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REATOR EM DERIVAÇÃO

MONOFÁSICO TIPO SMO-NN AREVA


REATOR EM DERIVAÇÃO SMO-NN AREVA

1- OBJETIVO

Estabelecer procedimentos e periodicidade para realização da manutenção preventiva dos


reatores em derivação monofásico do tipo SMO-NN da marca AREVA.

2- ASPECTOS GERAIS DO PROJETO

Os reatores em derivação SMO-NN estão localizados no vão A bay Z e vão C bay Z. No vão A,
existem três unidades monofásicas de 72,6 MVAr compondo o banco trifásico. Já no vão C
existem quatro unidades monofásicas de 72,6 MVAr cada, sendo três unidades compondo o
banco trifásico e mais uma unidade reserva. Esta unidade reserva substitui, em caso de
necessidade, qualquer um dos reatores do próprio vão C, ou ainda, qualquer um dos reatores
do vão A (reatores Areva) e vão B (reatores ABB). Os diagramas unifilares simplificados dos
vãos A e C estão representados nas figuras 01 e 02 abaixo:

Figura 01 – Vão A Bay Z

Figura 02 – Vão C Bay Z

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Os bancos de reatores AÇRE7-02 e AÇRE7-06 têm função de inserir reativos indutivos no
sistema e assim compensar o alto efeito capacitivo das linhas de transmissão. Este efeito
capacitivo provoca o aparecimento de tensões anormais quando é realizada a interrupção ou
inserção de carga e também, provoca o aumento do nível de tensão nos momentos de baixa
demanda. Desta forma, o controle de tensão é realizado com a inserção ou não destes bancos
de reatores.

3- DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO EQUIPAMENTO

As figuras 03, 04 e 05 a seguir mostram as vistas frontal, lateral direita, lateral esquerda,
traseira, superior e isométrica do reator e apresentam as principais partes constituintes do
equipamento, bem como suas dimensões externas.

A legenda abaixo descreve a numeração apresentada nas figuras.

Número Descrição
1 Bucha de linha – H1
2 Bucha de neutro – H0
3 Indicador de nível longitudinal
4 Radiador
5 Relé Buchholz ETI DN50 (2”)
6 Secador de ar – sílica gel KS 5kg
7 Placa Areva
8 Válvula de segurança Qualitrol
9 Cubículo individual
10 Olhais de ancoragem
11 Terminal de aterramento
12 Conector aterramento
13 Apoio para macacos
14 Aterramento núcleo
15 Alojamento indicador de temperatura do enrolamento
16 Alojamento reserva para termômetro de controle
17 Monitor de temperatura do óleo e imagem térmica
18 Alojamento do monitor de temperatura
19 Conservador
20 Caixa de terminais para TC linha
21 Caixa de terminais para TC neutro
22 Ganchos de içamento
23 Placa de identificação
24 Placa diagramática
25 Válvula borboleta aço 80 (WUP 80) radiador tanque
26 Válvula borboleta aço (RU-502) para relé Buchholz

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27 Válvula esf. Inox DN15 p/ vácuo
28 Válvula esf. Inox DN40 filtro prensa e conexão para o equip. de ar seco
29 Válvula esf. Inox DN 15 p/ mostra inferior de óleo
30 Válvula esf. Inox DN 50 p/ drenagem do óleo do tanque
31 Válvula esf. Inox DN 40 p/ by-pass entre conservador e bolsa
32 Abertura Ø450 para inspeção da parte ativa
33 Válvula inox DN 40 – drenagem óleo conservador
34 Abertura Ø300 para inspeção – neutro
35 Abertura Ø450 para inspeção da parte ativa
36 Abertura Ø630 para inspeção da parte ativa
37 Abertura de inspeção do conservador
Tabela 01 – Legenda das figuras 03, 04 e 05

Figura 03 – Vistas frontal e lateral direita

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Figura 04 – Vistas traseira e lateral esquerda

Figura 05 – Vistas superior e isométrica

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4- CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO EQUIPAMENTO

As principais características técnicas dos reatores SMO-NN são apresentadas a seguir.

Característica Valor
Fabricante AREVA
Tipo/Modelo SMO-NN
111.471
Número de Série Vão A: 5/4/3 ABV
Vão C: 6/7/2/1 ABVR
Ano de fabricação 2008
Método de resfriamento ONAN
Tipo de óleo Naftênico tipo “A”
Tensão nominal 550/√3 kV (eficaz)
Freqüência nominal 60 Hz
Potência nominal 72,6 MVAr
Impedância à 75°C, 60 Hz, em 550/√3 kV Aprox. 1390Ω
Limites de elevação de temperatura
Topo do óleo 55°C
Enrolamento médio 55°C
Ponto mais quente 65°C
Nível de ruído 83dB
Níveis de isolamento do enrolamento
Tensão nominal (linha) 550 kV
Tensão nominal (neutro) 72,5 kV
Impulso atmosférico (linha) 1550 kV (crista)
Impulso atmosférico (neutro) 350 kV (crista)
Impulso de manobra (linha) 1300 kV (crista)
Tensão aplicada à freqüência industrial (linha) 140 kV (eficaz)
Tensão aplicada à freqüência industrial (neutro) 140 kV (eficaz)
Níveis de isolamento das buchas
Tensão nominal (linha) 550 kV
Tensão nominal (neutro) 123 kV
Impulso atmosférico (linha) 1800 kV (crista)
Impulso atmosférico (neutro) 450 kV (crista)
Impulso de manobra (linha) 1300 kV (crista)
Massa da parte ativa 27000 kg
Massa do tanque e acessórios 19400 kg
Massa do óleo 15500 kg
Voluma do óleo 17400 l
Massa para transporte sem óleo 33000 kg
Massa total do reator 61900 kg

Tabela 02 – Características técnicas

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5- MANUTENÇÃO

Periodicidade Ações

1) Termovisão
SEMESTRAL
2) Coleta de óleo para análise gascromatográfica

1) Coleta de óleo para análise gascromatográfica, físico-química e


teor de furfural
ANUAL
2) Medição de vibração e ruído no tanque principal

1) Inspeção completa
1.1) Buchas
1.2) Relé detetor de gás
1.3) TCs de bucha
1.4) Termômetro de óleo e enrolamento
1.5) Inspeção final

2) Ensaios funcionais
QUINQUENAL 2.1) Relé de gás
2.2) Válvula de alívio de pressão
2.3) Indicador de nível de óleo
2.4) Termômetro do óleo
2.5) Termômetro do enrolamento – Imagem térmica

3) Ensaios elétricos
3.1) Fator de potência e capacitância das buchas
3.2) Fator de potência dos enrolamentos

Tabela 03 – Periodicidade da manutenção

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5.1 Manutenção Semestral

5.1.1 Termovisão

Semestralmente deve ser realizada por termovisão, a medição de temperatura do topo, meio
e base do tanque principal.

A NBR 5119 (Reator para sistemas de potência - Especificação) determina os limites de


elevação de temperatura do enrolamento, do óleo e das partes metálicas. A tabela 04
apresenta estes limites.

Tabela 04 – Limites de elevação de temperatura

Com relação ao óleo e ao enrolamento, o fabricante determina que o limite de elevação de


temperatura deve ser de 55°C. Essas temperaturas podem ser verificadas no monitor de
temperatura localizado no cubículo individual do reator.

O termovisor utilizado na SE Açailândia é o InfraREM – SC280. A figura 06 mostra o


equipamento e um exemplo de medição de temperatura do tanque principal.

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Figura 06 – InfraREM – SC280 e temperatura do reator

5.1.2 Coleta de óleo para análise gascromatográfica

5.1.2.1 Introdução

Efetuar coleta de óleo para análise gascromatográfica (1 seringa) e enviar para laboratório
competente para que profissionais especializados possam analisá-la. O resultado deve ser
atentamente observado pela equipe de manutenção da SE Açailândia e comparado com
resultados anteriores, para que se acompanhe a possível deterioração do óleo.

O óleo mineral isolante gera gases durante o processo de envelhecimento normal, sendo essa
geração acentuada quando ocorrem falhas no equipamento elétrico. A análise cromatográfica
tem como objetivo determinar a composição dessa mistura de gases que normalmente se
dissolve no óleo isolante. As falhas incipientes, ou seja, do início, usualmente levam a baixas
concentrações de gases e, portanto, o acompanhamento por meio de análises periódicas pode
evitar danos mais sérios ao equipamento elétrico. Os gases que devem ser analisados, de
acordo com a NBR 7070 são hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, metano, monóxido de carbono,
dióxido de carbono, etileno, etano e acetileno.

A análise da concentração destes gases permite correlacionar o gás “chave”, ou seja, o gás
com maior concentração, ao tipo de falha.

A tabela 04 apresenta de forma resumida a correlação dos gases chave com as falhas.

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A NBR 7070 não apresenta valores limites. Geralmente, a avaliação é feita com base nos dados
históricos do equipamento.

Gases Chave Tipo de Falha Dielétrico


Acetileno (C₂H₂) Arco
Hidrogênio (H₂)
Descargas parciais Óleo
Metano (CH₄)
Etileno (C₂H₄) Superaquecimento
Hidrogênio (H₂)
Descargas parciais
Monóxido de carbono (CO)
Papel
Monóxido de carbono (CO)
Superaquecimento
Dióxido de carbono (CO₂)
Hidrogênio (H₂) Eletrólise Óleo (com umidade)
Tabela 04 – Gases chave e tipos de falha

5.1.2.2 Material utilizado

O material necessário para a execução desta atividade é listado na tabela 05 abaixo.

Item Material
01 Dispositivo para retirada de amostra de óleo
02 Seringa de 50 ml
03 Mangueira
04 Balde
05 Pano para limpeza
06 Caixa de ferramentas
Tabela 05 – Materiais

5.1.2.3 Procedimento

O procedimento para retirar amostra de óleo do reator para realização da análise


gascromatográfica é descrito a seguir.

1) Abrir a seringa e retirar o êmbolo com o cuidado para não quebrar.

2) Lubrificar o êmbolo com o óleo a ser coletado e recolocá-lo na seringa, evitando o


travamento da mesma.

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3) Fechar a seringa.

4) Conectar a mangueira na seringa.

5) Abrir a válvula do reator lentamente.

6) Abrir a válvula da seringa, deixando que o óleo atinja a marca de 50ml.

7) Fechar a seringa e a válvula do reator.

8) Desconectar a mangueira.

9) Colocar a seringa na posição vertical por alguns minutos para que as bolhas de ar que
eventualmente tenham entrado subam para a parte superior da seringa.

10) Retirar as bolhas, abrindo a seringa e pressionando o êmbolo, tomando o cuidado de


segurar o êmbolo para que este não escorregue. Deixar aproximadamente 45ml de óleo na
seringa e fechar a válvula da mesma.

11) Limpar a seringa e colocar na caixa juntamente com a etiqueta de identificação preenchida
com os dados do reator.

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5.2 Manutenção Anual

5.2.1 Coleta de óleo para análise gascromatográfica, físico-química e teor de furfural

5.2.1.1 Introdução

Anualmente deve ser coletado óleo para, além da análise gascromatográfica (periodicidade
semestral), realizar a análise físico-química e teor de furfural.

As amostras de óleo (1 seringa para análise de cromatografia gasosa e 1 frasco para a análise
físico-química, para cada unidade monofásica) devem ser enviados para laboratório
competente para que profissionais especializados possam analisá-las.

Os resultados devem ser atentamente observados pela equipe de manutenção da SE


Açailândia. Deve ser verificado se os valores encontrados estão de acordo com os valores de
referência e também, comparados com resultados anteriores, para que se acompanhe a
evolução de cada propriedade do óleo isolante.

Através da análise físico-química é possível controlar a qualidade do óleo isolante.

O óleo em serviço está continuamente deteriorando-se devido às reações de oxidação, que


podem ser aceleradas pela presença de compostos metálicos, oxigênio, alto teor de água e
calor excessivo. Como conseqüências podem ocorrer mudanças na cor do óleo, formação de
compostos ácidos e, num estágio mais avançado da oxidação, precipitação de borra. Desta
forma, criam-se condições para que o óleo passe a atacar o papel isolante (celulose). Quanto
menos oxidado estiver o óleo isolante, mais lento será o processo degenerativo do papel
isolante.

A tabela 06 abaixo apresenta os principais ensaios realizados, seus significados e seus valores
de referência (adotados pelo laboratório LACTEC do Departamento de Tecnologia em
Materiais do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, para onde são enviadas as
amostras de óleo isolante dos reatores da SE Açailândia).

Ensaio Descrição Referência


É a medida total dos compostos ácidos
presentes no óleo, normalmente produtos da
Índice de neutralização Máx. 0,15 mg KOH/g
oxidação. Os ácidos aceleram a degeneração
do óleo isolante.
Ensaio empregado para determinar a
concentração de água dissolvida no óleo. Sua
presença, invariavelmente, provoca queda da
Teor de água Máx. 35 ppm
rigidez dielétrica, deterioração do óleo e em
níveis maiores, pode ocorrer a impregnação
do papel isolante.

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É a razão entre massa específica do óleo e a
sua massa específica na água, medida a 20°C.
Densidade a 20°C A densidade não é um parâmetro para medir --------------------------
a qualidade do óleo, mas pode ser usado para
verificação de mudanças marcantes no óleo.
É a medida da perda dielétrica ou corrente de
fuga através do óleo e, conseqüentemente, a
medida da sua contaminação ou
Fator de potência Máx. 15% a 100°C
degeneração. Um alto valor indica a presença
de contaminantes ou produtos de
deterioração, tais como água, oxidação, etc.
Ensaio usado para avaliar a capacidade do
óleo isolante de suportar tensões elétricas
sem falhar. Quanto mais puro estiver o óleo,
Rigidez dielétrica Mín. 30 kV
maior será a sua rigidez dielétrica. Baixos
valores indicam a presença de agentes
contaminantes.
Este ensaio mede a força de atração
molecular entre o óleo e a água. A presença
Tensão interfacial Mín. 18 dina/cm
de certos contaminantes provoca uma
diminuição do valor da tensão interfacial.
O furfuraldeído é considerado o principal
composto da decomposição do papel
Teor de furfuraldeído isolante. Este ensaio permite estimar o grau --------------------------
de polimerização do papel, e prever o fim de
sua vida útil.
Tabela 06 – Ensaios físico-químicos

5.2.1.2 Material utilizado

O material necessário para a execução da coleta de óleo é listado na tabela 07 abaixo.

Item Material
01 Dispositivo para retirada de amostra de óleo
02 Seringa de 50 ml
03 Frasco de 1 litro
04 Mangueira
05 Balde
06 Pano para limpeza
07 Caixa de ferramentas
Tabela 07 – Materiais

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5.2.1.3 Procedimento

O procedimento para retirar amostra de óleo do reator (1 seringa) para realização da análise
gascromatográfica foi descrito anteriormente.

O procedimento para retirar amostra de óleo (1 frasco) para realização da análise físico-
química é apresentado a seguir.

1) Abrir lentamente a válvula do reator.

2) Deixar escorrer aproximadamente 2 litros de óleo isolante pela mangueira da válvula


inferior do reator.

3) Abrir o frasco somente no momento da coleta, evitando a contaminação por poeira,


umidade, etc.

4) Colocar a mangueira na boca do frasco, evitando que este toque nas bordas para evitar
contaminação.

5) Encher o frasco, deixando no máximo 2 cm de ar até a tampa.

6) Fechar o frasco.

7) Fechar a válvula do reator.

8) Colocar o plástico por fora da tampa e amarrar a etiqueta de identificação com os dados do
equipamento no frasco.

IMPORTANTE:

A coleta deverá ser realizada quando a umidade relativa do ar estiver abaixo de 70%.
Os frascos devem estar limpos e secos, próprios para a coleta. Os mesmos não devem
ser enxaguados com nenhum solvente e nem com o óleo a ser coletado.

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5.2.2 Medição de vibração e ruído no tanque principal

Anualmente deve ser realizada a medição de vibração e ruído no tanque principal do reator. O
elevado nível de vibração pode comprometer a vida útil do equipamento ou integridade da
estrutura e ruídos anormais podem sugerir a iminência de uma falha mais grave visto que
podem ter origem na falta de estabilidade mecânica da parte ativa.

A vibração estrutural tem origem no núcleo, que é excitado principalmente por forças de
magnetoestricção e por forças de atração e repulsão magnética.

As perdas no núcleo (correntes parasitas, histerese e efeito joule) apresentam-se sob a forma
de calor, ruídos audíveis e vibrações mecânicas. Estas vibrações são agravadas pelo efeito da
magnetoestricção que deforma as estruturas cristalinas dos materiais que compõem o núcleo
magnético causando vibração com o dobro da freqüência da corrente.

As lâminas que constituem o núcleo magnético são susceptíveis aos efeitos das ondas
vibrantes, assim como as espiras que compõem os enrolamentos são susceptíveis a influência
das vibrações de origens magnéticas e mecânicas.

A vibração é transmitida ao resto da carcaça e aos subsistemas a ela fixados, já que estes
possuem uma elevada densidade modal devido a sua construção física e suas características
geométricas, o que os tornam fontes de ruídos altamente eficazes.

É possível concluir que os ruídos originados nos reatores podem ser classificados em dois
grupos interdependentes: os de origem eletromagnética oriundos da freqüência principal e
suas harmônicas pares, e os de origem mecânica, como conseqüência das vibrações
(provocadas pelo eletromagnetismo) dos componentes da parte ativa.

A importância e a motivação de se realizar esta medição se devem à necessidade de se


conhecer o espectro de sinais decorrentes das vibrações e ruídos, para avaliar a sua
degradação ao longo do tempo ou uma possível mudança repentina de espectro, fornecendo
subsídios para decisões de manutenção preventiva e preditiva.

Segundo a NBR 5119 (Reator para sistemas de potência – Especificação), “O fabricante


deverá garantir o valor máximo das amplitudes de vibração. O valor médio poderá ser
garantido pelo fabricante, com uma tolerância a ser fixada entre fabricante e comprador. O
ensaio deverá ser realizado de acordo com a NBR 5168”.

A tabela de características garantidas do reator apresentado na especificação técnica do


equipamento determina que o nível de ruído é 83 dB. A NBR 5119 estabelece que o nível de
ruído produzido pelo reator não deve exceder este nível especificado.

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5.3 Manutenção qüinqüenal

A cada cinco anos é recomendada a realização de uma manutenção mais criteriosa,


oportunidade que será realizada uma inspeção completa no equipamento, realização de
ensaios funcionais e elétricos.

Deve ser realizado um planejamento prévio, onde será analisado o relatório da última
manutenção, resultados dos ensaios elétricos de comissionamento, além de relacionar
materiais, ferramentas e equipamentos e avaliar in loco as atividades a serem realizadas no
equipamento.

Após a execução da manutenção, deve ser realizada a análise dos ensaios e inspeções.

A tabela 08 apresenta o Hxh necessário para a realização destas atividades, baseado no


programa de manutenção da Eletronorte.

Planejamento Execução Análise


02 X 04:00 Hxh 04 X 06:00 Hxh 02 X 04:00 Hxh
Tabela 08 – Recursos humanos utilizados

É importante informar que esta manutenção necessita do desligamento do equipamento e,


desta forma, a função remunerada de compensação de reativos será afetada.

O material necessário para a execução desta manutenção é apresentado na tabela 09 a seguir.

Ferramentas Instrumentos/Equipamentos Materiais


Graxa, óleo isolante,
Caixa de ferramentas e
pincel, trapo, álcool,
ferramentas específicas
Termohigrômetro, termômetro anticorrosivo, morim, fita
para execução do serviço;
digital, multímetros, CPC 100 + CP veda-rosca, fita isolante,
Maleta de ferramentas
TD1. fita de auto-fusão, fita
completa para técnicos
crepe, lixa, massa de
proteção e controle.
calafetar.
Tabela 09 – Recursos materiais

A seguir é descrito cada uma das atividades da manutenção qüinqüenal.

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5.3.1 Inspeção Completa

5.3.1.1 Buchas

Efetuar limpeza geral das porcelanas.

Verificar as condições de aterramento dos taps capacitivos.

Verificar as condições de fixação das buchas e canecos.

Verificar e ajustar os centelhadores.

Verificar o estado das juntas de vedação.

Verificar se as buchas não estão sendo submetidas a esforços excessivos, impostos


pelos cabos ou barramentos.

Executar limpeza geral e verificar o estado de conservação das borrachas de proteção


das conexões das buchas aos barramentos.

5.3.1.2 Relé detetor de gás

Realizar verificação funcional, isolação da fiação, estado dos contatos de mercúrio e


bóia, verificar estado do micro-switch.

Limpeza e verificação geral do estado de conservação.

Verificar o estado dos terminais, fixação, conexões e identificação dos


terminais/fiação.

Verificar a inexistência de gás. Caso contrário, proceder conforme ITM/043


(Eletronorte).

5.3.1.3 TCs de bucha

Limpeza e verificação do estado dos terminais, buchas, fiações, conexões e


identificações dos secundários.

Verificar a inexistência de penetração de umidade pelas juntas de vedação.

Verificar a inexistência de vazamento de óleo na bucha de neutro.

5.3.1.4 Termômetro de óleo e enrolamento

Verificação do óleo das bolsas das sondas.

Verificar a fiação e o estado do tubo capilar, verificação funcional.

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5.3.1.5 Inspeção final

Verificação do estado das conexões primárias, de neutro, de aterramento, conexões


mecânicas e aterramento do tap capacitivo.

Verificar se foram refeitas todas as conexões de comando, controle e proteção.

Verificar a correta montagem das tampas das caixas de proteção das buchas.

Verificar a correta instalação dos invólucros das buchas.

Verificar se estão abertos os registros dos radiadores, da tubulação do relé de gás e do


trocador de calor.

Verificar a inexistência de objetos estranhos (ferramentas, instrumentos, etc.), e


limpeza da área.

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5.3.2 Ensaios funcionais

5.3.2.1 Relé de gás

5.3.2.1.1 Introdução

Devem ser realizados ensaios de funcionamento e operação dos contatos, conforme ITM/042
(Eletronorte).

O princípio de funcionamento do relé de gás tipo Buchholz baseia-se no acúmulo de gases ou


fluxo anormal de óleo entre tanque e conservador.

Descargas internas ou sobreaquecimentos normalmente resultam na geração de gases,


causado pela decomposição de materiais isolantes (óleo, papel, madeira, etc.).

Os gases são coletados pela câmara do relé, que força uma bóia a deslocar-se e, ao atingir um
volume pré-ajustado, fecha os contatos de sinalização. Caso mais gases continuem a ser
coletados pela câmara, o nível de óleo abaixará até que estes escapem para o conservador.

Se ocorrer uma falha maior no equipamento e o fluxo de óleo para o conservador atingir
velocidades maiores que o valor pré-ajustado, a outra bóia desloca-se fechando os contatos de
desligamento.

O relé de gás também opera se por algum motivo o nível de óleo do conservador baixar além
do nível do relé de gás.

5.3.2.1.2 Procedimento

O ensaio de funcionamento e operação dos contatos consiste em manobrar manualmente o


dispositivo de teste do relé Buchholz fazendo com que atuem os contatos de alarme e
desligamento e, verificar, com o auxílio de um multímetro, a atuação dos respectivos contatos
na régua de bornes dos dispositivos de proteção e supervisão do cubículo individual.

1) Manobrar manualmente o dispositivo de teste fazendo com que atue os contatos de alarme
c e d. Verificar, com o auxílio de um multímetro sobre os bornes X1.13 (Buchholz: alarme por
acumulação de gases) e X1.3 (comum), a devida atuação do relé.

2) Manobrar manualmente o dispositivo de teste fazendo com que atue os contatos de


desligamento a e b. Verificar, com o auxílio de um multímetro sobre os bornes X1.33
(Buchholz: elevação súbita de pressão) e X1.23 (comum), a devida atuação do relé.

A figura 07 mostra esquematicamente a régua de bornes dos dispositivos de proteção e


supervisão do cubículo individual onde estão localizados os contatos do relé Buchholz.

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Figura 07 – Dispositivos de proteção e supervisão (relé de gás)

5.3.2.2 Válvula de alívio de pressão

5.3.2.2.1 Introdução

Deve ser realizado teste funcional na válvula de alívio de pressão e verificado o estado geral da
fiação e do micro-switch.

Descargas ou curto-circuitos internos que ocorrem em reatores imersos em óleo isolante são
normalmente acompanhados por um rápido aumento de pressão no tanque, devido à
formação de gases pela decomposição e evaporação do óleo isolante. A válvula de alívio de
pressão é uma válvula de abertura rápida que permite o alívio da pressão interna através da
saída dos gases e parte do óleo e, desta forma, evita a danificação da estrutura do tanque do
reator.

5.3.2.2.2 Procedimento

O ensaio de funcionamento da válvula de alívio de pressão consiste em manobrar


manualmente o micro-switch fazendo com que atuem os contatos de alarme e desligamento
e, verificar, com o auxílio de um multímetro, a atuação dos respectivos contatos.

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A figura 08 mostra esquematicamente a régua de bornes dos dispositivos de proteção e
supervisão do cubículo individual onde estão localizados os contatos de alarme (X1.15 e X1.5)
e desligamento (X1.34 e X1.24) da válvula de alívio de pressão.

Figura 08 – Dispositivos de supervisão e proteção (válvula de alívio de pressão)

5.3.2.3 Indicador de nível de óleo

Deve ser realizado ensaio de funcionamento e operação dos contatos, conforme ITM/051
(Eletronorte).

O ensaio consiste em movimentar manualmente a indicação do nível de óleo até o valor-limite


e verificar, com o auxílio de um multímetro sobre os bornes X1.14 (alarme por nível mínimo de
óleo) e X1.4 (comum), a devida atuação dos contatos 2 e 3 do indicador magnético de nível de
óleo.

A figura 09 mostra esquematicamente a régua de bornes dos dispositivos de proteção e


supervisão do cubículo individual onde estão localizados os contatos de alarme (X1.14 e X1.4)
por nível mínimo de óleo.

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Figura 09 – Dispositivos de proteção e supervisão (indicador de nível de óleo)

5.3.2.4 Termômetro do óleo

Deve ser realizada aferição do termômetro com a verificação do funcionamento e operação


dos contatos.

1) Aquecer certa quantidade de óleo (com o termômetro do óleo imerso) utilizando uma
resistência.

2) Monitorar, com um outro termômetro, a evolução da temperatura do óleo.

3) Verificar, com o auxílio de um multímetro sobre os bornes X1.11 e X1.1 da régua de bornes
X1 do cubículo individual do reator, a correta sinalização de alarme por temperatura do óleo a
85°C.

4) Verificar, com o auxílio de um multímetro sobre os bornes X1.31 e X1.21 da régua de


bornes X1 do cubículo individual do reator, a correta atuação do monitor de temperatura
indicando desligamento por temperatura do óleo a 95°C.

A figura 10 mostra esquematicamente a régua de bornes dos dispositivos de proteção e


supervisão do cubículo individual onde estão localizados os contatos de alarme e desligamento
por elevação de temperatura do óleo.

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Figura 10 – Dispositivos de proteção e supervisão (Temperatura do óleo)

5.3.2.5 Termômetro do enrolamento – Imagem térmica

Deve ser realizada aferição do termômetro com a verificação do funcionamento e operação


dos contatos.

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5.3.3 Ensaios elétricos

5.3.3.1 Ensaio de fator de potência e capacitância das buchas

5.3.3.1.1 Introdução

Devem ser realizados ensaios de fator de potência e capacitância, conforme ITM/048


(Eletronorte).

A vida útil de um equipamento pode ser considerada como a vida útil de seu sistema isolante.
Quando ocorre a deterioração (por agentes químicos, térmicos e físicos) das substâncias que
compõem esse sistema isolante, ocorre o aumento da corrente de fuga, que por sua vez, eleva
o fator de potência e o fator de dissipação.

Testes de perdas dielétricas têm sido estabelecidos como um importante método de


diagnóstico de sistemas isolantes e estes testes podem detectar falhas na isolação,
envelhecimento da isolação, contaminação por água ou partículas no isolamento líquido ou
sólido, descargas parciais.

O ensaio de fator de potência e capacitância das buchas será realizado com a utilização do
sistema de teste multifuncional CPC 100 da OMICRON, com a adição do módulo CP TD1.

5.3.3.1.2 Teoria FP e FD

Figura 11 – Gráfico FD e FP

- 23 -
Um sistema de isolação ideal, ligado a uma fonte de corrente alternada, será percorrido por
uma corrente Ic exatamente adiantada de 90° em relação à tensão aplicada. Para um
isolamento real com perdas dielétricas, este ângulo é de menos de 90° já que surge uma
corrente Ir em fase com a tensão aplicada.

A corrente total It (soma vetorial de Ir e Ic) forma, com a tensão aplicada U₀, o ângulo de fase
. Em condições ideais teríamos Ir nula e, portanto, =90°

Na prática, como Ir não é nula, o ângulo é menor que 90°. O coseno deste ângulo é definido
como o fator de potência do isolamento e é dada pela expressão (1):

FP = cos = Ir/It (1)

Quanto maior o valor de Ir, menor será o ângulo e maior o valor do fator de potência. A
corrente It forma com Ic o ângulo δ. A tangente do ângulo δ é definida como fator de
dissipação ou fator de perdas do isolamento e é dado pela expressão (2):

FD = tg δ = Ir/Ic = R/Xc (2)

Além de verificar a qualidade da isolação, o fator de potência e o fator de dissipação


permitirão, ainda, o acompanhamento do desempenho de um equipamento durante a sua
vida útil, através das variações ocorridas em sua isolação.

Pode-se considerar que os valores dos fatores de potência e de dissipação são iguais para
ângulos pequenos do ponto de vista trigonométrico.

5.3.3.1.3 Teoria Medição FP/FD com CPC 100 + CP TD1

A medição de capacitância (C) e fator de dissipação (FD) foi publicada pela primeira vez por
Schering em 1919 e utilizada para este fim em 1924.

A figura 12 mostra a ponte de Schering e a dedução da tg δ.

O ramo série C1 e R1 representam o objeto sob teste com perdas, C2 o capacitor de referência
sem perda. O diagrama de circuito paralelo que representa o isolamento pode ser transferido
como um equivalente direto no diagrama série em freqüências especificadas.

- 24 -
Figura 12 – Ponte de Schering

O sistema de teste CP TD1 utiliza um método semelhante ao da ponte de Schering. A principal


diferença é que o princípio de medição do CP TD1 (Figura 13) não exige o ajuste da medição de
C e DF. Cn é um capacitor de referência isolado por gás com perdas abaixo de 10E-5. Para uso
em laboratório, esses capacitores são usados regularmente para obter medições precisas, já
que a temperatura ambiente dos laboratórios normalmente varia entre 20-25°C (68 – 77 °F).
Em medições no local, no entanto, as temperaturas podem variar consideravelmente, o que
resulta em mudanças na geometria dos eletrodos.

O CP TD1 leva em consideração todos esses efeitos e os compensa eletronicamente, sendo


possível fazer medições de FD em campo abaixo de 5X10E-5. A Figura 14 mostra o diagrama de
circuito equivalente completo.

Com a CPC 100 + CP TD1 é possível fazer medições de isolamento em uma ampla faixa de
freqüências. Além da possibilidade de fazer varreduras de freqüências, as medições podem ser
feitas em freqüências diferentes da freqüência de linha e suas harmônicas. Com este princípio,
as medições também são possíveis na presença de alta interferência eletromagnética.

- 25 -
Figura 13 – Princípio de medição CP TD1

Figura 14 – Diagrama de circuito equivalente completo

- 26 -
5.3.3.1.4 Execução dos ensaios

O ensaio de medição de capacitância e fator de potência das buchas do reator será executado
em três etapas principais. A primeira consistirá na medição de C1 da bucha de alta tensão. A
segunda etapa, medição de C2 da bucha de alta tensão. E, a terceira etapa, será relativa ao
teste da bucha de neutro.

5.3.3.1.4.1 Teste da bucha de alta tensão

Como mencionado, a medição da capacitância e FP da bucha de alta tensão será executada em


duas etapas. Na primeira, conectaremos a saída de alta tensão do CP TD1 ao terminal de alta
tensão da bucha e, conectaremos o TAP capacitivo à entrada de medição IN A. Será aplicado
10kV e, nesta configuração, mediremos C1. Na segunda etapa, estas conexões serão invertidas
e será aplicado 500V e, desta forma, mediremos C2.

5.3.3.1.4.1.1 Conexões do objeto sob teste (Medição de C1)

1) Conectar adequadamente o CPC 100 e os terminais de aterramento do CP TD1 à barra de


aterramento do carrinho. Conectar a barra de aterramento ao terra. Todos os cabos de
aterramento devem ter no mínimo 6mm².

2) Conectar “ENTRADA DO CABO BOOSTER” do CP TD1 ao “CABO BOOSTER EXT” do CPC 100
com o cabo booster fornecido pela OMICRON. Através deste cabo, o CPC 100 controla a tensão
de saída do CP TD1.

3) Conectar a porta serial do CP TD1 à porta serial do CPC 100 com o cabo de dados fornecido
pela OMICRON. Através deste cabo, o software CPC 100 controla o CP TD1. E é através deste
cabo também, que a CP TD1 é alimentada.

4) Conectar TAP capacitivo à entrada de medição IN A (vermelho).

5) Conectar a saída de alta tensão do CP TD1 ao terminal de alta tensão da bucha.

A figura 15 a seguir apresenta de forma esquemática todas as conexões necessárias para a


realização da primeira etapa da medição de capacitância e fator de potência da bucha de alta
tensão.

- 27 -
Figura 15 – Conexões medição de capacitância e FP (C1)

5.3.3.1.4.1.2 Cartão de teste (Medição de C1)

Após conectar o objeto sob teste, a próxima etapa é preparar o cartão de teste. Os passos a
seguir descrevem este procedimento.

PASSO 1: Selecionar o cartão de teste Tan Delta. Este cartão pode ser acessado de CT, VT,
Transformer e Others.

- 28 -
Figura 16 – Passo 1

PASSO 2: Selecionar valores de tensão e freqüência.

Figura 17 – Passo 2

PASSO 3: Selecionar o modo de medição UST-A.

Figura 18 – Passo 3

- 29 -
PASSO 4: Se desejado, selecionar “ASSESSMENT” para avaliação automática do teste. Para tal,
deve ser inserido o valor nominal da capacitância no campo de entrada “Cref” e o valor de
referência do fator de potência no campo de entrada “Pref”.
As faixas de tolerância para a capacitância e fator de potência podem ser definidas em
“Assessment Limits” na página “Settings” (Configurações), conforme mostra a figura 20.
Também deve ser selecionado o item “Compensations” para normalizar os valores reais de
fator de potência medidos de acordo com a temperatura ambiente de 20°C.

Figura 19 – Passo 4

Figura 20 – Limites da avaliação e compensação

Se preferível, não selecionar a opção “ASSESSMENT” e, realizar a avaliação manualmente


calculando o fator de potência a 20°C e, calculando a variação do fator de potência e
capacitância em torno de seus valores de referência.

PASSO 5: Definição da medição composta. Deve ser escolhida a medição Cp, PF (cos )
(Capacitância paralela e fator de potência).

- 30 -
Figura 21 – Passo 5

PASSO 6: Selecionar a largura de banda do filtro de medição.


Se a freqüência de teste for igual à freqüência padrão (como definido em Options/ Device
Setup [Opções/Configuração de dispositivo]), a largura de banda do filtro é sempre ± 5 Hz,
independentemente do valor definido. Isso também se aplica se a opção “use default
frequency of xx.xx Hz” (usar freqüência padrão xx.xx Hz) não estiver selecionada
especificamente.
± 5 Hz significa que as interferências nas freqüências com um deslocamento de ≥ ± 5 Hz a
partir da freqüência de medição não afetarão os resultados.
Quanto menor a largura de banda do filtro, maior o tempo de medição.

Figura 22 – Passo 6

PASSO 7: Determinar o fator de média. O fator de média determina o número de medições. O


CP TD1 executa o número de medições determinadas e calcula a média dos seus resultados.
Quanto maior o fator, mais precisa a medição e mais longo o tempo de medição.

- 31 -
Figura 23 – Passo 7

PASSO 8: Pressionar o botão de partida e aguardar o resultado do ensaio que será


apresentado na parte inferior do cartão de teste.

- 32 -
5.3.3.1.4.1.3 Conexões do objeto sob teste (Medição de C2)

Considerando que os terminais de aterramento, o cabo booster e o cabo de dados


permanecem devidamente conectados, as conexões para a medição de C2 são:

1) Conectar a entrada de medição IN A (vermelho) ao terminal de alta tensão da bucha.

2) Conectar a saída de alta tensão do CP TD1 ao TAP capacitivo.

A figura 24 a seguir apresenta de forma esquemática todas as conexões necessárias para a


realização da medição de C2.

Figura 24 – Conexões medição de capacitância e FP (C2)

- 33 -
5.3.3.1.4.1.4 Cartão de teste (Medição de C2)

Após conectar o objeto sob teste, a próxima etapa é preparar o cartão de teste. Os passos a
seguir descrevem este procedimento.

PASSO 1: Selecionar o cartão de teste Tan Delta. Este cartão pode ser acessado de CT, VT,
Transformer e Others.

Figura 25 – Passo 1

PASSO 2: Selecionar valores de tensão e freqüência.

Figura 26 – Passo 2

PASSO 3: Selecionar o modo de medição GST g-A.

- 34 -
Figura 27 – Passo 3

PASSO 4: Se desejado, selecionar “ASSESSMENT” para avaliação automática do teste. Para tal,
deve ser inserido o valor nominal da capacitância no campo de entrada “Cref” e o valor de
referência do fator de potência no campo de entrada “Pref”.
As faixas de tolerância para a capacitância e fator de potência podem ser definidas em
“Assessment Limits” na página “Settings” (Configurações), conforme mostra a figura 29.
Também deve ser selecionado o item “Compensations” para normalizar os valores reais de
fator de potência medidos de acordo com a temperatura ambiente de 20°C.

Para o ensaio realizado utilizando o test tap, C2 = 1235 pF e o FP = 0,28%. Para o ensaio
utilizando o voltage tap, C2 = 15.042 pF e FP = 0,45%. Estas são informações fornecidas pelo
fabricante.

Se preferível, não selecionar a opção “ASSESSMENT” e, realizar a avaliação manualmente


calculando o fator de potência a 20°C e, calculando a variação do fator de potência e
capacitância em torno de seus valores de referência.

Figura 28 – Passo 4

- 35 -
Figura 29 – Limites da avaliação e compensação

PASSO 5: Definição da medição composta. Deve ser escolhida a medição Cp, PF (cos )
(Capacitância paralela e fator de potência).

Figura 30 – Passo 5

PASSO 6: Selecionar a largura de banda do filtro de medição.


Se a freqüência de teste for igual à freqüência padrão (como definido em Options/ Device
Setup [Opções/Configuração de dispositivo]), a largura de banda do filtro é sempre ± 5 Hz,
independentemente do valor definido. Isso também se aplica se a opção “use default
frequency of xx.xx Hz” (usar freqüência padrão xx.xx Hz) não estiver selecionada
especificamente.
± 5 Hz significa que as interferências nas freqüências com um deslocamento de ≥ ± 5 Hz a
partir da freqüência de medição não afetarão os resultados.
Quanto menor a largura de banda do filtro, maior o tempo de medição.

- 36 -
Figura 31 – Passo 6

PASSO 7: Determinar o fator de média. O fator de média determina o número de medições. O


CP TD1 executa o número de medições determinadas e calcula a média dos seus resultados.
Quanto maior o fator, mais precisa a medição e mais longo o tempo de medição.

Figura 32 – Passo 7

PASSO 8: Pressionar o botão de partida e aguardar o resultado do ensaio que será


apresentado na parte inferior do cartão de teste.

- 37 -
5.3.3.1.4.2 Teste da bucha de neutro

Será realizada a medição de capacitância C1 e fator de potência.

5.3.3.1.4.2.1 Conexões do objeto sob teste

1) Conectar adequadamente o CPC 100 e os terminais de aterramento do CP TD1 à barra de


aterramento do carrinho. Conectar a barra de aterramento ao terra. Todos os cabos de
aterramento devem ter no mínimo 6mm².

2) Conectar “ENTRADA DO CABO BOOSTER” do CP TD1 ao “CABO BOOSTER EXT” do CPC 100
com o cabo booster fornecido pela OMICRON. Através deste cabo, o CPC 100 controla a tensão
de saída do CP TD1.

3) Conectar a porta serial do CP TD1 à porta serial do CPC 100 com o cabo de dados fornecido
pela OMICRON. Através deste cabo, o software CPC 100 controla o CP TD1. E é através deste
cabo também, que a CP TD1 é alimentada.

4) Conectar TAP capacitivo à entrada de medição IN A (vermelho).

5) Conectar a saída de alta tensão do CP TD1 ao terminal da bucha.

Figura 33 – Conexões medição de capacitância e FP (C1)

- 38 -
5.3.3.1.4.2.2 Cartão de teste

Após conectar o objeto sob teste, a próxima etapa é preparar o cartão de teste. Os passos a
seguir descrevem este procedimento.

PASSO 1: Selecionar o cartão de teste Tan Delta. Este cartão pode ser acessado de CT, VT,
Transformer e Others.

Figura 34 – Passo 1

PASSO 2: Selecionar valores de tensão e freqüência.

Figura 35 – Passo 2

PASSO 3: Selecionar o modo de medição UST-A.

- 39 -
Figura 36 – Passo 3

PASSO 4: Se desejado, selecionar “ASSESSMENT” para avaliação automática do teste. Para tal,
deve ser inserido o valor nominal da capacitância no campo de entrada “Cref” e o valor de
referência do fator de potência no campo de entrada “Pref”.
As faixas de tolerância para a capacitância e fator de potência podem ser definidas em
“Assessment Limits” na página “Settings” (Configurações), conforme mostra a figura 38.
Também deve ser selecionado o item “Compensations” para normalizar os valores reais de
fator de potência medidos de acordo com a temperatura ambiente de 20°C.

Para o ensaio, C1 = 198 pF e o FP = 0,34%. Estas são informações fornecidas pelo fabricante.

Se preferível, não selecionar a opção “ASSESSMENT” e, realizar a avaliação manualmente


calculando o fator de potência a 20°C e, calculando a variação do fator de potência e
capacitância em torno de seus valores de referência.

Figura 37 – Passo 4

- 40 -
Figura 38 – Limites da avaliação e compensação

PASSO 5: Definição da medição composta. Deve ser escolhida a medição Cp, PF (cos )
(Capacitância paralela e fator de potência).

Figura 39 – Passo 5

PASSO 6: Selecionar a largura de banda do filtro de medição.


Se a freqüência de teste for igual à freqüência padrão (como definido em Options/ Device
Setup [Opções/Configuração de dispositivo]), a largura de banda do filtro é sempre ± 5 Hz,
independentemente do valor definido. Isso também se aplica se a opção “use default
frequency of xx.xx Hz” (usar freqüência padrão xx.xx Hz) não estiver selecionada
especificamente.
± 5 Hz significa que as interferências nas freqüências com um deslocamento de ≥ ± 5 Hz a
partir da freqüência de medição não afetarão os resultados.
Quanto menor a largura de banda do filtro, maior o tempo de medição.

- 41 -
Figura 40 – Passo 6

PASSO 7: Determinar o fator de média. O fator de média determina o número de medições. O


CP TD1 executa o número de medições determinadas e calcula a média dos seus resultados.
Quanto maior o fator, mais precisa a medição e mais longo o tempo de medição.

Figura 41 – Passo 7

PASSO 8: Pressionar o botão de partida e aguardar o resultado do ensaio que será


apresentado na parte inferior do cartão de teste.

- 42 -
5.3.3.1.5 Valores de referência

A tabela 10 apresenta os valores de placa fornecidos pelo fabricante.

Bucha de alta tensão (H1) Bucha de neutro (H0)


Capacitância F.P. Capacitância F.P.
C1 387 pF 0,35% 198 pF 0,34%

C2
1235 pF 0,28% 475 pF 0,38%
(test tap)
C2
15.042 pF 0,45%
(voltage tap)
Tabela 10 – Valores de placa

5.3.3.1.6 Correção do fator de potência

O ensaio de fator de potência realizado com a CPC 100 + CP TD1 pode ter seu valor corrigido
automaticamente em função da temperatura. Para isto, conforme já mencionado no passo 4
do cartão de teste, é necessário escolher na página de configurações, o fator de correção
relacionado com a temperatura ambiente.

Esta correção pode ser feita manualmente calculando o fator de potência referenciado a 20°C,
através da equação 3:

Fp20 = Fpt/K (3)

Onde:

Fp20 – Fator de potência corrigido para 20°C


Fpt – Fator de potência medido em T
T – Temperatura de teste (°C)
K – Fator de correção

Em quaisquer dos casos acima (automático ou manual), a tabela 11 apresenta os fatores de


correção relacionados às temperaturas de teste.
Atentar para o fato de que os fatores de correção listados na tabela 11 estão associados a
sistemas de isolamento usando óleo mineral como líquido de isolamento. Outros líquidos de
isolamento podem ter fatores de correção diferentes.
A tabela 11 é fornecida no manual de referência do CP TD1 e na norma brasileira NBR 7569
(Reatores para sistemas de potência – Método de ensaio).

- 43 -
Temp. de teste Fator de correção Temp. de teste Fator de correção
T (°C) K T (°C) K
10 0,80 45 1,75
15 0,90 50 1,95
20 1,00 55 2,18
25 1,12 60 2,42
30 1,25 65 2,70
35 1,40 70 3,00
40 1,55
Tabela 11 – Fator de correção K

5.3.3.1.7 Avaliação dos resultados

A tabela 12 apresenta as diretrizes gerais para a avaliação da capacitância C1 com a


comparação entre o valor medido e o valor de referência. A tabela 13 apresenta a mesma
avaliação para o fator de potência.

Essas diretrizes para a avaliação dos resultados são apresentados no artigo “Medições em
campo de capacitância e fator de dissipação em buchas de transformador com variação de
freqüência – análise e resultados” apresentado no 13° encontro regional ibero-americano da
CIGRE, ocorrido em Puerto Iguazú – Argentina entre os dias 24 e 28 de maio de 2009. Os
autores são: Antonio Nunes (Engenheiro Eletricista Eletronorte), Vanesse Beltrão (Engenheira
Eletricista Eletronorte) e Marcelo Paulino (Gerente Técnico da Adimarco).

ΔC = Cmedida - Cref Avaliação


ΔC < 5% Aceitável
5% < ΔC < 10% Deve ser investigada
ΔC > 10% Crítica
Cref é o valor de placa ou de bucha nova
Tabela 12 – Avaliação capacitância

Avaliação
FPmed < 2 X FPref Aceitável
FPmed < 3 X FPref Deve ser investigada
FPmed > 3 X FPref Crítica
FPref é o valor de placa ou de bucha nova
Tabela 13 – Avaliação fator de potência

- 44 -
5.3.3.2 Ensaio de fator de potência dos enrolamentos

Será realizado o ensaio de fator de potência dos enrolamentos com a utilização do


equipamento de teste CPC 100 + CP TD1.

5.3.3.2.1 Conexões do objeto sob teste

1) Conectar adequadamente o CPC 100 e os terminais de aterramento do CP TD1 à barra de


aterramento do carrinho. Conectar a barra de aterramento ao terra. Todos os cabos de
aterramento devem ter no mínimo 6mm².

2) Conectar “ENTRADA DO CABO BOOSTER” do CP TD1 ao “CABO BOOSTER EXT” do CPC 100
com o cabo booster fornecido pela OMICRON. Através deste cabo, o CPC 100 controla a tensão
de saída do CP TD1.

3) Conectar a porta serial do CP TD1 à porta serial do CPC 100 com o cabo de dados fornecido
pela OMICRON. Através deste cabo, o software CPC 100 controla o CP TD1. E é através deste
cabo também, que a CP TD1 é alimentada.

4) Conectar a massa do equipamento à entrada de medição IN A (vermelho).

5) Curto-circuitar os terminais de conexão das buchas de alta tensão e neutro (H1 e H0).

6) Conectar a saída de alta tensão do CP TD1 ao terminal de alta tensão da bucha.

A figura 42 a seguir apresenta de forma esquemática todas as conexões necessárias para a


realização da medição de fator de potência dos enrolamentos dos reatores SMO-NN AREVA.

- 45 -
Figura 42 – Conexões medição FP dos enrolamentos

5.3.3.2.2 Cartão de teste

Após conectar o objeto sob teste, a próxima etapa é preparar o cartão de teste. Os passos a
seguir descrevem este procedimento.

PASSO 1: Selecionar o cartão de teste Tan Delta. Este cartão pode ser acessado de CT, VT,
Transformer e Others.

- 46 -
Figura 43 – Passo 1

PASSO 2: Selecionar valores de tensão e freqüência.

Figura 44 – Passo 2

PASSO 3: Selecionar o modo de medição GST.

Figura 45 – Passo 3

- 47 -
PASSO 4: Se desejado, selecionar “ASSESSMENT” para avaliação automática do teste. Para tal,
deve ser inserido o valor de referência do fator de potência no campo de entrada “Pref”.
As faixas de tolerância para o fator de potência e os coeficientes de compensação podem ser
definidas em “Assessment Limits” na página “Settings” (Configurações).
Segundo o fabricante, o valor da capacitância é de 3719pF e o fator de potência é 0,23%.

Figura 46 – Passo 4

Se preferível, não selecionar a opção “ASSESSMENT” e, realizar a avaliação manualmente


calculando o fator de potência a 20°C e, calculando a variação do fator de potência em torno
de seu valor de referência.

PASSO 5: Definição da medição composta. Deve ser escolhida a medição Cp, PF (cos )
(Capacitância paralela e fator de potência).

Figura 47 – Passo 5

PASSO 6: Selecionar a largura de banda do filtro de medição.


Se a freqüência de teste for igual à freqüência padrão (como definido em Options/ Device
Setup [Opções/Configuração de dispositivo]), a largura de banda do filtro é sempre ± 5 Hz,

- 48 -
independentemente do valor definido. Isso também se aplica se a opção “use default
frequency of xx.xx Hz” (usar freqüência padrão xx.xx Hz) não estiver selecionada
especificamente.
± 5 Hz significa que as interferências nas freqüências com um deslocamento de ≥ ± 5 Hz a
partir da freqüência de medição não afetarão os resultados.
Quanto menor a largura de banda do filtro, maior o tempo de medição.

Figura 48 – Passo 6

PASSO 7: Determinar o fator de média. O fator de média determina o número de medições. O


CP TD1 executa o número de medições determinadas e calcula a média dos seus resultados.
Quanto maior o fator, mais precisa a medição e mais longo o tempo de medição.

Figura 49 – Passo 7

PASSO 8: Pressionar o botão de partida e aguardar o resultado do ensaio que será


apresentado na parte inferior do cartão de teste.

- 49 -
5.3.3.2.3 Correção do fator de potência

O ensaio de fator de potência realizado com a CPC 100 + CP TD1 pode ter seu valor corrigido
automaticamente em função da temperatura. Para isto, é necessário escolher na página de
configurações, o fator de correção relacionado com a temperatura ambiente.

Esta correção pode ser feita manualmente calculando o fator de potência referenciado a 20°C,
através da equação 3:

Fp20 = Fpt/K (3)

Onde:

Fp20 – Fator de potência corrigido para 20°C


Fpt – Fator de potência medido em T
T – Temperatura de teste (°C)
K – Fator de correção

Em quaisquer dos casos acima (automático ou manual), a tabela 14 apresenta os fatores de


correção relacionados às temperaturas de teste.
Atentar para o fato de que os fatores de correção listados na tabela 14 estão associados a
sistemas de isolamento usando óleo mineral como líquido de isolamento. Outros líquidos de
isolamento podem ter fatores de correção diferentes.
A tabela 14 é fornecida no manual de referência do CP TD1 e na norma brasileira NBR 7569
(Reatores para sistemas de potência – Método de ensaio).

Temp. de teste Fator de correção Temp. de teste Fator de correção


T (°C) K T (°C) K
10 0,80 45 1,75
15 0,90 50 1,95
20 1,00 55 2,18
25 1,12 60 2,42
30 1,25 65 2,70
35 1,40 70 3,00
40 1,55
Tabela 14 – Fator de correção K

5.3.3.2.4 Valores de referência

Segundo o fabricante, para este ensaio, a capacitância de referência é 3719pF e o fator de


potência 0,23%.

- 50 -
6- BIBLIOGRAFIA

[1] Documentos técnicos – Reator de derivação monofásico 72,6MVAr – 550/√3 kV

[2] Programa de manutenção planejada periódica – PMP-RE0003 – ELETRONORTE

[3] NBR 5119 – Reator para sistemas de potência – Especificação

[4] A.P. Nunes, V.C.V.M. Beltrão, M.E.C. Paulino. Medições em campo da capacitância e
fator de dissipação em buchas de transformador com variação de freqüência – Análise e
resultados, 13° Encontro regional ibero-americano da CIGRÉ, Puerto Iguazú – Argentina, 24
a 28 de maio de 2009.

[5] CPC 100 – Manual de usuário, OMICRON electronics, 2008.

[6] CP TD1 – Manual de referência, OMICRON electronics, 2007.

[7] Paulino, Marcelo. Testes automatizados em equipamentos de subestação – CPC 100 e


CP TD1. Rio de Janeiro – RJ. Adimarco Representações e Serviços. 2009.

[8] Paulino, Marcelo. Princípio de funcionamento e manutenção de transformadores. Rio


de Janeiro – RJ. Adimarco Representações e Serviços. 2009.

[9] Procedimentos para coleta de amostras para análise físico-química e gases dissolvidos
em óleo mineral isolante – LACTEC.

[10] NBR 7569 – Reatores para sistemas de potência – Método de ensaio.

[11] R. Jasinski, R.A. Calomeno, C. Filippin, D. Kulevicz, C. Bavastri. Controle de ruído em


transformadores de subestações com neutralizadores dinâmicos. 18° Seminário Nacional
de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Curitiba – Paraná, 16 a 21 de outubro de
2005.

[12] FERREIRA, Jorge L. Propostas para redução e atenuação de ruídos originados em


transformadores e subestações elétricas de alta potência. Publicação científica.
Universidade Federal do Rio Grande do sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

- 51 -

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