV-8,
da Wenco, que desbloqueia a função de sobrecorrente somente quando uma função de subtensão atua.
Às proteções de sobrecorrente por restrição ou bloqueio por tensão é necessário bloqueio por queima de
fusível da função para evitar atuação indevida pela corrente de carga. Os relés eletromecânicos não têm
este bloqueio sendo necessário utilizar o contato de supervisão de atuação do minidisjuntor do
transformador de potencial para bloquear a proteção.
. Ajuste da Curva
Será ajustada para um tempo de 1,0s para defeito bifásico na barra da SE31 na configuração normal e não
deve descoordenar com a proteção de fase da linha.
I ccbif 2.414
MPU = = = 1,6 C = 4,0 t = 1,1s
E q ⋅ RTC 5 ⋅ 300
Valores diferentes de tensão devem ser interpolados entre as curvas para encontrar o tempo de atuação do
relé para o múltiplo encontrado, cuja equação é dada por:
(t n 1 t n+1 )
t cc = t n +1 + (Vcc % V( n +1)% ) x
(V( n 1)% V( n +1)% )
Onde
Curva = 1
MPU = 2,0
Vcc = 27%
Verificando os valores de tempo para a curva dada em 0%(Vn-1) e 48%(Vn+1) da tensão, tem-se:
t 0% (t n1 ) = 0,25s
t 48% (t n+1) = 0,30s
O relé digital de sobrecorrente por restrição de tensão URP2402, da Pextron [9], diferente do IJCV, aplica
a equação abaixo para definição do tempo de atuação. Alguns relés digitais têm as duas funções de
restrição e bloqueio para que o usuário escolha a mais adequada ao projeto.
K ⋅ Dt
t= 〈
I falta
1
0,75 ⋅ V falta
I ajuste + 0,25
Vnom.
Onde:
Para este relé o Limite de Base de Proteção tem o K=0,9 porque a tensão nominal é 115V fase-fase.
O relé não tem a função de Sobrecorrente Instantânea, mas se existisse seria deixado desligada para não
descoordenar com as proteções da linha. Deverá ser avaliada a habilitação desta função para
configurações de três ou mais transformadores de forma que seja sensível apenas para falta interna ao
transformador.
A curva mostrada na Fig. 22, da ANSI, indica o tempo de suportabilidade do transformador de potência
comparando a corrente nominal com a corrente máxima de curto circuito para o tempo de eliminação de
defeito. Ela é construída através da equação I2t=1250. O usuário precisa da curva de suportabilidade do
transformador para fazer esta verificação.
I MA´ X 2.788,4
Neste caso tem-se: K = = = 11,11vezes .
I NTRAFO 251
Utilizando a curva da Fig. 22, o valor encontrado define que a proteção somente deve atuar com um
tempo menor do que 11,0s.
. Ajuste do Tape
Os ajustes do tape e da curva do relé serão deixados no valor mínimo possível para que a proteção atue o
mais rápido, coordenando com a proteção de neutro do transformador de terra e sem operar por
desequilíbrio para falta trifásica externas e por corrente de carga.
. Ajuste da Curva
Neste caso, será necessário verificar a suportabilidade do relé no tempo mínimo em relação à corrente de
curto-circuito fase-terra máxima aplicada, ou seja,
I 2 ⋅ t = 250
K 250
t= = = 4,72s , que é tempo limite que o relé suporta esta corrente.
I 2 7,28 2
Para as condições ajustadas o relé opera com 0,12s, valor menor do que 4,72s, encontrado.
Neste relé a unidade instantânea depende do valor do tape da unidade temporizada e é dada por 4 a 10
vezes o tape.
O ajuste será deixado no mínimo: I INST = 4 ⋅ 0,5 = 2,0 A
. Ajuste do Tape
100000
I CARGA = = 251A
3 ⋅ 230
I ccmín 69 kV 724
Tap / Eq δ δ δ 3,35 A
K ⋅ RTC 1,8 ⋅ 120
Tap / Eq = 3,0 A
. Ajuste da Curva
A regra básica para coordenação com as proteções do setor de 69kV é que seja dado um intervalo de
tempo de 0,4s. É muito importante que exista esse intervalo para se evitar a conclusão errônea de que a
falta foi interna ao transformador evitando-se assim uma intervenção no equipamento.
Assim,
Considerando a proteção tipo 7SK88-Normal Inversa, a curva para atender o tempo de 1,5s será:
A unidade instantânea será ajustada considerando o fator de assimetria, KFA, para defeito trifásico na
barra de 69kV, com margem de segurança de 120% e/ou 10 vezes a corrente nominal do transformador
para cobrir a corrente de “Inrush” de energização.
O estudo de transitório, que não faz parte do escopo deste livro, fornece as condições de energização do
transformador para diversas configurações do SEP. As informações de corrente de “Inrush” são utilizadas
para definir a unidade instantânea e avaliar a sensibilidade das proteções a tempo inverso. Os relés digitais
utilizam valores RMS na freqüência fundamental e alguns ainda eliminam a componente DC das
correntes de curto-circuito. Os relés eletromecânicos utilizam os valores RMS de corrente sem filtragem.
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 [s] 3.0
(f ile en_pc47.pl4; x-v ar t) m:IRC4R m:IRC4S m:IRC4T
10 ⋅ I nomtrafos 10 ⋅ 251
I inst ε ε ε 20,9 A
RTC 120
A ativação dessa função melhora a coordenação com as proteções remotas para faltas entre fases na
entrada do transformador.
. Ajuste do Tape
Será ajustado em 20% do valor da corrente de sobrecarga. Não é obrigatório que seja sensível para falta
nos barramentos de 230kV remotos e sim que não opere por corrente de desequilíbrio provocada por
carga ou falta trifásica no 69kV.
. Ajuste da Curva
A regra básica para coordenação entre proteções do transformador e os relés direcionais da linha é que
seja dado um intervalo de tempo entre elas de 0,4s.
Considerando a atuação instantânea para a proteção de linha de 230kV para defeito monofásico máximo
próximo ao barramento da SE 3,a proteção de neutro do transformador deverá atuar com um tempo de
0,4s. Deve-se verificar coordenação para defeito na barra remota com as proteções de neutro das linhas de
230kV.
Assim,
I CC1MÁX 1.013,6
MPU = = = 6,757
Eq ⋅ RTC 1,25 ⋅ 120
Considerando a proteção tipo 7SK88-Normal Inversa, a curva para atender o tempo acima de 0,4s será:
C = 0,1 , que implica em 0,35s.
Para defeito fase-terra máximo na entrada do transformador a proteção atua com 0,26s.
Para defeito na máxima corrente na barra remota da SE2, o tempo é de 0,7s, tempo este acima do tempo
de Zona Z2 das proteções locais de linha.
O tempo de atuação para a Zona Z2 do terminal remoto para falta na entrada do transformador é de 0,4s,
maior que o tempo de atuação da proteção de sobrecorrente de neutro.
Na maioria dos casos há descoordenação entre o tempo de Zona 2 da proteção de distância remota e a
proteção de sobrecorrente a tempo inverso para falta na entrada do transformador sendo necessário a
ativação da função de sobrecorrente instantânea.
Esta unidade não deve operar para defeito externo e será ajustada considerando o fator de assimetria para
curto-circuito monofásico na barra da SE3(230kV) e um fator de segurança de 120%.
Como o tempo de atuação da proteção de sobrecorrente a tempo inverso está próximo do tempo de Zona 2
do terminal remoto que será ajustado em 0,4s, a ativação da unidade instantânea melhora a coordenação
para falta na entrada do transformador.
A proteção diferencial é uma proteção rápida e seletiva que atua para falta numa região definida pela
localização dos transformadores de corrente utilizando o princípio da lei dos nós de Kirchhoff que define
que as correntes que entram em um nó é igual às correntes que saem.
A proteção tipo 7UT23, da Siemens, não tem ajuste de tape, apenas se define a relação IA/IN, que
representa a mínima corrente diferencial.
A declividade da primeira reta (slope 1) aproximada em 40% representa a declividade de uma reta cuja
característica é definida para cobrir os erros provocados pelos transformadores de corrente, variação da
faixa de LTC e erro de Mismatch.
A declividade da segunda reta (slope 2) aproximada em 80% é definido para cobrir as condições de
corrente passantes para faltas externas capaz de levar os transformadores de corrente à saturação (ver Fig.
24).
Todos os erros devem ser eliminados para se evitar atuação indevida para falta externa.
Os transformadores de corrente delimitam a região de atuação da proteção diferencial e devem estar
ligados corretamente.
Para o relé estático 7UT23, da Siemens, as equações diferenciais e restrição são dadas abaixo. A corrente
diferencial é o módulo da soma vetorial das correntes e a de restrição, a soma aritmética dos módulos.
I diff = I S1 + I S 2
I rest = I S1 + I S 1
. Falta externa
Para falta externa, a corrente diferencial é praticamente zero e a corrente de restrição máxima.
I diff = I S1 I S 2 = 0
I rest = I S1 + I S 1 0
. Falta Interna
Para falta interna, a corrente diferencial é praticamente máxima e a corrente de restrição menos restritiva.
I diff = I S1 + I S 2 0
I rest = I S1 + I S 1 0
Alguns fabricantes tornam a corrente de restrição menos restritiva alterando a equação de restrição para
I S1 + I S 2
I rest =
2
. Ajustes
A melhor relação dos TCs auxiliares (RTCA) é aquela que aproxima ao máximo as correntes secundárias
dos setores 230kV e 69kV.
A ligação em delta do RTCA do lado de 230kV deve ser idêntica à do transformador de potência para
corrigir a defasagem angular entre o primário e o secundário e eliminar a corrente de seqüência zero para
falta fase-terra externa no 230kV.
. Erro de Mismatch
Erro de Mismatch é o erro encontrado entre as correntes corrigidas que alimentam o relé diferencial. Os
relés digitais não apresentam este erro porque a compensação é feita de forma precisa.
I SECTCA230 I
SECCTA69
tape230 tape69
E% =
I
( menor )
tape
Este ajuste determina a declividade da primeira reta que separa na característica do relé as zonas de
operação e não operação devido aos erros provocados durante a operação normal do transformador de
potência (ver Fig. 27).
3,3802 2,789
E% = ⋅ 100% = 21,2%
2,789
2,4272 2,789
E% = ⋅ 100% = 14,91%
2,4272
Sendo:
Se o relé possuísse o ajuste de declividade da primeira reta (Slope1), ele seria ajustado em 40% para
cobrir os erros encontrados acima (ver Fig. 27).
Este ajuste determina a declividade da segunda reta que cobre o erro provocado pela saturação dos
transformadores de corrente para faltas externas. A determinação desta declividade será definida
calculando um novo fator de sobrecorrente que depende da carga secundária imposta aos transformadores
de corrente.
Sendo K a declividade da reta da característica diferencial de acordo com a referência [3], tem-se:
Kb
K> , para K b ε 2
4 Kb 1
K b : é o fator de carregamento do transformador de corrente que depende de sua construção e é dado por
I
K b = ccmáx , onde I ccmáx é a corrente máxima de curto-circuito.
I sat
I sat = I primTC .n ,
I primTC : é a corrente primária do transformador de corrente
n´ : é o fator de sobrecorrente calculado que é dado por
(P n + P i )
n' = n onde,
(P b + P i )
1500
.400
2000
ZB = = 3,0&
100
Definição de Pb
0,3VA
RRELÉ = = 0,012&
52 A
I ccmáx 3.959
Kb = = = 0,069 < 2
I sat 57.503
K = 0,6
Se o relé possuísse o ajuste de declividade da segunda reta (Slope2), ele seria ajustado em 60%, para
evitar a atuação da proteção diferencial devido à saturação dos transformadores de corrente, no entanto, o
ajuste aproximado do relé é de 80% (ver Fig. 24).
Este ajuste será definido considerando os valores de restrição para as tensões liberadas de faixa de LTC.
3,38 + 2,789
I R167, 21kV = = 1,234
5
Se o relé possuísse o ajuste do ponto de intersecção este seria ajustado em 1,24, no entanto o ajuste é fixo
em torno de 1,5.
Tensão Mínima
IP IS 3,3802 2,789
IA = = = 0,1182
IN 5
Tensão Máxima
IP IS 2,4272 2,789
IA = = = 0,0723
IN 5
Tendo como referência os cálculos acima, o ajuste inicial ideal para a curva de atuação do relé 7UT23
será:
IA
= 0,15
IN
Pela Fig.24 concluímos que a curva de Slope de 40% e a relação IA /IN atendem a condição normal de
carga do transformador. Como a relação IA/IN desloca a curva de operação, deve-se ter a garantia de que o
relé opera na condição de curto-circuito. O valor de declividade das curvas e o ponto de intersecção foram
estimados e são fixos.
A partir dos ajustes calculados e da característica diferencial serão deduzidas as equações de operação do
relé.
Idiff = I diff min + 0,8I R + 1,5(0,4 0,8) = I diff + 0,8I R 0,6 , se I R ε 1,5
Os transformadores de potência são construídos de forma que seu custo e tamanho sejam minimizados. A
conseqüência dessa decisão é a possibilidade de saturação durante energização do transformador.
. Característica Diferencial
O relé diferencial, tipo KBCH/ALSTOM [11], é uma série de dispositivo digital mais antigo.
Observando a Fig. 29 percebe-se que a característica deste relé lembra a característica do relé estático,
tipo 7UT23, da Siemens. Nesse relé as declividades das retas (slopes) são fixos em 20% e 80%, a corrente
diferencial é a soma vetorial e a corrente de restrição é a soma dos módulos dividido por 2.
A partir do ajuste e característica diferencial definidos serão deduzidas as equações de operação do relé.
Estas equações são utilizadas para calcular as condições de corrente diferencial e restrição para verificar
se a corrente diferencial medida é suficiente para que haja atuação do relé.
. Ajustes
Este relé não precisa de transformador de corrente auxiliar para fazer a compensação de ângulo, filtro de
seqüência zero e corrigir erro de Mismatch.
S TRAFOkVA
I NOM =
3 ⋅ VkV
S TRAFOkVA
I NOM =
3 ⋅ VkV
V69 kV = 69kV
S TRAFOkVA 100.000
I NOM = = = 836,74 A
3 ⋅ VkV 3 ⋅ 69
836,74
I NOMSEC = = 2,789 A
300
5
FC 69 kV = = 1,792
2,789
Devido ao erro provocado pelo limite de ajuste do FC230kV se faz necessário corrigir o fator do lado de
69kV na mesma proporção.
I NOMTRAFO = 125,5 A
. Compensação Angular
No relé KBCH são ajustados parâmetros que indicam o tipo de ligação entre os enrolamentos primário e
secundário para que seja feita a compensação angular. O transformador utilizado neste projeto é do tipo
Yd1 que aplicando a convenção do relógio de vetores corresponde a uma defasagem angular de -300 entre
o enrolamento primário e secundário.
Caso a seqüência de fase das correntes fosse CBA a ligação do transformador seria alterada para tipo
Yd11 que implicaria uma defasagem de +300 entre o enrolamento primário e secundário.
Para encontrar a defasagem angular entre o primário e o secundário aplica-se a convenção dos relógios da
seguinte maneira: A fase I do enrolamento de alta é posicionada na indicação de 12 horas, enquanto, a
fase I do outro enrolamento é posicionado de acordo com o “horário” indicado pelo fabricante, por
exemplo Yd1. Cada traço do relógio corresponde a 300 (ver Fig.30).
Nos dados de placa dos transformadores vem indicando o tipo de ligação e a defasagem angular entre o
enrolamento primário e secundário. Estes dados são considerados nos ajustes. A seqüência de fase das
correntes interfere na definição do ajuste.
Observa-se na Fig. 32 que na compensação, estando a sequência de fase correta, aplica-se o mesmo tipo
de ligação do transformador para as correntes do lado estrela e não se defasa as correntes do lado delta.
O objetivo é o mesmo que foi utilizado para os transformadores auxiliares de corrente no projeto
utilizando o relé 7UT23.
O bloqueio por segundo harmônico durante a energização acontece quando a forma de onda da corrente
de Inrush apresentar a largura igual a 1/4 de ciclo entre seus picos.
S1 Iof 20.00%
A proteção digital da Siemens, tipo 7UT512 [7] é uma versão mais avançada do que a do KBCH, da
ALSTOM, embora a Alstom já tenha o P64x, porque elimina vários parâmetros de ajustes cujos cálculos são
realizados pelo relé.
. Característica de Operação
Primeira Reta
y1 = 0,2
Para
I BIAS δ 0,5
Segunda Reta
y2 = 0,4 I BIAS
Para
0,5 < I BIAS δ 7,5
Terceira Reta
y3 = 1,5 + 0,6 I BIAS
Para
I BIAS > 7,5
TRANSFORMER DATA
Rated voltage of winding 1 of transformer 215.3 kV
Este parâmetro determina se será usada a função de eliminação da corrente de seqüência zero. O relé
diferencial 7UT51 se utiliza das equações abaixo para a eliminação de seqüência zero para falta
envolvendo a terra.
1
Como a corrente de seqüência zero é dada por I 0 = (I A + I B + I C ) , a eliminação desta componente por
3
fase será:
I ´A = I A I 0
I ´B = I B I0
IC´ = IC I0
Na forma matricial
I ´A 2 1 1 IA
1
I B
´
= ⋅ 1 2 1 ⋅ I B
3
IC´ 1 1 2 IC
I A [
cos k ⊕ 30 0 ] [ [ ] I ]
cos (k + 4 ) ⊕ 30 0 cos (k 4 ) ⊕ 30 0 A
3
I C cos[(k + 4 ).30 ] cos[(k 4 ).30 ]
0
cos[k .30 ] I 0 0
C
A solução da matriz para k igual a 1(Yd1) é dada abaixo e será aplicada às correntes de 69kV. Esta
corrente será utilizada nos cálculos da corrente diferencial e restrição e é dada por:
3 3
0
I ´ 2 2 Ia 1 1 0 Ia
a
2 3 3 1
I ´
b
=⊕ 0 ⊕ Ib = ⊕ 0 1 1 ⊕ Ib
3 2 2 3
I ´
Ic 1 0 1 Ic
c 3 3
0
2 2
S
I NTR =
3 ⊕V f f
100.000
I NTR 69 kv = = 836,74 Aprim = 2,789 A sec
3 ⊕ 69
100.000
I NTR 257,5 = = 224,2 Aprim = 1,8683 A sec
3 ⊕ 257,5
1,8683
I 257,5 = = 0,836 pu
2,2347
100.000
I NTR 257,5 = = 312,25 Aprim = 2,602 A sec
3 ⊕ 184,9
312,25
I184,9 = ⊕ 1,7928 = 2,4968 pu
224,2
2,4968
I184,9 = = 1,1173 pu
2,2347
Este ajuste será definido considerando a corrente de “Inrush” no lado de 230kV durante a energização do
transformador em vazio.
Este ajuste será definido considerando os valores de corrente de restrição para as tensões liberadas de
faixa de LTC.
A mínima corrente de defeito acontece para uma falta monofásica com a linha 04C3 fora de operação.
I A = 2.827 80 0 A
I B = 446 96 0 A
I C = 446 96 0 A
1
I A' = ⋅ (2 ⊕ I Á I B I C )
3
1
(
I A' = ⋅ 2 ⋅ 2.827 80 0 2 ⋅ 446 96 0 ) = 2.181 80,5 0 A
3
0,8 ⋅ 2.181
I DIF > = = 6,51I / I nTR
120 ⋅ 2,2347
Para uma falta interna, ambas as correntes diferencial e de restrição crescem na mesma proporção. Para
faltas externas somente a corrente de restrição cresce. Para uma falta externa com saturação de TC, no
primeiro meio ciclo após a inserção da falta, existe apenas corrente de restrição e, caso apareça corrente
diferencial após este tempo, o relé entende que houve saturação dos TCs, levando a função diferencial ao
bloqueio, Fig. 35 [3].
tg ( ) tg ( 83 )
TDC = = = 0,0216 s = 21,6ms = 1,3ciclo (em 60Hz),
2f 2 60
Como
I nTR 215,3 = 2,234 A
I nTR 69 kV = 2,789 A
Pela equação baseada na característica montada de acordo com os ajustes, a equação que será aplicada
será:
I A = 446 96 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0
Aplicando a equação para calcular a corrente na fase considerando a eliminação da seqüência zero no lado
de 230kV.
1 1
I ´A = ⊕ (2 ⊕ I A I B I C ) = ⋅ (2 ⋅ 3,716 96 0 3,716 96 0 3,716 96 0 ) = 0
3 3
No lado de 69kV a corrente I ´´ é zeroA porque não existe fonte de seqüência positiva e a fonte de
seqüência zero é filtrada pelo enrolamento em delta.
I diff = I ´A + I ´´ =A 0 + 0 = 0
I A = 2.827 80 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0
1
I A' = ⋅ (2 ⊕ I Á I B I C )
3
1
I A' = ⋅ (2 ⋅ 2.827 80 0 2 ⋅ 446 96 0 ) = 2.181 80,5 0 A
3
2.181 80,5
I DIFFMEDIDO = + 0 = 8,133 pu
120 ⋅ 2,234
Pela equação que será aplicada baseada na característica montada de acordo com os ajustes será:
y 3 = I DIFFCAL = 1,5 + 0,6 I RESTMED = 1,5 + 0,6 ⋅ 8,133 pu = 3,3798 pu < 8,133 pu
A proteção diferencial restrita a terra [12] é uma proteção complementar à proteção diferencial de
fase do transformador, em particular com enrolamento em estrela aterrado. A proteção restrita a terra deve
ser ligada de tal forma que as correntes somadas da entrada do transformador e a corrente 3I0 de neutro
tenha torque máximo quando tiverem a mesma polaridade. A Fig. 39 mostra as condições de polaridade
das correntes para falta externa e interna de um esquema geral.
a) b)
. Característica de Operação
3I 0(TCN ) = I N
3I 0(TCL ) = I A + I B + I C
A faixa de fase para falta interna é definida pela coincidência aproximada das fases entre IN e 3I0
obedecendo a seguinte condição:
Quando se estende a atuação da proteção para maior que 900, que pode ocorrer para uma falta interna com
saturação do TC, a corrente de restrição será considerada conforme equação abaixo.
. Ajustes
Esta função é utilizada para cobrir falta em pontos do enrolamento do transformador onde a função
diferencial de fase não alcança, ou seja, em torno de 30% do ponto de neutro. O critério para ajustar este
parâmetro seria calcular o valor desta corrente a partir deste ponto.
A relação entre a soma das correntes de entrada do transformador e a corrente no neutro pode ser
formulada considerando o circuito tendo como modelo um autotransformador, ver Fig.41.
I n NC + N S 1 Ip
TR = = = I n = I p ⋅ TR =
Ip NC x x
Para este ajuste é considerado um desequilíbrio natural de 10% mais um fator de segurança de 5%.
Ip 25
In = = = 250A
x 0,1
3I 0(TCN ) 250
I OP = 3I 0 (TCN ) = = = 0,83 > 0,15 I / I n
RTC ⋅ I n 60 ⋅ 5
Para uma falta interna com saturação dos transformadores de corrente, existe a possibilidade de não
atuação da proteção. Para que a área de atuação da característica seja ampliada, aumenta-se o ângulo
crítico para 1100 para cobrir o erro dos transformadores de corrente durante uma falta no limite da região
de operação do relé.
A proteção diferencial restrita a terra do relé tipo P142/ALSTOM [5] utiliza uma característica
diferencial tradicional, diferente da proteção 7UT513, da Siemens.
. Característica de Operação
I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N
I fase + I N xKTC
I Bias =
2
As equações das retas serão definidas com os valores ajustados e que serão utilizadas na verificação
de atuação da função diferencial são dadas por:
. Ajustes
Este parâmetro determina se a proteção restrita a terra será de baixa ou de alta impedância.
Caso o neutro do transformador fosse aterrado via um resistor, a função seria ajustada para ser de alta
impedância.
RESTRICTED E/F
IREF> k1 0.00%
O ajuste do primeiro slope K1 deverá cobrir o erro natural de desequilíbrio nas fases, no entanto, poderá
ser ajustado em 0.0% e deixa a mínima corrente diferencial como fator decisivo.
O ajuste para a mínima corrente diferencial deverá cobrir as faltas nas espiras cuja região do enrolamento
não é coberta pela proteção de fase. Deverão ser realizados ensaios para mensurar as correntes na entrada
do transformador e no neutro para curto-circuito monofásico a 70%, 80% e 90% do enrolamento. Para
este ajuste será considerado um desequilíbrio natural de 10% mais um fator de segurança de 5% da
nominal.
Este ajuste determina o ponto em que as retas se cruzam. Este ajuste será determinado considerando a
corrente nominal do transformador no lado que a proteção está sendo aplicada.
I c arg a 251
IRF > Is 2 = = = 2,1A
RTC 120
I A = 446 96 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0
3I 0 = 1.337,7 96 0 A
I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N
I A = 2.827 80 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0
3I 0 = 1.337,7 96 0 A
I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N
I fase + I N xK TC
I Bias =
2
(
I Dif = 23,5583 ) 96 0 = 26,98 85 0 A
80 0 + 3,7167 96 0 + 3,7167 96 0 + 0,5 ⋅ 22,295
Como a corrente de restrição deu maior que 2A será aplicada a segunda equação.
Para o caso da proteção tipo 7UT513, a inversão da corrente seria suficiente para atuação da proteção
diferencial restrita a terra.
22,295
I OP = 3I 0 (TCN ) > I set = > 4,459 > 0,15 I / I N
5
O transformador com ligação estrela-triângulo, quando energizado em vazio, fica com seu secundário
isolado da terra, onde, para uma falta monofásica, as proteções de sobrecorrente e diferencial não são
sensíveis porque não há circulação de corrente.
A proteção de sobretensão residual é a função adequada para atuar para este caso e poderá ser ajustada
com os mesmos valores adotados para a mesma função utilizada quando o barramento de 69kV está sem o
transformador de aterramento, ver Pág. 40.
. Ferrorressonância
A presença de um transformador de potencial indutivo no lado delta, em alguns casos, poderá apresentar o
fenômeno de ferrorressonância causado pela instabilidade do neutro durante a energização e, uma de suas
características, é a presença de sobretensão residual em freqüências diferentes da nominal (ver Fig. 43).
Esse fenômeno depende da capacitância equivalente para a terra e da característica de magnetização dos
TPIs e acontecerá de acordo com a seguinte condição:
X co
0,01 < < 2,8 [18]
Xm
A proteção de sobretensão residual aplicada para curto-circuito fase-terra com o disjuntor do lado de
69kV aberto poderá ser utilizada para este fenômeno caso o dispositivo seja sensível para freqüências sub-
harmônicas. A eliminação do fenômeno pode ser através da troca do TPI por TPC, instalação de reator de
aterramento ou instalação de resistor de amortecimento no secundário do TPI ligado em delta aberto.
A instalação de reator ou troca do TPI é cara e exige desligamento do circuito. A opção de instalar um
resistor de amortecimento é o mais viável.
3 3 ⊕ (U S ) 2
Ra = [17]
Pe
(U S ) 2
PR =
Ra
Onde
US: tensão secundária em volts
Pe: potência térmica do TPI em VA
PR: potência do resistor em Watt
O TPI instalado no setor de 69kV do transformador é de fabricação Arteche, tipo UTD2, de 75VA.
A tensão a ser considerada no cálculo será de 199,2V (3x66,4V).
3 3 x66,4 2 199,2 2
Ra = = 305,5& e PR = = 130W
75 305,5
É importante, antes de instalar o resistor, rodar um caso de energização do transformador em vazio para
avaliar o amortecimento no ATP. Com a instalação do resistor de amortecimento a proteção de
sobretensão residual somente operará durante a energização do transformador quando o resistor estiver
aberto ou houver uma falta fase-terra. Através do programa de transitório ATP o fenômeno de
ferrorressonância foi eliminado por uma resistência de 20 /2000W que no teste de campo correspondeu
ao esperado.
A proteção de distância é uma proteção para curto-circuito mais rápida e seletiva do que a proteção
de sobrecorrente porque sofre pouca influência com as mudanças da impedância da fonte e de
configurações do SEP. Ela é ideal para os sistemas onde a corrente de curto-circuito é próxima da
corrente de carga. A proteção de distância digital disponibiliza várias funções auxiliares como localização
da faltas, oscilografia, oscilação de potência, lógicas de Teleproteção e religamento automático. Uma das
características importante é a função de autodiagnose que informa para o usuário quando o dispositivo
está inoperante.
. Linha
Z1=16,346+j 87,4966Ω = 89 79,40 &
Z0= 78,29+j 240,3247Ω =252,76 720 &
Limite de Carregamento: 780A
Comprimento:170km
Distância entre um condutor e a estrutura: 3,00m
Distância entre condutores: 9,22m
. Transformador de Corrente
. Transformador de Potencial
230000 115
Relação Disponível: / V = 2000 / 1V
3 3
O relé multifunção, tipo P442 [4], foi escolhido entre outros fabricantes por ser mais didática e por conter
as funções de proteção necessárias para proteção de uma linha de transmissão. A função principal é a
proteção de distância. Praticamente serão ajustadas todas as funções com exceção da função de
sobrecorrente por seqüência negativa (67/46), Stub (50), condutor aberto (46BC) e subtensão (27). As
funções disponíveis são mostradas na Fig. 46.
Existem duas funções que determinam a atuação da proteção de distância, uma rápida e outra lenta.
A proteção de distância rápida identifica o defeito dentro da linha através de medidas acumulativas e em
cinco amostras toma uma decisão de direção, localização e resistência de falta se utilizando dos alcances
de zonas definidos nos ajustes.
A proteção de distância convencional é solicitada quando as condições da função rápida não são atendidas
e os cálculos são realizados calculando-se a impedância aparente e utilizando a informação de tensão e
corrente do loop de falta para a direção da falta se utilizando dos alcances de zonas definidos nos ajustes.
Quando as tensões são próximas de zero a função se utiliza da tensão de memória para determinar a
direção da falta. Quando não há possibilidade de definir a direção durante o fechamento do disjunto sobre
defeito a indicação será para frente.
I ccmáx 2.170
RTC = = = 108,5
20 20
Será ajustado na relação mais próxima do maior valor encontrado nos cálculos acima.
Será deixado em RTC = 1000 / 5 A
230000 115
RTP = / = 2000 / 1V
3 3
Nesse relé a impedância secundária, o ângulo e o comprimento da linha da linha são parametrizados e são
comuns para a proteção de fase e neutro.
. Primeira Zona - Z1
O ajuste de Zona 1, cujo alcance é para frente, não deve alcançar a barra remota para nenhuma condição
de curto-circuito por atuar de forma instantânea. Nesta cadeia de proteção existe a função de Zona 1X,
que seria uma proteção com alcance suficiente para cobrir toda a linha com atuação instantânea, quando
houvesse falha nos canais de Teleproteção.
A Zona 1 deve ser ajustada para alcançar 85% da impedância aparente para falta no terminal remoto.
Como esse relé não possui compensação de mútua para cálculo da impedância deverá ser analisada a
condição de linhas paralelas considerando uma das linhas aterrada nos dois terminais para falta a terra no
terminal remoto.
O percentual aplicado de 85% é para evitar que a proteção sobrealcance o terminal remoto. Os 15%
restantes são para cobrir o erro dos transformadores de corrente que é de 10% mais erro de 5% do relé.
Como os ajustes do relé são parametrizados com valores secundários, será calculada uma constante para
facilitar estes cálculos.
V prim
V prim V prim RTC RTC
Z= = RTP = ⋅ = Z prim ⋅
I prim I prim RTP I prim RTP
RTC
RTC 200
KR = = = 0,1
RTP 2000
. Impedância Aparente
Para que a proteção de distância meça a impedância até o ponto de defeito com o mínimo de erro, é
necessário compensar o retorno pela terra e a influência da mútua entre linhas paralelas. Para falta entre
fases a mútua pode ser desprezível porque na maioria dos casos as linhas têm as fases transpostas. O valor
de impedância medido pelo relé com todas as possíveis influências do sistema durante a falta é a
impedância aparente.
V A VB
ZR =
IA IB
A equação da impedância aparente vista pelo relé para falta fase-terra é dada por
VA
ZR =
I A + 3I 0 K 0
. Compensação de Terra
1Z
K0 = ⋅ 0 1
3 Z1
. Compensação de Mútua
Z 0M
K OM =
3 ⋅ Z1
Onde Z1 é a impedâncias de seqüência positiva da linha e ZOM a impedância de mútua entre as linhas
paralelas.
A proteção P442 utiliza a compensação de mútua apenas na função de localização de falta não
compensando o erro provocado pela mútua na medida da impedância vista pelo relé.
Como no relé o ajuste é comum para as funções de distância de fase e neutro será utilizado o menor valor
de Z aparente para falta na barra remota.
. Cálculo de K0
1 Z0 1 252,76 72 0
K0 = ⋅ 1 = ⋅ 0
1 = 0,6177 11,4 0
3 Z1 3 89 79,4
VA 66.456 0,0 0
Z ap = = = 105,82 77,2 0 &
I A + 3I 0 K 0 409,74 76,3 + (3 ⋅ 118 67,45 ⋅ 0,6177 0 11,4 )
0 0
Falta Monofásica na Barra Remota (com a linha paralela aterrada nos dois terminais)
VA 81.410 0,0 0
Z ap = = = 83,8 85,6 0 &
I A + 3I 0 K 0 634,95 79,4 + (3 ⋅ 182,35 74,38 ⋅ 0,6177 0 11,4 )
0 0
. Segunda Zona – Z2
O ajuste de Zona 2, cujo alcance é para frente, é calculado considerando 120% da impedância
aparente maior calculada para defeito na barra remota. O percentual aplicado de 120% da impedância
aparente calculada é para cobrir o erro dos transformadores de corrente que é de 10%, erro de 5% do relé
e 5% para garantir que o alcance cubra toda linha.
Como no relé o ajuste é comum para as funções de distância de fase e neutro, será utilizado o maior valor
de Z aparente para faltas na barra remota.
Nesse relé o alcance de Z2 também é usado na função de Teleproteção de Transfer-Trip Permissivo por
Sobrealcance, POTT.
. Terceira Zona – Z3
O ajuste de Zona 3, cujo alcance é para frente, é calculado para cobrir falta na barra remotíssima
considerando a carga e serve como retaguarda das proteções da linha à frente. O alcance lateral dessa zona
é limitado pela carga máxima que a linha pode transportar e, considerando que a característica do relé é
quadrilateral, ajusta-se o alcance resistivo em até 70% da resistência de carga máxima da linha.
O alcance lateral é limitado pela carga havendo a possibilidade da proteção não ver o defeito com
resistência de falta maior do que a ajustada.
Para garantir confiabilidade dos sistemas de proteção são instalados relés de distância duplicados
alimentados por transformadores de corrente e potencial separados, além de esquemas de Teleproteção
com recobrimento de canais de comunicação. Isto tem facilitado utilizar o alcance de Z3 para cobrir até
150% da linha sem ser necessário alcançar a barra remotíssima, evitando-se assim, a atuação pela
impedância da carga em contingência dupla. É importante lembrar que para linhas paralelas a carga
máxima será a soma das duas linhas, limitada pelo carregamento máximo de cada linha, para atender
contingência de perda de uma delas.
É importante ressaltar que a decisão de alcançar ou não o secundário dos transformadores da barra remota
dependerá da necessidade do sistema.
. Quarta Zona – Z4
O ajuste de Zona 4, cujo alcance é reverso, é calculado para cobrir faltas na barra de 230kV sem
descoordenar com a atuação das proteções do transformadores e nem das linhas conectadas à barra.
A Zona 4 é ajustada para alcançar até 60% da impedância aparente para falta trifásica na barra de 69kV
sem comprometer a lógica de POTT quando utilizada.
A Zona 4 deve cobrir o alcance de Zona 2 do terminal remoto para bloquear a devolução do sinal na
lógica de Teleproteção POTT quando a falta não for dentro da linha. Será aplicada a seguinte equação
considerando o valor das impedâncias local e remota na mesma base devido à possibilidade de relações de
transformadores de corrente diferentes.
Caso esse valor alcance o secundário dos transformadores será necessário utilizar outra função de
distância para Z4, que neste relé poderia ser a Zona P, ficando a Zona 4 com tempo de atuação no máximo
e aplicada apenas à lógica de Teleproteção. É importante testar os ajustes para as diversas faltas para se
verificar o alcance desejado.
. Grade de Tempo
Tempo de Zona 2
T2=0,4s: segue o mesmo critério de coordenação de intervalo de 0,4s aplicado para relés
de sobrecorrente.
Tempo de Zona 4
T4=0,8s: deve coordenar com as proteções de sobrecorrente instantâneas dos transformadores e com a Z2
de outras linhas conectadas à barra.
. Impedância da Carga
A impedância da carga determina o limite da zona do relé de distância mais externa que por
segurança não deve ultrapassar 70% deste valor para uma tensão de 0,9pu da tensão aplicada.
A corrente ILBP é a máxima corrente liberada pela proteção de distância, que neste caso será o valor
primário da RTC. Quando os ajustes permitirem, o limite de base de proteção pode ser definido
considerando o fator térmico dos transformadores de corrente.
O ajuste da resistência de falta será definido pela resistência de arco para curto-circuito na barra
remota. A resistência do arco aparece como resistência no loop de falta por fase. Aproximadamente a
2500 ⋅ L ARCO ( ft )
R ARCO =
I ARCO ( A)
Como o arco se expande com o vento e depende do tempo de extinção, a equação acima fica mais precisa
quando é dada por:
5 ⊕ v ⊕ tZ 2
R ARCOCORR = 1 + ⊕ R ARCO
LARC
Onde
v = velocidade do vento em m/s
tZ2 = tempo de atuação da Z2 em s (tempo de extinção do arco para falta na barra remota)
A resistência de arco será calculada para corrente de curto-circuito bifásico mínimo na barra SE2,
que acontece na perda da fonte G1.
Considerando a velocidade do vento igual 18km/h(5m/s) e o tempo de atuação da proteção em 0,4s, tem-
se:.
A resistência de arco será calculada para corrente de curto-circuito monofásico mínimo na barra
SE2, que acontece na perda da fonte G1.
Para a velocidade do vento igual 18km/h(5m/s) e o tempo de atuação da proteção em 0,4s, tem-se:
5 ⋅ ( m / s ) ⋅ t B (S)
5 ⋅ 5 ⋅ 0,4
R ARCCORRIG = 1 + ⋅ Rarc = 1 + ⋅ 7,3 = 31,63&
L ARC ( m ) 3,0
O ajuste da resistência de falta para defeito entre fases deve ser multiplicado por 2 porque o relé
calcula a impedância por fase. O relé calcula a resistência de falta a partir desse ajuste. O relé limita a
resistência de falta em 10 vezes o valor da impedância ajustada.
Como no loop para falta entre fases a resistência de falta é dividida por 2, a resistência de arco calculada
deve ser multiplicada por 2.
O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 2, que é de 120%.
O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 3, de 150%.
O ajuste da resistência de falta para defeito entre fase-terra deve ser multiplicado por (1+K0) porque o relé
calcula a impedância por fase. O relé calcula a resistência de falta a partir desse ajuste. O relé limita a
resistência de falta em 10 vezes o valor da impedância ajustada.
A resistência de pé-de-torre (RPT) que deve ser utilizada é o equivalente das resistências de todas as torres
nas proximidades da subestação para a falta envolvendo a terra.
Devido à dificuldade do cálculo da resistência equivalente pode-se aplicar um valor típico conforme
resultados de diversos casos processados, considerando a resistividade do solo, o número de vãos,
distâncias entre cabos para-raios e cabos condutores e ponto de falta.
O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 2, de 120%.
. R3G
O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 3, de 150%.
. R4G
O limite lateral da característica externa da proteção de distância poderá ser de 70% da resistência de
carga, desde que não ultrapasse o limite da impedância ajustada que neste relé é de 10 vezes.
A resistência de carga calculada é de 11,95 .
Assim, R3G = R3 PH = 0,7 xRCARGA = 0,7 x11,95 = 8,36& < 10 ⋅ Z 3 < (10 ⋅15,87&)
Alguns fabricantes disponibilizam a função chmada “Load Encroachment” para bloquear a atuação das
proteções de distância numa determinada área quando é liberado um valor de resistência de falta maior do
que a resistência de carga.
. Função de Direcionalidade
Existem neste relé duas funções de distância, uma rápida e outra convencional. A função rápida define a
direção da falta pela potência de defeito por fase após cinco amostras sucessivas e a convencional através
da tensão e da corrente do loop de falta. Ambas as funções se utilizam da tensão de memória quando as
tensões da falta são nulas
. Função Rápida
É importante observar que a verificação da direção da falta pela função rápida somente é possível tendo-
se as informações de valores transitórios de cinco amostras consecutivas.
. Função Convencional
A direção da falta nesse relé é baseada no cálculo do deslocamento da tensão armazenada e a derivada da
corrente. A corrente e tensão usadas são aquelas dos “loops” de medida definida pela seleção de fase
durante a falta. No fechamento sobre defeito se as condições de tensão e corrente não forem suficientes
para determinar a direção, a unidade direcional é forçada para frente. O ângulo direcional é fixado entre -
300 e +1500, com ângulo de torque máximo de 600.
Existem várias influências durante a falta que pode levar a função de distância a atuar de forma indevida.
Os ajustes definidos para a proteção de distância deverão ser testados considerando a possibilidade de o
relé operar indevidamente devido às influências abaixo relacionadas.
Para uma falta com resistência a impedância aparente medida pelo relé será dada por:
I2 I
Zap = d ⊕ Z1 + RF + ⊕ RF = d ⊕ Z1 + RF ⊕ 1 + 2
I1 I1
Verifica-se que há um acréscimo na impedância medida pelo relé devido à contribuição de corrente da
fonte da barra remota, Fig.56. Isto poderá levar o relé a atuar por Zona 2 mesmo a falta estando dentro do
alcance de Zona 1. Caso os esquemas de Teleproteção adotados que dependem da atuação da Zona 1 para
atuar fossem o PUTT(Permissivo para Transfer-Trip por Subimpedância) e DUTT(Transfer-Trip Direto
por Subimpedância) as lógicas não serias completadas.
O que diferencia para o caso anterior é o ângulo provocado pela transferência de potência entre os
terminais, que dependendo do local do relé, pode causar atuação da proteção por Sobrealcance ou
Subalcance para falta na barra remota. Alguns relés têm como ajustar esse desvio sem diminuir o alcance
reativo através de um parâmetro chamado de Tilt (desvio), cujo ajuste compensa a defasagem angular
entre as correntes de curto-circuito entre os dois terminais considerando a corrente de carga e a resistência
de falta. Essa diferença angular provoca uma alteração no alcance reativo para mais ou para menos
dependendo da direção do fluxo de carga.
O ideal para se ajustar o ângulo de Tilt seria rodar o curto-circuito considerando o fluxo de carga. Caso o
relé não tenha o ajuste de Tilt, o alcance indutivo deverá ser reduzido em torno de 10% do valor
encontrado para o alcance de Z1.
Caso o relé não ajuste o ângulo de K0, o alcance indutivo deverá ser reduzido em torno de 10% do valor
encontrado para o alcance de Z1.
Considerando que a fonte de I2 está próxima à linha a impedância aparente vista pelo relé será:
I2
Z ap = Z A + Z B + ZB
I1
Quando o relé possui ajuste de compensação de mútua poderá haver atuação indevida da proteção de
distância da linha sã para falta monofásica próxima à barra.
A impedância vista pelo relé da linha sã para falta monofásica próxima à barra na linha paralela
considerando o sentido das correntes é dada por:
VA
Z relé =
I A 3K 0 A I 01 + 3K 0 MA I 02
Para 3K 0 MA I 02 > I A 3K 0 A I 01 haverá inversão da corrente medida pelo relé com a possibilidade da
falta cair na direção à frente levando o relé a atuar por Zona 1.
Para se evitar atuação indevida face o acoplamento magnético, alguns relés digitais disponibilizam um
ajuste que bloqueia a compensação de mútua quando a relação entre as correntes da linha sã e a sob
defeito ultrapassem um valor ajustado.
A aplicação será realizada para uma falta fase-terra a 50% da barra SE3 na linha 04C1
VA
Z ap =
I A + 3I 0 K 0
36,048 0 0
Z ap = = 4,485 79,3&
4,7515 74,7 0 + 3 ⋅ 1,793 74,4 0 ⋅ 0,6177 11,4 0
Como a verificação de direção é realizada com a derivada da corrente ela está a 900 à frente da corrente de
falta, ou seja:
I 'falta
'
= 8,037 10,7 0 A sec
VA 72.069 0 0
VA = = = 36,034 0 0 V
RTP 2000
O relé opera porque tem direção à frente e a impedância aparente vista pelo relé cai dentro do alcance de
Zona1.
A localização da falta numa linha de transmissão tem sido um fator importantíssimo para que
normalidade seja estabelecida em tempo ágil. O fator erro na localização da falta tem sido minimizado o
máximo possível. Os relés digitais de distância é uma ferramenta importante na localização da falta, no
entanto ele é limitado na precisão porque a sua função é de proteger a linha com atuação rápida e precisa.
O relé em estudo utiliza dois métodos para a localização da falta, o rápido e o convencional.
. Unidade Rápida
Caso haja partida da unidade rápida, a localização da falta é calculada pelo relé através do método de
Gauss-Seidel com erro de 3%.
n n
(VL .Z L .I ) R falta ( n 1) . ( Z L .I .I falta )
n0
D falta ( n ) = n
no
( Z L .I ) 2
n0
O cálculo da resistência da falta segue o mesmo método de acordo com a equação abaixo
n n
(VL .I falta ) D falta .(n 1). ( Z L .I .I falta )
n0 no
R falta ( n ) = n
( I falta ) 2
n0
Onde
. Unidade Convencional
Caso não haja partida da unidade rápida, o relé se utilizará da impedância de defeito levando em
consideração a compensação da mútua para definir a localização da falta.
Z OM 91,4363 56°
K OM (C 2C1) = = = 0,3425 23,4°
3 ⋅ Z 1 3 ⋅ 89 79,4°
R0 R f dI A dI dI
V AN = R f ⊕ D f ⊕ I A + ⊕ D f ⊕ 3I 0 + L AA ⊕ D f ⊕ + L AB ⊕ D f ⊕ B + L AC ⊕ D f ⊕ C + R f ⊕ I f +
3 dt dt dt
dI m
+ R m ⊕ I m + Lm ⊕
dt
Onde
dI A dI dI Rf
V AB = R f ⊕ D f ⊕ ( I A I B ) + (L AA L AB ) ⊕ D f ⊕ + (L AB LBB ) ⊕ D f ⊕ B + (L AC LBC ) ⊕ C + ⊕If
dt dt dt 2
Onde
Os valores amostrados da corrente de falta são sustentados para permitir o cálculo da falta. Quando o
cálculo da falta é completado a informação da localização é disponibilizada.
Z relé
D(km) = ⋅ Llinha (km)
Z linha
Uma falta no SEP precisa ser eliminada o mais rápido possível para que não provoque oscilações de
potência indesejáveis e nem sejam danificados os equipamentos. Como o alcance de primeira zona Z1,
que atua sem retardo, não pode alcançar a linha em toda sua extensão, os esquemas de Teleproteção são
utilizados para que a falta seja eliminada rapidamente em qualquer ponto dessa linha.
Podemos definir a função de Teleproteção como um sistema de proteção que se utiliza de canais de
comunicação entre terminais de linha para prover eliminação imediata da falta cobrindo toda extensão
dessa linha. Serão consideradas as lógicas de Teleproteção mais utilizadas e que atendem o objetivo de
eliminação da falta praticamente de forma instantânea.
O esquema atua da seguinte maneira: Quando a falta cai no alcance de Zona 1, a proteção local envia um
sinal de permissivo para o terminal remoto para que a proteção deste terminal acelere a atuação que vê em
Zona 2. O terminal que atua em Zona 1 não precisa de sinal permissivo para operar. Este esquema deve
partir o religamento automático quando desejado.
O esquema atua da seguinte maneira: Quando a falta cai no alcance de Zona 2, a proteção local envia um
sinal de permissivo para o terminal remoto enquanto espera um sinal de permissivo para acelerar sua
atuação. A mesma ação acontece no terminal remoto. Completada a lógica o disparo sobre o disjuntor é
liberado. Este esquema deve partir o religamento automático quando desejado.
Como a função depende da devolução do sinal para atuar deverão estar disponíveis as funções de “Weak-
infeed (fonte fraca) e Echo”.
Quando é utilizada a função POTT deverá ser definido se haverá trip pela função de Weak-infeed para
fonte fraca e ativação da função de Eco para devolução do sinal quando nenhuma proteção do terminal
remoto operar. Caso o terminal tenha fonte fraca deverá ser ajustado “Trip and Echo” que além de
devolver o sinal abre o terminal local pelo trip de Weak-infeed.
O esquema permissivo por comparação direcional de terra é um recurso utilizado para cobrir condições de
falta com alta resistência onde a proteção de distância não é sensível. O esquema é idêntico ao POTT e
usa o mesmo esquema lógico de eco. Esse esquema de Teleproteção pode compartilhar o mesmo canal do
esquema POTT, mas o ideal seria adotar canais separados para evitar atuação de função de distância no
esquema de direcional de terra e vice-versa.
O relé P442 tem uma função de sobrecorrente direcional de terra independente para ser utilizada nessa
lógica de Teleproteção cujo torque máximo é de -760.
O esquema atua quando a falta é interna e os dois sensores direcionais de corrente de sequência zero são
sensibilizados. Quando a falta é externa o sensor reverso que é mais sensível bloqueia a devolução do
sinal. A devolução do sinal pelo esquema de eco e o bloqueio por inversão de corrente utilizado na lógica
de POTT se aplicam também à lógica de comparação direcional de terra.
Esse ajuste será definido considerando uma falta fase-terra na barra remota com resistência de falta igual
àquela calculada no parágrafo 7.4 cujo valor é de 31,63 .
3V0 3 ⋅ 4.782,6
V> = = 2,39V
RTP 2000
IN Forward: 0,5A
Esse ajuste será definido considerando uma falta fase-terra na barra remota com resistência de falta igual
àquela calculada no parágrafo 7.4 cujo valor é de 31,63 .
3I 0 3 ⋅ 81,526
IN > = = 1,22 A
RTC 200
Esse ajuste define um retardo para que a lógica de trip se complete caso não se deseje um trip instantâneo.
Será deixado sem retardo.
Será ajustado para que a lógica de trip seja através de canal separado da lógica de POTT.
Caso não seja possível ter lógica em canal separado do esquema POTT, deverá ser ajustado como Shared
tendo o cuidado de fazer uma análise do esquema considerando as mútuas das linhas paralelas envolvidas.
Será deixado em Permissive.
3I 0 remoto 3 ⋅ 47,86
IN remoto > = = 0,72 A . Será ajustado em 0,5A
RTC 200
O sinal de permissivo somente será devolvido pelo Eco se não houver bloqueio por:
- partida da função de distância reversa. A Zona 4 deverá cobrir o alcance da Zona 2 do terminal remoto.
- partida da função de distância à frente.
- atuação da função de 67N reversa.
- queima de fusível do TP da linha, cuja função quando opera, bloqueia as outras funções dependentes de
tensão.
- a atuação da função de oscilação de potência.
Após a recepção do sinal, o permissivo é devolvido pela função de Eco durante 200ms evitando-se assim
“loop” de transmissão entre os dois terminais.
A função de Eco para disjuntor aberto é uma lógica montada pelo usuário do relé. Esta lógica é
independente de bloqueio de funções internas para devolver o sinal de permissivo. A lógica é construída
para que o sinal seja devolvido para um defeito entre o disjuntor e o transformador de corrente da linha ou
Quando a fonte é fraca, havendo defeito na linha, sem possibilidade de atuação da proteção de
distância, a função de Weak-infeed ao receber o sinal de permissivo do terminal remoto (UNB_CR) e a
tensão medida (VA<WI) seja menor do que a ajustada, ela atua e, após um tempo de retardo definido pelo
usuário, ela manda abrir o disjuntor local.
. Ajustes
Durante o defeito, como mostrado na Fig. 70, o relé A2 parte e envia sinal de desbloqueio para a
proteção B2, esta não dispara com a recepção e nem devolve o sinal porque o defeito é reverso. No
entanto, quando da abertura do disjuntor B1, há uma reversão da corrente no trecho de B2 para A2. Sendo
o relé B2 sensível ao defeito e ainda recebendo um sinal decorrente de um retardo da função de
Teleproteção do terminal A2, não opera porque há um bloqueio temporizado que retarda a sua atuação até
cessar a recepção do sinal.
Quando há partida da proteção de distância reversa, a lógica parte e parte o temporizador de retardo de
40ms (T5) cujo tempo é inferior ao tempo de abertura do disjuntor da linha sob falta. Após o tempo de T5
a devolução do sinal é bloqueada e o bloqueio mantido pelo temporizador T6.
T5: Tempo de retardo utilizado para evitar bloqueio indevido para falta interna. Deve ser menor que o
tempo total de abertura do disjuntor da linha adjacente. Ajuste em 40ms
É importante ressaltar que o equipamento de Teleproteção não deve manter o sinal acima de 80ms
para evitar que o esquema opere indevidamente. Um ajuste satisfatório seria o equipamento manter o sinal
durante 5ms.
Além dos esquemas padrões do relé são construídas no funcional as lógicas de DUTT ( Direct
Underreaching Transferred Trip) e DTT( Direct Transferred Trip).
As funções que dão trip local e ficam seladas como esquema de falha, sobretensão e proteções intrínsicas
de reator não manobrável instalado na linha, deverão enviar para o terminal remoto trip direto com
bloqueio de religamento automático.
A função de distância Zona 1 deverá enviar Transfer-trip direto e partir o religamento automático do
terminal remoto. Durante o fechamento manual ou através de religamento automático do disjuntor a
função SOTF (fechamento sobre falta) deverá bloquear a lógica de DUTT.
A lógica mostrada na Fig.71 somente é aplicada quando não há disponibilidade de canais de comunicação
suficiente para cada função de transferência de trip. Quando existir canais de comunicação disponíveis a
lógica de DUTT e DTT devem ter esquemas separados de envio e recebimento de sinal
A lógica da Fig. 72 indica que se a recepção de sinal for maior que 200ms haverá bloqueio do religamento
automático. O sucesso deste esquema depende tanto do ajuste de sinal mantido no relé como também do
dispositivo de comunicação.
. Oscilação e Estabilidade
Oscilações em um sistema elétrico são reflexos dos deslocamentos angulares relativos entre as
máquinas síncronas deste sistema (unidades geradoras, compensadores e motores síncronos), provocados
por variações de carga, energizações e desenergizações de linhas de transmissão e/ou pela incidência de
falta (curto-circuito).
. Estabilidade Estática
E1 ⋅ E 2
PTR = ⋅ sen∏ ,
ZT
onde, Z T = Z S1 + Z L + Z S 2 , e se dá quando ∏ = 90 0 .
Caso o ângulo ∏ seja mantido entre 0 0 e 900 as máquinas oscilam até se estabilizarem.
Caso seja ∏ > 90 0 poderá haver perda de sincronismo.
. Estabilidade Dinâmica
A mudança do ângulo acima de 900 é permitida sem resultar em instabilidade na rede se for obedecido o
critério de Áreas Iguais, ver Fig. 73.
A variação dos pontos de operação corresponde à potência das turbinas. O gerador retorna ao seu estado
inicial após uma oscilação se a área (B+C) permanece maior que a área de aceleração (A). A condição da
falta ser rapidamente eliminada diminui a área (A) e o religamento automático com tempo morto mais
longo ajuda nesse processo.
A velocidade da variação da impedância no tempo é o que define se está havendo uma falta ou uma
oscilação. O ajuste de oscilação de potência ou perda de sincronismo é baseado nesta informação.
A velocidade de deslocamento da impedância no tempo e a freqüência de oscilação são indicativos para
definição dos ajustes.
A Fig. 75 mostra um registro oscilográfico da variação da corrente e da tensão indicando uma oscilação
modulada de 2Hz. Verifica-se que quando a tensão é máxima a corrente é mínima e vice-versa mostrando
uma variação contínua da impedância no tempo.
A função de oscilação de potência é montada considerando o quadrilátero formado pelas Zonas Z3, Z4 e
uma envoltória ajustada de acordo com velocidade da oscilação definida nos estudos elétricos, Fig. 76.
Se durante o bloqueio de oscilação acontece um defeito fase-terra, bifásico ou trifásico, o dispositivo
de proteção disponibiliza funções que podem cancelar este bloqueio através de sensores de desequilíbrio
de corrente ou superação de limite da corrente trifásica.
Conforme o estudo elétrico, constatou-se que haveria uma oscilação de potência de 2Hz no momento que
o ângulo de transferência de potência entre as subestações SE3 e SE2 é de 30 graus com tensão constante
nas barras de 230kV.
A velocidade da oscilação de potência considerando um arranjo de duas fontes, como o nosso caso, será
calculada usando a seguinte equação [2] :
dR Z w ∏
= v = ⋅ osc ⋅ tg & / s , onde:
dt 2 2 2
Z = Z S1 + Z L + Z S 2
V 2 230 2
Z S1 = = = 35& , impedância da fonte na barra da SE2
S 1.506
V 2 230 2
ZS2 = = = 48& , impedância da fonte na barra da SE3
S 1.102
Z = 35 + 87,4966 + 48 = 170,5&
170,5 2 ⋅ ⋅ 2 30
v= + ⋅ tg = 143,52& / s
2 2 2
Cálculo de X e R
X
v= X = R = t osc ⋅ v = 0,005 ⋅ 14,35 = 0,0718&
t osc
R = X = 0,08&
. IN>(%Imax)
Quando habilitada, desbloqueia a proteção durante uma falta a terra que possa ocorrer durante uma
oscilação de potência, permitindo o trip.
O "setting" com percentagem possui uma característica de restrição que aumenta o nível de atuação em
função do aumento de corrente durante a oscilação de potência (severidade da oscilação).
Quando habilitada, desbloqueia a proteção perante uma falta entre fases que possa ocorrer durante a
oscilação de potência permitindo o trip.
O "setting" com percentagem possui uma característica de restrição que aumenta o nível de atuação em
função do aumento de corrente durante a oscilação de potência (severidade da oscilação).
. Imax line>
Quando habilitada, desbloqueia a proteção perante falta trifásica que ocorre durante a oscilação. O
"setting" de sobrecorrente com tempo definido desbloqueia as zonas selecionadas permitindo o
desligamento da proteção.
sendo
Assim,
0,294 I n = 0,1⋅ I n + 1⋅ K R ⋅ I n
(0,294 0,1) I n
KR = = 0,194
In
Assim,
0,254 0,1
Ki = = 0,154
1
A função de desbloqueio não deve operar para a corrente máxima de oscilação (1,0In) e deve operar para
falta trifásica mínima na barra remota que é de 453A que corresponde a 2,265In.
O desbloqueio para falta trifásica deve ser habilitado porque a corrente de curto-circuito é maior do que a
corrente máxima de oscilação.
Tempo máximo definido pelo Estudo Elétrico para que a função libere o trip durante uma oscilação.
Os relés digitais que têm como função principal a proteção de distância que disponibilizam funções de
sobrecorrente como retaguarda ou de emergência quando da queima de fusíveis do TP. As funções de
sobrecorrente desse relé com unidade direcional funcionam a tempo inverso na condição normal e a
tempo definido quando há queima de fusível.
. Ajuste do Tape
Esta proteção não deve limitar a carga liberada pela proteção de distância podendo com isso leva-la a não
serem sensíveis para defeito na barra remota na condição normal, mas sendo necessário ser sensível para
falta no final da linha com o disjuntor remoto aberto.
Os relés direcionais de sobrecorrente de fase analógicos para se adequar melhor às condições de falta
poderão ser conectados às correntes e tensões em 900 , 300 ou 600 como mostra a Fig.77.
As proteções de sobrecorrente direcionais de fase dos relés digitais não alteram o seu tipo de
ligação, mas disponibilizam o ajuste de ângulo de torque máximo para melhor se adequar ao sistema.
Esta proteção é direcional e sua característica de operação vai de 350 a 150 0 , com a polarização sendo
realizada utilizando a tensão e a corrente envolvidas no loop de falta.
I CARGA 1000
I >1ε = ε 5,55 A
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 200
Para tornar a proteção de fase mais sensível pode-se considerar o limite de carregamento da linha
I CARR 780
I >1ε = ε 4,33 A
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 200
Este ajuste limita a corrente de carga, mas libera todo o carregamento da linha que é de 780A.
O limite de base de proteção deixará de ser 1000A para:
. Ajuste da Curva
Será considerado um tempo para curto-circuito, na configuração com disjuntor aberto no terminal remoto
entre o tempo de segunda e terceira zona, t = 0,6seg.
0,14 0,14
t = TMS ⋅ 0 , 02
0,6 = TMS ⋅ 0 , 02
= TMS ⋅ 318,42
I 4,6
1 1
IS 4,5
A fórmula aplicada acima faz parte do padrão IEC que é o mais utilizado.
13,5
Muito Inverso : t = TMS ⋅
I
1
IS
80
Extremamente Inverso : t = TMS ⋅ 2
I
1
IS
I
Para a relação = 20 o tempo se mantém constante.
IS
Durante a energização da linha por comando manual ou por religamento automático sobre defeito trifásico
próximo ao barramento, onde as tensões têm valores nulos, será utilizada pela função SOTF( Switch on
To Fault) a função de sobrecorrente rápida. A função SOTF tem atuação instantânea.
O critério de ajuste para esta função é que ela seja ajustada para uma vez e meia a corrente de carga para
evitar que opere após o fechamento do segundo disjuntor.
Esta função no relé é de retaguarda na condição normal e de emergência quando há queima de fusível do
TP. No SEP em torno de 75% das faltas é fase-terra e, ás vezes, com alta resistência. A proteção de
sobrecorrente de neutro por não depender da carga pode ser ajustada o mais sensível possível.
O ângulo de torque máximo depende da característica de aterramento porque quanto mais resistiva for a
falta mais próxima da tensão de referência estará a corrente de defeito 3I0.
Os relés de sobrecorrente direcional de terra em geral são polarizados por tensão e/ou corrente. A
polarização por tensão 3Vo pode ser medida e é feita através da ligação de um enrolamento de TP ligado
em delta aberto ou calculada internamente pelos relés digitais.
A polarização por corrente de neutro é feita utilizando o TC de neutro do transformador de potência.
Nos relés digitais existe também a polarização por tensão de seqüência negativa.
A Fig. 78 [1] mostra um diagrama de polarização de um relé analógico mostrando o ângulo de torque
máximo atrasado da tensão de polarização -3Vo de -600. O relé está ligado desta maneira para que seja
polarizado por -3V0.
Esta função de proteção tem característica direcional e o ângulo de torque máximo será ajustado em -600
porque o sistema é solidamente aterrado.
I CCMIN 292
IN > 1 δ δ δ 0,487 A
K ⋅ RTC 3 ⋅ 200
IN > 1 = 0,5 A
. Ajuste da Curva
Será considerado um tempo para curto-circuito na configuração com disjuntor aberto no lado da SE 2
entre o tempo de segunda e terceira zona, t = 0,6seg. É importante lembrar que estes ajustes deverão ser
testados para as diversas contingências do SEP.
A característica da curva será Normal Inverse, da norma IEC.
A corrente monofásica na configuração normal para defeito na barra da SE 2: 354A
0,14 0,14
t = TMS ⋅ 0, 02
0,6 = TMS ⋅ 0, 02
= TMS ⋅ 5,468
I 1,77
1 1
IS 0,5
. Linhas Paralelas
Na configuração de linhas paralelas com fontes nos dois terminais, como a mostra a Fig.79, o relé
direcional R1 deve coordenar com R4 e R3 com R2, R4 com R1 e R2 com R3, de acordo com a posição
da falta nas linhas. Este critério diz respeito às proteções de sobrecorrente direcional de terra porque são
mais sensíveis.
Como na maioria dos casos não se conseguem estas coordenações de forma completa apenas com a
função a tempo inverso, a função de sobrecorrente direcional instantânea deve ser ativada com um tempo
definido de 100ms para que a prioridade de atuação seja para a Zona 1 e Lógicas de Teleproteção.
A unidade instantânea deverá ser ajustada para ser sensível para 120% da corrente de curto-circuito
assimétrica máxima para falta na barra remota. A corrente máxima para falta fase-terra na barra SE2 é de
406,5 76 0 A , com FA = 1,38
IN > 2 = 3,40 A
. Lógica Padrão
. Ajustes
Os ajustes serão feitos na condição para sobretensão fase-fase e os valores são fornecidos pela Equipe de
Estudos Elétricos. Os valores poderão ser diferentes entre as linhas para haja desligamento em cadeia,
caso a sobretensão permaneça.
. Sobretensão Instantânea
. Sobretensão Temporizada
Quando a proteção envia para o disjuntor uma ordem de abertura, esta mesma ordem de abertura parte o
esquema de falha deste disjuntor. O esquema é parado quando chega ao relé a informação que o disjuntor
abriu através de supervisão de contatos auxiliares e ou pela ausência de corrente.
Antes que haja atuação do esquema de falha é enviado para o disjuntor um segundo disparo para
confirmação.
Quando o esquema de falha do disjuntor opera, ele isola o defeito na linha mandando abrir todos os
disjuntores conectados ao barramento e envia disparo direto para o terminal remoto.
Através de lógica interna no relé é utilizada a função de baixa pressão mais crítica do disjuntor para “by-
passar” o tempo do esquema de falha que atuará para qualquer disparo da proteção.
O desbloqueio do esquema de falha após atuação é realizado após a abertura das chaves seccionadoras
que isolam o disjuntor. Alguns usuários ainda colocam o desbloqueio dependente da função de subtensão
que supervisiona a tensão do barramento antes de abrir as seccionadoras e liberar o esquema.
Para se evitar uma operação indevida do esquema deve-se ter o cuidado para que a função não parta com
disparo externo provocado por surto em cabo de controle ou disparo mantido de proteções intrínsicas de
reatores não manobrável na linha.
. Ajustes
Este ajuste é usado também pelo relé P442 para verificação de linha energizada.
Alguns relés separam o “reset” do esquema pelos contatos de abertura do disjuntor para as proteções que
não envolvem corrente de curto-circuito e pelo sensor de corrente para as outras proteções. O “reset” do
esquema de falha pelo contato do disjuntor poderá ser realizado através de lógica interna do relé,
construída pelo usuário.
O ajuste no relé ficará com “Trip & I<”, ou seja, o esquema “reseta” quando não existir ordem de trip e
nem circular corrente pelo disjuntor abaixo do valor ajustado. Caso a linha tivesse reator não manobrável
seria adotado o ajuste “I< Only” porque as proteções intrínsicas quando operam permanecem atuadas
mesmo a linha sem corrente. Segue abaixo a lógica do relé, Fig. 81, onde chamo à atenção do selo do
esquema após receber uma partida que somente aceitará reset se as condições de ajustes forem
estabelecidas. Quando o esquema de falha atua, ele se sela, e somente será “resetado” após a abertura das
seccionadoras que isolam o disjuntor.
O Cheque de Sincronismo é uma função que o relé disponibiliza para que o fechamento do disjuntor entre
dois sistemas de potência aconteça com segurança com relação aos níveis de tensão, diferença de tensão,
diferenças angulares e de frequência. Os parâmetros de ajustes são definidos pelo grupo de estudos
elétricos. Nesse relé existem funções de sincronismo para o fechamento manual e automático do disjuntor
com ajustes comuns.
Para o esquema funcionar em conjunto com o fechamento manual e automático é necessário construir
uma lógica em que os comandos dependam da função de sincronismo.
. Ajustes
Bus-Line Delay
∪ DiffPhasr 35
t Bus LineDelay = = = 0,194seg
360 ⋅ DiffFrequency 360 ⋅ 0,5
O sincronismo é liberado OK quando as condições definidas nos ajustes são atingidas e permanecem
durante o tempo “Bus-Line Delay” de 190ms. Quando o disjuntor é comandado com a verificação de
sincronismo entre tensões síncronas o tempo acima pode ser ajustado com um valor menor do que o
calculado, por exemplo, 50ms.
Analisando-se os tipos de falta, a experiência tem mostrado que uma grande maioria acontece de forma
transitória não permanecendo o defeito após a abertura do disjuntor. Após a abertura do disjuntor pela
proteção depois de um retardo, chamado tempo morto, que é o tempo que a linha fica sem tensão após um
desligamento do disjuntor pela proteção, e o disjuntor não apresentar problemas mecânicos de pressão ou
óleo e as condições de sincronismo forem atendidas, é dada a ordem de religamento automático.
As principais vantagens pelo uso de religamento automático são de minimizar interrupções de
fornecimento ao consumidor e evitar instabilidade no SEP.
. Ajustes
kV
t= + 10,5 [ciclos] . [1]
34,5
Para 230kV:
230
t= + 10,5 = 17,167ciclos t = 17,167 ⋅ 16,67 = 286,16ms
34,5
Acrescentando o tempo de abertura do disjuntor, o tempo morto mínimo para o 230kV será de
Bloqueio por Baixa Pressão do Disjuntor A/R Inhibit Wind: 1,0s ( mínimo )
Esta função bloqueia o religamento caso haja problema mecânico no disjuntor que impeça sua abertura
após fechamento.
O ajuste padrão para este relé é que haverá religamento automático pela atuação da 1a Zona e Esquema de
Teleproteção. A ativação das outras funções depende do usuário.
Os Estudos Elétricos definem o primeiro disjuntor a religar chamado Líder e o segundo chamado
Seguidor. Deverá haver uma diferença entre o tempo morto do primeiro a religar e o segundo. Isto evitará
que os dois disjuntores religuem sobre defeito. Uma diferença de 400ms, tendo como critério o tempo de
atuação em Zona 2, será suficiente. Esse valor não poderá ser menor do que o tempo de fechamento do
disjuntor mais o tempo de atuação da função que vai operar para a falta. Os relés digitais têm funções que
atuam instantaneamente quando o religamento é realizado sobre falta.
Supondo uma falta no alcance de Zona1 para os dois terminais os disjuntores abrirão no mesmo instante.
O terminal Líder que depende apenas da tensão da barra para religar, com o disjuntor apto, religará a linha
primeiro. O terminal Seguidor que depende da tensão da barra e da linha para religar e estando as
condições de sincronismo atendidas religará praticamente no mesmo instante do terminal Líder, também
sobre falta, Fig. 83.
Quando a linha é energizada sobre falta devido ao esquecimento dos pontos de aterramentos que se faz no
trecho de trabalho ou quando a falta é mantida após um desligamento por curto-circuito, a função SOTF
atua instantaneamente bloqueando o religamento, Fig.84 e Fig.85. O relé disponibiliza as funções que
poderão ser aplicadas pelo usuário para atuar via função SOTF.
A função SOTF atuará instantaneamente para o religamento sobre a falta pela função de Zona 1 e/ou
Esquema de Teleproteção e para o fechamento manual a função operará para todas as Zonas.
Quando existe falta da tensão de TP que alimenta o relé, o dispositivo fica sem saber se há uma condição
de falta ou não, e pode levar o relé a uma operação indevida. A supervisão de queima de fusíveis através
de lógica interpreta e conclui se alteração da tensão é um defeito na linha ou falha no circuito de tensão do
TP. A atuação da lógica de queima de fusível leva todas as funções que usam a tensão ao bloqueio.
Antes de completar o tempo de VTS e havendo uma falta no SEP, cuja corrente na fase ultrapasse 2,5In,
a função sai do bloqueio e libera o trip (ver Fig. 86).
Havendo queima de um fusível vai haver aumento da tensão de seqüência zero 3V0 (>0,75Vn) sem haver
aumento da corrente de sequência zero 3I0 levando a lógica ao bloqueio.
Havendo queima de dois fusíveis vai haver tensão de seqüência zero sem haver a presença da corrente de
seqüência negativa levando a lógica ao bloqueio.
Havendo queima de três fusíveis as tensões vai para zero sem alterar a corrente de carga levando a lógica
ao bloqueio. Através de entrada binária conectada à função “INP_F.Failure_Line” poderá ser
supervisionado o microdisjuntor do TP que bloqueará de imediato as funções dependentes de tensão.
I 0 MÍN 97
I 0 Inh = = = 0,48 A , para uma falta na barra da SE2.
RTC 200
ou
I 2 MIN 145,8
I 2 MÍN = = = 0,73 A
RTC 200
Detect 3P Enabled
Este parâmetro habilita a supervisão de queima de fusível nas três fases.
Threshold 30 V
Este parâmetro é utilizado para discriminar se houve queima de fusível nas três fases. No caso das tensões
de fase ficarem abaixo deste valor, sem o crescimento das correntes das fases, será considerado queima de
fusível. Será ajustada abaixo do valor de tensão para linha viva definida na função de sincronismo.
Como a corrente de carga é maior que a corrente de curto-circuito essa função ficará desativada. Deverá
ser utilizada a informação do minidisjuntor do TP.
Oscilografia Externa
Uma das ferramentas importante para a análise de ocorrência é o uso de registradores digitais que
supervisiona os valores analógicos de tensão e corrente, além da mudança de estado das binárias de
entrada e localização da falta.
Os ajustes de partida analógica são definidos considerando os limites das proteções de sobrecorrente e de
sobretensão e, para que a memória do registrador não sobrecarregue a rede, são praticamente desabilitada
as partidas pelas funções de qualimetria e transitórias tipo dM/dT.
. Registrador de Perturbação
. Equipamentos de Medida
8.2 Ajustes
Tensão de Fase
- Vfase máx = 130% da tensão fase-terra primário
- Vfase mín = 70% da tensão fase-terra primário
Tensão de Neutro
- 3V0 máx = 20% da tensão fase-terra primário
- 3V0 mín = 0,0
Corrente de Neutro
- 3I0 máx = 20%Ip ( Ip = valor primário do TC )
- 3I0 mín = 0,0
Todos os trigger tipo dM/dT deverão ficar no máximo para se evitar sobrecarga na Rede de
Oscilografia.
As partidas provocadas pelas entradas binárias serão definidas de acordo com o projeto funcional.
. Digital Recorder
Todos os triggers dM/dt deverão ficar no máximo para evitar partidas contínuas sobrecarregando
a rede de oscilografia.
A proteção de barra tem sido vista como de grande importância para o SEP porque faltas em barramento
podem provocar oscilações de potência indesejáveis quando não eliminada com rapidez. As maiores
causas de atuação da proteção diferencial de barra pode ser defeito mecânico, falha de isoladores e
operação incorreta de chaves seccionadoras.
UB - Unidade de Bay
Tipo: 7SS521 V1.2
Classificação: Digital
Fab.: Siemens [6]
UC – Unidade Central
Tipo: 7SS52
Classificação: Digital
Fab.: Siemens [6]
. Segurança:
A proteção não deve atuar para faltas externas e deve ser bastante criteriosa para se evitar trip indevido.
. Confiabilidade:
A falha ou retardos indesejáveis cria o risco de instabilidade podendo causar colapso no SEP. Além disso,
as altas correntes de curto-circuito podem danificar os equipamentos
. Seletividade:
Em subestação com barras múltiplas, somente a seção de barra sob falta deverá ser eliminada e isolada. É
necessário a informação de posição de seccionadora do lado da barra para que a proteção apenas opere no
trecho sobre defeito.
Esse projeto utiliza relés digitais com arquitetura distribuída (Fig.87) e consiste de uma unidade central e
várias Unidades de Bay(UB) interligadas entre si através de cabo de fibra ótica. As informações de
medida de corrente e posição de seccionadora são processadas nas UBs e transmitidas como dados para a
Unidade Central(UC). Após análise pela UC das condições informadas e, se confirmada a condição de
falta, a ordem de disparo é enviada às UBs e estas, por sua vez, manda abrir o disjuntor.
A arquitetura centralizada mostrada na Fig. 88 usa apenas um dispositivo diferencial com informações de
corrente, disjuntor e chaves de cada vão para determinar se a soma das correntes que entram na barra é
igual às correntes que saem. As informações de chaves e disjuntor de cada vão determinam se as fontes de
corrente estão conectadas ou não à barra. A dificuldade desta arquitetura é que deverá ter um dispositivo
para proteger cada trecho de barramento.
Este dispositivo é usado praticamente para servir de ponte entre o SEP e a Unidade Central (UC).
São ajustados nele as binárias de entrada e saída e os LEDs. As informações dos TC’s chegam
diretamente a ele que repassa, de forma digital, para a UC os valores de corrente de cada circuito.
. Unidade Central
Neste dispositivo são ajustados os parâmetros da proteção diferencial e tomadas decisões de atuação para
isolamento do defeito. Toda comunicação com as UBs é realizada através de fibra ótica.
. Topologia da Subestação
Fig. 89 - Topologia
O princípio básico aplicado ao diferencial de barra é o uso da Lei de Kirchhoff de que a soma das
correntes em um nó é zero.
9.4 Ajustes
. Transformadores de Corrente
A corrente de referência será a mais alta relação primária dos TCs de cada vão.
04C1: 1000/5A
Esta corrente é a nominal como base para cálculo da corrente diferencial e de restrição.
. Corrente de Referência
As relações dos TCs consideradas pela Unidade Central para cada circuito será ajustada em relação à
corrente de referência de 1000A.
04C1: 1,0
04C2: 1,0
04C3: 1,0
04T1: 0,6
04T2: 0,6
Em versão mais atualizada do relé esta corrente de referência não é mais ajustada, o próprio relé calcula
através dos dados das relações dos transformadores de corrente.
. Critérios de Atuação
I > DIFF = I = I a + I b + I c + I E
I = I a + Ib + I c + I E
Um exemplo de atuação seria a polaridade de alimentação da unidade I E invertida levando a soma ser
diferente de zero e maior do que o valor ajustado. Este ajuste pode bloquear a proteção ou dar uma saída
de alarme. Ajuste I > DIFF = 0,2 I / I N = I que deve ser maior que a corrente de desequilíbrio natural.
A declinação da reta (slope) K é fixo em 0,125 nesta característica, Fig. 90.
. Zona Geral
É a zona que cobre todas as zonas específicas de uma subestação com múltiplas barras.
A característica é exclusiva para esta zona.
I =| I C1 + I C 2 + I C 3 + I T 1 + I T 2 | , soma fasorial.
I = I C 1 + I C 2 + I C 3 + I T 1 + I T 2 , soma aritmética
O fator K [3], que é a declividade da reta, é determinado considerando a saturação dos TCs para falta
próxima ao barramento. A equação para determinação de K é dada por
Kb
K> , para K b ε 2
4 Kb 1
I ccmáx
Kb = , onde I ccmáx , é a corrente máxima de curto-circuito
I sat
I sat = I primTC .n ,
I primTC , é a corrente primária do TC
(Pn + Pi )
n' = n onde,
(Pb + Pi )
. Definição de Pi
Pi = Z TC ⋅ (I N ) =21,67 ⋅ 5 2 = 41,75VA
. Definição de Pb
0,3VA
RRELÉ = 2
= 0,012&
5A
RCABO = 0,0016& / m para 200m
RCABO = 2 ⋅ 0,32 = 0,64&
RSEC = RRELÉ + RCABO = 0,652&
Pb = RSEC ⋅ (I N ) =2 0,652 ⋅ 25 = 16,3VA
I ccmáx 2.171
Kb = = = 0,044 < 2
I sat 48.840
K = 0,6
A corrente diferencial mínima é determinada para ser 120% maior que a corrente de carga e menor que
80% da corrente mínima de curto-circuito.
A corrente de carga será considerada como sendo a soma da corrente nominal dos transformadores da
SE3
100000
I nom = = 251A , que somada será 502A.
3 x 230
Verificação:
A corrente diferencial devido à carga será quando o SEP está sem falta e a proteção calcula uma corrente
diferencial que acontece devido à falha na supervisão do isolador. Desta forma a soma das correntes não
será zero e aparecerá uma pequena corrente diferencial que é dada por:
251 1
I c arg amáx = x = 0,25 pu
200 5
1,2 x 0,25 < I DIFF min < 0,8 x1,48 0,3 pu < I DIFF min < 1,18 pu
A conclusão é que a proteção diferencial não opera quando da perda de informação de uma fonte de
corrente com o SEP sem falta.
No caso do relé diferencial da Siemens, existem um ajuste para Zona Específica (Especific Zone) que se
aplica a cada seção de barra e um ajuste para a Zona Geral (Check Zone) que supervisiona a SE como um
todo.
Deverá ser ajustado considerando o erro máximo dos TCs, que no caso em pauta é de 10%.
É importante observar que a perda da informação de uma fonte de corrente de um vão atuará a função de
corrente diferencial de supervisão que deverá sinalizar e bloquear a proteção diferencial de barra.
Os transformadores de corrente, que fazem parte da proteção diferencial de barra, estão dentro da região
da linha paralela aterrada. As chaves 89.4 e 89.5 devem fazer parte da topologia para que a proteção não
opere de forma inadequada. A proteção de barra somente elimina a fonte deste circuito se as duas chaves
estiverem abertas.
Quando a linha está em manutenção, a chave 89.7 é fechada nos dois terminais, ficando os
transformadores de corrente dentro do trecho aterrado. Como a proteção 87BB, da Siemens, utiliza as
seccionadoras para posicionar o circuito dentro da zona específica, circulará corrente, devida à mútua,
neste TC, quando houver falta monofásica na linha paralela em operação, corrente que será considerada
pela proteção diferencial caso a fonte não seja considerada desabilitada.
O ponto cego em barra dupla acontece quando a falta está entre o disjuntor e o transformador de corrente
como indicado na Fig. 95. Será realizada uma verificação em relação à quantidade de transformadores que
serão necessários para que a eliminação da falta seja mais seletiva.
Quando acontece uma falta entre o disjuntor e o transformador de corrente com o vão de interligação
fechado, a proteção 87BB1 atuará isolando a barra BB1. A falta permanecerá até o que esquema de falha
do disjuntor envie disparo direto para o terminal remoto após um retardo de 250ms. Caso o equipamento
Quando acontece uma falta entre o disjuntor e o transformador de corrente com o vão de interligação
fechado, as proteções 87BB1 e 87BB2 atuarão isolando as barras BB1 e BB2 sem retardo. A informação
para a proteção de barra da posição do disjuntor de interligação é importante porque evita a perda das
duas barras para falta entre o disjuntor aberto e o transformador de corrente. Para falta na barra BB1, a
proteção isola apenas a barra BB1 e para falta na barra BB2 a proteção isola a penas a barra BB2.
. Análise de Falta
I > 0,35 + 0,6 ⋅ I > 0,35 + 0,6 ⋅ 2,7668 > 2,01 pu , a função atua.
I > 0,35 + 0,6 ⋅ I > 0,35 + 0,6 ⋅ 2,464 = 1,828 > 0,0 pu , a função não atua.
Esta função é utilizada para atuar quando de um curto-circuito na zona entre o transformador de corrente e
o disjuntor estando o disjuntor estiver aberto.
Como esta função faz parte do dispositivo de proteção de barra ela acessa as informações de posição de
disjuntor e isoladores e utiliza o ajuste de corrente aplicado ao esquema de falha. Quando ela opera envia
ordem de disparo para o terminal remoto após abertura do disjuntor. Como esta função opera
instantaneamente, ela evita que haja retardo para eliminação da falta.
. Pré-requisitos
– disjuntor aberto, com retardo de 50ms para extinção do arco na abertura do disjuntor
– bloqueio para comando manual
– bloqueio por discrepância de pólos do disjuntor
– canais de comunicação disponíveis para envio de DTT
Apêndice
Valor por unidade (pu) é a relação entre o valor da grandeza e o valor base da mesma grandeza, escolhido
como referência.
Escolhendo duas dessas grandezas as outras ficam também definidas. Em geral, são escolhidas a potência
de base Sbase e a tensão de base Vbase.
2
V S BASE
Z BASE = BASE e I BASE =
S BASE 3VBASE
Para mudança de base, quando uma grandeza dada pela fabricante do equipamento e diferente das
grandezas de base aplicadas a um SEP, a equação abaixo atende.
2
V S BASEnovo
Z PUnovo = Z PUvelho ⋅ BASEvelho ⋅
VBASEnovo S BASEvelho
Os programas de curto-circuito, em sua maioria, utilizam as grandezas em por cento ( % ), ou seja, para
uma impedância de linha Z = 0,21 + j 0,35 pu Z = 21 + j 35%
a = 1 1200
a 2 = 1 2400 = 1 1200
a 3 = 1 360 0 = 1 0 0
a 4 = 1 1200 = a
O método dos componentes simétricos é uma importante ferramenta para a resolução de circuitos
polifásicos desequilibrados. No caso dos circuitos trifásicos, a utilização deste método permite a
substituição de fasores desequilibrados em três outros fasores equilibrados, que são denominados
componentes de seqüência positiva, negativa e zero, descritos a seguir.
Os componentes de seqüência positiva consistem de três fasores de mesmo módulo, defasados entre si
de 1200 e tendo a mesma seqüência de fase dos fasores originais.
Os componentes de seqüência negativa consistem de três fasores de mesmo módulo, defasados entre si
de 1200 e tendo a seqüência de fase oposta dos fasores originais.
- Os componentes de seqüência zero consistem de três fasores de mesmo módulo e sem haver defasagem
entre eles.
Sistema Desequilibrado
V A = Va 0 + Va1 + Va 2
VB = Vb 0 + Vb1 + Vb 2 (1)
VC = Vco + Vc1 + Vc 2
Aplicando o operador a, ou seja, a = 1 1200 , para a seqüência acima, considerando a fase A como
Referência tem-se:
V A = Va 0 + Va1 + Va 2
V B = Va 0 + a 2Va1 + aVa 2 (3)
VC = Va 0 + aVa1 + a 2Va 2
1
Va 0 = (V A + VB + VC )
3
1
Va1 = (V A + aVB + a 2VC )
3
1
Va 2 = (V A + a 2VB + aVC )
3
Será usado o SEP adotado acima para um defeito fase-terra a 50% na linha 04C3-SE3/SE4 operando sem
carga.
Ia 0
Ib = Ic = 0
Va = 0
Vb = Vc
E 100
I a1 = I a 2 = I a 0 = = = 2,9586 750
Z1 + Z 2 + Z 0 0,078 78,13 + 0,078 78,13 + 0,182 072,33
0 0
100000
I BASE = = 251A
3 ⋅ 230
Z0 ⋅ E 0,182 72,330
Va 0 = = 0 0
= 0,538 177,30
2 Z1 + Z 0 0,156 78,13 + 0,182 72,53
Z 2 ⋅ E 0,078 78,130
Va 2 = = 0
= 0,231 176,880
2 Z1 + Z 0 0,338 75
Va = 0
Vc = Va 0 + aVa1 + a 2Va 2 = 0,538 2,677 0 + 1 120 0 ⋅ 0,769 0,9310 + 1 240 0 ⋅ 0,231 176,880
Vc = 0,894 72,560 pu
Conhecendo os valores no ponto de falta calculam-se as correntes e tensões na linha 04C3 na saída da
SE3.
0,356 71,140
I a0 = ⋅ 2,9586 750 = 1,443 76,220 pu
0,374 73,52 + 00,356 71,14 0
0,112 77,54 0
I a1 = I a 2 = 0 0
⋅ 2,9586 750 = 0,908 76,330 pu
0,253 79,46 + 0,112 77,54
I b = 1,443 76,220 + 1 2400 ⋅ 0,908 76,330 + 1 1200 ⋅ 0,908 76,330 = 0,535 76,10 pu
I c = 1,443 76,220 + 1 120 0 ⋅ 0,908 76,330 + 1 240 0 ⋅ 0,908 76,330 = 0,535 76,10 pu
Va = 0 + (1,443 76,220 ⋅ 0,3378 70,440 ) + 2(0,908 76,330 ⋅ 0,0808 81,890 = 0,632 3,160 pu
Vb = 1,156 134,30 + (1,443 76,22 0 ⋅ 0,3378 70,440 ) + a 2 (0,908 76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 ) + ...
... + a (0,908 76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 )
Vb = 1,156 134,3 0 + 0,4874 5,78 0 + 0,0734 245,56 0 + 0,0734 125,56 0 = 0,968 114,12 0 pu
Vc = 1,156 134,30 + (1,443 76,22 0 ⋅ 0,3378 70,44 0 ) + a (0,908 76,330 ⋅ 0,0808 81,890 ) + .. .
... + a 2 (0,908 76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 )
Vc = 1,211 131,760 + 0,4874 5,780 + 0,0734 125,560 + 0,0734 245,56 0 = 0,935 114, ,980 pu
1
Va 0 = (0,4874 5,780 + 0,968 114,12 0 + 0,935 114,980 = 0,1057 164,420 pu
3
1
Va1 = (0,4874 5,780 + (a ⋅ 0,968 114,120 ) + (a 2 ⋅ 0,935 114,980 ) = 0,793 0,760 pu
3
1
Va 2 = (0,4874 5,780 + (a 2 ⋅ 0,968 114,120 ) + (a ⋅ 0,935 114,980 ) = 0,2067 177,2 0 pu
3
Para rodar curto-circuito deste sistema, segue um modelo tipo .txt para ser utilizado em programa de
curto-circuito.
O objetivo destas compensações é que a proteção calcule com o mínimo de erro possível a impedância do
defeito sem os erros provocados pelo retorno pela terra e pela indução das linhas paralelas. Adicionamos
uma resistência de falta a um defeito fase A para a terra mostrando o erro que esta situação provoca na
medida do relé.
V A = Z1 I 1 + Z 2 I 2 + Z 0 I 0 + I ' 0 Z OM + I CC Ra
V A = Z 1 I 1 + Z 1 I 2 + Z 1 I 0 Z 1 I 0 + Z 0 I 0 + I ' 0 Z OM + I CC Ra
V A = Z1 ( I 1 + I 2 + I 0 ) + I 0 ( Z 0 Z1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
como, I1 + I 2 + I 3 = I A , tem-se, V A = Z 1 I A + I 0 ( Z 0 Z1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
(Z Z 1 ) Z
Sendo a corrente no relé , I RELÉ = I A + 0 I 0 + OM I ' 0 ,
Z1 Z1
VA Z1 I A + I 0 ( Z 0 Z 1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
Z RELÉ = =
I RELÉ (Z Z 1 ) Z
IA + 0 I 0 + OM I ' 0
Z1 Z1
VA Z1 I A + I 0 ( Z 0 Z 1 ) + I ' 0 Z OM I CC Ra
Z RELÉ = = +
I RELÉ (Z Z 1 ) Z (Z Z 1 ) Z
IA + 0 I 0 + OM I ' 0 I A + 0 I 0 + OM I ' 0
Z1 Z1 Z1 Z1
I CC Ra
Z RELÉ = Z 1 +
( Z Z1 ) Z
IA + 0 I 0 + 0M I ' 0
Z1 Z1
. ANSI/IEEE
. IEC
. ASA(ANSI)
10H100
10: Classe de precisão (10%)
H: Alta impedância
100: Tensão secundária
100
ZB = = 1&
5 x 20
. ABNT
B10F20C100
B: Baixa impedância
10: Classe de precisão (10%)
F20: Fator de sobrecorrente
100: Carga em VA
. ABNT
B200
B: Baixa impedância
Classe de precisão: 10%
Fator de Sobrecorrente: 20In
200: Tensão Nominal
200
ZB = = 2&
5 x 20
É de suma importância conhecer como é representado o transformador de corrente que tem relações
diferentes para o enrolamento primário e secundário.
. Ligação Série
. Ligação Paralela
. Exerceu a função de Técnico em Eletrotécnica durante oito anos na área de proteção executando
manutenção nos esquemas e dispositivos de proteção além da participação em comissionamentos com
testes funcionais, de grandezas elétricas e de características dos relés.
. Exerceu a função de Engenheiro durante sete anos na área de projeto de MPPC fazendo
pré-operacional dos projetos executivos incluindo análise de projeto, adequações, melhorias e
comissionamentos.
. Menção honrosa com o melhor trabalho do Grupo de Proteção, Medição e Controle em Sistemas de
Potência - GPC, no XIX SNPTEE, intitulado “Proteção de Barra de 230kV por Comparação Direcional –
Economizando 100 Milhões de Reais”.
. Instrutor do curso de Proteção de Sistemas de Potência a mais de cinco anos com a aplicação da
experiência vivida na área de estudo, projeto e manutenção.
. Sou casado, tenho três filhos e dois netos, além de ser escritor e poeta.