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GRADUAÇÃO DA PROTEÇÃO

DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

FILOSOFIA E CRITÉRIOS DE AJUSTES

Eliel Celestino da Silva

e-mail: eliel@chesf.gov.br 1 Revisão 3 – 11/11


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Prefácio

Este livro visa disponibilizar para os profissionais envolvidos com proteção de sistema de potência os
critérios e filosofia para definição dos ajustes dos dispositivos e esquemas lógicos de proteção.

Ele não substitui a criatividade das pessoas envolvidas com proteção, mas fornece passos iniciais para
definição de ajustes que poderão ser testados diante de várias condições de contingências e carga
utilizando-se programa de curto-circuito ou Programa de Estudo de Coordenação Gráfica, Simulador e
Coordenação.

O Sistema Elétrico de Potência, SEP, usado foi criado pelo autor assim bem como a escolha dos
dispositivos de proteção. Os dispositivos foram escolhidos considerando a evolução tecnológica,
iniciando pelo elo-fusível, passando por relé eletromecânico, estático e chegando ao dispositivo digital.
A forma simples e objetiva que foi adotada deixa em aberto o espaço para um maior aprofundamento nos
critérios nele relatados.

Este livro foi elaborado a partir de uma apostila do curso Proteção de Sistemas de Potência ministrado por
mim na Empresa que trabalho.

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Agradecimentos

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Sumário

1 Introdução ao Estudo de Graduação da Proteção de Sistemas Elétricos de Potência ...... 7


1.1 – Definição de Estudo de Graduação da Proteção.....................................................7
1.2 – Partida do Estudo de Graduação da Proteção........................................................7
1.3 – Dados Necessários para o Estudo de Graduação da Proteção.............................. 8
1.4 – Principais Objetivos dos Sistemas de Proteção...................................................... 10
1.5 – Principais Requisitos dos Sistemas de Proteção.................................................... 11

2 Sistema Elétrico de Potência – SEP.........................................................................................13


2.1 – Diagrama de Impedância..........................................................................................13

3 Graduação da Proteção do Transformador de Potência – 02T1 – SE 32............................15


3.1 – Dados Gerais ............................................................................................................ 15
3.2 – Critérios de Definição do Elo-Fusível .....................................................................16
3.3 – Critérios de Coordenação ........................................................................................17
3.4 – Tempo de Ruptura para a Curva Escolhida ..........................................................18
3.5 – Limite de Base de Proteção .....................................................................................19
3.6 – Distribuição das Correntes para Curto-Circuito no Secundário do ...................19
Transformador

4 Graduação da Proteção de Linha de 69kV - 02J1 ................................................................21


4.1 – Dados Gerais .............................................................................................................21
4.2 – Definição das Relações dos TCs ..............................................................................23
4.3 – Verificação de Saturação dos TCs ..........................................................................23
4.4 - Proteção de Sobrecorrente de Fase ........................................................................26
4.5 - Proteção de Sobrecorrente de Neutro ....................................................................32

5 Graduação da Proteção do Transformador de Aterramento – 02A1 ..................................35


5.1 – Dados Gerais ............................................................................................................35
5.2 – Ligação das Proteções de Sobrecorrente de Fase e Neutro ..................................36
5.3 – Definição das Relações dos TCs .............................................................................37
5.4 – Proteção de Sobrecorrente de Fase .......................................................................37
5.5 – Proteção de Sobrecorrente de Neutro ................................................................... 38
5.6 – Proteção de Sobretensão Residual ........................................................................ 39
5.7 – Proteção de Sobretensão de Barra..........................................................................41

6 Graduação da Proteção do Transformador de Potência – 04T1 .........................................43


6.1 – Dados Gerais ............................................................................................................43
6.2 - Distribuição das Correntes para Curto-Circuito no Secundário do ..................45
Transformador
6.3 - Definição das Relações dos TCs .............................................................................46
6.4 – Definição das Relações dos TPs .............................................................................47
6.5 – Proteção de Sobrecorrente por Restrição de Tensão – Setor 69kV .................. 47
6.6 – Proteção de Sobrecorrente de Neutro – Setor de 69kV .........................................50
6.7 – Proteção de Sobrecorrente de Fase – Setor 230kV .................................................51

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6.8 – Proteção de Sobrecorrente de Neutro – Setor 230kV .............................................53
6.9 – Proteção Diferencial – Tipo 7UT23 .........................................................................54
6.10 – Aplicação da Proteção Diferencial Tipo KBCH/ALSTOM .................................62
6.11 – Aplicação da Proteção Diferencial Tipo 7UT51/Siemens ....................................67
6.12 – Aplicação da Proteção Diferencial Restrita a Terra Tipo 7UT51/Siemens .......76
6.13 – Aplicação da Proteção Restrita a Terra Tipo P142/ALSTOM ...........................78
6.14 – Proteção de Sobretensão Residual Tipo P142/ALSTOM ................................... .81

7 Graduação da Proteção de Linha de 230kV – 04C1 ..............................................................83


7.1 – Dados Gerais ............................................................................................................ 83
7.2 – Definição das Relações dos TCs ..............................................................................85
7.3 – Definição das Relações dos TPs ..............................................................................85
7.4 – Proteção de Distância ...............................................................................................86
7.5 – Localização de Faltas ...............................................................................................101
7.6 – Esquemas de Teleproteção ......................................................................................102
7.7 – Bloqueio por Oscilação de Potência ........................................................................110
7.8 – Sobrecorrente Direcional de Fase e Neutro (Backup) ...........................................115
7.9 – Sobretensão de Linha .............................................................................................120
7.10 – Esquema de Falha de Disjuntor ............................................................................121
7.11 – Cheque de Sincronismo (System Check) .............................................................123
7.12 – Religamento Automático .......................................................................................124
7.13 – Fechamento Sobre Falta (SOTF) ..........................................................................126
7.14 – Função de Queima de Fusível ...............................................................................127

8 Oscilografia Externa ................................................................................................................129


8.1 – Dados Gerais ............................................................................................................129
8.2 – Ajustes ......................................................................................................................129

9 Proteção Diferencial de Barra .................................................................................................131


9.1 – Dados Gerais ............................................................................................................131
9.2 – Cuidados Rigorosos .................................................................................................131
9.3 – Arquiteturas .............................................................................................................132
9.4 – Ajustes ......................................................................................................................133
9.5 – Problemas com Linhas Paralelas ...........................................................................139
9.6 – Ponto Cego para Arranjo de Subestação com Barra Dupla ................................139
9.7 – Função End Fault .....................................................................................................142

10 Apêndice ............................................................................................................................143
10.1 - Valor em Por Unidade (pu) ................................................................................... 143
10.2 – Operador a ..............................................................................................................143
10.3 – Componentes Simétricos .......................................................................................144
10.4 – Tabela para Tipos de Defeito no Ponto de Falta .................................................145
10.5 - Exemplo de Estudo de Falta .................................................................................146
10.6 – Representação do SEP no Programa de Curto-Circuito ANAFAS/CEPEL ....155
10.7 – Compensação de Seqüência Zero e Mútua ..........................................................156
10.8 – Classes de Transformadores de Corrente ...........................................................157
10.9 – Transformador de Corrente com Troca de Relação Primária .........................158
10.10 – Nomeclatura ASA(América Standard Association) – NEMA ........................160
10.11 – Referências Bibliográficas ..................................................................................162

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Capítulo 1

Introdução ao Estudo de Graduação da Proteção de


Sistemas Elétricos de Potência

1.1 Definição de Estudo de Graduação da Proteção

O Estudo de Graduação da Proteção é aquele que, através de informação do Sistema Elétrico de Potência
(SEP) como fluxo de carga, curto-circuito e condições de energização de equipamentos, define os
parâmetros a serem ajustados nos dispositivos considerando critérios pré-estabelecidos.
Os dispositivos de proteção considerados neste trabalho seguirão a evolução tecnológica iniciando-se pelo
elo-fusível, relé analógico, relé estático e relé digital. A grade de tempo para coordenação entre proteções
será construída da carga para a fonte. À medida que os dispositivos forem sendo ajustados será dado um
destaque à filosofia e aos critérios de proteção adotados além dos esquemas funcionais que eles estão
inseridos. Será adotado um SEP particular para o projeto desse trabalho e disponibilizado um arquivo tipo
texto que poderá ser usado para rodar os casos de curto-circuito aqui apresentados.
Os dispositivos de proteção serão graduados no sentido da carga para a fonte na seguinte seqüência:

. Transformador 02T1 – 69/13,8kV – SE 32


. Linha de 69kV – 02J1 – SE 31/SE32
. Transformador de Aterramento – 02A1 – SE 31
. Transformador de Potência 04T1 – 230/69kV - SE 3
. Linha de 230kV – 04C1 – SE2/SE3
. Barramento de 230kV - SE 3

1.2 Partida do Estudo de Graduação da Proteção

. Linha

A inclusão de uma linha ao SEP, dependendo da configuração, forçará a revisão dos ajustes implantados
nas proteções existentes de outros terminais, devido às mudanças dos níveis de curto-circuito provocados
por interligação com outros sistemas existentes, linhas paralelas e mútuas entre estas linhas.

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. Transformador

A inclusão de transformador ao SEP forçará às alterações de ajustes de sistemas de proteção dos


equipamentos vizinhos e regionais envolvidos devido às alterações dos níveis de curto-circuito.

. Banco de Reator e de Capacitor

A inclusão de banco de reatores e capacitores praticamente não interfere nos níveis de curto-circuito,
portanto, não exigem alterações de ajustes nos sistemas de proteção na vizinhança. As definições de
ajustes são apenas para aqueles dispositivos que fazem parte da proteção destes equipamentos.

. Superação do Limite de Base de Proteção

Os dispositivos de proteção quando ajustados define um limite de corrente possível para que não haja
atuação pela corrente de carga. Quando a carga tende a ultrapassar estes limites os ajustes precisam ser
alterados aumentando-se a relação de transformação dos transformadores de corrente ou simplesmente
alterando os valores de tapes das proteções existentes.

. Aumento dos Níveis de Curto-Circuito

Mudanças de configuração do SEP, com a entrada em operação de novos equipamentos, como máquinas
síncronas, gerações térmicas e eólicas levam à alteração dos níveis de curto-circuito sendo necessário
revisar os ajustes das proteções existentes.

1.3 Dados Necessários para o Estudo de Graduação

. Linha

. Nominais da Linha

Serão necessárias as informações de impedância de seqüência positiva Z1, negativa Z2, zero Z0, de mútua
com linhas paralelas ZOM, carregamento máximo, capacitâncias e comprimento da linha. Estes dados
serão usados na construção do circuito de impedância de sequência positiva, negativa e zero para o
cálculo de curto-circuito como também para a definição de diversos parâmetros de ajustes da proteção.

. Carga Esperada

Carga máxima esperada nas diversas configurações normal e de contingência.


O conhecimento das condições de carga pesada, média ou leve, nas diversas configurações do SEP, faz-se
necessário para definição do limite de base da proteção.

. Transformadores de Medidas

Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação.
Para os transformadores de potencial devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis, potência e a
classe de precisão.

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. Dispositivos de Proteção

O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos e digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.

. Canais de Comunicação

Os esquemas de Teleproteção necessitam de canais de comunicação para transmissão de sinais entre


subestações cujos equipamentos podem ter transmissão através de sinais de rádio, portadora ou fibra ótica.

. Estudos Elétricos

O grupo de Estudos Elétricos deve fornecer os ajustes referentes ao religamento automático, sincronismo
entre a barra e a linha, sobretensão, oscilação de potência e perda de sincronismo.

. Projeto Executivo

O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.

. Transformador de Potência

. Nominais do Transformador

Serão necessárias as informações de potência, impedância de seqüência positiva Z1, negativa Z2, zero Z0,
tensão nominal, faixa de tensão de operação (LTC) e tipo de ligação dos enrolamentos. Estes dados serão
usados na construção do circuito de impedância de sequência positiva, negativa e zero para o cálculo de
curto-circuito, como também, para a definição de diversos parâmetros de ajustes da proteção.

. Transformadores de Medidas

Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação além da localização, se de bucha do transformador ou
externo.
Para os transformadores de potencial devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis, potência e
classe de precisão.

. Dispositivos de Proteção

O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos ou digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.

. Estudos Elétricos

O grupo de Estudos Elétricos deve fornecer estudo do transitório de energização para definição dos
ajustes para o novo equipamento e de vizinhança devido à corrente de Inrush, harmônicos e sobretensões.

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. Projeto Executivo

O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.

. Transformador de Aterramento

. Dados Nominais do Transformador de Aterramento

Serão necessárias as informações de potência e impedância de sequência Z0 em ohms/fase. Estes dados


serão usados na construção do circuito de impedância de seqüência zero para o cálculo de curto-circuito,
como também, para a definição de diversos parâmetros de ajustes da proteção. Como a instalação de um
transformador de aterramento influencia nas condições de curto-circuito no barramento de fronteira a
nova impedância equivalente deverá ser fornecida à concessionária de distribuição para que seja revisado
o Estudo Operacional de Proteção do seu regional.

. Transformadores de Medidas

Para os transformadores de corrente devem ser fornecidas as relações de corrente disponíveis, a classe de
precisão, fator térmico e curvas de saturação e a sua localização, se de bucha do transformador ou externo.
Para os transformadores de potencial de barra devem ser fornecidas as relações de tensão disponíveis,
potência e a classe de precisão.

. Dispositivos de Proteção

O tipo e modelo dos dispositivos de proteção se analógicos, estáticos ou digitais. Os dispositivos digitais
devem vir acompanhados dos programas de instalação e parametrização.

. Estudos Elétricos

O grupo de Estudos Elétricos deve verificar se a relação X0/X1 no barramento de 69Kv está de acordo
com o padrão para se evitar sobretensões indesejadas sobre os equipamentos na falta monofásica.

. Projeto Executivo

O projeto executivo define as funções que serão aplicadas e a filosofia adotada para cada evento. Nos
relés digitais são construídas lógicas programáveis onde alguns temporizadores deverão ter seus ajustes
definidos pelo estudo porque interferem nos esquemas de proteção.

1.4 – Principais Objetivos dos Sistemas de Proteção

. Detectar Defeitos

Os dispositivos de proteção deverão ser sensíveis para detectar as formas de falhas possíveis para cada
evento do SEP. As proteções digitais disponibilizam uma série de funções por modelo de acordo com as
necessidades do equipamento a ser protegido.

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. Isolar Trecho ou Equipamento do SEP

Os dispositivos de proteção devem ser instalados considerando a região dos eventos especificados a serem
protegidos. A proteção de linha, por exemplo, deverá ter como objetivo eliminar faltas internas à linha
podendo atuar como retaguarda para falhas dos dispositivos de outros equipamentos.

. Minimizar Danos Materiais

Os equipamentos são caros e de difícil substituição. O tempo de recomposição precisa ser rápido. O
dispositivo de proteção, atuando de forma correta, evita danos materiais e facilitam a recomposição do
SEP.

. Reduzir ao Máximo os Riscos Pessoais

A atuação da proteção reduz o sinistro e, como conseqüência, acidentes envolvendo pessoas. O objetivo é
que os equipamentos sobre falta sejam desligados antes que haja sua danificação.

1.5 Principais Requisitos dos Sistemas de Proteção

. Confiabilidade

O dispositivo de proteção deve atuar de acordo com o esperado porque a sua recusa ou incorreta operação
poderá trazer problemas sérios ao SEP, aos equipamentos e às pessoas.

. Rapidez

O dispositivo de proteção deve operar o mais rápido possível para garantir o isolamento da falta e evitar
oscilação de potência instável e destruição dos equipamentos envolvidos.

. Seletividade

O dispositivo de proteção deverá isolar apenas a região onde a falta acontece e os recobrimentos serem de
tal forma que não haja descoordenação entre sistemas de proteções.

. Economia

O dispositivo de proteção deverá atender as necessidades do SEP na forma mais simples e segura possível
para que não se torne um item muito caro no projeto.

. Simplicidade

O dispositivo de proteção deve disponibilizar as funções básicas necessárias na forma mais simples de
operar e ajustar evitando-se assim grandes quantidades de lógicas e elementos flexíveis que aumentem a
possibilidade de erros.

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Capítulo 2

Sistema de Elétrico de Potência - SEP

2.1 Diagrama de Impedância

O sistema abaixo será usado para nosso estudo e os valores estão em por unidade (pu) na base de
100MVA e na a voltagem de cada setor. A impedância de sequência negativa Z2 foi considerada igual à
de sequência positiva Z1. A mútua entre linhas paralelas para falta entre fases foi desprezada. Existe
mútua para faltas envolvendo a terra apenas entre as linhas 04C1 e 04C2, que é dada por
Z OM = 0,17282 56,060 pu
.

Fig. 1 - Diagrama Unifilar de Impedância

No Apêndice é realizada uma revisão de componentes simétricos e mostrado um exemplo de cálculo de


curto-circuito para uma falta fase-terra a 50% da SE3 na linha 04C3. As faltas utilizadas no estudo de
graduação foram modeladas utilizando o programa de curto-circuito ANAFAS, do CEPEL, e a
representação do circuito de impedância no formato .txt está disponível no Apêndice.

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Capítulo 3

Graduação da Proteção do Transformador de Potência


02T1 - SE 32

3.1 – Dados Gerais

. Transformador

Potência: 12,5MVA
Tensão: 69/13,8kV
Impedâncias: Z1=Z2=Z0=j9,175% na base de 12,5MVA

As impedâncias nominais do transformador deverão ser convertidas para as bases de 100MVA e tensão
de 69kV que são os valores de base adotados para esse sistema. A equação abaixo é utilizada para fazer
a mudança de base.

2 2
V S 69 100
Z novo = Z velho x basevelho x basenovo = 9,175 x x = 73,4%
Vbasenovo S basevelha 69 12,5

Z1 = Z 0 = j 73,4% = j 0,734 pu

Este será o valor da impedância do transformador que será aplicado no cálculo de curto-circuito.

. Elo-fusível

Um elo fusível é um fusível de construção flexível utilizado em uma chave fusível para mantê-la
fechada quando em funcionamento e provocar a sua abertura automática após a fusão do elemento
fusível, Fig.2. Ocorre a fusão do elemento fusível, quando o condutor atinge uma temperatura próxima
da máxima admissível. Após a fusão, o elemento fusível está interrompido, porém a corrente que o
levou à fusão não é interrompida de imediato, sendo mantida pela fonte e pela indutância do circuito.
Ela circula através do arco formado no ponto de interrupção do elemento fusível. O elo-fusível é
determinado por sua corrente nominal e tipo.

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Fig. 2 - Chave-fusível

3.2 – Critérios de Definição do Elo-fusível

A corrente nominal do elo-fusível deverá ser igual ou maior do que a corrente de carga máxima no ponto
de instalação multiplicado pelo fator K.

I N . ELO = K ⋅ I CARGAMÁX

Na aplicação em distribuição deverão ser aplicados os elos tipo K, T ou H.


Classe de tensão: 15kV ou 34,5kV.

Na aplicação em força deverão ser aplicados os elos tipo EF e ES.


Classe de tensão: 69kV ou 138kV.

Os elos K e F são considerados fusíveis rápidos.


Os elos T, H e ES são considerados fusíveis lentos.

Como mostra o diagrama de impedância será definido o elo fusível para proteção do transformador
02T1-69/13,8kV considerando uma sobrecarga de 150%, ou seja, K=1,5.

12500
I sobrec arg a = KxI nom = 1,5 x = 156,89 A
3x69

Será escolhido o um elo-fusível rápido 150EF, ver Tabela 1.

O elo deve ser sensível para todas as faltas na barra de 13,8kV na condição de curto-circuito mínimo.
Neste caso deverão ser rodados diversos casos de curto-circuito para faltas no 13,8kV e a mínima corrente
por fase será a utilizada para a definição do elo. A corrente mínima de curto-circuito que circula pelo
fusível é de 665A para falta trifásica e 516A para falta fase-terra na barra de 13,8kV.
Às vezes acontece que para atender o critério de sensibilidade da proteção a carga pode ser limitada pelo
ajuste.

A Tabela 1 define os elos-fusíveis para cada transformador na tensão de 69kV de acordo com a corrente
de carga e o fator K igual a 1,5. Como se pode observar o limite máximo é a corrente de 200A. O
processo poderá ser utilizado para outros níveis de tensão.

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Potência do
Trafo In(A) Imáx(A) Elo-Fusível ELOS DISPONÍVEIS
em kVA
T=K EF=ES H
15 0,126 0,189 1EF/1ES/1H 6 1 1
25 0,209 0,314 1EF/1ES/1H 8 2 2
30 0,251 0,376 1EF/1ES/1H 10 3 3
45 0,377 0,565 1EF/1ES/1H 12 5 5
50 0,418 0,628 1EF/1ES/1H 15 7 -
75 0,628 0,941 1EF/1ES/1H 20 10 -
100 0,837 1,255 2EF/2ES/2H 25 15 -
112,5 0,941 1,412 2EF/2ES/2H 30 20 -
150 1,255 1,883 2EF/2ES/2H 40 25 -
200 1,674 2,510 3EF/3ES/5H 50 30 -
225 1,883 2,824 3EF/3ES/5H 65 40 -
250 2,092 3,138 4EF/4ES/5H 80 50 -
300 2,510 3,765 4EF/4ES/5H 100 65 -
400 3,347 5,020 6EF/6ES/6K 140 80 -
500 4,184 6,276 7EF/7ES/6K 200 100 -
600 5,020 7,531 7EF/7ES/8K - 125 -
750 6,276 9,413 10EF/10ES/8K - 150 -
1000 8,367 12,551 15EF/15ES/12K - 200 -
1500 12,551 18,827 20EF/20ES/20K
5000 41,837 62,755 65EF/65ES/65K
10000 83,874 120,511 125EF/125ES/140K
12.500 104,59 156,89 150EF/150ES/140K

Tabela 1 - Elos-Fusíveis na Tensão de 69kV

3.3 Critérios de Coordenação

O fusível tem duas curvas de operação, máxima e mínima, que são utilizadas para determinar o tempo de
rompimento do elo para a corrente aplicada.

. Coordenação Entre Relé e Fusível

Trelé > Tmáx fusível + 0,3s

Neste caso, o tempo de atuação do relé deverá ser maior do que o tempo máximo de rompimento do elo
mais 0,3s. Este critério é o que será adotado na configuração do SEP em estudo.

. Coordenação Entre Fusível e Relé

Tmín fusíveis > Trelé + 0,3s

Neste caso, o tempo de rompimento do elo-fusível deverá ser maior do que o tempo de atuação do relé
mais 0,3s. Este intervalo de coordenação cobre o tempo de abertura do disjuntor mais os erros do relé.

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. Coordenação Entre Fusíveis

75% Tmín Fusível Fonte > Tmáx Fusível Carga

Neste caso, o intervalo de coordenação entre elos-fusíveis deverá considerar o tempo máximo de
rompimento do elo-fusível no lado da carga e, acima deste tempo, considerar a curva mais rápida do elo-
fusível do lado da fonte aplicando 75% do tempo mínimo.

3.4 Tempo de Ruptura para a Curva Escolhida

Como não foi definida proteção para o 13,8kV, a verificação de coordenação será feita com as proteções
de sobrecorrente de fase e neutro da linha 02J1-SE3/SE32 para faltas na entrada do transformador.
É necessário encontrar o valor do tempo de rompimento do elo-fusível definido acima para a curva
máxima e mínima nas falta trifásica e monofásica para atender o critério entre relé e fusível. A Fig.3
mostra como relacionar a corrente e o tempo para as curvas máxima e mínima [INDEL].

Falta na Entrada do Transformador/69kV

I3 =1.869A tcurvamín= 0,21s / tcurvamáx= 0,48s

3I 0 = 1.273A tmincurva = 0,59s / tmáxcurva = 1,30s

Fig.3 – Curva do Elo Fusível Tipo EF

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3.5 Limite de Base de Proteção

Limite Base de Proteção: 150A


Valor de corrente acima da qual a corrente de carga não deve ultrapassar para que não haja atuação do
elo-fusível.

Limite de Corrente de Alerta: (90% de 150A)135A


Valor de corrente acima do qual o elo-fusível deve ser alterado para se evitar atuação por corrente de
carga.

3.6 Distribuição de Correntes para Faltas no Secundário do


Transformador

A Fig. 4 mostra as distribuições das correntes em pu (por unidade) para os diversos tipos de curto-circuito
no secundário de um transformador ligado em Delta/Estrela Aterrada. Os valores em pu deverão ser
multiplicados pelas correntes de base para tê-las em Ampère.

S base
I base =
3 xVbase

100 MVAbase
I base69 = = 836,74 A
3 x69kVbase

100 MVAbase
I base13,8 = = 4.183,7 A
3 x13,8kVbase

Fig. 4 – Distribuição das Correntes no Primário para Faltas no Secundário

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Capítulo 4

Graduação da Proteção de Linha de 69kV – 02J1

4.1 Dados Gerais

. Linha 02J1 – SE31/SE32

Z1 = 8,2746 + j12,1644&
Z 0 = 3,1756 + j12,3786&
L = 5,5km
Limite de Carregamento da linha: 400A
Carga esperada: 160A

As impedâncias no diagrama são representadas em percentual da impedância de base.

V 2 ( f  f ) (kV )692
Z BASE 69kV = ⋅ Z1 = = 47,61&
S BASE ( MVA) 100

Impedância de Sequência Positiva em Porcento

100
Z1% = ⋅ Z1
Z BASE 69 kV

100
Z 1% = (8,2746 + j12,1644) = 17,38 + j 25,55%
47,61

Z 1%
Z 1 pu = = 0,1738 + j 0,2555 pu
100

Impedância de Sequência Zero em Porcento

100 100
Z 0% = ⋅ Z0 = (3,1756 + j12,3786) = 6,67 + j 26,00%
Z BASE 69kV 47,61

Z 0%
Z 0 pu = = 0,0667 + j 0,2500 pu
100

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. Transformador de Corrente

Relações Disponíveis: 500/750/1000-5A


Fator Térmico (FT) : 1,0
Classe: 10B800(ABNT)

A classe acima representa:


- exatidão: 10%,
- fator de sobrecorrente: 20In
- tensão de saturação: 800Volts

Carga secundária admissível na relação máxima

VSAT 800
ZB = = = 8&
20In 20 ⋅ 5

No Anexo é mostrado como calcular as impedâncias admissíveis para transformadores de corrente em


diversos padrões, além de um exemplo com transformadores de corrente que troca a relação no lado
primário.

. Dispositivo de Proteção

Serão utilizados relés eletromecânicos para a linha de 69kV tendo como objetivo a evolução do estudo de
graduação. Os critérios definidos também se aplicam aos relés estáticos e digitais.

Nema:50/51-A/B/C
Tipo: CO-8
Gama Temporizada: 4-12A
Gama Instantânea: 10-80A
Carga: 1,0
Classificação: Eletromecânico
Fab.: WENCO [8]

Nema: 50/51-N
Tipo: CO-8
Gama Temporizada: 0,5-2,5A
Gama Instantânea: 10-40A
Carga: 3,0
Classificação: Eletromecânico
Fab.: WENCO [8]

Os relés eletromecânicos, da Westinghouse, são dispositivos que utilizam bobinas de operação e de


sombra para através de conjugado eletromagnético fazer girar um disco de alumínio fechando um contato
de operação.

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4.2 Definição das Relações dos TCs

A Relação do TC deve ser maior do que 150% da corrente de carga máxima, dividida pelo Fator Térmico
do TC(FT) ou maior que a corrente de curto-circuito máxima próxima à barra da SE31 por fase dividido
pelo Fator de Sobrecorrente do TC(FS).

1,5 ⋅ I c arg amáx


RTC ε
FT
ou
I ccmáx I cc max
RTC ε ε
FS 20

I c arg .mám = 300 A

I ccmáx = 5.576,8 A  1130 A , defeito próximo à barra SE 31 na fase sob defeito.

Calculando

1,5 ⋅ 300
RTC ε ε 450 ou,
1

5.576,8
RTC ε ε 278,84
20

Será ajustado em RTC = 500 / 5 A

4.3 Verificação de Saturação dos TCs

Esta verificação deve ser realizada para definir antes do projeto se os TCs estarão adequados para a carga
secundária esperada. A saturação completa ou parcial dos TCs poderá levar as proteções a operarem de
forma indevida. Para os casos analisados abaixo não está sendo considerado o fluxo residual dos TCs
devido à dificuldade de obter tais informações mas que pode influenciar bastante nos cálculos.

Fig. 5 - Curva Característica de Saturação de TC

. Saturação Pela Influência da Carga Secundária

A nova impedância de carga ZB para a nova relação de 500/5A definida no cálculo é dada por:

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N p .Vs
ZB =
100

Vs: tensão de saturação na relação máxima: 800V

RTC( desejada )
Np =
RTCtotal

500
.800
1000
ZB = = 4,0&
100

A nova tensão de saturação será

V NOMSAT = 20 xI N xZ B = 20 x5 x4 = 400V

VCALSAT = I S xRSEC , onde RSEC = RRELÉ + 2 RCABO

RCABO = 0,32&

Considerando que a carga secundária maior acontece para falta fase-terra cujo valor será a soma das
resistências do relé de fase e de neutro mais duas vezes a resistência do cabo.

RSEC = RRELÉFASE + RRELÉNEUTRO + 2 RCABO = 1 + 3 + (2 x0,32) = 4,64& > 4,0&

Pelo cálculo da impedância aplicada ao secundário do TC acontecerá a saturação com um erro acima de
10%, no caso 16%, se a corrente de curto-circuito secundária for 20In.

. Saturação Pela Influência da Componente DC

A influência da componente DC na corrente de curto-circuito eleva o seu valor, tendo o seu máximo a
um quarto de ciclo após a inserção da falta. Esta corrente é chamada de corrente assimétrica de curto-
circuito, Fig. 6.

Fig. 6 – Corrente de Curto-Circuito Assimétrica

A corrente de curto-circuito assimétrica é dada por:

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t

I CCAS = 2 I CC 1 + e 
, sendo

 , constante de tempo do circuito primário.


 , ângulo da corrente de curto-circuito no local do TC.
t , ponto mais crítico da corrente de curto-circuito assimétrica.
I CC , corrente de curto-circuito em regime permanente

Aplicando os valores conhecidos tem:

I ccmáx = 5.576,8 A  1130 A

1 X tg tg (113)
= x = = = 0,0062 s = 6,2ms
 R  2 60

t = 8,33ms

t 8 , 33
 
I S = I CC 1 + e 
= 5.577 1 + e 6,2
= 5.577(1 + 0,2609 ) = 7.032 A

IS 7.032
VCALSAT = xRSEC = x4,64 = 326,28V < 400V
RTC 100

Com a queda de tensão secundária conhecida, usando o gráfico de curva de saturação do transformador
de corrente levantada nos testes de tipo determina-se o valor da corrente de magnetização.

Fig. 7 – Curva de Saturação de TC

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I PRIMCALC = RTC ( I M + I SEC ) = 100(0,12 + 70,32) = 7.044 A

I CCPRIM 7.032
E % = 100% 1  = 100% 1  = 0,17%
I PRIMCAL 7.044

A classe de exatidão deste TC permite um erro de 10% do valor nominal sem que haja alteração no
valor da corrente secundária, como o valor encontrado é menor, conclui-se que não haverá saturação.

4.4 Proteção de Sobrecorrente de Fase

. Fator de Sensibilidade

A proteção deve ser sensível para as diversas condições de falta e contingência e isto nos força a definir
um fator de sensibilidade entre o ajuste do relé e a corrente para todo o tipo falta.
Os valores mostrados na Tabela 2 abaixo são múltiplos da corrente de falta em relação ao equilíbrio do
relé que garantem a sensibilidade adequada para os relés eletromecânicos.

Falta Configuração Normal Contingência


Trifásica 2,30 2,10
Bifásico 2,10 1,80
Monofásico 4,00 3,00
Tabela 2 - Constantes para Sensibilidade da Proteção

Para os relés digitais pode ser usada a constante da configuração normal. Caso a proteção não seja
sensível para esta constante poderá ser aplicado um múltiplo um pouco acima do valor de erro do relé que
em sua grande maioria é de 10% do valor de tape.

. Critérios para Escolha da Curva de Tempo

O critério utilizado é que faixa de coordenação pré-estabelecida entre as proteções seja mantida,
independente dos níveis de curto-circuito ou do comprimento e tipo de linha.

. Linha Longa:

V < 150kV L = 200km


150kV δ V δ 400kV L = 40km
V ε 400kV L = 20km

- Impedância grande
- Corrente de curto próximo é muito maior do que a corrente de curto no final da linha.
- Curva de tempo: Normal Inversa

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Fig. 8 – Variação de Tempo para Linha Longa

. Linha Média

V < 150kV 80km δ L δ 200km


150kV δ V δ 400kV 40km δ L δ 200km
V ε 400kV 20km δ L δ 100km

- impedância média
- corrente de curto próximo é muito maior do que a corrente de curto no final da linha.
- curva de tempo: Muito Inversa

Fig. 9 – Variação de Tempo para Linha Média

. Linha Curta

V < 150kV L = 80km


150kV δ V δ 400kV L = 40km
V ε 400kV L = 20km

- impedância pequena
- corrente de curto próximo é pouco maior do que a corrente de curto no final da linha.
- curva de tempo: Extremamente Inversa

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Fig. 10 – Variação de Tempo para Linha Curta

É importante ressaltar que o tempo de atuação para a proteção de sobrecorrente é dependente também de
contingências no SEP, como perda de transformador, linha ou fonte geradora.

. Ajuste do Tape

. Pela Carga

A proteção de sobrecorrente de fase deverá ser ajustada com o objetivo de liberar a carga máxima
esperada. Sem esquecer da sensibilidade, o critério adotado será um ajuste de 15% a mais da carga
esperada. O valor 0,9 aplicado à fórmula representa quanto o limite de proteção deve ser do tape com o
objetivo de supervisionar o crescimento da carga. Quando a carga chega a 10% abaixo do valor ajustado,
de imediato os ajustes devem ser revistos.

1,5 ⋅ I c arg amáx 1,5 ⋅ 300


Tap / Eq ε ε ε 5,0 A
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 100

. Pela Sensibilidade

A proteção de sobrecorrente de fase deve ser sensível para faltas entre fases na barra remota para a
mínima corrente de curto-circuito. Caso o critério de sensibilidade limite a corrente de carga, como por
exemplo, o valor da corrente de curto-circuito ser próxima da corrente de carga, deverá ser reavaliada a
necessidade de instalação de um dispositivo de proteção de distância ou de sobrecorrente por restrição de
tensão.

I cc 3mín1.665,2
Tap / Eq δ δ δ 7,93 A
K ⋅ RTC 2,1 ⋅ 100

Será ajustado em: Tap / Eq = 5,0 A

. Limite de Base de Proteção:

O limite de base de proteção é utilizado como supervisão para se evitar que a carga ultrapasse o valor
ajustado do relé fazendo-o operar.

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LBP = 0,9 ⋅ Eq. ⋅ RTC = 0,9 ⋅ 5,0 ⋅ 100 = 450 A

Para não ser pego de surpresa pelo aumento da corrente de carga ainda deve-se utilizar um valor de 10%
do limite de base de proteção que servirá como corrente de alerta.

. Ajuste da Curva

A regra básica para que haja coordenação entre as proteções é que seja dado um intervalo de tempo entre
elas de 0,4s.

Este intervalo de tempo representa o somatório de:

- Tempo de abertura do disjuntor adjacente: 100ms


Este valor deve ser medido no campo principalmente para disjuntores obsoletos.

- Tempo de restabelecimento do relé à frente: 200ms


Este valor depende do tempo de restabelecimento do disco de relés eletromecânicos.
Para relés estáticos e digitais este valor poderá ser desprezado.

- Margem de segurança: 100ms

t = T52 + TERRRO + TSEGURANÇA = 0,4s

Se os relés tiverem a mesma característica a diferença entre o tempo de atuação do relé 51a e o relé 51b
mostrado na Fig.11 permanecerá mesmo havendo mudanças de configurações no SEP. Caso os relés não
tenham as mesmas características essa diferença poderá variar durante um curto-circuito para
contingências no SEP.

Fig. 11- Grade de Tempo para Relés a Tempo Inverso

Considerando que o elo fusível 150EF na SE 32 opera com 0,48s para falta trifásica na entrada do
transformador, a proteção de sobrecorrente deverá ter sua curva ajustada considerando o critério entre
relé e fusível:

t relé > t máxfusível + 0,3s = 0,48 + 0,3 = 0,78s , assim,

A curva para o relé de sobrecorrente, tipo CO-8, da Westinghouse, é definida a partir do MPU (relação
entre a corrente de defeito e a corrente de equilíbrio do relé) e o tempo desejado, Fig.12.

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I CC3MÁX 1.869,4
MPU = = = 3,74
Eq ⋅ RTC 5 ⋅100

A curva mais próxima para atender o tempo desejado será a curva 1,5 que corresponde a um tempo de
0,8s. Esse dial de curva não existe no relé, no entanto é possível colocar um valor intermediário.

Fig. 12 – Curva de Tempo do CO-8

. Ajuste da Unidade Instantânea

A unidade instantânea será ajustada considerando o fator de assimetria da corrente de curto-circuito


trifásico máximo. O critério é que ela seja ajustada para ser sensível para 120% da corrente de curto-
circuito assimétrica para falta na barra remota. A corrente de Inrush de energização do transformador
02T1 deve ser verificada.

1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX
I inst =
RTC
t

A corrente de assimetria para valores RMS é dada por I ASS = I CA .K FA = 2 .I CA .(1 + e  ) , como visto no
parágrafo 7.3.2.
Outra maneira de encontrar o fator de assimetria K FA é calculando a tangente do ângulo da corrente de
falta, que representa a relação X/R, e aplicar este valor a uma curva específica mostrada na Fig. 13.
A corrente de curto-circuito máxima na barra remota: 1.869,4  950 A .
X
 = 95° , aplicando à curva abaixo = [tan(95°)] = 11,43 K FA = 1,61 .
R

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Fig. 13 – Curva do Fator de Assimetria

Para linhas radiais podem-se usar também as equações abaixo, cujos valores são aqueles equivalentes na
barra sobre defeito:

X X X 2X1 + X 0
( fase) = 1 ; (neutro) =
R R1 R 2 R1 + R0

Como não foi considerada no estudo a corrente de “inrush” para energização do transformador 02T1 vista
pela proteção da linha, será aplicada apenas a equação considerando o fator de assimetria.

1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX 1,2 ⋅ 1,61⋅ 1.869,4


I inst = = = 36,12 A .
RTC 100

Será deixado em I inst = 36 A

4.5 Proteção de Sobrecorrente de Neutro

. Ajuste do Tape

. Pela carga

Será considerado como ajuste mínimo 20% de desequilíbrio da carga

0,2 ⋅ I c arg amáx 0,2 ⋅ 300


Tap / Eq ε ε ε 0,6 A
RTC 100

. Pela sensibilidade

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Será considerada a corrente de falta monofásica mínima para curto-circuito na barra remota, que se dar na
perda de um dos transformadores da SE 3.

I cc1mín 1.205,3
Tap / Eq δ δ δ 4,0
K ⋅ RTC 3 ⋅ 100

Será ajustado em Tap = Eq. = 1,0 A

. Ajuste da Curva

Considerando que o elo fusível 150EF na SE 32 opera com 1,3s para falta monofásica na entrada do
transformador, a proteção de sobrecorrente deverá ser ajustada aplicando o critério para relé e fusível.

t relé > t máxfusível + 0,3seg = 1,3 + 0,3 = 1,60 seg .

Assim,

I CC1MÁX 1.273
MPU = = = 12,73
Eq ⋅ RTC 1 ⋅ 100

Considerando a proteção tipo CO-8, a curva para atender o tempo de 1,6s será:

C = 7,5 .

. Ajuste da Unidade Instantânea

A unidade instantânea será ajustada considerando o fator de assimetria da corrente de curto-circuito


monofásico máximo na barra remota, cujo valor é 1.273  107 0 . O critério é que ela seja ajustada para
ser sensível para 120% da corrente de curto-circuito assimétrica para falta na barra remota.

1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX
I inst =
RTC

1,2 ⋅ 1,3 ⋅ 1.273


I inst = = 19,86 A
100

Será ajustado em I inst = 20 A

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Capítulo 5

Graduação das Proteções do Transformador de


Aterramento – 02A1

5.1 Dados Gerais

. Transformador de Aterramento-02A1-SE31

Corrente em regime contínuo: 239A


Corrente em regime transitório em 10seg.: 3.000A
Impedância de Seqüência Zero: 40 /fase
Potência:10MVAr
Vnom: 72,5kV
Inom: 79,63A

. Transformador de Corrente

Relações Disponíveis:
Fase: 100/200/300/500/600/800-5A - Classe:C200
Neutro: 100/200/300/500/600/800-5A - Classe:C200
Fator térmico: 1,0
Fator de sobrecorrente: 20In

. Dispositivo de Proteção

50/51-A/B/C; 7SK88-1EA; Gama Temp.:2,5-10A; Gama Inst.: 4-10Tape


50/51-N; 7SK88-1EA; Gama Temp.:2,5-10A; Gama Inst.: 4-10Tape
Classificação: Estático
Fab.: SIEMENS[13]

Os relés de sobrecorrente , tipo 7SK88, da Siemens, é um dispositivo estático que utilizam eletrônica do
estado sólido para fazer comparações entre as correntes de defeito e o ajuste implantado para que atue de
acordo com o tape desejado.

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5.2 Ligação das Proteções de Sobrecorrente de Fase e Neutro

O transformador de aterramento ligado em zig-zag é um transformador comum de relação 1:1, conectado


como autotransformador. As correntes de seqüência positiva e negativa não circulam por estarem 1200
fora de fase neste tipo de ligação. Durante uma falta envolvendo a terra as correntes de seqüência zero
estão em fase e sobem pelo aterramento ligado em Y e, em cada perna do transformador os fluxos se
anulam, possibilitando a passagem da corrente de seqüência zero.
Assim, durante uma falta a terra o transformador aterra o sistema isolado através de uma impedância de
seqüência zero.
A Fig. 14 mostra como deverão ser ligados os relés de sobrecorrente de fase e neutro aos secundários dos
transformadores de corrente para proteger o transformador de aterramento e servir de retaguarda para as
proteções de neutro dos diversos equipamentos do setor de 69kV.
A proteção de neutro deverá ser ligada diretamente ao transformador de corrente de bucha do
transformador de aterramento para que circule por ele a corrente 3I0 de defeito.
Os relés de sobrecorrente de fase deverão ser alimentados por transformadores de corrente ligados em
delta que filtra a componente de seqüência zero e evita que a proteção opere para falta fase-terra externa.

Fig. 14 - Esquema de Ligação das Proteções do Trafo-Terra

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5.3 Definição das Relações dos TCs

. Transformador de Corrente de Fase

Os transformadores de corrente utilizados para alimentar as proteções de sobrecorrente de fase são ligados
em delta para evitar atuação indevida para falta envolvendo a terra. Os ajustes são definidos para faltas
internas ao transformador de aterramento.

VN 72500
I MÁXFASE = = = 1.046,4 A
3Z 0 3 ⋅ 40

I ccmáx 5.576,8
RTC ε ε ε 278,8 ou,
20 20

I MAXFASE 1.046
RTC ε ε ε 52,3
20 20

RTC = 300 / 3 ⋅ 5 A = 34,64 / 1A (ligados em delta)

. Transformador de Corrente de Neutro

I CC1MÁX 2.184,3
RTC ε ε = 109,22
20 20

RTC = 200 / 5 A

5.4 Proteção de Sobrecorrente de Fase

Esta proteção não tem compromisso de coordenação com as proteções à frente e deverá ser ajustadas no
tape mínimo possível para ter o máximo de sensibilidade para faltas internas, no entanto, deve ser
considerada a corrente circulante entre os relés, provocada pelo erro dos transformadores de corrente
durante um curto-circuito fase-terra ou bifásico a terra.

. Ajuste do Tape

k ⋅ 10% ⋅ I 0 MÁX
Tap ε
RTC

k : constante de segurança
10%: erro do TC.
I 0 MÁX = 1.046 A

1,2 ⋅ 0,1 ⋅ 1.046


Tap ε ε 3,62 A
34,64

Será deixado em Tap = 3,75 A

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. Ajuste da Curva

A curva ficará no mínimo porque não tem compromisso para falta atrás

C = 0,05

. Ajuste da Unidade Instantânea

A corrente de inrush durante a energização é considerada desprezível.


A unidade instantânea será ajustada considerando o seguinte critério:

2 ⋅ (0,1I max ) 0,8 ⋅ I cc min 3


δ I inst δ
RTC RTC

2 x(0,1x1.046) 0,8 x3.257


δ I inst δ
46,18 46,18

4,53 A δ I inst δ 56,42 A

Será ajustado em I inst = 10 A

5.5 Proteção de Sobrecorrente de Neutro

. Ajuste do Tape

São feitas duas verificações para definição do tape:

Pela corrente de equilíbrio das linhas de 69kV

I MAIOREQULT 69 120
Tap ε ε ε 3,0 A
RTC 40

A corrente de maior equilíbrio para linhas paralelas será a soma das correntes de equilíbrio destas linhas.
O objetivo deste critério é tornar a proteção de neutro do transformador de aterramento menos sensível do
que a proteção de neutro da linha, cujo critério é melhor aplicado para coordenação entre relés
eletromecânicos.

Pela mínima corrente de curto-circuito

3I 0 MÍN 1.978
Tap δ δ δ 16,48 A (perda de um transformador)
K ⋅ RTC 3 ⋅ 40

Será ajustado em Tap = Eq. = 3,75 A

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. Ajuste da Curva

Será ajustado em 1,5s para defeito fase-terra máximo na barra e deverá coordenar com as proteções de
neutro da linha de 69kV. Caso alguma linha tenha religamento automático deverá ser considerado o
tempo de restabelecimento entre as proteções para evitar que não haja descoordenação com a proteção à
frente após religamento sobre defeito. Para os relés estáticos ou digitais o restabelecimento é instantâneo,
no entanto alguns fabricantes possibilitam modelar uma curva de restabelecimento para adequar o
dispositivo à necessidade do projeto.

I 3 I 0 máx
1.277
MPU = = = 8,51 C = 0,5 1,65s , ver Fig. 15.
TAP ⋅ RTC 3,75 ⋅ 40

Fig. 15 – Curva de Tempo do 7SK88 - Normal Inversa

. Ajuste da Unidade Instantânea

A unidade instantânea será desligada para não descoordenar com as proteções de neutro das linhas.

5.6 Proteção de Sobretensão Residual

. Ajustes

Na indisponibilidade do transformador de aterramento, após a abertura da chave 32A1-8, Fig. 16, a


proteção de sobretensão residual 59R, que é ligada a um TP de barra com enrolamentos em delta aberto, é
ativada. Esta proteção não é seletiva e quando atua isola a barra para falta fase-terra em qualquer ponto do
sistema de 69kV sem referência de terra.

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Fig. 16 – Esquema Operacional e Ligação do 59R

Para defeito monofásico no sistema de 69kV isolado da terra, a tensão no relé, devido ao deslocamento de
neutro, será dada por:

3
V pq = 3V0 = Vag + Vbg + Vcg = ( 3VLN cos 30 0 ).2 = 3.VLN . .2 = 3VLN
2

VRELÉ = 3V0 = 3 pu

Para falta bifásica a terra nos terminais do relé será da por

VRELÉ = 1,5 pu

O relé deve ser ajustado abaixo de 1,0 pu tendo por base a tensão secundária do transformador de
potencial. O relé pode ser ligado em 66,4V ou 115V secundários, e deve ter um retardo de 1,3s para
coordenar com o tempo de disparo dos para-raios de óxido de zinco definido em 1,5s e 72kV-fase-terra,
que corresponde a 1,04pu.

. Ajuste Padrão para a RTP: 600/1V

69000 115
RTP = / = 600 / 1V
3 3

3.VSEC 3 x66,4
V59 R = = = 33,2V
6 6

A divisão da tensão por seis é para que o valor fique a metade da tensão secundária e menor do que a
tensão para falta bifásica a terra.

. Ajuste Padrão para a RTP: 346,4/1V

69000
RTP = / 115V = 346,4 / 1V
3

3.VSEC 3 x115
V59 R = = = 57,5V
6 6

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A divisão da tensão por seis é para que o valor fique a metade da tensão secundária e menor do que a
tensão para falta bifásica a terra.

5.7 Proteção de Sobretensão de Barra

As sobretensões no setor de 69kV dos transformadores devem ser analisadas pelo estudo elétrico para as
condições de perda de grandes blocos de carga.
Durante uma falta monofásica numa das fases no sistema solidamente aterrado haverão sobretensões nas
fases sãs. A equação que determina as tensões nas fases sãs para uma falta, por exemplo, fase A para a
terra é dada por:

2
9 x0 3
Vb = Vc = +
4 2 x1 + x0 4

A relação abaixo deve ser obedecida para evitar sobretensão indevida na barra de 69kV provocada por
falta monofásica.

X0
3δ δ 10
X1

Os valores equivalentes para X0 e X1 para falta na barra de 69kV


X 0 = 0,8506716 pu
X 1 = 0,14899945 pu

A relação será:

X0 0,8506716
= = 5,71
X 1 0,14899945

Caso esse valor fosse maior que 10 seria necessário diminuir o valor de X0 instalando um transformador
de aterramento com valor de impedância por fase menor ou instalando outro em paralelo.
Verificação das tensões provocada pelos valores de X0 e X1 na falta.

2
9 0,8506716 3
Vb = Vc = + = 1,4085 pu
4 2 ⊕ 0,14899945 + 0,8506716 4

Aplicando esse valor à curva de suportabilidade do transformador Fig. 17, conforme NEMA CPI – 1969,
o tempo que a proteção de sobretensão deverá operar para a sobretensão calculada deverá ser menor do
15s.
O ajuste da proteção que será aplicado à barra de 69kV deverá considerar, além do estudo da contingência
de perda de carga e transitórios, a sobretensão provocada pela falta monofásica.

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Fig. 17 – Sobretensão Permitida em Função do Tempo

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Capítulo 6

Graduação das Proteções do Transformador de Potência –


04T1

6.1 Dados Gerais

. Transformador de Potência 04T1-SE3

Potência: 100MVA
Tensão: 230kV/69kV
Impedância: Z1=Z0=12,0% em 100MVA
Ligação: YD1 (30°)
Faixa de LTC: 10R(184,9) a 6L(257,5) – TAPE FIXO: 230kV

. Transformador de Corrente

Setor 230kV
150/300/600/1200-5A – TCs Externos
Classe: 10B400 – FT:1,0
Neutro do Enrolamento Estrela
150/300/600/1200-5A – TCs de bucha do neutro do transformador
Classe: 10B400 – FT:1,0
Setor 69kV
500/750/1000/1500/2000-5A –TCs Externos – FT:1,0
Classe: B10F20C100

. Transformador de Tensão

Transformador de Tensão(TPI) – Na Conexão do Trafo - Lado de 69kV (CT de 69kV)

69.000 115 115


/ 115  / 115 
3 3 3

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. Dispositivo de Proteção

. Setor 230kV

50/51-A/B/C; 7SK88-1EA; Gama Temp.:2,5-10A; Gama Inst.: 4-10Tape


50/51-N; 7SK88-1EA; Gama Temp.:0,5-2,0A; Gama Inst.: 4-20Tape
Classificação: Estático
Fab.: SIEMENS [13]

. Setor 69kV

51V-A/B/C- Tipo: IJCV ; Gama Temp.: 4-16A


Classificação: Eletromecânico
Fab.: GE [10]
50/51-N – Tipo: 7SK88-1EA(NI); Gama Temp.: 0,5-2,0A Gama Inst.:4-10tape
Classificação: Estático
Fab.: SIEMENS
Proteção Diferencial – Tipo: 7UT2361
Classificação: Estático
Fab.: SIEMENS [12]
Transformador de Corrente Auxiliar: Tipo: 4AM51-70-7AA
Fab.: SIEMENS [15]

Fig. 18 – Diagrama de Ligação

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6.2 Distribuição das Correntes para Faltas no Secundário do
Transformador

S base
I base =
3 xVbase

100 MVAbase
I base 230 = = 251A
3 x 230kVbase

100 MVAbase
I base69 = = 836,74 A
3 x69kVbase

Fig. 19 – Falta Entre Fases

Fig. 20 – Falta Entre Fase-Terra

As figuras 19 e 20 indicam a relação das correntes de curto-circuito no secundário e sua imagem no


primário do transformador. Esta informação é apenas ilustrativa já que será usado um programa de curto-
circuito para se fazer o estudo de graduação.

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6.3 Definição das Relações dos TCs

. Setor 230kV

Transformador de Corrente de Fase

100000
Corrente Nominal do Trafo: I NOM = = 251A
3 ⋅ 230

Corrente de Curto-Circuito Máximo: 3.271,76A

1,5 ⋅ I CARGA 1,5 ⋅ 251


RTC ε ε ε 376,5
FT 1

Para uma sobrecarga de 150%

I MÁX 2826,8
RTC ε ε ε 141,34
20 20

Para um fator de sobrecorrente de 20In

Será deixado em RTC = 600 / 5 A

Transformador de Corrente de Neutro

3I 0 MÁX 1.968
RTC ε ε ε 98,4
20 20

Para um fator de sobrecorrente de 20In

Será deixado em RTC = 300 / 5 A

. Setor 69kV

100000
Corrente Nominal do Trafo: I NOM = = 836,74 A
3 ⋅ 69

Corrente de Curto-Circuito Máximo: 2.788,4A

1,5 ⋅ I CARGA 1,5 ⋅ 836,74


RTC ε ε ε 1.255
FT 1

I MÁX 2.788,4
RTC ε ε ε 139,42
20 20

RTC = 1500 / 5 A

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6.4 Definição das Relações dos TPs

Será adotada a relação 600/1V

6.5 Proteção de Sobrecorrente p/ Restrição de Tensão – Setor 69kV

O relé de proteção tipo IJCV, da GE, é um relé eletromecânico alimentado por corrente de fase e tensão
de linha, ou seja, IA com VAB, IB com VBC e IC com VCA , que dependendo da tensão de curto-circuito
medida pelo relé este poderá operar mais rápido ou mais lento.

. Ajuste do Tape

1,5 ⋅ I CARGA 1,5 ⋅ 836,74


Tap ε ε ε 4,92 A
0,85 ⋅ RTC ⋅ FT 0,85 ⋅ 300 ⋅ 1

O valor 0,85 da equação acima representa o limite de base da proteção que é baseado na tensão nominal
do relé que é de 110V entre fases. O tape é definido considerando o curto-circuito bifásico mínimo no
barramento remoto porque ele deve ser retaguarda das proteções das linhas conectadas ao barramento
local.

I CCMÍNBIF 2.414
Tap δ δ δ 4,47 A
K ⋅ RTC 1,8 ⋅ 300

O valor de K=1,8 aplica-se para uma condição de contingência na falta bifásica, ver Tabela 2 no
parágrafo 4.4.

Será deixado em Tap = Eq. = 5,0 A , liberando 150% de carga.

Para atender a mínima corrente de defeito no barramento remoto utilizando relé de sobrecorrente, a
corrente de carga seria limitada pelo ajuste. Assim é utilizado um relé por restrição de tensão quando a
corrente de carga é próxima da corrente de curto-circuito. Quando a corrente de curto-circuito estiver
abaixo da corrente de carga deve-se utilizar um relé de sobrecorrente por bloqueio de tensão, tipo COV-8,
da Wenco, que desbloqueia a função de sobrecorrente somente quando uma função de subtensão atua.
Às proteções de sobrecorrente por restrição ou bloqueio por tensão é necessário bloqueio por queima de
fusível da função para evitar atuação indevida pela corrente de carga. Os relés eletromecânicos não têm
este bloqueio sendo necessário utilizar o contato de supervisão de atuação do minidisjuntor do
transformador de potencial para bloquear a proteção.

. Ajuste da Curva

Será ajustada para um tempo de 1,0s para defeito bifásico na barra da SE31 na configuração normal e não
deve descoordenar com a proteção de fase da linha.

I ccbif 2.414
MPU = = = 1,6 C = 4,0 t = 1,1s
E q ⋅ RTC 5 ⋅ 300

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Caso o relé seja usado sem tensão de restrição o equilíbrio a ser considerado deverá ser 25% do tape
ajustado. O catálogo do fabricante disponibiliza quatro curvas de tempo para 0%, 48%, 78% e 100% de
restrição. A Fig. 21 mostra a curva característica de tempo do relé IJCV com restrição de tensão de 0% e
corrente de pickup igual a 25% do tape ajustado.

Fig. 21 – Curva de Tempo do Relé Tipo IJCV com 0% de Restrição

Valores diferentes de tensão devem ser interpolados entre as curvas para encontrar o tempo de atuação do
relé para o múltiplo encontrado, cuja equação é dada por:

(t n 1  t n+1 )
t cc = t n +1 + (Vcc %  V( n +1)% ) x
(V( n 1)%  V( n +1)% )
Onde

tcc: tempo de atuação da proteção


tn+1: tempo de atuação para a curva acima do percentual de tensão encontrado
tn-1: tempo de atuação para a curva abaixo do percentual de tensão encontrado
Vcc: tensão de falta vista pelo relé em por cento
Vn+1: tensão de atuação para a tensão acima do percentual de tensão encontrado
Vn-1: tensão de atuação para a tensão abaixo do percentual de tensão encontrado

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Exemplo de aplicação

Curva = 1
MPU = 2,0
Vcc = 27%

Verificando os valores de tempo para a curva dada em 0%(Vn-1) e 48%(Vn+1) da tensão, tem-se:

t 0% (t n1 ) = 0,25s
t 48% (t n+1) = 0,30s

(0,25  0,3) (0,05)


t cc = 0,3 + ( 27  48) x = 0,3 + ( 21) x = 0,3  0,022 = 0,278s
(0  48) ( 48)

O relé digital de sobrecorrente por restrição de tensão URP2402, da Pextron [9], diferente do IJCV, aplica
a equação abaixo para definição do tempo de atuação. Alguns relés digitais têm as duas funções de
restrição e bloqueio para que o usuário escolha a mais adequada ao projeto.

K ⋅ Dt
t= 〈

I falta
1
0,75 ⋅ V falta
I ajuste + 0,25
Vnom.

Onde:

K: constante que caracteriza a curva


Dt: ajuste do dial de tempo da curva
〈: constante que caracteriza a curva se normal inverso, muito inverso ou extremamente inverso

Para este relé o Limite de Base de Proteção tem o K=0,9 porque a tensão nominal é 115V fase-fase.

. Ajuste da Unidade Instantânea

O relé não tem a função de Sobrecorrente Instantânea, mas se existisse seria deixado desligada para não
descoordenar com as proteções da linha. Deverá ser avaliada a habilitação desta função para
configurações de três ou mais transformadores de forma que seja sensível apenas para falta interna ao
transformador.

. Curva de Suportabilidade do Transformador

A curva mostrada na Fig. 22, da ANSI, indica o tempo de suportabilidade do transformador de potência
comparando a corrente nominal com a corrente máxima de curto circuito para o tempo de eliminação de
defeito. Ela é construída através da equação I2t=1250. O usuário precisa da curva de suportabilidade do
transformador para fazer esta verificação.

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Para se verificar as condições de suportabilidade do trafo se deve calcular quantas vezes a corrente de
curto-circuito é superior a corrente nominal do transformador e aplicá-lo à curva, verificando se o tempo
de operação do relé é menor do que o tempo encontrado em segundos.

I MA´ X 2.788,4
Neste caso tem-se: K = = = 11,11vezes .
I NTRAFO 251

Utilizando a curva da Fig. 22, o valor encontrado define que a proteção somente deve atuar com um
tempo menor do que 11,0s.

Fig. 22 - Curva de Suportabilidade de Transformadores

6.6 Proteção de Sobrecorrente de Neutro – Setor 69kV

. Ajuste do Tape

Os ajustes do tape e da curva do relé serão deixados no valor mínimo possível para que a proteção atue o
mais rápido, coordenando com a proteção de neutro do transformador de terra e sem operar por
desequilíbrio para falta trifásica externas e por corrente de carga.

Será deixado em Tap = Eq. = 0,5 A

. Ajuste da Curva

Será deixada na menor curva: C = 0,05

Neste caso, será necessário verificar a suportabilidade do relé no tempo mínimo em relação à corrente de
curto-circuito fase-terra máxima aplicada, ou seja,

K = I 2 ⋅ t , onde K é uma constante.

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Por exemplo, sendo K=250 em 1,0s para o relé 7SK88 e a corrente secundária de defeito 7,28A.

I 2 ⋅ t = 250

K 250
t= = = 4,72s , que é tempo limite que o relé suporta esta corrente.
I 2 7,28 2

Para as condições ajustadas o relé opera com 0,12s, valor menor do que 4,72s, encontrado.

Para um curto-circuito trifásico no barramento da SE31/69kV de 728A, considerando um erro de 10%, a


corrente de desequilíbrio secundária será de 0,24A, valor menor do que o tape ajustado que é 0,5A.

. Ajuste da Unidade Instantânea

Neste relé a unidade instantânea depende do valor do tape da unidade temporizada e é dada por 4 a 10
vezes o tape.
O ajuste será deixado no mínimo: I INST = 4 ⋅ 0,5 = 2,0 A

6.7 Proteção de Sobrecorrente de Fase – Setor 230kV

. Ajuste do Tape

100000
I CARGA = = 251A
3 ⋅ 230

1,5 ⋅ I c arg amáx 1,5 ⋅ 251


Tap / Eq ε ε ε 3,47 A ou
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 120

O valor 0,9 representa quanto o limite de proteção deve ser do equilíbrio

I ccmín 69 kV 724
Tap / Eq δ δ δ 3,35 A
K ⋅ RTC 1,8 ⋅ 120

Será ajustado em:

Tap / Eq = 3,0 A

. Ajuste da Curva

A regra básica para coordenação com as proteções do setor de 69kV é que seja dado um intervalo de
tempo de 0,4s. É muito importante que exista esse intervalo para se evitar a conclusão errônea de que a
falta foi interna ao transformador evitando-se assim uma intervenção no equipamento.

Assim,

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I CC 2MÁX 69 kV 1.036,5
MPU = = = 2,879
Eq ⋅ RTC 3 ⋅ 120

Considerando a proteção tipo 7SK88-Normal Inversa, a curva para atender o tempo de 1,5s será:

C = 0,2 , que corresponde a 1,7s

. Ajuste da Unidade Instantânea

A unidade instantânea será ajustada considerando o fator de assimetria, KFA, para defeito trifásico na
barra de 69kV, com margem de segurança de 120% e/ou 10 vezes a corrente nominal do transformador
para cobrir a corrente de “Inrush” de energização.

O estudo de transitório, que não faz parte do escopo deste livro, fornece as condições de energização do
transformador para diversas configurações do SEP. As informações de corrente de “Inrush” são utilizadas
para definir a unidade instantânea e avaliar a sensibilidade das proteções a tempo inverso. Os relés digitais
utilizam valores RMS na freqüência fundamental e alguns ainda eliminam a componente DC das
correntes de curto-circuito. Os relés eletromecânicos utilizam os valores RMS de corrente sem filtragem.

800

700

600

500

400

300

200

100

0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 [s] 3.0
(f ile en_pc47.pl4; x-v ar t) m:IRC4R m:IRC4S m:IRC4T

Fig. 23 – Representação da Corrente RMS de “Inrush”

1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX 69 kV 1,2 ⋅ 1,8 ⋅ 836,5


I inst ε ε ε 15 A
RTC 120

10 ⋅ I nomtrafos 10 ⋅ 251
I inst ε ε ε 20,9 A
RTC 120

Será ajustado em I inst = 21A

A ativação dessa função melhora a coordenação com as proteções remotas para faltas entre fases na
entrada do transformador.

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6.8 Proteção de Sobrecorrente de Neutro - Setor 230kV

. Ajuste do Tape

Será ajustado em 20% do valor da corrente de sobrecarga. Não é obrigatório que seja sensível para falta
nos barramentos de 230kV remotos e sim que não opere por corrente de desequilíbrio provocada por
carga ou falta trifásica no 69kV.

0,2 ⋅ 1,5 ⋅ I NOMTRAFO 0,2 ⋅ 1,5 ⋅ 251


Tap / Eq ε ε = 0,63 A
RTC 120

Será ajustado em Tap = Eq. = 0,75 A

Devido ao ajuste da unidade instantânea o tape calculado será alterado para:

Tap = Eq. = 1,25 A

. Ajuste da Curva

A regra básica para coordenação entre proteções do transformador e os relés direcionais da linha é que
seja dado um intervalo de tempo entre elas de 0,4s.
Considerando a atuação instantânea para a proteção de linha de 230kV para defeito monofásico máximo
próximo ao barramento da SE 3,a proteção de neutro do transformador deverá atuar com um tempo de
0,4s. Deve-se verificar coordenação para defeito na barra remota com as proteções de neutro das linhas de
230kV.

Assim,

I CC1MÁX 1.013,6
MPU = = = 6,757
Eq ⋅ RTC 1,25 ⋅ 120

Considerando a proteção tipo 7SK88-Normal Inversa, a curva para atender o tempo acima de 0,4s será:
C = 0,1 , que implica em 0,35s.
Para defeito fase-terra máximo na entrada do transformador a proteção atua com 0,26s.
Para defeito na máxima corrente na barra remota da SE2, o tempo é de 0,7s, tempo este acima do tempo
de Zona Z2 das proteções locais de linha.
O tempo de atuação para a Zona Z2 do terminal remoto para falta na entrada do transformador é de 0,4s,
maior que o tempo de atuação da proteção de sobrecorrente de neutro.
Na maioria dos casos há descoordenação entre o tempo de Zona 2 da proteção de distância remota e a
proteção de sobrecorrente a tempo inverso para falta na entrada do transformador sendo necessário a
ativação da função de sobrecorrente instantânea.

. Ajuste da Unidade Instantânea

Esta unidade não deve operar para defeito externo e será ajustada considerando o fator de assimetria para
curto-circuito monofásico na barra da SE3(230kV) e um fator de segurança de 120%.

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1,2 ⋅ K FA ⋅ I CCMÁX 1,2 ⋅1,6 ⋅1.337,7
I inst ε ε ε 21A
RTC 120

Será ajustado em I inst = 17 ⋅ 1,25 = 21,25 A

Como o tempo de atuação da proteção de sobrecorrente a tempo inverso está próximo do tempo de Zona 2
do terminal remoto que será ajustado em 0,4s, a ativação da unidade instantânea melhora a coordenação
para falta na entrada do transformador.

6.9 Proteção Diferencial Tipo 7UT23

A proteção diferencial é uma proteção rápida e seletiva que atua para falta numa região definida pela
localização dos transformadores de corrente utilizando o princípio da lei dos nós de Kirchhoff que define
que as correntes que entram em um nó é igual às correntes que saem.
A proteção tipo 7UT23, da Siemens, não tem ajuste de tape, apenas se define a relação IA/IN, que
representa a mínima corrente diferencial.
A declividade da primeira reta (slope 1) aproximada em 40% representa a declividade de uma reta cuja
característica é definida para cobrir os erros provocados pelos transformadores de corrente, variação da
faixa de LTC e erro de Mismatch.
A declividade da segunda reta (slope 2) aproximada em 80% é definido para cobrir as condições de
corrente passantes para faltas externas capaz de levar os transformadores de corrente à saturação (ver Fig.
24).

Fig. 24 – Característica do 7UT23

A compensação do ângulo de defasagem entre as correntes do enrolamento primário ligado em estrela e o


secundário ligado em delta do transformador de potência, defasadas de -300 (yd1) serão realizadas através
de transformadores auxiliares de corrente. O fechamento do neutro dos transformadores de corrente
principais deverá estar voltado para o transformador, como mostra a Fig.25, para atender a polarização do
relé. Os transformadores de potência, transformadores de corrente principal e auxiliar são considerados
com polaridade subtrativa.

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. Análise de Falta

Todos os erros devem ser eliminados para se evitar atuação indevida para falta externa.
Os transformadores de corrente delimitam a região de atuação da proteção diferencial e devem estar
ligados corretamente.
Para o relé estático 7UT23, da Siemens, as equações diferenciais e restrição são dadas abaixo. A corrente
diferencial é o módulo da soma vetorial das correntes e a de restrição, a soma aritmética dos módulos.

I diff = I S1 + I S 2
I rest = I S1 + I S 1

. Falta externa

Para falta externa, a corrente diferencial é praticamente zero e a corrente de restrição máxima.

I diff = I S1  I S 2 = 0
I rest = I S1 + I S 1  0

Fig. 25 – Falta Externa

. Falta Interna

Para falta interna, a corrente diferencial é praticamente máxima e a corrente de restrição menos restritiva.

I diff = I S1 + I S 2  0
I rest = I S1 + I S 1  0

Alguns fabricantes tornam a corrente de restrição menos restritiva alterando a equação de restrição para

I S1 + I S 2
I rest =
2

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Fig. 26 – Falta interna

. Ajustes

Considerando o tape fixo do transformador em 230kV.

TENSÃO 230kV 69kV


POTÊNCIA 100MVA 100MVA
Iprimário 251A 836,74A
RTC 600/5A 1500/5A
LIGAÇÃO Estrela Estrela
Isecundária 2,0917A 2,789A
RTCA 8/6A(estrela/delta) 10/10A (estrela/estrela)
Isectca 2,7172A 2,789A

A melhor relação dos TCs auxiliares (RTCA) é aquela que aproxima ao máximo as correntes secundárias
dos setores 230kV e 69kV.
A ligação em delta do RTCA do lado de 230kV deve ser idêntica à do transformador de potência para
corrigir a defasagem angular entre o primário e o secundário e eliminar a corrente de seqüência zero para
falta fase-terra externa no 230kV.

. Erro de Mismatch

Erro de Mismatch é o erro encontrado entre as correntes corrigidas que alimentam o relé diferencial. Os
relés digitais não apresentam este erro porque a compensação é feita de forma precisa.

I SECTCA230  I SECTCA69 2,7172  2,789


E% = ⋅ 100% = ⋅ 100% = 2,6%
I MENOR 2,7172

Caso o relé tivesse ajuste de tape a equação de erro de Mismatch seria:

I SECTCA230 I
 SECCTA69
tape230 tape69
E% =
I
( menor )
tape

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. Ajuste da Declividade da Primeira Reta (Slope 1)

Este ajuste determina a declividade da primeira reta que separa na característica do relé as zonas de
operação e não operação devido aos erros provocados durante a operação normal do transformador de
potência (ver Fig. 27).

A regulação é realizada no setor de 230kV.

Erro na Tensão Mínima

Tensão 184,9kV – Posição do Tape: 10R

TENSÃO 184,9kV 69kV


POTÊNCIA 100MVA 100MVA
Iprimário 251A 836,74A
RTC 600/5A 1500/5A
LIGAÇÃO Estrela Estrela
Isecundária 2,602A 2,789A
RTCA 8/6A(estrela/delta) 10/10A (estrela/estrela)
Isectca 3,3802A 2,789

3,3802  2,789
E% = ⋅ 100% = 21,2%
2,789

Erro na Tensão Máxima

Tensão 257,5kV – Posição do Tape: 6L

TENSÃO 257,5kV 69kV


POTÊNCIA 100MVA 100MVA
Iprimário 251A 836,74A
RTC 600/5A 1500/5A
LIGAÇÃO Estrela Estrela
Isecundária 1,8684A 2,789A
RTCA 8/6A(estrela/delta) 10/10A (estrela/estrela)
Isectca 2,4272A 2,789

2,4272  2,789
E% = ⋅ 100% = 14,91%
2,4272

O ajuste do Slope 1 é dado por:

Slope1 ε ELTC + ETC + Emismatch ε 21,2 + 10 + 2,6 ε 33,8% .

Sendo:

E LTC : Erro provocado pela faixa de excursão de tapes do transformador.

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E RTC : Erro máximo do TC durante curto-circuito
Emismatch : Erro de Mismatch

Se o relé possuísse o ajuste de declividade da primeira reta (Slope1), ele seria ajustado em 40% para
cobrir os erros encontrados acima (ver Fig. 27).

. Ajuste da Declividade da Segunda Reta (Slope2)

Este ajuste determina a declividade da segunda reta que cobre o erro provocado pela saturação dos
transformadores de corrente para faltas externas. A determinação desta declividade será definida
calculando um novo fator de sobrecorrente que depende da carga secundária imposta aos transformadores
de corrente.

Sendo K a declividade da reta da característica diferencial de acordo com a referência [3], tem-se:

Kb
K> , para K b ε 2
4 Kb 1

K = 0,6 para K b < 2

K b : é o fator de carregamento do transformador de corrente que depende de sua construção e é dado por
I
K b = ccmáx , onde I ccmáx é a corrente máxima de curto-circuito.
I sat
I sat = I primTC .n ,
I primTC : é a corrente primária do transformador de corrente
n´ : é o fator de sobrecorrente calculado que é dado por

(P n + P i )
n' = n onde,
(P b + P i )

n : fator de sobrecorrente nominal do TC


Pn : Carga do TC em VA na corrente nominal
Pi : Potência interna do TC em VA
Pb : Carga imposta ao TC em VA na corrente nominal

A análise será para os TCs do setor de 69kV.

Classe de Exatidão: B10F20C100(ABNT)


Erro:10%
Fator de Sobrecorrente: 20In
Potência(Pn): 100VA
RTC:1500/5A

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Definição de Pi

1500
.400
2000
ZB = = 3,0&
100

Pi = ZTC ⋅ (I N ) 2= 3,0 ⋅ 52 = 75VA

Z TC é a impedância medida na relação 1500/5A ajustada

Definição de Pb

0,3VA
RRELÉ = = 0,012&
52 A

RCABO = 0,0016 & / m para 200m

RCABO = 2 ⋅ 0,32 = 0,64&


RSEC = RRELÉ + RCABO = 0,652&
Pb = RSEC ⋅ (I N ) =2 0,652 ⋅ 25 = 16,3VA
Pb = 16,3VA

(100 + 75) 175


n´= x20 = x 20 = 38,34
(16,3 + 75) 91,3

I sat = I primTC xn´= 1500 x38,34 = 57.503 A

I cc max = I CC ⋅ FA = 2.788 ⋅ 1,42 = 3.959 A

I ccmáx 3.959
Kb = = = 0,069 < 2
I sat 57.503

K = 0,6

Se o relé possuísse o ajuste de declividade da segunda reta (Slope2), ele seria ajustado em 60%, para
evitar a atuação da proteção diferencial devido à saturação dos transformadores de corrente, no entanto, o
ajuste aproximado do relé é de 80% (ver Fig. 24).

. Ajuste do Ponto de Intersecção das Retas

Este ajuste será definido considerando os valores de restrição para as tensões liberadas de faixa de LTC.

3,38 + 2,789
I R167, 21kV = = 1,234
5

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2,4272 + 2,798
I R 256,91kV = = 1,045
5

Se o relé possuísse o ajuste do ponto de intersecção este seria ajustado em 1,24, no entanto o ajuste é fixo
em torno de 1,5.

. Mínima Corrente Diferencial e de Restrição

Tensão Mínima

IP  IS 3,3802  2,789
IA = = = 0,1182
IN 5

Tensão Máxima

IP  IS 2,4272  2,789
IA = = = 0,0723
IN 5

Tendo como referência os cálculos acima, o ajuste inicial ideal para a curva de atuação do relé 7UT23
será:

IA
= 0,15
IN

Pela Fig.24 concluímos que a curva de Slope de 40% e a relação IA /IN atendem a condição normal de
carga do transformador. Como a relação IA/IN desloca a curva de operação, deve-se ter a garantia de que o
relé opera na condição de curto-circuito. O valor de declividade das curvas e o ponto de intersecção foram
estimados e são fixos.

. Equações da Característica Diferencial

A partir dos ajustes calculados e da característica diferencial serão deduzidas as equações de operação do
relé.

Primeira Reta (Slope 1):

Idiff = I diff min + 0,4 xI R , se I R δ 1,5

Segunda Reta (Slope 2):

Idiff = I diff min + 0,8I R + 1,5(0,4  0,8) = I diff + 0,8I R  0,6 , se I R ε 1,5

Essas equações são aproximadas e foram deduzidas considerando a característica do relé.

. Bloqueio por Segundo Harmônico

Os transformadores de potência são construídos de forma que seu custo e tamanho sejam minimizados. A
conseqüência dessa decisão é a possibilidade de saturação durante energização do transformador.

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Devido à saturação do núcleo magnético a corrente de excitação formada por componentes DC,
fundamental, segundo, terceiro e quinto harmônico, chega a medir várias vezes a corrente nominal do
transformador. Como esta corrente aparece apenas no enrolamento primário, a corrente aplicada ao relé,
dependendo do momento do fluxo magnético remanescente e momento da tensão na energização, levará o
relé a operar.
Após várias análises e comparações entre a corrente de curto-circuito e energização, ficou concluído que a
corrente de segundo harmônico seria um componente diferenciador entre as duas condições. Como a
componente de segundo harmônico durante o curto-circuito não passa de 7% da fundamental, valores
acima deste poderia ser utilizado para bloquear a proteção diferencial durante a energização.
A proteção diferencial 7UT23 tem um ajuste fixo de bloqueio por segundo harmônico de 20% da corrente
fundamental. Quando o ajuste não é fixo, o critério é ajustar este valor em duas vezes o mínimo
admissível, ou seja, 14%.

. Ligação dos Transformadores Auxiliares de Corrente

A utilização de transformadores de corrente auxiliares é necessária para compensar a defasagem angular


entre o primário e o secundário do transformador de potência, eliminação da componente de seqüência
zero para falta externa e diminuir os erros de Mismacth.
Foi considerado no projeto o TC da Siemens, tipo 4AM51, pela disponibilidade de tapes.
Estes TCs têm a característica subtrativa e sua polaridade é da menor letra do alfabeto para a maior e
devem ser ligados no lado de 230kV como a mesma ligação Yd1 do transformado de potência.

Setor 230kV – 8/6A(Ligação Yd1)


Entrada: EA
Saída: JO
Link’s: BF, KN

Fig. 27 – Ligação dos Transformadores Auxiliares – 230kV

Setor 69kV – 10/10A (Ligação YY)


Entrada: AF
Saída: JO
Link’s: BC, DE, KL, MN

Fig. 28 – Ligação dos Transformadores Auxiliares – 69kV

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6.10 – Aplicação da Proteção Diferencial Tipo KBCH/ALSTOM

. Característica Diferencial

O relé diferencial, tipo KBCH/ALSTOM [11], é uma série de dispositivo digital mais antigo.
Observando a Fig. 29 percebe-se que a característica deste relé lembra a característica do relé estático,
tipo 7UT23, da Siemens. Nesse relé as declividades das retas (slopes) são fixos em 20% e 80%, a corrente
diferencial é a soma vetorial e a corrente de restrição é a soma dos módulos dividido por 2.

Fig. 29 – Curva característica do KBCH

. Equações da Característica Diferencial

A partir do ajuste e característica diferencial definidos serão deduzidas as equações de operação do relé.
Estas equações são utilizadas para calcular as condições de corrente diferencial e restrição para verificar
se a corrente diferencial medida é suficiente para que haja atuação do relé.

Primeira Reta (Slope 1):

Idiff = I diff + 0,2 xI R , se I R < 1,0

Segunda Reta (Slope 2):

Idiff = I diff + 0,8I R + 1(0,2  0,8) = I diff + 0,8I R  0,6 , se I R ε 1,0

A equação a ser utilizada vai depender da corrente de restrição medida.


A corrente diferencial medida deve ser maior que a corrente diferencial calculada para que o relé
opere.

. Ajustes

Este relé não precisa de transformador de corrente auxiliar para fazer a compensação de ângulo, filtro de
seqüência zero e corrigir erro de Mismatch.

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S1 Configuration HV+LV
S1 HV CT Ratio 120:1 (TC’s Externos – Lado 230kV )
S1 LV1 CT Ratio 300:1 (TC’s Externos – Lado 69kV)
Parâmetros de Correção do Lado de Alta
S1 HV Ratio Cor 2.000

S TRAFOkVA
I NOM =
3 ⋅ VkV

A tensão média da LTC deverá ser aplicada

U max xU min 257,5 x184,9


U N = 2x = 2x = 215,24kV
U max + U min 257,5 + 184,9
S TRAFOkVA 100.000
I NOM = = = 268,2 A
3 ⋅ VkV 3 ⋅ 215,24
268,2
I NOMSEC = = 2,235 A
120
5
FC 230kV = = 2,237
2,235
FC 230kV = 2,0( MÁX )
2
Erro = = 0,894
2,237

Parâmetro de Correção do Lado de Baixa


S1 LV1 Ratio Cor 1.600

S TRAFOkVA
I NOM =
3 ⋅ VkV

V69 kV = 69kV

S TRAFOkVA 100.000
I NOM = = = 836,74 A
3 ⋅ VkV 3 ⋅ 69
836,74
I NOMSEC = = 2,789 A
300
5
FC 69 kV = = 1,792
2,789

Devido ao erro provocado pelo limite de ajuste do FC230kV se faz necessário corrigir o fator do lado de
69kV na mesma proporção.

FC 69 kV = 0,894 x1,792 = 1,602


Deixado em FC 69 kV = 1,60

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Corrente diferencial mínima
S1 Id> 150.0e-3PU
Valor calculado para o 7UT23

Corrente diferencial instantânea


S1 Id>> 5.00PU
Este parâmetro determina o valor de corrente diferencial que não depende de bloqueio de segundo e
quinto harmônico e nem da saturação dos transformadores de corrente.

I NOMTRAFO = 125,5 A

A corrente de Inrush considerada será:

I INR = 10 ⋅ I NOM = 10 ⋅ 125,5 = 1.255 A

Tornando o fator de correção como valor primário:

600 600 1.255


= = 300 A logo, I INR ( pu ) = = 4,18 pu
FC 2 300

I DIF >>= 1,2 ⋅ 4,18 = 5,016 pu

. Compensação Angular

No relé KBCH são ajustados parâmetros que indicam o tipo de ligação entre os enrolamentos primário e
secundário para que seja feita a compensação angular. O transformador utilizado neste projeto é do tipo
Yd1 que aplicando a convenção do relógio de vetores corresponde a uma defasagem angular de -300 entre
o enrolamento primário e secundário.
Caso a seqüência de fase das correntes fosse CBA a ligação do transformador seria alterada para tipo
Yd11 que implicaria uma defasagem de +300 entre o enrolamento primário e secundário.

Para encontrar a defasagem angular entre o primário e o secundário aplica-se a convenção dos relógios da
seguinte maneira: A fase I do enrolamento de alta é posicionada na indicação de 12 horas, enquanto, a
fase I do outro enrolamento é posicionado de acordo com o “horário” indicado pelo fabricante, por
exemplo Yd1. Cada traço do relógio corresponde a 300 (ver Fig.30).

Fig. 30 – Defasagem angular entre enrolamentos

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. Defasagem Angular dos Transformadores

Nos dados de placa dos transformadores vem indicando o tipo de ligação e a defasagem angular entre o
enrolamento primário e secundário. Estes dados são considerados nos ajustes. A seqüência de fase das
correntes interfere na definição do ajuste.

Fig. 31 – Tipos de Ligações para Correção Vetorial

Correção Vetorial do Lado de Alta


S1 HV VectorCor Yd1 (-30 deg)

Correção Vetorial do Lado de Baixa


S1 LV1 VectorCor Yy0 (0 deg)

Fig. 32 – Parametrização do Defasamento Angular

Observa-se na Fig. 32 que na compensação, estando a sequência de fase correta, aplica-se o mesmo tipo
de ligação do transformador para as correntes do lado estrela e não se defasa as correntes do lado delta.
O objetivo é o mesmo que foi utilizado para os transformadores auxiliares de corrente no projeto
utilizando o relé 7UT23.

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. Bloqueio por 20 Harmônico

O bloqueio por segundo harmônico durante a energização acontece quando a forma de onda da corrente
de Inrush apresentar a largura igual a 1/4 de ciclo entre seus picos.

Fig. 33 – Forma de Onda da Corrente Durante a Energização

. Bloqueio por Quinto Harmônico

S1 Iof 20.00%

O ajuste de bloqueio por 5o harmônico existe para a condição de sobrefluxo no transformador.


O sobrefluxo acontece quando há uma grande variação de carga no SEP provocando sobretensão ou/e
variação na freqüência, tendo como conseqüência o aumento na corrente de excitação do transformador.
Nesse instante aparece uma corrente diferencial devido à saturação do transformador que pode levar o relé
a operar. Esta variação se comporta como uma corrente de Inrush e a função diferencial é bloqueada pela
componente de quinto harmônico, fortemente presente nesse caso. Para definir este ajuste é necessário
fazer um estudo de fluxo de carga do sistema elétrico considerando as diversas configurações de
contingência. Caso não haja estudo, será deixado um pouco maior do que o ajuste de segundo harmônico,
no caso 20%.

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6.11 – Proteção Diferencial Tipo 7UT51 - Siemens

A proteção digital da Siemens, tipo 7UT512 [7] é uma versão mais avançada do que a do KBCH, da
ALSTOM, embora a Alstom já tenha o P64x, porque elimina vários parâmetros de ajustes cujos cálculos são
realizados pelo relé.
. Característica de Operação

Fig. 34 – Característica do 7UT51

. Equações da Característica Diferencial

Primeira Reta
y1 = 0,2
Para
I BIAS δ 0,5

Segunda Reta
y2 = 0,4 I BIAS
Para
0,5 < I BIAS δ 7,5

Terceira Reta
y3 = 1,5 + 0,6 I BIAS
Para
I BIAS > 7,5

As equações acima foram definidas de acordo com os ajustes abaixo

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. Ajustes

TRANSFORMER DATA
Rated voltage of winding 1 of transformer 215.3 kV

Ver cálculo para o KBCH, pág. 63

Rated apparent power of winding 1 100.0 MVA


Potência nominal do transformador

Primary rated current of CT winding 1 600 A


Ver definição da RTC na pág. 46

Starpoint formation of CT winding 1 Towards transformer


Este parâmetro determina de que lado está sendo fechado o neutro do circuito secundário dos TCs, se do
lado do transformador ou da barra, ajuste que não foi definido nos relés 7UT23 e KBCH.

. Eliminação da Corrente de Seqüência Zero

Processing of zero sequence current of wind. 1 Io-elimination

Este parâmetro determina se será usada a função de eliminação da corrente de seqüência zero. O relé
diferencial 7UT51 se utiliza das equações abaixo para a eliminação de seqüência zero para falta
envolvendo a terra.
1
Como a corrente de seqüência zero é dada por I 0 = (I A + I B + I C ) , a eliminação desta componente por
3
fase será:

I ´A = I A  I 0
I ´B = I B  I0
IC´ = IC  I0

Na forma matricial

I ´A 2 1 1 IA
1
I B
´
= ⋅ 1 2 1 ⋅ I B
3
IC´ 1 1 2 IC

A solução da matriz para cada fase será:


1
I ´A = (2 I A  I B  I C )
3
1
I ´B = ( I A + 2 I B  I C )
3
1
I ´C = ( I A  I B + 2 I C )
3

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Esta corrente por fase será utilizada para comparar com a corrente do lado de 69kV. Estas equações se
aplicam tanto para falta à terra externa ou interna.
Alguns relés têm utilizado a informação de corrente de neutro do transformador de potência para eliminar
o erro que o método acima provoca.

. Correção do Grupo Vetorial

Vector group numeral of winding 2 1

Este parâmetro determina o grupo vetorial de ligação do transformador na seqüência positiva.


A equação abaixo se aplica para compensação vetorial, sendo k o número do grupo vetorial, com as
correntes por fase, compensadas das correntes de seqüência zero [3].

I A [
cos k ⊕ 30 0 ] [ [ ] I ]
cos (k + 4 ) ⊕ 30 0 cos (k  4 ) ⊕ 30 0 A


cos[(k  4 ) ⊕ 30 ] cos[k ⊕ 30 ] cos[(k + 4 ) ⊕ 30 ] ⊕


2
I B = ⊕ 0
I
0 0
B


3
I C cos[(k + 4 ).30 ] cos[(k  4 ).30 ]
0
cos[k .30 ] I 0 0
C


A solução da matriz para k igual a 1(Yd1) é dada abaixo e será aplicada às correntes de 69kV. Esta
corrente será utilizada nos cálculos da corrente diferencial e restrição e é dada por:

3 3
 0
I ´ 2 2 Ia 1 1 0 Ia
a
2 3 3 1
I ´
b
=⊕ 0  ⊕ Ib = ⊕ 0 1 1 ⊕ Ib
3 2 2 3
I ´
Ic 1 0 1 Ic
c 3 3
 0
2 2

Rated voltage of winding 2 of transformer 69.0 kV


Rated apparent power of winding 2 100.0 MVA
Primary rated current of CT winding 2 1500 A
Ver definição da RTC na pág. 46

Starpoint formation of CT winding 2 Towards transformer


Este parâmetro determina de que lado está sendo fechado o neutro do circuito secundário dos TCs, se do
lado do transformador ou da barra.

Processing of zero sequence current of wind. 2 Without


Como o enrolamento secundário está ligado em delta, naturalmente um filtro natural de seqüência zero,
não será necessário compensar a corrente de seqüência zero para falta externa envolvendo a terra.

Pick-up value of differential current 0.2 I/InTr


Este parâmetro é definido da seguinte maneira:

Calcula-se a corrente nominal para os dois enrolamentos

S
I NTR =
3 ⊕V f  f

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100.000
I NTR 215,3kv = = 268,16 A sec = 2,2347 A sec , na tensão média.
3 ⊕ 215,3

100.000
I NTR 69 kv = = 836,74 Aprim = 2,789 A sec
3 ⊕ 69

. Cálculo das correntes para a tensão máxima e mínima de LTC

Para a Tensão de 257,5kV (Posição do Tape – 6L)

100.000
I NTR 257,5 = = 224,2 Aprim = 1,8683 A sec
3 ⊕ 257,5

1,8683
I 257,5 = = 0,836 pu
2,2347

I DIF > = 0,836  1 = 0,1639

Para a Tensão de 184,9kV (Posição do Tape – 10R)

100.000
I NTR 257,5 = = 312,25 Aprim = 2,602 A sec
3 ⊕ 184,9

312,25
I184,9 = ⊕ 1,7928 = 2,4968 pu
224,2

2,4968
I184,9 = = 1,1173 pu
2,2347

I DIF > = 1,1173  1 = 0,1173

Será deixado em I DIF > = 0,2 I / InTR

. Definição da Corrente Diferencial de Alto Valor

Pick-up value of high set trip 11.0 I/InTr

Este ajuste será definido considerando a corrente de “Inrush” no lado de 230kV durante a energização do
transformador em vazio.

1,2 ⋅ 10 ⋅ I inrush 1,2 ⋅ 10 ⋅ 251


I DIFF >> = = = 11,23 pu
RTC ⊕ I nTR 120 ⋅ 2,2347

Será ajustado em I DIFF >> = 11I / I nTR

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Slope 1 of tripping characteristic 0.40

Ver cálculo na pag. 58 para o relé 7UT23

Base point 2 for slope 2 of tripping charact. 2.5 I/InTr

Este ajuste será definido considerando os valores de corrente de restrição para as tensões liberadas de
faixa de LTC.

I R 257,5 = (0,836 + 1) = 1,836 I / I nTR

I R184,9 = (1,1173 + 1) = 2,1173I / I nTR

Será ajustado em BP 2 = 2,5I / I nTR

Slope 2 of tripping characteristic 0.60

Ver cálculo deste ajuste na pág. 59

State of 2nd harmonic restraint on

2nd harmonic contend in the different. current 14 %


Ver definição na pag. 60

Time for cross-blocking with 2nd harmonic 0 *1P


Quando a corrente de segundo harmônico for medida acima de 14% da fundamental, o bloqueio
acontecerá nas três fases e sem retardo.

Choice a further (n-th) harmonic restraint 5th harmonic

n-th harmonic contend in the differen. current 20 %


Ver definição na pág. 66

Active time for cross-blocking with n-th harm. 0 *1P


Quando a corrente de quinto harmônico for medida acima de 20% da fundamental, o bloqueio da função
diferencial acontecerá nas três fases e sem retardo.

Limit IDIFFmax of n-th harmonic restraint 6.50 I/InTr


Se a corrente diferencial exceder este valor nenhum bloqueio por harmônico será considerado.
Para definição deste parâmetro é necessário calcular 80% da corrente diferencial mínima para falta na
entrada do transformador.

A mínima corrente de defeito acontece para uma falta monofásica com a linha 04C3 fora de operação.

I A = 2.827  80 0 A
I B = 446 96 0 A
I C = 446 96 0 A

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Aplicando a equação de eliminação de seqüência zero

1
I A' = ⋅ (2 ⊕ I Á  I B  I C )
3

1
(
I A' = ⋅ 2 ⋅ 2.827  80 0  2 ⋅ 446 96 0 ) = 2.181  80,5 0 A
3

0,8 ⋅ 2.181
I DIF > = = 6,51I / I nTR
120 ⋅ 2,2347

. Bloqueio por Saturação do TC para Falta Externa

Para uma falta interna, ambas as correntes diferencial e de restrição crescem na mesma proporção. Para
faltas externas somente a corrente de restrição cresce. Para uma falta externa com saturação de TC, no
primeiro meio ciclo após a inserção da falta, existe apenas corrente de restrição e, caso apareça corrente
diferencial após este tempo, o relé entende que houve saturação dos TCs, levando a função diferencial ao
bloqueio, Fig. 35 [3].

Fig. 35 – Comportamento da Corrente de Saturação para Falta Externa

Max. blocking time at CT saturation 2 *1P


Ao exceder o tempo de dois ciclos é retirado o bloqueio por saturação.
O cálculo do tempo de decaimento da componente DC na falta é dado por

tg ( ) tg (  83 )
TDC = = = 0,0216 s = 21,6ms = 1,3ciclo (em 60Hz),
2f 2 60

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onde é o ângulo de fase da corrente de curto-circuito na barra de 69kV.

Será deixado em 2ciclos.

Min. restr. current for blocking at CT satur. 6.00 I/InTr


Valor de restrição a partir do qual o bloqueio por saturação inicia.
O critério para ajustar este parâmetro será adotar a corrente de restrição mínima para falta trifásica na
barra de 69kV.

I 230kV = 836,5  830 A


I 69 kV = 2.788,4  830 A

I 230kV I 69 kV 836,5 2.784,4


I REST = + = + = 6,12 I / I nTR
RTC 230 kV ⊕ I nTR 230kV RTC69 kV ⊕ I nTR 69 kV 120 ⊕ 2,2347 300 ⊕ 2,789

Será deixado em I REST = 6,0 I / I nTR

. Aplicação dos Ajustes para o Relé 7UT51

. Falta Externa Trifásica – Barra de 69kV

Correntes no lado de 230kV Correntes no lado de 69kV

I A = 836,5  90 0 A I A = 2.788,4 96,74 0 A


I B = 836,5 150 0 A I B = 2.788,4  23,5 0 A
I C = 836,5  90 0 A I C = 2.788,4  143,30 A

Fig. 36 – Falta Trifásica Externa no 69kV

Como
I nTR 215,3 = 2,234 A
I nTR 69 kV = 2,789 A

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6,971  90 9,2947 96,74
I DIFFMEDIDO = + = 0,434 pu
2,234 2,789

I RESTMED = 3,1213 + 3,3326 = 6,4539 pu

Pela equação baseada na característica montada de acordo com os ajustes, a equação que será aplicada
será:

y 2 = I DIFFCAL = 0,4 ⋅ I RESTMED = 0,4 ⋅ 6,4539 = 2,5816 pu > 0,434 pu

A função diferencial não opera.

. Falta Fase-Terra na Barra de 230kV

Correntes no lado de 230kV Correntes no lado de 69kV

I A = 446 96 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0

Fig. 37 – Falta Monofásica Externa no 230kV

Aplicando a equação para calcular a corrente na fase considerando a eliminação da seqüência zero no lado
de 230kV.

1 1
I ´A = ⊕ (2 ⊕ I A  I B  I C ) = ⋅ (2 ⋅ 3,716 96 0  3,716 96 0  3,716 96 0 ) = 0
3 3
No lado de 69kV a corrente I ´´ é zeroA porque não existe fonte de seqüência positiva e a fonte de
seqüência zero é filtrada pelo enrolamento em delta.

I diff = I ´A + I ´´ =A 0 + 0 = 0

A função diferencial não opera

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. Falta Fase-Terra Interna

Correntes no lado de 230kV Correntes no lado de 69kV

I A = 2.827  80 0 A IA = 0
I B = 446 96 0 A IB = 0
I C = 446 96 0 A IC = 0

Fig. 38 – Falta Monofásica Interna

Aplicando a equação de eliminação de seqüência zero

1
I A' = ⋅ (2 ⊕ I Á  I B  I C )
3

1
I A' = ⋅ (2 ⋅ 2.827  80 0  2 ⋅ 446 96 0 ) = 2.181  80,5 0 A
3

2.181  80,5
I DIFFMEDIDO = + 0 = 8,133 pu
120 ⋅ 2,234

I RESTMED = 8,133 + 0 = 8,133 pu

Pela equação que será aplicada baseada na característica montada de acordo com os ajustes será:

y 3 = I DIFFCAL = 1,5 + 0,6 I RESTMED = 1,5 + 0,6 ⋅ 8,133 pu = 3,3798 pu < 8,133 pu

A função diferencial opera

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6.12 - Proteção Diferencial Restrita a Terra – 7UT51

A proteção diferencial restrita a terra [12] é uma proteção complementar à proteção diferencial de
fase do transformador, em particular com enrolamento em estrela aterrado. A proteção restrita a terra deve
ser ligada de tal forma que as correntes somadas da entrada do transformador e a corrente 3I0 de neutro
tenha torque máximo quando tiverem a mesma polaridade. A Fig. 39 mostra as condições de polaridade
das correntes para falta externa e interna de um esquema geral.

a) b)

Fig. 39 – Proteção Restrita a Terra: a)Falta Externa; b)Falta Interna

. Característica de Operação

Fig. 40 – Curva da Característica

. Equações da Característica Diferencial

As correntes medidas são dadas por

3I 0(TCN ) = I N
3I 0(TCL ) = I A + I B + I C

A faixa de fase para falta interna é definida pela coincidência aproximada das fases entre IN e 3I0
obedecendo a seguinte condição:

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3I 0 (TCN )
 90 0δ δ +90 0
3I 0(TCL )

A equação para atuação do relé será

I OP = 3I 0(TCN ) > I set

Quando se estende a atuação da proteção para maior que 900, que pode ocorrer para uma falta interna com
saturação do TC, a corrente de restrição será considerada conforme equação abaixo.

I R = 3I 0 (TCN )  3I 0 (TCL )  3I 0(TCN ) + 3I 0(TCL )

A equação que define a condição de atuação da proteção será dada por

3I0(TCN) > Iset + k0 ⊕ I R

. Ajustes

Pick-up value REF> of restricted earth fault 0,15I/IN

Esta função é utilizada para cobrir falta em pontos do enrolamento do transformador onde a função
diferencial de fase não alcança, ou seja, em torno de 30% do ponto de neutro. O critério para ajustar este
parâmetro seria calcular o valor desta corrente a partir deste ponto.
A relação entre a soma das correntes de entrada do transformador e a corrente no neutro pode ser
formulada considerando o circuito tendo como modelo um autotransformador, ver Fig.41.

Fig. 41 – Circuito do Enrolamento como Autotransformador

I n NC + N S 1 Ip
TR = = = I n = I p ⋅ TR =
Ip NC x x

Para este ajuste é considerado um desequilíbrio natural de 10% mais um fator de segurança de 5%.

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Supondo que a corrente de defeito seja 10% da nominal, ou seja, 25A para uma falta a 10% do neutro, a
corrente no neutro será:

Ip 25
In = = = 250A
x 0,1

3I 0(TCN ) 250
I OP = 3I 0 (TCN ) = = = 0,83 > 0,15 I / I n
RTC ⋅ I n 60 ⋅ 5

Critical angle of charact. Trip curve by REF 110.00

Para uma falta interna com saturação dos transformadores de corrente, existe a possibilidade de não
atuação da proteção. Para que a área de atuação da característica seja ampliada, aumenta-se o ângulo
crítico para 1100 para cobrir o erro dos transformadores de corrente durante uma falta no limite da região
de operação do relé.

6.13 - Proteção Diferencial Restrita a Terra – P142/ALSTOM

A proteção diferencial restrita a terra do relé tipo P142/ALSTOM [5] utiliza uma característica
diferencial tradicional, diferente da proteção 7UT513, da Siemens.

. Característica de Operação

Fig. 42 – Curva da Característica

. Equações da Característica Diferencial

I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N

I fase + I N xKTC
I Bias =
2

Onde I fase representa a fase com maior corrente.

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RTC Nprim 300
Sendo K TC = = = 0,5
RTC Fprim 600

As equações das retas serão definidas com os valores ajustados e que serão utilizadas na verificação
de atuação da função diferencial são dadas por:

y1 = 0,75 para I S < 2 A

y 2 = 0,45 + 0,6 I Stab para I S ε 2 A

. Ajustes

SEF/REF Options Lo Z REF

Este parâmetro determina se a proteção restrita a terra será de baixa ou de alta impedância.
Caso o neutro do transformador fosse aterrado via um resistor, a função seria ajustada para ser de alta
impedância.

RESTRICTED E/F
IREF> k1 0.00%

O ajuste do primeiro slope K1 deverá cobrir o erro natural de desequilíbrio nas fases, no entanto, poderá
ser ajustado em 0.0% e deixa a mínima corrente diferencial como fator decisivo.

IREF> Is1 750.0 mA

O ajuste para a mínima corrente diferencial deverá cobrir as faltas nas espiras cuja região do enrolamento
não é coberta pela proteção de fase. Deverão ser realizados ensaios para mensurar as correntes na entrada
do transformador e no neutro para curto-circuito monofásico a 70%, 80% e 90% do enrolamento. Para
este ajuste será considerado um desequilíbrio natural de 10% mais um fator de segurança de 5% da
nominal.

IREF > Is1 = 0,15xI N = 0,15x5 = 0,75A

IREF> Is2 2.1A

Este ajuste determina o ponto em que as retas se cruzam. Este ajuste será determinado considerando a
corrente nominal do transformador no lado que a proteção está sendo aplicada.

I c arg a 251
IRF > Is 2 = = = 2,1A
RTC 120

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. Aplicação dos Ajustes para o Relé P142

. Falta Fase-Terra na Barra de 230kV

Correntes no lado de 230kV Correntes no lado de 69kV

I A = 446  96 0 A IA = 0
I B = 446  96 0 A IB = 0
I C = 446  96 0 A IC = 0
3I 0 = 1.337,7 96 0 A

I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N

(  96 0 + 3,7167  96 0 + 3,7167  96 0 + 0,5 ⋅ 22,295


I Dif = 3,7167 ) 96 0 = 0,0 A
. Falta Fase-Terra Interna

Correntes no lado de 230kV Correntes no lado de 69kV

I A = 2.827 80 0 A IA = 0
I B = 446  96 0 A IB = 0
I C = 446  96 0 A IC = 0
3I 0 = 1.337,7 96 0 A

I Dif = ( I A + I B + I C ) + K TC xI N

I fase + I N xK TC
I Bias =
2

(
I Dif = 23,5583 ) 96 0 = 26,98 85 0 A
80 0 + 3,7167  96 0 + 3,7167  96 0 + 0,5 ⋅ 22,295

23,5583 80 0 + 0,5 ⋅ 22,295 96 0


I Bias = = 17,21 85 0 A
2

Como a corrente de restrição deu maior que 2A será aplicada a segunda equação.

y 2 = 0,45 + 0,6 I Bias

y 2 = 0,45 + 0,6 ⋅ 17,21 = 9,876 A < 26,98 A

Para o caso da proteção tipo 7UT513, a inversão da corrente seria suficiente para atuação da proteção
diferencial restrita a terra.

22,295
I OP = 3I 0 (TCN ) > I set = > 4,459 > 0,15 I / I N
5

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6.14 - Proteção de Sobretensão Residual – P142/ALSTOM

O transformador com ligação estrela-triângulo, quando energizado em vazio, fica com seu secundário
isolado da terra, onde, para uma falta monofásica, as proteções de sobrecorrente e diferencial não são
sensíveis porque não há circulação de corrente.

Fig. 43 – Circuito do Transformador Energizado em Vazio

A proteção de sobretensão residual é a função adequada para atuar para este caso e poderá ser ajustada
com os mesmos valores adotados para a mesma função utilizada quando o barramento de 69kV está sem o
transformador de aterramento, ver Pág. 40.

. Ferrorressonância

A presença de um transformador de potencial indutivo no lado delta, em alguns casos, poderá apresentar o
fenômeno de ferrorressonância causado pela instabilidade do neutro durante a energização e, uma de suas
características, é a presença de sobretensão residual em freqüências diferentes da nominal (ver Fig. 43).
Esse fenômeno depende da capacitância equivalente para a terra e da característica de magnetização dos
TPIs e acontecerá de acordo com a seguinte condição:

X co
0,01 < < 2,8 [18]
Xm

A proteção de sobretensão residual aplicada para curto-circuito fase-terra com o disjuntor do lado de
69kV aberto poderá ser utilizada para este fenômeno caso o dispositivo seja sensível para freqüências sub-
harmônicas. A eliminação do fenômeno pode ser através da troca do TPI por TPC, instalação de reator de
aterramento ou instalação de resistor de amortecimento no secundário do TPI ligado em delta aberto.
A instalação de reator ou troca do TPI é cara e exige desligamento do circuito. A opção de instalar um
resistor de amortecimento é o mais viável.

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Fig. 44 – Sobretensão Residual Durante Energização em Vazio

O resistor e sua potência são calculados da seguinte forma:

3 3 ⊕ (U S ) 2
Ra = [17]
Pe
(U S ) 2
PR =
Ra

Onde
US: tensão secundária em volts
Pe: potência térmica do TPI em VA
PR: potência do resistor em Watt

O TPI instalado no setor de 69kV do transformador é de fabricação Arteche, tipo UTD2, de 75VA.
A tensão a ser considerada no cálculo será de 199,2V (3x66,4V).

3 3 x66,4 2 199,2 2
Ra = = 305,5& e PR = = 130W
75 305,5

É importante, antes de instalar o resistor, rodar um caso de energização do transformador em vazio para
avaliar o amortecimento no ATP. Com a instalação do resistor de amortecimento a proteção de
sobretensão residual somente operará durante a energização do transformador quando o resistor estiver
aberto ou houver uma falta fase-terra. Através do programa de transitório ATP o fenômeno de
ferrorressonância foi eliminado por uma resistência de 20 /2000W que no teste de campo correspondeu
ao esperado.

Fig. 45 – Ligação do Resistor de Amortecimento

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Capítulo 7

Graduação da Proteção de Linha de 230kV – 04C1

7.1 Dados Gerais da Linha 04C3 – SE3/SE4

A proteção de distância é uma proteção para curto-circuito mais rápida e seletiva do que a proteção
de sobrecorrente porque sofre pouca influência com as mudanças da impedância da fonte e de
configurações do SEP. Ela é ideal para os sistemas onde a corrente de curto-circuito é próxima da
corrente de carga. A proteção de distância digital disponibiliza várias funções auxiliares como localização
da faltas, oscilografia, oscilação de potência, lógicas de Teleproteção e religamento automático. Uma das
características importante é a função de autodiagnose que informa para o usuário quando o dispositivo
está inoperante.

. Linha
Z1=16,346+j 87,4966Ω = 89 79,40 &
Z0= 78,29+j 240,3247Ω =252,76 720 &
Limite de Carregamento: 780A
Comprimento:170km
Distância entre um condutor e a estrutura: 3,00m
Distância entre condutores: 9,22m

. Transformador de Corrente

Relações Disponíveis: 100/200/300/500/600/800-5A


Classe: C100 - Padrão ABNT
Fator Térmico: 1,0

. Transformador de Potencial

230000 115
Relação Disponível: / V = 2000 / 1V
3 3

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. Dispositivo de Proteção

Proteção de Distância - Tipo: P442 – Fabricante: ALSTOM

O relé multifunção, tipo P442 [4], foi escolhido entre outros fabricantes por ser mais didática e por conter
as funções de proteção necessárias para proteção de uma linha de transmissão. A função principal é a
proteção de distância. Praticamente serão ajustadas todas as funções com exceção da função de
sobrecorrente por seqüência negativa (67/46), Stub (50), condutor aberto (46BC) e subtensão (27). As
funções disponíveis são mostradas na Fig. 46.

Fig. 46 – Funções de Proteções do P442

Esta proteção tem característica quadrilateral com seis zonas de operação.


As Zona 1, Zona1X, Zona 2 e Zona 3 com alcance direcional para frente, a Zona 4 com alcance
direcional reversa e a Zona P com alcance direcional para frente ou reversa. A partida da função é por
impedância através dos alcances de Zona 3 e Zona 4 ou característica mais externa. A função de oscilação
de potência é criada com uma envoltória sobre as Zona 3 e Zona 4, ver Fig. 47 abaixo. As zonas de
operação são comuns para proteção de distância de fase e de neutro. As resistências de falta de fase e de
terra são ajustadas separadas formando assim duas características de proteção de distância.

Existem duas funções que determinam a atuação da proteção de distância, uma rápida e outra lenta.
A proteção de distância rápida identifica o defeito dentro da linha através de medidas acumulativas e em
cinco amostras toma uma decisão de direção, localização e resistência de falta se utilizando dos alcances
de zonas definidos nos ajustes.
A proteção de distância convencional é solicitada quando as condições da função rápida não são atendidas
e os cálculos são realizados calculando-se a impedância aparente e utilizando a informação de tensão e
corrente do loop de falta para a direção da falta se utilizando dos alcances de zonas definidos nos ajustes.
Quando as tensões são próximas de zero a função se utiliza da tensão de memória para determinar a
direção da falta. Quando não há possibilidade de definir a direção durante o fechamento do disjunto sobre
defeito a indicação será para frente.

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A localização da falta é dada pela função rápida ou pela convencional. A localização de falta
convencional usa a compensação de mútuas para linhas paralelas, no entanto a localização pela função
rápida de distância é mais precisa e não utiliza esta compensação.

Fig. 47 – Característica da Proteção de Distância P442

7.2 - Definição das Relações dos TCs

Pelo curto-circuito máximo aplicado próximo à barra.

I ccmáx 2.170
RTC = = = 108,5
20 20

Pelo limite máximo da corrente de carregamento da linha

1,2 ⋅ I carregLT 1,2 ⋅ 780


RTC ε ε ε 936 A
FT 1

Será ajustado na relação mais próxima do maior valor encontrado nos cálculos acima.
Será deixado em RTC = 1000 / 5 A

7.3 - Definição das Relações dos TPs

230000 115
RTP = / = 2000 / 1V
3 3

Será deixada a relação cujo secundário tenha tensão de fase em 66,4V.

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7.4 – Proteção de Distância

Nesse relé a impedância secundária, o ângulo e o comprimento da linha da linha são parametrizados e são
comuns para a proteção de fase e neutro.

. Primeira Zona - Z1

O ajuste de Zona 1, cujo alcance é para frente, não deve alcançar a barra remota para nenhuma condição
de curto-circuito por atuar de forma instantânea. Nesta cadeia de proteção existe a função de Zona 1X,
que seria uma proteção com alcance suficiente para cobrir toda a linha com atuação instantânea, quando
houvesse falha nos canais de Teleproteção.
A Zona 1 deve ser ajustada para alcançar 85% da impedância aparente para falta no terminal remoto.
Como esse relé não possui compensação de mútua para cálculo da impedância deverá ser analisada a
condição de linhas paralelas considerando uma das linhas aterrada nos dois terminais para falta a terra no
terminal remoto.
O percentual aplicado de 85% é para evitar que a proteção sobrealcance o terminal remoto. Os 15%
restantes são para cobrir o erro dos transformadores de corrente que é de 10% mais erro de 5% do relé.

Fig. 48 – Diagrama de Alcance das Zonas de Distância

. Transformação da impedância primária para a secundária

Como os ajustes do relé são parametrizados com valores secundários, será calculada uma constante para
facilitar estes cálculos.

V prim
V prim V prim RTC RTC
Z= = RTP = ⋅ = Z prim ⋅
I prim I prim RTP I prim RTP
RTC

RTC 200
KR = = = 0,1
RTP 2000

. Impedância Aparente

Para que a proteção de distância meça a impedância até o ponto de defeito com o mínimo de erro, é
necessário compensar o retorno pela terra e a influência da mútua entre linhas paralelas. Para falta entre
fases a mútua pode ser desprezível porque na maioria dos casos as linhas têm as fases transpostas. O valor
de impedância medido pelo relé com todas as possíveis influências do sistema durante a falta é a
impedância aparente.

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A equação da impedância aparente vista pelo relé para falta entre fases é dada por

V A  VB
ZR =
IA  IB

A equação da impedância aparente vista pelo relé para falta fase-terra é dada por

VA
ZR =
I A + 3I 0 K 0

. Compensação de Terra

1Z
K0 = ⋅ 0 1
3 Z1

Onde Z1 e Z0 são as impedâncias de seqüência positiva e zero da linha, respectivamente.

. Compensação de Mútua

Z 0M
K OM =
3 ⋅ Z1

Onde Z1 é a impedâncias de seqüência positiva da linha e ZOM a impedância de mútua entre as linhas
paralelas.
A proteção P442 utiliza a compensação de mútua apenas na função de localização de falta não
compensando o erro provocado pela mútua na medida da impedância vista pelo relé.

Como no relé o ajuste é comum para as funções de distância de fase e neutro será utilizado o menor valor
de Z aparente para falta na barra remota.

. Cálculo de K0

Z1=16,346+j 87,4966Ω = 89 79,40 &

Z0= 78,29+j 240,3247Ω =252,76 720 &

1 Z0 1 252,76 72 0
K0 = ⋅ 1 = ⋅ 0
 1 = 0,6177  11,4 0
3 Z1 3 89 79,4

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. Cálculo da Impedância Aparente

Falta Trifásica na Barra Remota

V A = 40.365 0,0 0 V I A = 453,48  79,4 0 A


VB = 40.365  120 0 V I B = 453,48 160,6 0 A
VC = 40.365 120 0 V I C = 453,48 40,6 0 A

V A  VB 40.365 0,0 0  40.365  120 0 69.914 30 0


Z ap = = = = 89 79,4 0 &
I A  I B 453,48  79,4  453,48
0
160,6 0
785,46  49,4 0

Falta Monofásica na Barra Remota

V A = 66.456 0,0 0 V I A = 409,74  76,30 A I 0 = 118  67,45 0 A


VB = 125.676  109,16 0 V I B = 40,579 61,30 A
VC = 119.864 111,84 0 V I C = 40,579 61,30 A

VA 66.456 0,0 0
Z ap = = = 105,82 77,2 0 &
I A + 3I 0 K 0 409,74  76,3 + (3 ⋅ 118  67,45 ⋅ 0,6177 0 11,4 )
0 0

Falta Monofásica na Barra Remota (com a linha paralela aterrada nos dois terminais)

Fig. 49 – Linha Paralela Aterrada nos Dois Terminais

V A = 81.410 0,0 0 V I A = 634,95  79,4 0 A I 0 = 182,35  74,380 A


VB = 126.737  112,66 0 V I B = 51,06 72,4 0 A
VC = 122.870 1130 V I C = 51,06 72,4 0 A

VA 81.410 0,0 0
Z ap = = = 83,8  85,6 0 &
I A + 3I 0 K 0 634,95  79,4 + (3 ⋅ 182,35  74,38 ⋅ 0,6177 0 11,4 )
0 0

Será utilizado o menor Z aparente.

Z1 = 0,85 ⋅ Z ap ⋅ K R = 0,85 ⋅ 83,8 ⋅ 0,1 = 7,12&

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O ajuste na condição normal poderá ser mantido e caso a influência da linha paralela recue demais o
alcance da Zona 1, o usuário poderá utilizar a mudança de grupo de ajustes via entrada binária somente
quando a chave de aterramento estiver fechada.

. Segunda Zona – Z2

O ajuste de Zona 2, cujo alcance é para frente, é calculado considerando 120% da impedância
aparente maior calculada para defeito na barra remota. O percentual aplicado de 120% da impedância
aparente calculada é para cobrir o erro dos transformadores de corrente que é de 10%, erro de 5% do relé
e 5% para garantir que o alcance cubra toda linha.

Como no relé o ajuste é comum para as funções de distância de fase e neutro, será utilizado o maior valor
de Z aparente para faltas na barra remota.

Z 2 = 1,2 ⋅ Z ap ⋅ K R = 1,2 ⋅105,8 ⋅ 0,1 = 12,7&

Nesse relé o alcance de Z2 também é usado na função de Teleproteção de Transfer-Trip Permissivo por
Sobrealcance, POTT.

. Terceira Zona – Z3

O ajuste de Zona 3, cujo alcance é para frente, é calculado para cobrir falta na barra remotíssima
considerando a carga e serve como retaguarda das proteções da linha à frente. O alcance lateral dessa zona
é limitado pela carga máxima que a linha pode transportar e, considerando que a característica do relé é
quadrilateral, ajusta-se o alcance resistivo em até 70% da resistência de carga máxima da linha.
O alcance lateral é limitado pela carga havendo a possibilidade da proteção não ver o defeito com
resistência de falta maior do que a ajustada.
Para garantir confiabilidade dos sistemas de proteção são instalados relés de distância duplicados
alimentados por transformadores de corrente e potencial separados, além de esquemas de Teleproteção
com recobrimento de canais de comunicação. Isto tem facilitado utilizar o alcance de Z3 para cobrir até
150% da linha sem ser necessário alcançar a barra remotíssima, evitando-se assim, a atuação pela
impedância da carga em contingência dupla. É importante lembrar que para linhas paralelas a carga
máxima será a soma das duas linhas, limitada pelo carregamento máximo de cada linha, para atender
contingência de perda de uma delas.

Z 3 = 1,5 ⋅ Z ap ⋅ K R = 1,5 ⋅105,8 ⋅ 0,1 = 15,87&

É importante ressaltar que a decisão de alcançar ou não o secundário dos transformadores da barra remota
dependerá da necessidade do sistema.

. Quarta Zona – Z4

O ajuste de Zona 4, cujo alcance é reverso, é calculado para cobrir faltas na barra de 230kV sem
descoordenar com a atuação das proteções do transformadores e nem das linhas conectadas à barra.

A Zona 4 é ajustada para alcançar até 60% da impedância aparente para falta trifásica na barra de 69kV
sem comprometer a lógica de POTT quando utilizada.

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Falta Trifásica na Barra de 69kV

V A = 53.102 0,0 0 V I A = 442,6 90,50 A


V B = 53.102  120 0 V I B = 442,6  29,50 A
VC = 53.102 120 0 V I C = 442,6  149,50 A

V A  VB 53.102 0,0 0  53.102  120 0 91.975,4 30 0


Z ap = = = = 120  90 0 &
I A  I B 442,6 90,5  442,6
0
 29,5 0
766,58 120,5 0

Z 4 = 0,6 ⋅ Z ap ⋅ K R = 0,6 ⋅120 ⋅ 0,1 = 7,2&

A Zona 4 deve cobrir o alcance de Zona 2 do terminal remoto para bloquear a devolução do sinal na
lógica de Teleproteção POTT quando a falta não for dentro da linha. Será aplicada a seguinte equação
considerando o valor das impedâncias local e remota na mesma base devido à possibilidade de relações de
transformadores de corrente diferentes.

Z 4 = 1,2 ⋅ Z 2 REMOTO  Z L = 1,2 ⋅ 12,7  8,9 = 6,34&

Será deixado em Z 4 = 7,2&

Caso esse valor alcance o secundário dos transformadores será necessário utilizar outra função de
distância para Z4, que neste relé poderia ser a Zona P, ficando a Zona 4 com tempo de atuação no máximo
e aplicada apenas à lógica de Teleproteção. É importante testar os ajustes para as diversas faltas para se
verificar o alcance desejado.

Fig. 50 – Alcance para Atender a Teleproteção

. Grade de Tempo

Tempo de Zona 2

T2=0,4s: segue o mesmo critério de coordenação de intervalo de 0,4s aplicado para relés
de sobrecorrente.

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Tempo de Zona 3

T3=0,8s: intervalo de 0,4s com o tempo de Z2 dos terminais da barra remota.

Tempo de Zona 4

T4=0,8s: deve coordenar com as proteções de sobrecorrente instantâneas dos transformadores e com a Z2
de outras linhas conectadas à barra.

Fig. 51 – Diagrama da Grade de Tempo

. Impedância da Carga

A impedância da carga determina o limite da zona do relé de distância mais externa que por
segurança não deve ultrapassar 70% deste valor para uma tensão de 0,9pu da tensão aplicada.

Fig. 52 – Alcance Considerando a Impedância da Carga

0,9 ⋅ 230.000 0,9 ⋅ 230.000


Z CARGA = = = 119,5& PRIM = 11,95& SEC
3 ⋅ I LBP 3 ⋅ 1.000

A corrente ILBP é a máxima corrente liberada pela proteção de distância, que neste caso será o valor
primário da RTC. Quando os ajustes permitirem, o limite de base de proteção pode ser definido
considerando o fator térmico dos transformadores de corrente.

. Cálculo da Resistência de Falta

O ajuste da resistência de falta será definido pela resistência de arco para curto-circuito na barra
remota. A resistência do arco aparece como resistência no loop de falta por fase. Aproximadamente a

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tensão de arco estará em torno de 2000V a 2500V, independentemente da magnitude da corrente. Assim a
resistência de arco pode ser definida pela equação de Warrington.

2500 ⋅ L ARCO ( ft )
R ARCO =
I ARCO ( A)

Para maior precisão, a equação de Warrington é dada por:

28700 ⊕ L ARCO (m)


R ARCO =
I ARCO
1, 4 ( A)

Como o arco se expande com o vento e depende do tempo de extinção, a equação acima fica mais precisa
quando é dada por:

5 ⊕ v ⊕ tZ 2
R ARCOCORR = 1 + ⊕ R ARCO
LARC

Onde
v = velocidade do vento em m/s
tZ2 = tempo de atuação da Z2 em s (tempo de extinção do arco para falta na barra remota)

. Resistência de Arco para Falta Entre Fases

Fig. 53 – Topografia da Estrutura

A resistência de arco será calculada para corrente de curto-circuito bifásico mínimo na barra SE2,
que acontece na perda da fonte G1.

28.700 ⋅ L ARCO 28.700 ⋅ 9,22


R ARCO = = = 23,4&
I ARCO
1, 4 785,51, 4

Considerando a velocidade do vento igual 18km/h(5m/s) e o tempo de atuação da proteção em 0,4s, tem-
se:.

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5 ⋅ ( m / s ) ⋅ t B (S)
5 ⋅ 5 ⋅ 0,4
R ACORRIG = 1 + ⋅ Rarc = 1 + ⋅ 23,4 = 48,18&
L ARC ( m ) 9,22

. Resistência de Arco para Falta Entre Fase-terra

A resistência de arco será calculada para corrente de curto-circuito monofásico mínimo na barra
SE2, que acontece na perda da fonte G1.

28.700 ⋅ L ARCO 28.700 ⋅ 3,0


R ARCO = = = 7,3&
I ARCO
1, 4 8131, 4

Para a velocidade do vento igual 18km/h(5m/s) e o tempo de atuação da proteção em 0,4s, tem-se:

5 ⋅ ( m / s ) ⋅ t B (S)
5 ⋅ 5 ⋅ 0,4
R ARCCORRIG = 1 + ⋅ Rarc = 1 + ⋅ 7,3 = 31,63&
L ARC ( m ) 3,0

. Ajuste da Resistência de Fase da Proteção de Distância

O ajuste da resistência de falta para defeito entre fases deve ser multiplicado por 2 porque o relé
calcula a impedância por fase. O relé calcula a resistência de falta a partir desse ajuste. O relé limita a
resistência de falta em 10 vezes o valor da impedância ajustada.

Fig. 54 – Característica para Resistência de Falta por Fase

. R1ph – Resistência de Falta de Fase da Z1

Como no loop para falta entre fases a resistência de falta é dividida por 2, a resistência de arco calculada
deve ser multiplicada por 2.

R1 ph = 2 ⋅ R ARCO ⋅ K R = 2 ⋅ 48,18 ⋅ 0,1 = 9,64&

. R2ph - Resistência de Falta de Fase da Z2

O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 2, que é de 120%.

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R2 ph = 1,20 ⋅ R1 ph = 1,20 ⋅ 9,64 = 11,56&

. R3ph - Resistência de Falta de Fase da Z3

O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 3, de 150%.

R3 ph = 1,5 ⋅ R1 ph = 1,5 ⋅ 9,64 = 14,46&

. R4ph - Resistência de Falta de Fase da Z4

Nesse relé R4ph =R3ph

. Ajuste da Resistência de Neutro da Proteção de Distância

O ajuste da resistência de falta para defeito entre fase-terra deve ser multiplicado por (1+K0) porque o relé
calcula a impedância por fase. O relé calcula a resistência de falta a partir desse ajuste. O relé limita a
resistência de falta em 10 vezes o valor da impedância ajustada.

Fig. 55 – Representação da Resistência para Falta entre Fase e Terra

. R1G – Resistência de Falta de Terra da Z1

A resistência de pé-de-torre (RPT) que deve ser utilizada é o equivalente das resistências de todas as torres
nas proximidades da subestação para a falta envolvendo a terra.
Devido à dificuldade do cálculo da resistência equivalente pode-se aplicar um valor típico conforme
resultados de diversos casos processados, considerando a resistividade do solo, o número de vãos,
distâncias entre cabos para-raios e cabos condutores e ponto de falta.

RequivMÁX = 1,5& para estrutura de concreto.

RequivMÁX = 0,10& para estruturas metálicas.

Neste projeto a estrutura considerada é a metálica

R1G = (1 + K 0 )(RPTEQUIV + R ARCO ) = (1 + 0,6177 ) ⊕ (0,1 + 31,63) = 5,12&prim = 0,51& sec

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. R2G

O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 2, de 120%.

R2G = 1,2 ⋅ R1G = 1,20 ⋅ 0,51 = 0,61&

. R3G

O definição desse parâmetro segue o mesmo alcance adotado para a Zona 3, de 150%.

R3G = 1,5 ⋅ R1G = 1,5 ⋅ 0,18 = 0,276&

. R4G

Nesse relé R4G=R3G

. Ajustes das Resistências pela Impedância da Carga

O limite lateral da característica externa da proteção de distância poderá ser de 70% da resistência de
carga, desde que não ultrapasse o limite da impedância ajustada que neste relé é de 10 vezes.
A resistência de carga calculada é de 11,95 .

Assim, R3G = R3 PH = 0,7 xRCARGA = 0,7 x11,95 = 8,36& < 10 ⋅ Z 3 < (10 ⋅15,87&)

Ajustando de forma decrescente os demais alcances com degrau de 20%

R2G = R2 PH = 0,8 xR3 PH = 0,8 x8,36 = 6,69&

R1G = R1PH = 0,8 xR2 PH = 0,8 x6,69 = 5,35&

Alguns fabricantes disponibilizam a função chmada “Load Encroachment” para bloquear a atuação das
proteções de distância numa determinada área quando é liberado um valor de resistência de falta maior do
que a resistência de carga.

. Função de Direcionalidade

Existem neste relé duas funções de distância, uma rápida e outra convencional. A função rápida define a
direção da falta pela potência de defeito por fase após cinco amostras sucessivas e a convencional através
da tensão e da corrente do loop de falta. Ambas as funções se utilizam da tensão de memória quando as
tensões da falta são nulas

. Função Rápida

O cálculo da potência por fase é dado por:

ni > n 0 + 5 ni > n 0 + 5 ni > n 0 + 5


SA = n0
(V ANi ⊕ I Ai ) ; SB = n0
(VBNi ⊕ I Bi ) ; SC = n0
(VCNi ⊕ I Ci )

A transição somente é considerada quando V>10%Vn e I>20%In

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Se S < 0 (negativo), a falta é na direção à frente
Se S > 0 (positivo), a falta é na direção reversa

O critério de direcionalidade é valido se

S > 5(10% ⋅ Vn ⋅ 20% ⋅ In ⋅ cos(850 ))

É importante observar que a verificação da direção da falta pela função rápida somente é possível tendo-
se as informações de valores transitórios de cinco amostras consecutivas.

. Função Convencional

A direção da falta nesse relé é baseada no cálculo do deslocamento da tensão armazenada e a derivada da
corrente. A corrente e tensão usadas são aquelas dos “loops” de medida definida pela seleção de fase
durante a falta. No fechamento sobre defeito se as condições de tensão e corrente não forem suficientes
para determinar a direção, a unidade direcional é forçada para frente. O ângulo direcional é fixado entre -
300 e +1500, com ângulo de torque máximo de 600.

. Influências na Medida da Impedância de Falta pelo Relé

Existem várias influências durante a falta que pode levar a função de distância a atuar de forma indevida.
Os ajustes definidos para a proteção de distância deverão ser testados considerando a possibilidade de o
relé operar indevidamente devido às influências abaixo relacionadas.

. Influência da Resistência de Falta com “Infeed” nos Dois Terminais

Para uma falta com resistência a impedância aparente medida pelo relé será dada por:

I2 I
Zap = d ⊕ Z1 + RF + ⊕ RF = d ⊕ Z1 + RF ⊕ 1 + 2
I1 I1

Fig. 56 – Influência da Resistência de Falta com Infeed

Verifica-se que há um acréscimo na impedância medida pelo relé devido à contribuição de corrente da
fonte da barra remota, Fig.56. Isto poderá levar o relé a atuar por Zona 2 mesmo a falta estando dentro do
alcance de Zona 1. Caso os esquemas de Teleproteção adotados que dependem da atuação da Zona 1 para
atuar fossem o PUTT(Permissivo para Transfer-Trip por Subimpedância) e DUTT(Transfer-Trip Direto
por Subimpedância) as lógicas não serias completadas.

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O teste de atuação dos alcances envolvidos deverá ser realizado acrescentando às condições de curto-
circuito a resistência de falta calculada com valores primários para cada tipo de falta. A partir dessa
análise, o ajuste da resistência de falta deve ser revisto e alterado dependendo das condições desejadas.

Fig. 57 – Influência da Resistência de Falta no Alcance da Proteção

. Influência da Resistência de Falta mais a Carga

O que diferencia para o caso anterior é o ângulo provocado pela transferência de potência entre os
terminais, que dependendo do local do relé, pode causar atuação da proteção por Sobrealcance ou
Subalcance para falta na barra remota. Alguns relés têm como ajustar esse desvio sem diminuir o alcance
reativo através de um parâmetro chamado de Tilt (desvio), cujo ajuste compensa a defasagem angular
entre as correntes de curto-circuito entre os dois terminais considerando a corrente de carga e a resistência
de falta. Essa diferença angular provoca uma alteração no alcance reativo para mais ou para menos
dependendo da direção do fluxo de carga.
O ideal para se ajustar o ângulo de Tilt seria rodar o curto-circuito considerando o fluxo de carga. Caso o
relé não tenha o ajuste de Tilt, o alcance indutivo deverá ser reduzido em torno de 10% do valor
encontrado para o alcance de Z1.

Fig. 58 – Influência da Resistência de Falta e Ângulo da Carga

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. Influência do Efeito da Compensação de Terra

Os ângulos de fase de Z1 e Z0, quando não considerados na compensação de terra K0 introduz


uma componente indutiva na resistência de falta o qual leva a um erro na medição da impedância vista
pelo relé. Os relés digitais disponibilizam o ajuste do ângulo da compensação de terra.

Caso o relé não ajuste o ângulo de K0, o alcance indutivo deverá ser reduzido em torno de 10% do valor
encontrado para o alcance de Z1.

Fig. 59 – Efeito da compensação de terra no alcance

. Influência do Efeito Infeed/Outfeed

Fig. 60 – Influência do Efeito Infeed/Outfeed

Considerando que a fonte de I2 está próxima à linha a impedância aparente vista pelo relé será:

I2
Z ap = Z A + Z B + ZB
I1

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Isto significa que o relé medirá uma impedância de falta maior que a esperada caso não houvesse a
fonte E2. O alcance de zona Z1, para este caso, deve ser ajustado considerando a impedância da linha
como (ZA+ZB) sem considerar a fonte de I2, isso evitaria que a zona Z1 Sobrealcançasse a barra remota
quando a fonte de I2 estivesse fora de operação. Caso a fonte I2 não seja próxima à linha, o alcance de Z1
deverá ser 85% da soma de ZA mais o menor trecho.
A corrente I2 é considerada “infeed” quando ela está aproximadamente em fase com I1, e “outfeed”
quando está em oposição à corrente I1.

. Influência do Efeito da Mútua para Linhas Paralelas

. Falta Monofásica Próxima à Barra

Quando o relé possui ajuste de compensação de mútua poderá haver atuação indevida da proteção de
distância da linha sã para falta monofásica próxima à barra.

Fig. 61 – Falta Próxima à Barra e Compensação da Mútua

I01 e I02: têm sentidos opostos


I01: é negativa para o relé da linha sã
I02: é positiva para o relé da linha sob falta
I03: é negativa para o relé da linha sob defeito

A impedância vista pelo relé da linha sã para falta monofásica próxima à barra na linha paralela
considerando o sentido das correntes é dada por:

VA
Z relé =
 I A  3K 0 A I 01 + 3K 0 MA I 02

Para 3K 0 MA I 02 >  I A  3K 0 A I 01 haverá inversão da corrente medida pelo relé com a possibilidade da
falta cair na direção à frente levando o relé a atuar por Zona 1.
Para se evitar atuação indevida face o acoplamento magnético, alguns relés digitais disponibilizam um
ajuste que bloqueia a compensação de mútua quando a relação entre as correntes da linha sã e a sob
defeito ultrapassem um valor ajustado.

. Aplicação de Uma Falta Fase-Terra

A aplicação será realizada para uma falta fase-terra a 50% da barra SE3 na linha 04C1

V A = 72.069 0,0 0 V I A = 950,3  74,7 0 A

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V B = 127.697  111,4 0 V I B = 62,8  72 0 A
VC = 124.739 117,3 0 V I C = 62,8  72 0 A
V0 = 210.892  165,8 0 V I 0 = 358,6  74,4 0 A

Cálculo da Impedância Aparente

VA
Z ap =
I A + 3I 0 K 0

36,048 0 0
Z ap = = 4,485 79,3&
4,7515  74,7 0 + 3 ⋅ 1,793  74,4 0 ⋅ 0,6177  11,4 0

Verificação da Direção da Falta

I falta = I A + 3I 0 K 0 = 8,037  79,30 A sec

Como a verificação de direção é realizada com a derivada da corrente ela está a 900 à frente da corrente de
falta, ou seja:

I 'falta
'
= 8,037 10,7 0 A sec

VA 72.069 0 0
VA = = = 36,034 0 0 V
RTP 2000

Fig. 62 – Característica da Unidade Direcional Convencional

O relé opera porque tem direção à frente e a impedância aparente vista pelo relé cai dentro do alcance de
Zona1.

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7.5 Localização de Faltas

A localização da falta numa linha de transmissão tem sido um fator importantíssimo para que
normalidade seja estabelecida em tempo ágil. O fator erro na localização da falta tem sido minimizado o
máximo possível. Os relés digitais de distância é uma ferramenta importante na localização da falta, no
entanto ele é limitado na precisão porque a sua função é de proteger a linha com atuação rápida e precisa.
O relé em estudo utiliza dois métodos para a localização da falta, o rápido e o convencional.

. Unidade Rápida

Caso haja partida da unidade rápida, a localização da falta é calculada pelo relé através do método de
Gauss-Seidel com erro de 3%.

n n
(VL .Z L .I )  R falta ( n 1) . ( Z L .I .I falta )
n0
D falta ( n ) = n
no

( Z L .I ) 2
n0

O cálculo da resistência da falta segue o mesmo método de acordo com a equação abaixo

n n
(VL .I falta )  D falta .(n  1). ( Z L .I .I falta )
n0 no
R falta ( n ) = n
( I falta ) 2
n0

Onde

VL: tensão medida pelo relé


ZL: impedância da linha
Rfalta: resistência da falta
Ifalta: corrente circulando na falta
I: corrente medida pelo relé, ( I A + 3I 0 K 0 ) ou I AB , por exemplo.

. Unidade Convencional

Caso não haja partida da unidade rápida, o relé se utilizará da impedância de defeito levando em
consideração a compensação da mútua para definir a localização da falta.

. Cálculo da compensação de mútua

Z OM 91,4363 56°
K OM (C 2C1) = = = 0,3425  23,4°
3 ⋅ Z 1 3 ⋅ 89 79,4°

Este valor é utilizado pelo relé para calculo da localização da falta.

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O relé se utiliza de outra maneira de calcular a tensão vista pelo relé aplicando a compensação de mútua
apenas para a localização da falta.

. Para falta monofásica

R0  R f dI A dI dI
V AN = R f ⊕ D f ⊕ I A + ⊕ D f ⊕ 3I 0 + L AA ⊕ D f ⊕ + L AB ⊕ D f ⊕ B + L AC ⊕ D f ⊕ C + R f ⊕ I f +
3 dt dt dt

dI m
+ R m ⊕ I m + Lm ⊕
dt

Onde

Rm: resistência da mútua de seqüência zero


Lm: indutância de mútua de seqüência zero
Im: corrente de mútua de seqüência zero
If: corrente de falta ( IA-I0)

Para falta entre fase-fase

dI A dI dI Rf
V AB = R f ⊕ D f ⊕ ( I A  I B ) + (L AA  L AB ) ⊕ D f ⊕ + (L AB  LBB ) ⊕ D f ⊕ B + (L AC  LBC ) ⊕ C + ⊕If
dt dt dt 2
Onde

If: corrente de falta ( I= IA- IB)

Os valores amostrados da corrente de falta são sustentados para permitir o cálculo da falta. Quando o
cálculo da falta é completado a informação da localização é disponibilizada.

Z relé
D(km) = ⋅ Llinha (km)
Z linha

Com erro esperado de 5%.

7.6 – Esquemas de Teleproteção

Uma falta no SEP precisa ser eliminada o mais rápido possível para que não provoque oscilações de
potência indesejáveis e nem sejam danificados os equipamentos. Como o alcance de primeira zona Z1,
que atua sem retardo, não pode alcançar a linha em toda sua extensão, os esquemas de Teleproteção são
utilizados para que a falta seja eliminada rapidamente em qualquer ponto dessa linha.
Podemos definir a função de Teleproteção como um sistema de proteção que se utiliza de canais de
comunicação entre terminais de linha para prover eliminação imediata da falta cobrindo toda extensão
dessa linha. Serão consideradas as lógicas de Teleproteção mais utilizadas e que atendem o objetivo de
eliminação da falta praticamente de forma instantânea.

. PUTT – Permissive Underreaching Transfer Trip

A escolha do esquema de Teleproteção depende da configuração do sistema de potência. O


esquema PUTT é mais utilizado em linhas médias e longas porque se utiliza da partida da primeira zona

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para permitir acelerar a atuação da proteção do terminal remoto que mede a falta em segunda zona.
Quando a linha é curta, a dificuldade de se ajustar a primeira zona rebate também na escolha do esquema
a ser adotado. Para a lógica de PUTT não há necessidade de coordenar com o alcance do terminal remoto
podendo ser utilizada com dispositivos de fabricantes diferentes nos dois terminais. Não é adequada para
uso em configuração de pé-de-galinha e linhas com fonte fraca. Utiliza apenas um canal que pode ser
através de sinal de Carrier tipo chaveado (guarda/trip) ou um canal de fibra ótica (OPGW).

O esquema atua da seguinte maneira: Quando a falta cai no alcance de Zona 1, a proteção local envia um
sinal de permissivo para o terminal remoto para que a proteção deste terminal acelere a atuação que vê em
Zona 2. O terminal que atua em Zona 1 não precisa de sinal permissivo para operar. Este esquema deve
partir o religamento automático quando desejado.

Fig. 63 – Transferência de disparo para permissivo por subalcance

. POTT – Permissive Overreaching Transfer-Trip

O esquema POTT é mais utilizado em linhas curtas, em configuração de pé-de-galinha, em


ambiente que se espera alta resistência de falta e fonte fraca. Utiliza apenas um canal que pode ser através
de sinal de Carrier tipo chaveado (guarda/trip) ou um canal de fibra ótica (OPGW).
Requer unidade de medida reversa com alcance maior que a unidade direta do terminal remoto.

O esquema atua da seguinte maneira: Quando a falta cai no alcance de Zona 2, a proteção local envia um
sinal de permissivo para o terminal remoto enquanto espera um sinal de permissivo para acelerar sua
atuação. A mesma ação acontece no terminal remoto. Completada a lógica o disparo sobre o disjuntor é
liberado. Este esquema deve partir o religamento automático quando desejado.

Como a função depende da devolução do sinal para atuar deverão estar disponíveis as funções de “Weak-
infeed (fonte fraca) e Echo”.

Fig. 64 – Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance

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. Weak-Infeed(Fonte Fraca) + Eco

Quando é utilizada a função POTT deverá ser definido se haverá trip pela função de Weak-infeed para
fonte fraca e ativação da função de Eco para devolução do sinal quando nenhuma proteção do terminal
remoto operar. Caso o terminal tenha fonte fraca deverá ser ajustado “Trip and Echo” que além de
devolver o sinal abre o terminal local pelo trip de Weak-infeed.

. Permissivo por Comparação Direcional de Terra – AIDED DEF

O esquema permissivo por comparação direcional de terra é um recurso utilizado para cobrir condições de
falta com alta resistência onde a proteção de distância não é sensível. O esquema é idêntico ao POTT e
usa o mesmo esquema lógico de eco. Esse esquema de Teleproteção pode compartilhar o mesmo canal do
esquema POTT, mas o ideal seria adotar canais separados para evitar atuação de função de distância no
esquema de direcional de terra e vice-versa.
O relé P442 tem uma função de sobrecorrente direcional de terra independente para ser utilizada nessa
lógica de Teleproteção cujo torque máximo é de -760.

Fig. 65 – Característica Direcional

O esquema atua quando a falta é interna e os dois sensores direcionais de corrente de sequência zero são
sensibilizados. Quando a falta é externa o sensor reverso que é mais sensível bloqueia a devolução do
sinal. A devolução do sinal pelo esquema de eco e o bloqueio por inversão de corrente utilizado na lógica
de POTT se aplicam também à lógica de comparação direcional de terra.

Fig. 66 – Permissivo por Comparação Direcional de Terra

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. Ajustes da Unidade de Terra

Polarisation: Zero sequence


Esse ajuste define como a função direcional será polarizada. A definição da tensão de polarização
depende da influência de mútuas elevadas entre linhas paralelas que pode levar a função a indicar direção
à frente para falta externa. Será deixado em Zero Sequence.

V> Voltage Set: 2,00V

Esse ajuste será definido considerando uma falta fase-terra na barra remota com resistência de falta igual
àquela calculada no parágrafo 7.4 cujo valor é de 31,63 .

3V0 3 ⋅ 4.782,6
V> = = 2,39V
RTP 2000

Será deixado em 2,0V

IN Forward: 0,5A

Esse ajuste será definido considerando uma falta fase-terra na barra remota com resistência de falta igual
àquela calculada no parágrafo 7.4 cujo valor é de 31,63 .

3I 0 3 ⋅ 81,526
IN > = = 1,22 A
RTC 200

Será deixado em 0,5A

Time Delay: 0,0s

Esse ajuste define um retardo para que a lógica de trip se complete caso não se deseje um trip instantâneo.
Será deixado sem retardo.

Scheme Logic: Permissive

Será ajustado para que a lógica de trip seja através de canal separado da lógica de POTT.
Caso não seja possível ter lógica em canal separado do esquema POTT, deverá ser ajustado como Shared
tendo o cuidado de fazer uma análise do esquema considerando as mútuas das linhas paralelas envolvidas.
Será deixado em Permissive.

IN Rev Factor: 0,3A

Será deixado em 60% do valor ajustado de IN> do terminal remoto.

3I 0 remoto 3 ⋅ 47,86
IN remoto > = = 0,72 A . Será ajustado em 0,5A
RTC 200

IN reverso >= 0,6 ⋅ IN remoto = 0,6 ⋅ 0,5 = 0,3 A

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. Função de Eco do P442

Fig. 67 – Lógica de Eco do P442

O sinal de permissivo somente será devolvido pelo Eco se não houver bloqueio por:

- partida da função de distância reversa. A Zona 4 deverá cobrir o alcance da Zona 2 do terminal remoto.
- partida da função de distância à frente.
- atuação da função de 67N reversa.
- queima de fusível do TP da linha, cuja função quando opera, bloqueia as outras funções dependentes de
tensão.
- a atuação da função de oscilação de potência.

Após a recepção do sinal, o permissivo é devolvido pela função de Eco durante 200ms evitando-se assim
“loop” de transmissão entre os dois terminais.

. Função de Eco com Disjuntor Aberto

Fig. 68 – Lógica de Eco por Disjuntor Aberto

A função de Eco para disjuntor aberto é uma lógica montada pelo usuário do relé. Esta lógica é
independente de bloqueio de funções internas para devolver o sinal de permissivo. A lógica é construída
para que o sinal seja devolvido para um defeito entre o disjuntor e o transformador de corrente da linha ou

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quando a linha está em vazio para regulação de tensão e se deseja acelerar a atuação da proteção durante
este tipo de falta.

Os temporizadores têm as seguintes definições:

T1: Tempo de retardo para evitar partida por sinal espúrio.


T2: Tempo mantido para segurar o pulso do temporizador T3 evitando loop no esquema.
T3: Tempo de pulso mantido para manter o sinal com tempo suficiente para que a proteção do
terminal remoto atue e abra o disjuntor. Esse tempo pode variar porque depende do tempo de abertura do
disjuntor do terminal remoto.

. Função de Weak-Infeed (Fonte Fraca)

Fig. 69 – Lógica de Trip do WI

Quando a fonte é fraca, havendo defeito na linha, sem possibilidade de atuação da proteção de
distância, a função de Weak-infeed ao receber o sinal de permissivo do terminal remoto (UNB_CR) e a
tensão medida (VA<WI) seja menor do que a ajustada, ela atua e, após um tempo de retardo definido pelo
usuário, ela manda abrir o disjuntor local.

. Ajustes

WI: Mode Status: Trip and Echo


Será ajustado “Trip and Eco” porque existe a possibilidade de perda da fonte G1 do projeto.

WI: Single Pole: Disabled


O trip monopolar ficará desabilitado.

WI: V<Thres: 30V


Com a Fonte G1 do projeto fora de operação e havendo uma falta bifásica a 10% do barramento
da SE2, a tensão vista pelo relé numa das fases é de 66.662V que corresponde a um valor secundário de
33,6V.

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WI; Trip Time: 60,00mseg
Tempo de retardo necessário para que seja prioritária a atuação dos esquemas de Teleproteção e/ou Zona
1, que atuam instantaneamente.

. Bloqueio Contra Corrente Reversa (Bloqueio Transitório)

Durante o defeito, como mostrado na Fig. 70, o relé A2 parte e envia sinal de desbloqueio para a
proteção B2, esta não dispara com a recepção e nem devolve o sinal porque o defeito é reverso. No
entanto, quando da abertura do disjuntor B1, há uma reversão da corrente no trecho de B2 para A2. Sendo
o relé B2 sensível ao defeito e ainda recebendo um sinal decorrente de um retardo da função de
Teleproteção do terminal A2, não opera porque há um bloqueio temporizado que retarda a sua atuação até
cessar a recepção do sinal.

Fig. 70 – Corrente Reversa

Quando há partida da proteção de distância reversa, a lógica parte e parte o temporizador de retardo de
40ms (T5) cujo tempo é inferior ao tempo de abertura do disjuntor da linha sob falta. Após o tempo de T5
a devolução do sinal é bloqueada e o bloqueio mantido pelo temporizador T6.

Fig. 71 – Lógica de Bloqueio Devido à Inversão de Corrente

T5: Tempo de retardo utilizado para evitar bloqueio indevido para falta interna. Deve ser menor que o
tempo total de abertura do disjuntor da linha adjacente. Ajuste em 40ms

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T6: Tempo de bloqueio para cobrir o tempo de eliminação de defeito da linha adjacente mais o tempo de
reset da Teleproteção. Ajuste em 80m

É importante ressaltar que o equipamento de Teleproteção não deve manter o sinal acima de 80ms
para evitar que o esquema opere indevidamente. Um ajuste satisfatório seria o equipamento manter o sinal
durante 5ms.

. DUTT (Tranfer-Trip Direto por Subalcance)+DTT(Transfer Trip Direto)

Além dos esquemas padrões do relé são construídas no funcional as lógicas de DUTT ( Direct
Underreaching Transferred Trip) e DTT( Direct Transferred Trip).

As funções que dão trip local e ficam seladas como esquema de falha, sobretensão e proteções intrínsicas
de reator não manobrável instalado na linha, deverão enviar para o terminal remoto trip direto com
bloqueio de religamento automático.

A função de distância Zona 1 deverá enviar Transfer-trip direto e partir o religamento automático do
terminal remoto. Durante o fechamento manual ou através de religamento automático do disjuntor a
função SOTF (fechamento sobre falta) deverá bloquear a lógica de DUTT.
A lógica mostrada na Fig.71 somente é aplicada quando não há disponibilidade de canais de comunicação
suficiente para cada função de transferência de trip. Quando existir canais de comunicação disponíveis a
lógica de DUTT e DTT devem ter esquemas separados de envio e recebimento de sinal

A lógica da Fig. 72 indica que se a recepção de sinal for maior que 200ms haverá bloqueio do religamento
automático. O sucesso deste esquema depende tanto do ajuste de sinal mantido no relé como também do
dispositivo de comunicação.

Fig. 72 – Diagrama lógica padrão para o DUTT e DTT

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7.7 Bloqueio por Oscilação de Potência

. Oscilação e Estabilidade

Oscilações em um sistema elétrico são reflexos dos deslocamentos angulares relativos entre as
máquinas síncronas deste sistema (unidades geradoras, compensadores e motores síncronos), provocados
por variações de carga, energizações e desenergizações de linhas de transmissão e/ou pela incidência de
falta (curto-circuito).

As oscilações de potências podem ser:


Estável: quando as máquinas síncronas desenvolvem forças restauradoras e mantém-se em sincronismo.
Instável: quando o grau de severidade da oscilação é bastante elevada levando as máquinas perderem o
sincronismo.

. Estabilidade Estática

A máxima potência transferida por uma linha é dada pela expressão

E1 ⋅ E 2
PTR = ⋅ sen∏ ,
ZT
onde, Z T = Z S1 + Z L + Z S 2 , e se dá quando ∏ = 90 0 .

Caso o ângulo ∏ seja mantido entre 0 0 e 900 as máquinas oscilam até se estabilizarem.
Caso seja ∏ > 90 0 poderá haver perda de sincronismo.

. Estabilidade Dinâmica

A mudança do ângulo acima de 900 é permitida sem resultar em instabilidade na rede se for obedecido o
critério de Áreas Iguais, ver Fig. 73.
A variação dos pontos de operação corresponde à potência das turbinas. O gerador retorna ao seu estado
inicial após uma oscilação se a área (B+C) permanece maior que a área de aceleração (A). A condição da
falta ser rapidamente eliminada diminui a área (A) e o religamento automático com tempo morto mais
longo ajuda nesse processo.

Fig. 73 – Dinâmica da Oscilação de Potência

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. Análise de Linhas Paralelas com Alto Carregamento

Fig. 74 – Variação da Impedância Durante Uma Oscilação de Potência

Considerando o sistema com duas linhas em paralelo mostrado na Fig.74:

T0 - Operação normal: o relé mede a impedância da carga com ângulo de transferência 0


T1 - Começo da falta: a impedância salta para a impedância de defeito que é reconhecida como falta
externa pelo relé R3
T2 – Abertura dos disjuntores da linha sob falta
T3 - A impedância vista pela relé da linha sã salta para a impedância de carga, o qual agora corresponde
ao maior ângulo 1 da potência transferida e na maior impedância ( Z  = Z S1 + Z LT + Z S 2 )
T4 - O ângulo de transmissão agora move-se para 2 como conseqüência da resposta do gerador na
direção da condição da estabilidade.
T5 - Seguido do religamento do disjuntor, o vetor impedância da carga salta para nova posição e se move
na direção da característica da proteção de distância.

A velocidade da variação da impedância no tempo é o que define se está havendo uma falta ou uma
oscilação. O ajuste de oscilação de potência ou perda de sincronismo é baseado nesta informação.
A velocidade de deslocamento da impedância no tempo e a freqüência de oscilação são indicativos para
definição dos ajustes.
A Fig. 75 mostra um registro oscilográfico da variação da corrente e da tensão indicando uma oscilação
modulada de 2Hz. Verifica-se que quando a tensão é máxima a corrente é mínima e vice-versa mostrando
uma variação contínua da impedância no tempo.

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Fig. 75 – Oscilografia de Uma Oscilação de Potência

. Definição do Delta X e Delta R

A função de oscilação de potência é montada considerando o quadrilátero formado pelas Zonas Z3, Z4 e
uma envoltória ajustada de acordo com velocidade da oscilação definida nos estudos elétricos, Fig. 76.
Se durante o bloqueio de oscilação acontece um defeito fase-terra, bifásico ou trifásico, o dispositivo
de proteção disponibiliza funções que podem cancelar este bloqueio através de sensores de desequilíbrio
de corrente ou superação de limite da corrente trifásica.

Fig. 76 – Característica de oscilação do P442

Conforme o estudo elétrico, constatou-se que haveria uma oscilação de potência de 2Hz no momento que
o ângulo de transferência de potência entre as subestações SE3 e SE2 é de 30 graus com tensão constante
nas barras de 230kV.

A velocidade da oscilação de potência considerando um arranjo de duas fontes, como o nosso caso, será
calculada usando a seguinte equação [2] :

dR Z w ∏
= v =  ⋅ osc ⋅ tg & / s , onde:
dt 2 2 2

Z  = Z S1 + Z L + Z S 2

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wosc = 2. . f osc , para uma tensão fixa em relação a outra girante

f osc : , freqüência máxima de oscilação de potência na qual o sistema permanece estável

Z L = 16,3461 + j87,4966& (impedância da linha)

I 3SE 2 = 1.506 MVA , para curto-circuito na barra SE2

I 3SE 3 = 1.102MVA , para curto-circuito na barra SE3

V 2 230 2
Z S1 = = = 35& , impedância da fonte na barra da SE2
S 1.506

V 2 230 2
ZS2 = = = 48& , impedância da fonte na barra da SE3
S 1.102

Para cálculo de Z  será considerado Z L Η X L

Z  = 35 + 87,4966 + 48 = 170,5&

170,5 2 ⋅  ⋅ 2 30
v= + ⋅ tg = 143,52& / s
2 2 2

O tempo fixo do deslocamento da impedância dentro do intervalo entre as características externa e


interna é de 0,005s no P442. A velocidade calculada em valores secundários é de 14,35Ω/s.

Cálculo de X e R

X
v= X = R = t osc ⋅ v = 0,005 ⋅ 14,35 = 0,0718&
t osc

Aplicando-se 10% por margem de segurança, tem-se,

R = X = 0,08&

. Desbloqueio Dinâmico da Oscilação de Potência

Existem quatro condições para as quais a função pode ser desbloqueada:

. IN>(%Imax)

Quando habilitada, desbloqueia a proteção durante uma falta a terra que possa ocorrer durante uma
oscilação de potência, permitindo o trip.
O "setting" com percentagem possui uma característica de restrição que aumenta o nível de atuação em
função do aumento de corrente durante a oscilação de potência (severidade da oscilação).

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. I2>(%Imax)

Quando habilitada, desbloqueia a proteção perante uma falta entre fases que possa ocorrer durante a
oscilação de potência permitindo o trip.
O "setting" com percentagem possui uma característica de restrição que aumenta o nível de atuação em
função do aumento de corrente durante a oscilação de potência (severidade da oscilação).

. Imax line>

Quando habilitada, desbloqueia a proteção perante falta trifásica que ocorre durante a oscilação. O
"setting" de sobrecorrente com tempo definido desbloqueia as zonas selecionadas permitindo o
desligamento da proteção.

. Desbloqueio para Falta Monofásica

Equação da função do relé para desbloqueio perante faltas a terra:

( IN >) ε 0,1 ⋅ I n + K R ⋅ I MAXOSC ⋅ I n

sendo

( IN >) : corrente mínima de seqüência zero para defeito monofásico, em pu de In


I MÁX .OSC . : corrente máxima da oscilação em pu de In

Considerando I MÁX .OSC = 1,0 I n e ( IN >) = 0,294I n

Assim,

0,294 I n = 0,1⋅ I n + 1⋅ K R ⋅ I n

(0,294  0,1) I n
KR = = 0,194
In

O relé é ajustado em por cento que corresponde a K R = 19,4%

. Desbloqueio para Falta Bifásica

Equação da função do relé para desbloqueio perante faltas entre fases:

( I 2 >) = 0,1⋅ I n + K i ⋅ I MAX .OSC . ⋅ I n

( I 2 >) : corrente de seqüência negativa mínima para defeito bifásico em pu de In

Considerando I MÁX .OSC = 1,0 I n e ( I 2 >) = 0,254I n

Assim,

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0,254 ⋅ I n = 0,1⋅ I n + K i ⋅ I MAX .OSC ⋅ I n

0,254  0,1
Ki = = 0,154
1

O relé é ajustado em por cento que corresponde a K i = 15,4%

. Desbloqueio por Falta Trifásica

A função de desbloqueio não deve operar para a corrente máxima de oscilação (1,0In) e deve operar para
falta trifásica mínima na barra remota que é de 453A que corresponde a 2,265In.

I MÁX .OSC δ 0,8 ⋅ I CCMÍN .TRIF

I MÁX .OSC δ 0,8 ⋅ 2,625 δ 1,8In

O desbloqueio para falta trifásica deve ser habilitado porque a corrente de curto-circuito é maior do que a
corrente máxima de oscilação.

. Desbloqueio por Tempo

Tempo máximo definido pelo Estudo Elétrico para que a função libere o trip durante uma oscilação.

Unblocking time delay: 10s.


Todas as zonas podem ser bloqueadas ou não.

7.8 Sobrecorrente Direcional (Backup)

Os relés digitais que têm como função principal a proteção de distância que disponibilizam funções de
sobrecorrente como retaguarda ou de emergência quando da queima de fusíveis do TP. As funções de
sobrecorrente desse relé com unidade direcional funcionam a tempo inverso na condição normal e a
tempo definido quando há queima de fusível.

. Sobrecorrente Direcional de Fase

. Ajuste do Tape

Esta proteção não deve limitar a carga liberada pela proteção de distância podendo com isso leva-la a não
serem sensíveis para defeito na barra remota na condição normal, mas sendo necessário ser sensível para
falta no final da linha com o disjuntor remoto aberto.
Os relés direcionais de sobrecorrente de fase analógicos para se adequar melhor às condições de falta
poderão ser conectados às correntes e tensões em 900 , 300 ou 600 como mostra a Fig.77.

As proteções de sobrecorrente direcionais de fase dos relés digitais não alteram o seu tipo de
ligação, mas disponibilizam o ajuste de ângulo de torque máximo para melhor se adequar ao sistema.
Esta proteção é direcional e sua característica de operação vai de  350 a 150 0 , com a polarização sendo
realizada utilizando a tensão e a corrente envolvidas no loop de falta.

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Fig. 77 – Conexão Convencional de Relés Direcionais de Fase

A corrente de carga será o limite de base de proteção: 1000A

I CARGA 1000
I >1ε = ε 5,55 A
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 200

Para tornar a proteção de fase mais sensível pode-se considerar o limite de carregamento da linha

I CARR 780
I >1ε = ε 4,33 A
0,9 ⋅ RTC 0,9 ⋅ 200

Assim, será ajustado em: I > 1 = 4,5 A

Este ajuste limita a corrente de carga, mas libera todo o carregamento da linha que é de 780A.
O limite de base de proteção deixará de ser 1000A para:

I LBP = 0,9 ⋅ 4,5 ⋅ 200 = 810 A

. Ajuste da Curva

Será considerado um tempo para curto-circuito, na configuração com disjuntor aberto no terminal remoto
entre o tempo de segunda e terceira zona, t = 0,6seg.

Aplicando a curva Normal Inversa do padrão IEC

0,14 0,14
t = TMS ⋅ 0 , 02
0,6 = TMS ⋅ 0 , 02
= TMS ⋅ 318,42
I 4,6
1 1
IS 4,5

Será deixado no mínimo TMS = 0,25 t = 80seg

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Esta função neste projeto está praticamente inviável porque não cobre as faltas entre fases em toda a linha
quando a proteção de distância estiver bloqueada. Dependendo do usuário esta função poderá ser ajustada
a tempo definido com um ajuste de 200ms. O valor de 200ms coordena com as Zona 1 das outras linhas e
evita, na condição normal, ser mais rápida do que a Zona 1 deste terminal.
Para o padrão que tem cadeias de proteção duplicada a função de emergência somente deverá ser ativada
para ser mais seletiva quando houver queima de fusíveis para os dois relés.

A fórmula aplicada acima faz parte do padrão IEC que é o mais utilizado.

Segue as outras fórmulas:

13,5
Muito Inverso : t = TMS ⋅
I
1
IS

80
Extremamente Inverso : t = TMS ⋅ 2
I
1
IS

I
Para a relação = 20 o tempo se mantém constante.
IS

. Sobrecorrente de Fase para a Função de Line-Check

Durante a energização da linha por comando manual ou por religamento automático sobre defeito trifásico
próximo ao barramento, onde as tensões têm valores nulos, será utilizada pela função SOTF( Switch on
To Fault) a função de sobrecorrente rápida. A função SOTF tem atuação instantânea.

O critério de ajuste para esta função é que ela seja ajustada para uma vez e meia a corrente de carga para
evitar que opere após o fechamento do segundo disjuntor.

1,5 ⋅ I CARGA 1,5 ⋅ 780


I >3> > > 5,85 A
RTC 200

Será deixado em I > 3 = 6,0 A


A corrente para um curto trifásico mínimo na saída da linha é de 1.303A.
Ajustaremos o temporizador a tempo definido em 100,0s para que somente opere para fechamento sobre
falta.

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. Sobrecorrente Direcional de Terra

Esta função no relé é de retaguarda na condição normal e de emergência quando há queima de fusível do
TP. No SEP em torno de 75% das faltas é fase-terra e, ás vezes, com alta resistência. A proteção de
sobrecorrente de neutro por não depender da carga pode ser ajustada o mais sensível possível.

. Definição do Ângulo de Torque Máximo

O ângulo de torque máximo depende da característica de aterramento porque quanto mais resistiva for a
falta mais próxima da tensão de referência estará a corrente de defeito 3I0.

. Sistema com Resistência de Aterramento


Ângulo de Torque Máximo: 00

. Sistema de Distribuição Solidamente Aterrado


Ângulo de Torque Máximo: -450

. Sistema de Transmissão Solidamente Aterrado


Ângulo de Torque Máximo: -600

Os relés de sobrecorrente direcional de terra em geral são polarizados por tensão e/ou corrente. A
polarização por tensão 3Vo pode ser medida e é feita através da ligação de um enrolamento de TP ligado
em delta aberto ou calculada internamente pelos relés digitais.
A polarização por corrente de neutro é feita utilizando o TC de neutro do transformador de potência.
Nos relés digitais existe também a polarização por tensão de seqüência negativa.

A Fig. 78 [1] mostra um diagrama de polarização de um relé analógico mostrando o ângulo de torque
máximo atrasado da tensão de polarização -3Vo de -600. O relé está ligado desta maneira para que seja
polarizado por -3V0.

Fig. 78 – Diagrama de Polarização

Esta função de proteção tem característica direcional e o ângulo de torque máximo será ajustado em -600
porque o sistema é solidamente aterrado.

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. Ajuste do Tape

Corrente de curto-circuito monofásico mínimo para defeito na SE 2: 292A

I CCMIN 292
IN > 1 δ δ δ 0,487 A
K ⋅ RTC 3 ⋅ 200

Assim, será ajustado em:

IN > 1 = 0,5 A

. Ajuste da Curva

Será considerado um tempo para curto-circuito na configuração com disjuntor aberto no lado da SE 2
entre o tempo de segunda e terceira zona, t = 0,6seg. É importante lembrar que estes ajustes deverão ser
testados para as diversas contingências do SEP.
A característica da curva será Normal Inverse, da norma IEC.
A corrente monofásica na configuração normal para defeito na barra da SE 2: 354A

0,14 0,14
t = TMS ⋅ 0, 02
0,6 = TMS ⋅ 0, 02
= TMS ⋅ 5,468
I 1,77
1 1
IS 0,5

TMS = 0,125 , será ajustado em t = 0,68s .

. Linhas Paralelas

Na configuração de linhas paralelas com fontes nos dois terminais, como a mostra a Fig.79, o relé
direcional R1 deve coordenar com R4 e R3 com R2, R4 com R1 e R2 com R3, de acordo com a posição
da falta nas linhas. Este critério diz respeito às proteções de sobrecorrente direcional de terra porque são
mais sensíveis.
Como na maioria dos casos não se conseguem estas coordenações de forma completa apenas com a
função a tempo inverso, a função de sobrecorrente direcional instantânea deve ser ativada com um tempo
definido de 100ms para que a prioridade de atuação seja para a Zona 1 e Lógicas de Teleproteção.

Fig. 79 – Coordenação Entre Linhas Paralelas

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. Ajuste da Unidade Instantânea

A unidade instantânea deverá ser ajustada para ser sensível para 120% da corrente de curto-circuito
assimétrica máxima para falta na barra remota. A corrente máxima para falta fase-terra na barra SE2 é de
406,5  76 0 A , com FA = 1,38

1,2 ⋅ FA ⋅ 3I 0 MÁX 1,2 ⋅ 1,38 ⋅ 406,5


IN > 2 ε ε ε 3,366 A
RTC 200

Assim, será ajustado em:

IN > 2 = 3,40 A

com uma tempo de pickup de 100ms.

7.9 Sobretensão de Linha

A sobretensão acontece para:

- operação da linha com baixo carregamento


- operação da linha em vazio que pode levar às tensões altíssimas no terminal remoto devido às
capacitâncias “shunts” da linha
- tensões elevadas nas fases sãs provocadas por faltas no SEP.

. Lógica Padrão

A função de sobretensão é adotada para regular a tensão ou evitar condições de contingências em


configurações indesejáveis no SEP. O esquema definido como padrão é aquele que deve operar de forma
temporizada quando há possibilidade de controle e de forma instantânea quando for crítica. A lógica
mostrada na Fig. 80 é a mais comum. A função de sobretensão temporizada atua quando a tensão cresce
em duas fases e a função de sobretensão instantânea quando a tensão se eleva nas três fases. O esquema
manda abrir o disjuntor local e envia disparo direto via canal de comunicação para o terminal remoto para
se evitar que a linha fique em vazio piorando ainda mais a situação. Caso a comunicação seja realizada
através de fibra ótica, o disparo poderá ser feito por apenas um canal.

Fig. 80 – Lógica de Sobretensão

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Alguns relés digitais disponibilizam a condição para a função temporizada entre fases, no entanto a
função sobretensão instantânea que considera elevação da tensão nas três fases é feita por meio de lógica
flexível.

. Ajustes

Os ajustes serão feitos na condição para sobretensão fase-fase e os valores são fornecidos pela Equipe de
Estudos Elétricos. Os valores poderão ser diferentes entre as linhas para haja desligamento em cadeia,
caso a sobretensão permaneça.

. Sobretensão Instantânea

V > 1 = 130% ⋅ V f  f = 1,3 ⋅ 115 = 149,50V V > 1 = 149,50V


V > 1TimeDelay = 0,05s ( retardo para transitório de tensão no SEP )

. Sobretensão Temporizada

V > 2 = 120% ⋅ V f  f = 1,2 ⋅ 115 = 138,00V V > 2 = 138,00V


V > 2TimeDelay = 5,00s

7.10 Esquema de Falha do Disjuntor

Quando a proteção envia para o disjuntor uma ordem de abertura, esta mesma ordem de abertura parte o
esquema de falha deste disjuntor. O esquema é parado quando chega ao relé a informação que o disjuntor
abriu através de supervisão de contatos auxiliares e ou pela ausência de corrente.
Antes que haja atuação do esquema de falha é enviado para o disjuntor um segundo disparo para
confirmação.
Quando o esquema de falha do disjuntor opera, ele isola o defeito na linha mandando abrir todos os
disjuntores conectados ao barramento e envia disparo direto para o terminal remoto.
Através de lógica interna no relé é utilizada a função de baixa pressão mais crítica do disjuntor para “by-
passar” o tempo do esquema de falha que atuará para qualquer disparo da proteção.
O desbloqueio do esquema de falha após atuação é realizado após a abertura das chaves seccionadoras
que isolam o disjuntor. Alguns usuários ainda colocam o desbloqueio dependente da função de subtensão
que supervisiona a tensão do barramento antes de abrir as seccionadoras e liberar o esquema.
Para se evitar uma operação indevida do esquema deve-se ter o cuidado para que a função não parta com
disparo externo provocado por surto em cabo de controle ou disparo mantido de proteções intrínsicas de
reatores não manobrável na linha.

. Ajustes

Temporização - CB fail 1 Timer(tBF1 : 100ms

O temporizador tBF1 confirma o disparo sobre o disjuntor supervisionado antes da operação do


temporizador tBF2 que desliga todos os disjuntores conectados à barra.

Temporização - CB fail 2 Timer(tBF2 : 250mseg

62BF = T52 + TE + TFS = 50 + 50 + 150 = 250seg.

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Onde:
T52: Tempo de abertura do disjuntor supervisionado que deverá ser medido
TE: Tempo de erro esperado devido aos relés principal e auxiliares
TFS: Tempo de segurança para que o esquema não opere para os erros desconhecidos

Mínima Corrente (Undercurrent – I< current set)

Será ajustado em 20% da corrente de carga.


Corrente de carga máxima: 780A

20% ⋅ I CARGA 0,2 ⋅ 780


I <= = = 0,78 A
RTC 200

Será ajustado I <= 0,5 A

Este ajuste é usado também pelo relé P442 para verificação de linha energizada.

. Reset da Partida do Esquema

Alguns relés separam o “reset” do esquema pelos contatos de abertura do disjuntor para as proteções que
não envolvem corrente de curto-circuito e pelo sensor de corrente para as outras proteções. O “reset” do
esquema de falha pelo contato do disjuntor poderá ser realizado através de lógica interna do relé,
construída pelo usuário.
O ajuste no relé ficará com “Trip & I<”, ou seja, o esquema “reseta” quando não existir ordem de trip e
nem circular corrente pelo disjuntor abaixo do valor ajustado. Caso a linha tivesse reator não manobrável
seria adotado o ajuste “I< Only” porque as proteções intrínsicas quando operam permanecem atuadas
mesmo a linha sem corrente. Segue abaixo a lógica do relé, Fig. 81, onde chamo à atenção do selo do
esquema após receber uma partida que somente aceitará reset se as condições de ajustes forem
estabelecidas. Quando o esquema de falha atua, ele se sela, e somente será “resetado” após a abertura das
seccionadoras que isolam o disjuntor.

Fig. 81 – Lógica de Falha do P442

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7.11 Cheque de Sincronismo (System Check)

O Cheque de Sincronismo é uma função que o relé disponibiliza para que o fechamento do disjuntor entre
dois sistemas de potência aconteça com segurança com relação aos níveis de tensão, diferença de tensão,
diferenças angulares e de frequência. Os parâmetros de ajustes são definidos pelo grupo de estudos
elétricos. Nesse relé existem funções de sincronismo para o fechamento manual e automático do disjuntor
com ajustes comuns.
Para o esquema funcionar em conjunto com o fechamento manual e automático é necessário construir
uma lógica em que os comandos dependam da função de sincronismo.

. Ajustes

Chk Scheme AR : 1 0 0 ( Barra Viva-Linha Viva )


Este ajuste indica que é necessário ter tensão na barra e na linha

Chk Scheme ManCB : 1 0 0 ( Barra Viva-Linha Viva )


Este ajuste indica que é necessário ter tensão na barra e na linha

V< Dead line : 10V


Tensão mínima que define que a linha está desenergizada

V> Live line : 50V


Tensão a partir da qual a linha é considerada energizada

V> Live bus : 50V


Tensão a partir da qual a barra é considerada energizada

Diff Voltage : 10V


Diferença mínima entre tensão da barra e de linha

Diff Frequency : 0,500Hz


Diferença de freqüência entre tensão de barra e de linha

Diff Phase : 35,00 deg


Ângulo de escorregamento entre as tensões envolvidas

Bus-Line Delay

∪ DiffPhasr 35
t Bus LineDelay = = = 0,194seg
360 ⋅ DiffFrequency 360 ⋅ 0,5

Bus-Line Delay = 0,190seg

O sincronismo é liberado OK quando as condições definidas nos ajustes são atingidas e permanecem
durante o tempo “Bus-Line Delay” de 190ms. Quando o disjuntor é comandado com a verificação de
sincronismo entre tensões síncronas o tempo acima pode ser ajustado com um valor menor do que o
calculado, por exemplo, 50ms.

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Fig. 82 – Fasorial de Sincronismo

7.12 Religamento Automático

Analisando-se os tipos de falta, a experiência tem mostrado que uma grande maioria acontece de forma
transitória não permanecendo o defeito após a abertura do disjuntor. Após a abertura do disjuntor pela
proteção depois de um retardo, chamado tempo morto, que é o tempo que a linha fica sem tensão após um
desligamento do disjuntor pela proteção, e o disjuntor não apresentar problemas mecânicos de pressão ou
óleo e as condições de sincronismo forem atendidas, é dada a ordem de religamento automático.
As principais vantagens pelo uso de religamento automático são de minimizar interrupções de
fornecimento ao consumidor e evitar instabilidade no SEP.

. Ajustes

Tipo de Religamento - 3P Trip Mode : 3 ( religamento tripolar )


Define o modo de religamento se mono ou tripolar.

Tempo Morto - 3P Dead Time: 1,0seg.

Os seguintes fatores definem o tempo morto:

- tempo de abertura do disjuntor, em torno de 50ms para disjuntor de 230kV.


- tempo de desionização do arco cujo item tensão é o mais significativo e que de forma aproximada é
definido por:

kV
t= + 10,5 [ciclos] . [1]
34,5

Para 230kV:

230
t= + 10,5 = 17,167ciclos t = 17,167 ⋅ 16,67 = 286,16ms
34,5

Acrescentando o tempo de abertura do disjuntor, o tempo morto mínimo para o 230kV será de

t morto 230kV = 50 + 286,16 = 336,16ms

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- tempo de reset da proteção: <50ms.
- tipo de carga, que pode exigir um longo tempo morto para que motores síncronos sejam desligados por
perda de suprimento, ou geração térmica que não suportaria um religamento rápido.

Tempo de Reset - Reclaim Time: 180s

Tempo de Reset que depende do ciclo de operação do disjuntor (O-0,3s-CO-180s-CO).


Durante este período, que começa após a ordem de religamento, a função de religamento é bloqueada, não
aceitando um novo religamento nesse período devido à limitação do disjuntor.

Ordem Mantida - Close Pulse Time: 300ms


Tempo que mantém a ordem de religamento para que o mesmo complete o seu ciclo. Este tempo mantido
pode ser menor desde que seja suficiente para que a função de sincronismo esteja atendida e o disjuntor
feche.

Bloqueio por Baixa Pressão do Disjuntor A/R Inhibit Wind: 1,0s ( mínimo )

Esta função bloqueia o religamento caso haja problema mecânico no disjuntor que impeça sua abertura
após fechamento.

Bloqueio Dinâmico - Autorcle Lockout

O ajuste padrão para este relé é que haverá religamento automático pela atuação da 1a Zona e Esquema de
Teleproteção. A ativação das outras funções depende do usuário.

. Análise do Religamento Sobre uma Falta

Os Estudos Elétricos definem o primeiro disjuntor a religar chamado Líder e o segundo chamado
Seguidor. Deverá haver uma diferença entre o tempo morto do primeiro a religar e o segundo. Isto evitará
que os dois disjuntores religuem sobre defeito. Uma diferença de 400ms, tendo como critério o tempo de
atuação em Zona 2, será suficiente. Esse valor não poderá ser menor do que o tempo de fechamento do
disjuntor mais o tempo de atuação da função que vai operar para a falta. Os relés digitais têm funções que
atuam instantaneamente quando o religamento é realizado sobre falta.
Supondo uma falta no alcance de Zona1 para os dois terminais os disjuntores abrirão no mesmo instante.
O terminal Líder que depende apenas da tensão da barra para religar, com o disjuntor apto, religará a linha
primeiro. O terminal Seguidor que depende da tensão da barra e da linha para religar e estando as
condições de sincronismo atendidas religará praticamente no mesmo instante do terminal Líder, também
sobre falta, Fig. 83.

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Fig. 83 – Diagrama de Tempo para Religamento Automático

7.13 Fechamento Sobre Falta – SOTF(Switch-Onto-Fault)

Quando a linha é energizada sobre falta devido ao esquecimento dos pontos de aterramentos que se faz no
trecho de trabalho ou quando a falta é mantida após um desligamento por curto-circuito, a função SOTF
atua instantaneamente bloqueando o religamento, Fig.84 e Fig.85. O relé disponibiliza as funções que
poderão ser aplicadas pelo usuário para atuar via função SOTF.
A função SOTF atuará instantaneamente para o religamento sobre a falta pela função de Zona 1 e/ou
Esquema de Teleproteção e para o fechamento manual a função operará para todas as Zonas.

Fig. 84 – Lógica de Habilitação do SOTF do P442

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Uma característica deste relé é que a função SOTF para fechamento manual ou automático sobre defeito
permaneçe 500ms ativada após o fechamento do disjuntor. Neste intervalo, as proteções utilizadas pela
função atuam de forma instantânea. É importante ressaltar que para este relé não há necessidade de entrar
com a informação de contatos do disjuntor para determinar se a linha está energizada ou não, porque a
função “ALL POLE DEAD” é ativada por contato do disjuntor ou com informação de corrente e tensão
da linha.

Fig. 85 – Lógica de Trip do SOTF

7.14 Função de Queima de Fusível

Quando existe falta da tensão de TP que alimenta o relé, o dispositivo fica sem saber se há uma condição
de falta ou não, e pode levar o relé a uma operação indevida. A supervisão de queima de fusíveis através
de lógica interpreta e conclui se alteração da tensão é um defeito na linha ou falha no circuito de tensão do
TP. A atuação da lógica de queima de fusível leva todas as funções que usam a tensão ao bloqueio.
Antes de completar o tempo de VTS e havendo uma falta no SEP, cuja corrente na fase ultrapasse 2,5In,
a função sai do bloqueio e libera o trip (ver Fig. 86).
Havendo queima de um fusível vai haver aumento da tensão de seqüência zero 3V0 (>0,75Vn) sem haver
aumento da corrente de sequência zero 3I0 levando a lógica ao bloqueio.
Havendo queima de dois fusíveis vai haver tensão de seqüência zero sem haver a presença da corrente de
seqüência negativa levando a lógica ao bloqueio.
Havendo queima de três fusíveis as tensões vai para zero sem alterar a corrente de carga levando a lógica
ao bloqueio. Através de entrada binária conectada à função “INP_F.Failure_Line” poderá ser
supervisionado o microdisjuntor do TP que bloqueará de imediato as funções dependentes de tensão.

Fig. 86 – Lógica de Queima de Fusível

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. Ajustes

VTS Time Delay 1.000 s


Este tempo é definido para bloqueio da proteção quando de queima de fusível. É importante lembrar que
havendo uma falta antes deste tempo ser completado há possibilidade de atuação da proteção com as
condições de corrente e tensão do instante.

VTS I2 & I0 Inh 0.300A


Este parâmetro é utilizado para discriminar se houve queima de um ou dois fusíveis. No caso do
aparecimento de 3V0 sem crescimento das correntes de seqüência zero ou negativa acima do valor
ajustado, será considerado queima de fusível.

I 0 MÍN 97
I 0 Inh = = = 0,48 A , para uma falta na barra da SE2.
RTC 200

ou

I 2 MIN 145,8
I 2 MÍN = = = 0,73 A
RTC 200

Será deixado em VTS I 2eI 0 Inh = 0,5 A

Detect 3P Enabled
Este parâmetro habilita a supervisão de queima de fusível nas três fases.

Threshold 30 V
Este parâmetro é utilizado para discriminar se houve queima de fusível nas três fases. No caso das tensões
de fase ficarem abaixo deste valor, sem o crescimento das correntes das fases, será considerado queima de
fusível. Será ajustada abaixo do valor de tensão para linha viva definida na função de sincronismo.

Delta I > 2,00A


Este parâmetro define a diferença de variação da corrente de curto-circuito mínimo com a corrente de
carga máxima esperada.

I 3MIN  I c arg a max 453  780


DeltaI >= = = 1,63 A
RTC 200

Como a corrente de carga é maior que a corrente de curto-circuito essa função ficará desativada. Deverá
ser utilizada a informação do minidisjuntor do TP.

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Capítulo 8

Oscilografia Externa

8.1 Dados Gerais

Uma das ferramentas importante para a análise de ocorrência é o uso de registradores digitais que
supervisiona os valores analógicos de tensão e corrente, além da mudança de estado das binárias de
entrada e localização da falta.
Os ajustes de partida analógica são definidos considerando os limites das proteções de sobrecorrente e de
sobretensão e, para que a memória do registrador não sobrecarregue a rede, são praticamente desabilitada
as partidas pelas funções de qualimetria e transitórias tipo dM/dT.

. Registrador de Perturbação

Tipo: SIMEAS_RZE 32/64


Classificação: Digital
Fab.: Siemens [16]

. Equipamentos de Medida

Serão os mesmos definidos para a proteção de distância

8.2 Ajustes

. Trigger por Nível

Tensão de Fase
- Vfase máx = 130% da tensão fase-terra primário
- Vfase mín = 70% da tensão fase-terra primário

Tensão de Neutro
- 3V0 máx = 20% da tensão fase-terra primário
- 3V0 mín = 0,0

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Corrente de Fase
- Ifase máx = 120%Ip ( Ip = valor primário do TC )
- Ifase mín = 0,0

Corrente de Neutro
- 3I0 máx = 20%Ip ( Ip = valor primário do TC )
- 3I0 mín = 0,0

Todos os trigger tipo dM/dT deverão ficar no máximo para se evitar sobrecarga na Rede de
Oscilografia.

As partidas provocadas pelas entradas binárias serão definidas de acordo com o projeto funcional.

. Digital Recorder

A memória disponível no registrador é direcionada para armazenar os sinais analógicos e binárias de


entrada.

Analog: 200 (Mb)


Binary: 200 (Mb)
Todos os outros registros desabilitados

. Analog fault recorder

Prefault time: 200 ms


Postfault time min: 200 ms
Postfault time max: 2000 ms

Todos os triggers dM/dt deverão ficar no máximo para evitar partidas contínuas sobrecarregando
a rede de oscilografia.

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Capítulo 9

Proteção Diferencial de Barra

A proteção de barra tem sido vista como de grande importância para o SEP porque faltas em barramento
podem provocar oscilações de potência indesejáveis quando não eliminada com rapidez. As maiores
causas de atuação da proteção diferencial de barra pode ser defeito mecânico, falha de isoladores e
operação incorreta de chaves seccionadoras.

9.1 Dados da Proteção

UB - Unidade de Bay
Tipo: 7SS521 V1.2
Classificação: Digital
Fab.: Siemens [6]

UC – Unidade Central
Tipo: 7SS52
Classificação: Digital
Fab.: Siemens [6]

9.2 - Cuidados Rigorosos

. Segurança:
A proteção não deve atuar para faltas externas e deve ser bastante criteriosa para se evitar trip indevido.

. Confiabilidade:
A falha ou retardos indesejáveis cria o risco de instabilidade podendo causar colapso no SEP. Além disso,
as altas correntes de curto-circuito podem danificar os equipamentos

. Seletividade:
Em subestação com barras múltiplas, somente a seção de barra sob falta deverá ser eliminada e isolada. É
necessário a informação de posição de seccionadora do lado da barra para que a proteção apenas opere no
trecho sobre defeito.

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9.3 Arquiteturas

Esse projeto utiliza relés digitais com arquitetura distribuída (Fig.87) e consiste de uma unidade central e
várias Unidades de Bay(UB) interligadas entre si através de cabo de fibra ótica. As informações de
medida de corrente e posição de seccionadora são processadas nas UBs e transmitidas como dados para a
Unidade Central(UC). Após análise pela UC das condições informadas e, se confirmada a condição de
falta, a ordem de disparo é enviada às UBs e estas, por sua vez, manda abrir o disjuntor.

Fig. 87 – Arquitetura Distribuída - Siemens

A arquitetura centralizada mostrada na Fig. 88 usa apenas um dispositivo diferencial com informações de
corrente, disjuntor e chaves de cada vão para determinar se a soma das correntes que entram na barra é
igual às correntes que saem. As informações de chaves e disjuntor de cada vão determinam se as fontes de
corrente estão conectadas ou não à barra. A dificuldade desta arquitetura é que deverá ter um dispositivo
para proteger cada trecho de barramento.

Fig. 88 – Arquitetura Centralizada - GE

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. Unidade de Bay (UB)

Este dispositivo é usado praticamente para servir de ponte entre o SEP e a Unidade Central (UC).
São ajustados nele as binárias de entrada e saída e os LEDs. As informações dos TC’s chegam
diretamente a ele que repassa, de forma digital, para a UC os valores de corrente de cada circuito.

. Unidade Central

Neste dispositivo são ajustados os parâmetros da proteção diferencial e tomadas decisões de atuação para
isolamento do defeito. Toda comunicação com as UBs é realizada através de fibra ótica.

. Topologia da Subestação

A topologia da barra protegida é montada em forma de parâmetro de ajuste e visualizada através de


programa específico. O fechamento do neutro dos TCs é parametrizado indicando se ele está do lado da
barra ou da linha para indicação de polaridade. É importante ressaltar que a proteção usa um enrolamento
exclusivo dos TCs dos vão conectados à barra por segurança. Os TCs juntos com o disjuntor e as chaves
determinam a região a ser protegida, Fig. 89.

Fig. 89 - Topologia

O princípio básico aplicado ao diferencial de barra é o uso da Lei de Kirchhoff de que a soma das
correntes em um nó é zero.

9.4 Ajustes

Será considerada proteção diferencial para a barra SE 3 - 230kV

. Transformadores de Corrente

. Corrente de Referência para os Transformadores de Corrente

A corrente de referência será a mais alta relação primária dos TCs de cada vão.
04C1: 1000/5A

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04C2: 1000/5A
04C3: 1000/5A
04T1: 600/5A
04T2: 600/5A

Será ajustado em 1.000A

. Corrente Secundária de Base do Transformador de Corrente 5.0A

Esta corrente é a nominal como base para cálculo da corrente diferencial e de restrição.

. Corrente de Referência

As relações dos TCs consideradas pela Unidade Central para cada circuito será ajustada em relação à
corrente de referência de 1000A.

04C1: 1,0
04C2: 1,0
04C3: 1,0
04T1: 0,6
04T2: 0,6

Em versão mais atualizada do relé esta corrente de referência não é mais ajustada, o próprio relé calcula
através dos dados das relações dos transformadores de corrente.

. Critérios de Atuação

- que a função de supervisão de corrente de bay vão não esteja atuada


- que a função de Zona Específica esteja atuada
- que a função de Zona Geral esteja atuada
- que não haja saturação de TC

. Característica da Função de Supervisão por Unidade de Bay

Fig. 90 – Característica da função de supervisão

A função supervisiona anormalidade no circuito de corrente da unidade de bay e somente é ajustada à


mínima corrente diferencial.

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Equações de supervisão:

I > DIFF = I = I a + I b + I c + I E
I = I a + Ib + I c + I E

Um exemplo de atuação seria a polaridade de alimentação da unidade I E invertida levando a soma ser
diferente de zero e maior do que o valor ajustado. Este ajuste pode bloquear a proteção ou dar uma saída
de alarme. Ajuste I > DIFF = 0,2 I / I N = I que deve ser maior que a corrente de desequilíbrio natural.
A declinação da reta (slope) K é fixo em 0,125 nesta característica, Fig. 90.

. Conceito de Zonas Diferenciais

Fig. 91 – Zonas de Atuação


. Zona Específica
É a zona diferencial do trecho específico de uma subestação com múltiplas barras.
A característica diferencial é única para todas as zonas.

. Zona Geral
É a zona que cobre todas as zonas específicas de uma subestação com múltiplas barras.
A característica é exclusiva para esta zona.

. Característica da Função de Zona Geral (Check Zone)

Fig. 92 –Característica da Função de Zona Geral (Check Zone)

Equações utilizadas para verificação de atuação da função diferencial.

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Para o projeto adotado

I =| I C1 + I C 2 + I C 3 + I T 1 + I T 2 | , soma fasorial.

I = I C 1 + I C 2 + I C 3 + I T 1 + I T 2 , soma aritmética

I > K ⋅ I , equação de uma reta passando pela origem.

. Determinação do fator K(Declividade)

O fator K [3], que é a declividade da reta, é determinado considerando a saturação dos TCs para falta
próxima ao barramento. A equação para determinação de K é dada por

Kb
K> , para K b ε 2
4 Kb 1

K = 0,6 para K b < 2

Onde K b é o fator de carregamento do TC que depende de sua construção e é dado por

I ccmáx
Kb = , onde I ccmáx , é a corrente máxima de curto-circuito
I sat
I sat = I primTC .n ,
I primTC , é a corrente primária do TC

n´ é , o fator de sobrecorrente calculado e que é dado por

(Pn + Pi )
n' = n onde,
(Pb + Pi )

n : fator de sobrecorrente nominal do TC


Pn : Carga do TC em VA na corrente nominal
Pi : Potência interna do TC em VA
Pb : Carga imposta ao TC em VA na corrente nominal

Classe de Exatidão: C100(ABNT)


Erro:10%
Fator de Sobrecorrente: 20I n
Pn = 100VA

. Definição de Pi

Pi = Z TC ⋅ (I N ) =21,67 ⋅ 5 2 = 41,75VA

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Z TC é a impedância medida na relação ajustada

. Definição de Pb

0,3VA
RRELÉ = 2
= 0,012&
5A
RCABO = 0,0016& / m para 200m
RCABO = 2 ⋅ 0,32 = 0,64&
RSEC = RRELÉ + RCABO = 0,652&
Pb = RSEC ⋅ (I N ) =2 0,652 ⋅ 25 = 16,3VA

(100 + 41,75) 141,75


n´= x 20 = x 20 = 48,84
(16,3 + 41,75) 58,05

I sat = I primTC xn´= 1000 x 48,84 = 48.840 A

I ccmáx 2.171
Kb = = = 0,044 < 2
I sat 48.840

K = 0,6

. Corrente Diferencial Mínima

A corrente diferencial mínima é determinada para ser 120% maior que a corrente de carga e menor que
80% da corrente mínima de curto-circuito.
A corrente de carga será considerada como sendo a soma da corrente nominal dos transformadores da
SE3

100000
I nom = = 251A , que somada será 502A.
3 x 230

A contingência para o curto-circuito trifásico mínimo acontece na perda da linha 04C3.

Verificação:

I 04C1 = 731,9 A 1020 A


I 04C 2 = 731,9 A 102 0 A

731,9 102 0 731,9 102 0 1


I cc min =( + ) x = 1,46 pu
200 200 5

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Fig. 93 –Falta Trifásica na Barra SE 3 com Perda da Linha 04C3

A corrente diferencial devido à carga será quando o SEP está sem falta e a proteção calcula uma corrente
diferencial que acontece devido à falha na supervisão do isolador. Desta forma a soma das correntes não
será zero e aparecerá uma pequena corrente diferencial que é dada por:

251 1
I c arg amáx = x = 0,25 pu
200 5

1,2I c arg amáx < I DIFF min < 0,8I CC min

1,2 x 0,25 < I DIFF min < 0,8 x1,48 0,3 pu < I DIFF min < 1,18 pu

Será ajustado em I DIFF min = 0,3 pu

A conclusão é que a proteção diferencial não opera quando da perda de informação de uma fonte de
corrente com o SEP sem falta.

No caso do relé diferencial da Siemens, existem um ajuste para Zona Específica (Especific Zone) que se
aplica a cada seção de barra e um ajuste para a Zona Geral (Check Zone) que supervisiona a SE como um
todo.

Podemos deixar o K idêntico e o I DIFFMÍN com uma leve diferença, ou seja,

I DIFF min = 0,35 pu para a Zona Específica


I DIFF min = 0,30 pu para a Zona Geral (Check Zone)

. Corrente Diferencial de Supervisão

Deverá ser ajustado considerando o erro máximo dos TCs, que no caso em pauta é de 10%.

I DIFF sup = 0,15 pu para a Zona Específica


I DIFF sup = 0,10 pu para a Zona Geral (Check Zone)

É importante observar que a perda da informação de uma fonte de corrente de um vão atuará a função de
corrente diferencial de supervisão que deverá sinalizar e bloquear a proteção diferencial de barra.

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9.5 Problemas com Linhas Paralelas

Os transformadores de corrente, que fazem parte da proteção diferencial de barra, estão dentro da região
da linha paralela aterrada. As chaves 89.4 e 89.5 devem fazer parte da topologia para que a proteção não
opere de forma inadequada. A proteção de barra somente elimina a fonte deste circuito se as duas chaves
estiverem abertas.

Fig. 94 – Linhas Paralelas e Influência da Mútua

Quando a linha está em manutenção, a chave 89.7 é fechada nos dois terminais, ficando os
transformadores de corrente dentro do trecho aterrado. Como a proteção 87BB, da Siemens, utiliza as
seccionadoras para posicionar o circuito dentro da zona específica, circulará corrente, devida à mútua,
neste TC, quando houver falta monofásica na linha paralela em operação, corrente que será considerada
pela proteção diferencial caso a fonte não seja considerada desabilitada.

9.6 Ponto Cego para Arranjo de Subestação em Barra Dupla

O ponto cego em barra dupla acontece quando a falta está entre o disjuntor e o transformador de corrente
como indicado na Fig. 95. Será realizada uma verificação em relação à quantidade de transformadores que
serão necessários para que a eliminação da falta seja mais seletiva.

. Disjuntor de Interligação mais um Transformador de Corrente

Fig. 95 – Interligação com apenas um transformador de corrente

Quando acontece uma falta entre o disjuntor e o transformador de corrente com o vão de interligação
fechado, a proteção 87BB1 atuará isolando a barra BB1. A falta permanecerá até o que esquema de falha
do disjuntor envie disparo direto para o terminal remoto após um retardo de 250ms. Caso o equipamento

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de comunicação esteja com falha, a falta será eliminada com um retardo de 400ms pela a atuação da Zona
2 do terminal remoto. Para se evitar um retardo indesejável deverá ser informado à proteção de barra que
o disjuntor de interligação está aberto para que logo após sua abertura ele cancele a fonte de corrente do
transformador de corrente de interligação levando a função 87BB2 a atuar. Para falta na barra BB1 a
proteção isola apenas a barra BB1 e para falta na barra BB2 a proteção isola a penas a barra BB2.

. Disjuntor de Interligação mais dois Transformadores de Corrente

Fig. 96 – Interligação com apenas um transformador de corrente

Quando acontece uma falta entre o disjuntor e o transformador de corrente com o vão de interligação
fechado, as proteções 87BB1 e 87BB2 atuarão isolando as barras BB1 e BB2 sem retardo. A informação
para a proteção de barra da posição do disjuntor de interligação é importante porque evita a perda das
duas barras para falta entre o disjuntor aberto e o transformador de corrente. Para falta na barra BB1, a
proteção isola apenas a barra BB1 e para falta na barra BB2 a proteção isola a penas a barra BB2.

. Análise de Falta

. Falta Trifásica na Barra SE3

LT 04C1 : 732  780 A


LT 04C 2 : 732  780 A
LT 04C 3 : 1.303  790 A
TR 04T 1 : 0 A
TR 04T 2 : 0 A

I = 732  780 + 732  780 + 1.303  790 + 0 + 0 = 2.766,8 A


2.766,8
I = = 2,7668 pu
200 ⋅ 5

I = 732 + 732 + 1.303 + 0 + 0 = 2.766,8 A


2.766,8
I= = 2,7668 pu
200 ⋅ 5

I > 0,35 + 0,6 ⋅ I > 0,35 + 0,6 ⋅ 2,7668 > 2,01 pu , a função atua.

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Fig. 97 – Lacalização do Ponto de Operação

. Falta Trifásica Externa à Barra SE3

A falta trifásica é na linha 04C3 a 20% da barra SE3

LT 04C1 : 616  790 A


LT 04C 2 : 616  790 A
LT 04C 3 : 1.232 1010 A
TR 04T 1 : 0 A
TR 04T 2 : 0 A

I = 616  790 + 616  790 + 1.232 1010 + 0 + 0 = 0 A


I = 0 pu

I = 616 + 616 + 1.232 + 0 + 0 = 2.464 A


2.464
I= = 2,464 pu
200 ⋅ 5

I > 0,35 + 0,6 ⋅ I > 0,35 + 0,6 ⋅ 2,464 = 1,828 > 0,0 pu , a função não atua.

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9.7 Função End Fault

Esta função é utilizada para atuar quando de um curto-circuito na zona entre o transformador de corrente e
o disjuntor estando o disjuntor estiver aberto.

Figura 98 – Falta Entre o Disjuntor e o TC

Como esta função faz parte do dispositivo de proteção de barra ela acessa as informações de posição de
disjuntor e isoladores e utiliza o ajuste de corrente aplicado ao esquema de falha. Quando ela opera envia
ordem de disparo para o terminal remoto após abertura do disjuntor. Como esta função opera
instantaneamente, ela evita que haja retardo para eliminação da falta.

. Pré-requisitos

– disjuntor aberto, com retardo de 50ms para extinção do arco na abertura do disjuntor
– bloqueio para comando manual
– bloqueio por discrepância de pólos do disjuntor
– canais de comunicação disponíveis para envio de DTT

Fig. 99 – Esquema lógico do “End Fault”

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Capítulo 10

Apêndice

10.1 Valor em Por Unidade (PU)

Valor por unidade (pu) é a relação entre o valor da grandeza e o valor base da mesma grandeza, escolhido
como referência.

Cada ponto do sistema elétrico é caracterizado por quatro grandezas:

- tensão elétrica (V)


- corrente elétrica (I )
- potência aparente (S)
- impedância (Z)

Escolhendo duas dessas grandezas as outras ficam também definidas. Em geral, são escolhidas a potência
de base Sbase e a tensão de base Vbase.

2
V S BASE
Z BASE = BASE e I BASE =
S BASE 3VBASE

Para mudança de base, quando uma grandeza dada pela fabricante do equipamento e diferente das
grandezas de base aplicadas a um SEP, a equação abaixo atende.

2
V S BASEnovo
Z PUnovo = Z PUvelho ⋅ BASEvelho ⋅
VBASEnovo S BASEvelho

Os programas de curto-circuito, em sua maioria, utilizam as grandezas em por cento ( % ), ou seja, para
uma impedância de linha Z = 0,21 + j 0,35 pu Z = 21 + j 35%

10.2 Operador “a”

a = 1 1200
a 2 = 1 2400 = 1  1200
a 3 = 1 360 0 = 1 0 0
a 4 = 1 1200 = a

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1 + a = 1 60 0 = a 2
1  a = 3  30 0
1 + a 2 = 1  60 0 = a
1  a 2 = 3 300
a + a 2 = 1 1800
a  a 2 = 3 90 0
a 2  a = 3  90 0
1+ a + a2 = 0

10.3 Componentes Simétricos

O método dos componentes simétricos é uma importante ferramenta para a resolução de circuitos
polifásicos desequilibrados. No caso dos circuitos trifásicos, a utilização deste método permite a
substituição de fasores desequilibrados em três outros fasores equilibrados, que são denominados
componentes de seqüência positiva, negativa e zero, descritos a seguir.

Os componentes de seqüência positiva consistem de três fasores de mesmo módulo, defasados entre si
de 1200 e tendo a mesma seqüência de fase dos fasores originais.

Os componentes de seqüência negativa consistem de três fasores de mesmo módulo, defasados entre si
de 1200 e tendo a seqüência de fase oposta dos fasores originais.

- Os componentes de seqüência zero consistem de três fasores de mesmo módulo e sem haver defasagem
entre eles.

Figura 100 – Fasores de Sequência

Sistema Desequilibrado

V A = Va 0 + Va1 + Va 2
VB = Vb 0 + Vb1 + Vb 2 (1)
VC = Vco + Vc1 + Vc 2

Aplicando o operador a, ou seja, a = 1 1200 , para a seqüência acima, considerando a fase A como
Referência tem-se:

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Vb1 = a 2Va1 Vc1 = aVa1
Vb 2 = aVa 2 Vc 2 = a 2Va 2 (2)
Vb0 = Va 0 Vc 0 = Va 0

Substituindo (2) nas equações (1), tem-se:

V A = Va 0 + Va1 + Va 2
V B = Va 0 + a 2Va1 + aVa 2 (3)
VC = Va 0 + aVa1 + a 2Va 2

Aplicando a forma matricial para (3) e invertendo a matriz, tem-se:

1
Va 0 = (V A + VB + VC )
3
1
Va1 = (V A + aVB + a 2VC )
3
1
Va 2 = (V A + a 2VB + aVC )
3

As mesmas considerações devem ser feitas para as correntes.

10.4 Tabelas para Tipos de Defeito no Ponto da Falta

Na solução de curto-circuito em sistema de potência o passo inicial é aplicar as condições de corrente e


tensão no local da falta. As tabelas abaixo disponibilizam as diversas condições de dedução [14].

Tabela 1 - Componentes de Seqüência p/ Corrente no Ponto de Defeito

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Tabela 2 - Corrente de Fase no Ponto de Defeito

Tabela 3 - Componentes de Seqüência p/ Tensão no Ponto de Defeito

Tabela 4 - Tensão de Fase no Ponto de Defeito

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10.5 Exemplo de Estudo de Falta

Será usado o SEP adotado acima para um defeito fase-terra a 50% na linha 04C3-SE3/SE4 operando sem
carga.

. Passo-a-passo para Solução do Problema

a. Converter os valores dos elementos do SEP para valores em pu ( por unidade )


b. Montar os circuitos de acordo com as seqüências positiva, negativa e zero.
c. Reduzir o sistema até o ponto do defeito.
d. Montar o circuito de acordo com o tipo de defeito.
e. Após esta redução deverão ser encontrados os valores de tensão e corrente no ponto da falta
f. A partir dos valores dos pontos de falta encontrar os valores nas malhas desejadas.

. Diagramas para Cada Tipo de Defeito com Resistência de Falta

Fig. 101 – Unifilar para Curto-Circuito Trifásico

Fig. 102 – Unifilar para Curto-Circuito Bifásico

Fig. 103 – Curto Monofásico

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Figura 104 – Curto Bifásico para a Terra

Figura 105 – Curto Monofásico para Linha com Mútua

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. Cálculo da Falta

Mútua: LT 04C1-LT04C2: Z OM = 0,17282 56,060 pu

Fig. 106 – Curto Monofásico na linha 04C3

Condição de contorno no ponto da falta, ver tabelas 2 e 4:

Ia  0
Ib = Ic = 0
Va = 0
Vb = Vc

. Cálculo do Equivalente de Seqüência Positiva

Fig. 107 – Diagrama de seqüência positiva

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Como a análise é realizada com o sistema sem carga, às fontes de tensão E1 e E2 pode-se aplicar
o teorema de deslocamento das fontes.

Figura 108 – Diagrama de seqüência positiva reduzido

Fig. 109 – Diagrama de Seqüência Positiva Equivalente

. Cálculo do Equivalente de Seqüência Negativa

Idêntico ao de Seqüência Positiva sem as fontes.

Fig. 110 – Diagrama de seqüência negativa equivalente

Fig. 111 – Diagrama de seqüência negativa equivalente

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. Cálculo do Equivalente de Seqüência Zero

Fig. 112 – Diagrama de seqüência zero

Fig. 113 – Diagrama de seqüência zero reduzido

Fig. 114 – Diagrama de seqüência zero equivalente

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Fig. 115 – Circuito Equivalente de Sequência

. Corrente no Ponto da Falta

E 100
I a1 = I a 2 = I a 0 = = = 2,9586  750
Z1 + Z 2 + Z 0 0,078 78,13 + 0,078 78,13 + 0,182 072,33
0 0

I a = I a1 + I a 2 + I a 0 = 3I a 0 = 3 ⋅ 2,9586  750 = 8,8757  750 pu

100000
I BASE = = 251A
3 ⋅ 230

I a = 251⋅ 8,8757  750 = 2.227,8  750 A

Tensão no Ponto de Falta

 Z0 ⋅ E 0,182 72,330
Va 0 = = 0 0
= 0,538 177,30
2 Z1 + Z 0 0,156 78,13 + 0,182 72,53

 Z 2 ⋅ E 0,078  78,130
Va 2 = = 0
= 0,231  176,880
2 Z1 + Z 0 0,338 75

( Z 2 + Z 0 ) ⋅ E (0,078 78,130 + 0,182 72,330 )


Va1 = = = 0,769 750
2 Z1 + Z 0 0,338 75 0

Va = 0

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Vb = Va 0 + a 2Va1 + aVa 2 = 0,538  2,677 0 + 1 240 0 ⋅ 0,769  0,9310 + 1 120 0 ⋅ 0,231  176,880
Vb = 0,919  730 pu

Vc = Va 0 + aVa1 + a 2Va 2 = 0,538  2,677 0 + 1 120 0 ⋅ 0,769  0,9310 + 1 240 0 ⋅ 0,231  176,880
Vc = 0,894 72,560 pu

Conhecendo os valores no ponto de falta calculam-se as correntes e tensões na linha 04C3 na saída da
SE3.

Fig. 116 – Circuito Equivalente de Falta para Valores na Linha 04C3-SE 3

Considerando que as impedâncias à esquerda são equivalentes do lado da SE3 e aplicando


a equação de divisor de corrente tem-se:

0,356 71,140
I a0 = ⋅ 2,9586  750 = 1,443  76,220 pu
0,374 73,52 + 00,356 71,14 0

3I 0 = 3 ⋅ 1,443  76,220 = 4,329  76,220 pu

0,112 77,54 0
I a1 = I a 2 = 0 0
⋅ 2,9586  750 = 0,908  76,330 pu
0,253 79,46 + 0,112 77,54

I a = 1,443  76,22 0 + 0,908  76,330 + 0,908  76,330 = 3,259  76,280 pu

I b = 1,443  76,220 + 1 2400 ⋅ 0,908  76,330 + 1 1200 ⋅ 0,908  76,330 = 0,535  76,10 pu

I c = 1,443  76,220 + 1 120 0 ⋅ 0,908  76,330 + 1 240 0 ⋅ 0,908  76,330 = 0,535  76,10 pu

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. Tensões de fase na linha 04C3 no lado da SE3

Va = 0 + (1,443  76,220 ⋅ 0,3378 70,440 ) + 2(0,908  76,330 ⋅ 0,0808 81,890 = 0,632  3,160 pu

Vb = 1,156  134,30 + (1,443  76,22 0 ⋅ 0,3378 70,440 ) + a 2 (0,908  76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 ) + ...
... + a (0,908  76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 )
Vb = 1,156  134,3 0 + 0,4874  5,78 0 + 0,0734 245,56 0 + 0,0734 125,56 0 = 0,968  114,12 0 pu

Vc = 1,156  134,30 + (1,443  76,22 0 ⋅ 0,3378 70,44 0 ) + a (0,908  76,330 ⋅ 0,0808 81,890 ) + .. .
... + a 2 (0,908  76,330 ⋅ 0,0808 81,89 0 )
Vc = 1,211 131,760 + 0,4874  5,780 + 0,0734 125,560 + 0,0734 245,56 0 = 0,935 114, ,980 pu

. Tensões de Seqüência na 04C3 no lado da SE3

1
Va 0 = (0,4874  5,780 + 0,968  114,12 0 + 0,935 114,980 = 0,1057  164,420 pu
3

1
Va1 = (0,4874  5,780 + (a ⋅ 0,968  114,120 ) + (a 2 ⋅ 0,935 114,980 ) = 0,793  0,760 pu
3

1
Va 2 = (0,4874  5,780 + (a 2 ⋅ 0,968  114,120 ) + (a ⋅ 0,935 114,980 ) = 0,2067  177,2 0 pu
3

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10.6 Representação do SEP no Programa ANAFAS/CEPEL

Para rodar curto-circuito deste sistema, segue um modelo tipo .txt para ser utilizado em programa de
curto-circuito.

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10.7 Compensação de Seqüência Zero e de Mútua

Fig. 117 – Falta Considerando a as Compensações

O objetivo destas compensações é que a proteção calcule com o mínimo de erro possível a impedância do
defeito sem os erros provocados pelo retorno pela terra e pela indução das linhas paralelas. Adicionamos
uma resistência de falta a um defeito fase A para a terra mostrando o erro que esta situação provoca na
medida do relé.

A tensão na fase A vista pelo relé é dada por:

V A = Z1 I 1 + Z 2 I 2 + Z 0 I 0 + I ' 0 Z OM + I CC Ra

Adicionando ao lado direito da expressão o valor nulo Z1 I 0  Z1 I 0 e considerando Z1 = Z 2 tem-se

V A = Z 1 I 1 + Z 1 I 2 + Z 1 I 0  Z 1 I 0 + Z 0 I 0 + I ' 0 Z OM + I CC Ra
V A = Z1 ( I 1 + I 2 + I 0 ) + I 0 ( Z 0  Z1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
como, I1 + I 2 + I 3 = I A , tem-se, V A = Z 1 I A + I 0 ( Z 0  Z1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
(Z  Z 1 ) Z
Sendo a corrente no relé , I RELÉ = I A + 0 I 0 + OM I ' 0 ,
Z1 Z1

VA Z1 I A + I 0 ( Z 0  Z 1 ) + I ' 0 Z OM + I CC Ra
Z RELÉ = =
I RELÉ (Z  Z 1 ) Z
IA + 0 I 0 + OM I ' 0
Z1 Z1

VA Z1 I A + I 0 ( Z 0  Z 1 ) + I ' 0 Z OM I CC Ra
Z RELÉ = = +
I RELÉ (Z  Z 1 ) Z (Z  Z 1 ) Z
IA + 0 I 0 + OM I ' 0 I A + 0 I 0 + OM I ' 0
Z1 Z1 Z1 Z1

I CC Ra
Z RELÉ = Z 1 +
( Z  Z1 ) Z
IA + 0 I 0 + 0M I ' 0
Z1 Z1

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Pela a equação acima se verifica que com as devidas compensações de seqüência zero e de mútua, o relé
mede a própria impedância de defeito Z 1 , caso a resistência de arco seja nula.

10.8 Classes de Transformadores de Corrente

. ANSI/IEEE

B-1 corresponde a C100


Tensão Nominal:100V
Fator de Sobrecorrente: 20In
100
ZB = = 1&
5 x 20

. IEC

15VA Classe 10P 20


15VA: VA contínuo
10: Classe de precisão (10%)
P: Proteção
20: Fator de Sobrecorrente 20In

. ASA(ANSI)

10H100
10: Classe de precisão (10%)
H: Alta impedância
100: Tensão secundária
100
ZB = = 1&
5 x 20

. ABNT

B10F20C100
B: Baixa impedância
10: Classe de precisão (10%)
F20: Fator de sobrecorrente
100: Carga em VA

. ABNT

B200
B: Baixa impedância
Classe de precisão: 10%
Fator de Sobrecorrente: 20In
200: Tensão Nominal
200
ZB = = 2&
5 x 20

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10.9 Transformador de Corrente com Troca de Relação Primária

É de suma importância conhecer como é representado o transformador de corrente que tem relações
diferentes para o enrolamento primário e secundário.

Considere o transformador com as seguintes características:

Terminal Relação Classe


X1-X2 100x200x400-5 0,6B0,5 a B2,0
X1-X3 200x400x800-5 0,6B0,5 a B2,0
X1-X4 300x600x1200-5 0,6B0,5 a B2,0
Y1-Y2 100x200x400-5 C400
Y2-Y3 200x400x800-5 C400
Y1-Y3 300x600x1200-5 C400

Fig. 118 – Enrolamentos Disponíveis

. Ligação Série

Terminal Relação Classe


Y1-Y2 100-5 C100
Y2-Y3 200-5 C100
Y1-Y3 300-5 C100

Fig. 119 – Enrolamentos Ligados em Série

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. Ligação Série-Paralela

Terminal Relação Classe


Y1-Y2 200-5 C200
Y2-Y3 400-5 C200
Y1-Y3 600-5 C200

Fig. 120 – Enrolamentos Ligados em Série-Paralela

. Ligação Paralela

Terminal Relação Classe


Y1-Y2 400-5 C400
Y2-Y3 800-5 C400
Y1-Y3 1200-5 C400
Fig. 121 – Enrolamentos Ligados em Paralelo

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10.10 Nomenclatura ASA (América Standard Association - NEMA)

1.– Elemento Principal


2 – Relé de Partida ou Fechamento Temporizado
3 – Relé de Verificação ou Interbloqueio
4 – Contactor Principal
5 – Dispositivo de Interrupção
6 – Dispositivo de Partida
7 – Disjuntor de Anodo
8 – Dispositivo de Desconexão da Energia de Controle
9 – Dispositivo de Reversão
10 – Chave de Seqüência das Unidades
11 – Reserva
12 – Dispositivo de Sobrevelocidade
13 – Dispositivo de Rotação Síncrona
14 – Dispositivo de Subvelocidade
15 – Dispositivo de Ajuste ou Comparação de Velocidade ou Freqüência
16 – Reserva
17 – Chave Derivada ou de Descarga
18 – Dispositivo de Aceleração ou Desaceleração
19 – Contactor de Transição Partida-Marcha
20 – Válvula Operada Eletricamente
21 – Relé de Distância
22 – Disjuntor Equalizador
23 – Dispositivo de Controle de Temperatura
24 – Reserva
25 – Dispositivo de Sincronização ou de Conferência de Sincronismo
26 – Dispositivo Térmico de Equipamento
27 – Relé de Subtensão
28 – Reserva
29 – Contactor de Isolamento
30 – Relé Anunciador
31 – Dispositivo de Excitação em Separado
32 – Relé Direcional de Potência
33 – Chave de Posicionamento
34 – Chave de Seqüência, Operada por Motor
35 – Dispositivo para Operação das Escovas ou para Curto-circuitar os Anéis de Coletor
36 – Dispositivo de Polaridade
37 – Relé de Subcorrente ou Subpotência
38 – Dispositivo de Proteção de Mancal
39 – Reserva
40 – Relé de Campo
41 – Disjuntor ou Chave de Campo
42 – Disjuntor ou Chave de Operação Normal
43 – Dispositivo ou Seletor de Transferência Manual
44 – Relé de Seqüência de Partida das Unidades
45 – Reserva
46 – Relé de Reversão ou Balanceamento de Corrente de Fase
47 – Relé de Seqüência de Fase de Tensão

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48 – Relé de Seqüência Incompleta
49 – Relé Térmico para Máquina ou Transformador
50 – Relé de Sobrecorrente Instantâneo
51 – Relé de Sobrecorrente Temporizado CA
52 – Disjuntor de Corrente Alternada
53 – Relé para Excitatriz ou Gerador CC
54 – Disjuntor de Corrente Contínua, Alta Velocidade
55 – Relé de Fator de Potência
56 – Relé de Aplicação de Campo
57 – Dispositivo para Aterramento ou Curto-circuito
58 – Relé de Falha de Retificação
59 – Relé de Sobretensão
60 – Relé de Balanço de Tensão
61 – Relé de Balanço de Corrente
62 – Relé de Interrupção ou Abertura Temporizada
63 – Relé de Pressão de Nível ou de Fluxo, de Líquido ou Gás
64 – Relé de Proteção de Terra
65 – Regulador
66 – Dispositivo de Intercalação ou Escapamento de Operação
67 – Relé Direcional de Sobrecorrente CA
68 – Relé de Bloqueio
69 – Dispositivo de Bloqueio Permissivo
70 – Reostato Eletricamente Operado
71 - Reserva
72 – Disjuntor de Corrente Contínua
73 – Contactor de Resistência de Carga
74 – Relé de Alarme
75 – Mecanismo de Mudança de Posição
76 – Relé de Sobrecorrente CC
77 – Transmissor de Impulso
78 – Relé de Medição de Ângulo de Fase, ou de Proteção contra Falta de Sincronismo
79 – Relé de Religamento
80 – Reserva
81 – Relé de Freqüência
82 – Relé de Religamento CC
83 – Relé de Seleção de Controle ou de Transferência Automática
84 – Mecanismo de Operação
85 – Relé de Receptor de Onda Portadora ou Fio Piloto
86 – Relé de Bloqueio
87 – Relé de Proteção Diferencial
88 – Motor Auxiliar ou Motor Gerador
89 – Chave Seccionadora
90 – Dispositivo de Regulação
91 – Relé Direcional de Tensão
92 – Relé Direcional de Tensão e Potência
93 – Contactor de Variação de Campo
94 – Relé de Desligamento ou de Disparo Livre
95 a 99 – Usados para Aplicação Específica

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10.11 Referencias Bibliográficas

[1] Westinghouse - Aplied Protective Relaying


[2] Ziegler, Gerhard - Numerical Distance Protection
[3] Ziegler, Gerhard - Numerical Differential Protection – Principles and Applications
[4] ALSTOM - Numerical Distance Protection – P442 – Technical Manual
[5] ALSTOM - Feeder Management Relay – P142 – Technical Manual
[6] Siemens - Distributed Busbar/Circuit Breaker Failure Protection - Operation Manual
[7] Siemens - Numerical Differential Protection Relay – Instruction Manual
[8] Westinghouse - Overcurrent Relays Types CO-8 and COH
[9] Pextron - Relé de Sobrecorrente - URP 2402 – Manual de Operação
[10] General Electric - Time Overcurrent Relays with Voltage Restraint – IJCV
[11] ALSTOM - Relé de Proteção Diferencial de Transformador – KBCH
[12] Siemens - Static Transformer Overall Differential Relays – 7UT51
[13] Siemens - Static Single Phase Inverse Time Overcurrent Relays – 7SK88
[14] The Electricity Council – “Power System Protection”.
[15] Siemens – Matching Transformer 4AM51 – Operation Instruction
[16] Siemens – Fault Power Quality Recorder P600 - Operation Instruction
[17] Van Craenenbroeck, T – Bifurcation Analysis of Three-Phase Ferroresonant Oscillations in
Ungrounded Power Systems – IEEE
[18] Janssen, N – Direct Calculation of the Stabylity Domains of Three-Phase Ferroresonance in
Isolated Neutral with Grounded-Neutral Voltage Transformers - IEEE

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O Autor

. Exerceu a função de Técnico em Eletrotécnica durante oito anos na área de proteção executando
manutenção nos esquemas e dispositivos de proteção além da participação em comissionamentos com
testes funcionais, de grandezas elétricas e de características dos relés.

. Exerceu a função de Engenheiro durante sete anos na área de projeto de MPPC fazendo
pré-operacional dos projetos executivos incluindo análise de projeto, adequações, melhorias e
comissionamentos.

. Atualmente exerce a função de Engenheiro na área de Estudo de Graduação da Proteção e Filosofia da


Proteção com participação em comissionamentos de projetos convencionais e digitais, além de teste com
Simulação Real (RTDS) na Alstom/UK e GE/CAN.

. Menção honrosa com o melhor trabalho do Grupo de Proteção, Medição e Controle em Sistemas de
Potência - GPC, no XIX SNPTEE, intitulado “Proteção de Barra de 230kV por Comparação Direcional –
Economizando 100 Milhões de Reais”.

. Graduado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica de Pernambuco em 1986.

. Realizou o curso de extensão Tecnologia de Controle e Proteção em Sistemas Elétricos de Potência em


1999 na Universidade Federal de Pernambuco.

. Instrutor do curso de Proteção de Sistemas de Potência a mais de cinco anos com a aplicação da
experiência vivida na área de estudo, projeto e manutenção.

. Sou casado, tenho três filhos e dois netos, além de ser escritor e poeta.

. Atualmente trabalho na Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF, na Divisão de Estudo de


Graduação e Análise da Proteção.

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