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Curva de dano
Característica
DESEJÁVEL DA
PROTEÇÃO DE
SOBRECARGA
Característica
de PARTIDA
PROTEÇÃO DE MOTORES
Corrente
p.u. ou A
Corrente Corrente de
de Carga SOBRECARGA
Edição 1 - 2003
Formação
Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969. Mestre
em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos obtidos em 1974
através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio em Sistemas Digitais de
Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC – Electric Power Development Co. de
Tokyo – Japão.
Engenharia Elétrica
Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de Controle e
Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de proteção, com ênfase
em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de desempenho.
Atualmente é consultor e sócio gerente da Virtus Consultoria e Serviços S/C Ltda. em São Paulo – SP. A
Virtus tem como clientes empresas concessionárias no Brasil e na Colômbia, empresas projetistas na área
de Transmissão de Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle e supervisão,
Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, CEDIS – Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Área Acadêmica
1.1 OBJETIVO
1.2 O MOTOR
MÁQUINA
FONTE DE
ELÉTRICA CARGA
ENERGIA
(Eletromagnetismo) MECÂNICA
ELÉTRICA
“Motor”
FLUXO DE ENERGIA
Tm = Torque absorvido pela carga mecânica, incluindo perdas na carga e o usado para
trabalho mecânico útil, em N.m
Quando Tdisp > T’m o motor acelera e quando Tdisp < T’m, o motor desacelera. O sistema irá,
inerentemente, buscar a condição de equilíbrio onde Tdisp = T’m, o que determina a
velocidade de rotação em condição de carga normal.
Assim, as características Torque x Velocidade para motores e cargas são necessárias para o
projeto de um sistema de controle de velocidade.
Portanto, pode-se considerá-lo como um elo receptor de energia elétrica, relativamente frágil,
que deve ser protegido.
Dependendo do tipo de fonte de energia elétrica, um motor pode ter seu enrolamento
estatórico do tipo trifásico (usualmente), bifásico (às vezes) e monofásico.
O enrolamento rotórico pode ser do tipo polifásico (geralmente trifásico) ou do tipo gaiola.
Num motor com rotor enrolado, os condutores do enrolamento rotórico são isolados e são
montados com anéis, que por sua vez são conectados a dispositivos de controle ou
partida. Num motor do tipo gaiola, os condutores do rotor não são isolados mas são
constituídos de condutores a parte montados nas ranhuras – esses condutores são
solidamente conectados entre si, em forma de anel, em cada extremidade.
O campo girante produzido pelo estator induz força eletromotriz nas barras / enrolamentos
do rotor. Correntes fluem nas barras / enrolamentos. O efeito magnético entre as correntes
do estator e do rotor é um TORQUE. Com o rotor girando a uma velocidade um pouco
menor que a velocidade síncrona (escorregamento), o torque é na direção da rotação e a
máquina é um MOTOR.
200
Plena
Carga
TPARTIDA
100 ωs
S
(escorregamento)
Torque
VPLENA
7/10. V
½. V
Partida
Pequenos motores de indução tipo gaiola, de potência até alguns HP, podem ser partidos
conectando-os diretamente à rede elétrica. A corrente é muito grande quando o motor está
na fase de aceleração nas a velocidade aumenta rapidamente e a corrente diminui, não
havendo danos para o motor ou para o sistema de alimentação.
Entretanto, para motores maiores, uma partida direta como a descrita pode danificar o
motor, considerando a grande corrente de partida. Essa grande corrente de partida pode
operar relés e disjuntores, também. A própria tensão de alimentação pode ter queda e ter
flutuação.
Um modo de evitar esses problemas é partir o motor com tensão reduzida – assim sendo,
o motor não seria diretamente alimentada mas, por exemplo, através de um
autotransformador para se ter tensão reduzida na partida. A relação de espiras desse
autotransformador teria influência na redução de tensão no motor e redução de corrente no
lado da alimentação. Assim sendo, pode-se ter partida do motor com corrente mantida em
valores menores e satisfatórios.
Entretanto, verifica-se que o Torque é reduzido quando se reduz a tensão. Por exemplo,
na figura 1.03 verifica-se o valor de torque de ¼ quando se reduz a tensão para metade.
Há várias possibilidades interessantes no uso desse motor com rotor enrolado. A mais
importante é a possibilidade de uso de RESISTÊNCIA externa para fechar o circuito do
rotor, ao invés de curto circuitar o enrolamento.
T0
T0
A inserção de resistência não altera substancialmente o valor do Torque Máximo mas tem
efeito na velocidade em que ocorre esse torque.
Verifica-se também que a velocidade em regime do motor pode ser controlada, inserindo-
se mais ou menos resistência no circuito rotórico. Entretanto esse tipo de controle de
velocidade não é muito eficiente.
Rs + jXs Rr + jXr
Rr / S
RFE jXm 1− S
Entrada Rr
S
b)
Rs jX
Rr Para sequência
S positiva
Entrada jXm
(ZM1, ZM2)
Rr Para sequência
2−S negativa
Onde:
RS = Resistência do Estator.
Rr = Resistência do Rotor.
RPMSincrono − RPMRotor
S= S= 1,0 para rotor bloqueado
RPMSincrono
S = 0+ rodando.
Valores típicos em p.u. (por unidade), com base na potência nominal do motor à tensão
nominal, são:
RS e Rr = 0,01 pu
jXM = j3,0 pu
jX ≈ jX”d ≈ 0,15 pu
Esse é o valor simétrico. O valor assimétrico é maior, como mostrado na figura 1.06.
Considerando que jXm é grande com relação às demais impedâncias, a impedância Shunt
de Magnetização equivalente na entrada do motor se reduz a valor praticamente igual ao
X”d (como usado na prática) para rotor parado:
Ou, em valores práticos, com motor rodando: ZM1 = 0,9 a 1,0 e ZM2 = X”d
- Curva de Capabilidade Térmica, que deve incluir o limite térmico para o rotor
bloqueado.
Motor
Rodando
Sobrecarga Operacional
Curva de Limite Térmico
Tempo
(s)
Aceleração
Curva de Limite Térmico
0,9 V
Curva da
Corrente de
Partida
1,0 V
Assimétrico
Corrente
p.u. ou A
Corrente de Corrente com
Carga Rotor Bloqueado
Os limites térmicos são três diferentes curvas. Mas, em muitos casos são apresentados
juntos, como na figura, representando a “curva de dano” do motor, isto é:
1. A parte da curva para maior corrente corresponde ao tempo permitido para a corrente
de rotor bloqueado. É o limite de tempo que o rotor pode permanecer parado após a
energização, sem danos térmicos nas barras rotóricas, anéis rotóricos ou ainda no
estator, dependendo das características de projeto do motor. É a parte da curva que
vai desde a corrente de rotor bloqueado à mínima tensão de partida, até a corrente de
rotor bloqueado à tensão nominal plena.
Em motores muito grandes, esse limite térmico para rotor bloqueado pode ser menor
que o tempo de partida. Assim, esses motores têm que partir (iniciar a rotação)
imediatamente após a energização para evitar danos.
Conceito
Esse motor tem enrolamentos estatóricos (armadura) semelhante aos do motor de indução
trifásico. O rotor do motor síncrono difere, substancialmente, do rotor do motor de indução.
Sistema de Excitação
Antes dos anos 60 as máquinas síncronas eram providas de excitatrizes rotativas. Desde
os anos 60 foram adotados, como arranjos mais comuns, retificadores com pontes de
tiristores alimentados por um transformador.
Todos os motores requerem as seguintes funções para serem implementadas nos seus
sistemas de chaveamento e controle: meios de desconexão / chaveamento e dispositivos
de interrupção de falta.
Sobrecarga
Desde que a potência exigida seja maior que a potência nominal da máquina, haverá
sobrecorrente no motor, com aumento das perdas e elevação da temperatura no
enrolamento estatórico.
Carga Excessiva
Um motor de indução sai do passo (“stall”) quando o torque da carga excede o torque
limite (colapso, “breakdown”) e a velocidade pode cair para zero, fazendo com que a
corrente no motor fique em torno do valor de corrente com rotor bloqueado.
Parada Súbita
Quando por algum motivo há parada súbita do motor (travamento mecânico da carga), o
motor demandará corrente de partida plena com rotor bloqueado e o sobre-aquecimento
ocorrerá rapidamente, potencializado também pela falta de ventilação. O limite térmico da
isolação do enrolamento estatórico é atingido dentro de segundos.
Devido à inércia da carga mecânica alimentada por um motor síncrono, pode haver
reversão de potência quando há queda de tensão, com o motor mandando energia para a
rede.
Queda de Tensão
Tensão Desbalanceada
O motor passará a rodar com uma velocidade assíncrona abaixo da síncrona, como um
motor de indução.
Haverá aquecimentos tanto no rotor como no estator. Há também efeitos mecânicos, com
altos torques transitórios no eixo.
Perda de Sincronismo
P
Potência
Pel max
3
Pmec 2
1
Ângulo de
Torque da
Carga
δ δ
δ max
45o 90o 180o
A potência elétrica atinge seu máximo valor com δ entre 45 e 90 graus. Qualquer
solicitação de Pmec que exija ângulo igual ou superior a δmax fará com que a máquina
perca a estabilidade, saindo fora de sincronismo.
Pode também haver fenômeno transitório que traz variação transitória no E ou V, e faz com
que δ varie e oscile. A fórmula anterior pode ainda ser aplicada, substituindo os valores de
reatância síncrona pelos valores de reatância transitória.
Sobrefrequência
Sub-frequência
Pode ocorrer falha de isolação entre condutor e laminação, entre condutores de fases
diferentes e entre espiras de uma mesma fase. Pode também ocorrer rompimento de
juntas soldadas.
Curto-circuito a Terra
Essas faltas ocorrem, normalmente, nas ranhuras da armadura. O dano nesse ponto é
diretamente relacionado ao nível de corrente estabelecido pelo sistema de aterramento do
sistema onde está conectado o motor.
Baixas Correntes
Se a corrente for, por exemplo, inferior a 15 A e o motor for desligado com tempo inferior a
alguns segundos, o dano pode ser muito pequeno e o serviço de reparo se limitará à troca
do trecho do enrolamento sem mexer com a laminação.
Altas Correntes
No caso de alta corrente de curto circuito à terra, pode ser instalado disjuntor de neutro
que seria atuado pela proteção de terra, para reduzir o tempo de eliminação da falta e,
conseqüentemente, o dano na laminação.
Esse tipo de falta é muito raro de ocorrer uma vez que, numa ranhura, a isolação entre
enrolamentos de duas fases é pelo menos o dobro da isolação de uma fase para a
laminação. Na ocorrência de uma falta entre fases, há maior probabilidade de ocorrência
nos terminais do enrolamento, fora das ranhuras. A corrente é severa mas há pouca
chance de afetar significativamente a laminação.
Entretanto, se houver uma segunda falha de isolação, pode ocorrer curto-circuito pleno
com severo desbalanço mecânico e elevada corrente.
Curto circuito entre espiras no rotor é muito raro de ocorrer. Mas quando ocorre causa
vibração e a parte “bypassada” do enrolamento rotórico tem sua temperatura elevada. A
alta temperatura danifica a isolação, motivando também falta a terra.
A perda de campo pode levar, na maioria dos casos, à perda de sincronismo em menos
de 1 s, com a máquina operando como gerador de indução com velocidade inferior à
velocidade síncrona.
Sobre-aquecimento pode ocorrer caso, por algum motivo, a ventilação no motor for
insuficiente ou inadequada.
Altitude Elevada
Um motor instalado em altitude demasiadamente elevada, além da altitude para a qual foi
especificada, pode ter problema de sobre-aquecimento. A causa é a baixa pressão
atmosférica, com conseqüente ventilação ineficiente.
2.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo tem a finalidade de apresentar as funções de proteção aplicáveis para motores.
Tem caráter geral, não cobrindo todas as funções que podem ser encontradas no mercado,
mas sim aquelas principais e comumente utilizadas.
Uma proteção de sobrecarga, seja de equipamento, máquina rotativa, de cabos ou linhas tem
a ver, sempre, com a temperatura que pode chegar o componente protegido em função de
carga excessiva.
Temperatura
θ2
Variação
63% da
total
variação total
θ1
tempo
τ = Constante de Tempo
Figura 2.01– Característica de Aquecimento de Corpo Homogêneo
Uma proteção de sobrecarga (proteção térmica – Código 49) deve, portanto, emular as
condições de aquecimento do componente protegido em função da corrente através desse
componente.
No passado, procurou-se construir relés térmicos com tecnologia eletromecânica que, através
de dissipadores térmicos (alumínio), tentavam simular a constante de tempo do equipamento
protegido. Mas esses dispositivos nunca conseguiram prover uma boa proteção para
sobrecarga. Eram viáveis apenas para alguns tipos de motores. A figura a seguir mostra o
esquema de um relé térmico com tecnologia eletromecânica:
Equipamento
i i
Relé Térmico)
+ Vcc
Assim, modernos relés possuem a função 49 de “Sobrecarga Térmica” para ser devidamente
aplicada na detecção de aquecimentos provocados por sobrecargas, o que passa a ser uma
opção de utilização não existente num passado recente. Baseiam-se na modelagem de uma
réplica térmica com base na corrente de carga. O calor gerado, por exemplo, em cabo ou
transformador é função do tipo I2.R.t, isto é, proporcional à corrente ao quadrado. O quadrado
da corrente é integrado no tempo, para modelagem.
Assim, os diversos fabricantes nos seus diversos relés de proteção digitais apresentam
possibilidade de modelagem térmica do equipamento ou instalação a proteger contra
temperaturas elevadas causadas por sobrecarga.
- Condição “Com Memória”: quando todas as correntes de carga são avaliadas, mesmo
sem a presença de sobrecarga.
35
Tempo de atuação: t = 2
.TL Onde I é a corrente de sobrecarga e TL o
I
− 1
IL
multiplicador para constante de tempo (ajustável). Nota-se que o tempo depende de uma
relação que envolve constante de tempo de aquecimento e também a corrente ao
quadrado.
Conhecendo a característica térmica do motor que está sendo protegido ( “Curva de Limite
Térmico” ou “Curva de Dano”), pode-se ajustar a proteção, escolhendo-se a melhor curva
através do valor do Multiplicador de Tempo.
dt τ th τ th
Θ = Temperatura de operação expresso em % da temperatura de operação para a corrente
máxima de fase permitida k.IN.
Pode ser ajustada uma temperatura de alarme (Θalarm AJUSTÁVEL EM % COM RELAÇÃO
A Θend) menor do que o limite de temperatura de desligamento (caso seja essa a filosofia
do usuário). No caso da filosofia estabelecer “somente alarme”, esse alarme será emitido
quando da temperatura final ajustada.
A temperatura é calculada para cada fase. Isso garante um valor eficaz verdadeiro,
incluindo o efeito das harmônicas.
A proteção também inclui um alarme de corrente excessiva Ialarm (AJUSTÁVEL) que pode
ser considerado como um pré alarme para uma sobrecarga térmica em potencial.
Conhecendo a característica térmica do motor que está sendo protegido ( “Curva de Limite
Térmico” ou “Curva de Dano”), pode-se ajustar a proteção, escolhendo-se a melhor curva,
com ou sem memória que de adapte ao motor.
Também essas proteções têm função de sobrecarga térmica usando o conceito de “réplica
térmica”, de acordo com a Norma IEC 60255-8.
dθ 1 1
+ .θ = .(I )
2
para o relé 7SJ62
dt τ th τ th
dθ 1 1 1
+ .θ = .(I ) + .θ K
2
para o relé 7UM61 e 7UM62
dt τ th τ th τ th
Θ = Temperatura de operação expresso em % da temperatura de operação para a corrente
máxima de fase permitida k.IN.
2 2
I I pre
−
k .I n k .I n minutos. Válido para
t = τ th . ln 2
I / (k.IN) ≤ 8
I
− 1
k .I n
K
t PERM =
I
( 2 )2
IN
É dado trip desde que se atinja o limite, isto é, a área ((I2/IN)2.t) atinja o limite K.
Esfriamento
Para corrente de seqüência negativa superior a um valor alto, ajustável (I2>>). A partir desse
valor, a curva é cancelada e a função de tempo definido é ativada (geralmente com tempo =
0s). É para detecção de corrente de curto circuito bifásico. A figura a seguir mostra esse valor
de tempo definido, sobreposto à curva de tempo inverso.
T ALARME
T I2 >>
I2 ADM I2 >>
Isto é, o valor deve ser calculado em função do Nominal do TC (= nominal do relé). Por
exemplo:
IN_MÁQUINA = 483 A
IN_TC_PRIM = 500 A
I2 / IN
1,0
0,5
0,4
0,2
0,11
0,1
t (s)
10 20 50 100 200 500 1000
I N _ MÁQUINA
K SEC = K PRIM ( )2
I N _ TC _ PRIM
Por exemplo:
IN_MÁQUINA = 483 A
IN_TC_PRIM = 500 A
K
t RESFRIAMENTO =
( I 2 MAX _ PRIM / I N _ MÁQU _ PRIM ) 2
Em grande motor pode haver necessidade de uma função de potência ativa para fins de
controle, isto é, necessidade de manobras ou remanejamentos quando se ultrapassa certos
valores de energia ativa consumida pelo motor. Neste caso se utiliza função direcional de
potência ativa, no sentido do sistema para o motor.
Na proteção de sistemas elétricos de potência, uma das funções mais utilizadas na proteção
é a função DIFERENCIAL. Como o próprio nome indica, seu princípio de funcionamento
baseia-se na comparação entre grandezas (ou composição de grandezas) que entram no
circuito protegido e grandezas de mesma natureza que saem do circuito protegido.
Ela pode ser do tipo percentual (a maioria dos casos) ou do tipo “alta impedância”.
• Deve considerar os efeitos de erros de precisão nos TC’s e TC’s auxiliares utilizados
para conexão da proteção.
• Deve manter a estabilidade (não atuar) para curto-circuito externo à área protegida,
mesmo com saturação de TC.
• Deve manter a estabilidade para correntes de magnetização transitória (energização)
quanto aplicada a transformadores de potência.
ID Zona de
Operação
Zona de
Restrição
ID_Mínima
IA + IB
Figura 2.07 – Princípio da Função Diferencial Percentual
52
52
Figura 2.09 – Conexão de TC’s para Proteção Diferencial Percentual de Motor – Conexão Delta
Para aqueles motores que não possuem proteção diferencial, haverá sempre a necessidade
de proteção para faltas entre fases. Para os motores que têm diferencial, haverá sempre a
necessidade de retaguarda.
Função 50
Em geral, se usa elemento instantâneo de corrente de fase, ajustado para valor superior à
corrente de rotor bloqueado, para proteção contra curto-circuito (50).
A corrente de rotor bloqueado pode ser estimada por: ILR = 1 / (X1S + X”d)
Onde X1S = é a impedância total (seqüência positiva) do sistema elétrico que alimenta o
motor.
O valor de “pick-up” da função 50 pode ser ajustado em torno de 1,3 a 1,5 x ILR.
Função 51
Como a proteção específica para rotor bloqueado é para motores médios e grandes, o uso de
51 é mais generalizado para motores pequenos (< 500 kW).
Tempo (s)
51 (retaguarda)
Corrente de
Curva de dano CURTO-
CIRCUITO
Sobre-
carga
50 (prot.
Curto-
circuito)
Corrente
p.u. ou A
Corrente
de Carga
• O relé parte quando parte o motor, e deve dar “drop-out” quando a corrente cai para o
valor normal da corrente no motor. Assim o valor de ‘pick-up” da função 51 não pode
estar muito próximo da corrente nominal do motor.
• Através de uma função ou relé de “Fator de Potência” (ângulo de fase) – Função 55.
• Através de uma função de medição e detecção de impedância, que cairá numa região
específica do diagrama R/X – Função 40.
Exemplo de Função 55
Q
(VAr)
Zona de Operação
Normal do Motor Zona de Trip da
Proteção 55
1
PMotor PGerador (W)
30o
3
Partida do Motor como
sendo de Indução
A proteção deve apresentar recursos para evitar sua atuação durante a partida do motor
síncrono. E também deve ser temporizada, de tal modo que se evite atuação quando de
oscilação de potência, com a característica passando pela área de atuação.
Como se vê, esta proteção é adequada para “Perda de Campo” e menos adequada para
oscilação de potência, mesmo com tendência de perda de sincronismo.
X'd / 2
Diâmetro=
1 p.u.
Diâmetro
= Xd
Figura 2.12 – Função perda de excitação (40). Característica clássica para Motor.
Há fabricante que oferece proteção 40 também com a característica com diâmetro 1.0 pu
(impedância da máquina), conforme a figura, com atuação instantânea. Isso porque, quando
de perda de campo, a impedância vista vai cair dentro dessa característica.
- Susceptância
Sub-excitado Sobre-excitado
1 νN − Ib − Q
ϕN IN = 2 = −B
Xd U U
UN
I EN
UN
Condutância
IW P
= =G
U U2
- Susceptância
Sub-excitado Sobre-excitado
1 νN
ϕN IN − Ib − Q
Xd = 2 = −B
UN U U
I EN
UN
Limite de
Estabilidade
em Regime
Motor
Sub-
Susceptância excitado − Ib − Q
= 2 = −B
Sobre-excitado U U
α3 α2
I
U
α1 E
U
Carac. 3
Carac. 1
Carac. 2
AT MT
Motor
Motor
RN
AT MT
Motor
XN
AT MT
Motor
Caso o sistema de alimentação seja do tipo solidamente aterrado, a corrente de terra para
curto-circuito fase-terra no circuito do motor pode ser muito grande. Os relés de proteção
do motor não teriam dificuldades para detectar a corrente.
AT MT
Relés + Motor
Disjuntor
Caso o sistema de alimentação seja do tipo isolado, a corrente de terra para curto-circuito
fase-terra pode variar de miliampères a alguns ampères, devido a capacitância dos cabos
de energia da instalação:
Relés + Motor
Disjuntor
AT MT
Relés +
Disjuntor Motor
Observa-se que a corrente de terra pode ter valores elevados apenas para motores
alimentados por sistema solidamente aterrado.
Para os demais casos, as correntes seriam bem pequenas, dependendo ainda do tipo de
alimentação e da configuração das instalações.
50G
50/
51N
O uso de TC tipo janela permite uma sensibilidade bem maior, uma vez que a corrente no
secundário do TC só aparece em condição de terra. Daí, a proteção de terra conectada em
TC de janela ser chamada de alta sensibilidade.
Assim sendo, se utiliza 50N (residual de TC’s) para sistemas solidamente aterrados ou
aterrados através de resistência.
Utiliza-se TC de janela para todos os demais casos, buscando maior sensibilidade para
faltas a terra.
Eventualmente, utiliza-se função direcional de terra (67G) com TC de janela, para casos
em que pode haver retorno de corrente capacitiva para curtos externos.
O motor trifásico tem conexão triângulo ou estrela, sem neutro. Assim sendo, o desbalanço
de terra que pode haver no circuito alimentador do motor, pelo disjuntor respectivo, pode-
se originar:
No segundo caso, haveria necessidade de relé direcional 67G para evitar que a proteção
(sensível) atue para curto externo.
De qualquer modo, a proteção terra pode ser ajustada bem sensível, com atuação
instantânea.
Esta última conexão permite detectar terra em sistema isolado, mas não consegue detectar a
localidade desse curto.
A proteção aqui mencionada é para aqueles sistemas de excitação com escovas e anéis para
injeção de corrente contínua no campo (rotor). Não se trata de sistemas “brushless”.
O circuito do campo de uma máquina síncrona é um sistema DC não aterrado. Uma simples
falta à terra nesse sistema não afetará a operação do gerador, nem produzirá qualquer efeito
ou dano na máquina.
Entretanto, caso haja a ocorrência de uma segunda falta a terra nesse sistema, a porção do
enrolamento do campo entre as duas faltas estará curto-circuitado, produzindo fluxos
desbalanceados nos entre-ferros da máquina. Os fluxos desbalanceados produzem forças
magnéticas desbalanceadas com conseqüente vibração e danos. Haverá também
desbalanço de corrente com temperaturas desbalanceadas e aquecimento do ferro do rotor.
Com a atuação da proteção “Terra-Rotor”, que detectará a primeira falta a terra no campo,
tem-se as seguintes alternativas:
Fonte
Fonte AC
64R AC 64R
Eventualmente seria conveniente que o eixo do rotor (ligado ao ferro) seja aterrado através
de escova, uma vez que o filme de óleo introduz resistência suficiente para tirar a
sensibilidade da proteção.
Ferro
Enrolamento
do Campo EXCITA
TRIZ
Escova de
Aterramento
A terceira técnica consiste em aplicar uma tensão DC ao invés de AC, através de um ponto
do enrolamento do campo. Havendo terra em algum ponto, uma corrente irá circular no
relé (64) provocando sua atuação.
A figura a seguir mostra a função 64R da proteção Siemens 7UM6, com o princípio de
injeção de tensão AC. Note que há necessidade de dispositivo adicional 7XR61 e
resistores 3PP13:
Uma queda de tensão provoca redução de torque e aumento de corrente, o que pode levar a
aquecimentos indesejados. Alguns fabricantes de motores sugerem o uso de funções de
subtensão para proteção de motores.
Cuidado deve ser tomado para que a função não opere por quedas momentâneas de tensão
ou por quedas de tensão esperadas associadas à partida. Uma proteção de característica de
tempo inverso é desejável.
Para motores, é rara a necessidade de uso e, se houver necessidade, será para médios e
grandes motores síncronos (> 2 MW).
A função de sub-frequência pode, as vezes ser utilizada para “perda de suprimento”, uma vez
que, com a carga ligada, a rotação do motor cairá rapidamente.
Função que tem a finalidade de detectar falha na partida do motor. Isso ocorre quando o
torque da carga é muito elevado ou a tensão está abaixo do limite aceitável ou ainda
bloqueio do rotor por qualquer motivo.
O tempo para disparo depende da magnitude da corrente de partida, sendo que a seguinte
fórmula é válida:
I SRT 2
t=( ) .t SRT
I
PROTEÇÃO DE MOTORES Funções de Proteção 43 de 57
t = tempo de atuação
O valor de corrente de partida é ajustado no relé. Assim, a função entra em ação para toda
corrente igual ou superior a ISRT. Com base no tempo ajustado de partida, tem-se uma
característica de tempo inverso.
Através de contato externo relacionado, por exemplo, a um tacômetro, pode-se ter uma lógica
de rotor bloqueado. Há relé que possui incorporada essa função, para desligamento imediato
quando de rotor bloqueado.
2.17.1 Finalidade
Se partidas múltiplas são tentadas num curto intervalo de tempo, o rotor pode sofrer danos
térmicos.
Os valores dos limites térmicos do enrolamento do rotor são baseados nos dados do
fabricante referentes a:
Se a temperatura do rotor exceder o limite de re-partida, o motor não pode ser re-partido.
Quando a temperatura do rotor está abaixo do limite de re-partida, isto é, quando
exatamente uma repartida é permitida sem que a temperatura atinja o limite, o sinal de
bloqueio é encerrado. A função utiliza o seguinte critério, dependendo do nCOLD
n COLD Θ Re-partida
(parâmetro do motor)
2 0,5 50,0% da ΘTrip
3 0,667 66,7% da ΘTrip
4 0,75 75,0% da ΘTrip
A função pode obter esse tempo de equilíbrio através de um parâmetro ajustável ou pode
ter esse parâmetro calculado através de outros parâmetros do motor – isso pode ser
observado na documentação técnica da função (Relé Siemens).
2.17.5 Outras
3.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo tem a finalidade de apresentar esquemas de proteção para motores de indução
(tipo gaiola e tipo enrolado) e motores síncronos de média e alta tensão. Os itens aqui
mostrados se aplicam, principalmente, a motores trifásicos e motores de velocidade variável,
onde especificamente indicados.
Qualquer que seja a origem do problema, o motor deve ser protegido para que os danos
sejam minimizados ou evitados.
A figura a seguir mostra os itens significativos de um motor de indução, para fins de proteção:
Tempo (s)
Curva de
dano
Característica
de PARTIDA
Corrente
p.u. ou A
Para condição de curto-circuito, deve-se desligar o motor o mais rapidamente possível. Há,
portanto necessidade de proteção básica para SOBRECARGA e para CURTO-CIRCUITO.
3.3.1 Sobrecargas
O motor necessita ser desligado antes do tempo em que o aquecimento possa provocar
danos. A “curva de dano” ou a “curva de limite térmico” estabelece a referência.
Tempo (s)
Curva de dano
Característica
DESEJÁVEL DA
PROTEÇÃO DE
SOBRECARGA
Característica
de PARTIDA
Corrente
p.u. ou A
Corrente Corrente de
de Carga SOBRECARGA
3.3.2 Curtos-circuitos
O motor necessita ser desligado para corrente de curto circuito, que normalmente é
superior à corrente de partida com rotor bloqueado.
Curva de dano
FUSÍVEL
Corrente
p.u. ou A
Corrente
Corrente de
de Carga
CURTO-
CIRCUITO
Observa-se que a característica do elo não permite proteção de sobrecarga. Assim sendo,
haverá necessidade de proteção de sobrecarga adicional, o que é mostrado na figura a
seguir:
Tempo (s)
Curva de dano
Corrente de
CURTO-
CIRCUITO
SOBRECARGA
FUSÍVEL
Corrente
p.u. ou A
Corrente
de Carga
Figura 3.04 – Característica de Elo Fusível para Proteção contra Curto-Circuito em conjunto
com Proteção de Sobrecarga
Tempo (s)
Curva de dano
FUSÍVEL -
Elemento DUAL
Corrente
p.u. ou A
Corrente
Corrente de
de Carga
CURTO-
CIRCUITO
Mas neste caso ainda se deseja elemento de sobrecarga, de modo que o elo fusível seja
apenas retaguarda para sobrecargas.
Tempo (s)
Sobrecorrente
Instantâneo
Curva de dano
Proteção de
SOBRECARGA
Corrente
p.u. ou A
Corrente
Corrente de
de Carga
CURTO-
CIRCUITO
Corrente de
CURTO-
CIRCUITO
Proteção de
SOBRECARGA
Corrente
p.u. ou A
Corrente
de Carga
Nota:
kW .1000 HP.746
Corrente = Corrente =
V . 3.FP V . 3.Eficiencia.FP
Relé 7SJ60
50 51N 46 49 48
Supervisão de Falha
de Partida do Motor
Figura 3.08 – Esquema de Proteção para Motores Médios, para Sistemas Solidamente
Aterrados
3.5.2 Motores de Média Tensão até 100 a 500 kW em Sistema Aterrado Através de
Impedância / Resistência
51G
50 46 49 48
Supervisão de Falha
de Partida do Motor
Relé 7SJ602
Nota:
O direcional de terra sensível
67G só é aplicável quando o
sistema for isolado ou aterrado
através de bobina de Petersen.
51G
50 46 49 48
Figura 3.09– Esquema de Proteção para Motores Médios, para Sistemas Aterrados através de
Impedância / Resistência
Neste caso, a corrente de curto-circuito para falta fase-terra é limitada pela resistência de
neutro do sistema, e pode chegar a valores muito pequenos. Assim, há necessidade de
maior sensibilidade para as funções de terra.
Função 51G
Quando o sistema for aterrado através de bobina de Petersen, ou quando é isolado, pode
haver necessidade de saber a direção da corrente de terra (sensível). Apenas neste caso,
a função direcional pode se tornar necessária. Caso raro de ocorrer.
51G Supervisão de 49
Rotor Bloqueado LR
(7SJ531)
67G Supervisão
3.V0 66 de Excesso
se 49R de Partida
Ver Nota. 64 Sistema (7SJ531)
Isolado
50 46 49 48
Relé 7SJ531 ou Supervisão de
7SJ62 Partida
Demorada do
Motor
Nota:
51G Supervisão de 49
Rotor Bloqueado LR
(7SJ531)
Supervisão
67G 66/ de Excesso
3.V0
se 49R de Partida
Ver Nota. 64 Sistema (7SJ531)
Isolado Relé 7UT512
50 46 49 48 87M
Relé 7SJ531 ou Supervisão de
7SJ62 Partida
Demorada do
Motor
Nota: Observação:
Opcionalmente pode-se utilizar a proteção 7UM621 que tem a função diferencial incluída.
59N, 67G, 50N / 51G, 49, 51V, 50 / 51 / 67, 59, 27, 81, 32R, 60FL
59N, 67G, 50N / 51G, 49, 51V, 50 / 51 / 67, 59, 27, 81, 32R, 60FL
74, 32F, 40, 46, 50BF, 50/27, 51.GN, 59.3H, 64R, 87M, 21
59N, 67G, 50N / 51G, 49, 51V, 50 / 51 / 67, 59, 27, 81, 32R, 60FL
74, 32F, 40, 46, 50BF, 50/27, 51.GN, 59.3H, 64R, 87M, 21
Edição 1
[6] Mason, C. Russell – “The Art and Science of Protective Relaying” - John Wiley & Sons,
Inc. & GE Company, 1956
[7] Grigsby, L. L. (Editor-in-Chief) – “The Electric Power Engineering Handbook. – CRC Press
/ IEEE Press, 2001.